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AUTORES

PARCERIA

Diana Coelho Regadas RodriguesDiscente do curso de Fisioterapia

Meryeli S. de Araújo DantasCarla Patricia Novaes dos Santos FechineMaria Elma de Souza Maciel SoaresSheva Castro Dantas de Sousa Docentes do curso de Fisioterapia

É uma condição clínica que tem como principal característica a diminuição do Perímetro Cefálico (PC), isso quer dizer que a cabeça é pequena em comparação ao seu tamanho. Na microcefalia, o PC vai estar abaixo de 32cm para aquelas crianças que nasceram no tempo adequado (SOUZA et al., 2016).

A criança com microcefalia pode desenvolver algumas complicações, dependendo do comprometimento cerebral. Pode ter problemas na visão, audição, epilepsia, dificuldade de aprendizagem e nas atividades motoras (WHO, 2016).

Essa criança pode apresentar atraso no desenvolvimento motor, isso significa que irá demorar para segurar a cabeça, rolar, sentar e até ficar de pé, por isso é importante colocá-la em um programa de estimulação. Ele é realizado para que o bebê ganhe mais independência e qualidade de vida, buscando reduzir as complicações causadas pelas alterações neurológicas (GIORDANI; ALMEIDA; PACHECO, 2013).

É quando essa estimulação do desenvolvimento é trazida para o ambiente de casa, sendo realizada pelos pais e responsáveis da criança. Vai ser importante para que ela ganhe a sua independência cada vez mais rápido. Com isso, essa cartilha mostra algumas propostas para estimular o desenvolvimento motor no ambiente domiciliar (DESFILIPO et al., 2012).

O que é microcefalia?

Quais problemas essa criança pode ter?

O que é estimulação motora?

O que é estimulação domiciliar?

Nos primeiros três meses de vida, o bebê irá desenvolver o controle da cabeça, movimentar os braços e as pernas, de forma ainda um pouco desorganizada, e dará os primeiros sorrisos.

PRIMEIRO TRIMESTRE

Nesses primeiros três meses, o bebê vai realizar poucos movimentos.

No final do terceiro mês, ele pode começar a sustentar a cabeça e isso precisa ser estimulado.

Podem ser realizadas trações de forma lenta segurando no braço do bebê.

Também colocar o bebê de barriga para baixo sob o corpo do cuidador e, através de brincadeiras, chamar a sua atenção para que ele levante a cabeça.

Estímulo do controle da cabeça – passando de deitado para sentado

Estímulo do controle da cabeça – Bebê deitado sobre o corpo da mãe, estendendo a cabeça e o pescoço

PRIMEIRO TRIMESTRE(1 a 3 meses)

(1 a 3 meses)

Durante o banho, o apoio pode ser dado com o braço abaixo da axila do bebê.

É importante chamar a sua atenção com o barulho da água ou com um brinquedo para que ele levante a cabeça.

Estímulo do controle da cabeça durante o banho - mãos abaixo da axila do bebê

PRIMEIRO TRIMESTRE

Nesta fase, o bebê deverá começar a rolar e levar objetos à boca. Poderá ainda segurar os próprios pés e dar gargalhadas. Aos seis meses, começará a ficar sentado com apoio e transferir objetos de uma mão para outra.

SEGUNDO TRIMESTRE

Ao iniciar o segundo trimestre, a criança vai começar a conhecer o próprio corpo e o ambiente ao seu redor.

É importante estimular o bebê a brincar com mãos e cabeça centralizadas, para que ele ganhe mais harmonia em seus movimentos.

O rolar pode ser encorajado com a ajuda de alguns brinquedos de que o bebê goste, de forma que chame a sua atenção para o lado desejado. Para auxiliar esta tarefa, podem ser dados apoios à criança para que ela consiga realizar o movimento.

Oferecer brinquedos de um lado e do outro lado da criança, estimulando-a a rolar para um lado e para o outro

Oferecer objetos para que a criança tente alcançá-los, estendendo os braços e levantando a cabeça

SEGUNDO TRIMESTRE(3 a 6 meses)

A criança também pode ser incentivada a ter controle de tronco. Esse controle é importante para que ela possa se sentar. O estimulo realizado no colo da mãe ou responsável é feito com movimentos para um lado e para o outro, para frente e para trás, desequilibrando a criança, para que ela consiga se manter sentada.

Com a ajuda de almofadas, pode ser estimulado o equilíbrio da criança. Se possível, construa uma almofada com uma calça jeans velha, como no modelo abaixo.

Colocar a criança no colo e desequilibrá-la de um lado para o outro, para que ela tente voltar para o meio, se equilibrando

Colocar espuma em uma calça jeans, costurar as extremidades e utilizar para posicionar o bebê. Colocar a criança sentada com o apoio e tentar fazer com que ela se desloque para um lado e para o outro e seja capaz de voltar ao equilíbrio

SEGUNDO TRIMESTRE(3 a 6 meses)

A partir do sétimo mês, o bebê vai desenvolvendo progressivamente mais força nos braços, pernas e tronco e poderá ficar sentado por mais tempo e com melhor controle, mesmo sem apoio. Manipula objetos com as duas mãos e pode se arrastar e engatinhar.

TERCEIRO TRIMESTRE

No terceiro trimestre, a criança apresenta movimentos mais livres. Aos nove meses, já pode ser incentivada a ficar na postura de gato. Uma almofada pode ser colocada abaixo da criança, para que ela se organize ou seja ajudada a ficar na posição.

Quando estiver com mais controle de tronco, pode ser estimulada com um lençol dando apoio na sua barriga.

Coloque o brinquedo um pouco distante da criança e a estimulea buscá-lo, se arrastando

TERCEIRO TRIMESTRE(7 a 9 meses)

No final do terceiro trimestre, a criança pode ser estimulada a ficar de pé, saindo da postura ajoelhada ou sentada.Ao colocar brinquedos em um lugar mais alto e seguro, paraque a criança consiga se apoiar, o seu cuidador pode darapoio no quadril, auxiliando-a a ficar de pé.

Saindo da postura sentada, basta o cuidador tracionar de forma leve o braço da criança para lhe dar suporte.

Estimular a criança a passar de sentado para de pé

Com a ajuda do sofá ou de um banco em que a criança possa se apoiar, estimulá-la a passar para a postura de pé

TERCEIRO TRIMESTRE(7 a 9 meses)

No quarto trimestre, o bebê desenvolve a coordenação, manipulando objetos com mais habilidade, colocando-os e tirando-os de caixas. Senta-se sozinho e por iniciativa própria. Engatinha de forma mais coordenada e é capaz de andar com apoio de objetos ou pessoas, ainda sem muito equilíbrio.

QUARTO TRIMESTRE

Por volta de um ano, a criança já está mais independente e já pode ser encorajada a andar. O desenvolvimento do andar pode ser feito com o auxílio de uma cadeira ou atémesmo com o apoio de outra pessoa.

A criança pode tentar arrastar uma cadeiraou se apoiar em móveis que sejam firmes.

Estimular a criança a andar arrastando um banquinho

QUARTO TRIMESTRE(9 a 12 meses)

O apoio deve ser dado no quadril para quea criança deixe os seus braços mais livres.

A criança pode tentar arrastar uma cadeira ou se apoiar em móveis que sejam firmes.

Com a ajuda de uma fraldinha sob a axila do bebê, estimulá-lo a andar com a postura reta e o apoio do peso nos pés

Ajudar a criança nos primeiros passos, dando um apoio em seu quadril

QUARTO TRIMESTRE(9 a 12 meses)

Normalmente, no primeiro ano de vida, a criança adquire as principais atividades motoras e já consegue ficar de pé. Algumas podem até ter iniciado os primeiros passos. Nos próximos meses, ela irá aperfeiçoar o andar, o equilíbrio e a coordenação.

1 A 2 ANOS

(12 a 15 meses)

Podemos também colocar objetos no chão e pedir que a criança os pegue e os entregue a alguém que esteja por perto. Isso a ajudará a reconhecer as pessoas e estimulará a inteligência.

Neste período, a criança estará aprimorando sua capacidade de andar, consegue se mover para frente e para os lados e consegue passar de uma postura para outra com mais facilidade. Frequentemente, passará da postura em pé para agachado e vice-versa. As mãos ficarão cada vez mais habilidosas, podendo pegar objetos menores e mais finos com segurança. Pode ainda começar a ficar de pé em uma perna só, melhorando seu equilíbrio.

Uma boa forma de estimular a criança é colocá-la de pé, apoiada no sofá, e oferecer-lhe um brinquedo.

Coloque a criança de pé, segurando no sofá, e ofereça um brinquedo para que ela vá buscar andando de lado

1 A 2 ANOS

Nesta fase, espera-se que a criança tente se alimentar de forma mais independente, segurando a própria colher, embora nem sempre consiga levá-la à boca. Ela tentará também subir escadas, com a ajuda das mãos. Lembre-se de sempre se manter ao lado dela nestes momentos, por questões de segurança.

Essa fase é marcada pela curiosidade por livros e revistas, quando a criança tentará folheá-los, aprimorando as habilidades manuais. Também será capaz de empilhar blocos e colocar objetos dentro de recipientes. Ela deverá se locomover cada vez mais rápido e independente, tentará andar para trás, para os lados e até mesmo nas pontas dos pés.

Desenvolvendo a motricidade fina

Encorajar a criança a subir escadas

1 A 2 ANOS(15 a 18 meses)

Para estimular o equilíbrio, a coordenação e a marcha da criança, é interessante fazer um caminho colorido no chão e estimulá-la a caminhar, colocando o peso de uma perna para a outra, apoiando o calcanhar no chão.

Lembramos que cada criança apresenta seu próprio ritmo de desenvolvimento, e que pode, inclusive, pular algumas dessas etapas. Estabelecemos nesta cartilha os principais marcos do desenvolvimento motor normal. A criança com microcefalia poderá não apresentar os movimentos esperados para a idade, mas, a partir deste guia, você poderá identificar o que sua criança deveria estar fazendo e estimulá-la da melhor maneira.

1 A 2 ANOS (18 a 24 meses)

Estimulando o equilíbrio e a coordenação na marcha

Estimulando a criança a chutar

REFERÊNCIAS

DEFILIPO, É.C. et al. Oportunidades do ambiente domiciliar para o desenvolvimento motor. Revista de Saúde Pública, Juiz de Fora, v. 46, n. 4, p. 633-641, mar. 2012.GIORDANI, L.G.; ALMEIDA, C.S.; PACHECO, A.M. Avaliação das oportunidades de desenvolvimento motor na habitação familiar de crianças entre 18 e 42 meses. Motricidade, Porto Alegre, v. 9, n. 3, p. 96-104, mai. 2013.SOUZA, W.V. et al. Microcephaly in Pernambuco State, Brazil: epidemiological characteristics and evaluation of the diagnostic accuracy of cutoff points for reporting suspected cases. Cadernos de saúde publica, Rio de Janeiro v. 32, n. 4, abr. 2016.WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Microcephaly. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/microcephaly/en/>. Acesso em: 25 set. 2016.

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