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Painel. A originalidade foi preservadaem detalhes como o aplique de madeiraao redor dos instrumentos e o rádio
FOTOS: EPITÁCIO PESSOA/ESTADÃO
Thais Villaça
Preparando-se para bater o re-corde mundial de velocidadenovamente com o carro super-sônico Bloodhound, o tenente-coronel Andy Green, coman-dante da Força Aérea Real Britâ-nica, participou de um seminá-rio sobre inovação e segurançaveicular no Consulado GeralBritânico nesta semana.
Conhecido como o homemmais rápido do mundo porter alcançado a velocida-de de 1.228 km/h a bordodo ThrustSSC, em 1997,Green tem como meta su-perar sua marca com o Bloo-dhound, veículo que está sendodesenvolvido junto ao enge-nheiro Richard Noble para atin-gir os 1.600 km/h.
Green tentará a façanha em
2015, em evento no deserto deHakskeen Pan, na África do Sul.
A prova. Com 20 km de com-primento por 3,2 km de largura,a pista foi preparada para que ocarro possa atingir a velocidadepretendida em 55 segundos. Pa-ra que o recorde seja reconheci-do, o percurso deve ser comple-tado duas vezes (ida e volta)em, no máximo, uma hora.
Os números que envol-vem o projeto impressio-
nam: com 13 metros decomprimento e 7,5 to-
neladas, o Bloo-
dhound é construído com fibrade carbono na dianteira, paraaumentar a resistência da carro-ceria, e com painéis de metal natraseira, como em aeronaves.
Potência. São três motores pa-ra impulsionar o veículo: um defoguete, um de jato e um tercei-ro usado na Fórmula 1 (este ape-nas para bombear o combustí-vel para o foguete). O carro temimpressionantes 135 mil cv depotência – o equivalente a 180modelos de F-1, ou seis vezes aforça de todos os carros da com-petição durante a largada naatual temporada.
“O maior desafio é encontraro ângulo crítico para manter ocarro no chão. Um grau para bai-xo esmagaria o sistema de sus-pensão, enquanto com um paracima, o nariz empinaria e a car-roceria entraria em colapso”,disse o piloto.
Os motivos para realizar talproeza são nobres, segundoGreen: aumentar o interessedas crianças pela ciência, já quena Inglaterra a demanda por en-genheiros está em alta. Atual-mente, 5.500 escolas no ReinoUnido e 450 na África do Sul es-tão estudando o Bloodhound, eo projeto é acompanhado pelainternet em 220 países. “Ascrianças de hoje baterão os re-cordes de amanhã.”
Carro deve chegar aos 1.600 km/hpara ser o mais rápido do mundo
Tricampeão, um Corcel 1970 todo originalSedã Ford foi cuidadosamente restaurado pelo mecânico Gerson Rizzato e tornou-se a maior atração de sua oficina, no bairro do Brás
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Thiago Lasco
O restaurador de carros GersonRizzato é dono de uma oficinamecânica no bairro do Brás, nazona leste da capital. Para au-mentar a clientela – conquista-da em 22 anos –, ele conta comum belo chamariz: o Ford Cor-cel 1970 desta reportagem, quefica exposto na porta do local.“Ele não me dá sossego. Às ve-zes, tenho até de cobri-lo.”
Fã do modelo desde os 13anos de idade, Rizzato encon-trou esse exemplar em outra ofi-cina do bairro, em 2002. O sedãhavia sido deixado ali pelo pri-meiro dono, já idoso, e equipa-do com acessórios destoantes,como som moderno e rodas es-portivas de magnésio.
Depois de três anos de “namo-ro”, Rizzato comprou o Corcelpor R$ 7 mil, e tratou de recon-duzi-lo à originalidade. “O car-ro estava bom, mas com as pes-soas erradas. Até quiseram com-prá-lo de volta e eu não vendi.”
O motor soma 80 mil km ro-dados e a carroceria foi refeitacom fibra de vidro. Em 2009,ela foi revitalizada com a aplica-ção de tinta envernizada compoliuretano, no mesmo tom ver-de original. “Quem deixou o car-ro bonito assim fui eu, o MãoSanta”, gaba-se o proprietário,que calcula ter gasto R$ 30 milcom a restauração.
Vida mansa. Por ter sido fabri-cado no mesmo ano em que aseleção brasileira de futebolconquistou seu terceiro títulomundial, o Corcel recebeu domecânico o apelido de Tricam-peão. Mas sua rotina é uma mo-leza só: tratado a pão de ló pelodono, o sedã quase não circula.
“Há muitos malucos e invejo-
sos por aí”, justifica Rizzato.“Carro de fibra de vidro, se ba-ter forte, pode jogar fora, por-que nunca mais fica bonito.Não é como veículo de lata.”
Mesmo com tanto apreço, orestaurador cogita vender o se-dã e comprar uma moto estra-deira. “Tenho dó de deixá-lo en-costado, estragando dentro da
oficina. Eu peço R$ 50 mil e aspessoas se assustam, mas res-taurar dá trabalho. Por menosde R$ 45 mil, eu não vendo.”
História. A primeira geraçãodo Corcel foi lançada pela Forddo Brasil em 1968, a partir domesmo projeto que deu origemao Renault 12. O carro tinha mo-tor 1.3 e configurações sedã ecupê. Dois anos depois, a peruaBelina completou a família.
No final de 1977, surgiu o Cor-cel II, com carroceria totalmen-te nova, de linhas retas. Haviatrês versões: básica, L e LDO. Ocarro ganhou motor 1.6 em 1979e opção a álcool em 1980.
O modelo saiu de linha em1986, depois de registrar vendasde 1,4 milhão de unidades.
Retrô. O banco dianteiro é inteiriço, mas aalavanca do câmbio é afixada no assoalho
‘Mão Santa’. Rizzato gastou R$ 30 mil nosedã e agora quer vendê-lo por R$ 50 mil
Impecável. Acabamento feito de courvin mantém o brilho
Três-volumes. Versão sedã foi menos popular que a cupê
Piloto. Andy Greenpretende, em 2015, superar
sua marca de 1.228 km/h
Supersônico. Ocarro quebrará abarreira do som
O piloto Andy Greenespera bater sua própriamarca durante a validaçãodo recorde mundial, queocorrerá na África do Sul
● Bloodhound em números
135 mil cvO equivalente à potência de 180carros de F1 juntos
1.600 km/hÉ a velocidade que o carro prome-te atingir para obter o recorde
55 segundosSerão suficientes para fazê-loatingir a velocidade máxima
%HermesFileInfo:Ca-14:20131124:14 JornaldoCarro2 DOMINGO,24DENOVEMBRODE2013 OESTADODES.PAULO