avaliaÇÃo da consulta prÉ-natal · a anamnese tem como objetivo obter dados de identificação,...
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
ANDREIA COSTA MACHADO SILVA
AVALIAÇÃO DA CONSULTA PRÉ-NATAL
Prof.ª Adriana da Silva Spinelli
Prof.ª Maria da Conceição Maggioni Poppe
São Luís
2009
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE DA FAMÍLIA
ANDREIA COSTA MACHADO SILVA
AVALIAÇÃO DA CONSULTA PRÉ-NATAL
Monografia apresentada ao curso de Pós-Gradução em
Saúde da Família da Universidade Cândido Mendes,
Instituto a Vez do Mestre, para obtenção do grau de
especialista em Saúde da Família.
3
AGRADECIMENTOS
A Lígia do Instituto “A Vez do Mestre” e às professoras
Adriana da Silva Spinelli e Maria da Conceição Maggioni
Poppe. A amiga Valdinéia Neves Serra, pela sincera
amizade, paciência, cumplicidade e ajuda nos momentos
difíceis. A todas as gestantes que disponibilizaram o seu
tempo para que esta pesquisa fosse realizada,
permitindo através de sua participação, a elaboração
deste estudo e de possíveis melhorias na assistência
pré-natal.
4
DEDICATÓRIA
A Deus, criador dos céus e da terra, pelo dom da vida,
por ser minha eterna fortaleza e por atender com
grandeza às minhas necessidades.
Aos meus amados pais, Ademar Machado Silva e Maria
dos Reis Costa Silva, pelo amor, compreensão, força e
dedicação constantes, a vocês minha eterna gratidão.
5
RESUMO
A consulta pré-natal é o instrumento mais eficaz para transformar
a mulher grávida em uma mãe saudável. Esta consulta se reveste de uma
importância redobrada, pois dela resultam diagnósticos e orientações que
influirão sobre o desenvolvimento de dois clientes: a gestante e o produto da
concepção. Realizou-se uma pesquisa de campo do tipo descritiva,
prospectiva, com abordagem quantitativa, com o objetivo de avaliar a consulta
pré-natal de acordo com informações pessoais da gestante, no que se refere
aos procedimentos realizados e orientações ministradas. A coleta de dados,
através de um questionário, foi realizada no ambulatório de pré-natal do serviço
de obstetrícia e ginecologia do Hospital Universitário Unidade Materno Infantil
(HUUMI) localizado no município de São Luís-MA.
6
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de campo do tipo descritiva, prospectiva,
com abordagem quantitativa, onde se procurou avaliar a consulta pré-natal
realizada por enfermeiros e médicos. Este trabalho monográfico apresentará
uma revisão bibliográfica sobre como realizar uma consulta pré-natal de
qualidade, baseada em estudos de Paulo Belfort, Jorge Rezende, Arlene
Burroughs, Geraldo Mota Carvalho, Geoffrey Chamberlain, Maria Tereza
Maldonado, Bussâmara Neme entre outros autores.
O estudo foi realizado no ambulatório de pré-natal do serviço de
Obstetrícia e Ginecologia do Hospital Universitário localizado no município de
São Luís-MA. A população abrangeu todas as gestantes atendidas por
enfermeiros e médicos no ambulatório de pré-natal do serviço de Obstetrícia e
Ginecologia do Hospital Universitário Unidade Materno Infantil (HUUMI). A
amostra foi composta por 220 gestantes de baixo risco que realizaram consulta
pré-natal.
Para coleta de dados, foi utilizado um questionário com perguntas
fechadas sobre condutas que interferem na qualidade da consulta durante a
assistência pré-natal (APÊNDICE A). O questionário aborda questões
referentes à identificação, dados socioeconômicos, motivos de consulta,
antecedentes pessoais, familiares, ginecológicos, sexualidade, antecedentes
obstétricos, informações sobre a gestação atual, condutas do exame físico,
solicitação de exames complementares e orientações dadas a gestante no
momento da consulta.
As gestantes respondiam ao questionário logo após a consulta pré-
natal. Optou-se por essa técnica por se entender que não haveria respostas
não sei e não lembro devido ao esquecimento pelas gestantes do
procedimento realizado; objetivo que foi alcançado, uma vez que, nenhuma das
entrevistadas apresentou como resposta estas opções.
7Os dados obtidos foram analisados através da codificação das
respostas, tabulação dos dados e apresentação das freqüências absolutas e
relativas; utilizando-se o Software Epi Info, versão 6.0. Estes foram
organizados e apresentados em tabelas no Programa Microsoft Word, sendo
realizados cruzamentos de algumas variáveis.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I 11
O PRÉ-NATAL 11
1.1 Primeira consulta 12
1.1.1 Anamnese 12
1.1.2 Exame físico 14
1.1.3 Exames complementares 15
1.1.4 Orientações à gestante 18
1.2 Consultas subseqüentes 20
CAPÍTULO II 22
CONSULTA PRÉ-NATAL DO HUUMI 22
CAPÍTULO III 36
AVALIAÇÃO DA CONSULTA PRÉ-NATAL DO HUUMI 36
CONCLUSÃO 49
BIBLIOGRAFIA 52
APÊNDICE 58
ÍNDICE 64
ÍNDICE DE TABELAS 65
9
INTRODUÇÃO
Este trabalho monográfico tem como tema a avaliação da consulta
pré-natal através do tipo de assistência que o profissional da saúde está
oferecendo nos serviços de pré-natal. Este estudo busca avaliar a assistência
que é prestada durante a consulta no pré-natal, pois a mesma se constitui ação
básica de saúde pública, de baixo custo, obrigatória a toda as gestante
independente das condições sociais, econômicas e raciais.
Acredita-se na importância deste para contribuir com os profissionais
da saúde na detecção de aspectos passíveis de melhorias na assistência pré-
natal, que é fator essencial à proteção do binômio feto-mãe. Só ela conduzirá
ao objetivo que todas almejam; o nascimento de feto vivo, sadio, sem
problemas físicos ou mentais, obstando seu desenvolvimento imediato ou
futuro.
Fator de sucesso na assistência pré-natal é a atuação do pré-
natalista. O desejável é que seja competente, humano e dedicado.
Competente, para orientar convenientemente a gestante, reconhecer os
problemas no momento devido e conduzi-los de maneira correta. Humano,
para poder entender e viver com a gestante as emoções da prenhez,
orientando, discutindo e esclarecendo as dúvidas, afastando-lhe as tensões.
Dedicado, a ponto de dispensar a cada paciente todo o tempo que for
necessário para um atendimento adequado (CORRÊA, 1994, p. 16).
Desta forma torna-se objetivo da pesquisa avaliar a consulta pré-
natal realizada por enfermeiros e médicos no serviço ambulatorial de
obstetrícia do Hospital Universitário Unidade Materno Infantil (HUUMI), assim
como, caracterizar as gestantes quanto aos aspectos sócio-econômicos e
idade gestacional; investigar como os enfermeiros e médicos estão realizando
o exame físico obstétrico sob a ótica da gestante e identificar as orientações
realizadas pelos profissionais sob a ótica da gestante.
10Por serem realizadas em um curto período de tempo e pela falta de
paciência de alguns profissionais para responder às perguntas, observa-se que
quase não há interação durante as consultas, fazendo com que o profissional
muitas vezes passe despercebido por condutas que são primordiais para uma
assistência de qualidade no pré-natal. Conceitualmente, a assistência pré-natal
é o atendimento multidisciplinar que objetiva alcançar e manter a integridade
das condições de saúde materna e fetal e cujos resultados devem ser
avaliados a longo prazo, com a formação de pessoas úteis à comunidade e
produtivas para o país (TEDESCO, 2000).
Está demonstrado que a adesão das mulheres ao pré-natal está
relacionada com a qualidade da assistência prestada pelo serviço e pelos
profissionais de saúde o que em última análise, será essencial para a redução
dos elevados índices de mortalidade materna e perinatal verificado no Brasil
(BRASIL, 2000, p. 9).
A pesquisa será apresentada através de três capítulos. O primeiro
abordara revisões literárias de com realizar uma consulta pré-natal de
qualidade, sua seqüência ordenada (primeira consulta e consulta
subsequente), exames a serem solicitados e orientações que devem ser
prestadas. Nos dos últimos capítulos, serão relatados os dados da pesquisa
realizada e seu resultados, mostrando a realidade das consultas pré-natais que
são oferecidas as gestantes atendidas no Hospital Universitário Unidade
Materno Infantil (HUUMI) em São Luís - MA.
11
CAPÍTULO I
O PRÉ-NATAL
A gestação compreende um período de mudanças físicas e
emocionais que as mulheres vivenciam de formas distintas. Este evento guarda
estreita relação com múltiplos fatores, como: a gravidez ter sido ou não
planejada; o nível socioeconômico e de escolaridade da gestante e/ou família;
a situação conjugal e trabalhista; os antecedentes clínicos e obstétricos; e
expectativas outras que passam a ser geradas com relação ao momento do
parto e puerpério (MOURA; LINARD; ARAÚJO, 2004).
De acordo com Corrêa (1994) tornam-se finalidades precípuas da
assistência pré-natal o diagnóstico ou confirmação de enfermidades maternas
pré-existentes; o acompanhamento da gestação observando as condições da
gestante, o desenvolvimento e as condições intra-uterinas do feto; o
diagnóstico e tratamento de problemas que surjam no decurso da gravidez;
adoção de medidas preventivas recomendadas e por fim a orientação e
preparo da paciente para o parto.
O controle da assistência pré-natal, de acordo com recomendações
de organismos oficiais de saúde, deve ter início precoce, cobertura universal,
ser realizado de forma periódica, estar integrado com as demais ações
preventivas e curativas, e deve ser observado um número mínimo de
consultas, sendo que seu sucesso depende, em grande parte, do momento em
que ele se inicia e do número de consultas realizadas (COIMBRA, 2003).
O ideal seria que todo pré-natal fosse iniciado tão logo o desejo pela
maternidade se manifestasse (avaliação pré-concepção). Sendo assim, o casal
já se planejaria para dar início a uma gestação, gozando de plena saúde.
Porém, como na grande maioria das vezes, isso não é possível, deve-se dar
início ao pré-natal tão logo à gravidez seja suspeitada ou confirmada.
Para que se tenha uma boa assistência pré-natal, o intervalo entre
as consultas deve ser de quatro semanas. Após a 36ª semana, a gestante
deverá ser acompanhada a cada 15 dias, visando à avaliação da pressão
12arterial, da presença de edemas, da altura uterina, dos movimentos do feto e
dos batimentos cardiofetais (BRASIL, 2000).
Para se alcançar às finalidades propostas, a gestante será
examinada periodicamente, sendo que o roteiro das consultas durante a
assistência pré-natal deve ser constituído por: primeiras consultas e consultas
subseqüentes (MOURA; LINARD; ARAÚJO, 2004).
1.1 Primeira consulta
Na primeira consulta, o exame deve ser mais minucioso e
compreenderá a anamnese, o exame físico, a solicitação de exames e as
orientações à gestante.
O atendimento deve ser iniciado logo que houver suspeita de
gravidez, sendo aconselhável que não se inicie após o 1º trimestre; definir o
estado de saúde da mãe e do feto; determinar a idade gestacional do feto em
semanas, a partir do primeiro dia da última menstruação (o preciso
conhecimento da idade fetal é fundamental para a boa assistência da gestante)
e iniciar plano de acompanhamento obstétrico, que pode variar desde
consultas subseqüentes relativamente pouco freqüentes até a imediata
internação devido à doença materna ou fetal severa (UNIVERSIDADE
ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO, 2000).
1.1.1 Anamnese
A anamnese tem como objetivo obter dados de identificação, dados
sócio-econômicos, motivos de consulta, antecedentes pessoais, familiares,
ginecológicos, sexualidade, antecedentes obstétricos e ainda, informações
sobre a gestação atual (BRASIL, 2000; SANCOVSKI, 1994):
a) dados de identificação: a idade e cor tornam-se importantes uma
vez que, existe risco da gestação nos extremos da vida reprodutiva,
assim como, algumas patologias associadas à população negra;
13b) dados socioeconômicos: a situação conjugal, embora nem sempre
corresponda ao tipo de vida sexual, se faz importante para saber se
há companheiro fixo, o que poderá implicar em melhor aceitação da
gestação, melhores condições de vida, etc.; sendo importante ainda
nestes dados, a identificação da profissão da gestante, para que se
tenha conhecimento do tipo de atividade desenvolvida pela mesma, e
ainda, se o tipo de atividade poderá oferecer riscos, principalmente
quando há uma má história obstétrica;
c) motivos da consulta: ajudam a identificar se a gestante foi
encaminhada, se procurou diretamente o atendimento, ou se existe
alguma queixa que a levou a procurar a unidade;
d) antecedentes pessoais: é oportuno tentar conhecer alguns
aspectos relacionados ao crescimento e desenvolvimento, doenças
anteriores que possam ter deixado seqüelas, as que podem se
agravar com o estado gravídico, ou doenças atuais que podem piorar
ou comprometer a evolução da gestação. As cirurgias uterinas
também constituem um importante fator de investigação devido ao
risco de rotura uterina;
e) antecedentes familiares: são de grande importância,
principalmente por informar sobre doenças de caráter transmissível
ou hereditário. O estado de saúde do parceiro deve ser interrogado,
principalmente no que se refere às doenças sexualmente
transmissíveis ou contagiosas;
f) antecedentes ginecológicos: deve-se interrogar sobre a duração,
intervalo e regularidade dos ciclos menstruais, uso de métodos
anticoncepcionais, infertilidade ou esterilidade, doenças sexualmente
transmissíveis, cirurgias ginecológicas e se há alterações mamarias;
g) sexualidade: interroga-se o início da atividade sexual, se há desejo
e orgasmo durante a relação, presença de dispareunia, prática
sexual nesta gestação ou em gestações anteriores e número de
parceiros;
14h) antecedentes obstétricos: devemos obter dados sobre número e
intervalo entre os partos. Em casos de longo intervalo, saber se foi
intencional ou não, o que poderá ser útil para inferir a fecundidade da
mulher. È fundamental interrogar sobre a evolução das gestações
anteriores, no tocante a intercorrências, duração, terminalidade, peso
e condições do recém-nascido;
i) gestação atual: interessa saber a data da última menstruação para
o estabelecimento da idade gestacional, a qual é de extrema
importância, pois existem problemas específicos nas diferentes fazes
da gravidez. Quando não se tem a informação precisa da data da
última menstruação, os dados clínicos da altura uterina e a ultra-
sonografia são necessários para estimar a idade gestacional, sendo
este último exame o mais adequado para esta finalidade.
1.1.2 Exame físico
Faz-se necessário salientar a importância do exame físico, uma vez
que inúmeras doenças somente são diagnosticadas quando em trabalho de
parto por terem o diagnóstico negligenciado durante o pré-natal, deve-se
portanto proceder ao exame físico, mesmo que de forma sucinta (TEDESCO,
2000).
A sistematização do exame físico, aliados aos outros itens da
propedêutica, permite formular diagnósticos e estabelecer uma proposta
assistencial; o mesmo deve ser uma constante na prática clínica, de forma a
não ser esquecido nenhum tempo propedêutico que possa colocar em risco a
elaboração diagnóstica (SANCOVSKI, 1994).
O exame físico da gestante compreende o exame físico geral e do
abdome. O exame físico geral tem como momento próprio de realização a
primeira consulta, onde deve ser feito um exame físico completo da paciente.
Já o exame do abdome, fornece dados auxiliares para o diagnóstico de idade
da gravidez e sua evolução, informando o tamanho, situação, posição e
apresentação fetal. Com esse objetivo, realiza-se a inspeção, palpação e
15mensuração da região abdominal, completando-se o exame com a realização
da ausculta dos batimentos cardiofetais (CORRÊA, 1994):
a) inspeção: começa-se o exame do abdome pela sua inspeção.
Através dela, procura-se observar se existe relação exata entre o
período de amenorréia informado pela paciente e o aumento
abdominal causado pelo crescimento uterino;
b) palpação: no início da prenhez, a palpação do abdome materno
visa determinar apenas o volume do útero e sua correspondência ou
não com a idade gestacional;
c) mensuração abdominal: a medida do tamanho do útero é um dos
dados clínicos mais importantes para se acompanhar a evolução da
gravidez. Sabe-se que o crescimento normal do feto determina um
aumento uterino de 4 cm por mês. Realizada corretamente, essa
medida fornece ao profissional da saúde informações válidas para o
diagnóstico da idade gestacional e do desenvolvimento do concepto;
d) ausculta dos batimentos cardiofetais: clinicamente avaliam-se as
condições do concepto, fazendo-se a ausculta dos seus batimentos
cardíacos.
1.1.3 Exames complementares
Em gravidez normal, poucos exames são necessários. Trazendo
risco de doenças suscetíveis de coexistir com a prenhez ou risco gestacional,
novos exames devem ser solicitados (BELFORT, 1998; NEME, 2000).
São indispensáveis em qualquer gestação os seguintes exames:
grupo sangüíneo e fator Rh, hemograma, exame de urina, sorologia para sífilis,
parasitológico de fezes, glicemia em jejum, sorologia para citomegalovírus e
toxoplasmose, teste anti-HIV e ultra-sonografia; sendo que alguns exames
podem ser novamente solicitados dependendo da evolução da gestação
(BELFORT, 1998):
a) grupo sangüíneo e fator Rh: sua realização é obrigatória em todas
as gestantes. O conhecimento do grupo sangüíneo da gestante
16permite saber, após o parto, se existe incompatibilidade ABO com o
recém-nascido. Com relação ao fator Rh, a incompatibilidade pode
se manifestar durante a gravidez por causas maternas ou paternas,
causando problemas no feto ou no recém-nascido;
b) hemograma: a anemia é uma complicação importante da gravidez.
Algumas gestantes já são anêmicas previamente e noutras esse
problema se manifesta durante a prenhez. Em razão disso, na
primeira consulta solicita-se o hemograma que será repetido
posteriormente, se isso se fizer necessário. Em função do aumento
do volume plasmático na gravidez e do menor aumento do volume
eritrocitário, ocorre uma hipervolemia principalmente às custas da
expansão de volume plasmático, o que acarreta uma hemodiluição
levando à chamada “anemia fisiológica” da gravidez. Os níveis de
hemoglobina, hematócrito, leucócitos e plaquetas devem ser
investigados, uma vez que, seus valores durante a gestação podem
se diferenciar do normal e não necessariamente indicar uma
alteração;
c) exame de urina: além de ser mais freqüente a infecção bacteriana
durante a gestação, deve-se atentar também para a alta incidência
de bacteriúria assintomática. O exame simples de urina deverá ser
realizado na primeira consulta em toda grávida, a fim de pesquisar
bacteriúria assintomática e proteinúria; em grávidas de risco ou
aquelas com suspeita de infecção urinária, impõe-se urocultura;
d) sorologia para sífilis: tem-se utilizado o VDRL para triagem, o qual,
embora sendo um teste não-específico, é de grande valor, pois
permite avaliar quantitativamente os pacientes aos 3, 6 e 12 meses
após o tratamento;
e) parasitológico de fezes: este exame não se constitui em prova
essencial no pré-natal, embora seja rotineiro em quase todos os
serviços em nosso meio, em função da alta incidência de gestantes
parasitadas, e espoliadas pelos parasitas intestinais. Feito o exame,
identificado os parasitas, deverão ser tratados somente após o
17primeiro trimestre, e utilizando-se drogas que sejam eficazes e que
não acarretem danos à gestação e ao produto da concepção. Na
eventualidade de não estarem trazendo transtornos gastrointestinais,
nem sistêmicos, o tratamento pode ser postergado para o período
pós-parto;
f) glicemia em jejum: a possibilidade da gestante desenvolver uma
diabete durante a gravidez, com conseqüências graves para o feto,
justifica o emprego, no pré-natal, de testes que possam identificar
essas pacientes. O teste é realizado através da tolerância à glicose e
em caso de valores alterados, referencia-se Diabete Gestacional;
g) sorologia para citomegalovírus: as mulheres jovens, suscetíveis de
engravidar, não imunizadas ou que ainda não tiveram rubéola,
deveriam ser sistematicamente vacinadas contra a doença, pelo
menos 3 meses antes da gestação. Quando a grávida tiver contacto
com pessoas suspeitas ou portadoras de rubéola, deverá ser
submetida a exames de sangue, com intervalo de 2 semanas, para
rastrear a presença de anticorpos, notadamente IgM; sendo que o
aumento igual ou superior a 2 vezes o título inicial é indicador da
virose materna, podendo acarretar complicações maternas e/ou
fetais;
h) sorologia para toxoplasmose: embora não seja considerada de
rotina, deve-se recomendar o rastreamento através da
imunofluorecência indireta - IgG e IgM - visto ser a infecção
congênita mais prevalente, as vezes, assintomática, em nosso meio;
i) teste anti-HIV: merece atenção especial pelo risco lactente e real,
principalmente com história prévia de transfusão sangüínea,
prostituição, parceria ou usuária de drogas injetáveis, e antecedentes
de doenças sexualmente transmissíveis. É possível a redução dos
índices de infecção fetal pelo uso de zidovudina durante a gestação;
não deve ser esquecido o devido consentimento por parte da
paciente, e dos cuidados na informação em caso de positividade;
18j) ultra-sonografia: tornou-se procedimento obrigatório em obstetrícia
o exame ultra-sonográfico. No primeiro trimestre, idealmente, através
da via vaginal; dessa época em diante, transabdominal; sendo
procedimento seguro e inócuo, pode ser repetido sempre que
necessário, em momentos diversos da gestação. Justifica-se realizar
o exame, mesmo em gestações normais, no decorrer da 9ª, 20ª e 36ª
semanas, as informações proporcionadas pelo exame relacionam-se
ao concepto, ao líquido amniótico e a placenta.
1.1.4 Orientações à gestante
Muitas perguntas das gestantes deixam, às vezes, o próprio
profissional da saúde em dúvida sobre a melhor conduta a ser tomada na
gestação, porém deve-se definir sempre com segurança suas posições que
nestas condições, devem ser norteadas pelo bom senso (SANCOVSKI, 1994;
YAZLLE; PATTA, 2000):
a) vacinação antitetânica: naquelas não vacinadas indicam-se três
doses de toxóide antitetânico a partir da 20ª semana, com intervalos
de oito semanas; aquelas com vacinação anterior incompleta são
aplicadas às doses necessárias para completar as três
recomendadas; já as que possuem vacinação completa há 5 anos,
indica-se uma dose de reforço e as que possuem vacinação
completa há menos de 5 anos, dispensa-se a vacinação. A
realização desta conduta pode evitar complicações futuras como o
tétano neonatal;
b) nutrição: a nutrição apropriada constitui um fator importante na
manutenção da saúde materna durante a gestação e na provisão de
nutrientes adequados para o desenvolvimento embrionário e fetal.
Em geral, é extremamente difícil fazer as gestantes entenderem o
valor calórico dos alimentos e como suplementar as necessidades
calóricas impostas pela gestação. Por isso, um dos propósitos da
assistência pré-natal é aconselhar e garantir que a mulher receba
19nutrição adequada durante a gravidez, com o aumento ou a
diminuição de determinadas substâncias para uma evolução
saudável durante a gestação;
c) atividades físicas: devem ser exercidas numa intensidade
determinada por limites individuais. Diz-se que a grávida deve
aprender a “ouvir” o corpo, exercitando-se até onde ele permita. O
exercício propicia maior grau de relaxamento físico e psíquico,
permitindo maior segurança e confiança no processo gravídico e no
parto;
d) auto-exame das mamas: faz-se importante para a detecção de
alguma alteração que possa vir prejudicar o processo da
amamentação;
e) informação sobre a data provável do parto, idade gestacional e
consultas subseqüentes;
f) preparação para o parto: uma das preocupações da gestante,
principalmente na nulípara, é saber como se caracteriza o início do
trabalho de parto e quando procurar o hospital. Esses
esclarecimentos devem ser prestados à medida que são solicitados e
repetidos nas últimas consultas; mas, ainda assim, muitas gestantes
serão atendidas em falso trabalho de parto, devendo-se prestar
maior esclarecimento a estas mulheres no sentido de tranqüilizá-las
e diminuir sua ansiedade;
g) puerpério: este é o período em que as modificações locais e
sistêmicas, imprimidas pela gestação no organismo materno,
retornam ao estado pré-gravídico. Faz-se necessário orientar à
gestante sobre tais modificações como, por exemplo, à presença de
cólicas que por muitas vezes podem ser dolorosas, a presença de
lóquios, a sensação de dor e ardor na episiorrafia, e alterações
mamarias. Estas informações podem muitas vezes evitar que a
mulher fique ansiosa ou preocupada diante de uma situação normal
e esperada, por falta de conhecimento;
20h) cuidados com o recém-nascido: estas são informações primordiais
para que a mãe tenha maior segurança no cuidado com o seu bebê.
Ela deve receber orientações básicas como alimentação,
higienização, observação de alterações que possam necessitar de
atendimento de saúde entre outros cuidados, ainda durante o pré-
natal, para que todas estas informações não sejam dispostas de uma
única vez após o parto; momento este em que a mulher apresenta
um certo grau de debilidade física, o que diminui a capacidade de
assimilação das informações;
i) aleitamento materno: a mulher e seu parceiro são encorajados a
decidir o método de alimentação adequado, no entanto, os benefícios
da amamentação devem ser enfatizados. Uma vez que o casal
recebeu informações sobre as vantagens e as desvantagens da
mamadeira e da amamentação, pode fazer uma escolha informada.
1.2 Consultas subseqüentes
A freqüência das consultas pré-natais é classicamente estabelecida
em visitas periódicas com intervalo de 4 semanas até a 28ª semana, de 2 em 2
semanas até a 36ª semana e semanalmente até o parto. No entanto, em
gestações de evolução normal, um esquema mais flexível pode ser adotado,
como consultas a cada 15 dias após a 36ª semana (UNIVERSIDADE
ESTADUAL DO RIO DE JANEIRO, 2000; BRASIL, 2000).
A cada consulta deve-se registrar uma breve história dos eventos
ocorridos após a última consulta pré-natal, sendo que os dados precisam ser
comparados com os resultados anteriores, daí a importância do registro de
informações básicas no cartão da gestante após a consulta (CHAMBERLAIN,
1993).
O controle do peso deve ser feito considerando-se a importância do
ganho ponderal na gravidez; o controle da pressão arterial também deve ser
observado, para verificar se há alterações nos níveis tencionais que significam
problema para gestante e seu filho; as mamas devem ser examinadas para que
21se observe seu desenvolvimento e a presença de fissuras ou outras
anormalidades; o abdome deve ser avaliado através da inspeção, palpação,
mensuração e ausculta dos batimentos cardiofetais em todas as consultas,
devendo-se permitir tempo para perguntas sobre problemas e dúvidas
existentes. Por meio destas condutas, se faz o acompanhamento do
desenvolvimento intra-uterino do concepto e avaliação do estado materno
(CORRÊA, 1994; JOHNSON; WALKER; NIEBYL, 1999).
Reforçar a importância da assistência pré-natal se faz necessário,
uma vez que cada mulher merece uma atenção diferenciada , assim como,
problemas poderão surgir em qualquer período gestacional.
22
CAPÍTULO II
CONSULTA PRÉ-NATAL DO HUUMI
A pesquisa foi realizada com uma amostra de 220 mulheres. Destas,
73 realizaram a primeira consulta e 147 participaram de consultas
subseqüentes. A mulher mais jovem que participou da pesquisa tinha 14 anos
e a menos jovem 35 anos. A partir da tabela 4, todos os dados são referentes a
condutas tomadas pelos profissionais durante a consulta pré-natal, sendo que
nas tabelas referentes à primeira consulta, o N equivale a 73 mulheres e nas
tabelas referentes às consultas subseqüentes, o N equivale a 147 mulheres.
23Observa-se na Tabela 1 que 133 (60,4%) mulheres participantes da
pesquisa encontram-se na faixa etária de 14 a 20 anos; 116 (52,7%) destas
são solteiras; ensino fundamental foi o grau de escolaridade encontrado em
135 (61,3%) entrevistadas e a profissão/ocupação prevalente foi a do lar, com
77 (35%) mulheres da amostra.
Tabela 1 - Características da amostra. HUUMI. São Luís-MA.
VARIÁVEIS f % Idade 14 a 20 anos 133 60,4 > 20 anos 87 39,6 Total 220 100,0 _______________________________________________________________ Estado Civil Casada 38 17,3 Solteira 116 52,7 União consensual 66 30,0 Total 220 100,0 _______________________________________________________________ Escolaridade Nunca estudou 13 5,9 Ensino fundamental 135 61,3 Ensino médio 68 31,0 Ensino superior 4 1,8 Total 220 100,0 _______________________________________________________________ Profissão/Ocupação Do lar 77 35,0 Estudante 28 12,7 Outras 115 52,3 Total 220 100,0 _______________________________________________________________
24Entre as gestantes estudadas, 94 (42,7%) são nulíparas, 62 (28,2%)
são primíparas, enquanto que 3 (1,4%) são multíparas.
Tabela 2 - Paridade das gestantes estudadas. HUUMI. São Luís-MA.
PARIDADE f % 0 94 42,7
1 62 28,2
2 44 20,0
3 17 7,7
4 2 0,9
6 1 0,5
TOTAL 220 100,0
Na amostra pesquisada 57 (78,1%) gestantes iniciaram o
acompanhamento pré-natal no segundo trimestre; 12 (16,4%), o fez no primeiro
trimestre e 4 (5,5%) entrevistadas que estavam se consultando pela primeira
vez, encontravam-se no terceiro trimestre. Nenhuma gestante realizou consulta
subseqüente no primeiro trimestre, 39 (26,5%) destas, realizaram consulta
subseqüente no segundo trimestre e 108 (73,5%) a realizaram no terceiro
trimestre.
Tabela 3 - Gestantes segundo a idade gestacional e o tipo de consulta pré-natal. HUUMI. São Luís-MA. IDADE GESTACIONAL TIPO DE CONSULTA 1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre Total f % f % f % f % Primeira consulta 12 16,4 57 78,1 4 5,5 73 33,19
Consulta subseqüente 0 0,0 39 26,5 108 73,5 147 66,81
TOTAL 12 16,4 96 104,6 112 79,0 220 100,0
25Quando questionadas sobre a atitude do profissional durante a
consulta pré-natal, 137 (62,3%) gestantes afirmaram que o profissional não se
identificava pela categoria profissional; 163 (74,1%) destes chamavam a cliente
pelo nome e 125 (56,8%) profissionais não explicavam o procedimento
realizado. As mulheres afirmaram ainda que 151 (68,6%) profissionais davam
oportunidade para perguntas; 123 (55,9%) respondiam adequadamente às
perguntas; 119 (54,1%) davam oportunidade para que as mulheres
apresentassem suas queixas e 115 (52,3%) profissionais, sugeriam medidas
de alívio para as queixas apresentadas.
Tabela 4 - Atitude do profissional durante a consulta pré-natal. HUUMI. São Luís-MA. VARIÁVEIS SIM NÃO TOTAL f % f % f % Identificação profissional 83 37,7 137 62,3 220 100,0
Chamou a cliente pelo nome 163 74,1 57 25,9 220 100,0
Explicou procedimentos realizados 95 43,2 125 56,8 220 100,0
Oportunidade para perguntas 151 68,6 69 31,4 220 100,0
Respondia adequadamente as perguntas 123 55,9 97 44,1 220 100,0
Oportunidade para queixas 119 54,1 101 45,9 220 100,0
Sugeriu medidas de alívio 115 52,3 105 47,7 220 100,0
26Conforme a Tabela 5, 47 (64,4%) mulheres afirmaram ter sua
escolaridade interrogada pelo profissional; 73 (100%) gestantes informaram
sobre sua situação conjugal; 61 (83,6%) foram questionadas quanto a sua
profissão/ocupação; sendo que 55 (75,3%) e 49 (67,1%) mulheres, não foram
questionadas quanto à renda familiar e condições de moradia respectivamente.
Tabela 5 - Investigação dos dados sócio-econômicos na primeira consulta. HUUMI. São Luís-MA. VARIÁVEIS SIM NÃO TOTAL f % f % f % Escolaridade 47 64,4 26 35,6 73 100,0
Situação conjugal 73 100,0 0 0,0 73 100,0
Profissão/Ocupação 61 83,6 12 16,4 73 100,0
Renda familiar 18 24,7 55 75,3 73 100,0
Condições de moradia 24 32,9 49 67,1 73 100,0
A investigação dos antecedentes familiares pelo profissional foi
realizada com 63 (86,3%) entrevistadas, sendo os antecedentes pessoais
foram investigados com as 73 (100%) participantes da pesquisa.
Tabela 6 - Investigação dos antecedentes familiares e pessoais na primeira consulta. HUUMI. São Luís-MA. VARIÁVEIS SIM NÃO TOTAL f % f % f % Antecedentes familiares 63 86,3 10 13,7 73 100,0
Antecedentes pessoais 73 100,0 0 0,0 73 100,0
27O estudo revela que durante a construção da história da gestante 73
(100%) mulheres foram questionadas sobre o seu ciclo menstrual; 69 (94,5%)
foram interrogadas quanto à utilização de métodos anticoncepcionais; 57
(78,1%) afirmaram que o profissional investigou histórias de doenças
sexualmente transmissíveis; 43 (58,9%) investigaram doenças ginecológicas e
de mamas; 38 (52,1%) perguntaram à idade de ocorrência da primeira
menstruação e 40 (54,8%) perguntaram à idade de iniciação da vida sexual.
Tabela 7 - Investigação dos antecedentes ginecológicos e sexualidade na primeira consulta. HUUMI. São Luís-MA. VARIÁVEIS SIM NÃO TOTAL f % f % f % Menstruação 73 100,0 0 0,0 73 100,0
Métodos anticoncepcionais 69 94,5 4 5,5 73 100,0
DST’s 57 78,1 16 21,9 73 100,0
Doenças ginecológicas e mamas 43 58,9 30 41,1 73 100,0
Menarca 38 52,1 35 47,9 73 100,0
Coitarca 40 54,8 33 45,2 73 100,0
28De acordo com o observado na tabela 8, 39 (95,1%) gestantes foram
investigadas quanto ao número de partos; 41 (100%) profissionais
questionaram a ocorrência de abortos e 37 (90,2%) perguntaram as mulheres o
número de filhos que as mesmas possuíam.
Tabela 8 - Investigação dos antecedentes obstétricos na primeira consulta. HUUMI. São Luís-MA. N = 41 VARIÁVEIS SIM NÃO TOTAL f % f % f % Número de partos 39 95,1 2 4,9 41 100,0
Número de abortamentos 41 100,0 0 0,0 41 100,0
Número de filhos 37 90,2 4 9,8 41 100,0
Obs.: 32 mulheres (43,8%) são nulíparas, por este motivo do total de 73
mulheres apenas 41 (56,2%) são consideradas 100%.
29Durante a avaliação de gestações anteriores, 27 (65,8%) mulheres
afirmaram que o profissional que as consultou não investigou a idade da
primeira gestação; 23 (56,1%) destes não verificaram o intervalo entre as
gestações; 33 (80,5%) mulheres não foram questionadas quanto às condições
do recém-nascido anterior; 37 (90,2%) não foram interrogadas quanto à
ocorrência de complicações pós-parto e 30 (73,2%) destas, não tiveram
histórias de aleitamentos anteriores investigada.
Tabela 9 - Avaliação das gestações anteriores na primeira consulta. HUUMI. São Luís-MA. N = 41 VARIÁVEIS SIM NÃO TOTAL f % f % f % Idade na primeira gestação 14 34,2 27 65,8 41 100,0
Intervalo entre as gestações18 43,9 23 56,1 41 100,0
Condições do recém-nascido 8 19,5 33 80,5 41 100,0
Complicações após o parto 4 9,8 37 90,2 41 100,0
Aleitamentos anteriores 11 26,8 30 73,2 41 100,0
Obs.: 32 mulheres (43,8%) são nulíparas, por este motivo do total de 73
mulheres apenas 41 (56,2%) são consideradas 100%.
30Quanto à coleta de dados da gestação atual, observa-se através da
tabela 10 que pouco se deixa a desejar em relação à investigação da data da
última menstruação, uma vez que, 73 (100%) profissionais a fizeram; assim
como, a investigação dos sinais e sintomas da gestação atual e o uso de fumo
ou álcool na mesma, onde 68 (93,2%) e 71 (97,3%) entrevistadas foram
investigadas respectivamente. Em contraste temos a investigação de gestação
desejada ou não, onde observamos que 57 (78,1%) gestantes não foram
abordadas sobre este assunto.
Tabela 10 - Investigação da gestação atual na primeira consulta. HUUMI. São Luís-MA. VARIÁVEIS SIM NÃO TOTAL f % f % f % Data da última menstruação 73 100,0 0 0,0 73 100,0
Sinais e sintomas atuais 68 93,2 5 6,8 73 100,0
Gestação desejada ou não 16 21,9 57 78,1 73 100,0
Uso de fumo ou álcool 71 97,3 2 2,7 73 100,0
31Na tabela 11, observa-se o relatado de que na primeira consulta 73
(100%) mulheres tiveram peso e pressão arterial verificados; 65 (89%) não
tiveram as mamas examinadas; 46 (63%) receberam exame abdominal e 49
(67,1%) destas, não tiveram os membros inferiores examinados.
Em relação à realização do exame físico na consulta subseqüente, 147 (100%)
mulheres também relataram que tiveram peso e pressão arterial verificados;
119 (81%) destas não tiveram as mamas examinadas; 131 (89,1%) receberam
exame abdominal e 30 (79,6%) não tiveram os membros inferiores
examinados.
Tabela 11 - Realização de exame físico durante o pré-natal. HUUMI. São Luís-MA. PRIMEIRA CONSULTA CONSULTA SUBSEQÜENTE VARIÁVEIS Sim Não Sim Não TOTAL f % f % f % f % f % Peso 73 100,0 0 0,0 147 100,0 0 0,0 220 100,0
Pressão arterial 73 100,0 0 0,0 147 100,0 0 0,0 220 100,0
Exame de mamas 8 11,0 65 89,0 28 19,0 119 81,0 220 100,0
Exame abdominal*46 63,0 27 37,0 131 89,1 16 10,9 220 100,0
Exame de MMII 24 32,9 49 67,1 117 20,4 30 79,6 220 100,0
* Palpação do abdome, medida da altura uterina e ausculta dos batimentos cardiofetais.
32Quando questionadas sobre anotações no gráfico do ganho
ponderal e ao se examinar o cartão da gestante, observou-se que 209 (95%)
mulheres não recebiam este acompanhamento, apesar de todas realizarem a
medida do peso.
Tabela 12 - Registro do ganho ponderal no cartão da gestante. HUUMI. São Luís-MA. REGISTRO DO GANHO PONDERAL f % Sim 11 5,0
Não 209 95,0
TOTAL 220 100,0
Das gestantes que tiveram exames solicitados, 86 (74,1%) não
receberam informações sobre a importância da realização do mesmo.
Tabela 13 - Informações para a gestante sobre a importância da realização de exames. HUUMI. São Luís-MA. N = 116 INFORMAÇÕES SOBRE EXAMES f % Sim 30 25,9
Não 86 74,1
TOTAL 116 100,0 Obs.: Das 220 gestantes entrevistadas apenas 116 receberam solicitação de
exames, o que corresponde a 100% na tabela 13.
33Ao serem questionadas sobre o recebimento de orientações durante
as consultas pré-natais já realizadas, constatou-se que apenas 100 (45,5%)
mulheres entrevistadas receberam algum tipo de informação relativa a
condutas a serem tomadas durante a gravidez, enquanto que a maioria, 120
(54,5%) mulheres, não recebeu nenhuma informação.
Tabela 14 - Orientações recebidas durante a consulta pré-natal. HUUMI. São Luís-MA. ORIENTAÇÕES f % Sim 100 45,5
Não 120 54,5
TOTAL 220 100,0
O estudo mostra que 123 (55,9%) mulheres entrevistadas possuíam
registro de realização da imunização no cartão da gestante. Este dado não
afirma que todas as mulheres que não possuíam o registro da realização da
imunização, 97 (44,1%), não a tenham realizado.
Tabela 15 - Acompanhamento do registro da imunização no cartão da gestante. HUUMI. São Luís-MA. REGISTRO DA IMUNIZAÇÃO f % Sim 123 55,9
Não 97 44,1
TOTAL 220 100,0
34Das 220 gestantes entrevistadas, 127 (57,7%) não possuíam
registros no cartão da gestante após a realização da consulta, apenas 93
(42,3%) destas, possuíam tais registros.
Tabela 16 - Realização de registros no cartão da gestante. HUUMI. São Luís-MA. REGISTRO NO CARTÃO f % Sim 93 42,3
Não 127 57,7
TOTAL 220 100,0
Quando relacionada à paridade com as orientações recebidas pelas
gestantes, observamos que as nulíparas representam o maior percentual de
gestantes, no total de 94 (42,7%), e as que mais receberam orientações
durante a consulta, 72 (76,6%), ficando evidenciado que quanto maior a
paridade, menor o número de orientações recebidas, uma vez que, 3 (1,4%)
mulheres multíparas (4 e 6 paridades) não receberam nenhuma orientação.
Tabela 17 - Recebimento de orientações segundo a paridade da gestante. HUUMI. São Luís-MA. ORIENTAÇÕES PARIDADE Sim Não Total f % f % f % 0 72 76,6 22 23,4 94 42,7
1 15 24,2 47 75,8 62 28,2
2 10 22,7 34 77,3 44 20,0
3 3 17,6 14 82,4 17 7,7
4 0 0,0 2 100,0 2 0,9
6 0 0,0 1 100,0 1 0,5
TOTAL 100 141,1 120 458,9 220 100,0
35A pesquisa mostra através da tabela 18 que a explicação do
procedimento para a gestante está diretamente relacionada à escolaridade que
está possui. Das 13 (5,9%) mulheres que nunca estudaram apenas 3 (23,1%)
receberam explicações, sendo que, quanto maior a escolaridade maior o
número de mulheres que recebem explicações dos procedimentos realizados,
pois todas as 41 (1,8%) mulheres com ensino superior receberam tais
explicações.
Tabela 18 – Orientações do profissional quanto à escolaridade da gestante. HUUMI. São Luís-MA. EXPLICAÇÃO DO PROCEDIMENTO ESCOLARIDADE Sim Não Total f % f % f % Nunca estudou 3 23,1 10 76,9 13 5,9
Ensino fundamental incompleto 26 36,1 46 63,9 72 32,7
Ensino fundamental completo 26 41,3 37 58,7 63 28,6
Ensino médio incompleto 22 48,9 23 51,1 45 20,5
Ensino médio completo 14 60,9 9 39,1 23 10,5
Ensino superior 4 100,0 0 0,0 4 1,8
TOTAL 95 310,3 125 289,7 220 100,0
36
CAPÍTULO III
AVALIAÇÃO DA CONSULTA PRÉ-NATAL DO HUUMI
A pesquisa mostra através da análise da Tabela 1, que a maioria
das gestantes entrevistadas é considerada adolescente segundo a OMS
(1992). Esta Tabela ainda mostra que as participantes da pesquisa em sua
maioria são solteiras, com baixa escolaridade e apresentam como
profissão/ocupação predominante a do lar.
Neme (2000) afirma que é importante salientar o aspecto social da
assistência pré-natal no que tange à proteção das mães adolescentes, das
solteiras ou desamparadas e também importância em relação às condições
socioeconômicas, como a baixa escolaridade e baixo nível econômico pela
falta de trabalho remunerado, fatores estes, que podem tornar “sombrio” o
prognóstico materno-fetal.
De acordo com Tedesco (1999), o fato do maior percentual das
entrevistadas ser composto por nulíparas, pode ser justificado pela
necessidade das mães de primeira viagem em esclarecer dúvidas e
compreender melhor as mudanças durante a gravidez.
Os maiores índices de iniciação do pré-natal encontram-se no
segundo trimestre de acordo com a Tabela 3, o que é insatisfatório para o
Ministério da Saúde, uma vez que este preconiza consultas mensais até a 28ª
semana, quinzenais na 32ª semana, e semanais a partir da 40ª semana
(BRASIL, 2000; RODRIGUES FILHO; COSTA; IENO, 1994).
No que diz respeito à interação usuária e profissional, quanto melhor
a relação estabelecida entre este e a gestante, maior a probabilidade de
sucesso durante a realização da assistência pré-natal. O profissional ao se
identificar e chamar a cliente pelo nome, acaba por cativar a mesma, de forma
a garantir a continuidade do processo (MALDONADO, 1997; SANCOVSKI,
1994).
Na Tabela 4, observa-se que as condutas mais priorizadas pelos
profissionais foram: chamar a cliente pelo nome e oportunidades para
37perguntas; atitudes fundamentais para o estabelecimento da interação entre as
usuárias do serviço e os profissionais da saúde, mas estas condutas não são
as únicas necessárias para o estabelecimento de uma interação de qualidade.
Sancovski (1994) afirma que, não deve o profissional menosprezar
qualquer queixa ou sintoma referido, sob alegação de que está lidando com
gestante e que gravidez não é doença. Segundo o Ministério da Saúde a
maioria dos pré-natais é de curta duração, impedindo que as mulheres
manifestem queixas, dúvidas e medos intrínsecos à gravidez, o que impede
que possíveis anormalidades sejam detectadas (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2000).
O profissional deve, portanto, estabelecer um vínculo com a
gestante, proporcionando à mesma mais segurança e atentado para seus
questionamentos, pois, como reforça o Ministério da Saúde, a maioria das
questões trazidas, embora pareça elementar para quem escuta, pode
representar um problema sério para quem o apresenta. Dessa forma, respostas
diretas e seguras são de significativa importância para o bem-estar da mulher
(BRASIL, 2000; BRANDEN, 2000).
A investigação dos dados socioeconômicos da gestante como
escolaridade, situação conjugal, profissão ou ocupação, renda familiar e
condições de moradia são primordiais para o estabelecimento de condutas
adequadas na assistência pré-natal, e deve ser realizada na primeira consulta
(BRASIL, 2000).
A escolaridade da gestante é fator determinante na forma de
comunicação que será utilizada com a mesma, uma linguagem adequada e
familiar torna a cliente mais receptiva as informações fornecidas. Deve-se dar
igual importância para a investigação da situação conjugal e da ocupação que
a gestante possuí, uma vez que, a situação conjugal tem influências marcantes
no desenvolvimento da gravidez, quer pelo possível apoio econômico de uma
situação estável, quer pelo suporte psicossocial da presença do companheiro;
enquanto que orientações quanto à interferência da atividade profissional no
bom evoluir da gestação é importante medida preventiva (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2002; NOGUEIRA, 1994).
38Foi observado durante a pesquisa que os dados socioeconômicos
menos investigados foram à renda familiar e as condições de moradia; dados
estes que de acordo com Sancovski (1994), são necessários na identificação
do padrão de vida da gestante.
A investigação da renda familiar indica a condição financeira da
gestante. Segundo Lowdermilk (2002), os contrastes socioeconômicos
resultam em diferenças importantes de saúde, os índices de morte perinatal e
materna, de partos prematuros e de bebês de baixo peso ao nascer são
consideravelmente mais altos nas populações sem privilégios. As
conseqüências sociais para as mulheres, pobres mães solteiras, são enormes
porque muitas delas, com poucas habilidades, ficam presas à renda
insuficiente para atender aos cuidados da criança; já as condições de moradia,
podem identificar precárias condições de vida que interferem no ciclo gravídico-
puerperal.
Ainda na primeira consulta pré-natal, deve ser feito obrigatoriamente,
o levantamento tão completo quanto possível de todos os fatos relacionados às
condições de saúde da paciente e de sua família, valorizando-se mais aqueles
que possam influir na evolução da gravidez (CORRÊA, 1994; PINOTTI &
FAUNDES, 1993).
Para Lima (1998), a investigação da história clínica familiar é
importante na identificação de enfermidades passíveis de influenciar na
evolução de uma gestação e exercer efeitos nocivos sobre o concepto. É o
caso de doenças de transmissão hereditárias como: cardiopatia, diabete,
hipertensão arterial, epilepsia, neoplasias e alterações psíquicas; e doenças de
transmissão infecciosa como: tuberculose e sífilis.
Este autor ainda afirma que a investigação dos antecedentes
pessoais é de fundamental importância, uma vez que, qualquer moléstia
anterior à gestação pode influir desfavoravelmente na sua evolução. As
viroses, as parasitoses, as doenças sistêmicas, os distúrbios circulatórios ou
mentais, as operações anteriores, entre outros, podem representar risco
aumentado para a mãe e seu filho.
39Os antecedentes ginecológicos por sua vez, fornecem dados para
que se surpreenda alguma disfunção ginecológica que possa trazer
repercussão direta para a gestação. Em nosso meio, a menarca se instala por
volta dos 13 anos; sendo esta a idade que marca a atividade hormonal
ovariana sobre o organismo da mulher; desta forma, menarca precoce indica
atividade esteróide precoce, fazendo com que estas pacientes tenham
tendência a apresentar bacias do tipo platipelóide pela aceleração da soldadura
da cartilagem dos ossos; já a menarca tardia está associada à bacia do tipo
andróide e hipoplasia genital, o que pode levar a interrupção prematura da
gestação. A descoberta destas disfunções logo no início do acompanhamento
pré-natal, impõe a instituição de terapêutica, possibilitando evitar o parto
prematuro (SANCOVSKI, 1994; CORRÊA, 1994).
Para Rodrigues (1993), todos os dados relativos à história menstrual
são importantes para o diagnóstico e condução da gravidez; por estes motivos,
interessam a data da última menstruação, suas características, a presença de
períodos de amenorréia ou de metrorragias. A regularidade ou não dos ciclos
menstruais, bem como a quantidade e freqüência do fluxo são dados de grande
valia, uma vez que, influenciam na confiabilidade da data da última
menstruação, para o cálculo da data provável do parto e na possibilidade e
intercorrências. Ciclos metrorrágicos, hipermenorrágicos ou
hipooligomenorréicos devem ter suas causas investigadas, pois a ocorrência
de mioma uterino poderá provocar abortamento, parto prematuro, obstrução da
progressão fetal, entre outros.
Brasil (2000), afirma ainda que os métodos anticoncepcionais devem
ser investigados principalmente para a confiabilidade da data da última
menstruação, tão necessária para o cálculo da idade gestacional.
O início da atividade sexual, sua freqüência bem como o número de
parceiros devem ser investigados, deve-se ter também uma preocupação
particular com as doenças sexualmente transmissíveis e doenças
ginecológicas, pois algumas são danosas para o produto conceptual, assim
como doenças de mama, que podem trazer problemas no pós-parto
relacionados com o aleitamento materno (VINHA, 2000).
40Os dados da Tabela 8 mostram que a investigação dos
antecedentes obstétricos durante a consulta pré-natal no Hospital Universitário
Unidade Materno Infantil pouco deixa a desejar, uma vez que, apenas uma
pequena porcentagem de profissionais não os investigaram. A história
obstétrica e reprodutiva prévia é essencial para a assistência durante a
gravidez. A gravidade e a paridade devem ser observadas e cada gravidez
anterior registrada em detalhes (JOHNSON; WALKER; NIEBYL, 1999).
De acordo com Dolnikoff (1997), existindo história de abortamento, é
importante investigar a época em que a gestação se interrompeu; se
espontâneo ou induzido; se fez curetagem; se ocorreram complicações.
Abortamentos prévios conferem não apenas risco e ansiedade quanto a outro
abortamento, mas podem aumentar o risco de doença genética e também de
parto prematuro, assim como, indicar um mau passado obstétrico, classificando
a gestação como de alto risco.
Os mais baixos índices de mortalidade perinatal e complicações
obstétricas ocorrem na 2ª e 3ª gravidez e os mais altos ocorrem a partir de 5ª
gestação em conseqüências de anemias, hipertensão arterial e placenta prévia.
Por isso, é importante verificar a paridade que a mulher possui (LOPES, 1995;
MOTTA; SILVA, 1995).
Na avaliação das gestações anteriores, o conhecimento da evolução
pré-natal, tipo de parto, peso e condições do recém-nascido e puerpérios
anteriores; se constitui de extremo valor na anamnese obstétrica, pois estas
informações podem dar indicações do prognóstico da atual gestação e
problemas que poderão ocorrer na mesma em caso de repetição de sintomas
anteriores (BURROUGHS, 1995).
A idade na primeira gestação deve ser investigada para que se
identifique gestantes com possibilidade de útero imaturo devido a pouca idade
materna e gestantes que pertencem ao grupo de risco gestacional por
apresentar idade avançada; de acordo com o Ministério da Saúde as idades de
risco encontram-se em gestantes com menos de 17 anos e acima de 35 anos;
risco que abrange as gestantes estudadas na pesquisa, pois grande parte da
amostra é formada por adolescentes (BELFORT, 1998; BRASIL, 2000).
41No que diz respeito ao intervalo entre as gestações, Carvalho (1995)
afirma que o espaço de tempo decorrido entre o último parto e a gestação atual
se constitui no intervalo interpartal. Quando sua duração for de dez anos ou
mais, a atividade do organismo feminino equivale a uma estréia funcional, a
evolução da gestação atual, bem como do parto, equivale a de uma primigesta.
Assim, são mais encontradas doenças hipertensivas específicas da gestação e
o prolongamento da duração do parto.
Durante a realização da anamnese é importante que dados como
data da última menstruação, sinais e sintomas, condições de aceitação da
mesma e uso de tabaco ou álcool sejam investigados; estes fatores influenciam
na avaliação da evolução de gravidez, na ocorrência de complicações, sua
condução e possível conduta no momento do parto (VAZIN, 2000; POTTER,
2001).
Para Corrêa (1994), a primeira informação a ser colhida refere-se à
data da última menstruação: o dia em que começou, e se a quantidade e
duração foram iguais às anteriores; estes são dados de valor importante não
apenas para confirmar o diagnóstico, mas também para se avaliar sua
evolução e calcular a data provável do parto, ressaltando-se que na primeira
consulta a mulher tem condições de fornecer, com maior precisão, esses
esclarecimentos.
Durante a gestação, as mulheres passam por vários tipos de
desconforto e muitos deles são resultados de modificações físicas que ocorrem
durante a gestação. Muita das vezes os profissionais da saúde referem-se a
esses desconfortos como pouco importantes, mas para as gestantes eles são
muito importantes; se forem inesperados podem torná-la ansiosa e
preocupada. Estas alterações que ocorrem durante a gravidez e que provocam
sintomas desagradáveis exigem do pré-natalista medidas de alívio para a
gestante, sendo estas mais de âmbito psicoterápico. As queixas mais
freqüentes são: náuseas com ou sem vômitos, pirose, constipação, freqüência
urinária, flatulências, dor nas costas, varizes, dispnéia, tontura e desmaio,
câimbra nas pernas, edemas dos pés e tornozelos, pica, sonolência e insônia,
42instabilidade emocional e astenia (BELFORT, 1998; BURROUGHS, 1995;
SAUNDERS, 2002; CORRÊA, 1994).
Atenção especial deve ser dada aos chamados sinais de alarme: o
sangramento genital, a perda de líquido amniótico, as dores abdominais, a
cefaléia, o edema e a parada dos movimentos fetais; estes devem ter a
atenção tanto do pré-natalista que irá efetuar a conduta adequada, como
também da gestante, que deve ser orientada para que procure o serviço de
saúde no aparecimento destes sinais (SANTANA, 1996).
Dentre os “efeitos colaterais” freqüentes no exercício da
sexualidade, a gestação indesejada é sem dúvida um dos mais temíveis de
acordo com Spíndola (2001), pelo cortejo de conseqüências biológicas,
psicológicas e sociais; e de acordo com a Tabela 10 foi o dado menos
investigado entre as gestantes participantes da pesquisa. Estes fatores podem
influenciar diretamente no desenvolvimento do concepto, assim como, o uso de
tabaco e álcool. O tabagismo está relacionado com inúmeras malformações,
bem como o crescimento uterino retardado; se a mulher fuma durante a
gestação, ela vai prejudicar indiscutivelmente o desenvolvimento do feto em
formação, pois ele poderá nascer antes do tempo e com baixo peso. Como
afirmam Lima & Pelá (1995), fetos das mães fumantes geralmente são de baixo
peso, pesam até 30g a menos, quando comparados àquelas não fumantes.
Por sua vez o álcool quando ingerido se associa a comprometimento
cerebral mal caracterizado, á alterações do desenvolvimento fetal
(encurtamento de membros) e a síndrome do feto alcoolizado; sendo
importante ressaltar que de acordo com alguns estudos, não existe uma
margem de segurança para o consumo de álcool durante a gestação. As
gestantes que ingerem álcool colocam seus filhos em risco, e por este motivo
faz-se necessária esta investigação, para que orientações sejam dadas no
sentido de abolir estes vícios, mesmo que para isto precise de apoio
psicoterapêutico (SANCOVSKI, 1994; BURROUGHS, 1995).
No que diz respeito ao exame abdominal, observa-se na Tabela 11
que tanto na primeira consulta como na consulta subseqüente este é o
procedimento mais realizado depois da verificação do peso e pressão arterial,
43assemelhando-se aos dados da pesquisa de Cavalcanti (2004) sobre a
satisfação das puérperas com o pré-natal, onde 94,4% das entrevistadas
tiveram medida sua altura uterina e 93,5% relataram que o pré-natalista
auscultou os batimentos cardiofetais.
Este estudo caracteriza que a assistência pré-natal realmente
prioriza procedimentos como peso e pressão arterial; sendo importante
mencionar que no campo onde se realizou a pesquisa, tais medidas são
realizadas antes da consulta pré-natal, funcionando como um pré-requisito para
a realização da mesma. Verifica-se ainda que o profissional também tem
interesse no desenvolvimento fetal através da realização do exame abdominal;
contudo o exame das mamas e MMII ocorrem em número reduzido, o que
mostra a menor preocupação do profissional com o cuidado e preparo das
mamas para o aleitamento materno e avaliação de edemas e varizes, o que
segundo Burroughs (1995), na maioria das vezes é normal no final da
gestação, mas que em alguns casos pode indicar uma alteração como a
toxemia gravídica .
De acordo com Sancovski (1991), a verificação do peso e a medida
da pressão arterial são fundamentais na gestação, pois o aumento acentuado
do peso assim como o aumento da pressão, enegrece o prognóstico, exigindo
cuidados especiais.
Importância igual deve ser dada ao exame abdominal e ao exame
das mamas. De acordo com Neme (2000) a realização da palpação do
abdome, medida uterina e ausculta dos batimentos cardiofetais avaliam o
desenvolvimento fetal, que se faz importante na profilaxia de patologias que
podem levar a riscos neonatais; enquanto que a inspeção das mamas é
importante na detecção de alterações que poderão trazer problemas na
realização do futuro aleitamento materno, como por exemplo, o tipo e as
condições do mamilo.
Este ainda confirma que o leite materno é de grande importância na
redução da morbimortalidade infantil e assegura, por si, crescimento adequado
do lactente até o sexto mês de vida, sem necessidade de qualquer
complementação alimentar. Portanto esforços de toda a equipe de saúde
44devem ser empreendidos em todas as fases do ciclo grávido-puerperal, para
que se obtenha o sucesso desejado.
Avaliar o aumento do peso durante a gestação e fazer o
acompanhamento e registro do seu gráfico se faz importante para identificar
gestantes com déficit nutricional ou sobrepeso no início da gestação; detectar
as gestantes com ganho de peso menor ou excessivo para a idade gestacional,
em função do estado nutricional prévio; e permitir, a partir da identificação
oportuna das gestantes de risco, orientação para as condutas adequadas a
cada caso, visando melhorar o estado nutricional materno, suas condições para
o parto e o peso do recém-nascido; o que está sendo negligenciado pelos
profissionais da saúde que prestam assistência pré-natal no Hospital
Universitário Unidade Materno Infantil (HUUMI) de acordo com a Tabela 12
(BRASIL, 2000).
O ganho ponderal total recomendado na gravidez é de 11,250 a
15,750 kg para mulheres normais; mulheres abaixo do peso podem ganhar até
18 kg, e mulheres acima do peso devem limitar o ganho ponderal entre 6,750 a
11,250 kg. Se a paciente não apresenta um ganho ponderal de 4,5 kg no meio
da gravidez, seu estado nutricional deve ser revisto. O ganho ponderal
inadequado está associado a um aumento do risco de um lactente de baixo
peso ao nascimento. De forma geral, a variação do peso durante a gravidez é
muito grande e oscila entre 6 e 16 kg ao final da gestação; o aumento máximo
se dá entre a 12ª e 24ª semana de amenorréia, sendo fundamental este
acompanhamento durante a avaliação pré-natal (JOHNSON; WALKER;
NIEBYL, 1999; BRASIL, 2000).
Resultados perinatais ruins têm sido associados com peso materno
pré-gravídico insuficiente, baixa estatura da mãe e aumento de peso
insuficiente ou excessivo durante a gravidez, sendo por tais motivos,
necessário este acompanhamento durante o pré-natal (CORRÊA, 1994).
Deve-se dar atenção especial durante o acompanhamento pré-natal,
às informações sobre a importância de realização dos exames solicitados, uma
vez que, a maioria das gestantes entrevistadas que deixaram de realizar algum
45exame, o fizeram por não ter consciência da importância que o resultado do
mesmo trás para o acompanhamento da saúde materno fetal.
Sancovski (1994), afirma que na assistência pré-natal, os exames
laboratoriais complementam a propedêutica clínica, auxiliando na definição do
diagnóstico. Estudos laboratoriais básicos são realizados rotineiramente, sendo
que alguns estudos não precisam ser repetidos se forem obtidos valores
normais recentes.
Deve-se explicar a gestante que a realização dos exames que lhe
foram solicitados se faz importante para o conhecimento de suas condições
físicas assim como as do concepto; devendo-se enfatizar ainda que mesmo se
tratando de gestante de baixo risco, a relação destes exames deve ser a mais
completa possível, com objetivo de diagnóstico precoce de qualquer alteração
não manifestada, sendo que novos exames poderão ser solicitados
dependendo da evolução da gravidez (CORRÊA, 1994; JOHNSON; WALKER;
NIEBYL, 1999; YAZLLE; PATTA, 2000).
“A educação produz um autotratamento mais cuidadoso”. O pré-
natal é o momento ideal onde a mãe deve receber esclarecimentos que irão
beneficiá-la quanto ás noções de anatomia e fisiologia, desenvolvimento do
feto, cuidados durante a gestação, parto, puerpério, aleitamento materno e
cuidados com o recém-nascido. Estas orientações são fornecidas á gestante
de acordo com suas necessidades atuais, levando-se em consideração suas
queixas e dúvidas, assim como sua idade gestacional; daí a importância do
acompanhamento periódico durante a gravidez, para que muitas informações
não sejam fornecidas em uma única consulta, o que pode dificultar a
assimilação das mesmas pela gestante (LARGURA, 2000).
Ainda de acordo com estes autores, na gestação o controle da
saúde da mãe é um dos principais fatores determinantes para que o feto
chegue a termo e nasça viável e sadio. Averiguar os aspectos nutricionais da
mãe que irão influenciar no peso do recém-nascido e orientações como os
exercícios, repouso e vacinação são essenciais para a prevenção de toxemia
gravídica, aborto, natimortalidade e partos prematuros. Estes motivos levam a
crer que o pré-natal é adequado para aquisição destas informações, a partir do
46momento que leva em consideração os sentimentos e as emoções, as
necessidades e mesmo os valores culturais da mulher, o profissional da saúde
firma com ela uma relação de confiança.
Os resultados fornecidos através da Tabela 14 desta pesquisa,
sugerem que falta aos profissionais da saúde um apoio empático com as
gestantes durante o pré-natal, pois deixam de orientar estas mulheres sobre
práticas simples que podem ajudá-las durante a gestação, parto e puerpério,
deixando-as mais tranqüilas e diminuindo a possibilidade de complicações.
A vacinação da gestante com a vacina dupla adulto (dT), é realizada
para a prevenção do tétano no recém-nascido e para a proteção da gestante. O
esquema básico consta de três doses com intervalos na média de dois meses,
o que implica no início o mais precoce possível para que a imunização seja
feita completamente durante a gestação, no caso de imunizações completas
em gestações anteriores, só se repete à dose de reforço se a gravidez atual
ultrapassou cinco anos da data da última dose realizada; por estes motivos
torna-se primordial o registro das vacinas, para que tanto a gestante como
qualquer serviço de saúde que ela procure tenha conhecimento do esquema de
imunização realizado (BRASIL, 2000).
De acordo com a pesquisa de Duarte, Paula e Acioly (1999), sobre o
perfil das usuárias de um serviço de assistência pré-natal, dados revelaram que
57,2% das gestantes não fizeram o esquema completo da imunização, o que
segundo as pesquisadoras pode ter sido influenciado em grande parte pela
falta de registros corretos, o que também foi evidenciado nesta pesquisa, pois
como mostra a Tabela 15, mais da metade das gestantes não possuíam
nenhum registro de esquema vacinal em seus cartões. As autoras ainda
afirmam baseadas em dados da UNICEF (1995), que o tétano neonatal
continua sendo uma importante causa de mortalidade perinatal e pode ser
evidenciado através da imunização adequada da gestante.
A assistência pré-natal deve ser documentada por um registro pré-
natal de boa qualidade, o que não ocorreu na assistência prestada a maioria
das mulheres participantes da pesquisa de acordo com a Tabela 16.
47As consultas de pré-natal têm o objetivo de acompanhar a evolução
da gestação, devem portanto, ser realizadas cuidadosamente e ter o seu
conteúdo simplificado anotado no “Cartão de Pré-natal” da gestante. Neste
cartão encontraremos dados sobre a evolução da gestação, resultados dos
exames complementares e intercorrências, de forma que a paciente ao
procurar um atendimento em outra unidade de saúde ou hospitalar possa ser
prontamente atendida com base nas anotações da evolução do pré-natal
contida no cartão, evitando complicações por falta de informações sobre o
estado atual da gestante (YAZLLE; PATTA, 2000).
As orientações durante a gestação devem ser fornecidas igualmente
á todas as gestantes independente de sua paridade e experiência com
gestações anteriores. O fato de uma mulher já possuir filhos, não significa que
a mesma tenha todo o conhecimento sobre condutas a tomar durante a
gestação; ela pode fazer uso de métodos errados que precisam ser corrigidos e
que por falta de investigação e negligencia profissional, confiando na paridade
da mulher, não fornecem orientações essenciais para a evolução de uma boa
assistência pré-natal (MALDONADO, 1997; OSIS, 1993).
Deve-se investigar as experiências passadas da mulher em relação
à maternidade, só assim se terá respaldo suficiente para excluir informações
que a gestante já tenha conhecimento, corrigir condutas erradas, fornecer
orientações que a mesma não conheça e esclarecer possíveis alterações que
possam surgir na gravidez atual, sendo desconhecida por não ocorrer em
gestações anteriores.
Observa-se na pesquisa através da Tabela 18 que a falta de estudo
ou a “insuficiência” do mesmo é fator determinante no relacionamento do
profissional com a gestante. A falta de escolaridade, ou a inadequação desta,
não significa que o profissional não possa estabelecer um diálogo com a cliente
fornecendo informações e esclarecendo suas dúvidas de forma que a mesma
entenda. O pré-natalista deve adequar-se, procurando estabelecer um canal
aberto para a comunicação, fazendo com que a gestante independente de sua
escolaridade e grau de instrução, consigam assimilar as informações
fornecidas.
48Para o Ministério da Saúde, a não adequação do relacionamento do
pré-natalista com a gestante pode se tornar um obstáculo, impedindo que a
mulher manifeste queixas, dúvidas e medos intrínsecos à gravidez, impedindo
que possíveis anormalidades sejam detectadas (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2000).
49
CONCLUSÃO
A consulta pré-natal é o instrumento mais eficaz que o obstetra
dispõe para transformar a mulher grávida em uma mãe saudável, possibilitando
gerar seu filho com sua total potencialidade intrínseca. Tendo em vista os
objetivos propostos e os resultados obtidos, concluiu-se que a realização da
consulta pré-natal adequada deve envolver alguns aspectos essenciais como:
época de início do pré-natal, número de consultas, profissional motivado,
gestante motivada, direcionamento das consultas e orientações.
Neste estudo os indicadores investigados mostram que os
profissionais em sua maioria (62,3%) não se identificavam profissionalmente
durante a consulta pré-natal e 56,8% não explicavam os procedimentos
realizados. Em contra partida, 74,1% dos profissionais chamou a cliente pelo
nome, 68,6% deu oportunidade para perguntas, 55,9% respondia
adequadamente as perguntas, 54,1% deu oportunidade para queixas e 52,3%
sugeriu medidas de alívio para as queixas apresentadas.
Quanto aos antecedentes obstétricos, 100% dos profissionais
investigaram o número de abortamentos e na avaliação das gestações
anteriores todos os dados apresentaram baixos percentuais de investigação.
Informações como a data provável do parto, idade gestacional e
consultas subseqüentes foram fornecidas para todas as gestantes
entrevistadas (100%). O exame físico realizado na primeira consulta e consulta
subseqüente apresentaram relativa semelhança em suas condutas, onde em
ambos, somente o peso e a pressão arterial foram 100% verificados. O registro
do ganho ponderal no cartão da gestante não foi realizado em 95% das
gestantes. 54,5% destas, não receberam orientações e apenas 42,3% das
gestantes apresentavam registros da consulta realizada no cartão da gestante.
Quando relacionado o recebimento de orientações e a paridade da
gestante, constatou-se que quanto maior a paridade, menor o número de
orientações recebidas; outros fatores diretamente relacionados são as
50orientações do profissional para a gestante e a escolaridade da mesma. A
pesquisa mostra que à medida que a escolaridade aumenta, torna-se maior o
número de mulheres que recebem orientações sobre os procedimentos
realizados.
Estes dados mostram que o fato das gestantes serem atendidas
mensalmente no pré-natal, não significa que esta assistência seja de
qualidade; estas mulheres não estão recebendo atenção adequada. Parte dos
problemas detectados nesta pesquisa podem ser resolvidos pela iniciativa e
motivação dos profissionais da saúde, como a humanização do atendimento,
medida fundamental para se melhorar a qualidade da assistência pré-natal.
Daí a importância das nossas ações, enquanto profissionais da
saúde, estarem direcionadas para as reais necessidades desta clientela,
mediante o desenvolvimento de práticas educativas, focalizando as ações de
prevenção e controle desenvolvidas no programa de saúde da família, as
quais, conseqüentemente, poderão contribuir para a melhoria da qualidade da
assistência pré-natal e para reduzir o índice de mortalidade materna.
Para que a gravidez transcorra com segurança, são necessários
cuidados da própria gestante, do parceiro, da família e, especialmente, dos
profissionais de saúde. A atenção básica na gravidez inclui a prevenção, a
promoção da saúde e o tratamento dos problemas que ocorrem durante o
período gestacional.
A saúde pública através do Programa de Saúde da Família (PSF)
deve buscar compreender os múltiplos significados da gestação para aquela
mulher e seus familiares. Cabe à equipe de saúde, ao entrar em contato com
uma mulher gestante abrir mão dos papéis predeterminados socialmente,
reaprender a fala popular, aproximar-se de cada sujeito respeitando sua
singularidade e não perdendo de vista seu contexto familiar e social, sendo
capaz de corresponder à confiança que as mulheres demonstram ao aderir à
assistência pré-natal.
51Melhorar a assistência à saúde da mulher no período gestacional,
convém ressaltar, depende em grande parte da atenção que cada profissional
dedica à sua paciente.
52
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58
APÊNDICE
APÊNDICE A
QUESTIONÁRIO
• DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome: _________________________________________________________
Idade: ___________ anos Estado Civil: __________________________
Escolaridade: ___________________ Profissão/ ocupação: _______________
Idade Gestacional: ____________________ Paridade: ___________________
Primeira Consulta ( )
Consulta Subseqüente ( )
• PERGUNTAS
1- O profissional de saúde que realizou a sua consulta:
SIM NÃO NÃO SEI NÃO LEMBRO
Identificava-se pela categoria ( ) ( ) ( ) ( )
Chamava você pelo nome ( ) ( ) ( ) ( )
Explicava o procedimento que ia
realizar ( ) ( ) ( ) ( )
Dava oportunidade para você perguntar ( ) ( ) ( ) ( )
Respondia a todas as suas perguntas
com calma e atenção ( ) ( ) ( ) ( )
Dava oportunidade para você falar
sobre suas queixas ( ) ( ) ( ) ( )
Sugeriu medidas para aliviar suas
queixas ( ) ( ) ( ) ( )
59
PRIMEIRA CONSULTA
2 – Ao escrever sobre sua história o profissional procurou:
SIM NÃO NÃO SEI NÃO LEMBRO
Seu nome ( ) ( ) ( ) ( )
Sua idade ( ) ( ) ( ) ( )
Até quando você estudou na escola ( ) ( ) ( ) ( )
Sua profissão ( ) ( ) ( ) ( )
Sua situação conjugal ( ) ( ) ( ) ( )
Sua renda familiar ( ) ( ) ( ) ( )
Suas condições de moradia ( ) ( ) ( ) ( )
Sobre doenças na família ( ) ( ) ( ) ( )
Sobre doenças pessoais ( ) ( ) ( ) ( )
Sobre sua menstruação ( ) ( ) ( ) ( )
Se você fez uso de métodos
anticoncepcionais
( ) ( ) ( ) ( )
Sobre existência de doenças
sexualmente transmissíveis
( ) ( ) ( ) ( )
Sobre doenças ginecológicas e das
mamas
( ) ( ) ( ) ( )
Sua idade na primeira relação sexual ( ) ( ) ( ) ( )
Sua idade na primeira menstruação ( ) ( ) ( ) ( )
O número de gestações anteriores ( ) ( ) ( ) ( )
O número de partos ( ) ( ) ( ) ( )
O número de abortamentos ( ) ( ) ( ) ( )
60
O número de filhos ( ) ( ) ( ) ( )
Sua idade na primeira gestação ( ) ( ) ( ) ( )
Intervalo entre as gestações ( ) ( ) ( ) ( )
Sobre as condições do recém-nascido ( ) ( ) ( ) ( )
Se houve complicações após o parto ( ) ( ) ( ) ( )
Sobre histórias de aleitamentos
anteriores
( ) ( ) ( ) ( )
A data da última menstruação ( ) ( ) ( ) ( )
Sobre sinais e sintomas da gestação
atual
( ) ( ) ( ) ( )
Se a gestação foi ou não desejada ( ) ( ) ( ) ( )
Se faz uso de fumo e álcool ( ) ( ) ( ) ( )
3- Ao realizar o seu exame físico o profissional:
SIM NÃO NÃO SEI NÃO LEMBRO
Verificou seu peso ( ) ( ) ( ) ( )
Verificou sua pressão arterial ( ) ( ) ( ) ( )
Examinou suas mamas ( ) ( ) ( ) ( )
Fez a palpação de sua barriga ( ) ( ) ( ) ( )
Mediu a altura de sua barriga ( ) ( ) ( ) ( )
Verificou os batimentos cardiofetais ( ) ( ) ( ) ( )
Verificou as pernas (MMII) ( ) ( ) ( ) ( )
4- Durante a consulta o profissional:
• Fez solicitação de exames?
61 Sim ( ) Não ( ) Não sei ( ) Não lembro ( )
• Que exames foram solicitados?
SIM NÃO NÃO SEI NÃO LEMBRO
Para saber se está mesmo grávida
(Ultra-sonografia) ( ) ( ) ( ) ( )
Fezes
(Parasitológico de fezes) ( ) ( ) ( ) ( )
Urina
(Urina tipo 1) ( ) ( ) ( ) ( )
Para saber o tipo de sangue
(Tipagem sanguínea) ( ) ( ) ( ) ( )
Para saber se tem sífilis
(Sorologia para sífilis – VDRL) ( ) ( ) ( ) ( )
Para saber se tem anemia
(Hemograma) ( ) ( ) ( ) ( )
Para saber se tem diabetes
(Glicemia em jejum) ( ) ( ) ( ) ( )
Para saber se tem aids
(Teste anti-HIV) ( ) ( ) ( ) ( )
Para saber se tem rubéola
(sorologia para citomegalovírus) ( ) ( ) ( ) ( )
Para saber se tem toxoplasmose
(Sorologia para toxoplasmose) ( ) ( ) ( ) ( )
• Você foi informada sobre as razões de realização dos exames?
Sim ( ) Não ( ) Não lembro ( )
5- Na consulta você recebeu:
SIM NÃO NÃO SEI NÃO LEMBRO
Orientação sobre preparação para o parto ( ) ( ) ( ) ( )
62
Orientação sobre alimentação ( ) ( ) ( ) ( )
Orientação sobre atividades físicas ( ) ( ) ( ) ( )
Orientações sobre o auto-exame das
mamas ( ) ( ) ( ) ( )
Orientação sobre aleitamento ( ) ( ) ( ) ( )
Orientação sobre vacinação ( ) ( ) ( ) ( )
Orientação sobre cuidados com o recém-
nascido ( ) ( ) ( ) ( )
Orientação sobre o pós-parto (puerpério) ( ) ( ) ( ) ( )
Informação sobre a data provável do parto ( ) ( ) ( ) ( )
Informação sobre a sua idade gestacional ( ) ( ) ( ) ( )
Orientação para consulta subseqüente ( ) ( ) ( ) ( )
Registro no cartão da gestante ( ) ( ) ( ) ( )
Registro do ganho ponderal ( ) ( ) ( ) ( )
CONSULTA SUBSEQÜENTE
6- O profissional que lhe atendeu:
SIM NÃO NÃO SEI NÃO LEMBRO
Fez a revisão do seu prontuário ( ) ( ) ( ) ( )
Verificou seu peso ( ) ( ) ( ) ( )
Verificou sua pressão arterial ( ) ( ) ( ) ( )
Examinou suas mamas ( ) ( ) ( ) ( )
Fez a palpação de sua barriga ( ) ( ) ( ) ( )
Mediu a altura de sua barriga ( ) ( ) ( ) ( )
63
Verificou os batimentos cardiofetais ( ) ( ) ( ) ( )
Examinou suas pernas ( ) ( ) ( ) ( )
7- Durante a consulta você recebeu alguma orientação?
Sim ( ) Não ( ) Não lembro ( )
• Que orientações você recebeu?
SIM NÃO NÃO SEI NÃO LEMBRO
Orientação sobre preparação para o parto ( ) ( ) ( ) ( )
Orientação sobre alimentação ( ) ( ) ( ) ( )
Orientação sobre atividades físicas ( ) ( ) ( ) ( )
Orientações sobre o auto-exame das
mamas ( ) ( ) ( ) ( )
Orientação sobre aleitamento ( ) ( ) ( ) ( )
8- Na consulta você recebeu:
SIM NÃO NÃO SEI NÃO LEMBRO
Resultados de exames realizados ( ) ( ) ( ) ( )
Solicitação de novos exames ( ) ( ) ( ) ( )
Controle do calendário de vacinação ( ) ( ) ( ) ( )
Agendamento de consulta subseqüente ( ) ( ) ( ) ( )
Registro no cartão da gestante ( ) ( ) ( ) ( )
Registro do ganho ponderal ( ) ( ) ( ) ( )
64
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I 11
O PRÉ-NATAL 11
1.1 Primeira consulta 12
1.1.1 Anamnese 12
1.1.2 Exame físico 14
1.1.3 Exames complementares 15
1.1.4 Orientações à gestante 18
1.2 Consultas subseqüentes 20
CAPÍTULO II 22
CONSULTA PRÉ-NATAL DO HUUMI 22
CAPÍTULO III 36
AVALIAÇÃO DA CONSULTA PRÉ-NATAL DO HUUMI 36
CONCLUSÃO 49
BIBLIOGRAFIA 52
APÊNDICE 58
ÍNDICE 64
ÍNDICE DE TABELAS 65
65
ÍNDICE DE TABELAS
TABELA 1 - CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 23 TABELA 2 - PARIDADE DAS GESTANTES ESTUDADAS. HUUMI. SÃO LUÍS-
MA. 24 TABELA 3 - GESTANTES SEGUNDO A IDADE GESTACIONAL E O TIPO DE
CONSULTA PRÉ-NATAL. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 24 TABELA 4 - ATITUDE DO PROFISSIONAL DURANTE A CONSULTA PRÉ-
NATAL. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 25 TABELA 5 - INVESTIGAÇÃO DOS DADOS SOCIOECONÔMICOS NA
PRIMEIRA CONSULTA. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 26 TABELA 6 - INVESTIGAÇÃO DOS ANTECEDENTES FAMILIARES E
PESSOAIS NA PRIMEIRA CONSULTA. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 26
TABELA 7 - INVESTIGAÇÃO DOS ANTECEDENTES GINECOLÓGICOS E
SEXUALIDADE NA PRIMEIRA CONSULTA. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 27
TABELA 8 - INVESTIGAÇÃO DOS ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS NA
PRIMEIRA CONSULTA. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 28 TABELA 9 - AVALIAÇÃO DAS GESTAÇÕES ANTERIORES NA PRIMEIRA
CONSULTA. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 29 TABELA 10 - INVESTIGAÇÃO DA GESTAÇÃO ATUAL NA PRIMEIRA
CONSULTA. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 30 TABELA 11 - REALIZAÇÃO DE EXAME FÍSICO DURANTE O PRÉ-NATAL.
HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 31 TABELA 12 - REGISTRO DO GANHO PONDERAL NO CARTÃO DA
GESTANTE. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 32 TABELA 13 - INFORMAÇÕES PARA A GESTANTE SOBRE A IMPORTÂNCIA
DA REALIZAÇÃO DE EXAMES. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 32 TABELA 14 - ORIENTAÇÕES RECEBIDAS DURANTE A CONSULTA PRÉ-
NATAL. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 33
66TABELA 15 - ACOMPANHAMENTO DO REGISTRO DA IMUNIZAÇÃO NO
CARTÃO DA GESTANTE. HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 33 TABELA 16 - REALIZAÇÃO DE REGISTROS NO CARTÃO DA GESTANTE.
HUUMI. SÃO LUÍS-MA. 34 TABELA 17 - RECEBIMENTO DE ORIENTAÇÕES SEGUNDO A PARIDADE
DA GESTANTE. HUUMI.SÃO LUÍS-MA. 34
TABELA 18 - ORIENTAÇÕES DO PROFISSIONAL QUANTO À ESCOLARIDADE DA GESTANTE. HUUMI. SÃO LUÍS- MA. 35