avaliação do mi-dengue no monitoramento do aedes aegypti ... · avaliaÇÃo do mi-dengue no...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS ndash UNIMONTES PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIAS BIOLOacuteGICAS ndash PPGCB
MESTRADO EM CIEcircNCIAS BIOLOacuteGICAS
AVALIACcedilAtildeO DO MI-DENGUE NO MONITORAMENTO DO Aedes
aegypti (DIPTERA CULICIDAE) EM MONTES CLAROS ndash MG
SANDRA DA SILVA BARROS MARINHO
MONTES CLAROS ndash MINAS GERAIS FEVEREIRO DE 2009
Sandra da Silva Barros Marinho
AVALIACcedilAtildeO DO MI-DENGUE NO MONITORAMENTO DO Aedes
aegypti (DIPTERA CULICIDAE) EM MONTES CLAROS ndash MG
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas da
Universidade Estadual de Montes Claros ndash
UNIMONTES para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre
em Ciecircncias Bioloacutegicas
ORIENTACcedilAtildeO Prof Dr Aacutelvaro Eduardo Eiras
CO-ORIENTACcedilAtildeO Prof Dr Ronaldo dos Reis Juacutenior
MONTES CLAROS ndash MINAS GERAIS FEVEREIRO DE 2009
II
Marinho Sandra da Silva Barros
M337a Avaliaccedilatildeo do MI-Dengue no monitoramento do Aedes aegypti (Diptera Culicida) em Montes Claros - MG [manuscrito] Sandra da Silva Barros Marinho ndash 2009
47 f il Bibliografia f 37-46
Dissertaccedilatildeo (mestrado) - Universidade Estadual de Montes Claros ndash Unimontes Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas aacuterea de concentraccedilatildeo Biologia e Conservaccedilatildeo 2009 Orientador Prof Dr Aacutelvaro Eduardo Eiras Co-orientador Prof Dr Ronaldo dos Reis Juacutenior 1 Dengue ndash Transmissatildeo 2 Aedes aegypti ndash MI-Dengue ndash MosquiTRAP ndash Montes Claros (MG) I Eiras Aacutelvaro Eduardo II Reis Juacutenior Ronaldo dos III Universidade Estadual de Montes Claros IV Tiacutetulo
Catalogaccedilatildeo Biblioteca Central Prof Antonio Jorge
III
Dedico este trabalho a Jesus o autor e consumador da minha feacute Ao uacutenico que eacute digno de
receber toda honra toda gloacuteria todo louvor e toda adoraccedilatildeo
IV
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus que sempre me conduz em triunfo ele faz os meus peacutes como os
da corsa e me faz andar em lugares altos
Ao meu amado esposo pelo amor incondicional pela amizade compreensatildeo e
incentivo nas horas de desacircnimo Esta vitoacuteria tambeacutem eacute sua
Aos meus pais exemplos de honestidade determinaccedilatildeo e trabalho sempre
presentes em minha vida e se alegram comigo por mais esta vitoacuteria
Agrave minha querida famiacutelia (irmatildeos sobrinhos etc) sempre torcendo pelo meu
sucesso e se alegrando com as minhas conquistas
Ao Prof e orientador Aacutelvaro Eduardo Eiras pela disposiccedilatildeo paciecircncia e por
acreditar em mim
Ao Prof Ronaldo Reis Juacutenior pelas contribuiccedilotildees dispensadas a este trabalho
Agrave Mariacutelia Edvaldo e Lucimar - Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZ) pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa
Aos supervisores do programa de controle da dengue em Montes Claros
Rubens e Quaresma pela paciecircncia e disposiccedilatildeo em colaborar
Aos amigos e agentes de sauacutede Jorge Cleandro Andreacute Marcos e em especial
a Caetano e Claacuteudio que foram os meus maiores auxiliadores durante o periacuteodo
de estudo vocecircs foram fundamentais neste processo jamais esquecerei
Aos amigos e colegas do laboratoacuterio da DCCZ em especial Mangueira e Faacutetima
que se dispuseram inuacutemeras vezes pra que este trabalho pudesse ser realizado
V
pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor
As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio
imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que
fazem de vocecircs pessoas muito especiais
A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os
primeiros passos sobre o MI-Dengue
Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares
para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria
Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias
apresentadas durante todo este tempo
A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em
Belo Horizonte
A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados
Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas
sugestotildees dadas
A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue
Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas
Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no
desenvolvimento da pesquisa
VI
RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite
conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute
formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti
(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para
coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este
estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo
sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar
uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz
do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio
de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas
MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas
pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as
variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das
aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816
(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram
capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi
encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros
(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do
mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas
lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A
densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do
mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo
A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de
mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser
um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente
com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo
com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por
conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de
VII
transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de
dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste
indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de
controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
VIII
ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to
know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is
formed by three components trap for capture of females of A aegypti
(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for
collection and data processing and generation of georrefered maps This study it
had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two
quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to
identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of
the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito
allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the
May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30
MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare
These had been inspected by the health agents The cases of dengue the
climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the
studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been
captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A
albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A
aegypti We do not find significant differences for the number of females between
the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females
of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes
lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not
shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt
0 05) The population density human being presented positive relation with the
density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The
rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes
(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk
factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The
presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)
probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes
IX
The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to
be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing
to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of
this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this
disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2
Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4
Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9
Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10
Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10
Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf
semana epidemioloacutegica) 17
Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18
Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19
Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20
Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21
Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros
MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27
Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28
Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no
bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11
13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28
Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos
bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-
15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29
Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo
Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30
Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
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- dissertacao_parte2
-
Sandra da Silva Barros Marinho
AVALIACcedilAtildeO DO MI-DENGUE NO MONITORAMENTO DO Aedes
aegypti (DIPTERA CULICIDAE) EM MONTES CLAROS ndash MG
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas da
Universidade Estadual de Montes Claros ndash
UNIMONTES para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Mestre
em Ciecircncias Bioloacutegicas
ORIENTACcedilAtildeO Prof Dr Aacutelvaro Eduardo Eiras
CO-ORIENTACcedilAtildeO Prof Dr Ronaldo dos Reis Juacutenior
MONTES CLAROS ndash MINAS GERAIS FEVEREIRO DE 2009
II
Marinho Sandra da Silva Barros
M337a Avaliaccedilatildeo do MI-Dengue no monitoramento do Aedes aegypti (Diptera Culicida) em Montes Claros - MG [manuscrito] Sandra da Silva Barros Marinho ndash 2009
47 f il Bibliografia f 37-46
Dissertaccedilatildeo (mestrado) - Universidade Estadual de Montes Claros ndash Unimontes Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas aacuterea de concentraccedilatildeo Biologia e Conservaccedilatildeo 2009 Orientador Prof Dr Aacutelvaro Eduardo Eiras Co-orientador Prof Dr Ronaldo dos Reis Juacutenior 1 Dengue ndash Transmissatildeo 2 Aedes aegypti ndash MI-Dengue ndash MosquiTRAP ndash Montes Claros (MG) I Eiras Aacutelvaro Eduardo II Reis Juacutenior Ronaldo dos III Universidade Estadual de Montes Claros IV Tiacutetulo
Catalogaccedilatildeo Biblioteca Central Prof Antonio Jorge
III
Dedico este trabalho a Jesus o autor e consumador da minha feacute Ao uacutenico que eacute digno de
receber toda honra toda gloacuteria todo louvor e toda adoraccedilatildeo
IV
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus que sempre me conduz em triunfo ele faz os meus peacutes como os
da corsa e me faz andar em lugares altos
Ao meu amado esposo pelo amor incondicional pela amizade compreensatildeo e
incentivo nas horas de desacircnimo Esta vitoacuteria tambeacutem eacute sua
Aos meus pais exemplos de honestidade determinaccedilatildeo e trabalho sempre
presentes em minha vida e se alegram comigo por mais esta vitoacuteria
Agrave minha querida famiacutelia (irmatildeos sobrinhos etc) sempre torcendo pelo meu
sucesso e se alegrando com as minhas conquistas
Ao Prof e orientador Aacutelvaro Eduardo Eiras pela disposiccedilatildeo paciecircncia e por
acreditar em mim
Ao Prof Ronaldo Reis Juacutenior pelas contribuiccedilotildees dispensadas a este trabalho
Agrave Mariacutelia Edvaldo e Lucimar - Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZ) pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa
Aos supervisores do programa de controle da dengue em Montes Claros
Rubens e Quaresma pela paciecircncia e disposiccedilatildeo em colaborar
Aos amigos e agentes de sauacutede Jorge Cleandro Andreacute Marcos e em especial
a Caetano e Claacuteudio que foram os meus maiores auxiliadores durante o periacuteodo
de estudo vocecircs foram fundamentais neste processo jamais esquecerei
Aos amigos e colegas do laboratoacuterio da DCCZ em especial Mangueira e Faacutetima
que se dispuseram inuacutemeras vezes pra que este trabalho pudesse ser realizado
V
pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor
As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio
imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que
fazem de vocecircs pessoas muito especiais
A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os
primeiros passos sobre o MI-Dengue
Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares
para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria
Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias
apresentadas durante todo este tempo
A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em
Belo Horizonte
A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados
Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas
sugestotildees dadas
A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue
Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas
Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no
desenvolvimento da pesquisa
VI
RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite
conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute
formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti
(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para
coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este
estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo
sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar
uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz
do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio
de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas
MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas
pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as
variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das
aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816
(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram
capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi
encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros
(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do
mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas
lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A
densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do
mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo
A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de
mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser
um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente
com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo
com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por
conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de
VII
transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de
dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste
indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de
controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
VIII
ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to
know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is
formed by three components trap for capture of females of A aegypti
(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for
collection and data processing and generation of georrefered maps This study it
had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two
quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to
identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of
the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito
allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the
May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30
MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare
These had been inspected by the health agents The cases of dengue the
climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the
studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been
captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A
albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A
aegypti We do not find significant differences for the number of females between
the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females
of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes
lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not
shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt
0 05) The population density human being presented positive relation with the
density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The
rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes
(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk
factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The
presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)
probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes
IX
The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to
be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing
to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of
this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this
disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2
Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4
Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9
Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10
Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10
Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf
semana epidemioloacutegica) 17
Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18
Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19
Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20
Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21
Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros
MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27
Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28
Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no
bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11
13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28
Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos
bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-
15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29
Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo
Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30
Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
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- dissertacao_parte2
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Marinho Sandra da Silva Barros
M337a Avaliaccedilatildeo do MI-Dengue no monitoramento do Aedes aegypti (Diptera Culicida) em Montes Claros - MG [manuscrito] Sandra da Silva Barros Marinho ndash 2009
47 f il Bibliografia f 37-46
Dissertaccedilatildeo (mestrado) - Universidade Estadual de Montes Claros ndash Unimontes Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Bioloacutegicas aacuterea de concentraccedilatildeo Biologia e Conservaccedilatildeo 2009 Orientador Prof Dr Aacutelvaro Eduardo Eiras Co-orientador Prof Dr Ronaldo dos Reis Juacutenior 1 Dengue ndash Transmissatildeo 2 Aedes aegypti ndash MI-Dengue ndash MosquiTRAP ndash Montes Claros (MG) I Eiras Aacutelvaro Eduardo II Reis Juacutenior Ronaldo dos III Universidade Estadual de Montes Claros IV Tiacutetulo
Catalogaccedilatildeo Biblioteca Central Prof Antonio Jorge
III
Dedico este trabalho a Jesus o autor e consumador da minha feacute Ao uacutenico que eacute digno de
receber toda honra toda gloacuteria todo louvor e toda adoraccedilatildeo
IV
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus que sempre me conduz em triunfo ele faz os meus peacutes como os
da corsa e me faz andar em lugares altos
Ao meu amado esposo pelo amor incondicional pela amizade compreensatildeo e
incentivo nas horas de desacircnimo Esta vitoacuteria tambeacutem eacute sua
Aos meus pais exemplos de honestidade determinaccedilatildeo e trabalho sempre
presentes em minha vida e se alegram comigo por mais esta vitoacuteria
Agrave minha querida famiacutelia (irmatildeos sobrinhos etc) sempre torcendo pelo meu
sucesso e se alegrando com as minhas conquistas
Ao Prof e orientador Aacutelvaro Eduardo Eiras pela disposiccedilatildeo paciecircncia e por
acreditar em mim
Ao Prof Ronaldo Reis Juacutenior pelas contribuiccedilotildees dispensadas a este trabalho
Agrave Mariacutelia Edvaldo e Lucimar - Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZ) pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa
Aos supervisores do programa de controle da dengue em Montes Claros
Rubens e Quaresma pela paciecircncia e disposiccedilatildeo em colaborar
Aos amigos e agentes de sauacutede Jorge Cleandro Andreacute Marcos e em especial
a Caetano e Claacuteudio que foram os meus maiores auxiliadores durante o periacuteodo
de estudo vocecircs foram fundamentais neste processo jamais esquecerei
Aos amigos e colegas do laboratoacuterio da DCCZ em especial Mangueira e Faacutetima
que se dispuseram inuacutemeras vezes pra que este trabalho pudesse ser realizado
V
pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor
As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio
imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que
fazem de vocecircs pessoas muito especiais
A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os
primeiros passos sobre o MI-Dengue
Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares
para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria
Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias
apresentadas durante todo este tempo
A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em
Belo Horizonte
A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados
Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas
sugestotildees dadas
A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue
Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas
Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no
desenvolvimento da pesquisa
VI
RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite
conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute
formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti
(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para
coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este
estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo
sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar
uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz
do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio
de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas
MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas
pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as
variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das
aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816
(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram
capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi
encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros
(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do
mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas
lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A
densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do
mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo
A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de
mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser
um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente
com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo
com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por
conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de
VII
transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de
dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste
indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de
controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
VIII
ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to
know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is
formed by three components trap for capture of females of A aegypti
(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for
collection and data processing and generation of georrefered maps This study it
had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two
quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to
identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of
the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito
allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the
May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30
MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare
These had been inspected by the health agents The cases of dengue the
climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the
studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been
captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A
albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A
aegypti We do not find significant differences for the number of females between
the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females
of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes
lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not
shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt
0 05) The population density human being presented positive relation with the
density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The
rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes
(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk
factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The
presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)
probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes
IX
The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to
be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing
to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of
this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this
disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2
Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4
Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9
Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10
Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10
Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf
semana epidemioloacutegica) 17
Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18
Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19
Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20
Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21
Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros
MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27
Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28
Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no
bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11
13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28
Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos
bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-
15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29
Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo
Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30
Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
III
Dedico este trabalho a Jesus o autor e consumador da minha feacute Ao uacutenico que eacute digno de
receber toda honra toda gloacuteria todo louvor e toda adoraccedilatildeo
IV
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus que sempre me conduz em triunfo ele faz os meus peacutes como os
da corsa e me faz andar em lugares altos
Ao meu amado esposo pelo amor incondicional pela amizade compreensatildeo e
incentivo nas horas de desacircnimo Esta vitoacuteria tambeacutem eacute sua
Aos meus pais exemplos de honestidade determinaccedilatildeo e trabalho sempre
presentes em minha vida e se alegram comigo por mais esta vitoacuteria
Agrave minha querida famiacutelia (irmatildeos sobrinhos etc) sempre torcendo pelo meu
sucesso e se alegrando com as minhas conquistas
Ao Prof e orientador Aacutelvaro Eduardo Eiras pela disposiccedilatildeo paciecircncia e por
acreditar em mim
Ao Prof Ronaldo Reis Juacutenior pelas contribuiccedilotildees dispensadas a este trabalho
Agrave Mariacutelia Edvaldo e Lucimar - Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZ) pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa
Aos supervisores do programa de controle da dengue em Montes Claros
Rubens e Quaresma pela paciecircncia e disposiccedilatildeo em colaborar
Aos amigos e agentes de sauacutede Jorge Cleandro Andreacute Marcos e em especial
a Caetano e Claacuteudio que foram os meus maiores auxiliadores durante o periacuteodo
de estudo vocecircs foram fundamentais neste processo jamais esquecerei
Aos amigos e colegas do laboratoacuterio da DCCZ em especial Mangueira e Faacutetima
que se dispuseram inuacutemeras vezes pra que este trabalho pudesse ser realizado
V
pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor
As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio
imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que
fazem de vocecircs pessoas muito especiais
A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os
primeiros passos sobre o MI-Dengue
Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares
para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria
Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias
apresentadas durante todo este tempo
A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em
Belo Horizonte
A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados
Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas
sugestotildees dadas
A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue
Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas
Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no
desenvolvimento da pesquisa
VI
RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite
conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute
formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti
(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para
coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este
estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo
sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar
uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz
do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio
de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas
MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas
pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as
variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das
aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816
(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram
capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi
encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros
(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do
mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas
lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A
densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do
mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo
A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de
mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser
um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente
com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo
com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por
conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de
VII
transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de
dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste
indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de
controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
VIII
ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to
know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is
formed by three components trap for capture of females of A aegypti
(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for
collection and data processing and generation of georrefered maps This study it
had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two
quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to
identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of
the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito
allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the
May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30
MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare
These had been inspected by the health agents The cases of dengue the
climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the
studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been
captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A
albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A
aegypti We do not find significant differences for the number of females between
the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females
of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes
lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not
shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt
0 05) The population density human being presented positive relation with the
density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The
rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes
(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk
factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The
presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)
probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes
IX
The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to
be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing
to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of
this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this
disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2
Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4
Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9
Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10
Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10
Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf
semana epidemioloacutegica) 17
Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18
Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19
Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20
Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21
Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros
MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27
Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28
Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no
bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11
13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28
Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos
bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-
15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29
Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo
Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30
Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
Dedico este trabalho a Jesus o autor e consumador da minha feacute Ao uacutenico que eacute digno de
receber toda honra toda gloacuteria todo louvor e toda adoraccedilatildeo
IV
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus que sempre me conduz em triunfo ele faz os meus peacutes como os
da corsa e me faz andar em lugares altos
Ao meu amado esposo pelo amor incondicional pela amizade compreensatildeo e
incentivo nas horas de desacircnimo Esta vitoacuteria tambeacutem eacute sua
Aos meus pais exemplos de honestidade determinaccedilatildeo e trabalho sempre
presentes em minha vida e se alegram comigo por mais esta vitoacuteria
Agrave minha querida famiacutelia (irmatildeos sobrinhos etc) sempre torcendo pelo meu
sucesso e se alegrando com as minhas conquistas
Ao Prof e orientador Aacutelvaro Eduardo Eiras pela disposiccedilatildeo paciecircncia e por
acreditar em mim
Ao Prof Ronaldo Reis Juacutenior pelas contribuiccedilotildees dispensadas a este trabalho
Agrave Mariacutelia Edvaldo e Lucimar - Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZ) pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa
Aos supervisores do programa de controle da dengue em Montes Claros
Rubens e Quaresma pela paciecircncia e disposiccedilatildeo em colaborar
Aos amigos e agentes de sauacutede Jorge Cleandro Andreacute Marcos e em especial
a Caetano e Claacuteudio que foram os meus maiores auxiliadores durante o periacuteodo
de estudo vocecircs foram fundamentais neste processo jamais esquecerei
Aos amigos e colegas do laboratoacuterio da DCCZ em especial Mangueira e Faacutetima
que se dispuseram inuacutemeras vezes pra que este trabalho pudesse ser realizado
V
pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor
As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio
imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que
fazem de vocecircs pessoas muito especiais
A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os
primeiros passos sobre o MI-Dengue
Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares
para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria
Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias
apresentadas durante todo este tempo
A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em
Belo Horizonte
A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados
Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas
sugestotildees dadas
A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue
Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas
Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no
desenvolvimento da pesquisa
VI
RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite
conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute
formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti
(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para
coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este
estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo
sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar
uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz
do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio
de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas
MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas
pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as
variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das
aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816
(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram
capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi
encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros
(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do
mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas
lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A
densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do
mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo
A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de
mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser
um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente
com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo
com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por
conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de
VII
transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de
dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste
indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de
controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
VIII
ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to
know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is
formed by three components trap for capture of females of A aegypti
(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for
collection and data processing and generation of georrefered maps This study it
had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two
quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to
identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of
the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito
allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the
May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30
MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare
These had been inspected by the health agents The cases of dengue the
climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the
studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been
captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A
albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A
aegypti We do not find significant differences for the number of females between
the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females
of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes
lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not
shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt
0 05) The population density human being presented positive relation with the
density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The
rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes
(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk
factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The
presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)
probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes
IX
The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to
be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing
to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of
this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this
disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2
Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4
Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9
Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10
Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10
Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf
semana epidemioloacutegica) 17
Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18
Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19
Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20
Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21
Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros
MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27
Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28
Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no
bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11
13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28
Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos
bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-
15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29
Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo
Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30
Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
AGRADECIMENTOS
Ao meu Deus que sempre me conduz em triunfo ele faz os meus peacutes como os
da corsa e me faz andar em lugares altos
Ao meu amado esposo pelo amor incondicional pela amizade compreensatildeo e
incentivo nas horas de desacircnimo Esta vitoacuteria tambeacutem eacute sua
Aos meus pais exemplos de honestidade determinaccedilatildeo e trabalho sempre
presentes em minha vida e se alegram comigo por mais esta vitoacuteria
Agrave minha querida famiacutelia (irmatildeos sobrinhos etc) sempre torcendo pelo meu
sucesso e se alegrando com as minhas conquistas
Ao Prof e orientador Aacutelvaro Eduardo Eiras pela disposiccedilatildeo paciecircncia e por
acreditar em mim
Ao Prof Ronaldo Reis Juacutenior pelas contribuiccedilotildees dispensadas a este trabalho
Agrave Mariacutelia Edvaldo e Lucimar - Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZ) pelo apoio no desenvolvimento da pesquisa
Aos supervisores do programa de controle da dengue em Montes Claros
Rubens e Quaresma pela paciecircncia e disposiccedilatildeo em colaborar
Aos amigos e agentes de sauacutede Jorge Cleandro Andreacute Marcos e em especial
a Caetano e Claacuteudio que foram os meus maiores auxiliadores durante o periacuteodo
de estudo vocecircs foram fundamentais neste processo jamais esquecerei
Aos amigos e colegas do laboratoacuterio da DCCZ em especial Mangueira e Faacutetima
que se dispuseram inuacutemeras vezes pra que este trabalho pudesse ser realizado
V
pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor
As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio
imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que
fazem de vocecircs pessoas muito especiais
A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os
primeiros passos sobre o MI-Dengue
Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares
para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria
Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias
apresentadas durante todo este tempo
A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em
Belo Horizonte
A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados
Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas
sugestotildees dadas
A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue
Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas
Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no
desenvolvimento da pesquisa
VI
RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite
conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute
formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti
(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para
coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este
estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo
sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar
uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz
do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio
de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas
MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas
pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as
variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das
aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816
(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram
capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi
encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros
(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do
mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas
lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A
densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do
mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo
A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de
mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser
um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente
com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo
com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por
conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de
VII
transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de
dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste
indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de
controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
VIII
ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to
know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is
formed by three components trap for capture of females of A aegypti
(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for
collection and data processing and generation of georrefered maps This study it
had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two
quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to
identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of
the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito
allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the
May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30
MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare
These had been inspected by the health agents The cases of dengue the
climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the
studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been
captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A
albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A
aegypti We do not find significant differences for the number of females between
the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females
of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes
lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not
shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt
0 05) The population density human being presented positive relation with the
density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The
rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes
(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk
factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The
presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)
probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes
IX
The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to
be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing
to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of
this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this
disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2
Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4
Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9
Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10
Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10
Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf
semana epidemioloacutegica) 17
Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18
Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19
Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20
Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21
Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros
MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27
Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28
Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no
bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11
13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28
Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos
bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-
15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29
Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo
Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30
Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
pelas palavras de incentivo e a Andreacuteia pelas oraccedilotildees feitas em meu favor
As amigas Rose e Tatiane pelo treinamento do MI-Dengue e pelo auxiacutelio
imensuraacutevel na instalaccedilatildeo das armadilhas aleacutem da simpatia e simplicidade que
fazem de vocecircs pessoas muito especiais
A Ione Regional Oeste Prefeitura de Belo Horizonte que me ensinou os
primeiros passos sobre o MI-Dengue
Aos moradores de todas as residecircncias por nos permitir adentrar em seus lares
para instalaccedilatildeo da armadilha e a visita semanal dos agentes para vistoria
Aos amigos e colegas do mestrado por dividir comigo as alegrias e anguacutestias
apresentadas durante todo este tempo
A amiga e colega Maacutercia por abrir as portas do seu lar quando precisei ficar em
Belo Horizonte
A Baacuterbara pela preciosa contribuiccedilatildeo para as anaacutelises estatiacutesticas dos dados
Ao amigo e colega Magnel pelo auxiacutelio com as anaacutelises estatiacutesticas e pelas
sugestotildees dadas
A ECOVEC empresa que forneceu as armadilhas e o sistema MI-Dengue
Agradeccedilo em especial ao Rafael e Luiz pelas duacutevidas tiradas
Ao CNPq pelo financiamento de parte dos recursos utilizados no
desenvolvimento da pesquisa
VI
RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite
conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute
formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti
(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para
coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este
estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo
sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar
uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz
do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio
de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas
MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas
pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as
variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das
aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816
(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram
capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi
encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros
(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do
mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas
lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A
densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do
mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo
A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de
mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser
um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente
com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo
com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por
conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de
VII
transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de
dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste
indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de
controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
VIII
ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to
know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is
formed by three components trap for capture of females of A aegypti
(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for
collection and data processing and generation of georrefered maps This study it
had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two
quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to
identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of
the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito
allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the
May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30
MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare
These had been inspected by the health agents The cases of dengue the
climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the
studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been
captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A
albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A
aegypti We do not find significant differences for the number of females between
the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females
of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes
lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not
shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt
0 05) The population density human being presented positive relation with the
density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The
rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes
(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk
factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The
presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)
probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes
IX
The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to
be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing
to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of
this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this
disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2
Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4
Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9
Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10
Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10
Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf
semana epidemioloacutegica) 17
Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18
Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19
Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20
Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21
Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros
MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27
Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28
Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no
bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11
13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28
Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos
bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-
15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29
Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo
Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30
Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
RESUMO O Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Dengue) eacute um sistema que permite
conhecer a infestaccedilatildeo de fecircmeas do Aedes aegypti em um dado local Eacute
formado por trecircs componentes armadilha para captura de fecircmeas de A aegypti
(MosquiTRAP) atraente sinteacutetico de oviposiccedilatildeo (AtrAedes) e softwares para
coleta e processamento de dados e geraccedilatildeo de mapas georreferenciados Este
estudo teve como objetivo avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo
sistema MI-Dengue e em dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar
uma forma praacutetica e precisa para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz
do mosquito Aedes aegypti O estudo foi realizado no periacuteodo de janeiro a maio
de 2008 (19 semanas epidemioloacutegicas) Foram instaladas 30 armadilhas
MosquiTRAP em cada bairro sendo 1 armadilhaquadra Estas foram vistoriadas
pelos agentes de sauacutede uma vez a cada semana Os casos de dengue as
variaccedilotildees climaacuteticas e as caracteriacutesticas ambientais e socioeconocircmicas das
aacutereas estudadas foram avaliadas Foram capturados 865 mosquitos sendo 816
(943) A aegypti 48 (55) Culex sp e apenas 1 (02) A albopictus Foram
capturadas 709 fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti Natildeo foi
encontrada diferenccedila significativa para o nuacutemero de fecircmeas entre os dois bairros
(p=0 701 OR=0 942) Relacionou-se a presenccedila e nuacutemero de fecircmeas do
mosquito com diversas variaacuteveis como presenccedila de vegetaccedilatildeo cisternas
lagoas bueiros criadouros terrenos baldios e animais que natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com o nuacutemero de mosquito e casos de dengue (pgt005) A
densidade populacional apresentou correlaccedilatildeo positiva com a densidade do
mosquito (p=0 000 OR=1 012) destacando o caraacuteter antropofiacutelico do mesmo
A pluviosidade apresentou correlaccedilatildeo positiva significativa com a presenccedila de
mosquitos (p=0 001 OR=0 985) e a presenccedila de piscinas natildeo demonstrou ser
um fator de risco (p=0 001 OR=0 197) uma vez que satildeo tratadas devidamente
com cloro A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou relaccedilatildeo
com o risco de transmissatildeo (p=0 001 OR=15 937) provavelmente por
conterem pneus que podem se tornar criadouros do Aedes O Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de Aedes aegypti (IMFA) revelou ser um bom indicador do risco de
VII
transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de
dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste
indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de
controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
VIII
ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to
know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is
formed by three components trap for capture of females of A aegypti
(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for
collection and data processing and generation of georrefered maps This study it
had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two
quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to
identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of
the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito
allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the
May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30
MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare
These had been inspected by the health agents The cases of dengue the
climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the
studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been
captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A
albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A
aegypti We do not find significant differences for the number of females between
the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females
of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes
lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not
shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt
0 05) The population density human being presented positive relation with the
density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The
rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes
(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk
factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The
presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)
probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes
IX
The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to
be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing
to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of
this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this
disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2
Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4
Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9
Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10
Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10
Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf
semana epidemioloacutegica) 17
Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18
Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19
Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20
Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21
Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros
MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27
Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28
Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no
bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11
13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28
Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos
bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-
15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29
Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo
Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30
Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
transmissatildeo da dengue mostrando-se significativamente associado aos casos de
dengue nas localidades (p=0 005 OR=4 048) enfatizando o potencial deste
indicador como ferramenta de controle de dengue para uso em programas de
controle desta enfermidade Palavras-chave Dengue transmissatildeo Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
VIII
ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to
know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is
formed by three components trap for capture of females of A aegypti
(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for
collection and data processing and generation of georrefered maps This study it
had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two
quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to
identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of
the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito
allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the
May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30
MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare
These had been inspected by the health agents The cases of dengue the
climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the
studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been
captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A
albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A
aegypti We do not find significant differences for the number of females between
the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females
of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes
lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not
shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt
0 05) The population density human being presented positive relation with the
density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The
rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes
(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk
factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The
presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)
probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes
IX
The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to
be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing
to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of
this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this
disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2
Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4
Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9
Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10
Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10
Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf
semana epidemioloacutegica) 17
Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18
Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19
Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20
Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21
Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros
MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27
Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28
Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no
bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11
13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28
Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos
bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-
15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29
Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo
Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30
Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
ABSTRACT The Intelligent Monitoring of the Dengue (MI-Dengue) is a system that allows to
know the infestation of females of the Aedes aegypti in determined local It is
formed by three components trap for capture of females of A aegypti
(MosquiTRAP) synthetic oviposition attractant (AtrAedes) and softwares for
collection and data processing and generation of georrefered maps This study it
had as objective to know the density and distribution of the Aedes aegypti in two
quarters (Jardim Satildeo Luiz and Major Prates I) of Montes Claros aiming at to
identify a practical form and needs to supply subsidies that one better planning of
the actions of control of the illness from the efficient control of the mosquito
allows with consequent aiming and rational use of insecticides The study the
May of 2008 was carried through during January (19 weeks epidemiologists) 30
MosquiTRAP traps had been installed in each quarter being 1 trapsquare
These had been inspected by the health agents The cases of dengue the
climatic variations and the ambient and socioeconomic characteristics of the
studied areas had been evaluated 865 mosquitoes being 816 had been
captured (943) A aegypti 48 (55) Culex sp and only 1 (02) A
albopictus 709 females (869) and 107 males had been captured (131) of A
aegypti We do not find significant differences for the number of females between
the two quarters (p=0701) It became related presence and number of females
of the mosquito with diverse variable as presence of vegetation watering holes
lagoons culverts breeding containers strips of land and animal that had not
shown to significant relation with the mosquito number and cases of dengue (pgt
0 05) The population density human being presented positive relation with the
density of the mosquito detaching the anthrophofilic character of the same The
rainfall presented significant positive relation with the presence of mosquitoes
(p=0001) and the presence of swimming pools did not demonstrate to be a risk
factor (p=0001 OR=0197) a time that are dealt duly with chlorine The
presence of garages also showed relation with the transmission risk (p=0001)
probably for containing tires that can become breeding containers of the Aedes
IX
The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to
be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing
to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of
this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this
disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2
Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4
Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9
Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10
Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10
Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf
semana epidemioloacutegica) 17
Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18
Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19
Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20
Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21
Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros
MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27
Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28
Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no
bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11
13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28
Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos
bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-
15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29
Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo
Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30
Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998
TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio
de Janeiro v17 p99-102 2001
TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede
45
Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002
TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002
TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002
VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
The Average Index of Females of Aedes aegypti (IMFA) significantly disclosed to
be a good pointer of the risk of transmission of the associated affection revealing
to the cases of dengue in the localities (p=0005) emphasizing the potential of
this pointer as tool of control of dengue for use of the programs of control of this
disease Keywords Dengue transmission Aedes aegypti MI-Dengue MosquiTRAP
X
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2
Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4
Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9
Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10
Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10
Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf
semana epidemioloacutegica) 17
Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18
Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19
Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20
Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21
Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros
MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27
Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28
Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no
bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11
13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28
Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos
bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-
15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29
Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo
Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30
Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia 2
Figura 2 Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia 4
Figura 3 A) BG- Silent B) BG-Trap C) BG- Sentinel 9
Figura 4 Ovitrampa - Armadilha de oviposiccedilatildeo 10
Figura 5 Larvitrampa ou pneus armadilhas 10
Figura 6 MosquiTRAP ndash Armadilha para coleta de mosquitos adultos 10
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf
semana epidemioloacutegica) 17
Figura 8 Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz 18
Figura 9 Aacuterea do Bairro Major Prates I 19
Figura 10 Local de Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs nas residecircncias 20
Figura 11 Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue 21
Figura 12 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 13 Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP por semana
epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de
2008 27
Figura 14 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros
MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 27
Figura 15 Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG)
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 28
Figura 16 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no
bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11
13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas) 28
Figura 17 Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos
bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-
15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) 29
Figura 18 Indice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo
Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 30
Figura 19 Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 32
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
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OR ndash Odds Ratio
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PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Caracteriacutesticas socioeconocircmicas e de saneamento baacutesico 23
Tabela 2 Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a
espeacutecie e sexo por semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo
Janeiro a Maio 2008 26
Tabela 3 Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
Tabela 4 Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue
com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG
Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio) 31
XII
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS DADS ndash Diretoria de Accedilotildees Descentralizadas de Sauacutede
DCCZ ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
FHD ndash Febre Hemorraacutegica do Dengue
FUNASA ndash Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
IB ndash Iacutendice de Breteau
IBGE ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica
IIP ndash Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial
IMFA ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmea de Aedes aegypti
IPM ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP
ITR ndash Iacutendice por Tipo de Recipiente
LI ndash Levantamento de Iacutendices
LIRAa ndash Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti
MI-Dengue ndash Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
MS ndash Ministeacuterio da Sauacutede
OMS ndash Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede
OPAS ndash Organizaccedilatildeo Pan-Americana da Sauacutede
OR ndash Odds Ratio
PACS - Programa de Agentes Comunitaacuterios de Sauacutede PAr ndash Pesquisa por Armadilha
PE ndash Ponto Estrateacutegico
PEAa ndash Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti
PMCD ndash Programa Municipal de Controle de Dengue
PMMC ndash Prefeitura Municipal de Montes Claros
PNCD ndash Programa Nacional de Controle da Dengue
PSF ndash Programa Sauacutede da Famiacutelia
SCD ndash Siacutendrome do Choque do Dengue
SES ndash Secretaria Estadual de Sauacutede
SMS ndash Secretaria Municipal de Sauacutede
SINAN ndash Sistema de Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo
SVS ndash Secretaria de Vigilacircncia em Sauacutede
XIII
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
SUMAacuteRIO DedicatoacuteriaAgradecimentosResumoAbstractLista de Figuras Lista de Tabelas Lista de Siglas e Abreviaturas1 Introduccedilatildeo 11 A Dengue 12 Vetores 121 Aedes aegypti 122 Aedes albopictus 13 Pesquisa entomoloacutegica 131 Levantamento de Iacutendices (LI) 132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de Aedes aegypti (LIRAa) 1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) 1322 Iacutendice de Breteau (IB) 1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) 1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) 134 Pesquisa em Armadilhas (Par) 1341 Armadilhas para coletar ovos (Ovitrampas) 1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha 1343 Armadilhas para mosquitos adultos I) BG-Trap ou BG-Silent II) MosquiTRAP 14 Medidas de Controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) 142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) 15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue)
IV V VII IX XI XII XIII 1 1 2 2 3 4 5 5 6 6 6 7 7 7 7 8 8 9 10 10 10 13
2 Justificativa 15 3 Objetivos 31 Objetivo Geral 32 Objetivos Especiacuteficos
16 16 16
4 Material e Meacutetodos 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo 411 Bairro Jardim Satildeo Luiz 412 Bairro Major Prates I 42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo 422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria 43 Casos de Dengue nos Bairros 44 Dados meteoroloacutegicos 45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas 46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos 47 Armazenamento e anaacutelise de dados
17 17 18 19 20 20 20 22 23 23 23 24
XIV
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
471 Anaacutelise descritiva 472 Anaacutelise univariada 473 Regressatildeo Muacuteltipla
24 24 25
5 Resultados 26 6 Discussatildeo 33 7Consideraccedilotildees Finais 36 8 Referecircncias Bibliograacuteficas 37 9 Anexo 47
XV
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
1 INTRODUCcedilAtildeO 11 A Dengue A dengue constitui a mais importante doenccedila viral humana transmitida por
mosquitos No Brasil as epidemias de dengue satildeo registradas desde 1981 no
Estado de Roraima Desde entatildeo foram notificados mais de um milhatildeo de casos
nos uacuteltimos vinte anos A primeira grande epidemia ocorreu no Rio de Janeiro em
1986 com cerca de 90 mil casos A partir daiacute a doenccedila acompanhando a expansatildeo
do Aedes aegypti implantou-se igualmente em praticamente todo o paiacutes
(SCHATZMAYR 2001) A dengue eacute uma doenccedila que atinge todos os seres
humanos independentemente de sua classe social Constitui um dos mais graves
problemas de sauacutede puacuteblica (TAUIL 2002) De acordo com a Organizaccedilatildeo Mundial
da Sauacutede (OMS) cerca de 50 a 100 milhotildees de pessoas satildeo infectadas anualmente
em mais de 100 paiacuteses de todos os continentes exceto a Europa Satildeo
aproximadamente 550 mil doentes que necessitam de hospitalizaccedilatildeo e 20 mil
morrem em decorrecircncia da dengue (PNCD 2002)
Segundo Figueiredo (1991) a palavra dengue eacute de origem araacutebica arcaica e
significa fraqueza ou astenia Para outros autores a origem do nome eacute espanhola e eacute
caracterizada por um ldquoandar dengosordquo do doente Eacute tambeacutem conhecida em algumas
regiotildees como ldquofebre quebra-ossosrdquo devido agraves dores intensas nas articulaccedilotildees
O agente causador da dengue eacute um arboviacuterus da famiacutelia Flaviridae gecircnero
Flaviviacuterus com quatro sorotipos DEN-1 DEN-2 DEN-3 e DEN-4 (WESTAWAY et
al1985 apud NOGUEIRA et al1999) No Brasil circulam os tipos 1 2 e 3 (LIMA et
al 2007) Pesquisas realizadas em Manaus no periacuteodo de 2005 a 2007 revelaram
atraveacutes de estudos moleculares e soroloacutegicos a presenccedila de anticorpos para o
DEN-4 em amostras de soro de pacientes indicando que este sorotipo jaacute esteve
presente no Paiacutes Haacute uma grande possibilidade da sua reemergecircncia devido agrave
proximidade do Brasil com paiacuteses limiacutetrofes como a Colocircmbia e a Venezuela onde
o DEN-4 estaacute presente (FIGUEIREDO et al 2008) aleacutem do Meacutexico e Caribe
(SCHATZMAYR 2001 TEIXEIRA et al 2002)
A ocorrecircncia de dengue no Brasil pode ser considerada como resultado da
reinfestaccedilatildeo do territoacuterio nacional pelo vetor A aegypti (FORATTINI amp BRITO
2003) As condiccedilotildees soacutecio-ambientais adequadas do paiacutes permitiram a dispersatildeo do
vetor bem como o avanccedilo da doenccedila (PNCD 2002) Desde 1986 quando a doenccedila
foi introduzida no paiacutes haacute registro de casos de dengue com a ocorrecircncia de vaacuterios
1
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
picos epidecircmicos relacionados com a chegada de um novo subtipo do viacuterus da
dengue O uacuteltimo pico epidecircmico ocorreu em 2002 em decorrecircncia da introduccedilatildeo do
DEN-3 (NOGUEIRA et al 2002)
Apoacutes a erradicaccedilatildeo do A aegypti do Brasil em 1955 e 1973 o vetor foi
reencontrado no Estado de Satildeo Paulo em 1985 e em 19901991 ocorreu a primeira
grande epidemia de dengue Ateacute esse momento as atividades de vigilacircncia e
controle do vetor eram executadas pelos funcionaacuterios da Superintendecircncia de
Controle de Endemias (CHIARAVALLOTI-NETO et al 2007)
O raacutepido processo de urbanizaccedilatildeo e o aumento populacional dos centros
urbanos favoreceram a presenccedila destes mosquitos pela oferta de criadouros
potenciais sejam eles naturais ou artificiais (WILSON amp CHEN 2002 SERPA et al
2006) o que promove condiccedilotildees ideais para elevar os iacutendices de transmissatildeo da
doenccedila (TORRES amp TORRES 2002)
12 Vetores Os culiciacutedeos constituem grupo de vetores de acentuada importacircncia em
sauacutede puacuteblica (GOMES 2002b) dentre eles dois se destacam por serem
responsaacuteveis pela transmissatildeo do dengue Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus
1762) e Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse 1894) (CONSOLI amp OLIVEIRA
1994)
121 Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
O mosquito A aegypti (figura 1) eacute o principal vetor da febre amarela urbana
dengue e dengue hemorraacutegica na Ameacuterica Latina e Caribe
Figura 1 ndash Fecircmea de Aedes aegypti realizando hematofagia Fonte Google
2
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
O A aegypti eacute considerado a principal espeacutecie dentre os culiciacutedeos de aacuterea
urbana responsaacutevel pela transmissatildeo dos viacuterus da dengue e potencial vetor do viacuterus
da febre amarela tendo sido alvo de vigilacircncia e controle em todo territoacuterio nacional
(BARATA et al 2007) O A aegypti eacute um mosquito domeacutestico antropofiacutelico com
atividade hematofaacutegica diurna Tecircm preferecircncia por depoacutesitos artificiais de aacutegua
limpa para colocar os seus ovos que podem permanecer viaacuteveis em ambiente seco
por ateacute 450 dias Alguns adultos foram encontrados em condiccedilotildees desfavoraacuteveis aos
seus haacutebitos como altitudes elevadas e larvas em aacutegua poluiacuteda demonstrando
uma alta capacidade de adaptaccedilatildeo agraves situaccedilotildees adversas (TAUIL 2002)
Na natureza os culiciacutedeos se alimentam do neacutectar das flores e suco dos
frutos nutrientes essenciais para a sobrevivecircncia de muitas espeacutecies Entretanto o
repasto sanguumliacuteneo feito pelas fecircmeas dos mosquitos anautoacutegenos eacute imprescindiacutevel
para a maturaccedilatildeo dos ovos Em geral a fecircmea de culiciacutedeos faz uma postura apoacutes
cada repasto sanguumliacuteneo Contudo o A aegypti mais do que qualquer outra espeacutecie
alimenta-se mais de uma vez entre duas oviposiccedilotildees sucessivas especialmente
quando perturbado antes de estar totalmente ingurgitado o que aumenta a
probabilidade do mosquito ingerir e transmitir o viacuterus (BARATA et al 2001)
122 Aedes albopictus (Skuse 1984) O A albopictus (figura 2) eacute conhecido por transmitir a dengue em situaccedilotildees
epidecircmicas no continente asiaacutetico de onde eacute oriundo e eacute o vetor primaacuterio de
dengue principalmente em aacutereas rurais e secundaacuterio em outras proviacutencias desta
regiatildeo junto com o A aegypti (CHIARAVALLOTI et al 2002) Foi introduzido no
Brasil nos anos 80 provavelmente atraveacutes de navios que transportavam mineacuterio de
ferro (SCHATZMAYR 2000) sendo registrado pela primeira vez em Minas Gerais e
Rio de Janeiro em maio de 1986 e posteriormente nos estados vizinhos como
Espiacuterito Santo e Satildeo Paulo (CONSOLI amp OLIVEIRA 1994) Anos mais tarde
relatou-se a presenccedila do mosquito em 14 estados brasileiros (GOMES et al 1999)
ocorrendo ateacute 2001 em 17 estados (BORGES 2001) Esta espeacutecie tem despertado
interesse por ser considerada um potencial vetor do viacuterus da dengue e de outros
arboviacuterus como o viacuterus da febre amarela apesar de ainda natildeo ter sido relatado
como responsaacutevel por infestaccedilotildees de dengue no Brasil (DEGALLIER et al 2003
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA 2004)
3
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
Figura 2 ndash Fecircmea de Aedes albopictus realizando hematofagia Fonte Google
Apresenta comportamento semi-domeacutestico em aacutereas urbanas (ISHAK et al
1997) Dificilmente entra nas casas e sua antropofilia natildeo eacute tatildeo evidente quanto agrave do
A aegypti (TAUIL 2001) Tem-se observado que durante cada ciclo gonotroacutefico a
fecircmea deste vetor exerce a hematofagia em vaacuterias oportunidades e pode fazecirc-lo em
uma ampla variedade de animais mamiacuteferos e aves o que aumenta sua capacidade
de transmitir enfermidades em diferentes hospedeiros (VEacuteLEZ 1998)
O A albopictus parece apresentar ampla valecircncia ecoloacutegica evidenciada pela
capacidade de colonizar os mais variados tipos de recipientes naturais e artificiais
(MARQUES et al 2001) em ambientes rurais e urbanos o que lhe confere grande
importacircncia epidemioloacutegica Aleacutem disso haacute de se considerar seu potencial vetorial
para diferentes agentes patogecircnicos que podem afetar a populaccedilatildeo humana e
caniacutedea a exemplo dos viacuterus da dengue e dirofilariose respectivamente
(FERNAacuteNDEZ amp FORATTINI 2003)
As duas espeacutecies A aegypti e A albopictus satildeo ecologicamente homoacutelogas
e simpaacutetricas podendo assim coexistirem na mesma regiatildeo e utilizarem os mesmos
tipos de criadouros Contudo a segunda apresenta maior grau de exofilia e de
haacutebitos silvestres tendo pois menor niacutevel de domiciliaccedilatildeo do que a primeira
(FORATTINI 1986)
13 Pesquisa Entomoloacutegica A pesquisa entomoloacutegica fornece informaccedilotildees importantes para as estrateacutegias
de prevenccedilatildeo e controle da dengue
O emprego de iacutendices de densidade proporciona avaliaccedilatildeo da infestaccedilatildeo de
aacutereas pelo vetor aleacutem de fornecer paracircmetro para a indicaccedilatildeo do risco de
transmissatildeo de dengue A maioria dos meacutetodos de levantamento entomoloacutegico
4
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
utiliza procedimentos de amostragem da produccedilatildeo larval (GOMES 1998 ALVES amp
SILVA 2001)
Os culiciacutedeos satildeo insetos holometaacutebolos ou seja possuem metamorfose
completa com fases de ovo larva pupa e adulto A pesquisa entomoloacutegica poderaacute
ser realizada em qualquer um destes estaacutegios fornecendo indicadores de infestaccedilatildeo
deste grupo de vetores (GOMES 2002a)
131 Levantamento de iacutendices (LI) Eacute feito por meio de pesquisa larvaacuteria a fim de se conhecer o niacutevel de
infestaccedilatildeo dispersatildeo e densidade por A aegypti eou A albopictus nas localidades
A pesquisa eacute realizada continuamente a cada dois meses nas localidades
infestadas sendo a coleta de larvas para determinar o iacutendice de infestaccedilatildeo feita em
todos os imoacuteveis com focos do mosquito Nestes eacute aplicado o tratamento focal
utilizando-se o larvicida quiacutemico organofosforado temefoacutes Nas localidades
consideradas natildeo infestadas a investigaccedilatildeo eacute realizada a cada quatro meses
(FUNASA 2001a) Os indicadores mais utilizados para estimar o risco de
transmissatildeo de dengue satildeo Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Iacutendice de Breteau (IB)
e Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) (MS 2005) No entanto estes indicadores satildeo
inadequados para avaliar a produccedilatildeo de mosquitos adultos por considerarem
apenas imoacuteveis e recipientes positivos ou negativos e natildeo registrarem a
produtividade dos criadouros (OPAS 1995) Natildeo sendo portanto confiaacuteveis para
prediccedilatildeo de epidemias e no direcionamento das medidas de controle que visam a
interrupccedilatildeo da transmissatildeo da dengue (GOMES et al 2008)
132 Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa)
O LIRAa eacute a metodologia adotada pelo Ministeacuterio da Sauacutede (2005) para
determinaccedilatildeo do iacutendice de infestaccedilatildeo do A aegypti atraveacutes dos Iacutendices de Breteau
e de Infestaccedilatildeo Predial
O delineamento da amostragem para cada municiacutepio eacute determinado em
funccedilatildeo da sua densidade populacional humana e do nuacutemero de imoacuteveis existentes
considerando sempre como unidade primaacuteria de amostragem o quarteiratildeo (MS
2005)
O LIRAa eacute realizado a cada dois meses totalizando um nuacutemero de 6
levantamentos anuais De acordo com a metodologia do Ministeacuterio da Sauacutede a
cidade deve ser divida em estratos Satildeo 16 estratos e a pesquisa eacute feita em 20
5
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
dos imoacuteveis dos quarteirotildees sorteados para o levantamento entomoloacutegico o que
corresponde a 5 dos imoacuteveis da cidade (MS 2005)
1321 Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial (IIP) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de imoacuteveis positivos e o nuacutemero de imoacuteveis
pesquisados Quando o IIP estaacute abaixo de 1 a situaccedilatildeo estaacute satisfatoacuteria entre 1
e 39 tem-se uma situaccedilatildeo de alerta para transmissatildeo de dengue acima de 39
significa que haacute risco de ocorrer surto de dengue (MSSVS 2008)
IIP = Imoacuteveis positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
1322 Iacutendice de Breteau (IB)
O IB eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero de recipientes positivos (com presenccedila de
larva e pupas de Aaegypti) e o nuacutemero de imoacuteveis pesquisados corrigido para 100
imoacuteveis
IB = Recipientes positivos x 100
Imoacuteveis pesquisados
O IB tem sido utilizado na avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de Aaegypti Sua
mensuraccedilatildeo eacute feita em uma amostra probabiliacutestica dos imoacuteveis existentes na aacuterea
urbana dos municiacutepios infestados excluindo-se os Pontos Estrateacutegicos (PE) (MS
2005) Iacutendice de Breteau acima de 5 indica um alto risco de transmissatildeo de
dengue
1323 Iacutendice por Tipo de Recipiente (ITR) Eacute a relaccedilatildeo entre o nuacutemero do tipo de recipiente positivo e o nuacutemero de
recipientes positivos pesquisados (para larvas e pupas)
ITR = Recipientes positivos ldquoXrdquo x 100 X = Tipo de recipiente
Total de recipientes positivo
6
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
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2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
1324 Pesquisa em Pontos Estrateacutegicos (PE) Ponto estrateacutegico eacute o local onde haacute grande concentraccedilatildeo de depoacutesitos
preferenciais para a desova do A aegypti ou seja local especialmente vulneraacutevel agrave
introduccedilatildeo do vetor Devem ser identificados cadastrados e constantemente
atualizados sendo inspecionados a cada quinze dias (FUNASA 2001a)
Satildeo considerados pontos estrateacutegicos os imoacuteveis com grande concentraccedilatildeo
de depoacutesitos preferenciais cemiteacuterios borracharias depoacutesitos de sucata depoacutesitos
de materiais de construccedilatildeo garagens de transportadoras entre outros Em meacutedia
representam 04 dos imoacuteveis existentes na localidade ou um ponto estrateacutegico
para cada 250 imoacuteveis (FUNASA 2001a)
134 Pesquisa em Armadilhas (PAr) Armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo depoacutesitos com aacutegua estrategicamente
instaladas com o objetivo de atrair as fecircmeas do vetor para a postura dos ovos As
armadilhas satildeo divididas em ovitrampas larvitrampas e armadilhas para capturar
mosquito adulto
1341 Armadilha para coletar ovos (Ovitrampa) As ovitrampas (figura 3) consistem de vasos de plaacutestico preto e fosco com 15
cm de diacircmetro e 30 cm de profundidade com capacidade variaacutevel (cerca de 300
mL) de aacutegua ou infusatildeo e palheta de madeira com superfiacutecies rugosas de 20 cm de
comprimento e 5 cm de largura (FAY amp ELIASON 1966) onde as fecircmeas realizam a
postura dos ovos Semanalmente as ovitrampas satildeo inspecionadas quando entatildeo
as palhetas seratildeo encaminhadas para exames em laboratoacuterio e substituiacutedas por
outras (FUNASA 2001a)
Para Focks (2003) as armadilhas de oviposiccedilatildeo satildeo muito sensiacuteveis para
detecccedilatildeo da presenccedila do vetor em situaccedilotildees de baixa infestaccedilatildeo e os indicadores
(positividade e densidade de ovos) natildeo guardam uma relaccedilatildeo com a abundacircncia de
mosquitos adultos uma vez que satildeo influenciados pela oferta de recipientes do meio
ambiente
1342 Larvitrampas ou pneu-armadilha As larvitrampas satildeo depoacutesitos geralmente feitos de barro ou de pneus usados
(figura 4) dispostos em locais considerados porta de entrada do vetor adulto tais
como portos fluviais ou mariacutetimos aeroportos terminais rodoviaacuterios ferroviaacuterios e
7
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
terminais de carga etc Natildeo devem ser instaladas em locais onde existam outras
opccedilotildees para a desova do A aegypti como eacute o caso dos pontos estrateacutegicos
Durante a inspeccedilatildeo que eacute rigorosamente semanal deve ser priorizada inicialmente
a captura de mosquitos adultos Em seguida faz-se a busca de ovos larvas pupas
e exuacutevias em nuacutemero maacuteximo de dez (FUNASA 2001a) Atualmente este
mecanismo natildeo eacute mais utilizando pelo Ministeacuterio da Sauacutede nas campanhas de
combate agrave dengue
1343 Armadilhas para mosquitos adultos Vaacuterios tipos de armadilhas tecircm sido usados como um meacutetodo alternativo de
coleta de mosquitos adultos em particular o A aegypti (FAacuteVARO et al 2006 GAMA
et al 2007 MACIEL-DE-FREITAS et al2008)
I) BG-Trap ou BG-Silent Essa armadilha foi desenvolvida por uma empresa alematilde (Biogents) num
produto conhecido como BG-Sentinel Satildeo armadilhas utilizadas em hoteacuteis resorts
hospitais e principalmente condomiacutenios Foi concebida inicialmente para combater o
mosquito A aegypti Contudo com os estudos para o desenvolvimento do produto
percebeu-se que para o mercado privado o maior problema eacute a existecircncia do
Mosquito Culex popularmente conhecido como ldquopernilongordquo e natildeo somente o vetor
causador da dengue A BG-Trap eacute uma armadilha que estaacute sendo desenvolvida
desde entatildeo com o intuito de capturar ambos os insetos (REIS 2007)
A armadilha BG-Trap eacute composta pelo recipiente (cor branca) fechado com
um tecido branco na parte superior com um ventilador (ligado agrave energia eleacutetrica) e
um atraente conhecido como BG-lure Este atraente conteacutem substacircncias quiacutemicas
presentes no odor humano Este odor produzido pelo homem atrai a fecircmea para que
ela realize o repasto sanguumliacuteneo e a respectiva maturaccedilatildeo dos ovos para entatildeo
realizar a oviposiccedilatildeo O mosquito-fecircmea ao sobrevoar a regiatildeo da armadilha eacute
atraiacutedo por ela Uma vez sobre o recipiente o mosquito eacute succionado pelo ventilador
que fica no interior da mesma e transferido para cacircmaras mortiacuteferas ou gaiolas de
transporte permanecendo ali sem condiccedilotildees de retornar ao ambiente (REIS 2007)
8
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
Figura 3 ndash A) BG- Silent (protoacutetipo) B) BG-Trap C) BG- Sentinel
II) MosquiTRAP A MosquiTRAP (figura 5) eacute uma armadilha adesiva desenvolvida com base
no comportamento de fecircmeas graacutevidas de Aedes no momento em que elas buscam
locais para reproduccedilatildeo (EIRAS 2002)
A armadilha consiste de um pote plaacutestico preto ciliacutendrico preenchido com
aacutegua atraente de oviposiccedilatildeo e um cartatildeo adesivo (GAMA et al 2007) A
MosquiTRAP permite a identificaccedilatildeo e contagem de A aegypti no campo
diminuindo a necessidade de recursos humanos e operacionais aleacutem de fornecer
informaccedilotildees raacutepidas sobre a populaccedilatildeo de vetor adulto A capacidade da
MosquiTRAP para capturar as fecircmeas graacutevidas de A aegypti e permitir sua
identificaccedilatildeo e contagem reforccedila o potencial desta armadilha ser usada em
atividades de vigilacircncia epidemioloacutegica em programas de controle de dengue
(FAacuteVARO et al 2006) Os atraentes de oviposiccedilatildeo podem ser de dois tipos infusatildeo
de gramiacutenea (Panicum maximum Jacq) (SANTrsquoANA et al 2006) ou atraente
sinteacutetico (AtrAedes) (EIRAS amp SANTrsquoANA 2001)
As informaccedilotildees sobre o nuacutemero de fecircmeas graacutevidas podem ser utilizadas
para avaliar a eficaacutecia do programa de controle identificar aacutereas de maior risco e
servir como medida do limiar para transmissatildeo de dengue (FAacuteVARO et al 2006)
A MosquiTRAP demonstrou-se eficiente quando comparada com a ovitrampa
pois aleacutem de ser de baixo custo o mosquito capturado pode ser identificado no
momento da inspeccedilatildeo (EIRAS et al 2004) Em estudo realizado em Belo Horizonte
a armadilha mostrou-se mais sensiacutevel para detectar a presenccedila do Aedes do que a
pesquisa larvaacuteria (GAMA et al 2007)
9
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
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ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
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suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
Figura 4 ndash Ovitrampa Figura 5 ndash Larvitrampa Figura 6 ndash MosquiTRAP
Dois iacutendices entomoloacutegicos foram estabelecidos para a armadilha
MosquiTRAP O Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) e o Iacutendice Meacutedio de
Fecircmeas de A aegypti (IMFA) A partir do iacutendice IMFA pode-se estabelecer niacuteveis de
corte para indicar situaccedilotildees de risco de alerta e de seguranccedila para ocorrecircncia de
dengue Esses valores satildeo acima de 030 para indicar situaccedilatildeo de risco de
ocorrecircncia de dengue entre 011 e 029 temos entatildeo uma situaccedilatildeo de alerta para
dengue e ateacute 010 para indicar situaccedilatildeo de seguranccedila para dengue (EIRAS 2007)
14 Medidas de controle do Aedes aegypti 141 Plano de Erradicaccedilatildeo do Aedes aegypti (PEAa)
O Plano de Erradicaccedilatildeo do A aegypti (PEAa) no Brasil implantado pelo
Ministeacuterio da Sauacutede em 1997 estabeleceu o municiacutepio como responsaacutevel pelo
desenvolvimento das atividades de controle da dengue (FUNASA 1996) O plano
que previa accedilatildeo integrada com vaacuterios outros ministeacuterios foi dividido em nove aacutereas
de atuaccedilatildeo denominadas componentes 1) Entomologia 2) Operaccedilotildees de campo de
combate ao vetor 3) Vigilacircncia de portos aeroportos e fronteiras 4) Saneamento 5)
Informaccedilatildeo educaccedilatildeo e comunicaccedilatildeo social 6) Vigilacircncia epidemioloacutegica e sistema
de informaccedilotildees 7) Laboratoacuterio 8) Desenvolvimento de recursos humanos e 9)
Legislaccedilatildeo e suporte (FUNASA 2001b) No entanto ao longo do processo de
implantaccedilatildeo desse programa observou-se a inviabilidade teacutecnica de erradicaccedilatildeo do
mosquito a curto e meacutedio prazos
142 Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD)
Proposto em 2002 pelo Ministeacuterio da Sauacutede o Plano Nacional de Controle da
Dengue (PNCD) surgiu com a finalidade de incorporar as liccedilotildees das experiecircncias
10
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
8 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
nacionais e internacionais de controle da dengue enfatizando a necessidade de
mudanccedila nos modelos anteriores fundamentalmente em alguns aspectos essenciais
tais como a elaboraccedilatildeo de programas permanentes o desenvolvimento de
campanhas de informaccedilatildeo e de mobilizaccedilatildeo das pessoas o fortalecimento da
vigilacircncia epidemioloacutegica e entomoloacutegica para ampliar a capacidade de prediccedilatildeo e
de detecccedilatildeo precoce de surtos da doenccedila a melhoria da qualidade do trabalho de
campo de combate ao vetor a integraccedilatildeo das accedilotildees de controle da dengue na
atenccedilatildeo baacutesica e o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de
acompanhamento e supervisatildeo das accedilotildees desenvolvidas pelo Ministeacuterio da Sauacutede
estados e municiacutepios (PNCD 2002)
O controle do A aegypti tem constituiacutedo um importante desafio
especialmente nos paiacuteses em desenvolvimento Mesmo em situaccedilotildees em que os
recursos destinados ao controle do vetor satildeo apropriados para a implementaccedilatildeo do
programa muitas vezes natildeo se tem alcanccedilado sucesso em funccedilatildeo principalmente
de cinco fatores (1) desejo de encontrar soluccedilotildees faacuteceis (2) perda de habilidades
teacutecnicas e gerenciais do pessoal responsaacutevel pelo programa (3) agravamento da
dimensatildeo do problema (4) desconsideraccedilatildeo de experiecircncias passadas e (5)
expectativa de fracasso espelhada em outras experiecircncias mal sucedidas no
controle de dengue e de outras doenccedilas transmitidas por vetores (HALSTEAD
1988) O grande problema para combater o mosquito A aegypti eacute que sua
reproduccedilatildeo ocorre em qualquer recipiente utilizado para armazenar aacutegua tanto em
aacutereas sombrias como ensolaradas Assim a prevenccedilatildeo e as medidas de combate
exigem a participaccedilatildeo e a mobilizaccedilatildeo de toda a comunidade a partir da adoccedilatildeo de
medidas simples visando agrave interrupccedilatildeo do ciclo de transmissatildeo e contaminaccedilatildeo
Caso contraacuterio as accedilotildees isoladas poderatildeo ser insuficientes para acabar com os
focos da doenccedila (SOUTO JR amp RIBEIRO 2008)
Em Sauacutede Puacuteblica o controle de vetores tem o papel de prevenir a infecccedilatildeo
atraveacutes do bloqueio ou reduccedilatildeo da transmissatildeo (BRAGA amp VALLE 2007) O
combate ao vetor eacute a uacutenica medida disponiacutevel para a interrupccedilatildeo da cadeia de
transmissatildeo do dengue (GLUBER 1989 PONTES amp RUFFINO-NETTO 1994) uma
vez que natildeo se tem ainda vacina ou drogas antivirais especiacuteficas Vaacuterios satildeo os
esforccedilos para produzir uma vacina eficaz na prevenccedilatildeo da doenccedila Entretanto um
dos maiores desafios eacute desenvolver uma vacina capaz de imunizar contra os quatro
sorotipos (HOMBACH 2007) Este combate deve desenvolver accedilotildees continuadas de
inspeccedilotildees domiciliares eliminaccedilatildeo e tratamento de criadouros priorizando
11
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
atividades de educaccedilatildeo em sauacutede e mobilizaccedilatildeo social A finalidade das accedilotildees de
rotina eacute manter a infestaccedilatildeo do vetor em niacuteveis incompatiacuteveis com a transmissatildeo da
doenccedila (MSSVS 2004)
A avaliaccedilatildeo da densidade larvaacuteria de A aegypti pela estimaccedilatildeo do Iacutendice de
Breteau (IB) tem sido feita por amostragem desde a implantaccedilatildeo do Programa de
Controle de Dengue e Febre Amarela em 1985 (ALVES amp SILVA 2001) No entanto
a relaccedilatildeo do nuacutemero de fecircmeas com a populaccedilatildeo humana eacute o indicador mais
associado ao risco de transmissatildeo do viacuterus da dengue Informaccedilotildees sobre a
bioecologia das fecircmeas em aacuterea urbana satildeo importantes uma vez que auxiliam na
escolha de medidas de controle do vetor (BARATA et al 2007)
Um dos maiores problemas para os programas de controle do vetor do
dengue eacute estimar eficientemente e efetivamente a frequumlecircncia do mosquito adulto
sua distribuiccedilatildeo e densidade Estas informaccedilotildees satildeo fundamentais para avaliar o
risco de transmissatildeo da doenccedila e para a avaliaccedilatildeo do impacto das estrateacutegias de
controle do vetor (LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA et al 2008) Aleacutem disso o
conhecimento da dinacircmica da populaccedilatildeo de mosquito adulto proporciona avaliaccedilotildees
epidemioloacutegicas mais precisas (BARATA et al 2001)
Aleacutem disso alguns fatores influenciam na densidade de mosquitos como as
condiccedilotildees de saneamento e os aspectos soacutecio-econocircmicos e culturais das
comunidades (FERREIRA amp CHIARAVALLOTI-NETO 2007) Conhecer tais fatores
eacute fundamental pra compreender as epidemias de dengue e o direcionamento das
accedilotildees de controle (DONALISIO amp GLASSER 2002)
A utilizaccedilatildeo de teacutecnicas que visam agrave anaacutelise da distribuiccedilatildeo espacial de
insetos vetores objetivando seu monitoramento e controle vem se ampliando nos
uacuteltimos anos em diversos paiacuteses (SPRADLING et al 1998) Existem vaacuterios
trabalhos relacionados com o mosquito do gecircnero Aedes (MORRISSON et al 1998
MUIR amp KAY 1998 ALI et al 2003) Atraveacutes do monitoramento do A aegypti eacute
possiacutevel conhecer a densidade e distribuiccedilatildeo do mosquito possibilitando o
direcionamento das medidas de controle evitando-se assim o uso indiscriminado de
inseticidas
O conhecimento dos niacuteveis de infestaccedilatildeo do mosquito permite avaliar o risco
de aparecimento de surtos eou epidemias de dengue (ALVES et al 1991) Os
programas de controle proporcionam aumento do conhecimento sobre a dengue
entretanto a infestaccedilatildeo do A aegypti e por consequumlecircncia a ocorrecircncia de casos
permanecem em niacuteveis elevados Conclui-se que as formas de intervenccedilatildeo
12
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
utilizadas natildeo contribuem para aprimorar as praacuteticas preventivas (CHIRIAVALLOTI-
NETO et al 2003)
15 Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) consiste de
um sistema completo integrado que envolve o uso de trecircs componentes (EIRAS et
al 2004)
bull MosquiTRAP ndash armadilha utilizada para a captura da fecircmea graacutevida do A
aegypti desenvolvida atraveacutes de estudos comportamentais deste vetor
bull Softwares especialmente desenvolvidos para 1) coleta dos dados de
campo 2) processamento dos dados coletados para geraccedilatildeo de graacuteficos
para anaacutelise 3) geraccedilatildeo de mapas do tipo SIG (Sistema de Informaccedilotildees
Georreferenciadas) com informaccedilotildees atualizadas da populaccedilatildeo do vetor
que ficam disponiacuteveis aos usuaacuterios pela internet
bull AtrAedes ndash atraente de oviposiccedilatildeo sinteacutetico formulado a partir da infusatildeo
de capim coloniatildeo (Panicum maximum) para fecircmeas graacutevidas do A
aegypti Sua liberaccedilatildeo eacute contiacutenua podendo durar ateacute 60 dias Ele eacute
colocado no interior da armadilha para atrair o vetor potencializando o
poder de captura da mesma
Para o planejamento da prestaccedilatildeo de serviccedilo primeiramente a equipe da
empresa realiza uma anaacutelise do mapa da cidade dividindo a aacuterea em quadras No
centro de cada quadra satildeo identificados os pontos para a localizaccedilatildeo das
armadilhas contendo os atraentes Estas informaccedilotildees satildeo repassadas para o gestor
de sauacutede das prefeituras para que o mesmo possa adequar a localizaccedilatildeo para que
os pontos de distribuiccedilatildeo das armadilhas natildeo incidam sobre regiotildees de aacutegua como
lagoas ambiente de atividade industrial rochas e outros Assim o gestor realiza um
ajuste na posiccedilatildeo das armadilhas para que entatildeo seja elaborado um plano de
implantaccedilatildeo dos produtos Depois de implantado realiza-se o cadastro das
informaccedilotildees no celular como endereccedilo da localizaccedilatildeo (RG - coacutedigo do bairro e
nuacutemero da quadra rua e nuacutemero da casa) nuacutemero da armadilha nuacutemero e
espeacutecies de mosquitos capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis
problemas que possam ocorrer durante a vistoria Este cadastro eacute realizado pelos
agentes de campo devidamente treinados para que depois de coletadas e
armazenadas as informaccedilotildees no celular elas sejam sincronizadas com o software do
servidor Depois satildeo realizados novos ajustes e calibraccedilotildees no mapa
13
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
georreferenciado de forma que natildeo tenha mais de uma armadilhainformaccedilatildeo dentro
de uma mesma quadra o que dificultaria a anaacutelise dos dados de campo Uma vez
ajustado todo o sistema a empresa passa a receber semanalmente os dados do
cliente e em 24 horas ela consegue processar toda a informaccedilatildeo e atualizaacute-la na
internet com acesso exclusivo para os responsaacuteveis pela gestatildeo da sauacutede no
municiacutepio ao passo que os sistemas convencionais levam 60 dias para a conclusatildeo
deste tipo de serviccedilo Estes dados satildeo exportados para o programa de
geoprocessamento para que seja feita a sua plotagem Os mapas gerados fornecem
informaccedilotildees das aacutereas infestadas permitindo o direcionamento das accedilotildees de
controle combate ao vetor ao indicar o local e o momento necessaacuterio orientando a
tomada de decisatildeo dos gestores de sauacutede dos Municiacutepios Estes mapas
georreferenciados permitem avaliar a frequumlecircncia de positividade das quadras
fornecendo aos gestores de sauacutede informaccedilotildees das aacutereas que contecircm focos do
vetor para que se possam empregar as medidas de controle (EIRAS 2005)
As informaccedilotildees satildeo fornecidas de maneira raacutepida e eficaz destacando as
aacutereas de risco de transmissatildeo da dengue atraveacutes dos indicadores IMFA e IPM e a
densidade do vetor atraveacutes de mapas georreferenciados permitindo o
direcionamento das accedilotildees de controle e combate ao vetor no local e momento certos
orientando a tomada de decisatildeo dos gestores em sauacutede dos municiacutepios Atraveacutes dos
mapas eacute possiacutevel avaliar a frequumlecircncia de positividade dos quarteirotildees e aacutereas com
focos do vetor (REIS 2007) Atraveacutes do MI ndash Dengue eacute possiacutevel obter informaccedilotildees
precisas sobre a presenccedila e a evoluccedilatildeo da populaccedilatildeo do vetor A aegypti na aacuterea
urbana do municiacutepio
14
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
2 JUSTIFICATIVA Nas uacuteltimas deacutecadas a dengue vem se tornando motivo de preocupaccedilatildeo
mundial ressurgindo como uma doenccedila de grande importacircncia principalmente na
maior parte dos paiacuteses tropicais incluindo o Brasil em virtude dos milhares de seres
humanos infectados anualmente e pelo grande contingente populacional destas
aacutereas em situaccedilatildeo soacutecio-econocircmica precaacuteria expostos ao risco de infecccedilatildeo
(BATISTA et al 2001) Desde 1986 no Brasil a transmissatildeo ocorre na maioria dos
Estados No municiacutepio de Montes Claros (MG) a dengue ocorre de forma endecircmica
desde 1995 e nos anos de 2000 a 2007 foram notificados 4422 casos (Fonte
SINAN)
Em Montes Claros jaacute foi verificada a presenccedila dos sorotipos 1 2 e 3 o que
eleva a possibilidade de ocorrerem novos casos de dengue hemorraacutegica A
localizaccedilatildeo geograacutefica do municiacutepio aliada aos fatores climaacuteticos ambientais e
culturais atua como fatores agravantes para a ocorrecircncia da doenccedila (PMCD 2005)
Um dos obstaacuteculos no combate agrave dengue eacute a sobreposiccedilatildeo de informaccedilotildees
advindas de vaacuterios instrumentos e expressas de vaacuterias formas relativas ao iacutendice de
infestaccedilatildeo por A aegypti distribuiccedilatildeo espacial dos focos e casos de doenccedila que
tornam difiacutecil e dispendiosa a anaacutelise e avaliaccedilatildeo da epidemiologia e o planejamento
direcionado das intervenccedilotildees no controle da dengue (CAVALCANTE et al 2004)
O Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue (MI-Dengue) permite a
obtenccedilatildeo de informaccedilotildees raacutepidas e precisas proporcionando a tomada de decisotildees
em tempo haacutebil para accedilotildees de controle Durante o periacuteodo de monitoramento eacute
possiacutevel visualizar a situaccedilatildeo de infestaccedilatildeo do vetor em tempo real possibilitando a
identificaccedilatildeo de aacutereas onde o risco de transmissatildeo eacute maior permitindo otimizar as
accedilotildees de medida de controle e melhor direcionamento das mesmas (EIRAS amp
RESENDE 2009) com consequumlente diminuiccedilatildeo do uso de inseticidas O
conhecimento do processo de ocupaccedilatildeo da regiatildeo pelo vetor eacute de fundamental
importacircncia para definir as medidas mais adequadas de vigilacircncia e controle em
momentos epidecircmicos ou natildeo (CHIARAVALLOTI-NETO 1997) Aleacutem disso os
recursos utilizados para o Monitoramento Inteligente de Dengue natildeo oferece
nenhum dano ambiental por natildeo conter material toacutexico nas armadilhas O baixo
custo e facilidade operacional satildeo outros requisitos favoraacuteveis ao seu uso
15
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral Avaliar os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo sistema MI-Dengue em
dois bairros de Montes Claros (MG) visando identificar uma forma praacutetica e precisa
para fornecer subsiacutedios para o controle mais eficaz do mosquito Aedes aegypti
32 Objetivos Especiacuteficos
bull Verificar a relaccedilatildeo entre os indicadores entomoloacutegicos fornecidos pelo MI ndash
Dengue e as variaacuteveis ambientais da aacuterea estudada
bull Relacionar a incidecircncia de casos de dengue com a abundacircncia do mosquito
16
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 41 Caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo O estudo foi realizado na cidade de Montes Claros (MG) durante 19 semanas
epidemioloacutegicas (semana 04 a 22 Janeiro a Maio de 2008) O municiacutepio estaacute
localizado ao Norte de Minas Gerais (Latitude 16deg 44 06S Longitude 43deg 51 42W
Altitude 648 metros) possui 3582 Km2 de aacuterea e uma populaccedilatildeo estimada de
352384 habitantes perfazendo uma densidade demograacutefica de 984 habitantesKm2
(IBGE 2007) Dista da capital 418 Km e integra a regiatildeo da Diretoria de Accedilotildees
Descentralizadas de Sauacutede (DADS) de Montes Claros (PMCD 2005)
Ao longo de oito anos (2000 ateacute 2008) jaacute foram notificados mais de 6000
casos de dengue em Montes Claros Somente no ano de 2008 foram notificados
1791 casos ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica enquanto em 2007 ocorreram 1046
casos durante o ano todo (Fonte SINAN) (Figura 6)
Figura 7 Casos de dengue notificados em Montes Claros ndash 2000 a 2008 (ateacute a 37ordf semana epidemioloacutegica)
O controle do vetor em Montes Claros eacute feito por agentes de sauacutede e
teacutecnicos sob a coordenaccedilatildeo da Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
(DCCZSMS) Foram selecionados dois bairros com altos iacutendices de infestaccedilatildeo
(baseados na pesquisa larvaacuteria ndash LIRAa 2005 agrave 2007) e ocorrecircncia de casos de
dengue (dados fornecidos pela Secretaria de Vigilacircncia Epidemioloacutegica de Montes
Claros) Os bairros selecionados foram Jardim Satildeo Luiz (figura 7) e Major Prates I
(figura 8) com 48 e 38 quarteirotildees respectivamente O Iacutendice de Breteau variou de
12 a 129 com uma meacutedia de 75 para o Jardim Satildeo Luiz e 292 para o Major
Prates I o Iacutendice de Infestaccedilatildeo Predial variou de 12 a 97 com meacutedia de 62
para o Jardim Satildeo Luiz e 31 para o Major Prates I) (dados obtidos dos formulaacuterios
17
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
do LIRAa)
A cidade foi dividida em 16 estratos para realizaccedilatildeo de pesquisas
entomoloacutegicas Cada estrato compreende um universo de 9000 a 12000 imoacuteveis
(MS 2005) Os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I estatildeo inclusos nos estratos
3 e 4 respectivamente
411 Bairro Jardim Satildeo Luiz O Jardim Satildeo Luiz estaacute localizado na regiatildeo Sul de Montes Claros (Figura 8)
Conta com aproximadamente 1556 habitantes em 912 imoacuteveis cerca de 19 imoacuteveis
por quarteiratildeo Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo construiacutedas de
alvenaria e possuem quintal a maioria deles cimentada (Dados obtidos dos
formulaacuterios do PNCD) O lixo eacute coletado em 100 dos imoacuteveis em dias alternados
998 dos imoacuteveis possuem esgotamento sanitaacuterio e 965 aacutegua encanada (IBGE
2007) (Tabela 1) O bairro eacute bastante arborizado e em suas proximidades estatildeo
localizados o Parque Estadual Guimaratildees Rosa e o rio Vieira Possui poucos
terrenos baldios
Figura 8 ndash Aacuterea do Bairro Jardim Satildeo Luiz Fonte Google Earth
18
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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45
Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002
TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
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TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002
VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
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BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
412 Bairro Major Prates Com uma aacuterea de 75989891 m2 o bairro Major Prates (Figura 9) eacute o bairro
com uma maior concentraccedilatildeo comercial e constitui um dos bairros mais povoados e
populosos da cidade Estaacute localizado na regiatildeo sul de Montes Claros nas
proximidades da BR 135 e 365 e perto da rodoviaacuteria o que garante um grande fluxo
populacional nesta aacuterea (GOMES 2007)
Devido a sua grande extensatildeo o Major Prates foi dividido pelo Programa de
Controle de Dengue de Montes Claros em 3 partes Major Prates Major Prates I e
Major Prates II O Major Prates I escolhido para esta pesquisa possui uma
populaccedilatildeo aproximada de 3798 habitantes distribuiacutedos em cerca de 1723 imoacuteveis
uma meacutedia de 52 casas por quarteiratildeo (Dados obtidos dos formulaacuterios do PNCD)
A coleta de lixo eacute feita regularmente em dias alternados em
aproximadamente 99 dos domiciacutelios 95 dos imoacuteveis possuem aacutegua encanada e
98 apresentam rede de esgoto (IBGE 2007) (Tabela 1)
Todas as habitaccedilotildees selecionadas para o estudo satildeo feitas de alvenaria e a
maioria possui quintal
Figura 9 ndash Aacuterea do Bairro Major Prates I Fonte Google Earth
19
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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45
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TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
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TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
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CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
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WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
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BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
42 Delineamento experimental 421 Seleccedilatildeo da aacuterea de estudo
Em cada bairro foram selecionados ao acaso 30 quarteirotildees Uma casa foi
escolhida aleatoriamente por cada quarteiratildeo de maneira que uma casa
selecionada natildeo ficasse de frente para a outra quando localizadas na mesma Rua
Cinco semanas antes da instalaccedilatildeo das armadilhas as casas foram visitadas por um
agente de sauacutede e a coordenadora do projeto a fim de apresentar o projeto e sua
finalidade bem como requerer a autorizaccedilatildeo dos moradores para a execuccedilatildeo do
trabalho Para isto foi apresentada a cada morador uma carta de adesatildeo onde
constava o objetivo e duraccedilatildeo do projeto aleacutem de um termo de autorizaccedilatildeo para a
instalaccedilatildeo da armadilha que foi assinado pelo responsaacutevel pela residecircncia (Anexo
1)
Uma semana apoacutes a entrega das cartas de adesatildeo foi feito um treinamento
para os agentes de sauacutede onde eles aprenderam a montar instalar e monitorar a
armadilha MosquiTRAP identificar o sexo e espeacutecies de mosquitos capturados na
armadilha (ex A aegypti A albopictus e Culex sp) coletar os dados dos mosquitos
identificados no campo lanccedilar no celular e enviar ao computador central
422 Instalaccedilatildeo das MosquiTRAPs e vistoria As armadilhas MosquiTRAPs foram instaladas na terceira semana de janeiro
equivalente a 3ordf semana epidemioloacutegica Instalou-se uma armadilha em uma casa
por quarteiratildeo em espaccedilo peridomiciliar no solo ou em uma altura maacutexima de 15m
do mesmo protegidas de chuva e sol e fora do alcance de crianccedilas e animais
domeacutesticos (FAacuteVARO et al 2006) (Figura 10)
Figura 10 ndash Local de instalaccedilatildeo das MosquiTRAP nas residecircncias
20
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
As armadilhas foram inspecionadas semanalmente pelo agente de sauacutede
devidamente treinado Foram feitas a identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos mosquitos
capturados As vistorias comeccedilaram na 4ordf semana epidemioloacutegica do ano
Em cada vistoria o agente de campo retirava o cartatildeo adesivo de dentro da
armadilha e com o auxiacutelio de uma pinccedila os mosquitos foram removidos
quantificados e identificados A identificaccedilatildeo consistiu na determinaccedilatildeo do sexo e da
espeacutecie coletada Apoacutes a vistoria o cartatildeo adesivo foi recolocado na armadilha para
posterior vistoria O cartatildeo adesivo foi substituiacutedo a cada 60 dias e o atraente
sinteacutetico a cada 45 dias
Os dados foram registrados diretamente em planilhas eletrocircnicas nos
dispositivos de computaccedilatildeo moacutevel (Celular SAMSUNG SGH C-420 CHINA) Neste
constava o endereccedilo nuacutemero da armadilha nuacutemero e espeacutecies de mosquitos
capturados e espaccedilo para observaccedilotildees de possiacuteveis problemas que possam ocorrer
durante a vistoria As informaccedilotildees das vistorias foram enviadas via on-line para o
computador central em Belo Horizonte (MG) onde se procedeu ao processamento
das informaccedilotildees e posterior fornecimento de mapas e graacuteficos georreferenciados
nos quais foi possiacutevel verificar os locais de maior infestaccedilatildeo pelo Aedes e outras
informaccedilotildees pertinentes ao trabalho
Figura 11 ndash Fases do Monitoramento Inteligente do Mosquito da Dengue
Paralelamente ao monitoramento com a MosquiTRAP foi realizado o
Levantamento de Iacutendice Raacutepido de A aegypti (LIRAa) Foram realizados trecircs ciclos
21
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
de pesquisa um a cada dois meses nas semanas epidemioloacutegicas 4 12 e 21
(Meses de Janeiro Marccedilo e Maio respectivamente) A cada 9 a 12000 imoacuteveis satildeo
sorteados 450 (determinado pelo nuacutemero de imoacuteveis e densidade) para a realizaccedilatildeo
do LIRAa (MS 2005)
Foi realizado tambeacutem um levantamento dos principais tipos de criadouros
existentes em ambos os bairros e o nuacutemero de habitantes por quarteiratildeo Os dados
foram obtidos a partir de boletins de notificaccedilotildees feitas durante o Levantamento de
Iacutendices (LI) e tratamento de controle realizado no ano de 2008
Na aacuterea de estudo tambeacutem foram observadas variaacuteveis ambientais como
presenccedila de vegetaccedilatildeo rio lagoa terrenos baldios criaccedilatildeo de animais e bueiros
Durante toda a pesquisa entomoloacutegica foram aplicadas medidas de controle
quiacutemico com o larvicida organofosforado temefoacutes com a finalidade de eliminar
larvas do Aedes bem como remoccedilatildeo de criadouros em todos os quarteirotildees
pesquisados nos dois bairros
Foram realizadas intervenccedilotildees com controle quiacutemico para adultos (piretroacuteide
alfacipermetrina) no bairro Jardim Satildeo Luiz nas semanas 8 (21 de fevereiro) e 9 (25
e 28 de fevereiro) e nas semanas 14 e 15 (01 e 07 de abril) respectivamente No
bairro Major Prates I as intervenccedilotildees ocorreram apenas nas semanas 14 (30 de
marccedilo e 02 de abril) e 15 (08 de abril) As intervenccedilotildees ocorreram imediatamente
apoacutes os picos dos indicadores IMFA (203 167 140 e 113 nas semanas 7 13 14
e 21 respectivamente) e IB
43 Casos de Dengue nos Bairros Os casos de dengue notificados para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I foram acompanhados da 4ordf a 22ordf semana epidemioloacutegica de 2008 periacuteodo
de duraccedilatildeo do experimento Estes dados foram obtidos atraveacutes do Sistema de
Informaccedilatildeo de Agravos de Notificaccedilatildeo (SINAN) Secretaria de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica de Montes Claros
22
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
44 Dados Meteoroloacutegicos Os dados meteoroloacutegicos do periacuteodo de estudo como temperatura
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e umidade relativa foram obtidos atraveacutes dos sites
httpsatelitecptecinpebrPCD (Ministeacuterio da Ciecircncia e Tecnologia Plataforma de
Coleta de Dados) e httpwwwagritempogovbr (Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria
e Abastecimento Sistema de Monitoramento Agrometeoroloacutegico)
45 Informaccedilotildees soacutecio-econocircmicas Os niacuteveis soacutecio-econocircmicos das duas localidades em estudo foram
determinados pelas informaccedilotildees sobre forma de abastecimento de aacutegua e rede de
esgoto destino do lixo grau de instruccedilatildeo rendimento mensal e nuacutemero de
residentes por domiciacutelio Estes dados foram obtidos do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2007) (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Caracteriacutesticas soacutecio-econocircmicas e de saneamento baacutesico
Variaacutevel
Bairro
Satildeo Luiz Major Prates
Anos de instruccedilatildeo meacutedio das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 120 63
Proporccedilatildeo de pessoas alfabetizadas () 94 83
Renda meacutedia (R$) das pessoas responsaacuteveis pelos domiciacutelios 318518 60607
Proporccedilatildeo de pessoas responsaacuteveis analfabetas () 0 11
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com 5 ou mais moradores () 37 33
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com aacutegua encanada () 97 95
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com esgotamento sanitaacuterio () cong 100 98
Proporccedilatildeo de domiciacutelios com coleta regular de lixo () 100 99
Proporccedilatildeo de domiciacutelios sem banheiro ou sanitaacuterio () 02 6
Fonte dados modificados do Censo Demograacutefico (IBGE) 2000
46 Iacutendices entomoloacutegicos para mosquitos adultos
Para cada bairro calculou-se o Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de A aegypti (IMFA)
e o Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) onde acima de 030 indica risco de
epidemia entre 011 e 029 estado de alerta e ateacute 010 representa seguranccedila para
surto de dengue (EIRAS 2007)
O iacutendice IMFA eacute a meacutedia de fecircmeas capturadas por armadilha em uma
determinada aacuterea
IMFA = Total de fecircmeas de A aegypti capturadas na MosquiTRAP Total de MosquiTRAPs vistoriadas
23
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
O iacutendice IPM indica sensibilidade da armadilha sendo que a MosquiTRAP eacute
considerada positiva quando eacute observado no miacutenimo uma fecircmea de A aegypti
capturada
IPM = Total de MosquiTRAP com fecircmeas de A aegypti Total de MosquiTRAPs vistoriadas 47 Armazenamento e anaacutelise dos dados
As informaccedilotildees coletadas foram codificadas e armazenadas utilizando-se o
programa Stata versatildeo 80 A verificaccedilatildeo dos bancos foi feita durante reentrada dos
dados sendo corrigidas as divergecircncias encontradas A anaacutelise dos dados
prosseguiu por etapas
1 Anaacutelise descritiva de todas as variaacuteveis
2 Anaacutelise univariada na qual se comparou frequumlecircncias e meacutedias atraveacutes dos testes
do Qui-quadrado e t de Student e com base nos caacutelculos da Odds ratio (OR) e do
teste de Wilcoxon
3 Anaacutelise multivariada e ajustamento de modelo final utilizando-se regressatildeo
logiacutestica muacuteltipla e teste de verossimilhanccedila
471 Anaacutelise descritiva Segundo Sampaio (2002) e Medronho et al (2004) a
anaacutelise descritiva se refere agrave distribuiccedilatildeo de frequumlecircncias de todas as variaacuteveis Tal
anaacutelise caracterizou a presenccedila e quantidade de mosquitos segundo a espeacutecie
sexo e nuacutemero de mosquitos nos dois bairros
472 Anaacutelise univariada Com o propoacutesito de ajustar um modelo multivariado de
regressatildeo logiacutestica foi feita uma anaacutelise univariada de todas as variaacuteveis
comparando os dois grupos casos e controles como descrito por Sampaio (2002) A
existecircncia de associaccedilatildeo entre a doenccedila e cada uma das variaacuteveis foi analisada
atraveacutes do teste do Qui-quadrado e sua forccedila mensurada pela Odds Ratio (OR)
com IC de 95 Tambeacutem foi feita a associaccedilatildeo entre o nuacutemero e a presenccedila do
mosquito com cada uma das variaacuteveis Para anaacutelise das variaacuteveis contiacutenuas usou-
se meacutedia mediana e quartis Jaacute para as categoacutericas usou-se apenas quartis O
teste t de Student foi usado para comparaccedilatildeo das meacutedias e o teste de Wilcoxon para
as medianas Ao final desta etapa as variaacuteveis que natildeo se mostraram associadas agrave
doenccedila e a presenccedila do mosquito foram desprezadas Eacute importante salientar que
neste tipo de anaacutelise deve-se ter cautela ao desprezar uma coleccedilatildeo de variaacuteveis
24
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
pois muitas vezes estas individualmente se mostram fracamente associadas no
entanto quando conjugadas tornam-se importante preditor Por este motivo o niacutevel
de significacircncia utilizado deve ser alto assim as variaacuteveis suspeitas tecircm a chance de
estarem no modelo multivariado Com isso usou-se o niacutevel de significacircncia de 020
ou seja todas as variaacuteveis com o valor plt020 foram incluiacutedas no modelo
multivariado
473 Anaacutelise multivariada (Regressatildeo Muacuteltipla) Conforme descriccedilatildeo de
Schlesselman (1982) e Medronho et al (2004) foi feito o ajustamento do modelo final
logiacutestico Este procedimento foi realizado atraveacutes da inclusatildeo inicial de todas as
variaacuteveis selecionadas pela univariada e por aquelas que conhecidamente satildeo
relevantes para a epidemiologia da dengue Posteriormente foi realizado o descarte
sucessivo (passo a passo) das variaacuteveis que natildeo demonstravam mudanccedilas
significativas na OR e nos intervalos de confianccedila Variaacuteveis com mais de duas
categorias foram transformadas em variaacuteveis indicadoras (dummies) A importacircncia
de cada variaacutevel no modelo logiacutestico foi mensurada pelo teste de verossimilhanccedila
descrita por Sampaio (2002) Com isso avaliou-se passo a passo se o modelo que
incluiacutea a variaacutevel em questatildeo era mais adequado para explicar a relaccedilatildeo com a
variaacutevel resposta do que aquele que a excluiacutea Se a diferenccedila entre estes dois
modelos natildeo fosse significativa (pgt 005) a variaacutevel era excluiacuteda do modelo final
Por outro lado se a retirada de alguma variaacutevel alterava as estimativas do modelo
significativamente a sua inclusatildeo era imediatamente feita Apoacutes todo este processo
chegou-se a um modelo final tendo todas as variaacuteveis que permaneceram com
plt005 Em cada uma das etapas de avaliaccedilatildeo dos modelos testou-se a
colineariedade das variaacuteveis eliminando-se aquelas co-relacionadas Testaram-se
tambeacutem as possiacuteveis interaccedilotildees entre as variaacuteveis jaacute que quando a interaccedilatildeo estaacute
presente a associaccedilatildeo entre ela e as demais variaacuteveis pode alterar o modelo final
25
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
5 RESULTADOS Durante as 19 semanas de estudo (janeiro a maio de 2008) foram vistoriadas
semanalmente 60 MosquiTRAPs 30 armadilhas em cada um dos bairros
selecionados sendo o total de 1140 vistorias Foram capturados nos dois bairros
865 mosquitos Destes 816 (943) eram da espeacutecie A aegypti 48 (55) do
gecircnero Culex e apenas 1 (02) da espeacutecie A albopictus Foram capturadas 709
fecircmeas (869) e 107 machos (131) de A aegypti (Tabela 2) O nuacutemero total de
A aegypti capturados no bairro Jardim Satildeo Luiz foi 470 enquanto que no Major
Prates I capturou-se 346 (tabela 2)
Tabela 2 ndash Distribuiccedilatildeo de mosquitos capturados na armadilha MosquiTRAP segundo a espeacutecie e sexo por
semana epidemioloacutegica e por bairro (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
SEMANA EPIDEMIOLOacuteGICA Espeacutecie Bairro Sexo
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
Total
Aedes aegypti Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
14 3
12 0
12 9
7 0
10 11
8 0
61 14
17 0
15 11
15 0
14 10
17 0
8 1
5 0
18 2
7 0
15 0
13 2
26 3
49 2
42 8
33 0
11 4
11 0
17 6
27 0
18 5
25 0
12 4
24 0
12 4
21 1
12 6
20 0
39 0
16 0
12 1
14 0
368 102
341
5 Culex sp Satildeo Luiz Fecircmea Macho Major Prates I Fecircmea Macho
2 0
1 0
5 0
0 3
3 0
0 0
3 2
0 0
1 1
0 0
0 8
1 0
2 2
0 0
3 1
0 1
0 1
0 0
0 0
0 2
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 0
0 1
1 0
0 0
0 0
0 0
0 1
0 0
0 0
2 0
0 0
0 0
0 1
21 16
3 8
As anaacutelises estatiacutesticas indicaram que natildeo haacute diferenccedila significativa no
nuacutemero de mosquitos A aegypti capturados na armadilha MosquiTRAP nos dois
bairros (p=0 701 OR=0 942)
O IPM foi maior nas semanas 7(50) 13 (767) 16 (467) e 17 (467) e menor
nas semanas 5 (167) 6 (20) 10 (167) e 11 (167) para o Major Prates I (Figura 12
e 16) No Jardim Satildeo Luiz o IPM apresentou picos nas semanas 7(767) 14(433)
17(367) e 21(467) e foi menor nas semanas 10 (20) 15 (233) e 20 (20) (Figura 13
e 17) O IMFA apresentou picos nas semanas 7(203) 14 (14) e 21 (13) no Jardim
Satildeo Luiz (Figura 14) e nas semanas 13(167) 14(113) e 16(09) no Major Prates I
Figura 15) Uma queda significativa (p=0000) no nuacutemero de capturas do mosquito
foi observada especialmente nas semanas 8 10 e 15 semanas subsequumlentes agraves
intervenccedilotildees quiacutemicas (Figura 12 e 13)
26
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
Figura 12 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 13 ndash Iacutendice de Positividade das armadilhas MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 OBS As setas indicam a semana onde foi aplicado o adulticida (alfacipermetrina)
Figura 14 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
27
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
Figura 15 ndash Iacutendice Meacutedio de Fecircmeas de Aedes aegypti capturadas (IMFA) por semana
epidemioloacutegica em MosquiTRAP instaladas no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Figura 16 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP (IPM) por semana epidemioloacutegica no bairro Major Prates I (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (5-7 10-11 13 16-17 = semanas epidemioloacutegicas)
28
Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
29
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
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Figura 17 ndash Iacutendice de Positividade da MosquiTRAP(IPM) por semana epidemioloacutegica nos bairros Jardim Satildeo Luiz (Montes Claros MG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (7 10 14-15 17 20-21 = semanas epidemioloacutegicas) Nos bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I o IMFA apresentou na maioria
das semanas uma situaccedilatildeo de alerta (011 a 029) ou risco (acima de 030) para a
transmissatildeo de dengue (Figura 14 e 15) Este indicador mostrou correlaccedilatildeo positiva
sendo tambeacutem significativa para a ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 005 OR=4
048) Tambeacutem houve correlaccedilatildeo positiva entre o nuacutemero de mosquitos e a
densidade populacional (p=0 000 OR=1 012)
Os resultados do LIRAa revelaram um resultado de risco de epidemia (Iacutendice
de Breteau acima de 5) nos ciclos 1ordm e 2ordm para os bairros Jardim Satildeo Luiz e Major
Prates I (Figura 18) no 3ordm ciclo o IB foi proacuteximo de 5 para o Jardim Satildeo Luiz e 0
(zero) para o Major Prates I
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Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
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apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
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para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
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DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
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ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
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suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
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7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
Figura 18 ndash Iacutendice de Breteau (IB) calculados para os bairros Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
Focos do A aegypti foram identificados em diferentes tipos de criadouros nos
dois bairros No bairro Major Prates I os focos foram encontrados com frequumlecircncia em
objetos descartaacuteveis como garrafas e latas aleacutem de tambores e outros depoacutesitos de
aacutegua como caixas drsquoaacutegua toneacuteis etc Neste bairro existe uma grande
disponibilidade de ralos sendo que nos pneus tambeacutem foram encontradas larvas do
mosquito A aegypti No entanto natildeo foi verificada relaccedilatildeo significativa entre o
nuacutemero de criadouros e a abundacircncia de mosquitos (p=0 851 OR=0 970) (Tabela
03)
No Jardim Satildeo Luiz os criadouros mais comuns foram os ralos para
escoamento de aacutegua pluvial e vasos de plantas ornamentais Foram observadas 108
piscinas no Jardim Satildeo Luiz e apenas 4 no Major Prates I que natildeo demonstraram
ser significativas na ocorrecircncia de casos de dengue (p=0 001 OR=0 197) (Tabela
04)
A presenccedila de oficinas eou borracharias tambeacutem mostrou correlaccedilatildeo
significativa com o risco de transmissatildeo de dengue (p=0 001 OR=15 937) (Tabela
04)
A presenccedila de vegetaccedilatildeo animais lagoa cisternas e bueiros natildeo mostraram
relaccedilatildeo significativa com a presenccedila de mosquitos (pgt005) Tambeacutem natildeo foi
observada correlaccedilatildeo entre a presenccedila de terrenos baldios com o nuacutemero de
mosquitos (p=0 038 OR=2 011) (Tabela 03)
Durante o experimento a temperatura meacutedia variou de 185oC a 24oC A
precipitaccedilatildeo miacutenima foi 0 (zero) e a maacutexima foi de 1536 mm3 A umidade relativa foi
726 (miacutenima) e 924 (maacutexima) A pluviosidade foi a uacutenica variaacutevel climaacutetica que
30
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
apresentou ser significativa perante a presenccedila de mosquitos (p=0 001 OR=0 985)
(Tabela 04)
Tabela 3 ndash Anaacutelise univariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 020 IMFA 1 766 0 104
Umidade Relativa 0 966 0 261
Pluviosidade 0 988 0 003
Temperatura 0 850 0 108
Criadouros 0 970 0 851
Piscinas 0 315 0 000
Densidade Populacional 1 012 0 000
Cavalos 2 404 0 109
Galinheiros 1 676 0 620
Terrenos Baldios 2 011 0 038
Cisternas 3 815 0 016
Bueiro 0 000 0 997
Vegetaccedilatildeo 0 000 0 998
Oficinas eou borracharias 0 600 0 006
Lagoa 0 795 0 756
Tabela 4 ndash Anaacutelise multivariada Relaccedilatildeo entre o nuacutemero de mosquitos e casos de dengue com as variaacuteveis estudadas Bairros Jardim Satildeo Luiz e Major Prates I Montes ClarosMG Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008 (OR = Odds Ratio)
Variaacutevel
OR
p le 005 IMFA 4 048 0 005
Pluviosidade 0 985 0 001
Piscinas 0 197 0 001
Oficinas eou borracharias 15 937 0 001
O nuacutemero de casos confirmados de dengue durante o periacuteodo monitorado
pelo MI-Dengue foi apenas 1 para o Jardim Satildeo Luiz no quarteiratildeo 45 na 14ordf
semana epidemioloacutegica Enquanto no Major Prates I o nuacutemero de casos de dengue
para o mesmo periacuteodo foi de 46 (Figura 19) (Fonte SINAN) O maior nuacutemero de
casos de dengue ocorreu nos periacuteodos onde o IPM e o IMFA foram mais elevados
31
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
para cada bairro
Figura 19 ndash Nuacutemero de casos de dengue notificados por semana epidemioloacutegica nos bairros
Major Prates I e Jardim Satildeo Luiz (Montes ClarosMG) Periacuteodo Janeiro a Maio de 2008
32
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
DISCUSSAtildeO No presente estudo foi possiacutevel fornecer outros indicadores para a tentativa
de controlar e reduzir a transmissatildeo de dengue no municiacutepio de Montes Claros
A variaacutevel IMFA demonstrou ter relaccedilatildeo forte com a ocorrecircncia de casos de
dengue uma vez que quanto mais alto o seu valor maior eacute o risco de adoecer Este
risco foi estimado pela odds ratio em 4 048 vezes (p=0 005) ou seja uma pessoa
que habite um local com o IMFA alto tem 405 vezes mais chance de ser acometido
pela dengue do que aquela que habita um ambiente com o IMFA baixo Outros
fatores devem ser levados em consideraccedilatildeo no Bairro Jardim Satildeo Luiz por
exemplo apesar de o IMFA permanecer elevado em todo o periacuteodo estudado
ocorreu apenas um caso sugerindo que natildeo eacute apenas a quantidade de fecircmeas que
determina a sua ocorrecircncia Aleacutem da presenccedila do mosquito eacute imprescindiacutevel
tambeacutem que ocorra a circulaccedilatildeo viral concomitante poreacutem eacute provaacutevel que exista
ainda outros fatores para a ocorrecircncia de casos de dengue A aacuterea do bairro
escolhida eacute muito extensa provavelmente pode ter ocorrido a dispersatildeo de fecircmeas
de A aegypti infectadas pelo viacuterus da dengue de quarteirotildees vizinhos para a aacuterea
experimental
No modelo logiacutestico final deste estudo encontramos algumas variaacuteveis com
alta significacircncia estatiacutestica As piscinas tiveram relaccedilatildeo significativamente positiva
com a presenccedila de mosquito poreacutem apesar de serem encontradas em grande
quantidade no bairro Jardim Satildeo Luiz e de serem aparentemente atrativas para a
proliferaccedilatildeo do mosquito da dengue por conter aacutegua limpa torna-se inadequada
para tal estabelecimento por serem tratadas periodicamente com substacircncias
higienizadoras como o cloro Provavelmente as piscinas indicam um ambiente de
caraacuteter soacutecio-econocircmico melhor Eacute sabido que em ambientes com melhores
condiccedilotildees sanitaacuterias a proliferaccedilatildeo de vetores ocorre em desvantagem
(ROUQUAYROL amp FILHO 2005) quando comparada a locais com saneamento
baacutesico precaacuterio devido a menor concentraccedilatildeo de criadouros potenciais para os
mesmos No entanto natildeo eacute possiacutevel avaliar a abundacircncia do vetor baseado nas
condiccedilotildees soacutecio-econocircmicas Apesar da diferenccedila da situaccedilatildeo financeira e grau de
escolaridade das populaccedilotildees dos dois bairros observamos que as condiccedilotildees de
saneamento baacutesico satildeo praticamente iguais
No caso da variaacutevel pluviosidade o modelo logiacutestico final das anaacutelises
estatiacutesticas sugere que na ausecircncia de chuvas a chances de acontecer casos de
dengue eacute aproximadamente 09 vezes menor do que na presenccedila ou seja a
33
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
ocorrecircncia de chuvas acarreta em acuacutemulos de aacutegua em objetos diversos no
ambiente propiciando condiccedilotildees adequadas para o estabelecimento de criadouros
do vetor assim aumenta-se a populaccedilatildeo de mosquito levando a um aumento do
risco de adoecer por dengue Essa relaccedilatildeo foi observada tambeacutem por Oliveira
(2004) na cidade de Curitiba (Paranaacute) onde foi constatado que logo apoacutes os dias de
chuva o nuacutemero de focos aumentou consideravelmente Honoacuterio e Lourenccedilo-de-
Oliveira (2001) tambeacutem observaram uma maior frequumlecircncia de larvas nos meses
mais chuvosos do periacuteodo em que se desenvolveu a pesquisa
Um dado que revelou grande importacircncia para o aumento na populaccedilatildeo do
vetor foi a presenccedila de oficinas eou borracharias no quarteiratildeo uma vez que eleva
o risco de se ter dengue em cerca de 16 vezes (OR=15937 p=0001) Nestes
ambientes eacute muito comum a presenccedila de pneus Esse dado vem reforccedilar a ideacuteia da
necessidade de se criar o haacutebito de descarte consciente de pneus que por sua vez
acumulam aacutegua e se tornam criadouros para o inseto
A presenccedila de seres humanos mostrou relaccedilatildeo positiva com a presenccedila do
mosquito Esses achados satildeo semelhantes aos obtidos por Lima-Cacircmara e
colaboradores (2006) em Nova Iguaccedilu e no Rio de Janeiro no periacuteodo de 2002 a
2004 quando encontraram alta frequumlecircncia de A aegypti em ambientes com elevada
densidade populacional Provavelmente a frequumlecircncia de seres humanos e a
presenccedila do A aegypti estatildeo associadas agrave alta antropofilia apresentada por este
mosquito
A presenccedila do A albopictus na aacuterea estuda natildeo foi significativa Este ao
contraacuterio do A aegypti pode ser raro ou ausente em alta densidade populacional
(BRAKS et al 2003) aleacutem disso A albopictus tem preferecircncia por sangue de
animais o que natildeo acontece com o A aegypti que eacute antropofiacutelico (MITCHELL
1995)
A quantidade de criadouros disponiacutevel nos dois bairros tambeacutem natildeo
apresentou correlaccedilatildeo significativa com a abundacircncia do mosquito Provavelmente
a presenccedila de poucos depoacutesitos seja suficiente para a oviposiccedilatildeo de vaacuterios
mosquitos Outra observaccedilatildeo importante seria o fato de que uma consideraacutevel parte
dos depoacutesitos pode ser facilmente removida natildeo sendo necessaacuteria a aplicaccedilatildeo do
larvicida nos mesmos Este procedimento eacute muitas vezes executado pelos agentes
de sauacutede por acreditarem ser a melhor opccedilatildeo ou mesmo por ser mais faacutecil e raacutepido o
serviccedilo ou em alguns casos pela falta de orientaccedilatildeo adequada
O levantamento de iacutendice larvaacuterio realizado pelos agentes de sauacutede natildeo eacute
34
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
suficiente para a manutenccedilatildeo de um niacutevel aceitaacutevel de mosquitos visto que o
periacuteodo entre uma visita domiciliar e outra eacute bastante extenso (a cada dois meses)
e o ciclo bioloacutegico do A aegypti dura cerca 7 a 14 dias Com a MosquiTRAP e o
sistema MI-Dengue foi possiacutevel monitorar a abundacircncia da fecircmea do mosquito A
aegypti podendo observar quando o IMFA estava igual ou acima do niacutevel de corte
(03) Esta informaccedilatildeo associada aos resultados obtidos pelo LIRAa possibilitou um
direcionamento das medidas de controle para o local onde a ocorrecircncia do vetor foi
maior
Foram realizadas 19 vistorias com a MosquiTRAP enquanto a pesquisa
larvaacuteria foi feita apenas 3 vezes durante o mesmo periacuteodo colocando em evidecircncia
a agilidade do meacutetodo para levantamentos entomoloacutegicos do A aegypti Aleacutem disso
a informaccedilatildeo do nuacutemero de alados pode fornecer dados valiosos para estudo
especiacutefico como tendecircncias populacionais sazonais dinacircmica de transmissatildeo ou
avaliaccedilatildeo de intervenccedilotildees (GOMES 1998) O MI-Dengue forneceu o nuacutemero e
distribuiccedilatildeo de fecircmeas adultas de A aegypti que eacute o mais importante elo da cadeia
epidemioloacutegica
Futuros estudos de monitoramento em outros bairros em especial com
diferentes niacuteveis de infestaccedilatildeo eacute essencial para avaliar a capacidade do indicador
IMFA para prediccedilatildeo de risco de dengue e sua utilizaccedilatildeo no programa de controle da
doenccedila
35
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
7 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS Os resultados obtidos atraveacutes do monitoramento do A aegypti pelo sistema
MI-Dengue nos permitem as seguintes consideraccedilotildees
1 Atraveacutes dos indicadores entomoloacutegicos IMFA e IPM eacute possiacutevel intervir com
maior precisatildeo nas localidades com maior infestaccedilatildeo da fecircmea do A aegypti
ressaltando o potencial destes indicadores serem utilizados como preditor de
risco de epidemia de dengue e para direcionar as accedilotildees de controle do vetor
2 A maioria dos depoacutesitos ideais para oviposiccedilatildeo eacute de faacutecil remoccedilatildeo permitindo
um uso racional do larvicida temefoacutes
3 Eacute necessaacuterio realizar estudos com o monitoramento em bairros com
diferentes condiccedilotildees socioeconocircmicas para verificar se tal condiccedilatildeo influencia
na transmissatildeo do viacuterus da dengue e a ocorrecircncia da doenccedila
4 Por meio das informaccedilotildees fornecidas semanalmente pelo MI-Dengue eacute
possiacutevel entrar com medida de controle mesmo quando a infestaccedilatildeo do
mosquito estiver baixa evitando assim a postura de ovos que daratildeo origem a
populaccedilotildees de mosquitos
5 O sistema MI-Dengue demonstrou ser bastante viaacutevel para uso no Programa
de Controle de Dengue sendo de faacutecil operaccedilatildeo e por necessitar de pouca
matildeo-de-obra para o trabalho Aleacutem de fornecer dados raacutepidos contiacutenuos e
precisos para o planejamento das medidas de controle
36
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Captura de culiciacutedeos em aacuterea urbana avaliaccedilatildeo do meacutetodo das caixas de repouso
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46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
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HALSTEAD S B Aedes aegypti why can t we control it Bulletin of the Society Vector Ecologists v1113 p304-11 1988
HOMBACH J Vaccines against dengue a review of current candidate vaccines at
advanced development stages Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v21
p254-59 2007
HONOacuteRIO A N amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R Frequumlecircncia de larvas e pupas de
Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas Brasil Satildeo Paulo Revista de Sauacutede Puacuteblica v35 p385-91 2001
INSTITIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA [IBGE] [on line] 2007
httpwwwibgegovbrcidadesatdefaultphp cited abril 2007
ISHAK H MIYAGI I TOMA T amp KAMIMURA K Breeding habitats of Aedes
aegypti (L) and Aedes albopictus (Skuse) in villages of Barru South Sulawesi
Indonesia Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health
Toyama v28 p844-50 1997
LIMA-CAMARA T N HONOacuteRIO N A amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R
Frequumlecircncia e distribuiccedilatildeo espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera
Culicidae) no Rio de Janeiro Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica v22 p2079-84
2006
LIMA V L C RANGEL O ANDRADE V R SILVEIRA N Y J OLIVEIRA S S
amp FIGUEIREDO L T M Dengue inqueacuterito populacional para pesquisa de
anticorpos e vigilacircncia viroloacutegica no municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil
Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p669-80 2007
LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R LIMA J B P PERES R ALVES R C EIRAS A
42
E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for
assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity
gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)
under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004
MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B
Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females
preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency
in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103
p602-5 2008
MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em
bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001
MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement
in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20
p44-58 1995
MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK
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MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P
Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in
Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia
43
entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos
iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008
MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-
release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998
NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue
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OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do
episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004
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PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo
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REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de
planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia
[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007
ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro
44
Medsi 708p 2005
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p
2002
SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as
Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006
SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000
SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001
SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York
Oxford University 354 p 1982
SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo
sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo
Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006
SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em
httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em
Janeiro de 2008)
SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A
geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered
species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998
TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio
de Janeiro v17 p99-102 2001
TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede
45
Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002
TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002
TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002
VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
BRAGA I A amp VALLE D Aedes aegypti inseticidas mecanismos de accedilatildeo e
resistecircncia Revista Epidemiologia e Serviccedilos em Sauacutede Brasiacutelia v16 p279-93
2007
BRAKS M A H HONOacuteRIO N A LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R JULIANO A S
amp LOUNIBOS L P Convergent habitat segregation of Aedes aegypti and Aedes
albopictus (Diacuteptera Culicidae) in southeastern Brazil and Florida Journal of Medical Entomology v40 p785-94 2003
CAVALCANTE F R LINHARES M S C DIAS R V ANDRADE L O M
MANSO J I M amp ARAUacuteJO M F M Geoprocessamento como instrumento de
vigilacircncia no controle da dengue a experiecircncia de Sobral (CE) Salvador [sn]
2003 215p (3ordf Expoepi p18-21 2004 Ministeacuterio da Sauacutede)
CHIARAVALLOTI NETO F Descriccedilatildeo da colonizaccedilatildeo de Aedes aegypti na regiatildeo
de Satildeo Joseacute do Rio Preto SP Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical v30 p279-85 1997
CHIARAVALLOTI-NETO F DIBO M R BARBOSA A A C amp BATTIGAGLIA M
Aedes albopictus (S) na regiatildeo de Satildeo Joseacute do Rio Preto SP estudo da sua
infestaccedilatildeo em aacuterea jaacute ocupada pelo Aedes aegypti e discussatildeo de seu papel como
possiacutevel vetor de dengue e febre amarela Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical Uberaba v35 p351-57 2002
CHIARAVALLOTI-NETO F FIORIN A M CONVERSANI D T CESARINO M
B BARBOSA A A C DIBO M R MORAIS M S BAGLINI V FERRAZ A A
ROSA R S BATTIGAGLIA M CARDOSO-JR R P Controle do vetor do dengue
e participaccedilatildeo da comunidade em Catanduva Satildeo Paulo Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v19 p1739-49 2003
CHIARAVALLOTI-NETO F BAGLINI V CESARINO M B FAVARO E A
MONDINI A FERREIRA A C DIBO M R BARBOSA A A C amp FERRAZ A A
O Programa de Controle do Dengue em Satildeo Joseacute do Rio Preto Satildeo Paulo Brasil
dificuldades para a atuaccedilatildeo dos agentes e adesatildeo da populaccedilatildeo Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p1656-64 2007
38
CONSOLI RAGB amp OLIVEIRA RL Principais mosquitos de importacircncia sanitaacuteria
no Brasil Rio de Janeiro Fiocruz 228p 1994
DEGALLIER N TEIXEIRA J M S SOARES S S PEREIRA R D PINTO S
C F CHAIB A J M VASCONCELOS P F C amp OLIVEIRA E Aedes albopictus
may not be vector of dengue viacuterus in human epidemics in Brazil Revista de Sauacutede Puacuteblica v37 p386-7 2003
DONALIacuteSIO M R amp GLASSER C M Vigilacircncia entomoloacutegica e controle de vetores
do dengue Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v5 p259-72 dez
2002
EIRAS amp SANTrsquoANA Atraentes de oviposiccedilatildeo para mosquitos Depoacutesito de patente
no Brasil PI0106701-0 Data 20122001
EIRAS AE Armadilha para captura de mosquitos Patente Privileacutegio e Inovaccedilatildeo
ldquoArmadilha para captura de mosquitosrdquo Depoacutesito de patente no Brasil PI0203907-9
Data 05092002
EIRAS A E SILVA I M COSTA C F amp GAMA R A Manual de Normas
Operacionais para coordenadores e agentes de campo para o monitoramento
inteligente MI ndash Ecovec Belo Horizonte ICB ndash UFMG 60 p 2004
EIRAS A E Culicidae In Parasitologia humana Eds DP Neves AL de Melo O
Genaro amp PM Linardi 10ordf ed Atheneu BH 2005
EIRAS AE ldquoRelatoacuterio de Avaliaccedilatildeo dos Resultados do Estudo Multicecircntrico do Uso
de Armadilhas para Captura de Aedes aegyptirdquo Relatoacuterio Teacutecnico submetido ao
Ministeacuterio da Sauacutede em Resposta ao Ofiacutecio 853GABSVSMS de 13 de abril de
2006 52p 2007
EIRAS A E amp RESENDE M C Preliminary evaluation of the ldquoDengue-MIrdquo
technology for Aedes aegypti montitoring and control Caderno de Sauacutede Puacuteblica
Rio de Janeiro v25 p45-58 2009
FAacuteVARO E A DIBO M R MONDINI A FERREIRA A C BARBOSA A A C
39
EIRAS A E BARATA E A M F amp NETO F C Physiological state of Aedes
(Stegomyia) aegypti mosquitoes captured with MosquiTRAPstm in Mirassol Journal of Vector Ecology Satildeo Paulo v31 p285-91 2006
FAY RW amp ELIASON DA A preferred oviposition site as a surveillance method
for Aedes aegypti Mosquito News v26 p531-35 1966
FERNAacuteNDEZ Z amp FORATTINI O P Sobrevivecircncia de populaccedilotildees de Aedes
albopictus idade fisioloacutegica e histoacuteria reprodutiva Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo
Paulo v37 p 285-91 2003
FERREIRA A C amp CHIARAVALLOTI-NETO F Infestaccedilatildeo de aacuterea urbana por
Aedes aegypti e relaccedilatildeo com niacuteveis socioeconocircmicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v41 p915-22 2007
FIGUEREDO L T M Dengue Aspectos viroloacutegicos histoacutericos fisiopatoloacutegicos e do
Controle de Epidemias Medicina Ribeiratildeo Preto v24 p111-121 1991
FIGUEIREDO R M P NAVECA F G BASTOS M S MELO M N VIANA S
S MOURAtildeO M P G COSTA C A amp FARIAS I P Dengue Viacuterus Type 4
Manaus Brazil Emerging Infectious Diseases v14 p667-9 2008
FOCKS DA A review of entomological sampling methods and indicators for dengue
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FORATTINI OP Identificaccedilatildeo de Aedes (Stegomya) albopictus (Skuse) no Brasil
Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v20 p244-5 1986
FORATTINI O P amp BRITO M Reservatoacuterios domiciliares de aacutegua e controle do
Aedes aegypti Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v37 p676-7 2003
FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano diretor de erradicaccedilatildeo do
Aedes aegypti no Brasil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 158p 1996
FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Dengue Instruccedilotildees para pessoal
40
de combate ao vetor Manual de normas teacutecnicas 3 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 84p 2001a
FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano de Intensificaccedilatildeo das Accedilotildees
de Controle da Dengue Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 11p 2001b
GAMA R A SILVA E M SILVA I M RESENDE M C amp EIRAS A EC
Evaluation of the sticky MosquiTRAPreg for detecting Aedes aegypti Linnaeus
(Diptera Culicidae) during the dry season in the district of Itapoatilde Belo Horizonte
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GOMES A C Medidas dos niacuteveis de infestaccedilatildeo urbana para Aedes (Stegomyia)
aegypti e Aedes (Stegomyia) albopictus em programa de vigilacircncia entomoloacutegica
Informe epidemioloacutegico do SUS Satildeo Paulo v7 p49-57 1998
GOMES A C BITENCOURT M D NATAL D SILVA PINTO P L MUCCI L F
PAULA M B URBINATTI P R amp BARATA J M S Aedes albopictus em aacuterea
rural do Brasil e implicaccedilatildeo na transmissatildeo de febre amarela silvestre Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v33 p95-7 1999
GOMES C A Vigilacircncia da dengue um enfoque vetorial Bioloacutegico Satildeo Paulo
v64 p209-12 2002a
GOMES C A Vigilacircncia Entomoloacutegica Informe Epidemioloacutegico do SUS Satildeo
Paulo v11 p79-90 2002b
GOMES FS Discursos contemporacircneos sobre Montes Claros (re) estruturaccedilatildeo
urbana e novas articulaccedilotildees urbano-regionais [Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo
Horizonte Escola de Arquitetura da UFMG 181p 2007
GOMES A C SILVA N N BERNAL R T I amp LEANDRO A S Estimaccedilatildeo da
infestaccedilatildeo predial por Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) por meio da armadilha
Adultrap Revista Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v17 p293-300
2008
GUBLER DJ Vigilacircncia activa del dengue y de la fiebre hemorraacutegica del dengue
41
Boletiacuten di la Oficina Sanitaria Panamericana v107 p22-30 1989
HALSTEAD S B Aedes aegypti why can t we control it Bulletin of the Society Vector Ecologists v1113 p304-11 1988
HOMBACH J Vaccines against dengue a review of current candidate vaccines at
advanced development stages Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v21
p254-59 2007
HONOacuteRIO A N amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R Frequumlecircncia de larvas e pupas de
Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas Brasil Satildeo Paulo Revista de Sauacutede Puacuteblica v35 p385-91 2001
INSTITIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA [IBGE] [on line] 2007
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aegypti (L) and Aedes albopictus (Skuse) in villages of Barru South Sulawesi
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Toyama v28 p844-50 1997
LIMA-CAMARA T N HONOacuteRIO N A amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R
Frequumlecircncia e distribuiccedilatildeo espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera
Culicidae) no Rio de Janeiro Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica v22 p2079-84
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42
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MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008
MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-
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NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue
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OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do
episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004
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Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes
Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005
Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede
32p 2002
PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo
sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo
Paulo v28 p218-27 1994
REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de
planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia
[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007
ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro
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Medsi 708p 2005
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p
2002
SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as
Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006
SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000
SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001
SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York
Oxford University 354 p 1982
SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo
sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo
Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006
SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em
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species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998
TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio
de Janeiro v17 p99-102 2001
TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede
45
Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002
TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002
TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002
VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
CONSOLI RAGB amp OLIVEIRA RL Principais mosquitos de importacircncia sanitaacuteria
no Brasil Rio de Janeiro Fiocruz 228p 1994
DEGALLIER N TEIXEIRA J M S SOARES S S PEREIRA R D PINTO S
C F CHAIB A J M VASCONCELOS P F C amp OLIVEIRA E Aedes albopictus
may not be vector of dengue viacuterus in human epidemics in Brazil Revista de Sauacutede Puacuteblica v37 p386-7 2003
DONALIacuteSIO M R amp GLASSER C M Vigilacircncia entomoloacutegica e controle de vetores
do dengue Revista Brasileira de Epidemiologia Satildeo Paulo v5 p259-72 dez
2002
EIRAS amp SANTrsquoANA Atraentes de oviposiccedilatildeo para mosquitos Depoacutesito de patente
no Brasil PI0106701-0 Data 20122001
EIRAS AE Armadilha para captura de mosquitos Patente Privileacutegio e Inovaccedilatildeo
ldquoArmadilha para captura de mosquitosrdquo Depoacutesito de patente no Brasil PI0203907-9
Data 05092002
EIRAS A E SILVA I M COSTA C F amp GAMA R A Manual de Normas
Operacionais para coordenadores e agentes de campo para o monitoramento
inteligente MI ndash Ecovec Belo Horizonte ICB ndash UFMG 60 p 2004
EIRAS A E Culicidae In Parasitologia humana Eds DP Neves AL de Melo O
Genaro amp PM Linardi 10ordf ed Atheneu BH 2005
EIRAS AE ldquoRelatoacuterio de Avaliaccedilatildeo dos Resultados do Estudo Multicecircntrico do Uso
de Armadilhas para Captura de Aedes aegyptirdquo Relatoacuterio Teacutecnico submetido ao
Ministeacuterio da Sauacutede em Resposta ao Ofiacutecio 853GABSVSMS de 13 de abril de
2006 52p 2007
EIRAS A E amp RESENDE M C Preliminary evaluation of the ldquoDengue-MIrdquo
technology for Aedes aegypti montitoring and control Caderno de Sauacutede Puacuteblica
Rio de Janeiro v25 p45-58 2009
FAacuteVARO E A DIBO M R MONDINI A FERREIRA A C BARBOSA A A C
39
EIRAS A E BARATA E A M F amp NETO F C Physiological state of Aedes
(Stegomyia) aegypti mosquitoes captured with MosquiTRAPstm in Mirassol Journal of Vector Ecology Satildeo Paulo v31 p285-91 2006
FAY RW amp ELIASON DA A preferred oviposition site as a surveillance method
for Aedes aegypti Mosquito News v26 p531-35 1966
FERNAacuteNDEZ Z amp FORATTINI O P Sobrevivecircncia de populaccedilotildees de Aedes
albopictus idade fisioloacutegica e histoacuteria reprodutiva Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo
Paulo v37 p 285-91 2003
FERREIRA A C amp CHIARAVALLOTI-NETO F Infestaccedilatildeo de aacuterea urbana por
Aedes aegypti e relaccedilatildeo com niacuteveis socioeconocircmicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v41 p915-22 2007
FIGUEREDO L T M Dengue Aspectos viroloacutegicos histoacutericos fisiopatoloacutegicos e do
Controle de Epidemias Medicina Ribeiratildeo Preto v24 p111-121 1991
FIGUEIREDO R M P NAVECA F G BASTOS M S MELO M N VIANA S
S MOURAtildeO M P G COSTA C A amp FARIAS I P Dengue Viacuterus Type 4
Manaus Brazil Emerging Infectious Diseases v14 p667-9 2008
FOCKS DA A review of entomological sampling methods and indicators for dengue
vectors World Health Organization Gainsville 2003
FORATTINI OP Identificaccedilatildeo de Aedes (Stegomya) albopictus (Skuse) no Brasil
Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v20 p244-5 1986
FORATTINI O P amp BRITO M Reservatoacuterios domiciliares de aacutegua e controle do
Aedes aegypti Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v37 p676-7 2003
FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano diretor de erradicaccedilatildeo do
Aedes aegypti no Brasil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 158p 1996
FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Dengue Instruccedilotildees para pessoal
40
de combate ao vetor Manual de normas teacutecnicas 3 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 84p 2001a
FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano de Intensificaccedilatildeo das Accedilotildees
de Controle da Dengue Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 11p 2001b
GAMA R A SILVA E M SILVA I M RESENDE M C amp EIRAS A EC
Evaluation of the sticky MosquiTRAPreg for detecting Aedes aegypti Linnaeus
(Diptera Culicidae) during the dry season in the district of Itapoatilde Belo Horizonte
Minas Gerais Brazil Neotropical Entomology Londrina v36 p294-302 2007
GOMES A C Medidas dos niacuteveis de infestaccedilatildeo urbana para Aedes (Stegomyia)
aegypti e Aedes (Stegomyia) albopictus em programa de vigilacircncia entomoloacutegica
Informe epidemioloacutegico do SUS Satildeo Paulo v7 p49-57 1998
GOMES A C BITENCOURT M D NATAL D SILVA PINTO P L MUCCI L F
PAULA M B URBINATTI P R amp BARATA J M S Aedes albopictus em aacuterea
rural do Brasil e implicaccedilatildeo na transmissatildeo de febre amarela silvestre Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v33 p95-7 1999
GOMES C A Vigilacircncia da dengue um enfoque vetorial Bioloacutegico Satildeo Paulo
v64 p209-12 2002a
GOMES C A Vigilacircncia Entomoloacutegica Informe Epidemioloacutegico do SUS Satildeo
Paulo v11 p79-90 2002b
GOMES FS Discursos contemporacircneos sobre Montes Claros (re) estruturaccedilatildeo
urbana e novas articulaccedilotildees urbano-regionais [Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo
Horizonte Escola de Arquitetura da UFMG 181p 2007
GOMES A C SILVA N N BERNAL R T I amp LEANDRO A S Estimaccedilatildeo da
infestaccedilatildeo predial por Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) por meio da armadilha
Adultrap Revista Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v17 p293-300
2008
GUBLER DJ Vigilacircncia activa del dengue y de la fiebre hemorraacutegica del dengue
41
Boletiacuten di la Oficina Sanitaria Panamericana v107 p22-30 1989
HALSTEAD S B Aedes aegypti why can t we control it Bulletin of the Society Vector Ecologists v1113 p304-11 1988
HOMBACH J Vaccines against dengue a review of current candidate vaccines at
advanced development stages Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v21
p254-59 2007
HONOacuteRIO A N amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R Frequumlecircncia de larvas e pupas de
Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas Brasil Satildeo Paulo Revista de Sauacutede Puacuteblica v35 p385-91 2001
INSTITIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA [IBGE] [on line] 2007
httpwwwibgegovbrcidadesatdefaultphp cited abril 2007
ISHAK H MIYAGI I TOMA T amp KAMIMURA K Breeding habitats of Aedes
aegypti (L) and Aedes albopictus (Skuse) in villages of Barru South Sulawesi
Indonesia Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health
Toyama v28 p844-50 1997
LIMA-CAMARA T N HONOacuteRIO N A amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R
Frequumlecircncia e distribuiccedilatildeo espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera
Culicidae) no Rio de Janeiro Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica v22 p2079-84
2006
LIMA V L C RANGEL O ANDRADE V R SILVEIRA N Y J OLIVEIRA S S
amp FIGUEIREDO L T M Dengue inqueacuterito populacional para pesquisa de
anticorpos e vigilacircncia viroloacutegica no municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil
Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p669-80 2007
LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R LIMA J B P PERES R ALVES R C EIRAS A
42
E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for
assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity
gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)
under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004
MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B
Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females
preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency
in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103
p602-5 2008
MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em
bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001
MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement
in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20
p44-58 1995
MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK
G L Epidemiologia Satildeo Paulo Atheneu p 175-189 2004
MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P
Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in
Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia
43
entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos
iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008
MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-
release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998
NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue
Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002
OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do
episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004
Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em
laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995
Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes
Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005
Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede
32p 2002
PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo
sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo
Paulo v28 p218-27 1994
REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de
planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia
[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007
ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro
44
Medsi 708p 2005
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p
2002
SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as
Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006
SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000
SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001
SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York
Oxford University 354 p 1982
SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo
sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo
Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006
SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em
httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em
Janeiro de 2008)
SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A
geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered
species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998
TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio
de Janeiro v17 p99-102 2001
TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede
45
Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002
TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002
TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002
VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
EIRAS A E BARATA E A M F amp NETO F C Physiological state of Aedes
(Stegomyia) aegypti mosquitoes captured with MosquiTRAPstm in Mirassol Journal of Vector Ecology Satildeo Paulo v31 p285-91 2006
FAY RW amp ELIASON DA A preferred oviposition site as a surveillance method
for Aedes aegypti Mosquito News v26 p531-35 1966
FERNAacuteNDEZ Z amp FORATTINI O P Sobrevivecircncia de populaccedilotildees de Aedes
albopictus idade fisioloacutegica e histoacuteria reprodutiva Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo
Paulo v37 p 285-91 2003
FERREIRA A C amp CHIARAVALLOTI-NETO F Infestaccedilatildeo de aacuterea urbana por
Aedes aegypti e relaccedilatildeo com niacuteveis socioeconocircmicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v41 p915-22 2007
FIGUEREDO L T M Dengue Aspectos viroloacutegicos histoacutericos fisiopatoloacutegicos e do
Controle de Epidemias Medicina Ribeiratildeo Preto v24 p111-121 1991
FIGUEIREDO R M P NAVECA F G BASTOS M S MELO M N VIANA S
S MOURAtildeO M P G COSTA C A amp FARIAS I P Dengue Viacuterus Type 4
Manaus Brazil Emerging Infectious Diseases v14 p667-9 2008
FOCKS DA A review of entomological sampling methods and indicators for dengue
vectors World Health Organization Gainsville 2003
FORATTINI OP Identificaccedilatildeo de Aedes (Stegomya) albopictus (Skuse) no Brasil
Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v20 p244-5 1986
FORATTINI O P amp BRITO M Reservatoacuterios domiciliares de aacutegua e controle do
Aedes aegypti Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v37 p676-7 2003
FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano diretor de erradicaccedilatildeo do
Aedes aegypti no Brasil Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 158p 1996
FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Dengue Instruccedilotildees para pessoal
40
de combate ao vetor Manual de normas teacutecnicas 3 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 84p 2001a
FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano de Intensificaccedilatildeo das Accedilotildees
de Controle da Dengue Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 11p 2001b
GAMA R A SILVA E M SILVA I M RESENDE M C amp EIRAS A EC
Evaluation of the sticky MosquiTRAPreg for detecting Aedes aegypti Linnaeus
(Diptera Culicidae) during the dry season in the district of Itapoatilde Belo Horizonte
Minas Gerais Brazil Neotropical Entomology Londrina v36 p294-302 2007
GOMES A C Medidas dos niacuteveis de infestaccedilatildeo urbana para Aedes (Stegomyia)
aegypti e Aedes (Stegomyia) albopictus em programa de vigilacircncia entomoloacutegica
Informe epidemioloacutegico do SUS Satildeo Paulo v7 p49-57 1998
GOMES A C BITENCOURT M D NATAL D SILVA PINTO P L MUCCI L F
PAULA M B URBINATTI P R amp BARATA J M S Aedes albopictus em aacuterea
rural do Brasil e implicaccedilatildeo na transmissatildeo de febre amarela silvestre Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v33 p95-7 1999
GOMES C A Vigilacircncia da dengue um enfoque vetorial Bioloacutegico Satildeo Paulo
v64 p209-12 2002a
GOMES C A Vigilacircncia Entomoloacutegica Informe Epidemioloacutegico do SUS Satildeo
Paulo v11 p79-90 2002b
GOMES FS Discursos contemporacircneos sobre Montes Claros (re) estruturaccedilatildeo
urbana e novas articulaccedilotildees urbano-regionais [Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo
Horizonte Escola de Arquitetura da UFMG 181p 2007
GOMES A C SILVA N N BERNAL R T I amp LEANDRO A S Estimaccedilatildeo da
infestaccedilatildeo predial por Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) por meio da armadilha
Adultrap Revista Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v17 p293-300
2008
GUBLER DJ Vigilacircncia activa del dengue y de la fiebre hemorraacutegica del dengue
41
Boletiacuten di la Oficina Sanitaria Panamericana v107 p22-30 1989
HALSTEAD S B Aedes aegypti why can t we control it Bulletin of the Society Vector Ecologists v1113 p304-11 1988
HOMBACH J Vaccines against dengue a review of current candidate vaccines at
advanced development stages Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v21
p254-59 2007
HONOacuteRIO A N amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R Frequumlecircncia de larvas e pupas de
Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas Brasil Satildeo Paulo Revista de Sauacutede Puacuteblica v35 p385-91 2001
INSTITIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA [IBGE] [on line] 2007
httpwwwibgegovbrcidadesatdefaultphp cited abril 2007
ISHAK H MIYAGI I TOMA T amp KAMIMURA K Breeding habitats of Aedes
aegypti (L) and Aedes albopictus (Skuse) in villages of Barru South Sulawesi
Indonesia Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health
Toyama v28 p844-50 1997
LIMA-CAMARA T N HONOacuteRIO N A amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R
Frequumlecircncia e distribuiccedilatildeo espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera
Culicidae) no Rio de Janeiro Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica v22 p2079-84
2006
LIMA V L C RANGEL O ANDRADE V R SILVEIRA N Y J OLIVEIRA S S
amp FIGUEIREDO L T M Dengue inqueacuterito populacional para pesquisa de
anticorpos e vigilacircncia viroloacutegica no municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil
Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p669-80 2007
LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R LIMA J B P PERES R ALVES R C EIRAS A
42
E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for
assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity
gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)
under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004
MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B
Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females
preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency
in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103
p602-5 2008
MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em
bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001
MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement
in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20
p44-58 1995
MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK
G L Epidemiologia Satildeo Paulo Atheneu p 175-189 2004
MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P
Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in
Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia
43
entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos
iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008
MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-
release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998
NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue
Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002
OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do
episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004
Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em
laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995
Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes
Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005
Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede
32p 2002
PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo
sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo
Paulo v28 p218-27 1994
REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de
planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia
[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007
ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro
44
Medsi 708p 2005
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p
2002
SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as
Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006
SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000
SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001
SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York
Oxford University 354 p 1982
SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo
sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo
Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006
SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em
httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em
Janeiro de 2008)
SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A
geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered
species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998
TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio
de Janeiro v17 p99-102 2001
TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede
45
Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002
TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002
TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002
VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
de combate ao vetor Manual de normas teacutecnicas 3 ed Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 84p 2001a
FUNDACcedilAtildeO NACIONAL DE SAUacuteDE [FUNASA] Plano de Intensificaccedilatildeo das Accedilotildees
de Controle da Dengue Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 11p 2001b
GAMA R A SILVA E M SILVA I M RESENDE M C amp EIRAS A EC
Evaluation of the sticky MosquiTRAPreg for detecting Aedes aegypti Linnaeus
(Diptera Culicidae) during the dry season in the district of Itapoatilde Belo Horizonte
Minas Gerais Brazil Neotropical Entomology Londrina v36 p294-302 2007
GOMES A C Medidas dos niacuteveis de infestaccedilatildeo urbana para Aedes (Stegomyia)
aegypti e Aedes (Stegomyia) albopictus em programa de vigilacircncia entomoloacutegica
Informe epidemioloacutegico do SUS Satildeo Paulo v7 p49-57 1998
GOMES A C BITENCOURT M D NATAL D SILVA PINTO P L MUCCI L F
PAULA M B URBINATTI P R amp BARATA J M S Aedes albopictus em aacuterea
rural do Brasil e implicaccedilatildeo na transmissatildeo de febre amarela silvestre Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v33 p95-7 1999
GOMES C A Vigilacircncia da dengue um enfoque vetorial Bioloacutegico Satildeo Paulo
v64 p209-12 2002a
GOMES C A Vigilacircncia Entomoloacutegica Informe Epidemioloacutegico do SUS Satildeo
Paulo v11 p79-90 2002b
GOMES FS Discursos contemporacircneos sobre Montes Claros (re) estruturaccedilatildeo
urbana e novas articulaccedilotildees urbano-regionais [Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo
Horizonte Escola de Arquitetura da UFMG 181p 2007
GOMES A C SILVA N N BERNAL R T I amp LEANDRO A S Estimaccedilatildeo da
infestaccedilatildeo predial por Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) por meio da armadilha
Adultrap Revista Epidemiologia e Serviccedilos de Sauacutede Brasiacutelia v17 p293-300
2008
GUBLER DJ Vigilacircncia activa del dengue y de la fiebre hemorraacutegica del dengue
41
Boletiacuten di la Oficina Sanitaria Panamericana v107 p22-30 1989
HALSTEAD S B Aedes aegypti why can t we control it Bulletin of the Society Vector Ecologists v1113 p304-11 1988
HOMBACH J Vaccines against dengue a review of current candidate vaccines at
advanced development stages Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v21
p254-59 2007
HONOacuteRIO A N amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R Frequumlecircncia de larvas e pupas de
Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas Brasil Satildeo Paulo Revista de Sauacutede Puacuteblica v35 p385-91 2001
INSTITIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA [IBGE] [on line] 2007
httpwwwibgegovbrcidadesatdefaultphp cited abril 2007
ISHAK H MIYAGI I TOMA T amp KAMIMURA K Breeding habitats of Aedes
aegypti (L) and Aedes albopictus (Skuse) in villages of Barru South Sulawesi
Indonesia Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health
Toyama v28 p844-50 1997
LIMA-CAMARA T N HONOacuteRIO N A amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R
Frequumlecircncia e distribuiccedilatildeo espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera
Culicidae) no Rio de Janeiro Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica v22 p2079-84
2006
LIMA V L C RANGEL O ANDRADE V R SILVEIRA N Y J OLIVEIRA S S
amp FIGUEIREDO L T M Dengue inqueacuterito populacional para pesquisa de
anticorpos e vigilacircncia viroloacutegica no municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil
Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p669-80 2007
LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R LIMA J B P PERES R ALVES R C EIRAS A
42
E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for
assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity
gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)
under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004
MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B
Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females
preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency
in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103
p602-5 2008
MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em
bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001
MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement
in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20
p44-58 1995
MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK
G L Epidemiologia Satildeo Paulo Atheneu p 175-189 2004
MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P
Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in
Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia
43
entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos
iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008
MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-
release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998
NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue
Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002
OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do
episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004
Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em
laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995
Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes
Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005
Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede
32p 2002
PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo
sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo
Paulo v28 p218-27 1994
REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de
planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia
[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007
ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro
44
Medsi 708p 2005
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p
2002
SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as
Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006
SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000
SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001
SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York
Oxford University 354 p 1982
SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo
sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo
Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006
SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em
httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em
Janeiro de 2008)
SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A
geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered
species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998
TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio
de Janeiro v17 p99-102 2001
TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede
45
Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002
TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002
TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002
VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
Boletiacuten di la Oficina Sanitaria Panamericana v107 p22-30 1989
HALSTEAD S B Aedes aegypti why can t we control it Bulletin of the Society Vector Ecologists v1113 p304-11 1988
HOMBACH J Vaccines against dengue a review of current candidate vaccines at
advanced development stages Revista Panamericana de Salud Puacuteblica v21
p254-59 2007
HONOacuteRIO A N amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R Frequumlecircncia de larvas e pupas de
Aedes aegypti e Aedes albopictus em armadilhas Brasil Satildeo Paulo Revista de Sauacutede Puacuteblica v35 p385-91 2001
INSTITIUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATIacuteSTICA [IBGE] [on line] 2007
httpwwwibgegovbrcidadesatdefaultphp cited abril 2007
ISHAK H MIYAGI I TOMA T amp KAMIMURA K Breeding habitats of Aedes
aegypti (L) and Aedes albopictus (Skuse) in villages of Barru South Sulawesi
Indonesia Southeast Asian Journal of Tropical Medicine and Public Health
Toyama v28 p844-50 1997
LIMA-CAMARA T N HONOacuteRIO N A amp LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R
Frequumlecircncia e distribuiccedilatildeo espacial de Aedes aegypti e Aedes albopictus (Diptera
Culicidae) no Rio de Janeiro Brasil Caderno de Sauacutede Puacuteblica v22 p2079-84
2006
LIMA V L C RANGEL O ANDRADE V R SILVEIRA N Y J OLIVEIRA S S
amp FIGUEIREDO L T M Dengue inqueacuterito populacional para pesquisa de
anticorpos e vigilacircncia viroloacutegica no municiacutepio de Campinas Satildeo Paulo Brasil
Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v23 p669-80 2007
LOURENCcedilO-DE-OLIVEIRA R LIMA J B P PERES R ALVES R C EIRAS A
42
E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for
assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity
gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)
under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004
MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B
Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females
preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency
in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103
p602-5 2008
MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em
bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001
MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement
in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20
p44-58 1995
MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK
G L Epidemiologia Satildeo Paulo Atheneu p 175-189 2004
MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P
Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in
Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia
43
entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos
iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008
MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-
release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998
NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue
Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002
OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do
episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004
Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em
laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995
Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes
Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005
Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede
32p 2002
PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo
sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo
Paulo v28 p218-27 1994
REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de
planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia
[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007
ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro
44
Medsi 708p 2005
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p
2002
SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as
Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006
SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000
SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001
SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York
Oxford University 354 p 1982
SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo
sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo
Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006
SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em
httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em
Janeiro de 2008)
SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A
geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered
species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998
TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio
de Janeiro v17 p99-102 2001
TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede
45
Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002
TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002
TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002
VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
E amp CODECcedilO C R Comparison of different uses of adult traps and ovitraps for
assessing dengue vector infestation in endemic areas Journal of the American Mosquito Control Association v24 p387-92 2008
LOumlWENBERG-NETO P amp NAVARRO-SILVA M A Development longevity
gonotrophic cycle and oviposition of Aedes albopictus Skuse (Diptera Culicidae)
under cyclic temperatures Neotropical Entomology Londrina v33 p22-33 2004
MACIEL-DE-FREITAS R PERES R C ALVES F amp BRANDOLINI M B
Mosquito traps designed to capture Aedes aegypti (Diacuteptera Culicidae) females
preliminary comparison of Adultrap MosquiTRAP and backpack aspirator efficiency
in a dengue-endemic aacuterea of Brazil Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz v103
p602-5 2008
MARQUES G R A M SANTOS R C amp FORATTINI O P Aedes albopictus em
bromeacutelias de ambiente antroacutepico no Estado de Satildeo Paulo Brasil Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v35 p243-8 2001
MITCHELL C J Geographic spread of Ae Albopictus and potencial for involvement
in arboviacuterus cycles in the Mediterranean Basin Journal of Vector Ecology v20
p44-58 1995
MEDRONHO R A CARVALHO D M amp BLOCH K V LUIZ R R amp WERNECK
G L Epidemiologia Satildeo Paulo Atheneu p 175-189 2004
MORRISSON A C GETIS A SANTIAGO M RIGAU-PEREZ J G REITER P
Exploratory space-time analysis of reported dengue cases during na outbreak in
Florida Puerto Rico 1991 ndash 1992 American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p287-98 1998
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias guia de bolso Departamento de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica 4ed ampl Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 332 p 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] Diagnoacutestico raacutepido nos municiacutepios para vigilacircncia
43
entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos
iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008
MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-
release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998
NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue
Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002
OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do
episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004
Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em
laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995
Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes
Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005
Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede
32p 2002
PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo
sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo
Paulo v28 p218-27 1994
REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de
planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia
[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007
ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro
44
Medsi 708p 2005
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p
2002
SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as
Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006
SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000
SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001
SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York
Oxford University 354 p 1982
SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo
sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo
Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006
SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em
httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em
Janeiro de 2008)
SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A
geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered
species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998
TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio
de Janeiro v17 p99-102 2001
TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede
45
Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002
TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002
TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002
VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
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- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
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- dissertacao_parte2
-
entomoloacutegica do Aedes aegypti no Brasil - LIRAa metodologia para avaliaccedilatildeo dos
iacutendices de Breteau e Predial Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede 60 p 2005
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE [MS] SECRETARIA DE VIGILAcircNCIA EM SAUacuteDE [SVS]
Levantamento Raacutepido do Iacutendice de Infestaccedilatildeo por Aedes aegypti LIRAa Ministeacuterio da Sauacutede 44 p 2008
MUIR L E amp KAY B H Aedes aegypti survival and dispersal estimated by mark-
release-recapture in northern Australia American Journal of Tropical Medicine and Hygiene v58 p277-82 1998
NOGUEIRA R M R MIAGOSTOVICH M P amp SCHATZMAYR H G Dengue
Viruses in Brazil Dengue Bulletin Rio de Janeiro v 26 p 77-83 2002
OLIVEIRA M M F A dengue em CuritibaPR Uma abordagem climatoloacutegica do
episoacutedio de marccediloabril ndash 2002 R RAacuteE GA Editora UFPR Curitiba p45-54 2004
Organizaciacuteon Panamericana de la Salud [OPAS] Dengue y dengue hemorraacutegico em
laacutes Ameacutericas guiacuteas para su prevencion y control Washington 1995
Plano Municipal de Controle da dengue [PMCD] Plano de contingecircncia Montes
Claros Secretaria Municipal de Sauacutede 33p 2005
Programa Nacional de Controle do Dengue [PNCD] Brasiacutelia Ministeacuterio da Sauacutede
32p 2002
PONTES R J S amp RUFFINO-NETTO A Dengue em localidade urbana da regiatildeo
sudeste do Brasil aspectos epidemioloacutegicos Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo
Paulo v28 p218-27 1994
REIS L P Um modelo para gerenciamento de informaccedilotildees no processo de
planejamento tecnoloacutegico aplicado a um spinoff do setor de biotecnologia
[Dissertaccedilatildeo de Mestrado] Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia 135p 2007
ROUQUAYROL M Z amp FILHO N A Epidemiologia amp Sauacutede 6 ed Rio de Janeiro
44
Medsi 708p 2005
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p
2002
SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as
Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006
SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000
SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001
SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York
Oxford University 354 p 1982
SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo
sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo
Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006
SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em
httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em
Janeiro de 2008)
SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A
geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered
species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998
TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio
de Janeiro v17 p99-102 2001
TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede
45
Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002
TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002
TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002
VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
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9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
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- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
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- dissertacao_parte2
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Medsi 708p 2005
SAMPAIO I B M Estatiacutestica aplicada agrave experimentaccedilatildeo animal Belo Horizonte Fundaccedilatildeo de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia 221p
2002
SANTrsquoANA A L ROQUE R A amp EIRAS AE Characteristics of Grass Infusions as
Oviposition Attractants to Aedes (Stegomyia) (Diacuteptera Culicidae) Journal of Medical Entomology v43 p214-20 2006
SCHATZMAYR H G Dengue situation in Brazil by year 2000 Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v95 p179-81 2000
SCHATZMAYR H G Viroses emergentes e reemergentes Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro v17 p209-13 2001
SCHLESSELMAN J J Case-control studies design conduct analysis New York
Oxford University 354 p 1982
SERPA L L N COSTA K V R M VOLTOLINI J C amp KAKITANI I Variaccedilatildeo
sazonal de Aedes aegypti e Aedes albopictus no municiacutepio de Potim Satildeo Paulo
Revista de Sauacutede Puacuteblica Satildeo Paulo v40 p 1101-5 2006
SOUTO JR J V amp RIBEIRO M A A O que eacute a Dengue Disponiacutevel em
httpwwwbvsdepahoorgbvsasvmateduvelosodenguehtm lt acesso em
Janeiro de 2008)
SPRADLING S L OLSON J K COULSON R N amp LOVELADY C N A
geographic information system approach to evaluating the effects of the endangered
species protection program on mosquito control Journal of the American Mosquito Control Association v14 p137-47 1998
TAUIL P L Urbanizaccedilatildeo e ecologia do dengue Caderno de Sauacutede Puacuteblica Rio
de Janeiro v17 p99-102 2001
TAUIL P L Aspectos criacuteticos do controle do dengue no Brasil Caderno de Sauacutede
45
Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002
TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002
TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002
VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
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9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
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- parte 1
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- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
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- dissertacao_parte2
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Puacuteblica Rio de Janeiro v18 p867-71 2002
TEIXEIRA M G COSTA N C M GUERRA Z amp BARRETO M L Dengue in
Brazil Situation-2001 and Trends Dengue Bulletin v26 p70-6 2002
TORRES R J R amp TORRES V C G Dengue in Latin America ndash A Unique
Situation Dengue Bulletin v26 p62-9 2002
VEacuteLEZ I D QUINtildeONES M L SUAacuteREZ M OLANO V MURCIA L M
CORREA E AREacuteVALO C PEacuteREZ L BROCHERO H amp MORALES A
Presencia de Aedes albopictus en Leticia Amazonas Colombia Biomeacutedica
Bogotaacute v18 p192-98 1998
WESTAWAY EG BRINTON MA GAIDAMOYICH SYA HORZINEK MC
IGARASHI A KAARIAINEN L LVOV DK PORTERFIELD JE RUSSELL PK
amp TRENT DW Flaviviridae Intervirology v24 p183-92 1985 apud NOGUEIRA
R M R MIAGOSTOVICH M P SCHATZMAYR G H SANTOS F B ARAUacuteJO
E S M FILIPPIS A M B SOUZA R V ZAGNE S M O NICOLAI C
BARAN M amp FILHO G T Dengue in the State of Rio de Janeiro Brazil 1986-1998
Memoacuterias do Instituto Oswaldo Cruz Rio de Janeiro v94 p297-304 1999
WILSON M E amp CHEN L H Dengue in the Americas Dengue Bulletin v26
p44-61 2002
46
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
-
- Binder1
-
- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-
9 ANEXO
Caro muniacutecipe Com o seu consentimento sua casa foi selecionada para participar de um
novo Sistema de Monitoramento do mosquito da dengue visando aprimorar as accedilotildees
para controle desta doenccedila Este serviccedilo estaacute sendo desenvolvido pela Divisatildeo do
Centro de Controle de Zoonoses sob a coordenaccedilatildeo do Programa Municipal do
Controle de Dengue Para tanto queremos lembraacute-lo (la) de que durante o periacuteodo
de 16 (dezesseis) semanas sua residecircncia seraacute visitada semanalmente por um
agente de sauacutede para verificar se as armadilhas instaladas na sua casa capturaram
algum mosquito Gostariacuteamos ainda de informar que estas armadilhas natildeo possuem
substacircncias toacutexicas natildeo atrairatildeo mais mosquitos para o imoacutevel e nem vatildeo interferir
na rotina de sua casa
Agradecemos sua colaboraccedilatildeo em disponibilizar o seu imoacutevel para instalaccedilatildeo
da armadilha e colocamo-nos agrave disposiccedilatildeo para dirimir as duacutevidas e prestar os
esclarecimentos que se fizerem necessaacuterios
Quando viajar ou precisar se ausentar no dia de instalaccedilatildeo vistoria eou
recolhimento da armadilha favor entrar em contato pelo telefone 3229-3402 ou
3229-3360 falar com Sandra
______________________________________ Sandra da Silva Barros Marinho ndash CRBio MG
Bioacuteloga ndash Divisatildeo do Centro de Controle de Zoonoses
Eu abaixo assinado declaro que aceito participar deste novo sistema de
monitoramento do mosquito da dengue atraveacutes de armadilhas estando ciente dos
objetivos do sistema da metodologia e de que posso solicitar a retirada da armadilha
de minha residecircncia a qualquer momento que desejar
Morador ____________________________________________ Data __________
Endereccedilo __________________________________________Telefone __________
Assinatura__________________Agente Responsaacutevel pela vistoria ______________
47
- parte 1
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- Binder1
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- dissertacao_parte1
- Ficha catalograacutefica CB Sandra da Silva Barros Marinho
-
- dissertacao_parte1
-
- dissertacao_parte2
-