avaliaÇÃo ambiental estratÉgica do … · metodologia ... corredores ecológicos na região...

271
AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020 RELATÓRIO AMBIENTAL FINAL AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020 RELATÓRIO AMBIENTAL FINAL QUATERNAIRE PORTUGAL, CONSULTORIA PARA O DESENVOLVIMENTO S.A. outubro de 2014

Upload: ngotuong

Post on 08-May-2018

226 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO

    PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA

    DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO

    2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    QUATERNAIRE PORTUGAL, CONSULTORIA PARA O DESENVOLVIMENTO S.A.

    outubro de 2014

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    2

    INDICE

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    3

    1. Enquadramento .................................................................................................................................. 10

    2. Introduo ........................................................................................................................................... 11

    3. Objetivos e Metodologia ..................................................................................................................... 13

    3.1. Objetivos .......................................................................................................................................... 13

    3.2. Metodologia ..................................................................................................................................... 14

    4. Objeto de Avaliao ............................................................................................................................ 19

    4.1. Descrio do Objeto de Avaliao................................................................................................... 19

    4.2. Questes Estratgicas, Ambientais e de Sustentabilidade da AAE (QAS) .................................... 24

    5. Quadro de Referncia Estratgico ..................................................................................................... 30

    6. Anlise e Avaliao por Fatores Crticos para a Deciso .................................................................. 35

    6.1. Competitividade e I&d&I .................................................................................................................. 38

    6.1.1 Introduo ................................................................................................................................. 38

    6.1.2 Objetivos e Indicadores ............................................................................................................ 39

    6.1.3 Situao atual ........................................................................................................................... 42

    6.1.4 Tendncias de Evoluo sem POR Centro ............................................................................. 52

    6.1.5 Avaliao Estratgica de Efeitos .............................................................................................. 52

    6.1.6 Recomendaes....................................................................................................................... 64

    6.2. Energia ............................................................................................................................................. 65

    6.2.1 Introduo ................................................................................................................................. 65

    6.2.2 Objetivos e Indicadores ............................................................................................................ 65

    6.2.3 Situao Atual .......................................................................................................................... 66

    6.2.4 Tendncias de Evoluo sem POR Centro ............................................................................. 73

    6.2.5 Avaliao Estratgica de Efeitos .............................................................................................. 73

    6.2.6 Recomendaes....................................................................................................................... 82

    6.3. Qualificao Territorial ..................................................................................................................... 86

    6.3.1 Introduo ................................................................................................................................. 86

    6.3.2 Objetivos e Indicadores ............................................................................................................ 86

    6.3.3 Situao Atual .......................................................................................................................... 86

    6.3.4 Tendncias de Evoluo sem POR Centro ............................................................................. 91

    6.3.5 Avaliao Estratgica de Efeitos .............................................................................................. 92

    6.3.6 Recomendaes..................................................................................................................... 102

    6.4. Proteo e Valorizao dos Recursos Naturais e Patrimnio ....................................................... 104

    6.4.1 Introduo ............................................................................................................................... 104

    6.4.2 Objetivos e Indicadores .......................................................................................................... 105

    6.4.3 Situao Atual ........................................................................................................................ 106

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    4

    6.4.4 Tendncias de Evoluo sem POR Centro ........................................................................... 136

    6.4.5 Avaliao Estratgica de Efeitos ............................................................................................ 137

    6.4.6 Recomendaes..................................................................................................................... 150

    6.5. Capital Humano, Incluso Ativa e Desenvolvimento Social .......................................................... 152

    6.5.1 Introduo ............................................................................................................................... 152

    6.5.2 Objetivos e Indicadores .......................................................................................................... 152

    6.5.3 Situao Atual ........................................................................................................................ 155

    6.5.4 Tendncias de Evoluo sem POR Centro ........................................................................... 158

    6.5.5 Avaliao Estratgica de Efeitos ............................................................................................ 158

    6.5.6 Recomendaes..................................................................................................................... 167

    6.6. Qualidade Ambiental ..................................................................................................................... 169

    6.6.1 Introduo ............................................................................................................................... 169

    6.6.2 Objetivos e Indicadores .......................................................................................................... 169

    6.6.3 Situao Atual ........................................................................................................................ 170

    6.6.4 Tendncias de Evoluo sem POR Centro ........................................................................... 173

    6.6.5 Avaliao Estratgica de Efeitos ............................................................................................ 173

    6.6.6 Recomendaes..................................................................................................................... 181

    6.7. Riscos e Resilincia e Adaptao s Alteraes Climticas ......................................................... 183

    6.7.1 Introduo ............................................................................................................................... 183

    6.7.2 Objetivos e Indicadores .......................................................................................................... 183

    6.7.3 Situao Atual ........................................................................................................................ 184

    6.7.4 Tendncias de Evoluo sem POR Centro ........................................................................... 192

    6.7.5 Avaliao Estratgica de Efeitos ............................................................................................ 192

    6.7.6 Recomendaes..................................................................................................................... 199

    7. Elementos Tranversais de Sustentabilidade .................................................................................... 203

    8. Quadro de Governana para a Ao ................................................................................................ 204

    9. Seguimento e Monitorizao ............................................................................................................ 211

    9.1. Enquadramento ............................................................................................................................. 211

    9.2. Metodologia de Seguimento .......................................................................................................... 211

    9.2.1 Orientaes Metodolgicas .................................................................................................... 211

    9.2.2 Monitorizao Regional .......................................................................................................... 212

    9.2.3 Monitorizao estratgica ...................................................................................................... 219

    9.3. Implementao do Seguimento ..................................................................................................... 220

    10. Sumrio da AAE ............................................................................................................................. 221

    10.1. Sntese dos principais efeitos estratgicos ................................................................................. 224

    10.2. Sntese dos principais EFEITOS ................................................................................................. 228

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    5

    INDICE DE QUADROS

    Quadro 4.1 Eixos Prioritrios, Prioridades de Investimento e Objetivos Especficos do POR Centro (Fonte: Programa Operacional da Regio do Centro 2014 2020) ................................................................................................................ 20

    Quadro 4.2 Articulao entre os Eixos Prioritrios da proposta de POR Centro e as Questes Ambientais e de Sustentabilidade identificadas ............................................................................................................................................ 28

    10.3. Sntese das principais recomendaes ....................................................................................... 231

    11. Concluses ..................................................................................................................................... 236

    12. Bibliografia Consultada ................................................................................................................... 238

    13. Anexos ............................................................................................................................................ 242

    13.1. Ponderao de Pareceres das ERAE ao RA Preliminar ............................................................. 242

    13.2. Eixos Prioritrios e Justificao de Seleo ................................................................................ 249

    13.3. Elementos que Corroboram a Fundamentao dos FCD propostos .......................................... 256

    13.4. Sntese dos Indicadores face Situao Atual ........................................................................... 263

    INDICE DE FIGURAS

    Figura 2.1 - Dimenses da AAE ................................................................................................................................................. 12 Figura 2.2 - Estrutura do Relatrio Ambiental da AAE do POR Centro ....................................................................................... 12 Figura 3.1 - Etapas da AAE previstas na legislao e principais produtos da AAE, do POR Centro............................................ 15 Figura 3.2 - Esquema do processo de definio dos Fatores Crticos para a Deciso ................................................................ 16 Figura 3.3 - Desenvolvimento do Relatrio Ambiental em torno dos Fatores Crticos para a Deciso ......................................... 17 Figura 3.4 - Articulao entre os processos da avaliao ex-ante, da AAE e elaborao do POR Centro................................... 18 Figura 6.1.1 - Distribuio geogrfica das empresas gazela de 2012 da Regio Centro (CCDRC, 2013a) ................................. 43 Figura 6.1.2 - Volume de negcios por setor de atividade na Regio Centro (INE, 2013b) ......................................................... 45 Figura 6.1.3 Nascimentos de empresas por atividade econmica (INE, 2013c) ....................................................................... 45 Figura 6.1.4 Valor acrescentado bruto () por atividade econmica (INE, 2013e) .................................................................... 46 Figura 6.1.5 Variao de vendas de produtos e ativos biolgicos, no perodo de 2010-2011, por atividade econmica (INE,

    2013f) ................................................................................................................................................................................ 47 Figura 6.2.1 Evoluo do consumo de energia eltrica por setor na NUT II Centro.................................................................. 68 Figura 6.2.2 Evoluo do consumo de gs natural nos distritos mais representativos da NUT II Centro .................................. 70 Figura 6.3.1 Evoluo das tipologias de obras no edificado da NUT II Centro ......................................................................... 89 Figura 6.4.1 Usos do Solo, 2006 (Fonte: Corine LC).............................................................................................................. 108 Figura 6.4.2 Carta de suscetibilidade desertificao (PCNPAN-UNCCD, 2007) .................................................................. 109 Figura 6.4.3 Carta de suscetibilidade desertificao (Fonte: AEA - SID, 2008) ................................................................... 110 Figura 6.4.4 Sistemas naturais da Regio Centro (Fonte: PROT-C) ...................................................................................... 111 Figura 6.4.5 Corredores ecolgicos na Regio Centro (Fonte: PROT-C) ............................................................................... 112 Figura 6.4.6 Distribuio das concesses mineiras na Regio Centro (Fonte: Cardoso, 2008) .............................................. 113 Figura 6.4.7 - Representao esquemtica da distribuio dos principais centros de explorao de massas minerais na Regio

    Centro (Fonte: Cardoso, 2008) ........................................................................................................................................ 114 Figura 6.4.8 Localizao das estncias termais na Regio Centro (Fonte: PROT-C) ............................................................. 116 Figura 6.4.9 Estado qumico das massas de gua superficiais na Regio Centro (Fonte: PGBH-Vouga, Mondego e Lis) ..... 117 Figura 6.4.10 Estado ou potencial ecolgico das massas de gua superficiais (Fonte: PGBH-Vouga, Mondego e Lis) ......... 117 Figura 6.4.11 Estado quantitativo das massas de gua subterrneas na Regio Centro (Fonte: PGBH-Vouga, Mondego e Lis)

    ........................................................................................................................................................................................ 118 Figura 6.4.12 Distribuio das reas florestais na Regio Centro (PROT-C) ......................................................................... 121 Figura 6.4.13 Distribuio das reas classificadas na Regio Centro (Fonte: PROT-C)......................................................... 123 Figura 6.4.14 Extenso da rea ardida em reas protegidas, por ano (Fonte: ICNF, 2014a) ................................................. 123 Figura 6.4.15 Distribuio da rea ardida em reas protegidas, por ano (Fonte: ICNF, 2014a) ............................................. 124 Figura 6.4.16 Evoluo da rea ardida na PNDI entre 2001 e 2013 (Fonte: ICNF, 2014) ...................................................... 125 Figura 6.4.17 rea ardida no PN do Douro Internacional, em 2013. (Fonte: ICNF, 2014) ...................................................... 125 Figura 6.4.18 Evoluo da rea ardida na PNSAC entre 2001 e 2013 (Fonte: ICNF, 2014) ................................................... 126 Figura 6.4.19 Evoluo da rea ardida na PNSE entre 2001 e 2013 (Fonte: ICNF, 2014) ..................................................... 126 Figura 6.4.20 Evoluo da rea ardida na PNTI entre 2001 e 2013 (Fonte: ICNF, 2014) ....................................................... 127 Figura 6.4.21 Evoluo da rea ardida na RNSM entre 2001 e 2013 (Fonte: ICNF, 2014) .................................................... 127 Figura 6.4.22 reas sensveis importantes do ponto de vista da conservao dos valores naturais (PROT-C) ...................... 128 Figura 6.4.23 Zonas de conflito / problema para a biodiversidade PROT-C) .......................................................................... 129 Figura 6.4.24 Zonas Produo cientfica nas universidades da Regio Centro: nmero de publicaes e nmero de citaes

    nas 13 principais reas, 2008-2012 (Fonte: Portugal 2020) ............................................................................................. 130 Figura 6.5.1 Variao da populao residente na regio Centro, entre 2001 e 2011. (INE, 2012) ......................................... 155 Figura 6.5.2 Taxa de emprego, por idade, sexo e nvel de ensino, no ano de 2013. (Fonte: INE, 2014) ................................ 156

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    6

    Quadro 5.1 Quadro de Referncia Estratgico do POR Centro ............................................................................................... 30 Quadro 5.2 Anlise da articulao entre o QRE e os Eixos Prioritrios do PO ......................................................................... 33 Quadro 6.1 FCD: descrio e critrios de avaliao para a AAE do POR Centro .................................................................... 35 Quadro 6.2 Articulao entre os FCD e as Questes Ambientais e de Sustentabilidade identificadas ..................................... 37 Quadro 6.1.1 Indicadores selecionados para o FCD Competitividade e I&D&I ...................................................................... 40 Quadro 6.1.2 Pedidos de invenes de origem portuguesa na Regio Centro......................................................................... 42 Quadro 6.1.3 Proporo da despesa em I&D no PIB (%) por setor de execuo ..................................................................... 42 Quadro 6.1.4 Distribuio das empresas gazela de 2012 por atividade econmica ................................................................. 44 Quadro 6.1.5 Nascimentos de empresas em sectores de alta e mdia-alta tecnologia ............................................................ 45 Quadro 6.1.6 - Anlise internalizao dos pontos fracos, pontos fortes, oportunidades e ameaas identificados no mbito do

    FCD Competitividade e I&D&I, no POR Centro ............................................................................................................... 48 Quadro 6.1.7 Avaliao estratgica de efeitos dos Eixo Prioritrios/Objetivos Temticos do POR Centro, relativamente ao

    FCD Competitividade e I&D&I ......................................................................................................................................... 53 Quadro 6.1.8 - Sntese das tendncias de evoluo dos indicadores definidos no mbito do FCD Competitividade e I&D&I ... 63 Quadro 6.1.19 Recomendaes no mbito do FCD Competitividade e I&D&I ....................................................................... 64 Quadro 6.2.1 Indicadores selecionados para o FCD Energia ................................................................................................ 65 Quadro 6.2.2 Consumo de combustveis nas principais atividades econmicas da NUT II Centro em 2012 ............................ 69 Quadro 6.2.3 - Anlise internalizao dos pontos fracos, pontos fortes, oportunidades e ameaas identificados no mbito do

    FCD Energia, no POR Centro ......................................................................................................................................... 71 Quadro 6.2.4 Avaliao estratgica de efeitos dos Eixo Prioritrios/Objetivos Temticos do POR Centro, relativamente ao

    FCD Energia ................................................................................................................................................................... 74 Quadro 6.2.5 - Sntese das tendncias de evoluo dos indicadores definidos no mbito do FCD Energia ............................. 82 Quadro 6.2.6 Recomendaes no mbito do FCD Energia ................................................................................................... 82 Quadro 6.3.1 Indicadores selecionados para o FCD Qualificao Territorial ......................................................................... 86 Quadro 6.3.2 - Edifcios por poca de construo com necessidades de reparao na NUT II Centro ....................................... 89 Quadro 6.3.3 - Anlise internalizao dos pontos fracos, pontos fortes, oportunidades e ameaas identificados no mbito do

    FCD Qualificao Territorial, no POR Centro .................................................................................................................. 90 Quadro 6.3.4 Avaliao estratgica de efeitos dos Eixo Prioritrios/Objetivos Temticos do POR Centro, relativamente ao

    FCD Qualificao Territorial ............................................................................................................................................ 93 Quadro 6.3.5 - Sntese das tendncias de evoluo dos indicadores definidos no mbito do FCD Qualificao Territorial .... 102 Quadro 6.3.6 Recomendaes no mbito do FCD Qualificao Territorial .......................................................................... 102 Quadro 6.4.1 Indicadores selecionados para o FCD Proteo e Valorizao dos Recursos Naturais e Patrimnio ............. 105 Quadro 6.4.2 Usos do Solo, 2006 (Fonte: Corine LC) ............................................................................................................ 107 Quadro 6.4.3 reas afetadas de acordo com o ndice de Sensibilidade Desertificao na Regio Centro (AEA - SDI, 2008))

    ........................................................................................................................................................................................ 109 Quadro 6.4.4 Pedreiras licenciadas, por tipo de material extrado, na regio Centro em 2008 (Fonte: Cardoso, 2008) ......... 114 Quadro 6.4.5 Estancias termais existentes na Regio Centro (Fonte: Turismo do Centro de Portugal, 2010 & Termas de

    Portugal, 2014) ................................................................................................................................................................ 115 Quadro 6.4.6 Estado ou potencial ecolgico e estado qumico das massas de gua superficiais e subterrneas (de acordo

    com a Lei da gua) (Fonte: PGBH-Vouga, Mondelo e Lis) .............................................................................................. 116 Quadro 6.4.7 Estado da qualidade das zonas balneares da Regio Centro (Fonte: Agncia Europeia do Ambiente, 2012). . 120 Quadro 6.4.8 Identificao das reas protegidas e classificadas presentes na Regio Centro (PROT-C) .............................. 121 Quadro 6.4.9 Percursos pedestres identificados em Castelo Branco / Naturtejo (Fonte: Turismo do Centro de Portugal, 2010a)

    ........................................................................................................................................................................................ 132 Quadro 6.4.10 Percursos pedestres identificados em Coimbra (Fonte: Turismo do Centro de Portugal, 2010a) .................... 132 Quadro 6.4.11 Percursos pedestres identificados em Aveiro (Fonte: Turismo do Centro de Portugal, 2010a) ....................... 133 Quadro 6.4.12 Percursos pedestres identificados em Viseu / Do Lafes (Fonte: Turismo do Centro de Portugal, 2010a) ... 133 Quadro 6.4.13 - Anlise internalizao dos pontos fracos, pontos fortes, oportunidades e ameaas identificados no mbito do

    FCD Proteo e Valorizao dos Recursos Naturais e Patrimnio, no POR Centro ...................................................... 134 Quadro 6.4.14 Avaliao estratgica de efeitos dos Eixo Prioritrios/Objetivos Temticos do POR Centro, relativamente ao

    FCD Proteo e Valorizao dos Recursos Naturais e Patrimnio ................................................................................ 138 Quadro 6.4.15 - Sntese das tendncias de evoluo dos indicadores definidos no mbito do FCD Proteo e Valorizao dos

    Recursos Naturais e Patrimnio ..................................................................................................................................... 149 Quadro 6.4.16 Recomendaes no mbito do FCD Proteo e Valorizao dos Recursos Naturais e Patrimnio .............. 150 Quadro 6.5.1 Indicadores selecionados para o FCD Capital Humano, Incluso Ativa e Desenvolvimento Social ................ 153 Quadro 6.5.2 - Anlise internalizao dos pontos fracos, pontos fortes, oportunidades e ameaas identificados no mbito do

    FCD Capital Humano, Incluso Ativa e Desenvolvimento Social, no POR Centro ......................................................... 157 Quadro 6.5.3 Avaliao estratgica de efeitos dos Eixo Prioritrios/Objetivos Temticos do POR Centro, relativamente ao

    FCD Capital Humano, Incluso Ativa e Desenvolvimento Social ................................................................................... 159 Quadro 6.5.4 - Anlise da sntese das tendncias de evoluo dos indicadores definidos no mbito do FCD Capital Humano,

    Incluso Ativa e Desenvolvimento Social ........................................................................................................................ 167 Quadro 6.5.5 Recomendaes no mbito do FCD Capital Humano, Incluso Ativa e Desenvolvimento Social ................... 168 Quadro 6.6.1 Indicadores selecionados para o FCD Qualidade Ambiental .......................................................................... 169 Quadro 6.6.2 - Anlise internalizao dos pontos fracos, pontos fortes, oportunidades e ameaas identificados no mbito do

    FCD Qualidade Ambiental, no POR Centro ................................................................................................................... 172 Quadro 6.6.3 Avaliao estratgica de efeitos dos Eixo Prioritrios/Objetivos Temticos do POCentro, relativamente ao FCD

    Qualidade Ambiental ..................................................................................................................................................... 175 Quadro 6.6.4 - Sntese das tendncias de evoluo dos indicadores definidos no mbito do FCD Qualidade Ambiental ....... 181 Quadro 6.6.5 Recomendaes no mbito do FCD Qualidade Ambiental ............................................................................. 182 Quadro 6.7.1 Indicadores selecionados para o FCD Riscos e Resilincia e Adaptao s Alteraes Climticas ............... 183 Quadro 6.7.2 - Anlise internalizao dos pontos fracos, pontos fortes, oportunidades e ameaas identificados no mbito do

    FCD Riscos e Resilincia e Adaptao s Alteraes Climticas, POR Centro ............................................................. 190

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    7

    Quadro 6.7.3 Avaliao estratgica de efeitos dos Eixo Prioritrios/Objetivos Temticos do POR Centro, relativamente ao FCD Riscos e Resilincia e Adaptao s Alteraes Climticas .................................................................................. 194

    Quadro 6.7.4 - Sntese das tendncias de evoluo dos indicadores definidos no mbito do FCD Riscos e Resilincia e Adaptao s Alteraes Climticas ............................................................................................................................... 199

    Quadro 6.7.5 Recomendaes no mbito do FCD Riscos e Resilincia e Adaptao s Alteraes Climticas .................. 199 Quadro 8.1 Quadro de Governana para a Ao no mbito da AAE do POR Centro ............................................................. 204 Quadro 8.2 Quadro de Governana para a Ao para concretizao das recomendaes da AAE do POR Centro. ............. 205 Quadro 9.1 Indicadores de monitorizao ou seguimento para o POR Centro....................................................................... 213 Quadro 9.2 Evoluo da intensidade dos efeitos previstos por fator crtico para a deciso .................................................... 219 Quadro 9.3 Evoluo da eficcia das recomendaes previstas no Relatrio Ambiental, por fator crtico para a deciso ...... 219 Quadro 10.1 Efeitos dos Objetivos Temticos do POR Centro sobre os indicadores, por FCD .............................................. 225 Quadro 10.2 Sntese dos principais efeitos positivos e negativos por FCD ............................................................................ 228 Quadro 10.3 Sntese das principais recomendaes por FCD ............................................................................................... 231 Quadro A12.1 Ponderao de Pareceres das ERAE ao RA Preliminar do POR Centro ......................................................... 242 Quadro A12.2 Objetivos Temticos da Politica de Coeso por Eixo prioritrio definidos no mbito do POR Centro e respetiva

    justificao ....................................................................................................................................................................... 250 Quadro 12.3.1 Matriz de articulao entre os Eixos Prioritrios do POR Centro e os FCD ..................................................... 257 Quadro 12.3.2 Matriz de articulao entre o QRE e os FCD .................................................................................................. 261 Quadro 12.4.1 Sntese de resultados da situao atual da AI do POR Centro, obtidos para o FCD Competitividade e I&D&I

    ........................................................................................................................................................................................ 263 Quadro 12.4.2 Sntese de resultados da situao atual da AI do POR Centro, obtidos para o FCD Energia ....................... 265 Quadro 12.4.3 Sntese de resultados da situao atual da AI do POR Centro, obtidos para o FCD Qualificao Territorial 265 Quadro 12.4.4 Sntese de resultados da situao atual da AI do POR Centro, obtidos para o FCD Capital Humano, Incluso

    Ativa e Desenvolvimento Social ...................................................................................................................................... 266 Quadro 12.4.5 - Sntese de resultados da situao atual da AI do POR Centro, obtidos para o FCD Proteo e Valorizao dos

    Recursos Naturais e Patrimnio ..................................................................................................................................... 268 Quadro 12.4.6 Sntese de resultados da situao atual da AI do POR Centro, obtidos para o FCD Qualidade Ambiental ... 270 Quadro 12.4.7 Sntese de resultados da situao atual da AI do POR Centro, obtidos para o FCD Riscos e Resilincia e

    Adaptao s Alteraes Climticas ............................................................................................................................... 270

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    8

    SIGLAS E ACRNIMOS

    AAE Avaliao Ambiental Estratgica AI rea de Interveno AEA Avaliao Ex-Ante DA Declarao Ambiental EB Estratgia de Biodiversidade ECO.AP Programa Especifico de Eficincia Energtica da Administrao Pblica EDR Estratgia de Desenvolvimento Regional EICS Estratgia: Inovao para um Crescimento Sustentvel: Bioeconomia para a Europa ENAAC - Estratgia Nacional de Adaptao s Alteraes Climticas ENCNB - Estratgia Nacional de Conservao da Natureza e da Biodiversidade ENDS Estratgia Nacional de Desenvolvimento Sustentvel ENE Estratgia Nacional para a Energia ENGIZC - Estratgia Nacional para a Gesto Integrada da Zona Costeira ENM - Estratgia Nacional para o Mar EP Eixo Prioritrio ERAE Entidades com responsabilidades ambientais especficas ETPS Estratgia Temtica de Proteo do Solo FCD Fatores Crticos para a Deciso FEDER Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional FEEI Fundos Europeus e Estruturais de Investimento FSE Fundo Social Europeu GEE Gases com Efeito de Estufa IBA Important Bird Areas I&D Investimento e Desenvolvimento I&DT - Investimento e Desenvolvimento Tecnolgico I&I Investimento e Inovao JESSICA Joint European Support for Sustainable Investment in City Areas NUT Nomenclatura de Unidade Territoriais PANCD - Programa Nacional de Combate Desertificao PAR Plano de Ao Regional PAU Programa geral de Ao da Unio PEAASAR Plano Estratgico de Abastecimento de gua e Saneamento de guas Residuais PENT Plano Estratgico Nacional do Turismo PERSU Plano Estratgico para os Resduos Slidos Urbanos PET - Plano Estratgico dos Transportes PGBH Plano de Gesto de Bacia Hidrogrfica PGRH Plano de Gesto da Regio Hidrogrfica PI Prioridade de Investimento PIB Produto Interno Bruto PME Pequenas e Mdias Empresas PNAEE Plano Nacional de Ao para a Eficincia Energtica PNAAS Plano Nacional de Ao Ambiente e Sade PNAC Programa Nacional para as Alteraes Climticas PNPOT Programa Nacional de Politica de Ordenamento do Territrio PNUEA Programa Nacional de Uso Eficiente de gua POR Programa Operacional Regional POOC Plano de Ordenamento da Orla Costeira PROT Plano Regional de Ordenamento do Territrio PSRN 2000 Plano Setorial para a Rede Natura 2000 QAH Quadro de Ao de Hyogo QAS Questes Ambientais e de Sustentabilidade QEC Quadro Estratgico Comum QRE Quadro de Referncia Estratgico RA Relatrio Ambiental RAN Reserva Agrcola Nacional RDA Relatrio de Definio de mbito RECRIA Regime Especial de Comparticipao na Recuperao de Imveis REEUR - Roteiro para uma Europa Eficiente na utilizao de recursos REN Reserva Ecolgica Nacional RIS Estratgia de Investigao e Inovao para uma Especializao Inteligente RNAP Rede Nacional de reas Protegidas RSI Rendimento Social de Insero RTE-T Rede transeuropeia de transporte SDI - ndice de Sensibilidade Desertificao SEUR - Sustentabilidade e Eficincia no Uso de Recursos

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    9

    TICE Tecnologias de Informao, Comunicao e Eletrnica UE Unio Europeia ZPE Zona de Proteo Especial

    SIGLAS DE ACRNIMOS DE ENTIDADES

    ADC Agncia para o Desenvolvimento e Coeso, I.P. ADENE Agncia para a Energia APA Agncia Portuguesa do Ambiente, I.P. CCDR Comisso de Coordenao e Desenvolvimento Regional DGEG Direo-geral de Energia e Geologia DGOTDU Direo-Geral do Ordenamento do Territrio e Desenvolvimento Urbano DGT Direo-Geral do Territrio ICNF Instituto da Conservao da Natureza e das Florestas, I. P. DGPC Direo Geral do Patrimnio Cultural INE Instituto Nacional de Estatstica, I. P. INPI Instituto Nacional da Propriedade Industrial, I. P. IPCC Intergovernmental Painel on Climate Change UNESCO - Organizao das Naes Unidas para a Educao, a Cincia e a Cultura

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO

    PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    1. ENQUADRAMENTO

    O presente documento pretende concretizar a Avaliao Ambiental Estratgica (AAE) do Programa Operacional Regional do Centro 2014 2020 (adiante designado por POR Centro), procurando respeitar a legislao em vigor, nomeadamente o Decreto-Lei n. 232/2007, de 15 de junho, que transps para a ordem jurdica interna a Diretiva 2001/42/CE, relativa avaliao dos efeitos de determinados planos e programas estratgicos no ambiente.

    fundamental referir que este Relatrio Ambiental resultou da consulta pblica e dos pareceres recebidos das Entidades com Responsabilidade Ambientais Especificas consultadas ao abrigo da legislao portuguesa, no quadro especfico do processo de avaliao ambiental. Esta consulta pblica foi realizada tendo por base a verso do Programa Operacional de abril de 2014, sendo que a verso final do Relatrio Ambiental tambm se reporta a essa mesma verso, aps essas consultas. Assim, considerando que foi entretanto produzida outra verso do POR, com base em alteraes posteriores, registam-se algumas discrepncias em relao verso mais atual do POR, que foi alterada numa fase posterior a este Relatrio. Essas alteraes tero que ser vertidas em sede da Declarao Ambiental, que deve ser produzida com base na verso final do POR Centro que ser aprovada.

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    11

    2. INTRODUO

    O Decreto-Lei n. 232/2007, de 15 de junho, alterado pelo Decreto-Lei n. 58/2011, de 4 de maio, transpe para regime jurdico nacional a Diretiva 2001/42/CE, relativa avaliao dos efeitos de determinados planos e programas no ambiente Diretiva de Avaliao Ambiental Estratgica

    1 (AAE)

    adotada em julho de 2001, sendo aplicvel a todos os planos ou programas abrangidos pelo artigo 3., nomeadamente:

    a) Os planos e programas para os sectores da agricultura, floresta, pescas, energia, indstria, transportes, gesto de resduos, gesto das guas, telecomunicaes, turismo, ordenamento urbano e rural ou utilizao dos solos e que constituam enquadramento para a futura aprovao de projetos mencionados nos anexos I a IV do presente diploma e que dele fazem parte integrante;

    b) Os planos e programas que, atendendo aos seus eventuais efeitos numa rea sensvel, devam ser sujeitos a uma avaliao de incidncias ambientais nos termos do presente diploma e de mais legislao aplicvel;

    c) Os planos e programas que, no sendo abrangidos pelas alneas anteriores, constituam enquadramento para a futura aprovao de projetos e que sejam qualificados como suscetveis de ter efeitos significativos no ambiente.

    No mbito especfico da presente AAE do POR Centro, esta inclui-se na alnea c): planos e programas qualificados como suscetveis de ter efeitos significativos no ambiente.

    A preparao do POR Centro para o perodo de programao 2014-2020, dos Fundos Europeus e Estruturais e de Investimento (FEEI), dever ser acompanhada por um processo de AAE cujas elegibilidades previstas apresentem uma evidncia de materialidade que impliquem efeitos no ambiente, nos termos designadamente do n. 5 do artigo 3. da Diretiva 42/2001/CE/, de 27 de junho, e de acordo com os critrios de significncia enunciados no Anexo II desta diretiva.

    A realizao de uma avaliao ambiental ao nvel da elaborao do PO Centro pretende garantir que os potenciais efeitos ambientais so tomados em considerao durante esta fase e antes da sua aprovao, contribuindo para assegurar uma viso estratgica e uma perspetiva alargada em relao s questes ambientais, num quadro alargado de sustentabilidade; assegurar a integrao das questes ambientais no processo de deciso; auxiliar na identificao, seleo e justificao das opes ganhadoras face aos objetivos de ambiente e desenvolvimento; identificar problemas e oportunidades, bem como sugerir programas de gesto e monitorizao estratgica; assegurar o envolvimento de todas as partes interessadas, assim como processos participativos e transparentes.

    A AAE vem, assim, incorporar a lgica de responsabilizao, participao e transparncia que determina, juntamente com os processos de avaliao ex-ante, que processos como o POR Centro, que apresenta ciclos de deciso prprios e legalmente contextualizados, possa ser eficazmente elaborado, implementado e monitorizado. Nesse quadro, a metodologia proposta para a AAE da elaborao do PO Centro pretende concretizar uma abordagem estratgica, com respeito integral pelas orientaes emanadas da legislao em vigor, e estruturada de acordo com as dimenses desenvolvidas e referenciadas pela bibliografia especializada: tcnica, de processo e de comunicao (Figura 2.1).

    1 Um documento da antiga Direo-Geral do Ambiente refere que embora o termo "estratgica" no figure nem no ttulo nem

    no texto da diretiva, esta frequentemente designada por "Diretiva Avaliao Ambiental Estratgica" (ou Diretiva AAE), porque se trata da avaliao ambiental a um nvel mais estratgico do que o dos projetos (que so tratados na Direo de Avaliao de Impacte Ambiental) (CE, 2004).

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    12

    Dimenso TcnicaAssegura a focagem tcnica da AAE,

    determinando o seu alcance, a

    discusso de opes estratgicas,

    avaliao de oportunidades e riscos, a

    apresentao de recomendaes e a

    definio de aspectos a verificar no

    processo de implementao

    Dimenso de

    ComunicaoPromove a acessibilidade da AAE a

    todas as partes interessadas,

    focando-se nos vrios tipos de

    pblicos a envolver, na forma de

    comunicao, no mtodo de

    calendarizao de envolvimento

    Dimenso de ProcessoGarante a articulao entre o

    processo de AAE e o processo de

    planeamento, incluindo as condies

    polticas e tcnicas de conduo da

    AAE

    Figura 2.1 - Dimenses da AAE

    A incorporao das vrias dimenses no processo de AAE desenvolvida na descrio metodolgica e dotam todo o processo de anlise da flexibilidade necessria para adaptao a diferentes tipologias de planos e programas.

    A estrutura adotada para elaborao da presente AAE, bem como respetivas metodologias, foram definidas com base no Caderno de Encargos relativamente ao processo de avaliao ambiental (Figura 2.2).

    Figura 2.2 - Estrutura do Relatrio Ambiental da AAE do POR Centro

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    13

    3. OBJETIVOS E METODOLOGIA

    3.1. OBJETIVOS

    A Diretiva 2001/42/CE, que foi objeto de transposio nacional atravs do Decreto-Lei n. 232/2007, de 15 de junho, muito clara ao definir que o objetivo global de uma AAE consiste em:

    estabelecer um nvel elevado de proteo do ambiente e contribuir para a integrao das consideraes ambientais na preparao e aprovao de planos e programas, com vista a promover um desenvolvimento sustentvel (artigo 1.).

    Assim, o processo da AAE deve contribuir para a adoo dum conjunto de solues e medidas que permitam reduzir os efeitos negativos mais significativos no ambiente que resultem da aplicao do PO Centro em avaliao.

    Neste contexto, e em consonncia com as boas prticas e experincia nacional recente em matria de AAE

    2, os objetivos que presidiro realizao da AAE, e conforme o respetivo Caderno de

    Encargos, so:

    1. Assegurar uma viso estratgica e uma perspetiva alargada em relao s questes ambientais, num quadro de sustentabilidade;

    2. Assegurar a integrao das questes ambientais no processo de deciso, enquanto as opes ainda esto em discusso;

    3. Auxiliar na identificao, seleo e justificao de opes ganhadoras (win-win) face aos objetivos de ambiente e desenvolvimento;

    4. Detetar problemas e oportunidades, sugerir programas de gesto e monitorizao estratgica;

    5. Assegurar processos participados e transparentes, que envolvam todos os agentes relevantes;

    6. Produzir contextos de desenvolvimento mais adequados a futuras propostas de desenvolvimento.

    Deste conjunto de objetivos importa realar dois tipos de influncia que se pretendem com a AAE:

    Influenciar a forma final do POR Centro (ponto 1 e Ponto 2), de modo a que este privilegie eixos e medidas que potenciem impactes ambientais positivos, em alternativa a outros que se identificaram como causadores de impactes ambientais negativos.

    O segundo tipo de influncia, orientada j para a fase de implementao do POR Centro e relacionada com o ponto 6, baseia-se na definio de critrios para seleo de projetos no mbito do POR. Esta influncia, j muito especfica, permitir s equipas que trabalham na

    2 Antunes et al. (2007). Relatrio Ambiental da Avaliao Ambiental Estratgica das Intervenes Estruturais Cofinanciadas pelo

    Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional e/ou pelo Fundo de Coeso, Quadro de Referncia Estratgico Nacional (2007-2013), Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Caparica. Videira et al. (2007). Relatrio Ambiental da Avaliao Ambiental Estratgica do Programa Operacional das Pescas 2007-2013, Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Caparica. Greening Regional Development Programmes Network (GRDP) (2006). Handbook on SEA for Cohesion Policy 2007-2013. Greening Regional Development Programmes Network, Exeter, United Kingdom. APA (2012). Guia de melhores prticas para Avaliao Ambiental Estratgica orientaes metodolgicas para um pensamento estratgico em AAE, Agncia Portuguesa do Ambiente, Amadora. DGOTDU (2003). Guia para Avaliao Estratgica de Impactes em Ordenamento do Territrio, Lisboa.

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    14

    implementao do POR, disporem de orientaes que assegurem uma adequada integrao de objetivos de natureza ambiental.

    Na sequncia dos objetivos preconizados, a AAE pretende intervir em duas fases do POR Centro:

    a) Durante o seu processo de elaborao: permitindo identificar e privilegiar as opes de natureza estratgica que potenciem os efeitos positivos ou que minimizem os efeitos negativos mais significativos, promover a adoo de opes que contribuam eficazmente para a sustentabilidade do POR, sistematizar o quadro de problemas ambientais atualmente existentes e a respetiva evoluo tendencial, bem como o quadro de valores ambientais a preservar, em articulao com o restante processo de avaliao ex-ante;

    b) Durante o seu processo de implementao e monitorizao estratgica: atravs do desenvolvimento de ferramentas de avaliao e elaborao de recomendaes, que assegurem uma adequada integrao de objetivos de sustentabilidade do POR, e que potenciem um processo de melhoria contnua durante o seu perodo de vigncia.

    Em sntese, pretendeu-se que os resultados da AAE, incluindo os contributos do respetivo processo de consulta pblica, influenciassem positivamente a proposta do POR Centro, garantindo uma maior sustentabilidade do modelo programtico e de interveno proposto quer para os sectores especficos do Programa, quer para a rea do territrio, Regio Centro, que este abrange.

    3.2. METODOLOGIA

    Apresenta-se neste subcaptulo uma sntese da metodologia adotada para o presente processo de AAE (desenvolvida de forma mais detalhada em sede do Relatrio de Definio de mbito), que procura respeitar a estrutura e os princpios metodolgicos emanados da legislao em vigor.

    Neste contexto, o esquema da Figura 3.1 ilustra o encadeamento do processo de AAE e sistematiza as etapas bases da metodologia adotada, expressas na legislao, estruturada em trs momentos distintos: Definio de mbito, Avaliao Estratgica de Efeitos e Seguimento

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    15

    CO

    MP

    ON

    EN

    TE

    S D

    E P

    RO

    CE

    SS

    O:

    EL

    AB

    OR

    A

    O

    DO

    PO

    CE

    NT

    RO

    FASES PRINCIPAIS DO PROCESSO DE AAE E TAREFAS

    ASSOCIADAS

    FASE 1

    DEFINIO DE

    MBITO

    FASE 2

    AVALIAO

    ESTRATGICA

    DE EFEITOS

    FASE 3

    SEGUIMENTO

    1.1. Identificao das

    orientaes estratgicas nos

    domnios relevantes para a

    avaliao constantes da

    proposta do PO e de outros

    planos e estratgias

    1.2. Identificao dos

    objetivos globais de

    ambiente e sustentabilidade

    que completam o quadro de

    referncia estratgico da

    AAE

    1.3. Definio dos fatores ambientais e de sustentabilidade, objetivos e indicadores relevantes para a AAE, nos quais se

    basear a avaliao

    2.1. Avaliao da situao existente e anlise de tendncias

    2.3. Avaliao estratgica dos efeitos do PO e

    recomendaes

    2.4. Orientaos e metodologia para a gesto e

    monitorizao estratgica da AAE do PO

    Relatrio Inicial - Relatrio de Definio de mbito (RDA)

    Relatrio Ambiental (RA) Preliminar e Resumo No

    Tcnico (RNT)

    2.5. Incorporao dos resultados da consulta pblica e das ERAE no RA.

    Declarao Ambiental (DA)

    Implementao do programa de seguimento da AAE e da

    gesto e monitorizao ambiental estratgica do PO.

    Elaborao de relatrios anuais de comunicao de

    resultados de controlo APA.

    RA e RNT - Verso Final (aps consulta)

    2.2. Avaliao das opes da proposta de PO

    Relatrios de Monitorizao do PO

    CO

    MP

    ON

    EN

    TE

    S D

    E C

    ON

    SU

    LT

    A

    S E

    RA

    E E

    PA

    RT

    ICIP

    A

    O

    P

    BL

    ICA

    Figura 3.1 - Etapas da AAE previstas na legislao e principais produtos da AAE, do POR Centro

    Fase 1 | Definio de mbito

    Esta fase permitiu desenvolver um enquadramento do projeto que facultou equipa da AAE os dados necessrios para a definio de um conjunto de fatores de natureza estratgica (Fatores Crticos para a Deciso) com base nos quais se processou a avaliao de efeitos propriamente dita, durante a Fase 2.

    Neste contexto, o processo de definio dos Fatores Crticos para a Deciso pode ser sistematizado de acordo com a Figura 3.2, onde ilustrado o caminho que permitiu definir o mbito da avaliao a realizar, com base na ponderao de um conjunto de questes ambientais, presentes quer na Diretiva 2001/42/CE, quer no Decreto-Lei n. 232/2007, e outros elementos desenvolvidos.

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    16

    Fatores Crticos para a Deciso

    Modelo Operacional e de Programao

    Representam um dos corolrios da definio do mbito, constituindo os vetores de avaliao da AAE.

    Representa aspetos especficos do modelo e estratgia programtica, eixos prioritrios e objetivos especficos e temticos assumidos, definindo os sistemas que balizam a AAE.

    Questes Estratgicas e contextuais

    Reflete, por um lado a viso estratgica do PO, e por outro a sua natureza interventiva e o contexto do territrio abrangido.

    Quadro de Referncia Estratgico

    Define o enquadramento do PO perante os instrumentos e polticas relacionadas com os fatores ambientais e de sustentabiliade relevantes para a AAE.

    Fatores Ambientais Ponto de partida para a AAE, constituem as questes ambientais referidas na legislao aplicvel.

    Processo de Definio de mbito

    Figura 3.2 - Esquema do processo de definio dos Fatores Crticos para a Deciso

    Desta anlise integrada, articulada com a ponderao dos pareceres recebidos no seguimento da consulta da verso final do RDA a diversas entidades com responsabilidades ambientais especficas (ERAE), bem como com as questes estratgicas e ambientais identificadas como significativas para a rea de interveno, resultou ento a proposta do conjunto de fatores crticos para a deciso relevantes, utilizados para estruturar a avaliao dos efeitos ambientais de natureza estratgica dos pressupostos base das estratgias e linhas de ao subjacentes proposta do POR Centro.

    Fase 2 | Avaliao Estratgica de Efeitos (Presente Fase)

    Uma vez recebido o parecer das entidades consultadas na fase de definio de mbito, e ponderadas as respetivas recomendaes, a Fase 2, cujo primeiro produto o Relatrio Ambiental (RA) Preliminar, vem aprofundar o resultado da Fase 1, com um conjunto de anlises sobre os FCD, relativamente a diversos parmetros, como ilustrado na Figura 3.3, e aos respetivos efeitos (ameaas e oportunidades) resultantes do POR Centro.

    O RA Preliminar foi submetido a consulta das ERAE, tal como previsto no n. 1 do artigo 7. do Decreto-Lei n. 232/2007, de 15 de junho, bem como s instituies ou especialistas de reconhecido mrito na atividade objeto de consulta e ao pblico em geral. Aps esta consulta, e com base na ponderao e integrao dos pareceres e recomendaes emitidos (Anexo 13.1) foi elaborada a presente verso do RA Final.

    Posteriormente, e aps a entrega do RA verso Final ser elaborada a Declarao Ambiental (DA) que, de acordo com o Decreto-Lei n. 232/2007, de 15 de junho, deve conter:

    Uma sntese relativa s consideraes ambientais do Relatrio Ambiental que foram integradas no Programa;

    As observaes apresentadas pelas entidades consultadas, na fase de discusso pblica e o resultado da respetiva ponderao;

    As razes que fundaram a aprovao da proposta de POR luz das outras alternativas razoveis abordadas aquando da respetiva elaborao;

    As medidas de controlo previstas.

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    17

    Sntese de OportunidadesSntese de Riscos

    Sntese de RecomendaesOrientaes para a Fase de Seguimento

    Fatores Crticos para a Deciso

    Objetivos

    Indicadores

    SituaoAtual

    Anlise deTendncias

    sem PO

    Oportuni-dades

    Riscos

    Recomen-daes

    Fatores Crticos para a Deciso

    Objetivos

    Indicadores

    SituaoAtual

    Anlise deTendncias

    sem PO

    Oportuni-dades

    Riscos

    Recomen-daes

    Fatores Crticos para a Deciso

    Objetivos

    Indicadores

    SituaoAtual

    Anlise deTendncias

    sem PO

    Oportuni-dades

    Riscos

    Recomen-daes

    Fatores Crticos para a Deciso

    Objetivos

    Indicadores

    SituaoAtual

    Anlise deTendncias

    sem PO

    Oportuni-dades

    Riscos

    Recomen-daes

    Fatores Crticos para a Deciso

    Objetivos

    Indicadores

    SituaoAtual

    Anlise deTendncias

    sem PO

    Oportuni-dades

    Riscos

    Recomen-daes

    Figura 3.3 - Desenvolvimento do Relatrio Ambiental em torno dos Fatores Crticos para a Deciso

    Fase 3 | Seguimento

    A Fase de Seguimento iniciar-se- com a execuo da avaliao e controlo dos efeitos significativos no ambiente, decorrentes da aplicao /execuo do Programa Operacional, verificando se esto a ser adotadas as medidas constantes na DA. So utilizados indicadores de execuo e monitorizao de acordo com a metodologia definida no Captulo 9.

    Em sntese, a Figura 3.4 apresenta a articulao metodolgica entre cronograma de execuo da AAE e os trabalhos da avaliao ex-ante do POR e da elaborao do prprio POR.

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    18

    PO AAE

    Elaborao do Relatrio Inicial da AAE

    (Definio de mbito (RDA))

    PO (em processo de elaborao)

    . Anlise dos elementos produzidos da avaliao ex-

    ante; anlise bibliogrfica do sector e territrio do

    PO; consultas/entrevistas a stakeholders sobre

    relevncia e objetivos do PO.

    Elaborao do Relatrio Ambiental

    Preliminar da AAE

    Consulta a entidades1 e

    Participao Pblica

    PO (verso para aprovao)

    Evo

    lu

    o d

    a A

    rtic

    ula

    o d

    o P

    roce

    sso

    de

    De

    cis

    o

    e tro

    ca

    de

    in

    form

    a

    o Entrega Relatrio Inicial da AAE (Definio de mbito (RDA))

    . Anlise dos elementos produzidos da avaliao ex-

    ante; anlise bibliogrfica, de indicadores e

    diagnstico do sector e territrio do PO; consultas/

    entrevistas a stakeholders sobre relevncia e

    objetivos do PO; reunies com equipa do PO e

    avaliao ex-ante.

    . Anlise do Relatrio Ambiental Preliminar com

    equipa do PO e avaliao ex-ante.

    Avaliao ex-ante

    Elaborao do Relatrio Inicial Avaliao

    ex-ante

    . Anlise da estratgia do PO

    . Desk research

    . Entrevistas

    . Focus group

    Elaborao do Relatrio Preliminar da

    Avaliao ex-ante

    . Anlise da coerncia do PO, de articulao entre

    medidas e resultados esperados, de governao, de

    recursos financeiros e indicadores de monitorizao

    e avaliao

    . Entrevistas

    . Workshops

    . Anlise do Relatrio Inicial - RDA com equipa do PO

    e avaliao ex-ante, entrega e consulta s ERAE1.

    Articulao

    Entrega Relatrio Inicial da Avaliao ex-

    ante

    Entrega Relatrio Ambiental Preliminar

    Entrega Relatrio Preliminar da Avaliao

    ex-ante

    Elaborao do Relatrio Ambiental Final da

    AAE

    . Anlise e incorporao dos resultados da

    auscultao pblica e das ERAE AAE, e anlise

    conjunta com a equipa da avaliao ex-ante e PO e

    da AAE.

    Entrega Relatrio Ambiental Final

    Elaborao do Relatrio Final da Avaliao

    ex-ante

    Entrega da Declarao Ambiental

    . Anlise de indicadores de monitorizao e

    avaliao

    . Entrevistas

    . Workshops

    . Anlise do PO relativamente Estratgia Europa

    2020

    Entrega Relatrio Final da Avaliao ex-

    ante

    Articulao

    Articulao

    Articulao do Processo de DecisoArticulao do Processo de Deciso e de troca de informao

    1 Entidades com Responsabilidades Ambientais Especficas e outras entidades ou indivudos de

    reconhecido mrito na atividade objeto da consulta

    Articulao de processos, deciso e troca de informaes

    Legenda:

    Figura 3.4 - Articulao entre os processos da avaliao ex-ante, da AAE e elaborao do POR Centro

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    19

    4. OBJETO DE AVALIAO

    4.1. DESCRIO DO OBJETO DE AVALIAO

    No mbito da preparao do perodo de programao financeira da Politica de Coeso da Unio Europeia para 2014 2020, a Comisso de Coordenao e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), incumbida pelo Governo de Portugal, juntamente com os atores locais e regionais, est a definir uma estratgia de desenvolvimento regional para o futuro do CENTRO de PORTUGAL CRER 2020.

    Neste sentido, a Estratgia de Desenvolvimento Regional (EDR) delineada no Plano de Ao Regional (PAR) 2014-2020 e nas opes assumidas nos termos da Estratgia de Investigao e Inovao para uma Especializao Inteligente (RIS3), assumindo-se como principais elementos para o desenvolvimento do Programa Operacional Regional do Centro (POR Centro).

    Estes pilares constituem a Estratgia de Desenvolvimento Regional - Competitividade Responsvel, Estruturante e Resiliente (CRER) 2020, validada no mbito do Novo QREN designado Quadro Estratgico Comum (QEC) .

    Assim, tendo em considerao a Estratgia "Europa 2020", as opes nacionais em termos de poltica de coeso a Estratgia de Desenvolvimento Regional (2014 2020) prope-se incidir em sete prioridades nucleares:

    Sustentar e Reforar a Criao de Valor;

    Estruturar uma Rede Policntrica de Cidades de Mdia Dimenso;

    Afirmar um Tecido Econmico Resiliente, Industrializado e Exportador;

    Reforar a Coeso Territorial;

    Gerar, Captar e Reter Talento Qualificado e Inovador;

    Dar Vida e Sustentabilidade s Infraestruturas Existentes;

    Consolidar a Capacitao Institucional.

    O PAR 2014-2020 operacionaliza a estratgia de desenvolvimento regional em cinco eixos de atuao:

    Promover a internacionalizao da economia regional e a afirmao de um tecido econmico resiliente, industrializado, inovador e qualificado;

    Reforar o potencial humano e a capacitao institucional das entidades regionais;

    Fortalecer a coeso social e territorial, potenciando a diversidade e os recursos endgenos;

    Consolidar a atratividade e a qualidade de vida nos territrios e; Afirmar a sustentabilidade dos recursos e a descarbonizao.

    A Estratgia de Investigao e Inovao para uma Especializao Inteligente do Centro de Portugal (RIS3 - Research and Innovation Strategies for Smart Specialisation) apresenta-se como uma agenda de transformao econmica integrada de base local, que tem como ponto de partida a identificao das caractersticas e ativos especficos da Regio Centro, com especial foco para as fileiras da

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    20

    agricultura e floresta, mar, turismo, inovao rural, inovao social, materiais, sade e bem-estar, biotecnologia, energia e tecnologias de informao, comunicao e eletrnica (TICE), para, atravs de um processo sustentado e participado por todos os agentes regionais relevantes, estabelecer uma viso de futuro sustentvel para o territrio. Salienta-se ainda que a Estratgia de Investigao e Inovao para uma Especializao Inteligente de Portugal integra de forma coerente a RIS Centro, identificando os domnios e espaos de articulao e de especializao de carter transversal. Estas estratgias articulam-se ainda com as estratgias sectoriais definidas no mbito do Governo.

    O POR Centro, financiado pelo FEDER e pelo FSE, apresenta-se estruturado em Eixos Prioritrios (EP), definidos de acordo com as prioridades de desenvolvimento da Regio Centro, estabelecidas e assumidas no PAR 2014-2020, as prioridades de desenvolvimento nacionais, consubstanciadas no Acordo de Parceria.

    Perante estes desafios, o POR Centro em avaliao, constitudo pelos seguintes Eixos Prioritrios:

    Eixo Prioritrio 1: Competitividade e Internacionalizao da Economia Regional (COMPETIR);

    Eixo Prioritrio 2: Investigao, Desenvolvimento e Inovao (IDEIAS);

    Eixo Prioritrio 3: Desenvolver o Potencial Humano (APRENDER);

    Eixo Prioritrio 4: Promover e Dinamizar a Empregabilidade (EMPREGAR e CONVERGIR);

    Eixo Prioritrio 5: Fortalecer a Coeso Social e Territorial (APROXIMAR e CONVERGIR);

    Eixo Prioritrio 6: Afirmar Sustentabilidade dos Recursos (SUSTENTAR);

    Eixo Prioritrio 7: Afirmar Sustentabilidade dos Territrios (CONSERVAR);

    Eixo Prioritrio 8: Reforar a capacitao institucional das entidades regionais (CAPACITAR);

    Eixo Prioritrio 9: Apoiar a mobilidade regional (MOVIMENTOS).

    Importa referir que, os nove Eixos Prioritrios, mobilizam 10 Objetivos Temticos (OT) e 29 Prioridades de Investimento (PI), cuja respetiva justificao de seleo apresentada no Quadro A13.2 (anexo) e no Quadro 4.1.

    Quadro 4.1 Eixos Prioritrios, Prioridades de Investimento e Objetivos Especficos do POR Centro (Fonte: Programa Operacional da Regio do Centro 2014 2020)

    Eixos

    Prioritrios Objetivos Temticos Prioridades de Investimento Objetivos Especficos

    Eixo 1: COMPETIR

    OT3: Reforar a competitividade das PME (em relao ao FEADER) e do setor das pescas e da aquicultura (em relao ao FEAMP)

    3.1. A promoo do esprito empresarial, nomeadamente facilitando a explorao econmica de ideias novas e incentivando a criao de novas empresas, designadamente atravs de viveiros de empresas

    Promover o empreendedorismo qualificado e criativo

    3.2. O desenvolvimento e a aplicao de novos modelos empresariais para as PME, especialmente no que respeita internacionalizao

    Reforar a capacitao empresarial para a internacionalizao

    3.3. Apoio criao e alargamento de capacidades avanadas de desenvolvimento de produtos e servios

    Reforar a capacitao empresarial das PME para o desenvolvimento de bens e servios

    Eixo 2: IDEIAS

    OT1: Reforar a investigao, o desenvolvimento tecnolgico e a inovao

    1.1. O reforo da infraestrutura de investigao e inovao (I&I) e da capacidade de desenvolvimento da excelncia na I&I, e a promoo de centros de competncia, nomeadamente os de interesse europeu

    Aumentar a produo cientfica de qualidade reconhecida internacionalmente

    Reforar a insero das infraestruturas de investigao nas redes internacionais de I&D

    Reforar a transferncia de conhecimento cientfico e tecnolgico para o setor empresarial

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    21

    Eixos

    Prioritrios Objetivos Temticos Prioridades de Investimento Objetivos Especficos

    1.2. Promoo do investimento das empresas em inovao e investigao, o desenvolvimento de ligaes e sinergias entre empresas, centros de I&D e o setor do ensino superior, em especial a promoo do desenvolvimento de produtos e servios, transferncia de tecnologia, inovao social, ecoinovao e aplicaes de interesse pblico, no estmulo da procura, em redes, clusters e inovao aberta atravs da Especializao inteligente, apoio Investigao tecnolgica aplicada, linhas piloto, aes de validao precoce de produtos, capacidades avanadas de produo e primeira produo, em especial no que toca s tecnologias facilitadoras essenciais e difuso de tecnologias de interesse geral;

    Aumentar o investimento empresarial em I&I

    Reforar as redes e outras formas de parceria e cooperao

    Aumentar o investimento empresarial em atividades inovadoras

    Eixo 3: APRENDER

    OT10: Investir na educao, na formao e na formao profissional para a aquisio de competncias e a aprendizagem ao longo da vida

    10.1. Reduo e preveno do abandono escolar precoce e promoo da igualdade de acesso a um ensino infantil, primrio e secundrio de boa qualidade, incluindo percursos de aprendizagem formais, no formais e informais para a reintegrao no ensino e na formao

    Aumentar as intervenes que de forma integrada e articulada favoream as condies para a melhoria do sucesso educativo dos alunos

    Reforar a igualdade no acesso ao ensino pr-escolar, bsico e secundrio

    Melhorar a qualidade e eficincia do sistema de educao/formao e das condies de aprendizagem

    10.2. Melhoria da qualidade e da eficincia do ensino superior e equivalente, e do acesso ao mesmo, a fim de aumentar os nveis de participao e de habilitaes, particularmente para os grupos desfavorecidos

    Promover a realizao de cursos superiores de curta durao

    Aumentar o nmero de doutoramentos visando o reforo da investigao, do desenvolvimento tecnolgico e da inovao

    Apoiar alunos carenciados que se dirijam para instituies de ensino superior localizados no interior da Regio

    10.5. Investimentos na educao, na formao e na formao profissional para a aquisio de competncias e a aprendizagem ao longo da vida atravs do desenvolvimento das infraestruturas educativas e formativas

    Aumentar o nmero de jovens em cursos de especializao tecnolgica

    Qualificao e modernizao das instalaes escolares e de formao

    Eixo 4: EMPREGAR e

    CONVERGIR

    OT8: Promover a sustentabilidade e a qualidade do emprego e apoiar a mobilidade laboral

    8.1. Acesso ao emprego para os candidatos a emprego e os inativos, incluindo os desempregados de longa durao e as pessoas afastadas do mercado de trabalho, e atravs de iniciativas locais de emprego e apoio mobilidade dos trabalhadores

    Insero de recursos humanos altamente qualificados nas empresas

    Integrar de forma sustentada desempregados no mercado de trabalho

    8.3 Criao de emprego por conta prpria, empreendedorismo e criao de empresas, incluindo micro, pequenas e mdias empresas inovadoras

    Aumentar a criao de emprego sustentvel, designadamente para desempregados, atravs do apoio criao do emprego por conta prpria e criao de empresas

    8.5. Adaptao dos trabalhadores, das empresas e dos empresrios mudana

    Intensificar a formao dos empresrios para a reorganizao e gesto, assim como dos ativos das empresas

    8.8. A concesso de apoio ao Apoiar a criao do prprio posto de

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    22

    Eixos

    Prioritrios Objetivos Temticos Prioridades de Investimento Objetivos Especficos

    desenvolvimento dos viveiros de empresas e o apoio atividade por conta prpria, s microempresas e criao de empresas

    trabalho, o empreendedorismo social e a economia social

    8.9. A concesso de apoio ao crescimento propcio ao emprego atravs do desenvolvimento do potencial endgeno como parte integrante de uma estratgia territorial para zonas especficas, incluindo a converso de regies industriais em declnio e desenvolvimento de determinados recursos naturais e culturais e da sua acessibilidade

    Desenvolver o potencial endgeno regional

    Eixo 5: APROXIMAR e

    CONVERGIR

    OT9: Promover a incluso social e combater a pobreza e a discriminao

    9.1. Incluso ativa, incluindo com vista promoo da igualdade de oportunidades e da participao ativa e a melhoria da empregabilidade

    Promover o desenvolvimento e o reconhecimento de competncias pessoais, sociais e profissionais de grupos potencialmente mais vulnerveis, potenciando a sua empregabilidade e o reforo das oportunidades para a sua integrao socioprofissional

    Promover iniciativas para a inovao e a experimentao social que facilitem a dinamizao de estratgias de incluso ativa

    9.6. Estratgias de desenvolvimento local de base comunitria

    Promover o desenvolvimento socioeconmico de base local

    9.7. Investimentos na sade e nas infraestruturas sociais que contribuam para o desenvolvimento nacional, regional e local, a reduo das desigualdades de sade, a promoo da incluso social atravs da melhoria do acesso aos servios sociais, culturais e recreativos, e da transio dos servios institucionais para os servios de base comunitria

    Reforar a rede de infraestruturas sociais e de sade

    9.8. A concesso de apoio regenerao fsica, econmica e social das comunidades desfavorecidas em zonas urbanas e rurais

    Apoio regenerao fsica, econmica e social das comunidades e zonas urbanas e rurais desfavorecidas

    9.10. Investimentos no contexto de estratgias de desenvolvimento local de base comunitria

    Promover o desenvolvimento socioeconmico de base local

    Eixo 6: SUSTENTAR

    OT4: Apoiar a transio para uma economia com baixas emisses de carbono em todos os setores

    4.2. A promoo da eficincia energtica e da utilizao das energias renovveis nas empresas

    Aumento da eficincia energtica nas empresas, apoiando a implementao de medidas de eficincia energtica e racionalizando os consumos

    4.3. A concesso de apoio eficincia energtica, gesto inteligente da energia e utilizao das energias renovveis nas infraestruturas pblicas, nomeadamente nos edifcios pblicos, e no setor da habitao

    Aumento da eficincia energtica nas infraestruturas pblicas, apoiando a implementao de medidas de eficincia energtica e de produo de energias renovveis nos edifcios pblicos

    Aumento da eficincia energtica no setor habitacional, apoiando a implementao de medidas de eficincia energtica e de produo renovvel na habitao social

    4.5. A promoo de estratgias de baixo teor de carbono para todos os tipos de territrios, nomeadamente as zonas urbanas, incluindo a promoo

    Apoiar a mobilidade urbana sustentvel e a descarbonizao dos territrios

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    23

    Eixos

    Prioritrios Objetivos Temticos Prioridades de Investimento Objetivos Especficos

    da mobilidade urbana multimodal sustentvel e medidas de adaptao relevantes para a atenuao

    Eixo 7: CONSERVAR

    OT6: Preservar e proteger o ambiente e promover a utilizao eficiente dos recursos

    6.3. A conservao, proteo, promoo e o desenvolvimento do patrimnio natural e cultural

    Promover a valorizao do patrimnio cultural, afirmando a regio como destino turstico de excelncia

    6.4. A proteo e reabilitao da biodiversidade e dos solos e promoo de sistemas de servios ecolgicos, nomeadamente atravs da rede Natura 2000 e de infraestruturas verdes

    Gesto, ordenamento e promoo do conhecimento da biodiversidade, dos ecossistemas e dos recursos geolgicos

    6.5. A adoo de medidas destinadas a melhorar o ambiente urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e descontaminar zonas industriais abandonadas, incluindo zonas de reconverso, a reduzir a poluio do ar e a promover medidas de reduo de rudo

    Promover a qualidade ambiental, urbanstica e paisagstica do territrio enquanto fator distintivo

    Eixo 8: CAPACITAR

    OT2: Melhorar o acesso s TIC, bem como a sua utilizao e qualidade

    2.3. O reforo das aplicaes TIC na administrao pblica em linha, aprendizagem em linha, infoincluso, cultura em linha e sade em linha

    Modernizao das administraes e dos servios pblicos

    OT11: Reforar a capacidade institucional das autoridades pblicas e das partes interessadas e a eficincia da administrao pblica

    11.1. Investimento nas capacidades institucionais e na eficincia das administraes e dos servios pblicos a nvel nacional, regional e local, a fim de realizar reformas, legislar melhor e governar bem

    Qualificar a prestao do servio pblico, quer atravs da capacitao dos servios, quer da formao dos trabalhadores em funes pblicas

    11.2 Criao de capacidades para todos os agentes que operam no domnio da educao, da aprendizagem ao longo da vida, da formao, do emprego e das polticas sociais, inclusive atravs de pactos setoriais e territoriais de preparao de reformas a nvel nacional, regional e local

    Reforar a capacidade de atores e redes para a promoo de aes de desenvolvimento territorial

    Eixo 9: MOVIMENTOS

    OT7: Promover transportes sustentveis e eliminar os estrangulamentos nas principais redes de infraestruturas

    7.2. A melhoria da mobilidade regional atravs da ligao dos ns secundrios e tercirios s infraestruturas de RTET, incluindo os ns multimodais

    Eliminao de constrangimentos nas ligaes dos ns secundrios e tercirios da rede de transportes rede principal

    Assim, o objeto de avaliao ambiental estratgica ser o POR Centro, materializado nos respetivos Eixos Prioritrios, Objetivos Temticos e Objetivos Especficos no mbito de cada uma das Prioridades de Investimento definidas, bem como nas aes do Plano de Ao Regional do Centro 2014 2020 que se enquadrem no PO, sempre que necessrio e adequado (com especial enfoque na anlise do grau de sustentabilidade do seu quadro de referncia relativamente s opes e objetivos a alcanar no que se refere programao e concretizao das polticas de desenvolvimento ambiental, econmico e social com incidncia espacial).

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    24

    4.2. QUESTES ESTRATGICAS, AMBIENTAIS E DE SUSTENTABILIDADE DA AAE (QAS)

    Como resultado do exerccio de anlise integrada de toda a informao de caracterizao da rea de interveno e da discusso de temticas territoriais e ambientais significativas, e com o intuito de responder previamente ao disposto na alnea c) do ponto 1 do artigo 6. do Decreto-Lei n. 232/2007, de 15 de junho, foram identificadas diversas questes consideradas estratgicas no mbito da rea de interveno da proposta do POR Centro. Estas questes esto associadas a domnios relevantes abrangidos pelo prprio Programa ou que este pode influenciar, que este deve procurar responder e sobre as quais ter interveno atravs das orientaes de referncia assumidas para a sua estratgia. Essas Questes Estratgicas esto associadas essencialmente a questes polticas fundamentais, ou desafios associados ao objeto de avaliao e a sua salvaguarda contribui para atingir uma viso de futuro (e que auxiliaram tambm na definio dos FCD). Por sua vez as questes Ambientais e de Sustentabilidade incluem as questes determinantes para a avaliao, ajustadas devida escala geogrfica, de deciso e de programao, bem como aos principais problemas ou potencialidades.

    Assim, estas questes so:

    QAS1 Consolidao do sistema e I&D&I, reforo da competitividade, valorizao econmica do potencial dos recursos endgenos, capacitao das empresas para o mercado externo e adaptao ao novo quadro de competitividade da economia global

    A Regio Centro apresenta algumas debilidades no tecido produtivo, com uma grande percentagem de microempresas com baixos nveis de produtividade e desempenho tecnolgico. Tendo em vista a resoluo destas fragilidades, pretende-se avaliar de que forma o POR Centro contribuir: 1) para reforar a competitividade das Pequenas e Mdias Empresas (PME), em particular as associadas ao mar, indstria criativa, agricultura, floresta, turismo, biotecnologia e indstria sustentvel; 2) para a criao de novas empresas e clusters; 3) para a explorao econmica de novas ideias, dinamizao do setor exportador, especialmente no que refere capacitao das PME para o mercado externo, procura de novos mercados e criao de novos produtos, servios e tecnologias, com especial foco no que reporta ecoinovao no sentido de criar atividades econmicas mais ecolgicas e que contribuam para as solues dos desafios ambientais.

    Analisando o elevado potencial dos recursos endgenos desta regio, importa analisar igualmente de que forma o POR Centro potenciar a valorizao econmica destes recursos, sobretudo nos territrios de baixa densidade, atravs do estmulo ao empreendedorismo, dinamizao de iniciativas locais associadas s atividades econmicas, promoo do emprego e adaptao das empresas ao novo quadro de competitividade da economia global.

    No que concerne aos constrangimentos existentes ao nvel da mobilidade regional e infraestruturas de transporte inter e multimodal de mercadorias (ferrovirio-martimo-rodovirio) e reas de logstica, ser avaliada a forma como o POR Centro pretende promover a criao de solues que permitam suprimir as lacunas existentes, como por exemplo, o acesso rpido da indstria rede principal, com conexes logsticas eficientes, capacidade de carga e meios de transporte mais sustentveis e com um menor custo para as empresas, contribuindo assim para o aumento da capacidade competitiva das atividades econmicas, da internacionalizao, da atrao de investimento, bem como para a utilizao de transportes de mercadorias mais sustentveis e eficientes, reduzindo o trafego associado ao transporte rodovirio.

    No que concerne ao investimento em I&D e de acordo com o Regional Innovation Scoreboard, a regio Centro carece de uma maior consolidao das capacidades instaladas, necessitando de aumentar a intensidade em I&D para alcanar as metas da Estratgia Europa 2020 (3% do PIB da UE deve ser investido em despesas de I&D) e integrar o patamar de regio Innovation Leader. Neste sentido, considera-se fundamental analisar os mecanismos criados pelo POR

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    25

    Centro para potenciar a investigao e inovao, com especial foco para o desenvolvimento de centros de competncia de interesse europeu, o investimento das empresas em investigao e inovao atravs da criao de sinergias entre estas empresas, os centros de I&D&I e o ensino superior, bem como o desenvolvimento de projetos de valorizao econmica de I&D&I e de transferncia de tecnologia, de modo a promover a criao de valor e a otimizao sustentada da produtividade especializao inteligente.

    QAS2 Promoo de uma economia de baixo teor de carbono assente na adoo de solues alternativas de energia e promoo da eficincia energtica, contribuindo para a reduo do consumo energtico, inclusive de fontes fsseis, e reduo das emisses de GEE

    No sentido de contribuir para as orientaes estratgicas os objetivos nacionais e comunitrias relativamente ao uso eficiente dos recursos energticos, independncia energtica, reduo de emisses de gases de efeito de estufa, e promoo de eficincia energtica, importa avaliar de que forma os projetos que concretizam a estratgia definida no POR Centro consideram a necessidade de adquirir uma economia com teores de carbono mais reduzidos a partir do aproveitamento energtico de recursos endgenos naturais (e.g. biomassa, gua, vento, mar e sol), a partir da reduo ou eco-eficincia no consumo de energia, da implementao de equipamentos de (micro)produo de energia a partir de fontes de energia renovvel, e implementao de fontes alternativas de energia nos meios transportes, aquisio de modos suaves, e equipamentos promotores da mobilidade urbana sustentvel. Neste mbito, as questes dos modelos de ordenamento do territrio e organizao urbana so tambm fundamentais para a concretizao e sucesso de uma estratgia eficaz a este nvel.

    QAS3 Promoo da qualidade do ambiente urbano atravs da beneficiao infraestrutural ou reabilitao e regenerao de espaos abertos, equipamentos urbanos, parque habitacional, reas industriais abandonadas e degradadas, e redes ou infraestruturas

    No sentido de contribuir para a coeso territorial, melhoria da qualidade de vida, e reforo da sustentabilidade nas cidades ou comunidades, importa avaliar de que forma os projetos que concretizam a estratgia definida no POR Centro consideram a necessidade de reabilitar o parque edificado de uso habitacional, industrial, ou outro; regenerar os espaos urbanos degradados, capacitar infraestruturalmente o territrio para gesto de resduos industriais, bem como promover solues recomendveis de encaminhamento para tratamento e destino final dos resduos industriais.

    QAS4 Recuperao, regenerao e viabilizao do patrimnio cultural e natural como vetor territorial de diferenciao e dinamizao

    Estes elementos patrimoniais constituem um recurso de elevado valor e potencial para a economia regional, constituindo-se inclusivamente como um fator decisivo da singularidade regional com implicaes diretas na sua atratividade turstica. Representam grande importncia na crescente captao de fluxos tursticos, uma vez que os recursos so a base da experincia e da cadeia de valor do turismo urbano e um dos principais suportes da afirmao turstica da Regio Centro. Neste contexto, importa avaliar de que forma o POR Centro contribuir para reforar o seu posicionamento competitivo no mercado turstico, tendo em conta o atual contexto europeu, em que surgem novos concorrentes e se renovam os tradicionais. Importa analisar igualmente de que forma o PO potenciar a valorizao dos bens culturais e dos servios que eles proporcionam, sendo uma das premissas fundamentais para captar e densificar a classe criativa e gerar um ambiente globalmente mais favorvel inovao. Considera-se por isso fundamental avaliar a forma como o POR Centro pretende promover a valorizao e promoo dos elementos histrico-culturais com elevado interesse turstico, colocando a regio como um destino turstico de excelncia.

    A Regio Centro tem apostado nas atividades econmicas ligadas ao Turismo, nomeadamente nas reas de menor densidade populacional, tirando partido da riqueza e da

  • AVALIAO AMBIENTAL ESTRATGICA DO PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO 2014 - 2020

    RELATRIO AMBIENTAL FINAL

    26

    diversidade dos seus recursos endgenos, que permitem valorizar algumas marcas tursticas de renome nacional e internacional. Esse esforo da maior importncia e dever ser ainda mais acentuado no futuro, nomeadamente no que se refere ao turismo natureza, turismo aventura, turismo cultural e turismo religioso (onde Ftima ocupa espao de destaque), tirando igualmente partido do artesanato, da gastronomia (onde as confrarias desempenham um papel relevante, liderado na Regio Centro), do esplio etnogrfico e cultural existente, vertentes que importa revitalizar, promover e recuperar. Acresce ainda referir que no turismo cultural de grande importncia a oferta regional de patrimnio construdo classificado e, mais recentemente, a recuperao de grupos de imveis com interesse patrimonial, que importa prosseguir, bem como o que respeita ao patrimnio representado por exemplos de sucesso, como o caso das aldeias histricas, das aldeias de xisto ou do patrimnio judaico. O turismo residencial e o turismo de sade so tambm vertentes que se revestem do maior interesse, face qualidade da oferta dos empreendimentos e do nvel de prestao dos cuidados de sade e bem estar que o, onde o termalismo assume tambm um papel de relevo. Todavia, no obstante toda a oferta e potencial at j concretizado, a Regio tem apresentado algumas dificuldades na construo de um produto turstico regional diversificado mas coerente e no atomizado.

    Para alm do patrimnio cultural, tambm o patrimnio e riqueza natural existentes, a proteo da natureza e da sua biodiversidade e os ecossistemas assumem um papel de grande relevncia na Regio Centro. Destaca-se neste mbito as seguintes Reservas naturais: Berlengas, dos Pais de Arzila, Madriz e Taipal.

    Resumindo, considera-se que os elementos patrimoniais presentes constituem um recurso de elevado valor e potencial para a economia regional, constituindo-se inclusivamente como um fator decisivo da singularidade regional com implicaes diretas na sua atratividade turstica.

    QAS5 Proteo e gesto integrada dos recursos naturais e preservao da biodiversidade e dos ecossistemas

    Dentro dos Sistemas Ambientais e de Biodiversidade regionais importa realar, neste contexto geogrfico, as reas classificadas relacionadas com a Serra da Estrela, a Serra da Malcata, a Serra de Aire e Candeeiros, a Serra da Gardunha, a Serra do Aor, Sic, Montemuro, Caramulo, bem como as reservas naturais das Berlengas, dos Pais de Arzila, Madriz e Taipal. H ainda a destacar, enquanto patrimnio natural, stios como Peniche/Santa Cruz e as dunas de So Jacinto, sendo de relevar ainda um importante conjunto de zonas de proteo especial (ZPE) para as aves selvagens, tais como as ZPE do Tejo e do Douro Internacional, do Vale do Ca, da Ria de Aveiro, e, no mbito da reserva ecolgica nacional do Esturio do Mondego, a Ilha da Murraceira (Stio RAMSAR).

    Em termos de expresso territorial verifica-se que a rea abrangida pelas Redes Nacional de reas Protegidas correspondem a 6,7% da rea regional,