avaliaÇÃo densitomÉtrica e hormonal de ...ao meu querido sogro lindolpho guimarães correa filho...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS JABOTICABAL
AVALIAÇÃO DENSITOMÉTRICA E HORMONAL DE
GATAS OVARIECTOMIZADAS E NÃO
OVARIECTOMIZADAS
Eliane Aparecida Alves de Andrade Correa
Médica Veterinária
JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASIL
Março de 2006
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS JABOTICABAL
AVALIAÇÃO DENSITOMÉTRICA E HORMONAL DE
GATAS OVARIECTOMIZADAS E NÃO
OVARIECTOMIZADAS
Eliane Aparecida Alves de Andrade Correa
Orientadora: Profa Dra Silvana Martinez Baraldi Artoni
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Cirurgia Veterinária.
JABOTICABAL - SÃO PAULO - BRASIL
Março de 2006
DADOS CURRICULARES
ELIANE APARECIDA ALVES DE ANDRADE CORREA – nascida aos 16
dias de setembro de 1961, em São Paulo – São Paulo. Filha de Zuleica Corpane
de Andrade e Moacyr Alves de Andrade. Graduou-se em Medicina Veterinária pelo
Centro Universitário de Rio Preto (UNIRP) São José do Rio Preto – São Paulo em
dezembro de 2001. No estágio curricular da graduação, ficou três meses no
PROVET (Centro de Diagnóstico) – São Paulo. Desde janeiro de 2002 exerce sua
profissão como Médica Veterinária em clínicas da cidade de São José do Rio
Preto, na área de Clínica e Cirurgia de pequenos animais. No ano de 2002
também fez estágios nas áreas de Clínica de Felinos – São Paulo; Clínica de
Pequenos Animais – Botucatu; Anestesiologia – Botucatu, Jaboticabal e Franca;
Cardiologia – Jaboticabal. No período de março de 2003 a abril de 2004 fez um
curso de Especialização em Clínica de Pequenos Animais – Ribeirão Preto. Em
julho de 2004 iniciou curso de Especialização em Odontologia Veterinária de
Pequenos Animais – São Paulo em andamento até maio de 2006. Durante esses
quatro anos após a conclusão da graduação fez pequenos cursos nas áreas de
Felinos, Animais Silvestres, Cardiologia e Anestesiologia de Pequenos Animais.
Em março de 2004 ingressou no programa de pós-graduação em Cirurgia
Veterinária, curso de Mestrado da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias
da Universidade Estadual Paulista (UNESP) Câmpus de Jaboticabal, São Paulo –
Brasil.
“Se o Amor, a Compreensão, o Carinho, a Fidelidade e o Respeito
fossem entre nós trocados da mesma maneira que nos são oferecidos,
Incondicionalmente, pelos Animais, a Vida seria o que realmente Deus
imaginou e esperou de Nós, quando nos escolheu para segui-lo.”
“Eliane Aparecida Alves de Andrade Correa”
Dedico
Ao meu Deus e à minha “Santinha” Nossa Senhora Aparecida, que sempre
atenderam aos meus sonhos, pedidos, muitas vezes sem nem ao menos merecê-
los. Sempre conto com suas bênçãos.
Dedicatória
Aos meus pais Moacyr e Zuleica aos quais devo o que hoje sou, pela
formação do caráter e do coração. Aos queridos irmãos Ligia, Susi, Marcelo,
Viviane e Cristiane me dando força e compreendendo a minha ausência nessa
etapa da minha vida, mesmo sabendo que mereceriam que eu estivesse mais
perto. Eu os amo muito e espero contar ainda com essa presença essencial, forte
e carinhosa de vocês.
Ao meu amado, amigo e companheiro Lindolpho Guimarães Correa Neto,
que é tão importante e a peça única e principal do que estou hoje tentando ser
profissionalmente, acreditando e navegando junto comigo nessa travessia difícil e,
às vezes, muito pesada, mas ele a torna mais leve e sabendo que será
compensatória. Você é a minha vida e sem ela não posso continuar.
Aos meus “filhos” com o carinho, amor e fidelidade incondicionais que me
oferecem, demonstrando tudo isso com seus olhares silenciosos e suas “patinhas”
para me chamar, me acariciar e algumas vezes enxugar minhas lágrimas quando
estava só e atordoada com minhas obrigações que sempre tinha dúvidas se iria
conseguir cumpri-las. Faço tudo isso por vocês.
Às gatinhas do meu trabalho, que também mesmo participando
involuntariamente do experimento, sempre foram incondicionalmente carinhosas e
cooperadoras. Que Deus me ajude para que eu possa arrumar um lar que as
mereça.
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora Professora Doutora Silvana Martinez Baraldi Artoni por
confiar em meu sonho transformando-o em realidade, por acolher-me como se já
tivéssemos caminhado juntas por longo tempo, oferecendo alegria e força
ensinando e orientando com altivez. Nada poderá recompensar essas mãos
estendidas. De coração deixo meus agradecimentos por esse sonho vivido.
Ao meu querido amigo João de Siqueira de tantas angústias e algumas
alegrias pelos nossos “Bichinhos”, o espaço cedido para o abrigo das gatinhas e a
ajuda no pré e trans experimento. Você se foi muito antes da hora, pois ainda
preciso muito de você, mas sei que onde está, tem me dado uma “forcinha” junto a
Ele, para que as coisas caminhem, sei que sempre de alguma forma contarei com
sua ajuda.
À minha querida Roseni Martins dos Santos que se dedicou com tanto zelo
e carinho com as gatinhas, transformando o gatil em um lar acolhedor, sem você
eu não conseguiria prosseguir, minha eterna gratidão.
Ao meu querido Professor Doutor Gilson Hélio Toniollo, sempre me
encorajando e acreditando, mesmo com minhas constantes dúvidas e
insegurança, sua paz e carinho me deram muita força, obrigada por tudo.
Á minha querida amiga Rosa Maria Cabral, que só Deus sabe das nossas
dificuldades e grandes esforços para chegar a essas conquistas, sempre me
espelho em você, que é uma grande heroína e lutadora, você é minha grande
inspiração.
Querida Elisângela Cristina Barroso Basílio (Lia), dedico este trabalho a
você que sempre me apoiou e me deu força e, é claro, suas horas “perdidas”
ajudando-me quando mais precisei. Obrigada por tudo você é a amiga que a vida
me deu de presente.
Maria Cristina Hernández, o seu abrigo, carinho e ajuda foram de grande
valia para mais essa etapa, tenho uma eterna gratidão a você.
Silvia Neves, minha grande companheira, ainda passaremos momentos
bem menos tumultuados, curtindo raios de sol e não de raio-X, em algum lugar de
paz e acolhedor.
Vanessa Ingrid Jaines querida, a paz e tranqüilidade que me passou nos
momentos de muita ajuda nas anestesias só vieram fortalecer a minha grande
admiração pela esplêndida profissional que você é, tenho um profundo carinho e
gratidão por você.
Daniela Oliveira a sua ajuda, me ensinando como chegar aos resultados, e
acreditando na minha possibilidade de finalizar o trabalho, foi de uma importância
ímpar e que sem ela eu não teria concluído minha meta, isso jamais poderei
recompensar, tenha certeza dos meus sinceros agradecimentos e profundo
respeito e sei que um dia poderei falar com orgulho que a Professora Doutora
Daniela Oliveira, foi minha co-orientadora, com transparência de alma.
Ao Adriano Carregaro com sua amizade, atenção e experiência que foram
muito importantes, para concluir esta etapa, com gratidão.
Ao Alex Luis Sagula com toda sua paciência e boa vontade em me ajudar a
conviver com o “maravilhoso” computador e me auxiliando a evitar os equívocos
de última hora, nada que eu possa fazer poderá significar a gratidão merecida.
À Aline Dervelan que foi imprescindível em duas etapas iniciais do meu
trabalho bem como cobrindo a minha ausência com gratidão.
Ao querido Professor Doutor José Wanderley Catelan com sua integridade
e força, que tive a grande oportunidade de conhecer mais de perto, sendo também
um grande amigo em que me espelho, meus sinceros agradecimentos.
À Cristiane do Santos Honsho que, mesmo sem tempo, me ajudou quando
eu estava sobrecarregada, nas dúvidas e angústias, com gratidão.
Ao Daniel Honsho me dando apoio e não me deixando cansar quando ao
receber minhas ligações dizia “fala mulher” isso é assim mesmo, vai dar tudo
certo, com gratidão.
À Elisabeth Winning que me ajudou a conseguir as gatinhas e que sempre
esteve ao meu lado minha gratidão.
À Elizabete de Oliveira Felisbino que cuida da nossa casa e dos nossos
“filhos” nessas minhas longas e constantes viagens de estudo, além de também
cuidar com toda a paciência das gatinhas do experimento, quando, algumas com
ela ficavam, minha gratidão.
Ao querido Dr. José Eduardo Nogueira Forni, que apesar de reclamar
minha ausência, me deu força para essa longa jornada, você é muito especial e
daqui para frente conto com sua ajuda mais próxima. Minha gratidão.
À Hylda Tavares de Carvalho sempre me motivando com sua sincera
amizade e orientando que essa força que devemos ter é pela luz que Deus nos
concede, tenho uma profunda admiração e carinho por você, e também seria
muito feliz se fosse sua filha. Minha gratidão.
À minha querida “Amiga” Liliane Boide daTrindade, o orgulho do Trio,
apesar da distância, obrigada pelo seu carinho, alegria e ajuda imprescindível
iniciada na graduação e que persistem até hoje.
À Lizandra Amoroso que aparecia de surpresa, e sempre me deixava feliz
por todo o apoio e ajuda nas horas em que eu mais precisava, e estava
angustiada com os desafios do “computador. Minha gratidão.
Ao Mac Antonio Camargo Silva que me ensinou a pegar as ondas de raio-X
e seguir em frente, você abriu novos caminhos e continuo contando sempre com
sua ajuda. Minha gratidão.
Ao meu querido sogro Lindolpho Guimarães Correa Filho e à minha querida
sogra Aurora dos Santos Correa, que compreenderam a minha ausência, mesmo
nos momentos em que mais precisaram da minha presença meu muito obrigada
pelo presente que me deram.
À querida Valéria Maria Lara Carregaro pelo seu apoio, ajuda, confiança e
amizade que fomos conquistando juntas, você é uma Amiga muito querida.
A todos do Departamento de Fisiologia e Morfologia do Câmpus da UNESP
de Jaboticabal, que de várias maneiras me ajudaram, não só no meu trabalho,
mas também a ter a oportunidade de conviver e conhecer um pouquinho de cada
um, meu muito obrigada aos funcionários Milton de Araújo (Cobrinha), à Dona
Marilda Ribeiro de Paula, à Clara Martines, à Iara Messiano; à orientada Carime
Moraes; ao Professor Doutor Marcos Lania de Araújo, a todos minha gratidão.
Aos grandes e eternos amigos Edgar e Lola Álvares, Osmar e Eliana
Fernandez Garcia, Roberto e Valéria Toledo pelo carinho e pela dedicação
incondicionais que são oferecidos para mim e para o Neto, tornando nosso
caminho mais ameno e seguro a nossa eterna gratidão, amamos muito vocês.
SUMÁRIO Página
INDICE DE TABELAS..................................................................................... ii INDICE DE FIGURAS..................................................................................... iii RESUMO........................................................................................................ iv SUMMARY...................................................................................................... v I. INTRODUÇÃO............................................................................................. 01 II. REVISÃO DA LITERATURA....................................................................... 04 III. MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 14
1 Instalações............................................................................................ 14 2 Animais................................................................................................. 14 3 Procedimento anestésico...................................................................... 15 4 Procedimento cirúrgico......................................................................... 16 5.Colheita de sangue............................................................................... 16 6 Colheita radiográfica............................................................................. 17 7 Densitometria óssea............................................................................. 17 8 Análise hormonal.................................................................................. 18 9 Análise estatística................................................................................. 18
IV. RESULTADOS.......................................................................................... 25 V. DISCUSSÃO.............................................................................................. 34 VI. CONCLUSÃO............................................................................................ 37 VII. REFERÊNCIAS........................................................................................ 38
ÍNDICE DE TABELAS Página
Tabela 1. Valores médios ± desvio padrão da densitometria óssea (mm Al) de gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante os 12 meses..........................................
25
Tabela 2. Valores médios ± desvio padrão do peso corpóreo de gatas pré-
púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas durante os 12 meses........................................................................
28
Tabela 3. Valores médios ± desvio-padrão dos níveis de estrógeno (pg/mL)
de gatas ovariectomizadas e não ovariectomizadas, pré-púberes e adultas no dia da castração (tempo zero) e aos nove e doze meses após a cirurgia.......................................................................
30
Tabela 4. Valores médios ± desvio-padrão dos níveis de progesterona
(ng/mL) de gatas ovariectomizadas e não ovariectomizadas, pré-púberes e adultas no dia da cirurgia (tempo zero) e aos nove e doze meses após a cirurgia..............................................................
32
ÍNDICE DE FIGURAS Página
Figura.1..Posição crânio caudal de uma gata visando obter as radiografias do fêmur...............................................................................................
19
Figura.2..Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata
ovariectomizada, no tempo zero, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).......................................................
20
Figura.3.Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata
ovariectomizada, aos três meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).....................................................................................................
21
Figura.4.Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata
ovariectomizada, aos seis meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).....................................................................................................
22
Figura.5.Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata
ovariectomizada, aos nove meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).....................................................................................................
23
Figura.6.Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata
ovariectomizada, aos doze meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).....................................................................................................
24
Figura.7.Valores médios ± desvio padrão da análise densitométrica de
gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.........................................................
27
Figura.8.Valores médios ± desvio-padrão do peso corpóreo de gatas pré-
púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas durante o ano.......................................................................................
29
Figura.9.Valores médios ± desvio padrão dos níveis de estrógeno de gatas
pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.......................................................................................
31
Figura.10.Valores médios ± desvio padrão dos níveis de progesterona de
gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.........................................................
33
AVALIAÇÃO DENSITOMÉTRICA E HORMONAL DE GATAS
OVARIECTOMIZADAS E NÃO OVARIECTOMIZADAS
RESUMO - No presente experimento foram utilizados dezoito gatas (Felis
domesticus), fêmeas, sem raça definida sendo nove adultas, entre dois anos e
meio a três anos e meio, e nove gatas com quatro meses de idade. Esses animais
oriundos de São José do Rio Preto - SP, onde dez gatas (5 adultas e 5 pré-
púberes) foram ovariectomizadas e as demais permaneceram intactas (normais).
O objetivo do trabalho foi investigar as variações densitométricas e hormonais das
gatas. Para tanto, no dia da cirurgia, no nono e no décimo segundo meses após,
foram realizados exames radiográficos para as medidas densitométricas e coletas
de sangue para dosagens hormonais, os quais foram realizados no dia da cirurgia
e aos três, seis, nove e doze meses após a cirurgia. Estes resultados foram
avaliados estatisticamente utilizando-se Análise de Variância e as médias
analisadas pelo teste de Tukey. Observou-se que houve uma grande variabilidade
nos níveis de estrógeno sem uma aparente correlação com os valores da
densidade mineral óssea, podendo ser atribuída ao comportamento sui generis da
gata, havendo, portanto, a necessidade de um tempo maior para avaliar esses
parâmetros e correlacionar a osteoporose com a depleção de estrógeno nessa
espécie.
Palavras-Chave: densitometria, estrógeno, gatas, ovariectomia e
progesterona
DENSITOMETRIC AND HORMONAL EVALUATION OF OVARIECTOMIZED
AND NO OVARIECTOMIZED FEMALE CAT
SUMMARY - In this study eighteen female cats (Felis domesticus) defined
breed were used, being nine adults with age between two and a half and three
and a half years old, and nine were younger with four months old. All the animals
were originally from the city of São José do Rio Preto, São Paulo State, Brazil.
Ten female cats (5 adults and 5 pre-pubescent) were ovariectomized and
the other ones were kept intact (controls). The research objective was to
investigate the feline female densitometric and hormonal variations. For this, on the
day of the surgery, on the ninth and twelfth months after the surgery, blood
samples were coleated in order to enable hormone analysis and radiographic tests
for densitometric measurements which were made on the day of the surgery as
well at with three, six , nine and twelve months after. The surgeries results were
evaluated statistically using Variance Analysis and the middle averags analysed by
the Test of Tukey. It was observed that there were a large variability on the
estrogen levels without an apparent correlation with the values of the bone mineral
density and this variability could be related to the sui generis behavior of the
female cat. Thus, more time would be necessary to evaluate these parameters and
correlate the osteoporosis with the estrogen`s depletion in this species.
Keywords: desintometry, estrogen, female cat, ovariectomy, progesterone
I. INTRODUÇÃO
Do grego “osteon” corresponde ao osso constituído por tecido conjuntivo de
sustentação que compõe a arquitetura do esqueleto de todos os vertebrados. O
osso é composto por elementos minerais orgânicos e inorgânicos, sendo os
orgânicos conhecidos como osteóide, os quais são produzidos pelas células
denominadas osteoblastos. O osteóide é constituído de uma matriz de colágeno e
proteínas não-colágenas. O colágeno tipo I corresponde a mais de 95% do volume
total do osteóide. Os componentes inorgânicos são constituídos por hidroxiapatita,
sendo um mineral macro-cristalino insolúvel, inicialmente depositado na matriz
orgânica como sais de fosfato de cálcio, e é transformado, mais tarde, em cristais
de apatita. São encontrados também outros íons, como carbonato, magnésio,
sódio, cálcio e fluoreto, desempenhando importante papel estrutural e metabólico.
O conteúdo mineral do esqueleto é armazenado tanto no osso cortical (compacto)
como no trabecular (esponjoso). A estrutura mineral do osso contribui para resistir
ao esforço mecânico e permanecer metabolicamente estável sob condições
normais (KAPLAN, 1995).
A osteoporose é uma doença caracterizada por baixa massa óssea e
deterioração da microarquitetura do tecido ósseo (SANFILIPPO & BIANCHI,
2003), com conseqüente aumento da fragilidade óssea e susceptibilidade às
fraturas (BARLET et al., 1994; HOSZOWSKI, 1997; LORENE & OLSZANIECKA,
2000). A maior complicação da osteoporose consiste em fraturas que ocorrem
principalmente nas vértebras, punho e colo do fêmur em mulheres. Na ausência
de qualquer procedimento ou tratamento, uma em cada duas mulheres aos 70
anos apresentará fratura de fêmur, e aos 80 anos, duas em três, sofrerão o
mesmo problema (COSTA-PAIVA et al., 2003). Segundo HOSZOWSKI (1997),
antes que as fraturas ocorram, há um longo período sem sinais clínicos,
caracterizado somente por osteopenia.
A influência dos efeitos da ovariectomia sobre a osteogênese foi
demonstrada por meio de densitometria óssea, análises histomorfométricas e
bioquímicas em ovelhas (JOHNSON et al., 1997), em cadelas (MALLUCHE et al.,
1986; MALLUCHE et al.,1988), e em ratas (FAUGERE et al., 1986; WILLIAMS et
al., 1990; BAGI et al., 1992; SKOLNIKOV et al., 1992; NORDSLETTEN et al.,
1994; FLIEGER et al., 1998; SHARP et al., 2000; CHACHRA et al., 2000; LOTZ et
al., 2000; MEYER et al., 2001) sendo que em ratas é ainda a mais utilizada
experimentalmente, uma vez que as alterações no metabolismo ósseo que
ocorrem secundariamente à deficiência estrogênica, são muito similares às
observadas nos seres humanos (BARLET et al., 1994). Estes métodos ajudaram
no diagnóstico da osteoporose pós-menopausa na mulher (GALLAGHER et al.,
1973; AARON et al., 1987; CUMMINGS & BLACK, 1995; FOGELMAN et al., 1999;
FORD et al., 2001).
A densitometria óssea é a técnica, atualmente, mais utilizada para se
avaliar a densidade óptica dos ossos em humanos (YANG et al., 1994) e através
da mesma é possível detectar o grau de osteoporose em humanos e em animais.
Esse é um método viável, de fácil utilização, de baixo custo, altamente confiável,
não invasivo e permite a realização de análises qualitativas e quantitativas do
conteúdo e densidade mineral (RAGI et al., 2004). Com esta técnica eliminam-se
possíveis interpretações subjetivas, obtidas durante a avaliação radiográfica, uma
vez que esta apresenta baixa sensibilidade para o diagnóstico precoce de perdas
ósseas, sendo detectadas somente quando excedem de 30% a 50%, e muitas
vezes só são perceptíveis no momento que ocorre uma fratura ou fraturas
recidivantes (GLUER & GENAN, 2004).
Uma prática cada vez mais freqüente na clínica médica veterinária é a
ovariectomia precoce das fêmeas felinas objetivando, principalmente, o controle
populacional. Entretanto, as conseqüências dessa conduta nas gatas têm sido
pouco estudadas. O presente trabalho objetivou investigar as variações
densitométricas e hormonais de gatas jovens e adultas após a ovariectomia
desses animais.
II. REVISÃO DA LITERATURA
A facilidade com que os gatos urbanos se organizam em colônias,
favorecendo o crescimento geométrico das populações, constitui-se em um
desafio a todos os métodos de controle populacional. Atualmente, o método mais
utilizado é a esterilização das fêmeas, que utiliza técnicas tais como a
ovariectomia, sendo esta realizada em gatas cada vez mais jovens (ALMEIDA et
al., 2005). Porém, pouco se sabe ou se tem estudado a respeito das
conseqüências dessa conduta cirúrgica. Em mulheres, já existem vários trabalhos
demonstrando os efeitos da exerese dos ovários e suas conseqüências. Além do
mais, já há comprovações científicas que a depleção de estrógenos, devido a
ovariectomia ou mesmo pela menopausa, causa vários problemas quanto à saúde
feminina. Um problema importante relatado tem sido a osteoporose, a qual leva a
fraturas graves, muitas vezes incompatíveis com a locomoção e o trabalho físico
(COSTA-PAIVA et al., 2003).
As gatas, assim como coelhas, furões, camelos, lhamas, martas,
logomorfos e alpacas fêmeas são animais ovuladores induzidos, ou seja, o
estímulo do coito induz o disparo ovulatório de gonadotrofina (DAVIDSON et al.,
1999). As gatas respondem a esse estímulo ovulando cerca de 24 a 48 horas
após o coito (BANKS, 1992). Entretanto, esses animais necessitam de exposição
a elevadas concentrações de estrógeno antes que possam responder à cópula
pela liberação de gonadotrofinas. Eles apresentam padrões de crescimento
folicular (sem o coito) nos quais grupos de folículos se desenvolvem, são mantidos
em um estado maduro por poucos dias e então regridem. Nas gatas os padrões
de crescimento folicular se desenvolvem e regridem em um período de seis a sete
dias com um mínimo de oito a nove dias entre as ondas de crescimento folicular
(SWENSON & REECE,1996; DAVIDSON et al., 1999). O primeiro cio na gata
ocorre entre os seis e doze meses de idade, dependendo da época de seu
nascimento, em se tratando de uma das espécies que seu ciclo reprodutivo sofre
influência do fotoperíodo (DYCE et al., 1996). As gatas são poliéstricas com um
ciclo de 15 a 21 dias e duração do estro de 10 a 14 dias (BANKS, 1992).
O crescimento e o desenvolvimento do esqueleto começam no interior do
útero materno e continuam por quase duas décadas, numa série de eventos
geneticamente bem orquestrados e regulados por processos endócrinos centrais,
biofísicos periféricos e bioquímicos. O osso vivo nunca está metabolicamente em
repouso, assim, sua matriz e reservas minerais estão sempre sendo remodeladas
ao longo das linhas de esforço mecânico. Na remodelação óssea normal, a
reabsorção se equilibra com a formação tecidual. A osteoporose se desenvolve
somente se os níveis de formação e de reabsorção ósseas se tornarem
desbalanceados, com a reabsorção excedendo a formação. Isso ocorre durante e
após a menopausa; mesmo que a formação óssea permaneça normal, a
reabsorção é acelerada (KAPLAN, 1995; SWENSON & REECE, 1996).
O osso apresenta duas superfícies ósseas em contacto com os tecidos
moles, sendo uma externa (periosteal) e uma interna (endosteal) e ambas são
revestidas por camadas de células osteogênicas, o periósteo e o endósteo. O
osso cortical e o trabecular são compostos pelas mesmas células mas os
elementos da matriz mostram diferenças estruturais e funcionais. A diferença
estrutural é quantitativa, 80 a 90% do osso compacto é calcificado, enquanto que
no osso trabecular, apenas 15 a 25%, sendo o restante ocupado pela medula
óssea, vasos sanguíneos e tecido conectivo. A função do osso cortical é mecânica
e protetora e a do osso trabecular é metabólica (ANIJAR, 2003).
Define-se osteoporose como uma doença caracterizada por baixa massa
óssea e deterioração da microarquitetura do osso (SANFILIPPO & BIANCHI,
2003), levando ao aumento da fragilidade óssea e, conseqüentemente aumento
do risco de fraturas (SHAW & WITZKE, 1998). Os fatores de risco, em mulheres,
para a ocorrência dessa patologia são desde a idade, a depleção de estrógenos
decorrente da menopausa, o genoma, o comportamento e até mesmo a dieta
nutricional (LANZILLOTTI et al., 2003).
De acordo com RIGGS & MELTON (1986) supõe-se que existam duas
síndromes distintas de osteoporose. Acredita-se que a osteoporose pós-
menopausa (Tipo I), ocorre em mulheres 15 a 20 anos após a falência ovariana,
ou seja, com deficiência de estrógeno. Por outro lado, acredita-se que a
osteoporose senil (Tipo II), ocorre em homens e mulheres acima de 75 anos de
idade, estando relacionada com o envelhecimento. E na sua fisiopatologia
considera-se que exista uma hipofunção de base do osteoblasto, havendo um
déficit real na absorção intestinal de cálcio pela hipoprodução da 1,25(OH)2D.
CENCI et al. (2000) e TAKAYANAGI et al. (2000) realizaram um estudo
para determinar a fisiopatologia da perda óssea pós-ovariectomia em ratas.
Observaram que os estrógenos regulam a função das células T ocasionando um
aumento da produção do Fator de Necrose Tumoral (TNF), desta maneira levando
ao aumento da osteoclastogênese.
FORD et al. (2001) relataram que a densidade óssea deve ter merecida
atenção de muitos pesquisadores considerando o número de casos clínicos onde
ocorre perda óssea pós-menopausa.
De acordo com KAPLAN (1995) no final da adolescência, quando o
crescimento do osso diminui longitudinalmente, a densidade óssea aumenta
rapidamente. A densidade óssea atinge o seu ápice após a maturação
esquelética, ao redor dos 35 anos. O volume final da reserva de minerais ósseos é
afetado por hereditariedade, raça, nutrição e exercícios. O volume dessa reserva
permanece constante por toda a vida adulta, uma vez que o corpo redistribui suas
reservas de acordo com as necessidades estruturais.
A supra-renal libera para a corrente sangüínea uma série de hormônios de
importância vital. A porção cortical sintetiza dentre outros os hormônios sexuais
femininos (estrona e progesterona) em pequenas quantidades, assim como outras
substâncias andrógenas (androsterona). A porção medular sintetiza a adrenalina,
que em pequenas concentrações eleva a pressão arterial e ativa, a ação cardíaca
(BARGMANN, 1968).
A formação do osso é estimulada por influências hormonais como
estrógeno, andrógeno, hormônio de crescimento e hormônios tireoidianos, e por
atividade de sustentação de peso. Por outro lado, a reabsorção pode exceder a
formação óssea em resposta a corticóides em excesso (exógeno ou endógeno),
baixos níveis de cálcio sérico, altos níveis de hormônio tireoidiano e falta de
exercícios de sustentação de peso (KAPLAN, 1995).
Os ovários sob a influência dos hormônios gonadotrópicos hipofisários,
conduzem ao ciclo estral das fêmeas, o FSH é responsável pelo crescimento do
folículo, o LH atua na ruptura do mesmo enquanto que os estrógenos, produzidos
pelos ovários, são importantes em preparar o genital feminino para receber o
macho além de promover e manter as características sexuais secundárias das
fêmeas. Logo após a fecundação os ovários têm a capacidade de desenvolver o
corpo lúteo, que secreta a progesterona, responsável pela preparação do
endométrio para a implantação e nutrição do zigoto como também contribui para o
desenvolvimento da glândula mamária (VENZKE, 1986).
De acordo com BANKS (1992) sob a influência do LH (hormônio
luteinizante), as células da teca interna produzem dois andrógenos, a
androstenodiona e a testosterona. Sob a influência do FSH (hormônio folículo-
estimulante), as células da membrana granulosa produzem estrógenos,
principalmente o 17-β estradiol. Os andrógenos tecais atingem as células
granulosas, onde a aromatase converte os andrógenos em estrógenos. Os
estrógenos chegam ao antro em desenvolvimento e induzem a proliferação de
mais células da granulosa e ao crescimento do folículo.
Os estrógenos são esteróides anabólicos e exercem várias funções,
respondendo à influência das gonadotrofinas sobre o ovário, são sintetizados,
liberados e exercem influência retroalimentadora negativa sobre o hipotálamo e a
adeno-hipófise Eles são responsáveis pelo comportamento receptivo da fêmea
durante o estro e pelo desenvolvimento das características sexuais secundárias
da fêmea, como a glândula mamária bem como das funções normais do trato
reprodutor feminino. Os estrógenos além de estarem associados à reprodução,
também atuam no crescimento esquelético, manutenção óssea, atividade das
glândulas sebáceas, equilíbrio eletrolítico, retenção de cálcio e de fósforo e
deposição de gordura (FRANDSON, 1979; BANKS, 1992).
Segundo NOTELOVITZ (1993) os dois estrógenos fisiologicamente
relevantes são o estradiol, sendo predominante nas mulheres em pré-menopausa
e a estrona, predominante em mulheres pós-menopausa. Uma fonte importante de
estrona é a conversão periférica de precursores androgênicos, principalmente
androstenediona. A maior parte da atividade conversora se dá no tecido adiposo,
podendo ser uma das razões porque as mulheres obesas apresentam menor risco
de desenvolverem osteoporose.
O estrógeno tem efeito direto sobre as células ósseas. Nos osteoblastos,
que sintetizam matriz óssea rica em colágeno, é essencial para a mineralização,
além disso, o estrógeno aumenta o número de osteoblastos, a síntese de
colágeno por estas células, o número do RNAm osteoblástico para TGF� (fator de
transformação do crescimento �) e receptores osteoblásticos da progesterona. Já
nos osteoclastos, que promovem desmineralização óssea e digestão da matriz do
osso, o estrógeno promove a inibição da reabsorção direta e indireta, por um
efeito modulador dos osteoblastos sobre os osteoclastos (NOTELOVITZ, 1993).
Os estrógenos são os esteróides sexuais mais importantes na regulação da
reabsorção óssea em humanos, embora a testosterona também tenha influências
fisiológicas na formação do osso (FALAHATI-NINI et al., 2000).
A progesterona é produzida pelo corpo lúteo, mas é também encontrada no
córtex supra-renal e na placenta, colaborando com os estrógenos na expressão do
comportamento sexual das fêmeas associado ao estro. Além disso, inibe a
contração do músculo liso uterino e promove o desenvolvimento das glândulas
uterinas, necessária para a manutenção da gravidez, exercendo uma influência
retroalimentadora negativa sobre o ovário e a progesterona também estimula o
desenvolvimento da porção secretora e excretora da glândula mamária
(FRANDSON, 1979; BANKS, 1992).
UFER (1974) relatou que em humanos pode haver uma relação entre os
esteróides sexuais e o metabolismo das gorduras, pois após a ovariectomia
verificou-se, com freqüência nas mulheres, um aumento do colesterol e dos
lipídeos no plasma. MARINHO et al. (2003) observaram entre as mulheres obesas
aumento dos níveis séricos de estradiol, estrona e de testosterona livres, sendo
que, os níveis de estrona são derivados da ação da aromatase sobre os
andrógenos do tecido adiposo periférico.
Os dois fatores contribuintes mais importantes para a osteoporose são a
deficiência de estrógeno pós-menopausa e uma ingestão cronicamente baixa de
cálcio (LINDSAY, 1987).
Com a menopausa, ocorre uma diminuição acentuada dos níveis de
estrógeno que contribui para uma alteração aguda no equilíbrio do cálcio e
diminuição rápida na densidade óssea (ALLEN, 1986; HEANEY, 1986; MARCUS,
1987). Além do efeito direto nos processos metabólicos ósseos, o estrógeno afeta
a homeostase do cálcio aumentando sua absorção e melhorando a conservação
do cálcio renal (HEANEY, 1987). Após a menopausa, quando o estrógeno é
reduzido, a absorção de cálcio através da alimentação é menos eficiente, e
ingestões baixas não conseguem manter o nível necessário do cálcio (ALLEN,
1986).
Em animais experimentais, a deficiência de cálcio na dieta produz ossos
osteoporóticos, entretanto em seres humanos é improvável que apenas sua
deficiência seja uma explicação suficiente para a osteoporose (HEANEY, 1986).
O estrógeno parece inibir a reabsorção óssea e melhorar a eficiência da
absorção de cálcio (ALLEN, 1986).
De acordo com MARCUS (1987) os fatores genéticos e ambientais
influenciam a extensão da perda óssea. A evidência sugere que a perda de osso
cortical aumenta com a idade, podendo estar relacionada à dieta, especialmente à
deficiência de cálcio, enquanto a perda de osso trabecular está mais relacionada à
depleção de estrógeno na menopausa.
O cálcio constitui um material de formação essencial durante os períodos
de crescimento ósseo e desenvolvimento esquelético. Durante a gravidez e a
lactação, a necessidade de cálcio é aumentada para satisfazer as demandas
criadas tanto pelo feto e criança em desenvolvimento rápido respectivamente,
como pela mãe. Durante o inicio, meio e período mais tardio da vida adulta, o
corpo ainda necessita de quantidade de cálcio adequada para manter a densidade
óssea, e para regular diversas funções orgânicas (AVIOLI, 1988).
A densitometria óssea é, reconhecidamente, o método não-invasivo mais
preciso para a avaliação do risco de fratura, tendo sido recomendado como o
melhor meio de triagem de indivíduos com risco de desenvolver osteoporose
(SEELEY et al., 1991; HAWKER, 1996; LEVIS et al., 1998;).
Com exceção do ultra-som, todas as medidas de massa óssea consistem
em uma fonte de radiação com raios-X ou com radioisótopos. Os métodos são
baseados no princípio de que a atenuação sofrida pelos raios-X ou fótons
relaciona-se a espessura e à composição dos tecidos presentes durante a
passagem do feixe radioativo. Na maior parte do esqueleto, a espessura do osso
mineral é a principal causa da atenuação. O tecido mineralizado atenua a emissão
de radiação ionizante em uma proporção maior quando comparado a outros
tecidos do organismo, permitindo a quantificação mineral presente na região
estudada. O coeficiente de atenuação do tecido ósseo é tido como constante e o
grau de atenuação depende do total de osso presente, incluindo sua espessura.
Usando procedimentos de calibração, os valores de atenuação são convertidos à
espessura mineral equivalente e comparados com curvas normativas da
população controle (SZEJNFELD & HEYMANN, 2003).
De acordo com SZEJNFELD & HEYMANN (2003) a densitometria é útil
para o diagnóstico e o acompanhamento das doenças que afetam a mineralização
óssea, ela pode identificar redução da densidade óssea em pacientes que já
sofreram alguma fratura ou mesmo naqueles expostos a alguma doença ou
condição que pode levar à perda rápida de mineral ósseo, sendo também útil no
tratamento identificando com elevada precisão, variações de ganho ou de perda
de massa óssea.
Os resultados dos estudos de OMI & EZAWA (1995) sugeriram que é
importante tomar como avaliação da osteoporose, a idade e o local do osso,
trabalhando com ratas ovariectomizadas como modelo para osteoporose.
De acordo com estudos realizados por THORNDIKE & TURNER (1998) as
doenças das artérias coronárias, osteoporose, osteoartrite (OA) e perda óssea da
cavidade bucal, todas têm maior impacto na saúde da mulher após a menopausa
e os autores encontraram certas características destas condições que podem ser
reproduzidas no esqueleto maduro ou em ovelhas idosas com deficiência de
estrógeno.
Segundo LORENE & OLSZANIECKA (2000) a interpretação de
mensurações densitométricas em crianças é mais complicado do que em adultos,
devido à heterogenicidade do esqueleto e ao crescimento contínuo das crianças.
Resultados obtidos foram afetados pela idade, sexo, massa corpórea, altura, idade
óssea, fatores ambientais e doenças. Osteoporose em crianças é um sintoma
primário observado na osteogênese imperfeita e ocorre ainda a osteoporose
juvenil idiopática.
CAO et al. (2001) ao mensurarem as partes edentadas de 12 mandíbulas
de coelhas, na quarta e décima segunda semanas após a ovariectomia, através
de tomografia, concluíram que após as quatro semanas não houve uma diferença
significativa nas densidades minerais ósseas totais e trabeculares entre as
coelhas ovariectomizadas e as do grupo controle, sendo que nas coelhas, após as
12 semanas, houve um decréscimo sensível dessas densidades minerais ósseas
nas mandíbulas das coelhas ovariectomizadas, em relação às do grupo controle.
JOHNSON et al. (2002) trabalharam com ovelhas ovariectomizadas,
investigando radiografias intraorais e concentrações de osteocalcina, 17-β
estradiol, interleucina (IL)-6, desoxipiridium urinário e (IL)-6 salivar a cada quatro
meses até completarem 12 meses após ovariectomia. Os resultados mostraram
que as mudanças bioquímicas e densitométricas precederam uma redução
significante no soro de 17-β estradiol, as quais ocorreram entre quatro e oito
meses após a cirurgia. A redução da densidade mineral óssea do osso alveolar
tornou-se evidente aos seis meses pós-cirurgia sendo mais severa durante os seis
meses subseqüentes e a presença de marcadores do metabolismo ósseo na
saliva e suas correlações com a redução da densidade mineral óssea sugerem
que a saliva poderia ser usada como um método adjuvante para a avaliação da
densidade do esqueleto.
Segundo os estudos de YANG et al. (2003), onde após 16 semanas de
ovariectomia em ratas, foram coletadas: a mandíbula esquerda e a tíbia esquerda,
e após algumas avaliações, concluíram que a deficiência de estrógeno resulta em
alterações microestruturais de ambos os ossos, correlacionando esta deficiência
com mudanças osteoporóticas em ossos longos.
De acordo com o trabalho desenvolvido por JIANG et al. (2003) com ratas
ovariectomizadas e com dieta baixa em cálcio, observaram que houve uma
diminuição significativa na densidade mineral óssea (DMO) e no volume mineral
ósseo (VMO) de ambas as ratas ovariectomizadas e controle, porém a diminuição
de cálcio na dieta foi o que causou o maior decréscimo do volume e densidade
mineral óssea. Contudo, essas mudanças relacionadas aos três e nove meses de
avaliação não foram observadas.
A densidade mineral óssea (DMO) e o volume mineral ósseo (VMO) foram
avaliados por JIANG et al. (2004) que trabalharam com ratas ovariectomizadas e
controle na pesquisa de prevenção de perda de osso trabecular da mandíbula.
Esses animais foram tratados com estriol, calciotonina (CT) e editronato ou 2-
carboxyethylgermanium sesquioxide (Ge-132) e mensuraram a densitometria e
verificaram com o uso de tomografia, de 0,5mm da margem mesial do primeiro
molar inferior até 0,5mm da margem distal do terceiro molar inferior.
Segundo estudos realizados por GODOY et al. (2005) para estabelecer
valores normais de densidade mineral óssea (DMO) em milímetros de alumínio
(mmAl) de eqüinos, machos e fêmeas, com a técnica da densitometria óptica em
imagem radiográfica (DOR), concluíram que não houve diferença significativa da
DMO entre os sexos.
III. MATERIAL E MÉTODOS
1. ANIMAIS
No presente trabalho, 18 gatas (Felis domesticus) fêmeas da espécie felina,
sem raça definida, sendo dez adultas (de um ano e meio a dois e meio) e oito pré-
púberes (quatro meses de idade), oriundas da cidade de São José do Rio Preto -
SP, foram divididas em quatro grupos experimentais:
G1 – adultas ovariectomizadas (n = 5)
G2 – pré-púberes ovariectomizadas (n = 5)
G3 – adultas não ovariectomizadas (n = 4)
G4 – pré-púberes não ovariectomizadas (n = 4)
As gatas pré-púberes foram trazidas para o “gatil” com a idade em torno de
cinco dias, que neste período estavam sendo amamentadas, pelas próprias mães
e o experimento iniciou-se quatro meses depois. As gatas adultas também foram
levadas para o “gatil” quatro meses antes, da fase experimental.
Todos os animais apresentavam-se clinicamente sadios, no dia do
experimento, sendo avaliado o estado geral dos animais, as freqüências cardíaca
e respiratória; a coloração das mucosas ocular e oral; a ausculta cárdio-pulmonar
e a temperatura corpórea transretal.
2. INSTALAÇÕES
As gatas foram mantidas em um “gatil” com área de 36 metros quadrados,
construído em área rural, sendo que sua frente e parte da cobertura foram
cercados com tela galvanizada servindo como solário.
O gatil apresentava uma divisória para separar, no início, as gatas pré-
púberes das adultas e duas gaiolas, para uma possível internação. Esse espaço
físico era de fácil higienização e oferecia tranqüilidade para os animais.
Cada grupo recebeu ração do mesmo fabricante, à vontade. As pré-púberes
receberam ração para filhotes, (níveis de garantia: umidade (máx.) 10%, proteína
bruta (mín.) 34%, extrato etéreo (mín.) 20%, matéria fibrosa (máx.) 3%, matéria
mineral (máx.) 7%, cálcio (máx.) 1,1%, fósforo (mín.) 1%, lisina (mín.) 1,9%,
Metionina (mín.) 0,75%). do primeiro mês até os nove meses de idade. As gatas
adultas receberam ração proporcional a sua idade com os seguintes níveis de
garantia: umidade (máx.) 10%, proteína bruta (mín.) 32%, extrato etéreo (mín.)
15%, matéria fibrosa (máx.) 4,7%, matéria mineral (máx.) 6,5%, cálcio (máx.)
1,1%, fósforo (mín.) 1,1%, lisina (mín.) 1,5%, metionina (mín.) 1,1%). A água era
trocada três vezes ao dia, oferecida em vasilhas limpas e foram utilizadas vasilhas
sanitárias com areia higiênica de boa qualidade.
3. PROCEDIMENTO ANESTÉSICO
Utilizou-se anestesia dissociativa, após jejum alimentar de 12 horas e
hídrico de duas horas.Como medicação pré-anestésica foi utilizada a associação
neuroleptoanalgésica para 0,1 mg/Kg de peso corpóreo de Acepromazina1
associada a 0,01 mg/Kg de peso corpóreo de Bupremorfina2, administrada por via
intra muscular. Após 20 minutos, utilizou-se 15 mg/Kg de peso corpóreo de
Cetamina3, associada á 0,5 mg/Kg de peso corpóreo de Midazolan4 administrada
por via intra muscular.
Os animais receberam fluidoterapia por punção da veia cefálica com
solução fisiológica, na taxa de 5ml/Kg/h. Para a obtenção posterior das
radiografias e das coletas de sangue posteriores os animais foram submetidos ao
protocolo supracitado, exceto o uso do opióide. _______________________
1 Acepran - 1%, Univet, São Paulo, SP. 2 Tengesic - Schering-Plough. 3 Ketamina – 10%, Agener União, Embu-Guaçu, SP. 4 Dormonid - 15mg, Roche, Rio de Janeiro, RJ.
4. PROCEDIMENTO CIRÚRGICO
Após ampla tricotomia da região abdominal ventral e anti-sepsia com
solução de polivinil pirrolidona iodo a 1% e álcool 70%, foi adotada abordagem
ventral, posicionando-se os animais em decúbito dorsal.
A incisão cutânea foi realizada na linha média ventral, a aproximadamente
1cm caudalmente ao umbigo tendo extensão de 3cm. A cavidade abdominal foi
acessada através da linha alba; o omento e o intestino delgado foram deslocados
cranialmente, facilitando a identificação dos ovários. Assim que foram localizados,
o ligamento suspensor do ovário, localizado na borda livre do ovário e se estende
até a porção média da última costela, e o ligamento próprio do ovário, localizado
entre a extremidade do ovário e o ápice do corno uterino, foram isolados para a
realização da ligadura completa na porção medial dos ligamentos, bilateralmente,
com fio de sutura de nylon 0,25. removendo-se assim os ovários; após a inspeção
da cavidade abdominal. A incisão foi fechada usando-se nylon 0,25; as incisões de
subcutâneo e da pele foram suturadas com fio mononylon 4.0 e com pontos
simples separados. Ao término do procedimento foi aplicado curativo com fita
hipoalergênica e solução de polivinil pirrolidona iodo a 1%.
Os animais foram assistidos até a completa recuperação anestésica. Foi
instituído o uso de analgésico, no pós-operatório imediato, e antibioticoterapia. A
sutura de pele foi removida no 10o dia do período pós-operatório.
5. COLETA DE SANGUE
Para as colheitas de sangue as fêmeas foram anestesiadas segundo
protocolo descrito no item procedimento anestésico, exceto o uso do opióide. As
amostras de sangue total para avaliação hormonal foram coletadas pela punção
da veia jugular externa utilizando-se para cada animal, seringas e agulha estéreis
e sem adição de anticoagulantes.
As coletas de sangue foram realizadas no dia da ovariectomia (tempo zero)
e aos nove e doze meses após as cirurgias.
6. AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA
Para a obtenção dos exames radiográficos as gatas foram anestesiadas de
acordo com o protocolo, abordado anteriormente. As radiografias foram
realizadas, no dia da ovariectomia (tempo zero), aos três, seis, nove e doze meses
após a cirurgia, para posterior análise densitométrica. Em todas as fêmeas
adotou-se a projeção crânio-caudal do fêmur (Figura 1). O aparelho de raios X
usado foi o do tipo unitanque, marca Gnatus, (Brasil) com capacidade de 50
quilovols (KV), oito miliampéres e três segundos. Adotou-se a técnica para
execução das radiografias com calibração fixa do aparelho tendo distância foco-
filme de 80 cm e tempo de 1 segundo. Optou-se obter as medidas densitométricas
do fêmur considerando-se a posição do osso, que permite uma boa aproximação
em relação ao filme fotográfico e conseqüentemente apresenta melhores detalhes,
contornos e densidade. Foi utilizado um chassi de alumínio de 24 x 30 cm, com
ecran de base verde Solidor (Brasil) com média velocidade de reforço,
empregando-se filme P-MATG/RA e reveladores Kodak® (Brasil).
7. DENSITOMETRIA ÓSSEA
As avaliações densitométricas foram realizadas no pós-operatório imediato
e após três, seis, nove e doze meses, objetivando determinar as diferenças
qualitativas e quantitativas na massa óssea, no decorrer do tempo. As medidas
densitométricas foram obtidas através da técnica desenvolvida por LOUZADA
(1994) e por um “software” específico. Como referencial densitométrico nas
tomadas radiográficas utilizou-se um penetrômetro, escada de alumínio (liga 6063
ABNT) e 12 degraus (0,5mm de espessura) para o primeiro degrau, variando de
0,5 em 0,5mm até o décimo; o décimo primeiro com 6,0mm de espessura; o
décimo segundo com 8,0mm de espessura; cada degrau com (5 x 25mm2 de
área), radiografado concomitantemente com a região femoral das gatas nos cinco
períodos (Figuras 2, 3, 4, 5 e 6).
Para a digitalização das imagens radiográficas submetidas às leituras
densitométricas, foi utilizado um scanner HP (Scanjet 4C – Brasil), com adaptador
para transparências HP Scanjet 4C e as imagens, subseqüentemente, foram
armazenadas em microcomputador.
As densitometrias ópticas foram realizadas no Departamento de Morfologia
e Fisiologia Animal da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária/UNESP,
Campus de Jaboticabal. Na análise densitométrica foi utilizado o programa
computacional de imagens, denominado Image Pro-Plus (Media Cybernetics -
USA), o qual recapturou as imagens radiográficas sendo feita, inicialmente, a
calibração da densidade e medição da densidade óssea em milímetros de
alumínio.
A calibração foi realizada com o auxílio do “mouse”, e as regiões de
densidade específica foram selecionadas na escada de alumínio, sendo que os
valores obtidos originaram uma curva padrão que foi correlacionada com os
valores encontrados sobre as imagens ósseas de interesse. A leitura da
densidade óssea foi realizada nas epífises proximal e distal e na diáfise do fêmur
do membro direito.
8. AVALIAÇÃO HORMONAL
Para avaliação hormonal de estrógeno e progesterona, foram utilizadas as
técnicas de radioimunoensaio e o método de imunofluorimetria respectivamente.
As avaliações hormonais foram realizadas no dia da ovariectonia (tempo zero),
aos nove e aos doze meses após a cirurgia. Todas as amostras foram
processadas pelo laboratório do Instituto Hermes Pardini, Belo Horizonte, MG.
9. ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estastística dos parâmetros obtidos das gatas ovariectomizadas e
não ovariectomizadas foi realizada utilizando uma análise de variância de "SAS"
(1996) e as médias foram comparadas pelo teste Tukey.
Figura 1. Posição crânio caudal de uma gata visando obter as radiografias do fêmur.
Figura 2. Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata ovariectomizada, no tempo zero, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).
Figura 3. Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata ovariectomizada, aos três meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).
Figura 4. Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata ovariectomizada, aos seis meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).
Figura 5. Imagem radiográfica do fêmur direito de uma gata ovariectomizada, aos nove meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).
Figura 6. Imagem radiográfica do fêmur direito de gata ovariectomizada, aos doze meses após a ovariectomia, concomitantemente com a escada de alumínio (indicada com a seta).
IV. RESULTADOS
A Tabela 1 apresenta os valores da densitometria óssea de gatas pré-
púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.
Tabela 1. Valores médios ± desvio padrão da densitometria óssea (mm Al) de
gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante os 12 meses.
Densidade óssea
Gatas pré-púberes
Gatas adultas Gatas pré-púberes
Gatas adultas
Não ovariectomizadas Ovariectomizadas Tempo
zero 36,73 ± 19,28aA 37,12 ± 21,25aA 26,61 ±15,57abBC 17,21 ± 3,74bC
Três meses
30,21 ± 10,98aAB 22,40 ± 9,37abB 24,96 ± 4,46abBC 19,86 ± 4,72bC
Seis meses
23,53 ± 3,04bB 29,40 ± 8,00aAB 22,33 ± 0,47bC 30,32 ± 7,01aB
Nove meses
38,24 ± 2,95A 36,52 ± 7,37A 38,95 ± 4,59A 36,00 ± 1,92A
Doze meses
30,59 ± 5,10AB 30,72 ±1,98AB 31,40 ± 3,16AB 30,99 ±4,15B
Médias, na linha, seguidas de diferentes letras minúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Médias, na coluna, seguidas de diferentes letras maiúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
Na Tabela 1 e Figura 7, no tempo 0, houve diferença significativa na
densitometria óssea das gatas adultas ovariectomizadas (17,21 ± 3,74 mm Al) em
relação às gatas não ovariectomizadas (pré-púberes e adultas).
Aos três meses houve uma diferença sensível entre as gatas adultas
ovariectomizadas (19,86 ± 4,72 mm Al) e as pré-púberes não ovariectomizadas
(30,21 ± 10,98 mm Al). Aos seis meses após a cirurgia a densitometria aumentou
significativamente entre as gatas adultas ovariectomizadas e não
ovariectomizadas em relação às pré-púberes (Tabela 1 e Figura 7).
Aos nove e aos doze meses após a castração, tanto nas gatas não
ovariectomizadas como nas gatas pré-púberes e adultas ovariectomizadas a
densitometria não diferenciou entre si.
Os dados contidos na Tabela 1 e Figura 7 demonstram que nas gatas pré-
púberes não ovariectomizadas houve uma diminuição na densidade óssea até os
seis meses, elevando-se aos nove e doze meses, voltando aos níveis iniciais
densitométricos (p>0,05).
No tempo 0 foi encontrado o maior valor densitométrico nas gatas adultas
não ovariectomizadas (37,12 ± 21,25 mm Al), o qual foi significativamente
reduzido aos três meses (22,40 ± 9,37 mm Al). Este valor voltou a aumentar aos
nove meses, quando atingiu o valor de 36,52 ± 7,37mm Al. Aos doze meses o
valor médio foi reduzido novamente (30,72 ± 1,98mm Al), porém não foi
significativo em relação aos outros períodos (Tabela 1 e Figura 7).
Em relação às gatas pré-púberes ovariectomizadas houve uma ligeira
queda nos valores densitométricos até os seis meses (p>0,05), (Tabela 1 e Figura
7). A partir daí, aos nove meses, houve um aumento acentuado (38,95 ± 4,59mm
Al) que decresce até os doze meses (31,40 ± 3,16mm Al).
Observa-se também na Tabela 1 e Figura 7, que a análise densitométrica
das gatas adultas ovariectomizadas teve um aumento significativo a partir do 6°
mês, apresentando um pico aos nove meses (p<0,05), retornando aos valores
iniciais do 6° mês após a castração (Figura 7).
0
10
20
30
40
50
60
70
Dia dacastração
três mesesapós
Seismesesapós
Nove mesesapós
Doze mesesapós
Grupos
Den
sida
de m
iner
al ó
ssea
(mm
Al)
Gatas pré-púberes não ovariectomizadas
Gatas adultas não ovariectomizadas
Gatas pré-púberes ovariectomizadas
Gatas adultas ovariectomizadas
Figura 7. Valores médios ± desvio padrão da análise densitométrica de gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.
A Tabela 2 apresenta os valores do peso corpóreo de gatas pré-púberes e
adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.
Tabela 2. Valores médios ± desvio padrão do peso corpóreo de gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas durante os 12 meses.
Peso corpóreo Gatas pré-púberes
Gatas adultas Gatas pré-púberes Gatas adultas
Não ovariectomizadas Ovariectomizadas Tempo zero 1,20 ± 0,22b 3,01 ± 0,70a 1,46 ± 0,10b 3,17 ± 0,51a
Seis meses 2,85 ± 0,39b 3,65 ± 0,83ab 3,04 ± 0,23b 4,42 ± 0,41a
Nove meses 3,02 ± 0,24b 3,37 ± 0,76b 3,56 ± 0,26b 4,70 ± 0,41 a
Doze meses 3,07 ± 0,48b 3,17 ± 0,59b 3,86 ± 0,43b 4,96 ± 0,63a
Médias, na linha, seguidas de diferentes letras minúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
Na Tabela 2 e Figura 8, no tempo 0, pôde-se verificar que não houve
diferença entre as gatas pré-púberes e adultas ovariectomizadas e não
ovariectomizadas (p>0,05), no entanto, entre as gatas pré-púberes e adultas
ovariectomizadas observa-se que as gatas adultas ovariectomizadas
apresentaram maior peso corporal em relação às pré-púberes ovariectomizadas.
Aos seis meses houve um aumento no peso (p<0,05) das gatas adultas
ovariectomizadas comparando-se com as gatas pré-púberes ovariectomizadas e
não ovariectomizadas, porém não houve uma diferença entre as gatas adultas
ovariectomizadas e não ovariectomizadas (p>0,05).
As gatas aos nove e aos doze meses tiveram o mesmo padrão de resposta
sendo que o peso corporal das gatas adultas ovariectomizadas foi maior (p<0,05)
em relação às gatas pré-púberes ovariectomizadas e não ovariectomizadas e as
adultas não ovariectomizadas.
0
1
2
3
4
5
6
Gatas pré-púberesnão ovariectomizadas
Gatas adultas nãoovariectomizadas
Gatas pré-púberesovariectomizadas
Gatas adultasovariectomizadas
Grupos
Pes
o co
rpór
eo (K
g)
Tempo zero
Seis meses
Nove meses
Doze meses
Figura 8. Valores médios ± desvio padrão do peso corpóreo de gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.
A Tabela 3 apresenta as concentrações de estrógeno de gatas pré-púberes
e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, no decorrer do ano.
Tabela 3. Valores médios ± desvio-padrão dos níveis de estrógeno (pg/mL) de gatas ovariectomizadas e não ovariectomizadas, pré-púberes e adultas no dia da castração (tempo zero) e aos nove e doze meses após a cirurgia.
Estrógeno Gatas pré-púberes
não ovariectomizadas
Gatas adultas não
ovariectomizadas
Gatas pré-púberes ovariectomizadas
Gatas adultas ovariectomizadas
Tempo zero
5,25 ± 10,50B 23,80 ± 9,63 8,76 ± 19,58 17,30 ± 10,57
Nove meses
31,75 ± 8,42A 30,25 ± 13,20 24,00 ± 6,87 22,00 ± 4,52
Doze meses
24,50 ± 5,06aA 20,00 ± 4,24ab 17,40 ± 7,77ab 13,80 ± 2,16b
Médias, na linha, seguidas de diferentes letras minúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Médias, na coluna, seguidas de diferentes letras maiúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
Na Tabela 3 pôde-se verificar que não ocorreu diferença significativa nas
concentrações de estrógeno circulante nas gatas ovariectomizadas e não
ovariectomizadas tanto nas pré-púberes como nas adultas, no tempo 0 e aos nove
meses após a castração. No entanto, aos doze meses após a castração, as
concentrações de estrógeno das gatas adultas ovariectomizadas (13,80 ± 2,16
pg/mL) foram significativamente menores em relação às gatas pré-púberes não
ovariectomizadas (24,50 ± 5,06 pg�mL), embora nenhuma variação ocorreu entre
as gatas adultas normais e as jovens e adultas ovariectomizadas .
Entre as gatas pré-púberes não ovariectomizadas a concentração de
estrógeno circulante foi siginificativamente menor no tempo 0 em relação aos nove
e aos doze meses após a castração. No entanto, nenhuma variação de estrógeno
ocorreu nas gatas adultas ovariectomizadas e não ovariectomizadas e nas pré-
púberes ovariectomizadas entre o tempo 0 e aos nove e doze meses após a
castração (Figura 9).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Gatas pré-púberesnão ovariectomizadas
Gatas adultas nãoovariectomizadas
Gatas pré-púberesovariectomizadas
Gatas adultasovariectomizadas
Grupos
Con
cent
raçã
o de
est
róge
no (p
g/m
L) Dia da castração
Nove meses após
Doze meses após
Figura 9. Valores médios ± desvio padrão dos níveis de estrógeno de gatas pré-
púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.
A Tabela 4 apresenta as concentrações de progesterona de gatas
ovariectomizadas e não ovariectomizadas, pré-púberes e adultas, no decorrer do
ano.
Tabela 4. Valores médios ± desvio-padrão dos níveis de progesterona (ng/mL) de gatas ovariectomizadas e não ovariectomizadas, pré-púberes e adultas no dia da cirurgia (tempo zero) e aos nove e doze meses após a cirurgia.
Progesterona Gatas pré-púberes
não ovariectomizadas
Gatas adultas não
ovariectomizadas
Gatas pré-púberes Ovariectomizadas
Gatas adultas ovariectomizadas
Tempo zero
1,16 ± 1,83 2,35 ± 2,44 5,39 ± 7,96 17,30 ± 22,07
Nove meses
5,69 ± 7,29 0,87 ± 0,30 0,84 ± 0,20 0,85 ± 0,28
Doze meses
14,69±16,58 1,66 ± 1,53 0,98 ± 0,46 0,58 ± 0,21
Médias, na linha, seguidas de diferentes letras minúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). Médias, na coluna, seguidas de diferentes letras maiúsculas, diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
Ao analisar os resultados da Tabela 4 pôde-se verificar que nas
concentrações de progesterona não foram observadas diferenças significativas
nas gatas pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas.
Em relação à Figura 10 a concentração de progesterona estava alta no
tempo 0 somente nas gatas adultas ovariectomizadas e, nas gatas pré-púberes
não ovariectomizadas, o nível da progesterona apresentou um aumento aos 12
meses.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Gatas pré-púberesnão
ovariectomizadas
Gatas adultas nãoovariectomizadas
Gatas pré-púberesovariectomizadas
Gatas adultasovariectomizadas
Grupo
Con
cent
raçã
o de
pro
gest
eron
a (n
g/m
L)
Dia ZeroNove meses Doze meses
Figura 10. Valores médios ± desvio padrão dos níveis de progesterona de gatas
pré-púberes e adultas, ovariectomizadas e não ovariectomizadas, durante o ano.
V. DISCUSSÃO
O controle populacional de gatas no Brasil ocorre por meio da ovariectomia
precoce. Considerando que esta prática está cada vez mais freqüente na clínica
médica veterinária, torna-se de extrema importância investigar a correlação de
ovariectomia e alterações hormonais, em gatas jovens e adultas, visando a
prevenção de alterações fisiopatológicas em gatas nas diferentes idades.
Economicamente, a ovariectomia em filhotes é menos onerosa e mais
rápida do que em adultos e previne a incidência de doenças relacionadas com o
sistema reprodutor, tanto no macho como na fêmea. No entanto, entre as
possíveis alterações ocorridas após esta cirurgia, identifica-se o sistema ósseo,
uma vez que existe uma correlação muito grande entre densidade mineral óssea e
hormônios circulantes.
O osso apresenta duas superfícies ósseas em contacto com os tecidos
moles: uma externa (periosteal) e uma interna (endosteal). Ambas são revestidas
por camadas de células osteogênicas, o periósteo e o endósteo. O osso cortical e
o trabecular são compostos pelas mesmas células e elementos da matriz, porém
mostram diferenças estruturais e funcionais. A diferença estrutural é quantitativa,
80 a 90% do osso compacto é calcificado, enquanto que no osso trabecular,
apenas 15 a 25% (o restante é ocupado pela medula óssea, vasos sanguíneos e
tecido conjuntivo). A função do osso cortical é mecânica e protetora e a do osso
trabecular é metabólica (ANIJAR, 2003).
A resistência óssea das gatas foi avaliada por meio da densidade mineral
óssea, método não invasivo, porém preciso para avaliação do risco de fratura,
sendo reconhecido como o melhor meio de triagem de animais com o risco de
osteoporose.
Considerando que a densitometria óssea fornece a medida quantitativa da
massa óssea compacta, responsável por mais de dois terços da variação da
resistência óssea, verificou-se em nosso experimento que a densitometria das
gatas pré-púberes e adultas ovariectomizadas e não ovariectomizadas, após a
cirurgia apresentou um padrão de resposta semelhante. Verificou-se uma redução
da densidade mineral óssea até os seis meses após a ovariectomia nas gatas pré-
púberes não ovariectomizadas (p<0,05) e nas gatas pré-púberes
ovariectomizadas (p>0,05), evidenciando-se uma elevada demanda de cálcio,
provavelmente, em decorrência do desenvolvimento desses animais que se
encontravam na fase de crescimento.
Observou-se também que a densidade mineral óssea dessas gatas foi
maior aos nove meses em relação aos demais meses, quando o nível de
estrógeno circulante encontrava-se alto, tanto nas pré-púberes não
ovariectomizadas (p<0,05) como nas adultas não ovariectomizadas (P>0,05) e nas
ovariectomizadas pré-púberes e adultas (P>0,05). Levando-se em conta que o
estrógeno segundo NOTELOVITZ (1993), aumenta o número dos osteoblastos e a
síntese de colágeno pelos osteoblastos, observa-se em nossos resultados uma
correlação positiva da concentração de estrógeno e da densidade mineral óssea
nas gatas pré-púberes e adultas ovariectomizadas e não ovariectomizadas até os
nove meses após a ovariectomia. Esses resultados diferem da abordagem feita
por Marcus (1987) que relata que a perda de osso cortical aumenta com a idade.
UFER (1974) e MARINHO (2003) relataram em mulheres obesas um
aumento dos níveis de estrona, derivado da aromatização dos andrógenos no
tecido adiposo periférico. NOTELOVITZ (1993) aborda que a estrona é
predominante em mulheres pós-menopausa e esclarece a aromatização dos
andrógenos quando relata que a conversão periférica de precursores
androgênicos a androstenediona, que dará origem a estrona, se dá no tecido
adiposo.
Sendo assim, essa dinâmica fisiológica vem corroborar com os nossos
achados, em gatas adultas ovariectomizadas que mostraram ganho de peso aos
seis meses (p>0,05) e aos nove meses (p<0,05) após a cirurgia, e também
apresentaram maiores níveis de estrógenos circulantes, o que pode ter contribuído
com a elevação da massa óssea e densidade mineral óssea das gatas.
Banks (1992) relata que a remoção dos ovários, ou sua disfunção com a
idade, resulta na deficiência de estradiol e aborda que as glândulas adrenais
produzem um andrógeno moderadamente ativo chamado deidroepiandrosterona o
qual pode ser metabolizado para o estradiol. Considerando que as gatas desse
experimento eram ovariectomizadas, pode-se deduzir que o córtex da adrenal
apresentou-se ativo, desencadeando também a liberação do estrógeno circulante
favorecendo um aumento da densidade mineral óssea das gatas.
Com relação à concentração de progesterona nas gatas pré-púberes e
adultas ovariectomizadas, observaram concentrações séricas oscilantes (p>0,05)
e decrescentes, sugerindo um aumento do número de receptores de progesterona
osteoblásticos, de acordo com NOTELOVITZ (1993), favorecendo
conseqüentemente uma maior densidade mineral óssea nas gatas.
VI. CONCLUSÃO
Acredita-se poder concluir que a esterilização de gatas é recomendável
para solucionar problemas populacionais. Certificou-se que esta prática não
interfere no estado fisiológico das fêmeas em relação à densidade mineral óssea e
parâmetros hormonais, até um ano após a ovariectomia.
VII. REFERÊNCIAS
AARON, J. E.; MARKINS, N. B.; SAGREIYA, K. The microanatomy of
trabecular bone loss in aging men and women. Clin. Orthop. Res.,
Philadelphia, v. 215, p. 260-271, 1987.
ALLEN, L. H. Calcium and age-related bone loss. Cin. Nutr. v. 5, p. 147-
152, 1986.
ALLEN, L. H. Calcium and osteoporosis. Nutr. Today v. 21, p. 6-10, 1986.
ALMEIDA, F.M.; PAIXÃO, R. L.; LABARTHE, N. V. Overpopulation of
domestic urban cats (Felis cattus Linnaeus, 1758) – The need to understand
in order to control. Clínica Veterinária, São Paulo, n. 58, p. 44-48, 2005.
AVIOLI, L. V. Calcium and phosphorus. In: Modern Nutriction in Health
and Disease. 7th ed. M. E. Shiis and VR. Young (Eds). Philadelphia: Lea
and Febiger. pp. 142-158, 1988.
BAGI, C. M.; MILLER, S. C.; BOWMAN, B. M.; BLOMSTROM, G. L.;
FRANCE, E. P.;Differences in cortical bone in overloaded and underlocded
femurs from ovariectomized rats: comparison of bone morphometry with
torsional testing. Bone. Elmsford, v. 13, n. 1, p. 35-40, 1992.
BANKS, W. J. Sistema reprodutor feminino In: Histologia veterinária
aplicada. 2º ed., São Paulo: Ed. Manole, 1992. p. 565-588.
BARGMANN, W. El sistema incretor o endocrino. In: Histologia y
anatomía microscópica. 3º ed. Montevideo: Ed. Labor, 1968. p. 399-458.
BARLET, J. P.; COXAM, V.; DAVICCO, M. J.; GAUMET, N. Animal models
of postmenopausal osteoporosis. Reprod. Nutr. Dev., Paris, v. 34, n. 3, p.
221-236, 1994.
CENCI, S.; WEITZMANN, M. N.; ROGGIA, C. Estrogen deficiecy induces
bone loss by enhancing T-Cell production TNF. J. Clin. Invest., New York,
v. 106, p. 1229-1237, 2000.
CAO, T.; SHIROTA, T.; YAMAZAKI, M.; OHNO, K.; MICHI, K. I.Bone
mineral density in mandibles of ovariectomized rabbits. Clin. Oral Implants
Res., Denmark, v. 12, n. 6, p. 604-608, 2001.
CHACHRA, D.; LEE, J. M.; KASRA, M. Differencial effects of ovariectomy
on the mechanical properties of cortical and cancellous bone in rat femora
and vertebrae. Biomed. Sci. Instrum., v. 36, p. 123-128, 2000.
COSTA-PAIVA, L.; HOROVITZ, A. P.; SANTOAS, A. O.; FONSECHI-
CARVASAN, G. A.; PINTO-NETO, A.M. Prevalance of osteoporosis in
postmanopausal women and association with clinical and reproductive
factors. RBGO., São Paulo, v. 25, n. 7, p. 507-512, 2003.
CUMMINGS, S. R.; BLACK, D. Bone mass measurements and risk of
fracture Caucasian Women: a review of findings from prospective studies.
Am. J. Med., New York, v. 98, n. 2A, p. 24-28, 1995.
DAVIDSON, A. P.; STABENFELDT, G. H. Controle da ovulação e do corpo
lúteo in: CUNNINGHAM – Tratado de fisiologia veterinária. 2º ed., Rio de
Janeiro: Ed. Guanabara, 1999. p. 361-367.
DYCE, K. M.; SACK, W. O.; WENSING, C. J. G. A pelve e os órgãos
reprodutores dos carnívoros In: Tratado de anatomia veterinária. 2º ed., Rio
de Janeiro: Ed. Guanabara, 1996. p. 343-357.
FALAHATI-NINI, A.; RIGGS, B. L.; ATKINSON, E. J. Relative contributions
of testoterone and estrogen in regulation and formation in normal elderly
men. J. Clin. Invest., New York, 106, p. 1553-1560, 2000.
FAUGERE, M.; OKAMOTO, S.; DELUCA, H. Calcitrol corrects bone loss
induced by oophorectomy in rats. Am. J. Physiol., Bethesda, v. 250, n.E35,
1986.
FLIEGER, J.; KARACHALIOS, T.; KHALDI, L.; RAPTOU, P.; LYRITS, G.
Mechanical stimulation in the form of vibration prevents postmenopausal
bone loss in ovariectomized rats. Calcif. Tissue Int., San Diego, v. 63, n. 6,
p. 510-4, 1998.
FOGELMAN, I.; FROST, M.; L.; BLAKE, G. M. Contact quantitative
ultrasound: An evaluation of precesion, fracture discrimination, age-related
bone loss and applicability of the who criteria. Osteoporosis Int., v. 10, p.
441-449, 1999.
FORD, M. A.; TURNER, L.; DIBREZZO, R.; CHO, H. K. Bone densitometry
in assessment of bone mineral density. J. Ark. Med. Soc., Fayetteville, v.
98, n. 3, p. 86-8, 2001.
FRANDSON, R. D. Fisiologia da reprodução na fêmea In: Anatomia e
fisiologia dos animais domésticos. 2º ed., Rio de Janeiro: Ed. Guanabara,
1979. p. 299-312.
GALLAGHER, J. C.; AARON, J.; HORSMAN, A.; MARSHALL, D. M.;
WILKINSON, R. The crush fracture syndrome in postmenopausal women.
Clin. Endocrinol. Metab., Philadelphia, v. 2, p. 293, 1973.
GLUER, C.; GENAT, H. Métodos atuais de detecção da densidade
mineral óssea. Disponível em: <www.intituto-
radiologia.com.br/artigos/artigo2.htm>.Acesso em: 9 Jun 2004.
GODOY, C.L.D.; VULCANO, L.C.; SANTOS, F.A.M.; SOARES, J.C.M.
Normal values of boné mineral density of the Acessory carpus boné in
Brasileiro de hipismo (BH) horse Breed using optical densitometry in
radiographic image. Ciência Rural, Santa Maria, v. 35, n. 3, p. 607-610,
2005.
HAWKER, G. A. The epidemiology of osteoporosis. J. Rheumatol. v. 23
(Suppl. 45): p. 2-5, 1996.
HEANEY, R. P., RECKER, R. R. SAVILLE, P. D. Menopausal chenges in
calcium balance performance. J. Lab. Clin. Med., New York, v. 92, p. 953-
963, 1978.
HEANEY, R. P. Calcium bone health, and osteoporosis. In: Bone and
Mineral Reseach-4. W.A. Peck (Ed). New York: Elsevier. p. 255-301, 1986.
HEANEY, R. P., RECKER, R. R. Distribution of calcium absortion in middle-
aged women. Am. J. Clin. Nutr., New York, v. 43, p. 299-305, 1986.
HOSZOWSKI, K. Clinical diagnosis of osteoporosis. Przegl Lek.,
Warszawie, v. 54, n. 4, p. 215-9, 1997.
JIANG, G.; MATSUMOTO, H.; FUJII, A. Mandible bone loss in:
osteoporosis rats. J. Bone Miner. Metab., Chiba, v. 21, n. 6,p.388- 395,
2003.
JIANG, G.; MATSUMOTO, H.; YAMANE, J.; KUBOYAMA, N.; AKIMOTO,
Y.; FUJII, A. Prevention of trabecular bone loss in the mandible of
ovariectomized rats. J. Oral Sci., Chiba, v. 46, n. 2, p. 75-85, 2004.
JOHNSON, R. B.; GILBERT, J. A.; COOPER, R. C.; DAI, X.; NEWTON, B.
I. Alveolar bone loss year following ovariectomy in sheep. J. Periodontal.,
Birmingham, v. 68, n. 9, p. 864-871, 1997.
JOHNSON, R. B.; GILBERT, J. A.; COOPER, R. C.; PARSELL D.E.;
STEWART B.A.;DAI, X.;NICK T.G.; STRECKFUS C.F.; BUTLER R.A.;
BORING J.G. Effect of estrogen deficiency on skeletal and alveolar bone
density in sheep. J. Periodontol., Birmingham, v. 73, n. 4, p. 383-391,
2002.
KAPLAN, F. S. Prevention and management of osteoporosis.Clin. Symp.,
Philadelphia, v. 47, n. 1, p. 6. 1995.
LANZILLOTTI, H. S.; LANZILLOTTI, R. S.; TROTTE, A. P. R.; DIAS, A. S.;
BORNAND, B.; COSTA, E. A. M.M. Rev. Nutr., Campinas, v. 16, n. 2, p.
181-192, 2003.
LEVIS, S.; ALTMAN, R. Bone densitimetry. Arthritis Rheum. v. 41, p. 577-
587, 1994.
LINDSAY, R. Estrogen and osteoporosis. Phys. And Sportsmed., New
York, v. 15, p.105-108, 1987.
LORENE R.S.; OLSZANIECKA M. Osteoporosis in children. Przegl Lek.,
Warszawie, v. 57, n. 2, p.127-130, 2000.
LOTZ, J. C.; KROEBER, M. V.; PERICHERLA, K.; KIMMEL, D.; KINNEY, J.
H.; LANE, N. E. Tibial plateau fracture as a measure of early estrogen-
dependent bone fragility in rats. J. Orthop. Res., New York, v. 18, n. 2, p.
326-332, 2000.
LOUZADA, M.J.Q. Otimização da técnica de densitometria óptica em
imagens radiográficas de peças ósseas. Estudo in vitro. 1994. 191f.
Tese (Doutorado em automação-Departamento de Engenharia Biomédica)-
Curso de Engenharia Elétrica, Universidade Estadual de Campinas.
MALLUCHE, H. H.; FAUGERE, M. C.; RUSH, M. Osteoblastic insufficiency
is responsible for maintenance of osteopenia after loss of ovarian function in
experimental Beagle dogs. Endocrinology, Baltimore, v. 119, p. 2643,
1986.
MALLUCHE, H. H.; FAUGERE, M. C.; RUSH, M.; FRIEDLER, R.; FANT, P.
1,25-Dihidroxyvitamin D3 corrects bone but supresses bone remodeling in
ovariohysterectomized Beagle dogs. Endocrinology, Baltimore, v. 122, n.
5, p. 1998-2006, 1988.
MARCUS, R. Calcium intake and skeletal integrity: is there a critical
relationship? J. Nutr. v. 117, p. 631-635, 1985.
MARINHO, R. M., PIAZZA, M. J., CAETANO, J. P. J. Ginecologia
endócrina. In: Manual de orientação. São Paulo: Ed. Ponto, 2003. 168p.
MEYER, R. A.; TSAHAKIS, P. J.; MARTIN, D. F.; BANKS, D. M.; HARROW,
M. E.; KIEBZAK, G. M. Age and ovariectomy impair both the normatization
of mechanical properties and the accretion of mineral by the fracture callus
in rats. J. Orthop. Res., New York, v. 19, n. 3, p. 428-435, 2001.
NORDSLETTEN, L.; KAASTAD, T. S.; MADSEN, J. E.; REIKERAS, O.;
OVSTEBO, R. The development of femoral osteopenia in ovariectomized
rats is not reduced by high intensity treadmill training: a mechanical and
densitometric study. Calcif. Tissue Int., New York, v. 55, n. 6, p. 436-442,
1994.
NOTELOVITZ, M. Osteoporosis: screening, prevention and management.
Fertil Steril., Gainesville, v. 59, p. 707-725, 1993.
OMI N.; EZAWA I. The effect of ovariectomy on bone metabolism in rats.
Bone., Tokyo, v. 17, suppl. 4, p. 163S-168S, 1995.
RAGI, S. Diagnóstico densitométrico da osteoporose: perspectivas
técnicas. Disponível em <www.sbdens.org.br/artigos.htm>. Acesso em: 19
nov. 2004.
RIGGS, B. L.; MELTON, L. J. III. Involutional osteoporosis.N. Engl. J. Med.,
New York, v. 314, p. 1676-1686, 1986.
SANFILIPPO, F.; BIANCHI, A. E. Osteoporosis: the effect on maxillary bone
resorption and therapeutic possibilities by means of implant prostheses-
aliterature review and clinical considerations. Int. J. Periodontics
Restorative Dent., Milan, v. 23, n. 5, p. 447-457, 2003.
SAS Institute, SAS user's guide: estatistics. SAS Institute, 1996.
SEELEY, D. G., et al. Wich fractures are associated with low appendicular
bone mass in elderly women? Ann. Intern. Med. v. 115, p. 837-842, 1991.
SHARP,J. C.; COPPS, J. C.; LIU, Q.; RYNER, L. N.; SEBASTIAN, R. A.;
ZENG, G. Q.; SMITH, S.; NIERE, J. O. Analysis of ovariectomy and
estrogen effects on body composition in rats by X-ray and magnetic
resonance imaging techniques. J. Bone Miner. Res., New York, v. 15, n.
11, p. 138-146, 2000.
SHAW, J. M.; WITZKE, K. A. Exercise for skeletal health and osteoporosis
prevention In: ACSM’s Resource. Manual for guidelines for exercise
testing and prescription. 3 ed. Baltimore. Wiliians and Wilkins, 1998. p.
233-239.
SKOLNIKOV, A. A.; KODENTSOVA, V. M.; SPIRICHEV, V. B. The calcium
and phosphorus content of the bone tissue in ovariectomized rats with a
fracture of the tibia: the effect of vitamin K and vitamin D metabolites.
Phyisiology, v. 38, n. 2, p. 29-36, 1992.
SWENSON, M. J.; REECE, W. O.(ed). Dukes: Fisiologia dos animais
domésticos. 11 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 856p.
SZEJNFELD, V. L.; HEYMANN, R. E. Avaliação da massa óssea por DXA.
In: ANIJAR, J. R. – Densitometria óssea na prática médica. São Paulo:
Ed. Sarvier, 2003. p. 19.
SZEJNFELD, V. L.; HEYMANN, R. E. Avaliação da massa óssea por DXA.
In: ANIJAR, J. R. – Densitometria óssea na prática médica. São Paulo:
Ed. Sarvier, 2003. p. 21.
TAKAYANAGI, H.; OGASAWARA, K.; HIDA, S. T-Cell-Mediated Regulation
of Osteoclastogenesis by Signalling Cross-Talk Between RANKL and INF-γ.
Nature, London, v. 408, p. 600-605, 2000.
THORNDIKE E. A.; TURNER A.S. In search of an animal model for
postmenopausal diseases. Front Biosci., Colorado, v. 16, n. 3, p. 17-26,
1998.
UFER, J. Ação dos hormônios. In: Hormonioterapia em ginecologia e
obstetrícia. 1º ed., São Paulo: Ed. Litográfica Ipiranga, 1974. p. 24-32.
VENZKE, W. G. Endocrinologia geral In: SISSON / GROSSMAN Anatomia
dos animais domésticos. 5º ed., Rio de Janeiro: Ed. Guanbara, 1986. p.
140-152.
WILLIAMS, D. F. In: Definitios in biomaterials. Amsterdam: Ed.; Elsevier,
1990. p. 66-71.
YANG, S. et al. Radiographic absorciometry for bone mineral measurement
of the phalandes: precision and accuracy study. Radiology, Tokyo, v. 192,
p. 857-859, 1994.
YANG, J.; PHAM, S. M.; CRABBE, D. L. Effects of oestrogen deficiency on
rat mandibular and tibial microarchitecture. Dentomaxillofac Radiol.,
Philadelphia, v. 32, n. 40, p. 247-251, 2003.