avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

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LÍGIA MANCCINI DE OLIVEIRA BARROS A INFLUÊNCIA DO USO DE MÚLTIPLAS VISÕES COORDENADAS NAS TAREFAS COGNITIVAS REALIZADAS NO PROCESSO ANALÍTICO VISUAL Presidente Prudente 2012

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Page 1: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

LÍGIA MANCCINI DE OLIVEIRA BARROS

A INFLUÊNCIA DO USO DE MÚLTIPLAS VISÕES

COORDENADAS NAS TAREFAS COGNITIVAS

REALIZADAS NO PROCESSO ANALÍTICO VISUAL

Presidente Prudente

2012

Page 2: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

LÍGIA MANCCINI DE OLIVEIRA BARROS

A INFLUÊNCIA DO USO DE MÚLTIPLAS VISÕES

COORDENADAS NAS TAREFAS COGNITIVAS

REALIZADAS NO PROCESSO ANALÍTICO VISUAL

Tese apresentada ao programa de Pós-Graduação em

Ciências Cartográficas da Universidade Estadual

Paulista - Campus de Presidente Prudente, para

obtenção do título de Doutora em Ciências

Cartográficas.

Orientadora: Prof. Dra. Mônica Modesta Santos Decanini

Co-orientadores: Prof. Dr. Milton Hirokazu Shimabukuro

Prof. Dr. Edilson Ferreira Flores

Presidente Prudente

2012

Page 3: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

Barros, Ligia Manccini de Oliveira.

B279i A Influência do uso de múltiplas visões coordenadas nas tarefas cognitivas realizadas no processo analítico visual / Lígia Manccini de Oliveira Barros. - Presidente Prudente : [s.n], 2012

119 f. : il. Orientador: Mônica Modesta Santos Decanini Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de

Ciências e Tecnologia Inclui bibliografia 1. Múltiplas visões coordenadas. 2. processo analítico visual. 3. dados

espaço-temporais de pluviometria I. Decanini, Mônica Modesta Santos. II. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências e Tecnologia. III. A Influência do uso de múltiplas visões coordenadas nas tarefas cognitivas realizadas no processo analítico visual.

Page 4: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

TERMO DE APROVAÇÃO

LÍGIA MANCCINI DE OLIVEIRA BARROS

A INFLUÊNCIA DO USO DE MULTIPLAS VISÕES COORDENADAS NAS TAREFAS COGNITIVAS REALIZADAS NO

PROCESSO ANALÍTICO VISUAL.

Tese aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Doutor em Ciências

Cartográficas (Área de concentração: Aquisição, Análise e Representação de

Informações Espaciais), da Universidade Estadual Paulista, pela seguinte banca

examinadora:

Orientadora: Profa. Dra. Mônica Modesta Santos Decanini

Departamento de Cartografia, UNESP

Prof. Dra. Cláudia Robbi Sluter

Departamento de Geomática, UFPR

Prof. Dr. Fernando Luiz de Paula Santil

Departamento de Feografia, UEM

Prof. Dr. Nilton Nobuhiro Imai

Departamento de Cartografia, UNESP

Prof. Dr. Paulo Cesar Rocha

Departamento de Geografia Humana e Regional, UNESP

Presidente Prudente, 03 de dezembro de 2012.

Page 5: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

DEDICATÓRIA

Ao meu marido Edgar Nogueira Demarqui e nossa filha Isabela

Page 6: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

AGRADECIMENTOS

A realização desta pesquisa teve colaboração direta e indireta de diversas pessoas,

para as quais expresso os meus mais sinceros agradecimentos, em especial:

À Deus.

Ao Edgar, meu marido, companheiro e grande amigo, pelo seu amor, carinho e apoio

constantes.

Aos meus pais Marisa e Murilo por todo auxílio que ofereceram, toda preocupação que

tiveram e todo apoio que deram durante esses anos.

À minha orientadora Mônica Modesta Santos Decanini, que apesar de todos os

percalços, acreditou e me fez acreditar em minha capacidade.

Aos meus co-orientadores Milton Hirokazu Shimabukuro e Edilson Ferreira Flores,

pelas observações e ótimas sugestões.

Aos meus irmãos Eder e Ricardo e aos meus familiares pelos adoráveis encontros.

Aos meus amigos de sapatilha Rebeca e Rute Alessi Tedeschi, Emerson Euzébio,

Emanuelle Petri e meus alunos da escola Art Ballet.

Aos amigos e colegas do PPGCC, em especial ao Érico Martins, Rodrigo Zanin,

Fernanda Puga e Ana Paula Marques.

Aos componentes da banca pelas observações e sugestões que foram de grande

valia.

À todos os pesquisadores e professores que tanto contribuíram para a pesquisa com

sua participação nos testes.

À todos professores e funcionários na Faculdade de Ciência e Tecnologia que de

alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram para a tese.

À Capes pela bolsa oferecida no programa.

Page 7: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

RESUMO

O objetivo dessa pesquisa é avaliar o uso conjunto de representações gráficas e

cartográficas, dispostas em uma interface de múltiplas visões coordenadas, por meio

de análises do registro de uso dessa interface, preferência subjetiva, discurso e

característica pessoal do participante. A análise bem sucedida de séries temporais

para descrição de fenômenos altamente dinâmicos, tais como a pluviometria, depende

dos métodos e representações adequadas, que permitam a extração informações,

gerando conhecimento provável e confiável. Muito tem se explorado dentro do

conceito conhecido como GeoVisual Analytics, ou seja, Processo Analítico Geo-visual.

Dentre as ferramentas que exploram esse conceito, destaca-se a utilização de

múltiplas visões para um conjunto de dados, o que implica em apresentar

simultaneamente os mesmos dados utilizando diferentes formas de representação

(gráficos, mapas). A hipótese é que, em um sistema que adota a estratégia de

múltiplas visões coordenadas, a combinação dos tipos de representação existentes

está relacionada à tarefa cognitiva utilizada para descrição dos dados espaço-

temporais de pluviometria em estudos agrometeorológicos. O sistema com múltiplas

visões coordenadas foi desenvolvido exclusivamente para a realização dos testes,

durante os quais foi registrado tanto as ações exercidas pelo participante quanto suas

observações registradas em formato RTF. Os resultados obtidos indicam que a

escolha do uso isolado ou em conjunto de determinados elementos da interface

(gráficos ou cartográficos) é influenciada pelo tipo de tarefa cognitiva utilizada,

considerando sua complexidade (identificação ou comparação) e o seu foco

investigativo (temporal ou espacial).

Palavras-chave: Múltiplas visões coordenadas. Processo analítico visual. Mapas

animados. Gráficos temporais. Dados espaço-temporais de pluviometria.

Page 8: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

ABSTRACT

The aim of this research is to evaluate the use of graphic and cartographic

presentations, in a multiple coordinate views system, taking into account the use of

interface, the user's subjective preference and its discourses and personal

characteristics. The success of temporal series analysis for highly dynamic phenomena

description, such as rainfall, depends of the applied of right presentation and methods,

which needs to allow the information extraction for generate probable and trustable

knowledge. The Visual Analytics concept has been very explored, in special the

multiple coordinated views, that implies in a simultaneous presentation of the same

data in different types of views. The challenge is to find suitable methods and

representation for the data. The hypothesis is that the realization of cognitive tasks for

description of spatial and temporal rainfall data for agricultural and meteorological

studies, depends of the match of different views types, into a system that adopts the

multiple coordinated view strategy. A multiple view coordinated system was designed

exclusively to perform the testes, in which it was registered the actions and

observations of participants, in a RTF document. The results showed that the use of

graphic and cartographic interface elements (isolated or not) depends of the cognitive

task that must be performed.

Keywords: Multiple Coordinated Views. Visual Analytics. Aniamtes maps. Temporal

graphs. Spatial and temporal rainfall data.

Page 9: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Modelo do processamento visual ................................................................ 17

Figura 2 - modelo de identificação de padrões baseado em mapas ............................ 20

Figura 3 - Informação espacial: a) características básicas e b) tipos de animações ... 23

Figura 4 – Etapas do Processo Analítico Visual .......................................................... 33

Figura 5 - Representação de árvores .......................................................................... 35

Figura 6 - Layouts de grafos ....................................................................................... 36

Figura 7 - Coordenadas paralelas ............................................................................... 37

Figura 8 - RadViz ........................................................................................................ 38

Figura 9 - Star Coordinate .......................................................................................... 39

Figura 10 - Técnica orientada a pixel com distribuição dependente de consulta ......... 39

Figura 12 - Técnica de filtragem por meio de sliders ................................................... 42

Figura 13 - Etapas da metodologia ............................................................................. 44

Figura 14 - Localização dos Postos Pluviométricos da DAEE no Oeste...................... 47

Paulista ....................................................................................................................... 47

Figura 15 - Estrutura do arquivo de dados .................................................................. 48

Figura 16- Esquematização das representações utilizadas por M. J. Kraak em 2007. 48

Fonte: Kraak (2007) .................................................................................................... 48

Figura 17 - Esquematização dos elementos da interface ............................................ 49

Figura 18 - Tabela de atributos da shape DAEE ......................................................... 51

Figura 19 - Gráfico de coordenadas paralelas ("Gráfico de linhas") ............................ 51

Figura 20 - Gráfico de pixels ....................................................................................... 52

Figura 21- Interface de teste cotendo as janelas do mapa mensal (), gráfico de

coordenadas paralelas (), gráfico de pixels () e mapa de normais

climatológicas () ................................................................................................ 54

Figura 22 - Janela de mapa mensal ............................................................................ 54

Figura 23 - Seleção por sliders (seta indica a seleção) ............................................... 55

Figura 24 - Seleção por ponto (seta indica a seleção) ................................................ 55

Figura 25 - Seleção por município (seta indica a seleção) .......................................... 56

Figura 26 - Representações utilizando 17 classes ...................................................... 57

Figura 27 - Representações utilizando 5 classes ........................................................ 57

Figura 28 - Representações utilizando 5 classes ........................................................ 58

Figura 29 - Layout secundário .................................................................................... 58

Figura 30 - Coordenação das visões (comando e ações relacionadas entre janelas) . 59

Figura 31 - Relação: Elementos da Interface X Tarefa cognitiva ................................. 70

Figura 32- Relação: Elementos da Interface X Tarefa de Investigação ....................... 71

Page 10: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

Figura 33 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas .................................................... 73

Figura 34 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas de comparação ........................... 74

Figura 35 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas de identificação ........................... 74

Figura 36 - Uso de MVC para as tarefas investigativas: a) Ct, b) Ce, c) It, e) Ie. ......... 76

Figura 37 - Parte do log com registro da mudança de layout durante a execução do

teste ..................................................................................................................... 78

Figura 38 - Tempo de uso relativo entre o layout 1 e 2 durante a análise de cada

participante .......................................................................................................... 78

Figura 39 - Gráfico da frequência de uso das velocidades de animação..................... 79

Figura 40 - Gráficos gerados a partir do questionário e respostas da preferência

subjetiva .............................................................................................................. 84

Figura 41 - Dendograma gerado a partir das observações de características pessoeius

dos participantes .................................................................................................. 85

Figura 42 - Gráfico da distribuição espacial das observações (similaridades entre

participantes) ....................................................................................................... 85

Page 11: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Duração do teste para cada participante .................................................... 64

Tabela 2 - Quantificação das tarefas de investigação ................................................. 67

Tabela 3- Relação entre variáveis de investigação e uso de elementos da interface,

para cada participante, sendo Ct = Comparação temporal; Ce = comparação

espacial; It = identificação temporal; Ie = Identificação espacial; me = mapa estático;

ma = mapa animado; gp = gráfico de pixels; gl = gráfico de linhas (correspondente

ao gráfico de coordenadas paralelas)..................................................................... 69

Tabela 4 - Tempo total destinado à análise dos dados e duração do tempo de

utilização dos layouts 1 e 2 para cada participante................................................. 78

Tabela 5 - Utilização do comando de animação.......................................................... 79

Tabela 6 - Tabela dos tempos de duração para o uso de animação e o tempo total das

análises .................................................................................................................. 80

Tabela 7 - Tabela de quantidade de análises com animação em relação ao total de

análises para cada tarefa investigativa. .................................................................. 80

Tabela 8 - Características pessoais dos entrevistados para análise de similaridade .. 82

Tabela 9 - Resultados (em porcentagem) obtidos do questionário de preferência

subjetiva ................................................................................................................. 83

Page 12: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - modelo contextual com exemplos específicos para quatro tipo de fatores

que influenciam julgamentos, comportamentos e experiências temporais ........... 18

Quadro 2 - Primitivas temporais e as relações espaço-temporrais que as descrevem 22

Quadro 3- Classes de fenômenos espaço-temporais.................................................. 25

Quadro 4- Classes de fenômenos espaço-temporais.................................................. 26

Quadro 5 - As variáveis dinâmicas e as perguntas relacionadas a elas ..................... 31

Quadro 6- modelo contextual para avaliação do uso de mapas animados temporais na

visualização de dados pluviométrico .................................................................... 46

Quadro 7 - modelos de interpolação utilizado para cada mês ..................................... 50

Quadro 8- Implementação do protótipo a partir de sugestões, em 3 fases

distintas(idealização, refinamento, e feedback do grupo) bem como as sugestões

descartadas (D) ................................................................................................... 53

Quadro 9 - Relação de comando e ação coordenada entre as janelas da interface .... 60

Quadro 10 - Perfil acadêmico e formativo dos participantes ....................................... 62

Quadro 11 - Levantamento da familiaridade do entrevistado com as ferramentas de

análise ................................................................................................................. 62

Quadro 12 - Classificação das variáveis de investigação: atributo = "O que?"; tempo =

"Quando?"; espaço = "Onde?". ............................................................................ 66

Quadro 13 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas e investigativas ......................... 72

Quadro 14 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas .................................................. 73

Quadro 15 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas de comparação ......................... 74

Quadro 16 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas de identificação ......................... 74

Quadro 17 - Uso de MVC para as tarefas investigativas de comparação temporal ..... 75

Quadro 18 - Uso de MVC para as tarefas investigativas de comparação espacial ...... 75

Quadro 19 - Uso de MVC para as tarefas investigativas de identificação temporal ..... 75

Quadro 20 - Uso de MVC para as tarefas investigativas de identificação espacial ..... 75

Page 13: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

1.1 Organização da tese ........................................................................................ 15

2 ASPECTOS COGNITIVOS DA PERCEPÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL ................... 16

2.1 Processamento da informação visual ............................................................... 16

2.1.1 Modelo contextual ...................................................................................... 18

2.2 Geovisualização ................................................................................................ 19

2.2.1 Percebendo o tempo ................................................................................... 21

3 REPRESENTAÇÃO DOS FENÔMENOS ESPAÇO-TEMPORAIS ......................... 23

3.1 A dinâmica dos fenômenos geográficos ........................................................... 24

3.1.1 Características espaço-temporais .............................................................. 24

3.1.2 Fenômeno dinâmico climático: precipitação pluviométrica ......................... 26

3.2 Representação da pluviometria por mapas isométricos ................................... 27

3.3 Representação dinâmica .................................................................................. 30

3.3.1 Variável de sincronização ......................................................................... 32

3.4 Processo analítico Visual (PAV) ...................................................................... 33

3.4.1 Técnicas de representação (visualizações) ............................................... 35

3.3.2 Processo analítico geovisual (PAGeo) ...................................................... 40

3.5 Múltiplas visualizações coordenadas ............................................................... 41

4 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................................... 43

4.1 Estudo de caso ................................................................................................. 45

4.1.1 Demanda do usuário e modelo contextual ................................................. 45

4.1.2 Dados de precipitação pluviométrica utilizados ........................................... 46

4.2 Elaboração da interface ..................................................................................... 48

4.2.1 Confecção dos mapas ................................................................................ 50

4.2.2 Confecção dos gráficos ............................................................................... 51

4.2.3 Projeto da interface de Teste ...................................................................... 52

4.3 Realização do teste ........................................................................................... 60

4.3.1 Materiais de teste ........................................................................................ 60

4.3.2 Seleção dos participantes para o teste ....................................................... 61

4.3.3 Condução do teste ...................................................................................... 62

4.4 Análise dos resultados ...................................................................................... 65

Page 14: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................. 67

5.1 Tarefas de cognitivas e o uso da interface ....................................................... 68

5.2 Tarefas cognitivas e Múltiplas Visões Coordenadas (MVC).............................. 72

5.3 Seleção do Layout ............................................................................................ 77

5.4 Animação ......................................................................................................... 79

5.5 Caracterização dos participantes ..................................................................... 81

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................. 87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 91

APÊNDICES ............................................................................................................... 97

Page 15: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

13

1 INTRODUÇÃO

O interesse do ser humano em conhecer a dinâmica dos eventos e

fenômenos que acontecem sobre a Terra não é algo novo, entretanto, à algumas

décadas atrás, a busca pela compreensão dessas mudanças era limitada pelos

grandes conjuntos de dados temporais, somados à falta de métodos e técnicas que

permitissem a análise de padrões, relacionamentos e tendências destes dados (BLOK,

2005; PING, XINMING e SHENGXIAO, 2008).

Nos últimos anos, novas ferramentas interativas de visualização têm sido

estudadas e desenvolvidas, procurando lidar com conjunto de dados complexos e em

grande volume e, similarmente, com tarefas analíticas complexas para descoberta de

conhecimento (TOMASZEWSKI et al., 2007; FREITAS, 2007). Muito tem se explorado

dentro do conceito conhecido como Visual Analytics, ou seja, Processo Analítico

Visual (PAV), que tem como objetivo tornar o processamento da informação evidente

para um discurso analítico para prover, não somente resultados, mas também seus

significados para comunicação (KEIM et al., 2008).

Dentre as ferramentas que exploram esse conceito, destaca-se a utilização

de múltiplas visões de um conjunto de dados, o que implica em apresentar

simultaneamente os mesmos dados utilizando diferentes formas de representação.

Estas representações diferenciadas de um mesmo conjunto tendem a melhorar a

efetividade da análise visual, podendo ser potencializado com a utilização de

ambientes flexíveis (SHIMABUKURO et al., 2004).

Para a análise de dados altamente dinâmicos, tais como os dados que

descrevem fenômenos climatológicos, essas novas formas de representação podem

auxiliar na compreensão das mudanças espaço-temporais e na obtenção de novas

informações sobre tendências, correlações e padrões existentes entre os dados

(YATTAW, 1999; EDSALL et al, 1997; KRAAK e VLAG, 2005; KEIM et al., 2008).

Dentre as variáveis climáticas, uma das mais determinantes são as

precipitações pluviométricas (CARDIN, 2001 apud FENILLE e CARDIN, 2007). Sendo

assim, o estudo de formas diferentes de análise de dados pluviométricos se apresenta

na literatura como uma componente de grande importância em relação à compreensão

e estudo de mudanças climáticas (SANTOS et. al, 2008)

O sucesso da produção agrícola, por exemplo, está altamente relacionado

ao conhecimento do regime pluviométrico da região, o que implica na análise de séries

temporais para determinação da duração e final da estação chuvosa, bem como dos

períodos veranicos (SILVA et al. 2011). Sendo assim, o principal desafio é buscar

métodos e representações de grande volume de dados que propiciem ao analista

Page 16: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

14

extrair informações para gerar conhecimento necessário ao gerenciamento eficiente

da produção agrícola.

Sendo assim, esta pesquisa parte-se do pressuposto que a forma de

representação dos dados influencia na percepção de tendências em um conjunto de

dados pluviométricos, e que apenas um tipo de representação não é o suficiente para

a aquisição dessa informação.

Portanto, considera-se a hipótese de que em um sistema que adota a

estratégia de múltiplas visões coordenadas, a combinação no uso dos tipos de

representação gráficas e cartográficas dos dados pode estar associada ao tipo

de tarefa cognitiva que será realizada na descrição dos dados espaço-temporais

de pluviometria para estudos agrometeorológicos.

Assim, as questões decorrentes da hipótese são:

1) Quais tipos de representação (gráficas e cartográficas) são

utilizados para realizar as tarefas cognitivas de comparação e

identificação de padrões?

2) Quais combinações entre tipos diferentes de representação

(gráficas e cartográficas) são utilizados para realizar essas tarefas

cognitivas?

3) A escolha do(s) tipo(s) de representação está relacionada com as

características pessoais e preferência subjetiva do indivíduo?

4) O recurso de animação e o uso de mapas animados podem auxiliar

na aquisição da informação dos dados pluviométricos?

5) Uma interface contendo múltiplas visões coordenadas é atrativa

para os pesquisadores da área de agrometeorologia?

O objetivo dessa pesquisa, portanto, é verificar o uso conjunto de

representações gráficas e cartográficas, dispostas em uma interface de múltiplas

visões coordenadas.

Os objetivos específicos são:

Analisar registro do uso da interface;

Analisar informações de preferência subjetivas e características

pessoais do participante;

Organizar e analisar o discurso escrito pelo participante.

Page 17: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

15

1.1 Organização da tese

Esta tese é constituída de 6 capítulos.

O capítulo 2 trata da fundamentação teórica sobre as teorias do

processamento da informação visual e os processos perceptivos dos fenômenos

geográficos dinâmicos, com ênfase nos fenômenos climáticos incluindo precipitação

pluviométrica.

O capítulo 3 trata da fundamentação teórica sobre as formas de

representação estática e dinâmica dos fenômenos geográficos, bem como as formas

gráficas utilizadas no processo analítico visual.

O capítulo 4 apresenta a organização metodológica e aplicação das

entrevistas e a implementação da interface de teste.

O capítulo 5 aborda os resultados obtidos e a discussão com foco no tema

central da pesquisa.

E por fim, o capítulo 6 apresenta as conclusões e recomendações para

trabalhos futuros.

Page 18: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

16

2 ASPECTOS COGNITIVOS DA PERCEPÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL

Ser capaz de identificar e descrever o comportamento espaço-temporal de

um evento é fundamental para a compreensão do fenômeno geográfico (YATTAW,

1999). Portanto, torna-se necessário entender a forma como percebemos o espaço e o

tempo, a fim de facilitar essa percepção utilizando elementos gráficos e interativos de

um ambiente computacional. Sendo assim, nesta seção será apresentada uma revisão

bibliográfica a respeito de como se dá a percepção cognitiva do espaço e tempo, bem

como os processos e as variáveis envolvidas.

2.1 Processamento da informação visual

As teorias da psicologia cognitiva, relacionadas ao processamento da

informação visual pode nos ajudar a entender como ocorre o reconhecimento de

padrões por meio dos processos da memória. Além disso, um exame mais detalhado

do processamento visual de movimento também é importante para compreensão da

interpretação de mapas animados.

Os processos perceptuais não podem ser estudados ou analisados de

forma independente dos processos da memória, uma vez que o armazenamento e

preservação da informação ocorrem em todos os estágios do processamento da

informação (EASTMAN, 1985).

Numa tentativa de explicar como funciona a codificação da informação

visual, Eastman (1985) e Peterson (1995) desenvolveram modelos conceituais que

descrevem o processamento cognitivo de reconhecimento visual de padrões. As

etapas de processamento cognitivo da informação visual preveem uma serie de

mecanismos de armazenamento em memória, cada qual caracterizada por uma

capacidade limitada de armazenamento de informação (KLATZKY, 1975 apud

PETERSON, 1995).

Neisser (1967 apud PETERSON, 1995) define cognição como “todos os

processos pelos quais a informação sensorial adquirida é transformada, reduzida,

elaborada, armazenada, recuperada e usada”. A memória é uma das principais

componentes do processo, pois é responsável pelo armazenamento da informação. O

ser humano é capaz de reter informação por longos ou curtos períodos. Essa

capacidade de retenção diferenciada resultou em uma classificação de três tipos

diferentes de memória que todo ser humano possui (Figura 1):

Page 19: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

17

Memória icônica (relacionados à informação visual);

Memória de curta duração ou recente (MCD)

Memória de longa duração (MLD).

Figura 1 - Modelo do processamento visual Fonte: adaptado de EASTMAN e CASTNER (1983 apud EASTMAN, 1985) e PETERSON

(1995).

De acordo com esse modelo, o objeto visto passa pelas seguintes etapas:

Primeira etapa: a informação reconhecida visualmente e registrada no

córtex-retinal, é transmitida à memória icônica. Esta por sua vez a

armazena, por alguns milésimos de segundos, de forma aguçada e

simplificada, sem muitos detalhes.

Segunda etapa: a informação é enviada ao processador central, o qual

é responsável pela atenção (sistema de varredura) e pela memória

MCD. A primeira permite que os aspectos relevantes (cor, forma,

tamanho) do objeto sejam selecionados, e a segunda armazena

essas características selecionadas por um curto período de tempo.

Terceira etapa: ocorre a interação entre a experiência presente e a

experiência passada (armazenada na MLD), ou seja, as

características armazenadas na MCD são comparadas com um

Registro Sensorial ou

visual

Memória icônica

Processador Central

estímulo

Registrador córtex-retinal

Memória de curta duração (MCD) ou recente

Sistema de varredura

Memória de longa duração (MLD)

RESPOSTA “É uma estrela”

Informação perdida

Pré-processamento Reconhecimento de padrão

Page 20: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

18

conjunto de padrões armazenados na MLD. Se forem encontradas

similaridades, o objeto será reconhecido como sendo idêntico ou

similar a algo já aprendido ou visto. Caso contrário, o objeto é

reconhecido como uma nova informação e armazenado na MLD. O

sucesso dessa fase irá depender do conhecimento, atenção e

motivação do indivíduo.

A resposta perceptiva é assumida, portanto, não como uma consequência

imediata ao estímulo, mas como algo que passa por inúmeros estágios ou processos,

os quais levam tempo para se organizar. São limitados por diversos fatores tais como

o conteúdo existente da informação e a experiência e condição atual do perceptor

(EASTMAN, 1985).

2.1.1 Modelo contextual

Um modelo contextual é a definição das variáveis pessoais do indivíduo

que podem interferir (de maneira positiva ou não) no processamento da informação

espaço-temporal. Essas variáveis interagem entre si e influenciam o comportamento

do indivíduo mediante as informações e o seu julgamento espaço-temporal. Block

(1998) propôs um modelo contextual que contém alguns exemplos de variáveis que

podem influenciar o julgamento temporal (Quadro 1).

Quadro 1 - modelo contextual com exemplos específicos para quatro tipo de fatores que influenciam julgamentos, comportamentos e experiências temporais

Características do usuário

Espécie (por exemplo: tipo de processos de orientação espacial específico) Sexo Idade Personalidade Grupo (de acordo com a abordagem adotada, por exemplo: se utiliza o paradigma prospectivo ou retrospectivo)

Objetos no espaço

Ambientes artificiais – simples (ex: modelos de escala) Representações espaciais artificiais (ex: mapas, gráficos) Ambientes naturais – complexos Familiaridade com o ambiente

Atividades no espaço

Exploração livre do espaço Exploração coagida do espaço Visão passiva do espaço Recepção passiva da descrição verbal da informação espacial Estratégias de processamento

Métodos para acessar o comportamento temporal

Reprodução ativa (ex: exploração) Reprodução simbólica (ex: desenho ou croqui) Reprodução verbal (ex: recordação ou reconstrução) Estimação de distância (verbal ou numericamente) Estimação de direção (verbal ou manualmente)

Fonte: adaptado de Block (1998)

Page 21: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

19

O modelo contextual serve como base para o modelo processual, ou seja,

para modelar os processos que definirão como os vários fatores ali descritos

interagem, a fim de explicar as influências nas experiências e julgamentos temporais

em qualquer tarefa ou situação espacial. O modelo processual serve para descrever

as características funcionais do comportamento no processamento de mapas. A

natureza altamente específica das diferentes tarefas de leitura de mapa,

provavelmente requer modelos processuais específicos.

Uma das questões bastante estudadas é a “análise de cena”, e diz respeito

aos processos, pelos quais uma exposição visual vem a ser compreendida pelo

observador. Dentro desta tarefa, o indivíduo tem duas fontes de dados para serem

reconciliados: o estímulo visual e os dados das experiências passadas (organizadas e

armazenadas na memorial de longa duração) (BLOCK, 1998).

2.2 Geovisualização

Algumas tarefas bastante utilizadas por usuários de dados geográficos são:

detecção, análise e comparação de padrões para descobrir anomalia, relações,

análise de tendências etc. MacEachren (1995) e Block (1998) determinam quatro

tarefas relacionadas a padrão, em diferentes níveis de complexidade: 1) Identificação

de padrão espacial, 2) Comparação de padrão espacial, 3) Identificação de padrão

espaço-temporal e 4) Comparação de padrão espaço-temporal, sendo que as tarefas

de comparação de padrão envolvem identificação de diversos padrões e o

relacionamento entre eles.

Para realizar a comparação e identificação de dois ou mais padrões, é

necessário que estes possam ser comparados para encontrar correspondências,

diferenças e relacionamentos (BLOCK, 1998). Para explicar o processo cognitivo

utilizado na identificação, análise e comparação de padrões em um mapa, Block

(1998) apresentou um modelo (adaptado de MACEACHREN, 1995) para explicar o

ciclo de processamento de informações complexas (Figura 2).

Page 22: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

20

Figura 2 - modelo de identificação de padrões baseado em mapas Fonte: adaptado de BLOCK, 1998

Este modelo faz referência a dois tipos de processamentos: o

processamento ascendente e descendente. No processamento descendente a reação

é guiada pelo conhecimento e experiência prioritários, o estímulo visual é o que irá

desencadear todo o processo de reconhecimento de padrões por meio da similaridade

entre presente e conhecimento já arraigado por experiências passadas. A primeira

evidência do processamento descendente surgiu com estudos do movimento dos

olhos: os olhos tendem a seguir uma sequencia comum e ordenada para realizar a

varredura da cena, esse caminho é denominado “círculo característico” e ocorre de

forma similar para qualquer indivíduo no que diz respeito às sequencias de

reconhecimento, podendo ser de certa forma previsto. A resposta estará sempre

relacionada ao contexto.

Já o processamento ascendente, ou fase de exploração, refere-se à uma

reação inconsciente, que tem por base as propriedades dos estímulos, os quais levam

ao reconhecimento visual de padrões. Acredita-se na hipótese da coexistência dos

dois processos, ou seja, não é somente o estímulo visual que desencadeia o

reconhecimento dos padrões, mas também as questões conceituais sobre o estímulo.

A simultaneidade de processamentos ascendentes e verificações

descendentes, permitem realizar a identificação com maior eficiência. Por exemplo,

num jogo de xadrez o procedimento descendente é o que dará a primeira impressão

da disposição das peças no tabuleiro, bem como o reconhecimento das peças ligadas

às suas regras de comando. Já o procedimento ascendente possibilita reconstruir um

Page 23: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

21

arranjo mental do tabuleiro após apenas uma exposição breve, formando uma pré-

investigação, o que permite realizar um movimento da peça já prevendo a reação do

oponente e planejando o seu próximo passo.

2.2.1 Percebendo o tempo

Apesar do termo “percepção temporal” utilizado na literatura, Gibson (1975

apud BLOCK, 1998) afirma que não percebemos o tempo, mas sim os movimentos

relativos entre elementos, ou seja, o observador percebe que algo foi alterado porque

consegue também identificar o que permaneceu igual.

A percepção do tempo está naturalmente ligada à do espaço, e ambos são

subjetivos e necessários à experiência sensória (AKHUNDOV,1986 apud YATTAW,

1999). De forma geral, o processamento da informação temporal sobre um

determinado evento depende do processamento da informação de outros eventos que

ocorreram próximos a ele (espacial e temporalmente). Portanto, para se orientar no

tempo, o ser humano utiliza de um objeto ou informação localizada próxima a ele.

Esses objetos são denominados pontos de referência, e servem de base para que os

demais elementos sejam mentalmente posicionados (BLOCK, 1998).

A hipótese do ponto de referencia para cognição espacial propõe que tais

pontos funcionem como dicas para organização da informação em mapas cognitivos,

por meio do qual a orientação espacial pessoal é estruturada. No âmbito semântico,

por exemplo, as pessoas costumam transmitir informação espacial de uma forma

temporal, como por exemplo: “minha casa fica a 1 hora daqui”. Essa informação é

geralmente mais efetiva do que se fosse dada em termos espaciais. O mesmo ocorre

com o tempo psicológico, pois o individuo também utiliza referencias para se localizar

cronologicamente (BLOCK, 1998).

Tomando por base os pontos de referência e sua relação espaço-temporal

com o evento principal, é possível atribuir uma organização mental dos eventos. Com

base nessas relações, Allen e Kautz (1985) definiram treze termos primitivos que

formam a base de todo conhecimento sobre relações temporais lógicas. Estes treze

termos podem ser resumidos em seis tipos de relações espaço-temporais, conforme

Quadro 2.

Page 24: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

22

Quadro 2 - Primitivas temporais e as relações espaço-temporrais que as descrevem

Primitivas Relações

espaço-temporais Descrição

Igual a... Igualdade Definida pela simultaneidade de eventos

Antes de... Ordem Ordem temporal de eventos sucessivos

Depois de...

Encontra... Coincidência

Caso restritivo de ordem, no qual dois eventos ocorrem sucessivamente sem intervalo entre estímulos. Encontrado por...

Sobrepõe... Superposição Quando um evento sobrepõe o outro

Sobreposto por...

Inicia...

Causalidade Quando um dos eventos é o responsável por dar início ou finalizar um segundo evento

Iniciado por...

Termina...

Terminado por...

Contido... Contingência

Tendo dois episódios (seqüência de eventos), define-se qual episódio contem um evento em particular. Contém...

Adaptado de Allen e Kautz, 1985

De acordo com Block (1998), tipos similares de variáveis influenciam a

estimação do espaço e tempo, um dos mais básicos é o fato que pequenas distancias

e durações são geralmente superestimadas enquanto as longas são subestimadas. A

distância espacial, bem como a duração temporal, é estimada de acordo com o

número de objetos (ou eventos, no caso do tempo) distintos que a segmentam, quanto

maior a quantidade de objetos transversos à rota, maior aparenta a distancia.

Produções mentais do tempo são mais curtas em relação ao tempo do

relógio na mesma proporção em que ocorre com o modelo espacial. Além disso,

escalas menores tendem a encurtar as produções relativas ao tempo do relógio. O

efeito da compressão temporal depende de diferenças na densidade de informação

processada em diferentes meios escalares, por isso é possível que haja um valor ideal

para quantidade de informação em relação à escala e o tipo do meio (DELONG, 1981

apud BLOCK, 1998; MITCHELL e DAVIS, 1987).

Page 25: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

23

3 REPRESENTAÇÃO DOS FENÔMENOS ESPAÇO-TEMPORAIS

A informação espaço-temporal pode ser definida por três características

básicas: localização, atributo e tempo (Figura 3a), as quais podem ser representadas

de forma dinâmica pelas animações cartográficas (RAMOS, 2005). Segundo Kraak

(1999) O fenômeno pode ser classificado conforme seu comportamento dinâmico, ou

seja, temporal e não temporal, sendo esta última subdividida, em animação por

composição sucessiva e animação a partir de mudanças externas (Figura 3b).

Figura 3 - Informação espacial: a) características básicas e b) tipos de animações

Fonte: adaptado de KRAAK, 1999.

Grande parte dos fenômenos temporais pode ser representada em mapas

estáticos, porém com uma inevitável perda de informação. Dentre os métodos que

podem ser utilizados para apresentar características temporais de dados espaciais, a

mais apta parece ser os mapas animados. Animação implica na mudança de alguma

representação visual durante um intervalo de tempo e é utilizada como recurso para

facilitar a percepção natural das mudanças ao longo do tempo, uma vez que permite

que o observador veja dados em um contexto tanto espacial quanto temporal, pela

Page 26: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

24

localização geográfica e pela ordem cronológica dos eventos, respectivamente

(BLOCK et al, 1999, ROBERTSON et al, 2008).

Existem muitas formas de representar graficamente dados espaço-temporais,

uma delas é a representação gráfica em mapas estáticos, podendo ser utilizado um

contexto exploratório, com foco na visualização dinâmica e na interatividade propiciado

pelo ambiente computacional (VASILIEV, 1997 apud PING, XIMING e SHENGXIAO,

2008; ADRIENKO et al., 2008)

3.1 A dinâmica dos fenômenos geográficos

O espaço geográfico é o conceito organizacional básico. Na tentativa de

entender porque um evento esta ocorrendo no espaço ou quais as implicações

resultantes de um fenômeno em particular, torna-se necessário realizar a comparação

de fenômenos únicos e a identificação de princípios fundamentais e características

inerentes aos objetos. Em outras palavras, organizamos os fenômenos em termos de

coisas que nos são familiares (YATTAW, 1999).

Conforme já visto na subseção 2.1.1, quando lemos um mapa, ativamos

nossas próprias estruturas cognitivas, as quais foram construídas por meio de

experiências pessoais. A partir de tais experiências é que a informação exposta é

compreendida. O mapa precisa incentivar essa compreensão, oferecendo um contexto

espacial das entidades representadas e dos relacionamentos entre elas. O que estes

relacionamentos irão realmente significar para o leitor é desconhecido, mas é de

responsabilidade do cartógrafo garantir que sejam retratados e fundamentados de

forma clara e livre de ambiguidade, a fim de facilitar a exploração organizacional dos

leitores

Nesta seção serão analisadas as variantes da percepção de escalas

temporais e do movimento, em relação aos dados geográficos quando representados

de forma dinâmica e/ou animada.

3.1.1 Características espaço-temporais

Segundo Yattaw (1999), uma explicação aceitável sobre uma mudança

deve ser capaz de responder às seguintes questões: O que aconteceu? Como isso

aconteceu? Porque isso aconteceu naquele momento? Porque outra coisa não

aconteceu?

Page 27: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

25

Tanto o espaço quanto o tempo são pré-requisitos das mudanças

geográficas (LUCAS, 1973 apud YATTAW, 1999). Dimensões temporais e espaciais

podem ser vistas geralmente como similares e inseparáveis, mesmo embora suas

medidas sejam diferentes. As medidas temporais incluem as variáveis duração e

frequência.

A variável duração indica a escala temporal do evento. Não existe uma

única escala correta para descrever um fenômeno, deve-se atentar para os níveis de

agregação e simplificação apropriados. Variações de características espaciais e

temporais, ou de ambos, podem ser adicionadas usando convenções simples de

escala: micro, meso, macro e mega. Cada um desses níveis de escala é descrito

utilizando rótulos hierárquicos básicos para as dimensões de tempo e espaço como

“segundos” e “anos”, e “vizinhança” e “país” (HAURY et al, 1978 apud YATTAW, 1999;

LLOYD et. al, 1996). Tais níveis podem variar de acordo com a análise geográfica

requirida, entretanto, geralmente são utilizados dentro de um contexto espacial e

temporal similares (Quadro 3). Alguns fenômenos geográficos podem ser interpretados

utilizando múltiplas perspectivas, estes são denominados de tipos múltiplos.

Quadro 3- Classes de fenômenos espaço-temporais

Variação Escala Espacial Escala Temporal

Micro escala Níveis mais baixos de unidades administrativas como dentro ou em torno de um quarto, casa, vizinhança ou comunidade,

Expresso em segundos, minutos, horas ou dias.

Meso escala Áreas do tamanho de cidades até áreas metropolitanas

Diversos dias até alguns anos

Macro escala Áreas regionais a nacionais Intervalo de décadas a séculos

Mega escala Âmbito continental, hemisférico, global ou universal.

Milhões ou até bilhões de anos

Já a frequência indica com que constância o evento se repete durante um

longo intervalo de tempo no caso poderá ser contínuo, quando ocorre ao longo de um

tempo sem ser interrompido; cíclico, quando ocorrem repetições temporais, mas com

certa constância; e intermitentes, quando as repetições temporais não são previsíveis,

ou seja, não seguem um intervalo definido (HAGGETT, 1990 e VASILEV, 1993 apud

YATTAW, 1999; PARKES e THRIFT, 1980). A frequência é descrita em relação às

suas características espaciais: se pontuais, lineares, zonais (de área) ou volumétricos

(Quadro 4).

A compreensão da forma ou padrão espacial que o fenômeno assume

conforme evolui e se modifica ao longo do tempo, pode auxiliar em compreender seus

fatores dinâmicos.

Page 28: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

26

Quadro 4- Classes de fenômenos espaço-temporais

Características temporais

Contínuo Ininterruptos ao longo do tempo

Cíclico Movem-se com freqüência regular

ou previsível

Intermitente Ocorrem com freqüência irregular

de intervalos

Car

acte

ríst

icas

esp

acia

is

Po

nto

Classe 1

Classe 2

Classe 3

Lin

ha

Classe 4

Classe 5

Classe 6

Áre

a

Classe 7

Classe 8

Classe 9

Vo

lum

e

Classe 10

Classe 11

Classe 12

Fonte: adaptado de YATTAW, 1999

3.1.2 Fenômeno dinâmico climático: precipitação pluviométrica

Uma rede pluviométrica é formada por um conjunto organizado de

estações, cuja distribuição espacial deve seguir critérios técnicos, a fim de que possa

operar com a maior eficiência possível (SALGUEIRO, 2005). A densidade e

Page 29: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

27

distribuição de uma rede e a frequência de observação necessária dependem da

variabilidade temporal e espacial das variáveis hidrológicas ou meteorológicas a serem

observadas (SANTOS et al., 2008). Conforme World Meteorological Organization

(1994) o objetivo de uma rede em uma região é permitir a interpolação entre os dados

provenientes de estações distintas, a fim de determinar com suficiente precisão para

fins práticos as características desses elementos hidrológicos em qualquer lugar da

região (em quantidade suficiente para definir a distribuição estatística do elemento de

estudo).

Dessa forma, as informações obtidas da precipitação pluviométrica são

pontualmente localizadas, provindas dos postos que compõem a rede. Entretanto

apesar dos dados serem pontuais, o fenômeno em si é tratado como geocampo, uma

vez que se estende sobre uma superfície contínua. Considerando a classificação do

comportamento temporal do fenômeno geográfico de Yataw (1999), conforme exposto

na seção 3.1.1, pode-se então definir a precipitação pluviométrica, em primeira

instância, como um fenômeno zonal e intermitente. Isso se dá, pois, embora exista

certa periodicidade na questão da ocorrência de chuvas – caracterizando as épocas

de chuva e seca durante o ano – a precipitação pluviométrica pode ser considerada

como um fenômeno de ocorrência irregular, uma vez que depende de uma associação

complexa de fatores climáticos, os quais são, em sua maioria, de difícil estimativa.

Os estudos relacionados ao comportamento da atmosfera são definidos

com base na compreensão de sua extensão e duração, ou seja, sua espacialidade e

temporalidade. Uma das maiores dificuldades nas análises climatológicas reside no

entendimento da escala espacial e série temporal do fenômeno em questão (JESUS,

2008). A fim de proporcionar uma melhor compreensão dos estudos climáticos,

estabeleceu-se, como parte da própria pesquisa climatológica, uma escala

taxonômica, isto é, um referencial escalar (JESUS, 2008).

3.2 Representação da pluviometria por mapas isométricos

De acordo com Câmara et al. (2001) o geocampo pode ter sua distribuição

espacial representado por isolinhas. O mapa isarítmico é uma representação plana

dada por meio de isolinhas, podendo representar tanto uma superfície real como

conceitual. Existem dois tipos de mapas isarítmicos: os mapas isométricos (cujos

valores são referentes exatamente ao ponto de coordenada conhecida) e os mapas

isopléticos (cujos valores referem-se a uma região e são aplicados em forma de

pontos). No caso dos dados utilizados, os mapas criados serão mapas isométricos,

Page 30: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

28

uma vez que se referirão à uma superfície conceitual, a partir de dados de chuva

coletados em pontos de coordenadas conhecida (DENT, 1999).

Para criar os mapas isarítmicos é necessário inferir sobre os valores de

pontos desconhecidos, a partir dos valores de pontos conhecidos, por meio de

interpoladores. Podem ser utilizados vários tipos de interpoladores, dentre os quais o

método da krigagem se mostra bastante eficiente em se tratando de dados

geograficamente localizados. De acordo com Flores (2001) a Krigagem é um método

muito mais apropriado para representar dados com variabilidade espacial, uma vez

que levam em consideração aspectos como anisotropia e continuidade do fenômeno,

diferentemente de outros métodos de interpolação tais qual triangulação, inverso da

distância, poligonal etc.

Krigagem é uma interpolação geoestatística de regressão espacial

otimizada que utiliza um variograma (modelo espacial estatístico) para representar a

estrutura espacial interna dos dados, além disso, ela é caracterizada por levar em

consideração todos os valores observados (LANDIM, 2006; PINCOCK, ALLEN &

HOLT, 2008). A geoestatística trabalha com a estimação de variáveis regionalizadas e,

embora alguns resultados alcançados sejam similares aos resultados de outros

interpoladores, existem algumas vantagens na utilização da krigagem como por

exemplo o fato de tratar clusters mais como pontos individuais, o que ajuda a

compensar os efeitos do agrupamento de dados (BOHLING, 2005).

De acordo com Landim (2006), a krigagem pode ser usada como algoritmo

estimador para:

a. Previsão do valor pontual de uma variável regionalizada, em um determinado

local, dentro do campo geométrico;

b. Cálculo médio de uma variável regionalizada para um volume maior que o suporte

geométrico.

A krigagem associa pesos de acordo com uma função direcionada pelos

dados, ou seja, ela utiliza informações a partir do semivariograma para encontrar os

pesos ótimos a ser associado às amostras, isso faz com que o valor de tais pesos leve

em conta o arranjo geográfico dos dados (BOHLING, 2005; LANDIM, 2006).

De acordo com Ladim (1998 apud FLORES, 2001), o semivariograma

expressa as principais características da variável regionalizada tais como

continuidade, localização (que se refere a todo ponto dentro do alcance) e anisotropia.

Quando o padrão de variabilidade difere conforme a direção, entende-se então que

existe anisotropia e são utilizados semivariogramas direcionais. Caso contrário, o

comportamento dos dados é isotrópico e utilizam-se semivariogramas omnidirecionais

Page 31: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

29

(RESENDE e STURION, 2001). O Semivariograma é apresentado na Figura 54 com

seus respectivos parâmetros, descritos a seguir (FLORES, 2001):

Figura - Modelo Típico de Semivariograma.

FONTE: CAMARGO, 1997 apud FLORES, 2001

Alcance (A) – Range: tamanho da zona de influência das amostras, ou

seja, onde elas apresentam correlação espacial;

Efeito pepita (Co) – Nugget: continuidade, o valor atribuído à uma

distância nula;

Soleira (C+Co) – Sill: é o valor correspondente ao alcance (A);

Contribuição (C) – é o intervalo entre o Efeito pepita e a soleira.

Para calcular o semivariograma experimental das amostras irregularmente

distribuídas no espaço, alguns parâmetros devem ser considerados (FLORES, 2001):

Lag - é uma distância pré-definida para realizar o cálculo do semivariograma.

Por exemplo, caso se defina um incremento de Lag de 200 metros com

intervalo de tolerância de 100 metros, isso significa que serão utilizados no

cálculo de semivariograma, qualquer par de valores amostrais cuja distancia

medida entre esses dois pontos esteja dentro do intervalo de 100 a 300 metros;

Ângulo de tolerância - é um ângulo pré-definido para uma direção considerada,

ou seja, definindo-se uma direção de medida 45° com tolerância angular de

22,5°, os pares amostrais que serão utilizados para o cálculo do

semivariograma serão aqueles que estão entre 22,5° e 67,5°;

Page 32: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

30

Largura da banda - é o valor limitante do número de pares amostrais a serem

usados no cálculo.

A análise semivariográfica é de grande importância para avaliar e definir o

melhor método a ser utilizado, a fim de que os fenômenos sejam representados da

forma mais próxima da realidade dos dados.

3.3 Representação dinâmica

Para representar eventos temporais, deve-se incluir não somente o atributo e

a geometria, como também as características temporais do fenômeno, que irão

imputar a este um caráter dinâmico (BLOCK et al, 1999). Tal dinamismo pode ser

construído: 1) pelas mudanças nas variáveis gráficas (posição, forma, matiz, valor e

tamanho) no decorrer do período; e/ou 2) pelas variáveis de visualização dinâmica

(variáveis de animação), as quais permitem controlar ou manipular a animação em

vários níveis. Dibiasi et al (1992) e MacEacrhen (1995) classificaram as variáveis de

animação em:

Momento no tempo → instante que indica o início de uma mudança, ou a

criação de um fenômeno. Pode ser utilizada tanto para realçar áreas em

particular, como para representar fenômenos intermitentes pontuais;

Duração (d) → intervalo de tempo decorrido entre dois momentos no tempo. A

duração pode ser constante ou variada durante a animação, dependendo do

intervalo de tempo que um elemento se mantém em um mesmo estado (sem

mudança). A duração pode ser utilizada na representação de movimentos

intermitentes para destacar o tempo relativo e a velocidade com que um

fenômeno ocorre;

Ordem → sequencia das cenas em uma animação. É um signo altamente

icônico quando combinado com o tempo cronológico do fenômeno

representado, mas também pode ser utilizando sem estar vinculado ao tempo,

como no caso de uma ordem numérica;

Taxa de variação (tx) → relação inversamente proporcional entre a magnitude

da mudança (m) e a duração da animação (d), dada por: tx = m/d. A magnitude

refere-se à distancia (em pixels ou mm) que um objeto específico percorre na

tela durante a animação, e a duração refere-se ao tempo que esse objeto leva

para realizar todo o percurso medido;

Frequência (freq) → número de momentos no tempo por unidade de tempo. A

frequência também é conhecida por textura temporal (equivalente à textura

Page 33: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

31

espacial). Enquanto a textura espacial é definida pela razão entre o tamanho

de dois elementos, a frequência é definida como a razão entre duas passagens

de um elemento pelo mesmo ponto. Quanto maior o número de elementos por

unidade de tempo, ou quanto menor a duração entre duas passagens

consecutivas de um elemento por um mesmo ponto, maior será a frequência.

Pode-se utilizar essa variável para destacar a frequência com que se dá a

migração de pessoas de uma determinada região, podendo esse fenômeno ser

definido por movimento cíclico pontual ou intermitente pontual;

Sincronização → correspondência temporal de duas ou mais séries, podendo

combinar dadas cronológicas de dois ou mais conjuntos de dados. Essa

variável se refere a possibilidade de apresentar várias animações temporais

simultaneamente e manipulá-las até que seus padrões se combinem e

relacionamentos possam ser descobertos.

MacEachren (1995) e Kraak et al.(1997), conforme observado por Dykes et

al. (2005), classificam sete tipo de questões relacionadas aos dados espaço-temporais

e às variáveis dinâmicas, conforme mostrado no Quadro 5.

Quadro 5 - As variáveis dinâmicas e as perguntas relacionadas a elas

Pergunta Descrição Variável dinâmica

1 - Quando? Em que momento na linha do tempo ocorre o evento?

Momento no tempo

2 - Por quanto tempo? Quanto tempo dura esse evento? Duração

3 - Com que constância? Esse evento se repete? Qual a frequência que isso ocorre?

Frequência

4 - A que velocidade? Quanto de mudança ocorre durante o tempo de duração do evento?

Taxa de variação

5 - Em que ordem? Qual evento ocorre primeiro e qual vem na sequencia?

Ordem

6 - Existem ocorrências correlacionadas?

Esse evento está relacionado com algum outro evento?

Sincronização

Fonte: adaptado de Dykes et al. (2005)

O foco deste trabalho reside no aprimoramento de técnicas para análise de

questões relacionadas à ocorrência de chuvas. Dentre as variáveis dinâmicas

associadas a essas questões, a sincronização merece uma atenção especial por ser a

variável de construção mais complexa, e por ser a responsável a nos indicar

relacionamentos comparativos tais como causalidade e similaridade.

Page 34: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

32

3.3.1 Variável de sincronização

A variável de sincronização implica na apresentação de várias animações

temporais de forma simultânea, a fim de proporcionar subsídios para a comparação de

padrões, permitindo a visualização de correspondências, diferenças, tendências e

relações. A comparação de padrões baseada em representações de um mapa

depende do número de fatores, incluindo: propósito, aplicação, o fenômeno

observado, as habilidades do observador, as escalas espaciais e temporais etc

(BLOCK et al., 1999).

A sincronização pode ser feita com animações separadas (sincronização

justaposta) ou por sobreposição de animações (sincronização sobreposta). No caso da

justaposição, as animações permanecem fisicamente separadas na tela e devem

correr simultaneamente, no caso de sobreposição, utiliza-se recursos de transparência

para permitir que se veja os elementos da animação da camada inferior. Em ambos os

casos, os recursos de controle das animações devem estar fisicamente separados,

porém possuem uma ligação de forma que as ações aplicadas a um dos controles são

prolongados ao outro (BLOCK et al., 1999).

Block et al. (1999), analisaram três relações entre padrões espaciais no

tempo utilizando a variável de sincronização, são eles: convergência, estabilidade e

similaridade. De acordo com os autores, esses três relacionamentos ilustram os vários

aspectos relacionados à sincronização.

A relação de convergência indica quando dois eventos, em determinado ponto,

se sobrepõem. Para explorar e analisar essa relação se faz necessária a

possibilidade de interação, tal como parar, pausar, avançar e retroceder

devagar ou rapidamente. Outra forma de interação necessária é aquela a partir

de comandos embutidos na própria representação, por meio de com

componentes temporais, geométricos ou de atributos;

A relação de similaridade pode ser demonstrada pela sincronização no tempo

com o objetivo de determinar quais padrões são similares e em qual momento

isso ocorre no tempo mundial;

Já a busca pela relação de estabilidade implica em descobrir o quanto estável

é um determinado padrão espaço-temporal de uma área com suscetibilidade à

erosão ou inundação. A sincronização de fenômenos, e até mesmo de

metadados, podem facilmente indicar os pontos onde a estabilidade é afetada.

Page 35: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

33

3.4 Processo analítico Visual (PAV)

O processo analítico visual (PAV) é a ciência do raciocínio analítico

auxiliada pela interface visual de alta interatividade. Envolve desde a visualização da

informação até a análise automática de dados (KEIM et al., 2008). O PAV, de acordo

com Keim et al (2008), tem como objetivos: desenvolver ferramentas e técnicas que

permitam sintetizar informação e proporcionar insight a partir de uma quantidade

massiva de dados dinâmicos, ambíguos e muitas vezes conflitantes; detectar o

esperado e descobrir o inesperado; prover análise imediata, defensível e

compreensível; e comunicar efetivamente a análise para realizar ação (KEIM et al.,

2008). O PAV pode ser visto, portanto, como uma abordagem integrada para tomada

de decisões, combinando visualização, fatores humanos e análise de dados (Figura 4).

Figura 4 – Etapas do Processo Analítico Visual Fonte: Keim et al. (2008)

Os processos que levam o título de Analíticos Visual podem ser

confundidos com a visualização da informação, entretanto o PAV é mais do que isso.

Na verdade, ele integra visualização científica e da informação com gerenciamento e

analise de dados e percepção e cognição humana (KEIM et al., 2008). Na visualização

científica as entidades a serem visualizadas são tipicamente geometrias

tridimensionais e podem ser compreendidas como campos escalares, vetoriais e

tensoriais como referencias explícitas de tempo e espaço. Já a visualização da

informação envolve o desenvolvimento métodos para a visualização de dados

abstratos os quais não possuem referencias espaciais explicitas (KEIM et al., 2008).

O papel da visualização no processo de descoberta de conhecimento pode

ser definido pelo mantra “overview first, filter and zoom. Details on demand”, ou seja,

Análise de dados

Visualização

Interação (fatores

humanos)

Recuperação de informação Recuperação de dados Mineração de dados

Visualização da informação Visualização científica Computação gráfica

Interação homem-computador Psicologia cognitiva

Percepção

Page 36: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

34

primeiramente a informação é vista, depois filtrada e então detalhada sobre demanda.

Tendo como foco o PAV, Keim estendeu esse mantra para: “analyse first, show the

important, zoom, filter and analyze further. Details on demand”. Nesse caso são

realizadas duas etapas de análise, uma inicial e outra após filtrar a informação

desejada.

O PAV, portanto, é uma disciplina altamente aplicável dirigido por

requerimentos práticos em domínios importantes. Seu potencial de aplicabilidade pode

ser visto em diversas áreas tais como (KEIM et al., 2008):

Engenharia: pode contribuir para acelerar o tempo de desenvolvimentos de

produtos, materiais, ferramentas e métodos de produção por meio de um acesso

mais inteligente e efetivo dos resultados obtidos no desenvolvimento de um

protótipo, testes de séries experimentais, resposta dos clientes, dentre outros;

Análises financeiras: a visualização e a analise integrada de tipos de dados

heterogêneos é um desafio nessa aera. E as pesquisas baseadas em PAV

parecem ser promissoras;

Área socioeconômica: a análise e visualização de inter-relacionamentos entre

decisões políticas e efeitos econômicos, culturais e demográficos, podem

desenvolver uma melhor compreensão desse fenômeno e alcançar melhores

decisões;

Segurança pública: uma vez que analistas precisam monitorar constantemente

grandes quantidades de informação heterogênea, e correlacioná-las em diversos

graus de abstração, torna-se promissora a combinação da integração dos dados

com análises apropriadas e visualizações interativas quanto ao desenvolvimento

de ferramentas mais eficientes;

Mudança ambiental e climática: a necessidade de examinar longos registros de

clima pede o desenvolvimento de sistemas que permitam acesso gráfico e visual

aos dados de monitoramento histórico e predições a partir de vários modelos, a

fim de validar padrões construídos ao longo do tempo.

Esses campos de aplicação compartilham problemas similares, e a maioria

deles é tratada com o PAV. A solução deve ser sempre adaptada para as

necessidades específicas da área de aplicação. Consequentemente, as pesquisas

sempre focam em um segmento específico.

Page 37: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

35

3.4.1 Técnicas de representação (visualizações)

As técnicas de visualização são, em geral, interativas e a escolha do tipo

de técnica depende dos tipos de dados apresentados e das tarefas a serem realizadas

(Freitas). Além dos gráficos usualmente utilizados para representação de dados

(gráficos de pontos, linhas, barras, setores ou histogramas), empregam-se

representações gráficas de maior ou menor complexidade denominadas, por

convenção, de “visualizações” (FREITAS, 2007). Para gerar tais visualizações, é

necessário primeiro definir um paradigma (geográfico ou não) e a forma de

representação dos valores dos atributos dos dados. Tanto a escolha das primitivas

geométricas como a sua organização na representação visual irão influenciar a

velocidade e o nível de compreensão do usuário (FREITAS, 2007). As visualizações

podem ser categorizadas em visualizações para informações lineares, para

informações hierárquicas, para grafos e para informações n-dimensionais (FREITAS,

2007).

Informações lineares referem-se a dados unidimensionais, ou seja,

tabelas, textos ou linhas. Utilizam, em geral, metáforas de exibição sequencial das

informações juntamente com algum recurso de destaque ou foco para atrair a atenção

do usuário para um dado em particular. Exemplos de técnicas utilizadas: Table Lens

da SAP1 Perspective Wall e Seesoft

As informações do tipo hierárquicas são aquelas que podem ser

organizadas na forma de árvores, como, por exemplo, as pastas e subpastas do

computador. As árvores são representadas por nodos e conexões e podem ser

organizadas de três formas: como uma organização endentada (Figura 5a), como

diagrama de nodos e arestas (Figura 5b), ou como nodos agrupados (Figura 5c).

Figura 5 - Representação de árvores Fonte: Freitas, 2007

1 A SAP (http://www.sap.com/index.epx) adquiriu a Insigh software Inc, desenvolvedora de técnicas de visualização como Table lens.

A

B

C B

A

C

A

B C

a) b) c)

Page 38: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

36

Os layouts propostos para grafos devem seguir uma série de critérios

como número de cruzamentos (que deve ser o mínimo possível), relação de espaço

com a área do desenho, soma do comprimento total das arestas, tamanho máximo

das arestas e variância dessa medida, ângulo entre as arestas (que deve ser o

máximo), simetria do grafo etc. (FREITAS, 2007). Os estilos dos layouts de grafo,

segundo Freitas (2007), podem variar entre arestas poligonais, segmentos de reta,

ortogonal, em grade, arestas em arco e direcionado (Figura 6).

Figura 6 - Layouts de grafos

Fonte: adaptado de Freitas, 2007

Enfim, os dados n-dimensionais são aqueles organizados em grandes

tabelas cujos atributos podem ser de qualquer natureza. Sendo assim, podem conter

informações espaciais e/ou temporais. Existem diversas técnicas que podem ser

aplicadas a esse tipo de dados, classificadas por Keim (1996 apud Freitas 2007) em

projeção geométrica, iconográfica e orientada a pixel (FREITAS, 2007).

As técnicas de projeção geométrica, como o próprio nome diz, incluem as

técnicas de visualização que utilizam de algum tipo de projeção geométrica para

mapear os dados em uma representação visual. Nesta classe, além dos gráficos

convencionais de linhas e barras, Hoffman et al. (1997) cita a matriz de scatter plots,

survey plots, coordenadas paralelas (e variações) e coordenadas radiais (Radviz).

A técnica de coordenadas paralelas consegue representar múltiplas

dimensões sem utilizar eixos cartesianos ortogonais. Os atributos dos dados

(dimensão) são representados por eixos verticais, enquanto que cada elemento (ou

registro) é representado por uma linha transversal. Cada linha transversal é construída

Poligonal

Ortogonal Em grade

Em arco Direcionado

Segmento de reta

Page 39: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

37

a partir da união dos valores de cada atributo de um elemento, os quais são

posicionados nos respectivos eixos ortogonais (Figura 7). A legibilidade depende do

número de elementos dos dados e da ordenação dos eixos, portanto técnicas

interativas são indispensáveis.

Figura 7 - Coordenadas paralelas Nesse exemplo os atributos (colunas) referem-se à propriedades de veículos automotivos, e

cada uma das linhas transversais (registros) referem-se a um tipo de carro estudado (FREITAS, 2007)

Uma técnica semelhante ao de Coordenadas Paralelas é o Radviz

(HOFFMAN et al. 1997), no qual as propriedades da tabela são apresentadas por

linhas dispostas radialmente a partir do centro do círculo até pontos localizados em

seu perímetro (Figura 8). Esses pontos são denominados âncoras dimensionais (DAs -

dimensional anchors), sendo distribuídos de forma igualmente espaçada.

Page 40: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

38

Figura 8 - RadViz Fonte: Hoffman et al. 1997

Um elemento, ou registro, será disposto dentro do circulo na posição em

que as forças geradas pelos atributos (Das) sobre esse elemento permaneçam

equilibradas. Ou seja, os pontos se posicionam nos pontos em que a força exercida

pelos valores normalizados dos atributos seja próxima ou igual a zero. Dessa forma,

quando os atributos que estão dispostos de forma oposta no circulo possuem valores

similares para um determinado elemento, este permanecerá próximo ao centro do

circulo.

Outra técnica que trabalha também com disposição radial dos eixos é a

star coordinates (Figura 9). Os eixos dimensionais (propriedades) são dispostos

similarmente ao Radviz, a diferença está na forma em que os registros são

posicionados. A posição de cada um dos registros é determinada pela soma dos

deslocamentos ocorridos na direção do eixo correspondente. Os eixos podem ser

manipulados livremente a partir de rotações ou escala, a fim de analisar padrões de

agrupamento.

Page 41: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

39

Figura 9 - Star Coordinate

(Fonte: KANDOGAN, 2001)

As técnicas orientadas a pixels utilizam os atributos de cada registro de

forma a mapeá-los em pixels na tela do computador, utilizando a variável cor para

representar o valor (Figura 10). Cada atributo é representado numa janela individual,

ou seja, para um conjunto que possui dez atributos terá a tela dividida em dez janelas

nas quais serão mapeados os valores de cada registro correspondente ao atributo

(FREITAS, 2007).

Figura 10 - Técnica orientada a pixel com distribuição dependente de consulta No caso a) os valores dos dados foram distribuídos em forma de espiral, no qual o valor da

consulta é o centro e os valores próximos são distribuídos em espiral a partir do centro; e em b) os valores dos dados foram distribuídos em forma de eixos, indicando distancias positivas e

negativas.

A forma como os pixels serão distribuídos nas janelas podem ser

independente ou dependente de consultas. Nas formas independentes de consultas os

valores são mapeados diretamente para os pixels e exibidos nas janelas por meio de

técnicas tais como curvas de preenchimento de espaço ou padrões recursivos. Já nas

formas dependentes de consultas o mapeamento é feito com base na distância dos

valores dos atributos em relação ao valor da consulta (FREITAS, 2007).

a) b)

Page 42: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

40

3.3.2 Processo analítico geovisual (PAGeo)

Estima-se que 80% de dados os dados digitais incluem referências

geoespaciais (coordenadas geográficas, código postal, endereço etc) (MACEACHREN

e KRAAK, 2001). Tais referências permitem conectar diversas formas de dados

necessários para o gerenciamento de problemas tais como estimar a vulnerabilidade

regional e de sua população a partir de mudanças ambientais globais, medir e

sustentar a biodiversidade, predizer e enfrentar mudanças nos padrões de incidência

de doenças no âmbito regional e global, e gerenciar o aumento da circulação de

tráfego de cidades de forma mais eficiente (MACEACHREN e KRAAK, 2001). A

geovisualização tem o potencial de prover janelas dentro da complexidade de

fenômenos e processos envolvidos, por meio de construção de cena, ambientes

virtuais, etc.

A importância do uso de dados geoespaciais reside no fato de que

distâncias e direções entre entidades e localidades possuem um verdadeiro significado

apenas no espaço geográfico. Alem disso, muitos objetos no banco de dados

geoespacial possui nomes geográficos (tanto para construções humanas quanto para

entidades naturais) úteis e significantes nas operações de acesso e análise do banco

de dados (MACEACHREN e KRAAK, 2001).

O Processo Analítico Geovisual (PAGeo) é um campo interdisciplinar

emergente que integra o PAV e a ciência da informação geográfica (TOMASZEWSKY

et al., 2007). As ferramentas do PAGeo auxiliam na identificação da informação

espacial relevante por meio de processos analíticos que reúnem habilidades inatas do

ser humano relacionadas à visão e cognição e Interfaces visuais computacionais, as

quais são especificamente projetadas para dar suporte ao raciocínio analítico

(TOMASZEWSKY et al., 2007).

A investigação com uso de PAGeo requer ferramentas que sejam

altamente interativas e auxiliem na exploração, que considerem modelos mentais e a

experiência prévia do usuário final, e que permitam acessar as evidências e avaliar

facilmente as hipóteses. O objetivo principal do PAGeo é a disseminação de

resultados para tomada de decisão, sendo que para tanto é necessária uma

comunicação sucinta da interpretação dos dados realizada por um analista ou um

grupo de analistas (TOMASZEWSKY et al., 2007).

Recentemente, ferramentas de PAGeo têm se tornado extremamente

populares, as quais são dinâmicas e altamente interativas para auxiliar o raciocínio

analítico espaço-temporal e a tomada de decisão (FABRIKANT et al., 2008). O

Page 43: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

41

crescimento da popularidade de tais ferramentas de PAV e também do uso de mapas

animados refletem o fato de que o ser humano possui uma grande capacidade de

compreensão gráfica e que, portanto, compreendem melhor os processos espaciais

dinâmicos multidimensionais e os fenômenos que são mostrados de forma dinâmica e

multivariada (FABRIKANT et al., 2008).

3.5 Múltiplas visualizações coordenadas

Nas técnicas de MVC, para utilização de um conjunto de dados para

exploração e analise é necessário primeiro preparar esses dados. Esse processo inclui

simplificação de grandes conjuntos de dados a partir de recursos de agregação ou

mineração, remoção de valores errados, junção de conjuntos diferentes de dados etc.

Tendo os dados preparados, é preciso decidir como estes irão ser representados e

como se comportarão quando sofrerem mudanças nas visualizações. Nesse sentido,

têm-se um modelo de três partes: substituir, replicar, sobrepor (replace, replicate,

overlay). Substituir implica em trocar uma visualização por outra mais atualizada,

quando utilizada geralmente perde-se o registro das operações passadas, portanto é

necessária uma assistência a mais para gerenciar esses registros. Replicar ocorre

quando uma nova informação é mostrada em uma nova janela. Sobrepor consiste em

mostrar tanto a visualização anterior como a atualizada, mas nesse caso deve-se

cuidar para que a informação seja compreensível (ROBERTS, 2007).

Teoricamente qualquer operação pode ser coordenada entre as múltiplas

visualizações. O usuário pode interagir com o sistema para mudar o processamento

dos dados, filtrar informações, selecionar uma parte dos dados que deseja ver,

modificar as formas de representação, deslocar as janelas na tela, etc. Para realizar

tais operações existem dois estilos de manipulação: direta e indireta (ROBERTS,

2007). A manipulação indireta implica em recursos de busca dinâmica (dinamic

queries) por meio de sliders (Figura 12), botões e menus a fim de filtrar os dados

utilizados nas visualizações. Em particular, os sliders são uma boa forma de interagir e

determinar o intervalo dos dados a serem representados, pois provê uma

representação visual desse valor (ROBERTS, 2007). As consultas dinâmicas facilitam

a descoberta de regiões do espaço de pesquisa em que há aglomerações,

agrupamentos, lacunas ou outiliers. A desvantagem está na impossibilidade de criar

consultas mais elaboradas (FREITAS, 2007)

Page 44: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

42

Figura 11 - Técnica de filtragem por meio de sliders Fonte: Freitas, 2007

Já a manipulação direta permite que o usuário filtre, selecione, ou faça

outros tipos de interação com a própria visualização. Dentre as técnicas utilizadas para

manipulação direta de dados estão as técnicas de brushing, zooming, prumming e

expansão, dentre outros. O brushing implica em selecionar e destacar elementos no

próprio display (Roberts). O zooming é uma das técnicas mais aplicadas e

amplamente conhecidas que fornece visualização dos dados em diferentes

resoluções, o que implica em apresentar maior (visão detalhada) ou menor (visão

geral) quantidade de detalhes. Prunning e expansão são utilizadas, principalmente, em

visualizações de dados hierárquicos: implicam em podar (prunning) a informação

irrelevante e expandir a informação de interesse, sem que se perca o contexto geral

(FREITAS, 2007).

Enquanto o usuário explora os dados ele pode gerar resultados e

compará-los nessas múltiplas visualizações (ROBERTS, 2007). Entretanto, para que

as visualizações sejam de fácil utilização e compreensão por parte dos usuários, é

necessário levar em conta oito princípios, conforme detalha Baldonado et al. (2000

apud ROBERTS 2007): diversidade (a MVC deve ser utilizada quando há diversos

conjuntos de atributos, abstrações ou gêneros); complementaridade (a MVC é utilizada

quando há correlações ou disparidades); decomposição (dividir visualizações

complexas em mostras menores e melhor gerenciáveis);

Page 45: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

43

4 MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia utilizada para realizar esta pesquisa está dividida em três

etapas principais (Figura 13): 1)Projeto da pesquisa; 2)Teste; e 3)Resultado e

Discussão.

A etapa de Projeto da pesquisa implica na fase de organização da

pesquisa e do ambiente de teste, incluindo o levantamento de demanda do usuário e a

elaboração do modelo contextual. Faz parte ainda do projeto de pesquisa, a

organização do teste e implementação da interface.

A etapa de Teste consiste na seleção dos participantes e a aplicação dos

testes. Já a última etapa, Resultados e Discussões, implica na fase de organização,

análise, apresentação e discussão dos resultados.

Para fins de organização, neste capítulo serão apresentadas as duas

primeiras etapas da abordagem metodológica. Primeiramente é apresentado o estudo

de caso (seção 4.1), o qual descreve a demanda do usuário e a elaboração do modelo

contextual. Em seguida, é descrita a implementação da interface de teste (seção 4.2),

na qual serão apresentados os recursos de interatividade e animação utilizados, bem

como a confecção dos mapas e dos gráficos. Por fim, na seção 4.3, está descrita a

seleção dos participantes do teste, e a aplicação e condução do teste ao grupo de

participantes selecionados.

Os itens referentes à terceira etapa da metodologia apresentada serão

descritos apenas no capítulo 5.

Page 46: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

44

Figura 12 - Etapas da metodologia

Page 47: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

45

4.1 Estudo de caso

Sabe-se que, dentre os fatores meteorológicos relacionados ao

desenvolvimento agrícola, a precipitação pluviométrica é a que mais afeta o

desenvolvimento parasitário na lavoura, por isso, ser capaz de compreender padrões

pluviométricos é essencial para prevenção de parasitas (ASSAD, 2001). Esse tema é

de grande relevância para os profissionais e pesquisadores do Estado do Mato

Grosso.

Boa parte dos pesquisadores e profissionais que trabalham ou pesquisam

sobre previsão meteorológica agrícola dependem de análise pluviométrica (que no

geral é feita por meio de dados tabulares ou arquivos em formato DAT). Entretanto, a

pluviometria é um fenômeno altamente dinâmico, o que dificulta sua análise,

despendendo muito tempo para a análise de padrões temporais e espaciais.

Sendo assim, adotou-se como estudo de caso a representação de dados

pluviométricos, focando-se nos profissionais envolvidos em pesquisa ou projetos na

área de agrometeorologia.

4.1.1 Demanda do usuário e modelo contextual

Foram, portanto, definidas duas tarefas necessárias para a interpretação

dos dados de chuva:

a) Tarefa de identificação: o participante precisa identificar, de forma eficiente, a

existência ou não de padrões, bem como as anomalias ocorridas em determinada

região de interesse, espacial e temporalmente;

b) Tarefa de comparação: o participante deve realizar a comparação espaço-

temporal dos dados representados, em busca de associações (ou a falta delas)

entre diferentes regiões ou diferentes épocas.

Essas tarefas permitem que o participante seja capaz de realizar análises

dos dados e obter uma nova informação sobre o fenômeno estudado. Ou seja, ele

será capaz de identificar o comportamento da chuva para o período visualizado.

Além disso, a forma como o participante interage com os dados e as

ferramentas disponíveis para realizar essa interação são fatores que influenciam nas

formas de investigação do fenômeno geográfico em estudo. Considerando um

ambiente interativo de múltiplas visões coordenadas, a obtenção da informação

dependerá diretamente de como o usuário utilizará os recursos disponíveis.

Page 48: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

46

Sendo assim, é considerada como variável independente o comportamento

do participante durante a utilização da interface de teste, e como variável dependente

a informação adquirida a partir da análise dos dados representados na interface.

As características individuais do sujeito e sua familiaridade com os dados e

a utilização de mapas e gráficos, também podem influenciar na interpretação dos

dados e serão consideradas variáveis moderadoras. Um modelo contextual (Quadro

6) serve para organizar conceitualmente as variáveis independentes, dependentes, e

auxiliar na modelagem dos processos necessários para avaliar sua influência sobre os

resultados obtidos.

Quadro 6- modelo contextual para avaliação do uso de mapas animados temporais na visualização de dados pluviométrico

Características do participante

Características comportamentais (variáveis independentes):

Utilização de elementos da interface

Preferência subjetiva

Características pessoais (variáveis moderadoras):

Idade, Formação

Familiaridade com: uso de aplicativos, mapas, gráficos, análise de padrões, leitura de dados de precipitação pluviométrica

Aquisição

Informação adquirida (variáveis dependentes)

Reprodução ativa de exploração dos dados (log)

Reprodução verbal escrita

Método

Objetos no espaço

Representações espaciais artificiais (mapas, gráficos)

Ambiente computacional com coordenação de múltiplas visões

Elementos de animação e interatividade

Atividades

Familiaridade com a interface

Exploração livre do espaço

Identificação e comparação espaço-temporal

A partir do modelo contextual, foi possível formular todos os elementos

constituintes da pesquisa, desde os questionários e o projeto da interface, até a

elaboração da abordagem do teste.

4.1.2 Dados de precipitação pluviométrica

Foram utilizados dados de chuva fora do contexto espacial ao qual os

pesquisadores estão acostumados, tentando assim evitar análises tendenciosas,

ocasionadas pela familiaridade comportamental dos dados. Portanto, foram escolhidos

os dados pluviométricos das estações meteorológicas utilizados por Flores (2001), os

quais consistem de 147 postos pluviométricos que compõem a rede do DAEE do

Oeste Paulista (Figura 14), com séries temporais de 11 a 40 anos.

Page 49: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

47

NN

EE

W

S

53 00 ' W

53 00 ' W 50 00 ' W

50 00 ' W

23 00 ' S23 00 ' S

21 00 ' S21 00 ' S

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C7-001

C7-003

C7-004

C7-0 06

C7-0 08

C7-009

C7 -010

C7-011

C7-012

C7 -016

C7-023

C7-0 24

C7-0 28C7-033C7-0 34

C7 -036

C7-037

C7-043

C7-0 45

C7-046

C7-0 49

C7-0 51

C7-054

C7-062

C7-064

C7-066C7 -067

C7-0 72

C7-073

C7-074

C7-075 C7 -076

C7-0 77

C7-078

C7-079 C7 -080

C7-0 81

C7-0 82

C7-083

C7 -084

C7-0 85

C7-086

C7 -087

C8-001

C8-002

C8-004

C8-008

C8-009

C8 -010

C8-0 11 C8-014

C8-018

C8-0 19

C8-022

C8-026

C8-0 30

C8-035

C8-042

C8-043

C8-045

C8 -046

C8-047

C8-049

C8-050

C8-051

C8-052

C8-053

C8-054

C8-055

C8-056

C8 -057

C8-058

C8 -059

C8-0 60

C9-006

C9-007

D6-106

D6-1 07

D7-001

D7-003

D7-007

D7-012

D7-020

D7-031

D7-032

D7 -033

D7-0 36

D7-041 D7-0 43

D7-046D7-053

D7-054

D7-055

D7-056

D7-057

D7 -061

D7-062

D7 -064

D7-065D7-066

D7-067

D7-068

D7 -069

D7-071

D7-0 73

D7-074

D7 -075

D7-0 76

D7-0 77

D7-078

D8-0 03

D8-004

D8-006

D8-008

D8-013

D8-016

D8 -025

D8-028

D8-035

D8-0 38

D8-040

D8-041

D8-0 47

D8-048

D8-0 50

D8-052

D8-053D8-054

D8-055

D8-056D8-057

D9-001D9-002

D9-003D9-0 04

D9-005

D9-006

D9-0 14D9-015D9-016

D9 -018

D9-019

D9 -020

D9-021

D9-022D9-023

D9 -024D9 -025

# Postos Pluviométricos do DAEE

90 0 90 180 KmESCALA GRÁFICA

Figura 13 - Localização dos Postos Pluviométricos da DAEE no Oeste

Paulista

Fonte: FLORES, 2001

A região de abrangência dos dados compreende o Oeste Paulista

delimitado pelas coordenadas (21°S, 53°W) e (23°S, 50°W), a qual contempla cinco

regiões administrativas do Estado de São Paulo, quais sejam: região de Presidente

Prudente (53 municípios); região de Marília (25 municípios); região de Araçatuba (26

municípios); região de Bauru (2 municípios); e São José do Rio Preto (somente o

município de Planalto).

Determinaram-se três conjuntos de dados para essas estações: dados de

1983, 1984 e 1985. Estes conjuntos representam um ano chuvoso (1983), um ano

padrão (1984) e um ano seco (1985).

Os dados foram adquiridos no formato de texto como arquivo de extensão

dat, com a seguinte estrutura (Figura 15). Esse arquivo carrega informações das

estações na seguinte ordem: coordenada E, N (sist. coordenadas projetadas UTM em

metros, fuso 22S) e média de precipitação pluviométrica para os meses do ano a que

se refere o arquivo (janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, julho, agosto,

setembro, outubro, novembro, dezembro), bem como a média de precipitação

pluviométrica para as estações do ano (verão, outono, inverno e primavera). São,

portanto, 2 valores de coordenadas e 16 atributos quantitativos para cada uma das

147 estações selecionadas, para cada um dos 3 anos definidos. O arquivo foi

importado para o ArcMap, gerando um shapefile de pontos denominada DAEE.shp.

Page 50: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

48

Figura 14 - Estrutura do arquivo de dados

4.2 Elaboração da interface

A interface foi criada utilizando o conceito de janelas pai e filhas, de forma

que se pudessem rearranjar as representações livremente, caso o participante

julgasse necessário. Para criar a interface, tomou-se inicialmente por base o trabalho

desenvolvido por Kraak (2007), no qual este sugere um método integrado para

visualização espaço-temporal de conjuntos de dados multivariados, criando três

formatos de visões coordenadas (Figura 16).

Figura 15- Esquematização das representações utilizadas por M. J. Kraak em 2007. Fonte: Kraak (2007)

Page 51: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

49

Kraak (2007) utilizou em seu trabalho três visões coordenadas: o mapa

interativo e animado (para responder à questão "onde?"), o gráfico de coordenadas

paralelas (que responde à questão "o quê?") e a matriz de espaço ordenado

temporalmente (para responder à questão "quando?").

Com base nesse estudo, foram definidas três formas de representação dos

dados: um mapa e dois gráficos (coordenadas paralelas e pixels). Os gráficos

utilizados não são de uso comum entre os participantes, mas foram escolhidos pelo

seu potencial quanto à representação espaço-temporal do fenômeno estudado.

Levando em conta as sugestões obtidas nas entrevistas, adicionou-se o arquivo shape

contendo a divisão municipal do Estado de São Paulo. Outra informação que foi

adicionada ao Layout da interface foi o mapa de normais climatológicas, que serviu de

base de comparação para avaliação comportamental da chuva mensal e anual para o

período apresentado. A Figura 17 apresenta a esquematização desta mesma interface

com a descrição das janelas.

Figura 16 - Esquematização dos elementos da interface

Para projetar os demais recursos da interface, foi realizado primeiramente

um levantamento por meio de entrevistas informais com um grupo formado por quatro

professores e pesquisadores da área de agrometeorologia a cerca de quais

informações que devem existir na interface para realizar alguma análise dos dados de

chuva. Apesar de ter sido sugerida a inclusão de outras variáveis, tais como

temperatura, radiação solar, relevo, dentre outras, essa possibilidade foi

desconsiderada, visto que as áreas de atuação destes profissionais dentro da

agrometeorologia são bem distintas, e para cada tipo de pesquisa se utilizam variáveis

Cabeçalho da janela e comandos padrão (minimizar, maximizar e fechar)

Barra de Comandos

Janela de mapa

Lege

nd

a d

inâm

ica

Mapa animado interativo e ferramentas de seleção de

estações

Caixa de seleção de mês e ano

Comando de escolha do numero

de classes

Janela de gráfico de coordenadas paralelas

(Meses X Estações)

Janela de gráfico de representação por pixel

(Estações X Meses)

Janela de mapa de normais climatológicas para fins de comparação

Botões de seleção de shapefiles

Confirmação de seleção da estação

e informações

Page 52: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

50

específicas, o que tornaria a interface muito especializada de acordo com o

entrevistado. Portanto optou-se por se manter apenas a variável chuva, já que é uma

variável de uso comum entre os pesquisadores selecionados, além de ser de

interpretação mais complexa, devido ao seu alto dinamismo temporal.

4.2.1 Confecção dos mapas

Para a construção dos mapas isométricos optou-se pela interpolação por

krigagem ordinária, pois, de acordo com Carvalho e Assad (2005), quando comparado

com inverso do quadrado da distância e curvatura mínima, esse interpolador

apresenta maior homogeneidade na distribuição pelo fato de ser não-viciado e com

variância mínima. Ou seja, a krigagem ordinária é um interpolador estatísticamente

ótimo para representação de dados pluviométricos (CARVALHO e ASSAD, 2005)

Os mapas isométricos de precipitação pluviométrica mensal foram gerados

utilizando a ferramentas Kriging do componente ArcToolBox no aplicativo ArcMap

(Spatial Analyst Tools > Interpolation).

O modelo influencia a predição dos valores desconhecidos, principalmente

quando a forma da curva próxima à origem diferencia significantemente: quando mais

abrupta for a curva próxima a origem, maior será a influência dos vizinhos próximos na

predição, como resultante, a superfície de saída será menos suave (ESRI, 2009). A

escolha do modelo depende do tipo de fenômeno que será interpolado (Quadro 7). Um

modelo com ajuste adequado é aquele que apresenta uma variância para os erros

padronizados próxima a 1 (um) na validação cruzada, sendo que valores acima de 1

significam que a variabilidade das predições estão sendo subestimadas, e estarão

sendo superestimadas quando o valor for menor que 1. (ORTIZ et. al, 2009 ; ESRI,

2009). Os mapas hipsométricos gerados encontram-se no Apêndice A.

Quadro 7 - modelos de interpolação utilizada para cada mês 1983 modelo 1984 modelo 1985 modelo

Jan Hole Effect Jan Hole Effect Jan J-Bessel

Fev Exponencial Fev Hole Effect Fev Hole Effect

Mar Racional quadrático Mar Exponencial Mar Circular

Abr Estável Abr Hole Effect Abr K-Bessel

Mai Hole Effect Mai Esférico Mai Racional quadrático

Jun Exponencial Jun Hole Effect Jun Estável

Jul Exponencial Jul Circular Jul Hole Effect

Ago Hole Effect Ago Exponencial Ago Hole Effect

Set Hole Effect Set Racional Quadrático Set Hole Effect

Out Hole Effect Out Exponencial Out Pentaesférico

Nov J-Bessel Nov Circular Nov Hole Effect

Dez J-Bessel Dez Estável Dez J-Bessel

Page 53: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

51

Para auxiliar a compreensão da distribuição espacial dos postos da DAEE,

adquiriu-se um arquivo em formato shape da divisão política municipal do Estado de

São Paulo, pelo banco de dados2 do site do IBGE.

4.2.2 Confecção dos gráficos

Os gráficos de coordenadas paralelas e de pixels são gerados via

programação, tomando-se por base as informações existentes na tabela de atributos

do arquivo shape das estações do DAEE (Figura 18)

Figura 17 - Tabela de atributos da shape DAEE

O gráfico de coordenadas paralelas apresenta os dados dispostos em

linhas horizontais conforme apresentado na Figura 19, sendo que o eixo X apresenta

os meses, e o eixo Y os valores de precipitação. Para facilitar a leitura, este gráfico

será referido pelo nome de "Gráfico de linhas".

Figura 18 - Gráfico de coordenadas paralelas ("Gráfico de linhas")

2 Disponibilizado em http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/default_prod.shtm#GEOG

Page 54: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

52

Cada linha corresponde a uma estação meteorológica, e a quantificação

de chuva coletada por essa estação é apresentada ao longo do gráfico. As cores

correspondem à classificação dos dados de chuva, portanto a variação de cores

indicam variação de classes temáticas.

Já o gráfico de pixels apresenta os dados adotando um formato matricial,

onde as colunas representam as estações DAEE e as linhas representamos meses

(Figura 20).

Figura 19 - Gráfico de pixels

Neste tipo de gráfico, o comportamento da chuva registrado por

determinada estação ao longo do tempo, pode ser visualizado quando se analisa

coluna por coluna. Além disso, as colunas dos gráficos são criadas considerando a

posição espacial das estações, de forma que as colunas no sentido esquerda-direita

representam as estações no sentido Oeste-Leste. Por exemplo: as regiões mais a

Oeste no mapa correspondem à parte mais a esquerda no gráfico. Cada linha neste

gráfico descreve a distribuição de chuva mensal entre as estações.

4.2.3 Projeto da interface de Teste

O Quadro 8 apresenta os elementos incluídos na interface em sua primeira

implementação (idealização do protótipo), em sua segunda implementação (após

refinamento da interface com apoio dos orientadores, antes da análise do grupo), em

sua terceira implementação (após discussão e feedback do grupo), e as sugestões

descartadas. Os elementos destacados em cinza claro representam os elementos que

constituem a interface final, apresentada na Figura 21.

Page 55: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

53

Quadro 8- Implementação do protótipo a partir de sugestões, em 3 fases distintas(idealização, refinamento, e feedback do grupo) bem como as sugestões descartadas (D)

Sugestões 1ª 2ª 3ª D

Dados

Valores diários de chuva

Valores mensais de chuva

Valores anuais de chuva

Outros dados (temperatura, radiação solar, relevo, etc)

Utilização de dados de janeiro à dezembro de 1983

Inclusão dos dados de 1984 e 1985

Arquivos shapefiles

Postos DAEE

Representação isométrica

Municípios

Esquema de cores e legenda temática

Legenda animada

Legenda interativa

Esquema de cores com 5 classes por quantis (0%, 35%, 65%, 80%, 100%)

Esquema de cores com 17 classes, com base nas normais climatológicas

Esquema de cores com 5 classes por quartis (0%, 25%, 50%, 75%, 100%)

Elementos da interface e ferramentas de interatividade

Janela de mapa temático

Janela de gráfico de coordenadas paralelas

Janela de gráfico de pixels

Janela de mapa de normais climatológicas

Controle de animação

Rearranjo do layout

Alternância entre dois layouts específicos

Bloco de anotações das observações

Seleção por ponto único

Seleção de vários pontos por sliders

Seleção de vários pontos por classe hipsométrica

Seleção de vários pontos por município

Seleção do mês e ano por botões

Seleção do mês e ano por lista

Seleção do mês em comando separado por caixa de opção

Seleção do ano em comando separado por caixa de opção

Barra de rolagem do gráfico de coordenadas paralelas

Barra de rolagem do gráfico de pixels

Botões para seleção do mês e ano no gráfico de pixels

Vínculo da seleção dos pontos no mapa com representação no gráfico de coordenadas paralelas

Vínculo da seleção dos pontos no mapa com representação no gráfico de pixels

Vínculo da seleção de mês e ano no mapa com representação no gráfico de coordenadas paralelas e de pixels

Zoom

Escala temporal no gráfico de coordenadas paralelas

Vínculo da escala temporal com o gráfico de pixels

Background

Geração do arquivo texto para log

Geração do arquivo texto das observações

Page 56: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

54

Figura 20- Interface de teste cotendo as janelas do mapa mensal (), gráfico de

coordenadas paralelas (), gráfico de pixels () e mapa de normais climatológicas

()

A janela do mapa mensal (Figura 22) contém a legenda animada à

esquerda, cujo ponteiro aponta para a posição correspondente à média de chuva do

mês mapeado. No meio da janela encontra-se a tela de mapa, na qual são

apresentados os mapas mensais, de forma animada ou não.

Figura 21 - Janela de mapa mensal

Em torno da tela de mapa existem quatro ponteiros (2 verticais e 2

horizontais) que servem de sliders e permitem selecionar as estações de interesse,

Page 57: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

55

limitando uma região nos sentidos norte, sul, leste e oeste, conforme mostrado na

Figura 23.

Figura 22 - Seleção por sliders (seta indica a seleção)

Do lado direito estão as caixas de seleção de mês e ano, os botões de

opção de shapefiles visíveis, os botões de seleção das estações, a caixa de

informações para estações selecionadas e a opção de escolha do tipo de classificação

cartográfica aplicada ao mapa.

Os botões de seleção permitem que as estações sejam selecionadas de

duas formas: 1) de um único ponto a partir da seleção direta sobre o mesmo (Figura

24); 2) de vários pontos existentes dentro de um mesmo município, a partir do clique

do mouse sobre o município de interesse (Figura 25)

Figura 23 - Seleção por ponto (seta indica a seleção)

Page 58: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

56

Figura 24 - Seleção por município (seta indica a seleção)

Ao selecionar essas feições no mapa, as mesmas aparecem destacadas

em ambos gráficos, permitindo uma melhor associação entre as representações.

Desta forma, a seleção de uma ou mais feições é representada nessas três visões,

além disso, as velocidades de animação entre elas são sincronizadas.

Em relação ao "tipo de classificação", foi utilizada a mesma classificação

utilizada nos mapas das normais climatológicas disponíveis no site do INMET3, que

divide os dados em 17 classes (Figura 26), conforme quantidade de chuva (em mm)

no período:

Classe 1 → [0-10];

Classe 2 → ]10-20];

Classe 3 → ]20-30];

Classe 4 → ]30-40];

Classe 5 → ]40-50];

Classe 6 → ]50-60];

Classe 7 → ]60-80];

Classe 8 → ]80-100];

Classe 9 → ]100-140];

Classe 10 → ]140-180];

Classe 11 → ]180-220];

Classe 12 → ]220-260];

Classe 13 → ]260-300];

Classe 14 → ]300-340];

Classe 15 → ]340-360];

Classe 16 → ]360-420];

Classe 17 → ]420 ou mais]

3 http://www.inmet.gov.br/portal/

Page 59: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

57

Figura 25 - Representações utilizando 17 classes

Entretanto foi incluída na interface a opção de alternar a visualização para

menos classes (Figura 27) a fim de verificar a preferência subjetiva dos entrevistados:

Classe 1 → [0-10];

Classe 2 → ]10-40];

Classe 3 → ]40-100];

Classe 4 → ]100-260];

Classe 5 → ]260-420];

Classe 6 → ]420 ou mais];

Figura 26 - Representações utilizando 5 classes

Page 60: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

58

A barra de comandos (Figura 28) contém os seguintes elementos:

alteração de layout, comandos de animação, manipulação da velocidade da animação,

comando para restaurar as janelas e o comando para abrir a janela que permite anotar

as observações, alem de um botão para finalizar a sessão de teste.

Figura 27 - Representações utilizando 5 classes

A opção de Layout permite o rearranjo das janelas entre duas

possibilidades pré-definidas. Além do o layout padrão, o qual contém as quatro janelas

(mapa mensal, gráfico de pixels, gráfico de coordenadas paralelas e mapa de normais

climatológicas), foi incluída a opção de alternar para o layout secundário (Figura 29),

no qual ficam aparentes apenas as janelas de mapa. A intenção é verificar a

preferência do usuário quanto ao uso ou não dos gráficos em conjunto com os mapas.

Figura 28 - Layout secundário

Quanto aos comandos de animação, é possibilitado ao entrevistado que

ele inicie (play), pause (pause) ou interrompa (stop) sempre que julgar necessário,

além disso, foi incluído um comendo que permite a manipulação da granulação da

animação, alterando o intervalo de contagem entre quadros, de forma que quanto

maior o valor da granulação, mais rápida se torna a mudança de quadros.

Todas as janelas são independentes, e podem ser arrastadas, alteradas

em tamanho ou até fechadas. O comando de Restaurar janela pode ser usado sempre

que o entrevistado quiser que o arranjo do layout volte ao original.

Page 61: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

59

A Figura 30 demonstra a coordenação dos comandos entre as visões.

Sendo que os símbolos indicam os elementos (ferramentas) onde uma ação pode

ser ativada com o clicar do mouse; e os símbolos indicam onde mais essa ação terá

efeito além da própria janela do comando, ou seja, quais elementos estão

coordenados com essa ação.

Comando - quando acionado Ações - elementos de interface que serão afetados pela ação

Botões de animação (barra de comandos) É animado Caixa de opções de meses e anos (janela de mapa) Mostra o mês/ano definido Barra de rolagem (gráfico de coord. paralelas) Mostra o mês/ano definido Barra de rolagem (gráfico de pixel) Mostra o mês/ano definido Caixa de opção da escala temporal (gráfico de coord. paralelas) Muda para a escala temporal definida Botões de seleção na janela de mapa (por ponto, município) e trackbars Destaca os elementos selecionados Botões de opção do esquema de cores (janela de mapa) Altera as cores conforme esquema

Figura 29 - Coordenação das visões (comando e ações relacionadas entre janelas)

Os comandos de animação ( ), por exemplo, afetam todas as janelas ( ),

portanto todos os elementos serão animados ou pausados de forma coordenada, de

acordo com o comando utilizado. O comando de seleção do mês/ano da janela de

mapas ( ), além de alterar a representação do próprio mapa pertencente à janela, irá

alterar também a representação das demais janelas ( ), as quais apresentarão o

mês/ano selecionado. O Quadro 9 mostra a organização da coordenação das visões.

Page 62: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

60

Quadro 9 - Relação de comando e ação coordenada entre as janelas da interface

Elemento da interface Descrição da ação Janelas coordenadas à ação

Mapa Principal

Mapa Normais

Grafico pixels

Grafico coord.

Barra de comando

Play Inicia animação

Pause Pausa animação

Stop Cancela animação

Aumento da velocidade de animação

Aumenta a quantidade de quadros/s

Diminuição da velocidade de animação

Diminui a quantidade de quadros/s

Janela de mapa principal

Caixa de opção de mês Escolhe o mês que quer ver

Caixa de opção do ano Escolhe o ano que quer ver

Seleção por ponto Seleciona um ou mais pontos na view

Seleção por município Seleciona pontos contidos em um município

Seleção de todos os pontos Seleciona todos os pontos

Trackbar Seleciona pontos usando trackbar

Seleção de esquema de cores Muda o esquema de cores e nº de classes

Janela de gráfico de coordenadas paralelas

Barra de rolagem Muda a visão para determinado ano/mês

Escala temporal Muda a escala temporal do gráfico

Janela de gráfico de pixels

Barra de rolagem Muda a visão para determinado ano/mês

Janela principal da ação Janela coordenada a partir da ação da janela principal Não utiliza essa ação

4.3 Realização do teste

O teste foi feito em 3 etapas:

1ª etapa - Levantamento dos dados pessoais dos participantes;

2ª etapa - Teste. Essa etapa consistiu em 4 fases: explicação sobre a pesquisa e

o teste; explicação da interface de teste; solicitação de leitura e assinatura do

Termo de Consentimento e Livre Esclarecimento; utilização da interface de teste e

análise dos dados.;

3ª Etapa - Feedback sobre a interface e o método de representação dos dados.

4.3.1 Materiais de teste

Para o teste foram elaborados dois questionários (Apêndice B): o primeiro

com questões voltadas ao levantamento dos dados pessoais e profissionais dos

participantes; e o segundo contendo questões sobre a preferência subjetiva em

relação aos elementos da interface.

O questionário 1 foi preenchido a partir de uma entrevista feita com os

indivíduos selecionados, em uma etapa pré-teste, com a finalidade de investigar o

grau de afinidade do sujeito com o escopo da pesquisa. Os questionamentos foram

Page 63: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

61

feitos oralmente, podendo haver uma condução caso a pergunta não ficasse clara o

bastante para o entrevistado, a fim de garantir que a questão fosse respondida.

O questionário 2 foi preenchido de forma livre pelos participantes, sobre

sua preferência subjetiva e suas impressões quanto ao uso da animação, dos gráficos

e do método proposto frente ao método que está acostumado a utilizar.

A interface utilizada no teste foi desenvolvida na plataforma Microsoft

Visual Basic 2010 Express, e foi gerado um arquivo executável. Todos os participantes

utilizaram a interface instalada no mesmo computador: notebook Samsung, sistema

operacional Windows 7 Home Edition 64bits, processador Intel® Core™ i5 M480 @

2.67GHz, Res. tela: 1366X768, intensidade de cor: 32bits. Dessa forma pôde-se evitar

variação na intensidade das cores ou no tamanho da tela, o que poderia influenciar

tanto a utilização da interface quanto a interpretação dos dados.

4.3.2 Seleção dos participantes para o teste

Foi realizado um levantamento do quadro de pesquisadores com o perfil

descrito na subseção 4.1.1. Para tanto, foram utilizados como fonte de busca:

plataforma Lattes e grupos/linhas de pesquisa cadastradas no CNPQ

(agrometeorologia, estudos estratégicos e transferência de mudança do clima,

mudança do clima), além disso, entrou-se em contato com a Embrapa, SBAGRO

(Sociedade Brasileira de Agrometeorologia) e Agritempo em busca de mais

informações sobre os pesquisadores da área.

Dentro dessas especificações, foram apontados, inicialmente, 17

indivíduos residentes no estado do Mato Grosso para entrevista. Por motivos de

logística e facilidade de acesso, os indivíduos escolhidos foram limitados aos

pesquisadores professores na área de agrometeorologia, residentes e atuantes em

Sinop e os pesquisadores professores da sede da UFMT em Cuiabá.

Foi feito o contato com esses indivíduos, via e-mail e/ou telefone, para

confirmar as informações levantadas. Destes 17, apenas 13 foram reunidos para a

realização das entrevistas, os outro quatro foram desconsiderados por motivo de

aposentadoria recente ou por não residirem mais no estado do Mato Grosso. Dos 13

indivíduos, um participante se recusou a realizar o teste.

As características acadêmicas dos participantes envolvidos na pesquisa

(Quadro 10), bem como sua familiaridade com ferramentas de análise (Quadro 11),

foram obtidas a partir das deste questionário, realizado na etapa de pré-teste.

Page 64: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

62

Quadro 10 - Perfil acadêmico e formativo dos participantes

Perfil acadêmico Nº de participantes

Titulação principal

Mestrado 2

Doutorado 10

Formação relacionada ao estudo agrometeorológico

Física ambiental (ou similar) 3

Climatologia 1

Irrigação e drenagem 3

Agronomia 2

Engenharia Agrícola 2

Agricultura Tropical 1

Pesquisa relacionada ao estudo agrometeorológico

Participa de grupo de pesquisa e de linha de pesquisa 5

Participa de grupo de pesquisa (somente) 4

Possui linha de pesquisa (somente) 3

Analisa dados pluviométricos

Frequentemente (diariamente a mensalmente) 9

Raramente (semestralmente, anualmente ou menos) 3

Quadro 11 - Levantamento da familiaridade do entrevistado com as ferramentas de análise

Levantamento da familiaridade com as ferramentas de análise Nº de participantes

Realiza as análises dos dados de chuva (principalmente) em formato

Arquivo Datalog 2

Tabela 6

Mapa 3

Gráfico 1

Análises estatísticas com os dados de chuva

Somente estatística descritiva 4

Séries temporais 1

Outras (análise multivariada, correlação, regressão, inferência, ...) 7

Utilização de programas e aplicativos estatísticos

Sim 11

Não 1

Familiaridade com gráficos

Gráficos comuns (linha, barra, pizza) 6

Outros (boxplot, polar plot, radar) 6

Utilização de mapas

Apenas leitura 6

Manipulação de dados e construção de mapas 6

Familiaridade com mapas

Somente estático 9

Estático e interativo 2

Estático, interativo e animado 1

4.3.3 Condução do teste

As sessões de teste foram conduzidas em agosto e setembro de 2012. No

começo de cada sessão foi feita uma introdução, descrevendo o objetivo da pesquisa

Page 65: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

63

e o objetivo do teste. Foi enfatizado que o participante deveria utilizar os recursos

disponíveis na interface de teste para explorar e analisar os dados de chuva

apresentados, e escrever as análises no local devido na interface. Além disso, foi

explicado que posteriormente seria entregue um questionário para obter um feedback

sobre o uso de elementos específicos da interface.

Após a introdução, foi apresentada a interface de teste, demonstrando

todas as possibilidades de uso da interface. Foi dada uma breve explicação sobre os

dados, gráficos e mapas, a fim de sanar qualquer dúvida sobre essas formas de

representação. A introdução, juntamente com a fase de familiarização da interface,

durou cerca de 30 minutos em cada sessão.

Antes de iniciar a sessão de testes, foi solicitada a permissão para gravar o

desktop, a fim de armazenar os movimentos realizados pelos participantes durante o

teste. Além disso, foi enfatizado que o participante deveria comunicar quando

finalizasse as análises, para que então eu pudesse finalizar a sessão corretamente,

uma vez que nesse momento os registros de interface seriam gerados em segundo

plano pelo programa.

Foi pedido aos participantes que utilizassem a interface por si só, embora a

sessão fosse assistida. Para acompanhar a sessão, sentei atrás do participante ou em

lugar fora de sua área de visão. A comunicação durante o teste não poderia ser

completamente evitada, e em alguns casos os participantes tiraram dúvidas sobre a

interface ou as representações. Em todos os casos evitou-se gerar qualquer influência

sobre as análises dos dados. No geral as sessões correram bem, sem problemas

durante a execução do programa. Em uma das sessões o aplicativo travou logo no

início, a sessão feita até então foi salva e foi aberta uma nova sessão para que o

participante pudesse dar continuidade às suas análises.

Todos os participantes, sem exceção, registraram em texto não somente

as análises dos dados, mas muitas observações feitas sobre os elementos e uso da

interface. Posteriormente, essas observações sobre a interface foram separadas das

análises referentes aos dados de chuva, para melhor organização das variáveis. Em

todas as sessões os participantes leram em voz alta suas anotações, mesmo não

sendo solicitados a fazê-lo. No caso dos participantes 4 e 5, verificou-se que todas as

observações que escreveram foram relacionadas ao uso da interface e não foi escrito

nada sobre os dados, portanto, foi necessário solicitar que tornassem a utilizar a

interface e desta vez fizessem a análise dos dados, acrescentando informações sobre

o comportamento da chuva dos dados apresentados.

Ao final, os participantes foram solicitados a preencher um questionário

(Apêndice B). As sessões duraram, ao todo, entre 1 hora e 1 hora e meia. Foi dada a

Page 66: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

64

opção, ao participante, de rever suas análises salvas em formato de texto, o log

gerado e o vídeo com a filmagem do desktop, mas nenhum participante sentiu a

necessidade de verificar os dados ou a gravação.

O tempo de duração dos testes foi cronometrado para cada usuário, bem

como o tempo utilizado para digitação e o tempo utilizado para a análise dos dados em

si (Tabela 1). A intenção foi medir o tempo que o usuário utilizou para realizar a

investigação dos dados com a interface apresentada.

Tabela 1 - Duração do teste para cada participante

Participante Duração do teste:

utilização da interface Duração do

tempo de análise Pausas para

digitação Pausa por

interrompição Motivo da interrompição

P1 1h 01' 00" 26' 13" 34' 47" - -

P2 35' 29" 17' 57" 18' 32" - -

P3 30' 51" 12' 40" 18' 11" - -

P4 37' 09" 19' 54" 17' 15" - -

P5 43' 07" 11' 11" 28' 02" 3' 54" Atendimento urgente

P6 36' 41" 11' 46" 22' 34" 0' 28" 3' 53"

Dúvida Bug no programa: travou

P7 22' 17" 04' 05" 17' 36" 0' 36" Dúvida

P8 45' 18" 08' 05" 39' 05" 0' 07" Dúvida

P9 38' 35" 11' 22" 27' 13" - -

P10 37' 42" 10' 34" 17' 08" - -

P11 36' 32" 17' 41" 18' 39" 0' 12" Dúvida

P12 32' 20" 18' 47" 13' 33" - -

A duração mais longa do participante 1 em relação os demais, ocorreu

pelo fato do participante ter solicitado que suas análises não fossem digitadas, mas

sim escritas à mão. Antes de iniciar a análise, o participante enfatizou que não usa

computador com muita frequência e não gosta de digitar usando o teclado, por isso

preferia não digitar as análises. Nesse caso, foi preciso anotar a mão todas as

observações realizadas pelo participante. O tempo utilizado para escrever foi

cronometrado como "pausa para digitação". Ao fim da sessão foi solicitado a esse

participante que conferisse o que foi escrito e assinasse abaixo.

Um dos indivíduos selecionado para realizar os testes, logo após a fase de

introdução e familiarização com a interface, se negou a participar. O motivo dado foi

que ele não conseguiu enxergar nenhuma utilização prática com o que foi apresentado

e por isso não se sentiu motivado a realizar o teste. Além disso, enfatizou que não

costuma utilizar aplicações em computador e não vê vantagens no uso de recursos

multimídia frente à abordagem tradicional utilizada por ele. Sua decisão foi respeitada

e dessa forma, sua participação foi descartada.

Page 67: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

65

4.4 Análise dos resultados

Os resultados foram analisados tendo por base as observações digitadas

pelos participantes, o log gerado pelo programa e as informações pessoais de cada

participante.

Utilizando o arquivo que contem as informações digitadas pelos

participantes, buscou-se primeiramente categorizar tais observações, dividindo as

orações em frases e classificando-as, primeiramente, em 2 categorias:

1º. Consideração pessoal sobre os itens da interface: refere-se às

informações sobre observações de exploração e adaptação à

interface, não inclui nenhum tipo de informação sobre os dados

representados;

2º. Observações a os dados, incluindo ou não referências ao elemento de

interface utilizado.

As frases classificadas na 2ª categoria foram separadas em um novo

arquivo para serem reclassificadas de acordo com as tarefas cognitivas de

comparação e identificação de padrões espaço-temporais, além das tarefas

investigativas, as quais interagem com as características dos dados para formar as

análises exigidas nas tarefas cognitivas (Apêndice C). Para tanto, tomou-se por base

os três tipos de questões referentes à exploração de dados espaço-temporais,

propostos por Peuquet:

i. Quando + onde = o quê: Descrição dos objetos (ou conjunto de

objetos) que existem em um dado local (ou conjunto de locais) em

um dado tempo (ou conjuntos de tempos);

ii. Quando + o quê = onde: Descrição dos locais (ou conjunto de

locais) ocupados por um objeto (ou conjuntos de objetos) em um

dado tempo (ou conjunto de tempos);

iii. Onde + o quê = quando: Descrição de tempos (ou conjunto de

tempos) em que um dado objeto (ou conjunto de objetos) ocupa em

um dado local (ou conjunto de locais).

Nesta pesquisa, foram consideradas duas tarefas investigativas que

podem compor cada uma das tarefas cognitivas de comparação e identificação:

Temporal: refere-se às questões i + ii, as quais resultam em uma

análise espaço-temporal baseada, principalmente, na interpretação da

variável tempo ("Quando");

Page 68: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

66

Espacial: refere-se à questão i + iii que resulta em uma análise

espaço-temporal baseada, principalmente, na interpretação da variável

localização ("Onde").

Dessa forma, as observações foram categorizadas de acordo com a tarefa

investigativa e a tarefa cognitiva identificada, conforme descreve o Quadro 12.

Quadro 12 - Classificação das variáveis de investigação: atributo = "O que?"; tempo = "Quando?"; espaço = "Onde?".

Variáveis Identificação Comparação

Temporal O que? Quando? = It + em relação à Quando? = Ct

Espacial O que? Onde? = Ie

Temporal O que? Quando? = It + em relação à Onde? = Ce

Espacial O que? Onde? = Ie

Exemplos de frases classificadas:

Ct: " Os meses com menor ocorrência de chuva ficaram fácil de se identificar nos gráficos: julho e agosto

de 1983, junho e julho de 1984, junho a outubro de 1985"

o O que? = ocorrência de chuva

o Quando? = julho e agosto de 83, junho e julho de 84, junho a outubro de 85

o Comparação? = menor

o Em relação à = demais meses e anos

Ce: " Ao analisar o gráfico de pixels percebe-se os pontos à esquerda que diferem bastante do

comportamento dos postos mais a direita "

o O que? = comportamento (de chuva) dos pontos

o Onde? = à esquerda

o Comparação? = diferem

o Em relação à = à direita

It: "No gráfico pixels ficou muito fácil de identificar um mês muito chuvoso, por causa da cor que ele

apresentava: dezembro de 1984.."

o O que? = chuvoso

o Quando? = Dezembro 1984

Ie: " No mapa (sem animação) é possível perceber a mudança nas regiões, como por exemplo, na ponta do

estado (a oeste) que a chuva tende a se manter constante "

o O que? = mudança

o Onde? = ponta do estado (oeste)

Tendo as informações categorizadas em tarefas cognitivas, foi possível

verificar quais tarefas foram realizadas utilizando qual elemento da interface, a partir

das informações adicionais digitadas pelos próprios participantes, bem como o LOG.

Page 69: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

67

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Pesquisadores em agrometeorologia realizam análises de séries temporais

para a elaboração de um calendário agrícola e a implementação de projetos agrícolas

(SILVA et. al, 2011; PAZ e COLLISCHONN, 2010; BLAIN, 2009). Para tanto, é

necessário que o pesquisador obtenha uma descrição da série (que antecede às

etapas de explicação, predição e controle), a qual consiste em determinar

(GUTIERRES, 2003):

a. As características da série (tarefa de identificação)

b. Possíveis relações entre séries (tarefa de comparação)

Portanto, após a classificação das frases escritas pelos entrevistados, as

tarefas de investigação realizadas por cada participante foram quantificadas e

organizadas na Tabela 2.

Observa-se que três participantes (P1, P2 e P12) escreveram observações

que não se encaixam nas tarefas previstas de Comparação ou Identificação. Essas

observações consistem em conclusões sobre o fenômeno analisado, apresentando

explicações, deduções ou levantando hipóteses. Essas informações foram

classificadas como variável de ordem superior (A0), uma vez que somente podem ser

adquiridas a partir da relação feita entre o que está sendo visto e o conhecimento de

cada indivíduo sobre o assunto.

Tabela 2 - Quantificação das tarefas de investigação

Tarefa Participantes

Total P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12

Comparação

Ct 4 4 3 4 3 3 4 3 2 4 5 5 44

Ce 0 2 3 2 0 1 0 3 1 1 1 2 16

Total 4 6 6 6 3 4 4 6 3 5 6 7 60

Identificação

It 1 1 2 2 1 0 0 2 1 1 1 1 13

Ie 12 1 6 1 0 0 0 2 0 3 3 5 33

Total 13 2 8 3 1 0 0 4 1 4 4 6 46

Variável A0 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 5

Pode-se verificar que a ocorrência das tarefas de comparação foi maior

que a das tarefas de identificação. Pelo fato de ambas tarefas estarem

correlacionadas, espera-se que a proporção de tarefas realizadas pelos participantes

seja de 50% para cada, ou seja, H0: p = 0,5 vs H1: p ≠ 0,5.

Page 70: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

68

Para testar essa hipótese a partir dos resultados obtidos na Tabela 2,

aplicou-se um teste de proporção binomial ao nível de significância de 5%, usando o

número de tarefas de comparação p = 60 em relação ao número total de tarefas

realizadas N = 106. Obteve-se p-valor = 0,206 que é maior que o alfa de 0,05, ou seja,

a hipótese nula (H0: p = 0,5) é aceita.

Podemos concluir que, ao nível de significância de 5%, pode-se considerar

que as duas tarefas foram realizadas em igual proporção pelos participantes, ou seja,

a diferença não foi significante.

Entretanto, verifica-se que a quantidade de tarefas de identificação foi

bastante influenciada pelo participante de número 1, o qual realizou 13 tarefas de

identificação, sendo que a média dos demais participantes foi de 3. Se isolarmos o

participante 1, teremos então 11 participantes que realizaram ao todo 56 tarefas de

combinação e 33 tarefas de identificação.

Realizando o mesmo teste de proporção, com 5% de significância, p = 56 e

N = 89, obteve-se p-valor = 0,019. Neste caso a hipótese nula é rejeitada, e pode-se

dizer que, para os participantes P2 a P12, a proporção entre as tarefas cognitivas não

é de 50% para cada, portanto a maior quantidade de tarefa de combinação realizada é

significativa.

5.1 Tarefas de cognitivas e o uso da interface

Para verificar a existência de relações entre a tarefa investigativa realizada

e a utilização dos elementos de interface, foram analisadas as informações escritas

pelos usuários, já classificadas em Ct, Ce, It, Ie.

Esses dados foram subclassificados de acordo com o elemento de

interface utilizado: mapa estático, mapa animado, gráfico de linhas ou gráfico de pixels

(citado pelo próprio participante durante o registro de suas observações).

A Tabela 3 mostra as relações encontradas para cada usuário, sendo as

colunas definidas pelas variáveis investigativas e as linhas definidas pelos elementos

da interface: mapa estático (me), mapa animado (ma), gráfico de pixels (gp), gráfico de

coordenadas paralelas (gl). Os valores em cada célula correspondem ao número de

ocorrências da relaçãoij.

Page 71: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

69

Tabela 3- Relação entre variáveis de investigação e uso de elementos da interface, para cada participante, sendo Ct = Comparação temporal; Ce = comparação espacial; It = identificação temporal; Ie = Identificação espacial; me = mapa estático; ma = mapa animado; gp = gráfico de pixels; gl = gráfico de linhas (correspondente ao gráfico de coordenadas paralelas).

Tarefa P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12

Usando um único elemento

Ct+me 3 - 3 2 - - - - - - 1 1

Ct+ma - - - - - - - - 1 - - -

Ct+gp - 1 - - 1 2 - - - 1 - 1

Ct+gl - 1 - - 1 1 - 2 - 2 3 1

Ce+me - - 2 - - 1 - 2 - - - -

Ce+ma - - 1 - - - - - - 1 1 -

Ce+gp - 1 - - - - - 1 1 - - 1

Ce+gl - - - - - - - - - - - -

It+me - - - - - - - - - - - -

It+ma - - - - - - - 1 - - - -

It+gp - - - 1 - - - 1 - - - -

It+gl - - 1 1 1 - - - - - - -

Ie+me 12 1 5 - - - - 2 - 1 3 2

Ie+ma - - - - - - - - - - - -

Ie+gp - - - - - - - - - - - 2

Ie+gl - - 1 - - - - - - - - -

Usando MVC

Ct+me+gl 1 - - 2 - - - - - - - -

Ct+me+gp - - - - - - - - 1 - - -

Ct+gp+gl - 1 - - 1 - 4 1 - 1 - -

Ce+me+gl - - - 1 - - - - - - - -

Ce+me+gp - - - - - - - - - - - 1

It+me+gp - 1 - - - - - - - - - -

It+gp+gl 1 - - - - - - - 1 - 1 1

Ie+me+gl - - - 1 - - - - - - - -

Ie+me+gp - - - - - - - - - 1 - 1

Sem informação

Ct - 1 - - - - - - - - 1 2

Ce - 1 - 1 - - - - - - - -

It - - 1 - - - - - - 1 - -

Ie - - - - - - - - - 1 - -

Total 17 8 14 9 4 4 4 10 4 9 10 13

Em alguns casos, para realizar uma única investigação sobre uma

informação, o participante citou usar mais de um elemento, como por exemplo:

[Ct/GL,GP]"Houve um momento de estiagem mais prolongada no ano de 1985, que pode ser

mais fácil de visualizar nos dois gráficos."

Neste caso, para o participante em questão, foi computado 3 relações

referentes à comparação temporal (Ct): uma com o gráfico de coordenadas paralelas

(Ct, Linhas), uma com o gráfico de pixels (Ct, Pixels) e uma com o mapa estático (Ct,

Page 72: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

70

mapa). Houve também registros em que o participante não citou qual elemento de

interface foi utilizado, neste caso a ocorrência foi categorizada como "Sem info".

Utilizando os totais de análises calculados para cada tarefa da Tabela 3,

construiu-se dois gráficos de barras: o primeiro relacionando os elementos da

interface com a tarefa cognitiva utilizada (Figura 31); o segundo relacionando os

elementos da interface com cada tarefa de investigação (Figura 32).

Nota-se pelas Figuras 31 e 32, que do total de análises realizadas na

tarefa de comparação, 62% foram feitas utilizando elementos gráficos (gráfico de

pixels e de coordenadas paralelas - linhas), e 38% foram feitas por meio de elementos

cartográficos (mapa estático e animado). Já na tarefa de identificação foi verificado o

contrário: o uso de elementos cartográficos corresponde a 71% das análises,

enquanto que os outros 29% referem-se ao uso dos elementos gráficos.

Figura 30 - Relação: Elementos da Interface X Tarefa cognitiva

Comparação Identificação

gp 19 4

gl 22 8

ma 4 1

me 21 30

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

An

ális

es

Tarefas cognitivas X elementos da interface

Page 73: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

71

Figura 31- Relação: Elementos da Interface X Tarefa de Investigação

Verificou-se também um maior uso de elementos gráficos para as tarefas

de investigação temporal: nas tarefas de comparação temporal (Ct), 72% das análises

foram feitas utilizando os elementos gráficos, e nas tarefas de identificação temporal

(It), 69%. Para as tarefas de investigação espacial, ocorreu o inverso: 58% das

análises de comparação espacial (Ce) foram realizadas utilizando elementos

cartográficos, os quais também foram usados em 88% das análises de identificação

espacial (Ie).

Sendo assim, pôde-se verificar que para as tarefas de investigação

temporal, tanto de comparação quanto de identificação, houve um maior uso de

elementos gráficos em relação aos elementos cartográficos. Já para a tarefa de

identificação espacial, foi dado preferência ao uso de elementos cartográficos em

relação aos elementos gráficos, sendo que 100% dos participantes consideram que o

mapa auxilia na análise espacial dos dados.

Para a tarefa de comparação espacial, não foi encontrada significância na

diferença entre o uso dos elementos gráficos e cartográficos. As tarefas de

comparação são mais complexas que as tarefas de identificação, principalmente no

domínio espaço-temporal e exigem, portanto, maior atenção por parte dos participante

(BLOK, 2005). De acordo com o perfil dos participantes, 100% destes estão

familiarizados tanto com o uso de gráficos como o uso de mapas. Portanto, não se

pode concluir que esta característica seja relevante no uso, pois não se sabe o quão

familiarizado os participantes estão com cada tipo de representação.

ct ce it ie

gp 15 4 2 2

gl 22 0 7 1

ma 0 1 3 1

me 14 7 1 29

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

An

ális

es

Tarefa de investigação X Elemento de interface

Page 74: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

72

5.2 Tarefas cognitivas e Múltiplas Visões Coordenadas (MVC)

A partir dos registros das observações do participante, foi possível também

quantificar as ocorrências de uso conjunto de mais de um elemento de interface para

realizar uma determinada análise. Identificou-se, portanto, quais participantes

utilizaram efetivamente as visões coordenadas, e em que tarefa elas foram utilizadas.

O Quadro 13 identifica de forma qualitativa o uso das visões coordenadas para as

tarefas investigativas (Ct, Ce, It, Ie).

Quadro 13 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas e investigativas

Tarefa Elementos de Interface P

1

P2

P3

P4

P5

P6

P7

P8

P9

P10

P11

P12

Nº de participantes (em porcentagem)

Comparação temporal (Ct)

Mapa estatico

58%

Tarefa de comparação: 75%

Mapa animado

Gráfico de linhas

Gráfico de pixels

Comparação espacial (Ce)

Mapa estatico

17% Mapa animado

Gráfico de linhas

Gráfico de pixels

Identificação temporal (it)

Mapa estatico

42%

Tarefa de identificação: 58%

Mapa animado

Gráfico de linhas

Gráfico de pixels

Identificação espacial (Ie)

Mapa estatico

25% Mapa animado

Gráfico de linhas

Gráfico de pixels

A quantidade total de participantes que utilizaram MVC para realizar as

tarefas cognitivas de comparação e/ou identificação estão representadas na Figura 33

e no Quadro 14.

Do total de participantes, 75% utilizaram múltiplas visões coordenadas

para a tarefa de Comparação, e 58% utilizaram para a tarefa de Identificação. Os

participantes 3 e 6 não declararam utilizar visões coordenadas, ou seja, todas as

análises descritas por estes foram feitas tomando por base um único elemento da

interface.

Dentre os participantes que realizaram a tarefa de comparação usando

MVC, 89% realizaram comparação temporal e 22% realizaram comparação espacial,

conforme pode ser verificado na Figura 34 e Quadro 15.

Page 75: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

73

Figura 32 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas

Quadro 14 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas

Tarefa 12 participantes

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 Total %

Comparação

9 75%

Identificação

7 58%

75%

58%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

COMPARAÇÃO IDENTIFICAÇÃO

Uso de MVC

89%

22%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

temporal espacial

Uso de MVC para Comparação

Page 76: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

74

Figura 33 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas de comparação

Quadro 15 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas de comparação

Comparação 9 participantes

P1 P2 P4 P5 P7 P8 P9 P10 P12 Total %

Temporal

8 89%

Espacial

2 22%

Já para as tarefas de identificação, dos participantes que realizaram essa

tarefa usando MVC, 71% realizaram identificação temporal, e apenas 43% realizaram

a identificação espacial (Figura 35 e Quadro 16). O único que realizou tanto

identificação temporal quanto espacial, utilizando visões coordenadas, foi o

participante de número 12.

Figura 34 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas de identificação

Quadro 16 - Uso de MVC para as tarefas cognitivas de identificação

Identificação 7 participantes

P1 P2 P4 P9 P10 P11 P12 Total %

Temporal

5 71%

Espacial

3 43%

Dentre os participantes que realizaram comparação temporal (Quadro 17),

apenas 38% utilizaram o mapa estático como um dos elementos coordenados, os

outros 62% não utilizaram mapa, e sim os elementos gráficos (gráfico de pixel e

linhas) para realizar as análises.

71%

43%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

temporal espacial

Uso de MVC para Identificação

Page 77: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

75

Quadro 17 - Uso de MVC para as tarefas investigativas de comparação temporal

Comparação Temporal 8 participantes

P1 P2 P4 P5 P7 P8 P9 P10 Total %

Com mapa

3 88%

Sem mapa

5 63%

Já para a Comparação espacial (Quadro 18), 100% dos que realizaram

essa tarefa com visões coordenadas usaram o mapa estático como uma das visões.

Quadro 18 - Uso de MVC para as tarefas investigativas de comparação espacial

Comparação Espacial 2 participantes

P4 P12 Total %

Com mapa

2 100%

Sem mapa

0 0%

Um comportamento similar foi verificado para a tarefa de identificação

espacial (Quadro 19) e temporal (Quadro 20) no que se refere à utilização de MVC

com mapas e sem mapas: dentre os 5 que realizaram análises de identificação

temporal, apenas 20% utilizou o mapa estático dentre o conjunto de elementos

coordenados, os outros 80% não utilizaram mapa, e sim os dois gráficos (de pixel e

linhas) para realizar as análises. Já para a Identificação espacial, 100% dos que

realizaram essa tarefa com visões coordenadas usaram o mapa estático como uma

das visões.

Quadro 19 - Uso de MVC para as tarefas investigativas de identificação temporal

Identificação Temporal 5 participantes

P1 P2 P9 P11 P12 Total %

Com mapa

1 20%

Sem mapa

4 80%

Quadro 20 - Uso de MVC para as tarefas investigativas de identificação espacial

Identificação Espacial 3 participantes

P4 P10 P12 Total %

Com mapa

3 100%

Sem mapa

0 0%

A Figura 36 apresenta os gráficos de barra referentes à porcentagem de

participantes que utilizaram MVC para realizar as tarefas de comparação temporal

(Figura 36a), comparação espacial (Figura 36b), identificação temporal (Figura 36c) e

identificação espacial (Figura 36d).

Page 78: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

76

Figura 35 - Uso de MVC para as tarefas investigativas: a) Ct, b) Ce, c) It, e) Ie.

Pelos resultados pode-se concluir que do total de participantes, 83% (10

de 12) realizaram alguma análise por meio de MVC. Conforme mostra o resultado do

teste de proporção (p-valor = 0,039), a um nível de confidência de 95%, a hipótese

nula H0: p = 0,5 é aceita, ou seja, essa diferença é significante. Portanto, pode-se

afirmar que a maioria dos participantes utilizou o recurso de MVC para realizar alguma

tarefa cognitiva.

Nove participantes utilizaram MVC para realizar a tarefa de comparação,

dentre os quais 89% a utilizaram nas tarefas de comparação temporal (Ct) e 22%

utilizaram para realizar tarefa de comparação espacial (Ce). Foram sete os

participantes que utilizaram a MVC para a tarefa de identificação, sendo que 71%

utilizaram na tarefa de identificação temporal (It), e 43% utilizaram na tarefa de

identificação espacial (Ie). Sendo assim, verificou-se que o recurso de MVC foi mais

utilizado para as tarefas cuja investigação tem foco na variável temporal.

Embora poucos participantes tenham utilizado MVC para realizar tarefas

com foco investigativo na variável espaço, todos que o fizeram utilizaram o mapa

como um dos elementos coordenados: Dos 9 participantes que utilizaram MVC para a

tarefa de comparação, 22% (2 participantes) utilizaram na comparação espacial (Ce).

38%

62%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

com mapa sem mapa

a) Uso de MVC para tarefa de comparação temporal

100%

0% 0%

20%

40%

60%

80%

100%

c/ mapa s/ mapa

b) Uso de MVC para tarefa de comparação espacial

20%

80%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

c/ mapa s/ mapa

c) Uso de MVC para tarefa de identificação temporal

100%

0% 0%

20%

40%

60%

80%

100%

c/ mapa s/ mapa

d) Uso de MVC para tarefa de identificação espacial

Page 79: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

77

Já em relação aos 7 participantes que utilizaram a MVC para a tarefa de identificação,

43% (2 participantes) utilizaram na identificação espacial (Ie). Em qualquer uma

dessas situações, 100% dos participantes (2 para Ce, 3 para Ie) utilizaram o mapa

como um dos elementos coordenados.

Vale ressaltar que os participantes 4 e 12, estão presentes em ambas

tarefas (Ie e Ce). O que podemos encontrar em comum entre esses participantes, de

acordo com suas características pessoais, é que possuem experiência no uso de

programas estatísticos para realizar análises, mas também em programas de SIG e

manipulação de arquivos Shape. Ambos já utilizaram mapas interativos e estão

acostumados a analisar dados de chuva tanto no formato de tabela, como também em

representações do tipo gráficos e mapas.

Diante disso, neste caso podemos considerar a afirmação de Bandrova et

al (2012) sobre a relação das características do usuário e a visualização dos dados.

Entretanto não é possível afirmar isto, uma vez que as características levantadas não

são os suficiente para isolar os participantes 4 e 12 de todo o grupo.

5.3 Seleção do Layout

Foram disponibilizados dois layouts da interface ao participante:

Layout 1: com mapa mensal e mapa de normais climatológicas;

Layout 2: com múltiplas visões coordenadas, incluindo os mapas, o gráfico de

pixels e o gráfico de coordenadas paralelas.

Ambos layouts possuíam os mesmos recursos de animação e

interatividade, e foram apresentados ao participante como possibilidade de uso para

realizar suas análises. Em seguida os participantes foram orientados em escolher um

dos layouts para iniciar a análise, sendo que poderia trocar de layout a qualquer

momento.

O objetivo da disponibilização de dois layouts específicos foi verificar se o

grupo de participantes (pesquisadores em agrometeorologia) prefere trabalhar

somente com a visualização de mapas ou com um conjunto de visões que inclua

gráficos. O layout escolhido pelo participante, bem como o seu tempo de uso, foi

registrado no log do programa, como mostra o exemplo da Figura 3.

Page 80: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

78

Figura 36 - Parte do log com registro da mudança de layout durante a execução do teste

Dessa forma, foi possível medir o tempo (em minutos e segundos)

referentes à duração de utilização do Layout 1, e duração de utilização do Layout 2,

para cada participante, e relacioná-los com a duração da análise (já descontado o

tempo gasto para digitação e/ou interrupções), como mostrado na Tabela 4. A Figura

32 demonstra essas quantidades de forma gráfica.

Tabela 4 - Tempo total destinado à análise dos dados e duração do tempo de utilização dos layouts 1 e 2 para cada participante

Participante Duração do tempo total da análise Uso do Layout 1 Uso do Layout 2

P1 26' 13" - 26'13"

P2 17' 57" - 17'57"

P3 12' 40" 10" 12' 30"

P4 19' 54" - 19' 54"

P5 11' 11" - 11' 11"

P6 11' 46" 7" 11' 39"

P7 08' 05" - 04' 05"

P8 12' 05" - 08' 05"

P9 11' 22" 12" 11'10"

P10 10' 34" - 10' 34"

P11 17' 41" - 17' 41"

P12 18' 47" - 18' 47"

TOTAIS 2h 50' 15" 29" 2h 49' 46"

Figura 37 - Tempo de uso relativo entre o layout 1 e 2 durante a análise de cada participante

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12

Tem

po

de

an

ális

e

Participante

Tempo relativo de uso dos Layouts 1 e 2 para cada participante

Uso do Layout 2

Uso do Layout 1

Page 81: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

79

O resultado (Figura 32) demonstra que dentre os 12 participantes, apenas

3 utilizaram (em algum momento) o Layout 1, os demais utilizaram o Layout 2 durante

todo o tempo de análise. O tempo de uso do Layout 1 pelos participantes 3, 6 e 9, não

ultrapassou 2% do tempo total de análise usado por cada um. Isto indicou que houve

uma preferência geral no uso do layout com múltiplas visões coordenadas, contendo

mapas e gráficos.

5.4 Animação

A partir das informações do LOG, elaborou-se a Tabela 5 com a

informação dos participantes que clicaram no botão para iniciar a animação ("Play")

bem como a velocidade definida para a animação, sendo que havia disponíveis as

velocidades de 1 a 9. Calculado o número de participantes que utilizaram esses

recursos, relativo ao número total de participantes (em porcentagem), gerou-se o

gráfico da Figura 39.

Tabela 5 - Utilização do comando de animação

Comandos P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 Total %

Play

11 92%

=1 - 1 quadro/2seg

3 25%

=2 - 1 quadro/seg

11 92%

=3 - 2 quadros/seg

5 42%

=4 - 4 quadros/seg

2 17%

>=5 - 8 quadros/seg ou mais

0 0%

Figura 38 - Gráfico da frequência de uso das velocidades de animação

A Tabela 6 descreve a utilização do recurso de animação em termos de

tempo de duração: para cada participante foi registrada a duração total do teste, o

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

vel animação = 1 vel animação = 2 vel animação = 3 vel animação = 4 vel animação >=5

Par

tici

pan

tes

Velocidade da animação

Page 82: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

80

tempo total de análise dos dados (desconsiderando pausas e interrupções), o tempo

de início e fim da animação e a tarefa de investigação realizada para a animação. A

partir desses dados foram calculados o tempo total utilizado para análise da animação

(pela diferença entre os valores de início e fim da animação) e o valor em

porcentagem do quanto esse tempo corresponde em relação ao tempo de análise.

Tabela 6 - Tabela dos tempos de duração para o uso de animação e o tempo total das análises

Partic. Duração do

teste

Animação Tempo total de análise

Tempo animação X análise (%)

Tarefa de investigação Início Fim Tempo total

P1 1h 01' 00" 39'18" 40'47" 1'29" 26' 13" 6% -

P2 35' 29" 4'24" 5'16" 52" 17' 57" 5% -

P3 30' 51" 27'10" 29'54" 2'44" 12' 40" 22% Ce

P4 37' 09" 13'56" 14'10" 14" 19' 54" 1% -

P5 43' 07" 33'30" 34'11" 41" 11' 11" 6% -

P6 36' 41" 0'00" 0'00" 0" 11' 46" 0% -

P7 22' 17" 19'15" 19'30" 15" 04' 05" 6% -

P8 45' 18" 24'19" 25'10" 51" 08' 05" 11% It

P9 38' 35" 32'03" 33'06" 1'03" 11' 22" 9% Ct

P10 37' 42" 7'22" 8'11" 49" 10' 34" 8% Ce

P11 36' 32" 15'26" 16'48" 1'22" 17' 41" 8% Ce

P12 32' 20" 30'54" 31'26" 32" 18' 47" 3% -

A Tabela 7 demonstra a quantidade total de análises realizadas para cada

tarefa, a quantidade de análises registradas com uso de animação, e sua relação em

termos de porcentagem.

Tabela 7 - Tabela de quantidade de análises com animação em relação ao total de análises para cada tarefa investigativa.

Tarefa Total de análises Análises com animação %

Ct 44 1 2%

Ce 16 3 19%

It 13 1 8%

Ie 33 0 0%

Quase a totalidade de participantes (92%) ativaram o recurso de

animação, sendo que 42% a utilizaram para realizar algum tipo de análise: 60%

utilizou para realizar comparações espaciais, os demais 40% utilizaram para realizar

investigações temporais. O uso da animação correspondeu à 19% das análises

realizadas de comparação espacial (Ce), 8% das análises de identificação temporal

(It), e 2% das análises de comparação temporal (Ct).

Apesar de se esperar que a animação facilitasse a análise temporal, a

preferência subjetiva dos participantes não nos permite concluir isso: apenas 30% dos

participantes responderam que a animação facilita muito na análise temporal, a grande

parte (42%) acha que a animação facilita parcialmente, os demais 28% consideraram

Page 83: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

81

que a animação ou auxilia pouco ou não ajuda na análise temporal dos dados. Já em

relação à análise espacial, 17% responderam que a animação pode auxiliar mesmo

que parcialmente.

Apenas um dos participantes demonstrou explicitamente o interesse no

uso da animação, pois registrou essa informação no texto digitado por ele durante o

teste: " A ferramenta de animação se mostra eficaz, para análise temporal. É

possível perceber a mudança nas regiões ao longo do ano, como por exemplo,na

ponta do estado (a oeste) que a chuva tende a se manter mais constante ao

longo da época característica (chuvosas e secas), tendo menos variação

microrregionais em relação a outras regiões."

O uso da animação foi bastante limitado durante as entrevistas, conforme

pode ser analisado pelo log, não excedendo 2min para aqueles que a utilizaram. De

acordo com a pesquisa de preferência subjetiva, as opniões quanto à facilidade de

compreensão dos mapas animados se divergem, ficando igualmente distribuídos entre

as opções: pouco (33,3%), parcialmente (33,3%), e muito fácil (33,4%). Dentre os

participantes que não utilizaram a animação para realizar as tarefas, a média do tempo

de animação correspondeu à 5,14% do tempo de análise dos dados (desconsiderando

o participante de número 6, que não utilizou este recurso). Já, dentre os participantes

que utilizaram o recurso de animação para realizar tarefas, a médio do tempo de

duração da animação subiu para 12,25% do tempo de análise.

Todos os participantes que utilizaram animação optaram pelo uso da

velocidade = 2, que corresponde à frequência de 1 quadro por segundo, seguido de

43% que utilizaram a velocidade = 3, que corresponde à frequência de 2 quadros por

segundo. Nenhum participante utilizou a velocidade superior a 5 (8 quadros por

segundo).

5.5 Caracterização dos participantes

De acordo com Bandrova et al. (2012), a visualização da informação

depende, não somente do tipo de dados, mas também do tipo de usuário, ou seja, de

suas características pessoais, habilidades, hábitos e preferências. Sendo assim, os

participantes foram analisados conforme as informações descritas em seu perfil, para

determinar similaridades entre eles. Para tanto utilizou-se a técnica estatística de

análise multivariada denominada "Clustering" (Agrupamento).

A Tabela 2 foi construída considerando as seguintes características do

participante: titulação (mestrado ou doutorado); participa em grupo de pesquisa na

área de agrometeorologia; possui linha de pesquisa na área de agrometeorologia;

frequência com que realiza análises pluviométricas (frequentemente ou raramente);

Page 84: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

82

formato dos dados que utiliza para análise pluviométrica (tabela, gráfico, mapa ou

DAT); utiliza programas estáticos para analisar os dados pluviométricos; tipo de

gráficos que costuma analisar (convencionais - linhas, pizza e barra - ou outros); utiliza

programas de SIG; manipula arquivos Shape; realiza consultas espaciais em arquivos

Shape; constrói mapas; tipos de mapas que utilizou (estáticos, animados, interativos).

O número 1 corresponde à resposta afirmativa, o número 0 corresponde à resposta

negativa.

Tabela 8 - Características pessoais dos entrevistados para análise de similaridade

Par

tici

pan

te

Mes

trad

o

Dou

tora

do

Pos

Dou

tora

do

Gru

po d

e pe

squi

sa

Linh

a de

pes

quis

a

Ana

lisa

chuv

a fr

eque

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ente

Ana

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chuv

a

rara

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te

Usa

dad

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Tab

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dad

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e

chuv

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Grá

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dad

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uva

em .D

AT

Util

iza

prog

ram

as

esta

tístic

os

Ana

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gráf

icos

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nalis

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Util

iza

prog

ram

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SIG

Tra

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cons

ulta

espa

cial

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shp

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as

Já u

sou

map

as

está

ticos

uso

u m

apas

an

imad

os

Já u

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map

as

inte

rativ

os

P1

P2

P3

P4

P5

P6

P7

P8

P9

P10

P11

P12

A preferência subjetiva foi obtida a partir dos relatos dos usuários e nas

respostas obtidas do questionário aplicado após o teste. As seguintes questões foram

feitas, sendo solicitado que se respondesse com uma das opções: 3 - Sim/Muito; 2 -

Parcialmente; 1 - Pouco; 0 - Não :

Sobre cada elemento da interface (mapa estático, mapa animado, gráfico de píxels e

gráfico de linhas) responda:

1) É de fácil compreensão?

2) Auxilia na análise temporal dos dados?

3) Auxilia na análise espacial dos dados?

4) O primeiro impacto visual foi positivo?

5) Já utiliza esse tipo de representação em análises de dados pluviométricos?

6) Utilizaria esse tipo de representação para analisar outros tipos de dados?

A partir das respostas obtidas, foi possível levantar algumas considerações

sobre as formas de representação dos dados, as quais foram organizadas e

apresentados na Tabela 3.

Page 85: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

83

Tabela 9 - Resultados (em porcentagem) obtidos do questionário de preferência subjetiva Questões Elemento Muito Parcial. Pouco Não

É de fácil compreensão?

Mapa estático 100% 0 0 0

Mapa animado 33,4% 33,3% 33,3% 0

Gráfico de Pixels 0 42% 50% 8%

Gráfico de Linhas 8% 42% 50% 0

Auxilia na análise temporal dos dados?

Mapa estático 34% 58% 8% 0

Mapa animado 33% 33% 17% 17%

Gráfico de Pixels 75% 25% 0 0

Gráfico de Linhas 75% 17% 8% 0

Auxilia na análise espacial dos dados?

Mapa estático 100% 0 0 0

Mapa animado 0 17% 50% 33%

Gráfico de Pixels 25% 17% 50% 8%

Gráfico de Linhas 0 8% 17% 75%

O impacto visual foi positivo?

Mapa estático 100% 0 0 0

Mapa animado 42% 42% 8% 8%

Gráfico de Pixels 0 16% 42% 42%

Gráfico de Linhas 0 42% 50% 8%

Usaria para analisar outros tipos de dados?

Mapa estático 100% 0 0 0

Mapa animado 50% 25% 17% 8%

Gráfico de Pixels 58% 42% 0 0

Gráfico de Linhas 25% 50% 25% 0

O mapa estático foi considerado de fácil compreensão por unanimidade

pelos entrevistados, os quais consideraram o mapa estático próprio para auxiliar na

análise espacial e também na análise temporal (cerca de 92% entre os que

consideraram que auxilia muito ou parcialmente).

Os gráficos, no geral, tiveram um primeiro impacto visual negativo para a

maior parte dos participantes, que relataram serem de difícil compreensão, em partes

por não estarem acostumados a utilizar este tipo de gráfico. Entretanto, verificou-se

que, tanto os gráficos de linha quanto os de pixels, foram definidos como boas

ferramentas para a análise temporal. O gráfico de pixels, apesar de possuir maior nível

de complexidade para sua compreensão inicial, alcançou um maior nível de

satisfação: os participantes consideraram que este tipo de gráfico auxilia muito (75%)

ou parcialmente (25%) na análise temporal dos dados, além disso, 42% dos

participantes responderam que este gráfico pode auxiliar, ao menos parcialmente, da

análise espacial.

A Figura 40 mostra um gráfico com as respostas de cada participante.

Page 86: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

84

Figura 39 - Gráficos gerados a partir do questionário e respostas da preferência subjetiva

Para analisar as similaridades entre indivíduos de acordo com suas

características pessoais, utilizou-se a técnica de agrupamento de observações, no

aplicativo Minitab, com a função de critérios de ligação definido por Ward (soma dos

desvios quadráticos a partir dos pontos aos centróides), a qual tende a produzir

agrupamentos com números similares de itens, porém é sensível à outliers. Definiu-se

a quantidade de 3 grupos de particionamento, o que resultou no dendograma

mostrado na Figura 41.

Page 87: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

85

Figura 40 - Dendograma gerado a partir das observações de características pessoeius dos

participantes

As similaridades indicam a distância entre os componentes dos grupos,

porém é melhor visualizada na Figura 42, que apresenta um gráfico com a distribuição

espacial das observações.

Figura 41 - Gráfico da distribuição espacial das observações (similaridades entre participantes)

GRUPO 1 (similaridade = 19,72): participantes 1, 4 e 7; com um

subgrupo formado pelos participantes 1 e 7, de similaridade igual a

29,31. Houve uma separação clara entre o Grupo 1 (Participantes 1, 7 e

4) e os demais participantes, no que diz respeito à frequência em que

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Page 88: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

86

realizam a análise pluviométrica. O Grupo 1 respondeu que analisa

raramente, ou seja, com uma frequência menor que 1 vezes por mês,

enquanto que os demais responderam que analisam frequentemente

(ao menos 1 vez por mês). Quanto às preferências subjetivas, todos os

integrantes deste grupo concordam que: o gráfico de linhas auxilia muito

na análise temporal dos dados e o utilizaria para analisar outros dados;

o mapa estático auxilia parcialmente na análise temporal dos dados;

GRUPO 2 apresentou as seguintes características em comum: todos

possuem titulação de(similaridade = 38,15): participantes 6, 8 e 10;

com um subgrupo formado pelos participantes 6 e 8, de similaridade

igual a 46,56. Características de perfil: doutor; analisam dados

pluviométricos com frequência e em formato de tabela; utilizam

programas de SIG. Quanto às preferências subjetivas, todos os

componentes desse grupo concordam que: o gráfico de pixel auxilia

muito na análise temporal dos dados e que para a análise espacial o

mapa animado auxilia pouco;

GRUPO 3 (similaridade = 32,83): participantes 2, 3, 5, 9, 11 e 12; com

os seguintes subgrupos: participantes 2 e 9 (similaridade = 62,21);

participantes 3 e 5 (similaridade = 53,72) e participantes 11 e 12

(similaridade = 73,29). Todos possuem titulação de doutor; analisam

dados pluviométricos com frequência e em formato de tabela; utilizam

programas de SIG e trabalham com arquivos Shapefile, realizando

consultas espaciais.

As características comuns a todos os participantes é que todos são

familiarizados com o uso de gráficos convencionais (linhas, barra, pizza, etc) e com a

leitura e interpretação de mapas estáticos. Além de considerarem, na preferência

subjetiva, que o mapa estático é de fácil compreensão, auxilia na análise espacial dos

dados, teve um impacto visual positivo e o utilizaria para analisar outros tipos de

dados.

Page 89: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

87

6 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Na agrometeorologia, a análise bem sucedida de séries temporais para

descrição do comportamento pluviométrico é de grande importância para a

compreensão e estudo das mudanças climáticas, o que facilita uma previsão do

sucesso de determinada produção agrícola, e permite realizar um planejamento mais

correto do manejo da safra. Dentro deste contexto, a forma de representação dos

dados pluviométricos, bem como de seus métodos de análise, possui um impacto

direto na extração das informações do comportamento da chuva. Um ambiente virtual

com múltiplas visões coordenadas (MVC), para análise desse tipo de fenômeno

dinâmico, possibilita a representação dos dados em formas variadas e em diferentes

perspectivas, o que permite otimizar as tarefas cognitivas, de comparação e

identificação, necessárias à interpretação de séries temporais.

Os resultados, obtidos a partir do uso das representações gráficas e

cartográficas e das observações feitas pelos participantes, sugerem que existe uma

relação entre o tipo de tarefa cognitiva a desempenhar e o tipo de representação

(mapas e/ou gráficos) escolhida pelo usuário. Os participantes deram preferência ao

uso dos gráficos temporais para realizar as tarefas de comparação e identificação

temporal, enquanto que os mapas estáticos foram mais utilizados nas tarefas de

comparação e identificação espacial.

Similarmente, a partir dos resultados obtidos da avaliação do uso de MVC,

também foram encontradas relações entre as combinações de dois ou mais tipos de

representação e as tarefas investigativas. Os recursos de MVC foram utilizados com

maior frequência nas tarefas de comparação e, principalmente, identificação temporal.

Além disso, verificou-se que, dentre os elementos coordenados, o mapa foi

o mais utilizado para as tarefas espaciais, porém pouco utilizado nas tarefas

temporais. Como a localização é um aspecto fundamental para este tipo de análise

investigativa, já se esperava que o mapa fosse uma representação bastante utilizada,

uma vez que é considerada a representação mais indicada para a visualização das

propriedades espaciais (ADRIENKO, ADRIENKO e GATALSKY, 2003).

Os elementos gráficos apresentaram um papel importante na análise da

temporalidade dos dados. Para a análise de séries temporais, tradicionalmente utiliza-

se gráficos estatísticos, pois eles permitem uma visão geral do cenário e ressaltam

padrões de comportamento existentes (ADRIENKO, ADRIENKO e GATALSKY, 2003;

MONMONIER, 1990). Essa característica dos gráficos temporais, juntamente com a

tradição de seu uso para análises de séries temporais, pode ter influenciado na

escolha dos participantes, os quais utilizaram mais a representação gráfica do que a

Page 90: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

88

representação cartográfica, para realizar as tarefas que exigem uma análise temporal

mais detalhada.

Apesar dos gráficos temporais serem um tipo de representação

considerado tradicional para análise de séries temporais, o gráfico de pixels teve um

alto índice de rejeição em um primeiro momento. Os principais motivos apontados

pelos participantes foram que este gráfico não é de uso comum e que a disposição

dos eixos no gráfico estava contrária ao que normalmente se utiliza em qualquer tipo

de gráfico temporal, ou seja, com a variável "tempo" representada no eixo horizontal

(MONMONIER, 1990). Entretanto, durante a implementação da interface, optou-se por

descrever a variável "tempo" no eixo "Y", para que os pontos (postos pluviométricos)

fossem distribuídos ao longo do no eixo "X", de forma que a visualização de sua

distribuição espacial fosse mais intuitiva (no sentido Leste-Oeste).

Entretanto, mesmo com a rejeição inicial, o gráfico de pixels foi utilizado

em todos os tipos de tarefa investigativa (temporais e espaciais) o que demonstra o

potencial dessa ferramenta na análise espaço-temporal de pluviometria. Vale ressaltar

que o gráfico de pixels e o mapa estático foram os únicos elementos a serem

utilizados em todas as tarefas, além de terem sido considerados pelos participantes

como de grande auxílio para análise temporal.

Com o intuito de avaliar se a preferência do uso do Layout com MVC está

relacionada com a presença dos gráficos, sugere-se para as próximas pesquisas que

sejam analisadas a preferência no uso de diferentes combinações de elementos,

incluindo interface contendo somente com elementos cartográficos, interface contendo

somente elementos gráficos, e interface contendo ambos elementos.

Em relação ao uso da animação na análise dos dados pluviométricos, seu

uso foi bastante limitado. Os participantes optaram, em sua maioria, pela análise

estática dos mapas ou pela troca manual das cenas. Esse resultado se contrapõe ao

encontrado por Ahn e Kim em sua pesquisa, na qual concluíram que o uso da

animação foi de extrema importância para a análise espaço-temporal de dados

dinâmicos, em um ambiente com MVC. O que provavelmente levou a essa

discrepância nos resultados foi o comportamento dinâmico dos fenômenos estudados:

Ahn e Kim geraram mapas para descrever um fenômeno zonal contínuo (conforme

classificação proposta por YATTAW, 1999). Sendo assim, apesar de ocorrer mudança

ao longo do tempo, ela é previsível, ou seja, o analista é capaz de prever onde essa

mudança irá ocorrer, e então focar nesse ponto que, no caso de um mapa, pode ser

definido por um limite pouco ou nada mutável ao longo do tempo (como por exemplo,

limites político-administrativos).

Page 91: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

89

Já os dados pluviométricos descrevem um fenômeno zonal intermitente, o

que implica que onde e quando as mudanças ocorrerão (na representação) não são

facilmente previsíveis. Para que uma pessoa perceba mudança de forma eficiente

deve prever onde ela ocorrerá, focar sua atenção no local e armazenar uma "memória"

da cena alguns instantes antes da mudança. Quando essa previsão se torna limitada,

devido a um grande número de mudanças visualmente aleatórias e simultâneas, o

observador tem dificuldade em focar sua atenção em toda área de fixação visual, o

que causa uma "cegueira não intencional" (inattentional blindness) (RENSINK, 2002

apud FISH, 2010; WOLF, 1999). Neste caso, deve-se reduzir o número de variáveis,

Sendo assim, recomenda-se o uso da representação animada de coleção de mapas,

considerando uma animação para cada uma das classes pluviométricas,

separadamente. De acordo com Martinelli (1991), a coleção de mapas propõe que se

utilize um mapa por atributo, o que permite obter respostas visuais de forma rápida e

em nível elementar. Dessa forma, este tipo de mapa pode oferecer subsídios visuais

para identificação e comparação de padrões, diminuindo a demanda visual.

Adicionalmente, de acordo com Fabrikant et al. (2008) e Ahn e Kim (2009),

a eficiência da animação cartográfica depende das características do indivíduo que a

utiliza e da subjetividade do indivíduo que a projeta, portanto, se torna difícil mensurar

seu uso. Assim, é possível que a eficiência dos mapas animados esteja também

relacionada com as características, preferências e habilidades do analista ou com os

recursos de interatividade disponíveis. Sugere-se, portanto, que seja realizado um

levantamento mais refinado das características pessoais dos usuários de mapas

animados, a fim de observar quais são as informações que se deve levar em conta ao

preparar um mapa animado para um grupo específico de especialistas.

Devemos considerar o uso apropriado das variáveis dinâmicas na

construção da animação. A granulação, por exemplo, pode ter sido um fator

importante e decisivo nesse processo. O fato de apresentar uma mudança mensal dos

dados pode ter acarretado numa quebra da continuidade visual da mudança espaço-

temporal. Portanto, a definição da granulação temporal deve estar de acordo com a

dinâmica do fenômeno representado, ou seja, fenômenos altamente dinâmicos podem

exigir granulação mais fina. No caso dos dados pluviométricos, essa granulação mais

fina representaria mudança diária, e não mensal, dos dados de chuva.

Outra variável importante é a frequência, pois a preferência dada pelos

participantes na utilização de uma velocidade de 1 a 2 quadros por segundo, não pode

nos oferecer informações suficientes sobre sua eficiência na visualização animada dos

dados, uma vez que poucos participantes utilizaram o recurso de animação como

subsídio para alguma tarefa cognitiva específica. Entretanto ela nos dá uma pista

Page 92: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

90

sobre o tempo de processamento cognitivo dessa informação: em 100% dos casos, os

participantes consideraram que 1 segundo é um intervalo de tempo confortável para

analisar as mudanças ocorridas entre dois quadros (meses) consecutivos. O tempo de

animação está relacionado com o processo cognitivo de percepção de movimento e

análise da cena. Uma frequência baixa demais faz com que se a próxima nova

informação demore muito para ser armazenada MCD (memória de curta duração) e

pode causar perda de características reservada da informação anterior. Já uma

frequência muito alta provavelmente só será atrativa quando se realiza uma busca

visual seletiva (quando se analisa um elemento específico, e desconsidera os demais

elementos em cena), caso contrário, o processamento de toda a informação existente

acaba sendo mais demorada que a própria troca de quadros, causando confusão ao

analista.

Os padrões secos e chuvosos, bem como sua análise comparativa entre

os anos apresentados foram rapidamente identificado por todos os participantes. Além

disso, outras informações foram extraídas tais como: identificação de padrões

espaciais, identificação de anos chuvosos e secos, e anomalias dos períodos de

estiagem. Dessa forma, conclui-se que a interface de MVC permitiu aos participantes

realizar a descrição das séries temporais apresentadas, chegando à identificação e

comparação de padrões espaço-temporais dos dados.

A criação de sistema de Múltiplas Visões Coordenadas como ferramenta

auxiliar nas tarefas cognitivas de reconhecimento de padrão é de grande contribuição

para a Cartografia. Portanto, devem ser exploradas novas formas de representação de

dados pluviométricos em múltiplas visões coordenadas, bem como outras ferramentas

de interatividade e animação, a fim de tornar o sistema mais eficiente para análises de

séries temporais.

Este trabalho apresenta contribuições importantes para a Cartografia

aplicada ao processo analítico visual, principalmente no que se refere ao uso de

Múltiplas Visões Coordenadas.

Recomenda-se que outros testes sejam realizados, adotando-se os

elementos gráficos e cartográficos dessa interface com uma população maior e menos

restrita de pesquisadores, os quais trabalham efetivamente com esse tipo de dados.

Page 93: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

91

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97

APÊNDICES

APÊNDICE A: TELAS DA INTERFACE PARA CADA MÊS/ANO ............................. 98

APÊNDICE B: QUESTIONÁRIOS APLICADOS ÀS ENTREVISTAS ...................... 108

APÊNDICE C: RESPOSTAS CLASSIFICADAS DOS PARTICIPANTE .................. 111

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Apêndice A: Telas da interface para cada mês/ano

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Apêndice B: Questionários aplicados às entrevistas

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Questão

1. Nome completp

2. Data de nascimento

3. Trabalho atual

4. Se formou em área relacionada à agrometeorologia? ( ) Graduação

( ) Especialização ( ) Mestrado

( ) Doutorado

5. Participa de grupo de pesquisa relacionada à estudos agrometeorológicos? ( ) Sim

( ) Não

6. Possui linha de pesquisa relacionada à estudos agrometeorológicos? ( ) Sim

( ) Não

7. Realiza análise de dados pluviométricos com que frequência? ( ) Frequentemente

( ) Raramente ( ) Não faço análise de dados pluviométricos

8. Qual o formato dos dados pluviométricos que costuma analisar?

( ) Tabelas ( ) Textos

( ) Gráficos ( ) Mapas

( ) Outro:

10. Com que frequência utiliza programas estatísticos? ( ) Frequentemente

( ) Raramente ( ) Não utilizo

11. Costuma utilizar análises estatísticas em sua pesquisa/trabalho?

( ) Sim TIPOS: ( ) Não

12. Qual seu nível de conhecimento sobre gráficos?

( ) Tenho dificuldade em interpretar gráficos ( ) Leio e interpreto gráficos com facilidade

( ) Construo gráficos usando excel

( ) Construo gráficos usando programas estatísticos especializados ( ) Realizo análises estatísticas baseadas em gráficos

13. Que tipos de gráficos já utilizou? ( ) Barras

( ) Linhas

( ) Pizza ( ) Outros:

14. Com que frequência utiliza programas de SIG?

( ) Frequentemente ( ) Raramente

( ) Não utilizo

15. Qual seu nível de conhecimento sobre mapas?

( ) Tenho dificuldade em entender mapas

( ) Leio e interpeto mapas com facilidade ( ) Utilizo arquivos Shape em programas de SIG

( ) Realizo consultas espaciais com arquivos Shape ( ) Construo mapas em programas de SIG

16. Que tipos de mapas já utilizou?

( ) Estático ( ) Animado

( ) Interativo

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110

( ) Outro:

QUESTIONÁRIO

As questões abaixo são importantes para avaliarmos o método proposto (interface

com múltiplas visões coordenadas) e a preferência do usuário. Sendo assim, pede-se

que responda os itens abaixo:

A. Nos itens abaixo, dê uma nota de 0 a 3 para cada opção (mapa estático, mapa animado, gráfico de pixels e gráfico de linhas), sendo: 0 = não; 1 = pouco; 2 = parcialmente; 3 = muito Mapa

estático Mapa animado

Grafico pixel

Grafico linhas

1. É de fácil compreensão

2. Auxilia na análise temporal dos dados

3. Auxilia na análise espacial dos dados

4. O primeiro impacto visual foi positivo

5. Usaria para analisar outros tipos de dados

6. Usaria para aprimorar o método de análise ao qual estou acostumado

B. Em sua opinião, com relação ao método proposto (interface com múltiplas visões coordenadas): Sim Não

7. Este método proporciona maior rapidez na análise dos dados?

8. Utilizaria essa interface se estivesse disponível para uso acadêmico?

9. Utilizaria esse método para complementar a forma de análise que já está acostumado?

10. Utilizaria esse método como substituto do método de análise ao qual está acostumado?

C. Descreva o método de análise dos dados ao qual está acostumado:

D. Em sua opinião, o método proposto pode ser melhorado? Explique.

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111

Apêndice C: Respostas classificadas dos participante

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Part. Frase O que Quando Onde Relativo A o que Tarefa Interface

P1 Muitas diferenças podem ser encontradas entre as normais climatológicas e os meses representados no mapa: janeiro de 1983 se apresentou, no geral, muito mais chuvoso que o esperado;...

Chuva Jan 83 - diferenças Normais Ie Me

...Em fevereiro de 83 e 84, a área do pontal paulista foge do padrão;... Fev 83, 84 Pontal paulista

...Em maio de 83 e 84, essa mesma área continua aparecendo mais seca do que o esperado;...

Mai 83, 84

...Junho de 83 apresentou faixas de chuvas similares à encontradas nas normais climatológicas;..

Jun, jul 83 -

... Setembro de 83, novamente o pontal se mostra diferente, dessa vez mais chuvoso;...

Setembro 83 Pontal paulista

... Junho e julho de 84 se apresentou extremamente seco, enquanto as normais variavam em torno de uma média de 50mm;...

Jun, jul 84 -

...Agosto de 84 se mostrou com uma média pluviométrica cerca de 30mm maior que as normais...

Agosto 84 -

... Já em outubro do mesmo ano, a situação se inverteu, e o mês foi de muita seca, em um momento que era esperado uma quantidade razoável de chuva..

Outubro 84 -

... Dezembro de 1984 é muito mais chuvoso que o normal. Dez 84 -

...Abril de 1985 foi um mês inesperadamente chuvoso;.. Abr 85 -

...Agosto, setembro e outubro de 85 foge do padrão, se mostrando bastante seco.

Ago, set, out 85 -

...O mês de dezembro dos três anos se apresenta bem diferente: para 83 está com quantidade média de chuva, em 84 extremamente chuvoso e em 85 bastante seco.

Quantidade de chuva

Dez 83 - diferente Dez 84, 85

Ct Me

No mapa, existe uma faixa central (SE-NO) homogênea similar à que aparece nas normais climatológicas para o mês de maio. Essa faixa pode ser encontrada no ano de 1984, bem evidente, e quando comparado o mesmo mês com os demais anos, só é possível encontrá-la com evidencia no ano de 1985, em ambos os anos o comportamento pluviométrico dessa área é seco.

Área de homogeneidade

Maio 84 Faixa central (SE-NO)

similar Maio 85 Ie,Ct Me

É possível identificar os períodos secos pelos gráficos.O gráfico de linhas dá uma visão mais imediata desses períodos.

Períodos secos 3 anos - - - It Gp, Gl

Pelo mapa, posso verificar que o mês de janeiro de 1983 foi bastante chuvoso, pelas cores que ele apresenta. Ao analisar o gráfico de pixels, identifico de imediato outro mês chuvoso com as mesmas carcaterísticas:

Chuvoso Jan83 - similar Dez 84 Ct Me, Gp

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113

dezembro de 1984.

...Entretanto, ao passar para o próximo mês (janeiro de 1985) a carcaterística do regime pluviométrico muda, fico mais seco.

Jan 83 - mais Jan 85 Ct Me

P2 Observou-se que o ano de 1983 choveu mais no início do ano em relação ao ano de 1984.

Choveu mais 1983 - Em relação 1984 Ct -

...porém a chuva de 1984 foi melhor distribuída espacialmente chuva 1984* Toda região melhor 1983 Ce -

Houve um momento de estiagem mais prolongada no ano de 1985 que nos demais anos, que pode ser mais fácil de visualizar no gráfico com linhas

estiagem 1985 - mais Demais anos

Ct Gl

Os meses com menor ocorrência de chuva ficaram fácil de se identificar nos gráficos: julho e agosto de 1983, junho e julho de 1984, junho a outubro de 1985.

Ocorrencia de chuva

Jul, ago 83; jun,jul 84; jun-out 85

- menor Demais meses

Ct Gl, Gp

A seca mais rigorosa ocorreu em 1984, onde se percebe quantidades quase nulas de precipitação no gráfico (pixels)

seca 1984 - mais Demais anos

Ct Gp

Olhando o mapa, percebe-se que os comportamento dos pontos à esquerda segue um padrão entre si,...

comportamento - Pontos à esquerda

- - Ie Me

Ao analisar o gráfico de pixels percebe-se os pontos à esquerda que diferem bastante do comportamento dos postos mais a direita,...

comportamento - Pontos à esquerda

diferem Pontos à direita

Ce Gp

... que mostraram um aumento na precipitação nos meses de janeiro de 83 e novembro e dezembro de 84

Preciptação 1983, 1984 - - - It Me,Gp

P3 A 1º observação a ser feita é com relação ao mapa das normais climatológicas, percebe-se que tem diferenças evidentes em todos os anos entre os valores observados e os mostrados nas normais climatólogicas

Preciptação Todos os anos - diferenças normais Ie Me

Os dados quando analisados por inteiro (36 meses), no gráfico de linhas observou que os eventos pluviométricos tiveram um tendência parecida,...

Eventos pluviométricos, tendência

3 anos - - - It Gl

... entretando o ano de 1985 a seca foi menos severa seca 1985 - menos demais Ct Gl

No mapa (sem animação) é possível perceber a mudança nas regiões, como por exemplo, na ponta do estado (a oeste) que a chuva tende a se manter constante...

Chuva constante

- oeste - - Ie Me

... ao longo da época característica (chuvosas e secas) anual... Época característica

Anual - - - It -

... tendo menos variação microrregionais em relação a outras regiões. Variação de chuva

- Outras regiões Menos, em relação

Outras regiões

Ce Ma

As evidências das diferenças entre os meses apresentados e o mapa de Preciptação Jan 83 - mais Normais** Ie Me

Page 116: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

114

normais climatológicas foram: janeiro de 1983 se mostrou muito mais chuvoso que o esperado para esse mês;...

... em fevereiro de 1984, uma região tipicamente mais chuvosa (nordeste do mapa) se apresentou mais seca que as demais;...

Seca Fev 84* nordeste mais Demais regiões

Ce

... o mês de abril se apresentou mais chuvoso que o esperado para todos os anos;...

chuvoso abril - mais Normais** (esperado)

Ie

... junho foi o mês que mais apresentou mudança no regime de chuva entre os 3 anos;...

Mudança do regime de chuva

junho - entre 3 anos Ct

... setembro de 1983 foi um mês de muita chuva acima do esperado;... Muita chuva Set 83 - acima Normais** (esperado)

Ie

... outubro tambem foi atípico para os anos de 1984 e 1985, que se apresentaram mais secos;...

secos 1984, 1985 - mais Normais** (atípico)

Ie

... no mês de dezembro, a região que mais apresentou alteração foi a região a oeste, que fugiu do esperado no ano de 1984, se apresentando muito mais chuvosa que as demais região e que a normal climatológica, e no ano de 1985 apresentou exatamente o contrário.

chuvosa Dez 84* oeste Mais, menos

Demais regiões, normais, 1985

Ce, Ct

P4 No gráfico de linhas: - Os períodos de seca são evidentes, sendo o ano de 1985 mostrou um tempo maior de seca que os outros anos;...

Períodos de seca

1985 - maior Demais anos

It, Ct Gl

- Dá para perceber que houve um pico de chuva que se destaca bastante dos demais nos meses de janeiro de 1983, setembro de 1983 e dezembro de 1984;

Pico de chuva Jan 83, set 83, dez 84

- destaca Demais meses

Ct Gl

- Selecionei no mapa os postos dos municípios de Teodoro Sampaio e Rosana, e dá pra perceber no gráfico de linhas que estes apresentaram um comportamento muito similar ao longo dos anos,...

Comportamento pluviométrico

- Teodoro sampaio, Rosana

similar Ao longo do ano

Ie, Ct Me, Gl

... com algumas exceções no mês de junho, setembro e novembro de 1983, e março e maio de 1985, onde tiveram picos altos e baixos de chuva em alguns pontos específicos

Jun, set, nov 83, mar 85

Pontos específicos

- - Ce, Ct

- Pegando um ponto a extremo leste e extremo oeste, é possível verificar um comportamento de chuva bem diferenciado ao longo dos anos;

Comportamento de chuva

- Extremo oeste, diferenciado extremo leste

Ce -

- No gráfico pixels ficou muito fácil de identificar um mês muito chuvoso e fora do padrão, por causa da cor que ele apresentava: dezembro de 1984.

Chuvoso Dez 84 - - - It Gp

P5 - No gráfico de linhas, fica evidente as épocas de estiagem e que ela se Épocas de Ao longo dos - - - It Gl

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115

repete ao longo dos anos... estiagem anos

... , mas não com o mesmo comportamento. Isso demonstra que os três anos apresentados são anos bem diferentes entre si.

3 anos - diferentes Entre si Ct

- Nos gráficos percebe-se que a estiagem de 1985 foi evidentemente mais prolongada do que a dos anos anteriores

Estiagem 1985 - mais Anos anteriores

Ct Gl, Gp

- Pelo gráfico de pixels percebe-se que os meses de janeiro de 1983 e dezembro de 1984 foram os mais chuvosos

Chuvoso Jan 83, dez 84 - mais Demais meses

Ct Gp

P6 (1) Na Janela de mapa (...)tomando como exemplo o mês de Fevereiro, foi possível verificar uma região com maior ocorrência de chuva (entre 140 e 180mm) localizada à direita da representação, enquanto que na região à esquerda predominam os valores entre 50 e 80 mm....

Ocorrência de chuva

- direita maior esquerda Ce Me

(2) Na janela de gráfico (Coordenadas Paralelas)(...) Ficou evidente que no ano de 1983, o período de seca ocorreu entre dois períodos com picos de alta precipitação. Comportamento que não se repete nos demais anos....

seca 1983 - diferente

Demais anos

Ct Gl

... E mesmo dentro de um mesmo município, houve alguma variação no comportamento de chuva, evidenciado no gráfico pelos picos.

Comportamento de chuva

- município Ct

(4) A janela de gráfico (Pixels)(...) As épocas secas ficam muito mais evidentes, além disso, pode-se perceber que a seca do último ano não foi tão severa como dos anos anteriores.

Épocas secas Ultimo ano Menos Anos anteriores

Ct Gp

P7 Pelo gráfico de coordenadas paralelas pode ser verificado uma maior intensificação da precipitação entre novembro e dezembro de 84, em relação aos demais meses, alcançando a intensidade máxima verificada....

Intensificação da precipitação

Nov, dez 84 - Maior, em relação

Demais meses

Ct Gp, Gl

...Assim como pode ser verificado também uma época maior de estiagem somente no ano de 1985, alcançando a máxima de 6 meses com níveis mínimos de precipitação indicados, sendo que nos anos de 83 e 84 essa época de estiagem não ultrapassou 3 meses.

Época de estiagem

Maio-out 85 - maior 1983, 1984

Ct

Pelo gráfico de pixels também puderam ser observadas essas mesmas variações.

Intensificação da precipitação

Nov, dez 84 - Maior, em relação

Demais meses

Ct

Época de estiagem

Maio-out 85 - maior 1983, 1984

Ct

P8 Em Janeiro de 1983 ocorreu uma precipitação de 180 - 260 mm mês (cores verdes) no lado oeste do mapa e ocorreu uma variação da

Valor de precipitação

1983* Lado oeste menor nordeste Ce Me

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precipitação de 340 - 510 mm mês (cores azuis) no nordeste do mapa. Ou seja, o lado nordeste se apresentou mais chuvoso.

Outra opção é a Janela de Gráfico (...)É possivel verificar que no início de 1983, janeiro se mostra mais chuvoso que os meses seguintes, uma vez que seus valores eram superiores aos demais valores de fevereiro, março e abril deste mesmo ano...

chuvoso Jan 83 - mais Fev, mar, abr 83

Ct Gl

... Isso ficou mais fácil de identificar no próximo gráfico (pixels)... chuvoso Jan 83 - mais Fev, mar, abr 83

Ct Gl, Gp

...Verificou-se também, ainda nesta janela de Gráfico (linhas), que em fevereiro houve uma maior quantidade de postos com valores inferiores a 100 mm, houve um pequeno aumento de chuva em março, voltando a diminuir em abril.

Variação de chuva

fevereiro - Maior, menor

Março, abril

Ct Gl

Outra opção é a Janela de gráfico por pixel (...)A maior quantidade de postos em fevereiro com valores inferiores à 100mm estão bem identificadas neste gráfico,...

postos fevereiro - - - It Gp

...é possível ainda perceber que estes postos estão localizados do centro para Oeste e que ao extremo leste da região, a chuva foi mais concentrada.

Postos, chuva - oeste mais Extremo leste

Ce

A última opção é o Mapa das normais climatológicas (...) O mês de junho de 1983, por exemplo, mostra no mapa principal regiões de precipitação no sentido horizontal, similar ao que aparece no mapa de normais climatológicas,...

precipitação Jun 1983* Região horizontal

similar Normais** Ie Me

... com valores de chuva mais alto na região ao sul que na região ao norte....

- Região sul Mais alto Região norte

Ce

... Abril de 1985 foi muito mais chuvoso que o apresentado nas normais climatológicas

chuvoso Abril 85 - mais Normais Ie

Há opção também de visualizar o mapa com animação (...)É possível verificar uma repetição do ciclo dos períodos secos e chuvosos durante os três anos

Períodos secos, ciclo

Durante os três anos

- - - It Ma

P9 O comando de play do mapa me demonstra a homogeneidade ou não entre as regiões, em que percebi que nos períodos secos ocorre mais homogeneidade que o período chuvoso.

Homogeneidade

Períodos secos - mais Períodos chuvosos

Ct Ma

Na janela em que apresenta os pixels (...) percebo a diferença de homogeneidade entre os lados (L/O), depois de analisar o gráfico, fica fácil buscar essa informação no mapa pois ambos tratam da localização dos postos...

- Leste diferença oeste Ce Gp, Me

Page 119: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

117

... e a identificação de períodos secos e chuvosos, que posso também reconhecer na janela de gráfico de coordenadas paralelas.

Períodos secos e chuvosos

Todo período - - - It Gp, gl

No mapa estático (...) percebo que dois dos três anos avaliados são bem secos, e outro não.

seco Dois anos - Mais Outro ano Ct Me

P10 O gráfico de linhas permite uma rápida impressão sobre a distribuição da chuva ao longo do tempo (...) nele é possível verificar que o ano de 1985 se apresentou mais seco em relação ao no de 1983

seco 1985 - mais 83 Ct Gl

Verificou-se que existem regiões mais homogêneas no mapa, e que podem ser melhor percebidas quando animadas. Ex: semelhanças foram encontradas entre a ponta do estado e a região norte

Regiões homogêneas

- Ponta do estado

similar região norte

Ce Ma

O mês de junho de 1984 se mostrou mais seco que o esperado, entretanto, sua característica muda totalmente nos demais anos, principalmente em 1983

seco Jun 1984 Toda região mais Normais**. demais anos

Ie,It -

Janeiro de 83 e dezembro de 84 se apresentaram muito mais chuvosos que os demais meses, o que é possivel ver pelos picos do gráfico de linha e pelas cores do outro gráfico

chuvosos Jan 83, dez 84 - Mais Demais meses

Ct Gl, Gp

A diferença no comportamento da chuva ao longo dos anos são fáceis de visualizar no gráfico "pixels"

Comportamento da chuva

anos - diferença Toda série Ct Gp

Houveram muitos meses atípicos: outubro de 85 por exemplo se apresentou extremamente seco, sendo que seria uma época de chuva conforme as normais. Isso pode ser verificado no mapa, mas antes é mais fácil buscar essa característica no gráfico de pixels...

Mês atípico, seco

Out 85* região diferença Normais** Ie Me, Gp

Ie Me

Ct Gl

P11 Fevereiro de 1983 teve média inferior a 100 mm, porém em março a chuva volta a aumentar essa média

Variação de chuva

fevereiro - Maior, menor

Março Ct -

A região a sudoeste no mapa apresenta um comportamento muito similar ao longo dos anos, durante os mesmos períodos

Comportamento pluviométrico

- Região sudoeste

similar Ao longo do ano

Ie, Ct Me

Pelo gráfico de linha é possivel analisar que: a seca de 1984 foi bastante intensa, porém durou pouco em relação às demais..

seca 1984 - Durou pouco

Demais anos

Ct Gl

...já a seca de 1985 foi mais espaçada, embora tenha atingido a região por mais tempo

seca 1985 - mais Demais ano

Ct

... o pico de chuva em dezembro de 84 foi muito maior que nos outros anos

chuva 84 - maior Demais anos

Ct

É fácil perceber as épocas de verânicos verânicos Toda série - - - It Gp,Gl

A animação permite analisar a homogeneidade de determinadas áreas no homogeneidade - Determinadas Ao longo do Demais Ce Ma

Page 120: Avaliação de um sistema de múltiplas visões coordenadas no

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mapa ao longo do tempo em relação às demais regiões áreas tempo áreas

O mês de setembro de 83 se mostrou muito mais chuvoso que o esperado, de acordo com as normais climatológicas...

chuvoso Setembro 1983 - Muito mais Normais** Ie Me

... entretanto, esse mês se mostrou mais seco a medida que os anos passaram.

seco - mais Set 84 e 85

Ie Me

P12 Os gráficos propicia uma visão geral da série e ficou fácil identificar os períodos de seca.

Períodos de seca

3 anos - - - It Gp, Gl

No começo de 83, as regiões a oeste se mostraram com maior precipitação que as regiões a leste. Pude verificar isso no gráfico de pixels, porém também é possível analisar pelo mapa. Não testei a animação..

Precipitação Começo 83 oeste maior leste Ie, Ce Me, Gp

...Ao analisar temporalmente, no final desse mesmo ano, essa característica se inverte no mapa

Precipitação Fim 83 oeste menor Leste, começo 83

Ie, Ct Me

Encontrei algumas evidências, ao analisar mapa, que no fim de 1985 e começo de 1985, a maior concentração de chuva está nos pontos centrais da representação.

Concentração de chuva

1985* Pontos centrais - - Ie Me

...Isso pode ser muito mais facilmente visto utilizando o gráfico de pixels - - Ie Gp

Mais à direita, em 1985, existe um conjunto de pontos no gráfico de pixels, que se mostram com média pluviométrica entre 180mm e 220mm. E eles se mantem com essa carcacterística até a época da estiagem..

Média pluviométrica

1985* Conjunto de pontos

igual Até a época da estiagem

Ie, Ce Gp

... isso ocorre de novo em 1984, porém com menos intensiade 1984 - menos Que 1985 Ct Gp

*Épocas escolhidas como exemplo para interpretação, não sendo consideradas componentes de investigação

**Comparações realizadas em relação às normais climatológicas, cognitivamente utilizará apenas tarefas de identificação espacial, em busca de anomalias,

uma vez que se compara uma região ela mesma, em um único momento no tempo

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