automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

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i Instituto Superior de Engenharia do Porto Instituto Politécnico do Porto Automatizaçao de sistema de mediçao multiplo de ensaio de manometros analogicos Joaquim Feliciano da Silva Ferreira Relatório de Dissertação realizado no âmbito do Mestrado em Engenharia de Instrumentação e Metrologia Orientador: Prof. Dr. Joaquim Fernando Almeida Alves, ISEP Co-orientador: Prof. Alexandre Lourenço, ISEP <2015-11-01>

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i

Instituto Superior de Engenharia do Porto

Instituto Politécnico do Porto

Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio de

mano metros analo gicos

Joaquim Feliciano da Silva Ferreira

Relatório de Dissertação realizado no âmbito do

Mestrado em Engenharia de Instrumentação e Metrologia

Orientador: Prof. Dr. Joaquim Fernando Almeida Alves, ISEP

Co-orientador: Prof. Alexandre Lourenço, ISEP

<2015-11-01>

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Resumo

A dissertação em apreço resultou da necessidade em otimizar os recursos técnicos, mas

sobretudo humanos, afetos às verificações de instrumentos de medição, no âmbito do Controlo

Metrológico Legal. Estas verificações, realizadas nos termos do cumprimento das competências

outrora atribuídas à Direção de Serviços da Qualidade da então Direção Regional da Economia do

Norte, eram operacionalizadas pela Divisão da Qualidade e Licenciamento, na altura dirigida pelo

subscritor da presente tese, nomeadamente no que respeita aos ensaios efetuados, em laboratório, a

manómetros analógicos.

O objetivo principal do trabalho foi alcançado mediante o desenvolvimento de um

automatismo, materializado pela construção de um protótipo, cuja aplicação ao comparador de

pressão múltiplo, dantes em utilização, permitiria realizar a leitura da indicação de cada manómetro

analógico através de técnicas de processamento de imagem, função esta tradicionalmente efetuada

manualmente por um operador especializado.

As metodologias de comando, controlo e medição desse automatismo foram realizadas através

de um algoritmo implementado no software LabVIEW® da National Intruments, particularmente no

que respeita ao referido processamento das imagens adquiridas por uma câmara de vídeo USB. A

interface com o hardware foi concretizada recorrendo a um módulo de Aquisição de Dados

Multifuncional (DAQ) USB-6212, do mesmo fabricante.

Para o posicionamento horizontal e vertical da câmara de vídeo USB, recorreu-se a guias

lineares acionadas por motores de passo, sendo que estes dispositivos foram igualmente empregues

no acionamento do comparador de pressão.

Por último, procedeu-se à aquisição digital da leitura do padrão, recorrendo à respetiva

virtualização, bem como a uma aplicação desenvolvida neste projeto, designada appMAN,

destinada à gestão global do referido automatismo, nomeadamente no que se refere ao cálculo do

resultado da medição, erro e incerteza associada, e emissão dos respetivos documentos

comprovativos.

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v

Abstract

This dissertation resulted from the need to optimize the technical and human resources

assigned to the measuring instruments verifications who are under the Legal Metrological Control.

These verifications, previously under the responsibility of the Direção de Serviços da Qualidade of

the Direção Regional da Economia do Norte, were conducted by the Divisão da Qualidade e

Licenciamento, at the time directed by the subscriber of this thesis, particularly the tests carried out

in the laboratory to analog gauges.

The main objective of the work was achieved by the development of an instrumentation

system, materialized by a prototype, that allows, through image processing techniques, to

automatically read the indication of several analog gauges, inserted in a multiple pressure system.

This function is traditionally manually performed by a skilled operator.

The implemented methodologies, such as automatic control and measurement, were performed

using an algorithm implemented in the National Instruments LabVIEW® software, particularly the

processing of the images acquired by an USB video camera. The interface with the hardware was

implemented using a multifunction data acquisition module (DAQ) USB-6212, from the same

manufacturer.

The developed automated xy positioning system for the video camera, uses mechanical

guides driven by step motors. Similar mechanisms were employed to actuate the pressure

comparator.

The required value of the measurement standard was also acquired to the system, using a DAQ

module, as well as an application, developed in this project, designated appMAN. This application

allows for the management of all process, namely the calculation of the measurement result, error

and associated uncertainty, and printing the relevant supporting documents.

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vii

Agradecimentos

Antes de mais, gostaria de agradecer à minha família, em especial à minha mulher e às minhas

filhas, pela compreensão e tolerância relativas a todas as horas que não lhes pude dedicar, à minha

mãe, irmão e irmãs, pelo reconhecimento e incentivo ao meu percurso profissional, mas, em

particular, ao meu pai e ao meu sogro, cujas referências me norteiam e a satisfação que transmitem,

desde onde se encontram, muito me orgulha e enobrece.

Depois, manifestar a minha gratidão às pessoas que integraram a equipa da Direção de Serviços

da Qualidade da então Direção Regional da Economia do Norte, cujas competências eram

operacionalizadas pela Divisão da Qualidade e Licenciamento, seja no desempenho de funções

enquanto dirigentes, técnicos superiores, assistentes técnicos ou assistentes operacionais, de quem

registo e admiro o profissionalismo e companheirismo verdadeiramente ímpares, mas sobretudo a

enorme dedicação à causa pública, nem sempre reconhecida, não obstante muitas vezes efetivar-se

através dos maiores sacrifícios pessoais. Gostaria de relevar em particular o papel do então Diretor

Regional da Economia do Norte, Dr. Eduardo Viana, um facilitador inato, cuja convivência

profissional e pessoal registo com grande apreço e amizade.

Deixar também uma palavra de agradecimento ao Instituto Superior de Engenharia do Porto,

nomeadamente ao Departamento de Física, pela parceria e oportunidade em concretizar a estratégia

de validação de competências então em curso na Divisão que dirigia, considerada desde logo

determinante no que respeita ao cumprimento das respetivas competências de regulação no âmbito

da metrologia legal. Gostaria igualmente de destacar, numa fase preparatória à realização do

presente projeto, a importância do conteúdo programático, sustentado pelos respetivos docentes,

das unidades curriculares de Metrologia por Imagem METIM e Metrologia e Open Source

METOS, mas, em particular, a orientação proporcionada pelo Professor Doutor Joaquim Alves,

bem como o empenho do Mestre Alexandre Lourenço durante a fase inicial de desenvolvimento do

protótipo, altura em que co-orientava esta tese, designadamente na realização das peças projetadas

tendo em vista a assemblagem das duas guias lineares reconvertidas a partir de dois scanners, cuja

impressão em 3D apenas efetivou-se através da inestimável colaboração da empresa Xarevision SA,

cujo quadro integra.

Por último, mas não menos importante, gostaria de expressar o meu agradecimento a todos os

colegas de curso, em especial ao meu amigo João Menezes, companheiro de muitas jornadas

profissionais e académicas, bem como aos que, de algum modo, colaboraram na realização do

projeto que suporta a presente dissertação. Em particular, registo e agradeço a igualmente

inestimável colaboração do colega Bruno Bronze, bem como da instituição que representa, CINFU

– Centro de Formação Profissional da Indústria da Fundição, no que respeita à materialização da

solução relativa à montagem do motor de passo destinado ao acionamento do comparador de

pressão, mas, principalmente, na concretização do suporte definitivo da câmara, através da

execução de um varão em aço com ponta roscada, sem o qual a estabilidade necessária à aquisição

das imagens não seria possível.

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ix

Índice

1 Conteúdo

1CAPÍTULO I ............................................................................................................................................ 1

Introdução ............................................................................................................................................... 1

1.1 Objetivos e Motivação .......................................................................................................... 1

1.2 Organização do Relatório ..................................................................................................... 3

2CAPÍTULO II .......................................................................................................................................... 4

‘Estado da Arte’ ...................................................................................................................................... 4

2.1 Modo de proceder ao nível metrológico ............................................................................ 5

2.2 Visão artificial aplicada à metrologia ................................................................................... 6

2.2.1 Visão artificial por LabVIEW® .................................................................................. 9

3CAPÍTULO III ...................................................................................................................................... 10

Fontes de Erro e Incerteza ................................................................................................................. 10

3.1 Modo de proceder................................................................................................................ 10

3.2 Método por comparação ..................................................................................................... 11

3.2.1 Modelo matemático .................................................................................................... 11

3.2.2 Cálculo do Erro ........................................................................................................... 12

3.2.3 Cálculo da incerteza combinada uC(y) ..................................................................... 12

4CAPÍTULO IV ...................................................................................................................................... 15

Solução Desenvolvida ......................................................................................................................... 15

4.1 Objetivo ................................................................................................................................. 15

4.2 Aspetos preliminares ........................................................................................................... 16

4.3 Leitura dos manómetros analógicos ................................................................................. 19

4.4 Acionamento dos motores de passo ................................................................................. 20

4.5 Implementação dos dispositivos de fim de curso ........................................................... 22

4.6 Leitura da indicação do transdutor padrão ...................................................................... 23

4.6.1 Como obter tensão contínua negativa ..................................................................... 23

4.6.2 Unidade de leitura virtual ........................................................................................... 24

4.7 Modelo Global...................................................................................................................... 25

4.7.1 Funcionamento do protótipo ................................................................................... 26

5CAPÍTULO V ........................................................................................................................................ 30

Resultados obtidos com a solução .................................................................................................... 30

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x

6CAPÍTULO VI ...................................................................................................................................... 36

Conclusões ............................................................................................................................................ 36

6.1 Conclusões ............................................................................................................................ 36

6.2 Trabalho Futuro ................................................................................................................... 38

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xi

Índice de imagens

Figura 2.1 - Comparador de pressão múltiplo então em utilização no LABP do LRM da extinta

DRE Norte, desenvolvido e concebido internamente ................................................................................ 5

Figura 2.2 - Imagem protótipo e respetiva referenciação no espaço cartesiano, cujas

coordenadas são designadas em pixel, segundo o código Python(x,y) ...................................................... 6

Figura 2.3 - Suavização através de um filtro de mediana da imagem transformada em tons de

cinzento (à esquerda), seguida do procedimento de crescimento de região (à direita) .......................... 7

Figura 2.4 - Contorno da imagem e do manómetro (a verde), cujo diâmetro é 333, bem como

do respetivo centroide (a vermelho), com as coordenadas (315, 252) ...................................................... 7

Figura 2.5 - Sucessivamente: transformada polar (à esquerda), binarização (ao centro) e

operação morfológica erode (à direita) ............................................................................................................. 8

Figura 2.6 - Contorno do ponteiro (a azul), bem como do respetivo centroide (a vermelho),

com as coordenadas (357, 267), destacado e ampliado na imagem da direita ......................................... 9

Figura 3.1 – Modelo Geral do Sistema de Medição utilizado na verificação/calibração de

Instrumentos de Medição de Pressão .......................................................................................................... 11

Figura 4.1 – Arquitetura do protótipo .................................................................................................. 16

Figura 4.2 – Guia linear; Motor de passo; Comparador de pressão ................................................. 17

Figura 4.3 – Manómetro de 100 mm e 80 mm de diâmetro, respetivamente ................................ 17

Figura 4.4 – Transdutor padrão e câmara, respetivamente ................................................................ 18

Figura 4.5 – Scanner reconvertido utilizado enquanto guia horizontal ............................................. 18

Figura 4.6 – Módulo de Aquisição Multifuncional de Dados (DAQ), USB-6212 ......................... 18

Figura 4.7 – Implementação das funções IMAQ Get Meter VI, IMAQ Read Meter VI e

ExtractSingleColorPlane VI em LabVIEW® .................................................................................................. 19

Figura 4.8 – Motor Unipolar (Fluminense, 2008) ............................................................................... 20

Figura 4.9 – Motor Unipolar de cinco e seis fios, respetivamente ................................................... 21

Figura 4.10 – Integrado ULN2004A utilizado enquanto interface de potência dos motores de

passo, sustentado no módulo USB-6212 ..................................................................................................... 21

Figura 4.11 – Algoritmo de acionamento de motor de passo em LabVIEW® .............................. 22

Figura 4.12 – Ligações do fototransístor e respetivo esquema ......................................................... 22

Figura 4.13 – Esquema de ligações do transdutor Delta OHM, TP804 ......................................... 23

Figura 4.14 – Integrado ICL7660 configurado enquanto conversor de voltagem negativa ......... 24

Figura 4.15 – Perspetiva da implementação do circuito conversor de voltagem negativa sobre o

protótipo ........................................................................................................................................................... 24

Figura 4.16 – Implementação em LabVIEW® da indicação do transdutor padrão ...................... 25

Figura 4.17 – Sistema de medição projetado ....................................................................................... 26

Figura 4.18 – Perspetivas iniciais da appMAN................................................................................. 27

Figura 4.19 – Definição da zona de interesse na appMAN ........................................................... 28

Figura 4.20 – Perspetivas finais da appMAN ................................................................................... 29

Figura 4.21 – Exemplo do Certificado de Calibração emitido pela appMAN ............................ 29

Figura 5.1 – Imagem resultante da distorção introduzida pela lente ................................................ 32

Figura 5.2 – Sequência de imagens retiradas sensivelmente no início, meio e fim de escala ....... 34

Figura 5.3 – Sequência de imagens que traduzem o erro de deteção da marcação de escala em

vez do ponteiro ................................................................................................................................................ 35

Figura 6.1 – Circuitos de comando, controlo e medição sustentados no módulo USB-6212 ..... 37

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Figura 6.2 – Parâmetros da lente: Tamanho do manómetro – FOV; Distância ao manómetro –

WD; Tamanho do sensor – S; Distância focal– focal length (National Instruments Corporation, 2014)

............................................................................................................................................................................ 38

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Índice de tabelas

Tabela 3.1 — Grandezas envolvidas no modelo matemático ........................................................... 11

Tabela 3.2 — Fontes de incerteza e respetiva caracterização ........................................................... 13

Tabela 3.3 — Caracterização das incertezas padrão ........................................................................... 13

Tabela 3.4 — Caracterização do n.º de graus de liberdade efetivos e fator de cobertura ............ 14

Tabela 5.1 — Teste de 2014-04-12 ........................................................................................................ 31

Tabela 5.2 — Teste de 2015-08-22 relativo ao manómetro referenciado como MAN1 .............. 33

Tabela 5.3 — Teste de 2015-08-22 relativo ao manómetro referenciado como MAN2 .............. 33

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Índice de Equações

hLcv PPP , 3.1 .................................................................................... 11

ghPh , 3.2 .................................................................................... 12

ghPP Lcv , 3.3 .................................................................................... 12

cvPPE , 3.4 .................................................................................... 12

ghPP Lcv , 3.5 .................................................................................... 12

ghPPE L , 3.6 .................................................................................... 12

n

1i

2

ii

2

C uC(y)u , 3.7 .................................................................................... 12

(y)uCkU , 3.8 .................................................................................... 14

Distância focal × FOV = S × WD 6.1 .................................................................................... 38

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Lista de Siglas, Acrónimos, Abreviaturas

e Símbolos

(Lista por ordem alfabética)

BIPM Bureau Internacional de Pesos e Medidas

DFI Departamento de Física

DRE Direção Regional da Economia

EMA Erro Máximo Admissível

IPP Instituto Politécnico do Porto

IPQ Instituto Português da Qualidade

ISEP Instituto Superior de Engenharia do Porto

JCGM Comité Conjunto para Guias em Metrologia

LABP Laboratório de Pressão

LRM Laboratório Regional de Metrologia

NUT II Nomenclatura de Unidades Territoriais para Fins Estatísticos (Norte, Centro,

Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve)

VIM Vocabulário Internacional de Metrologia

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1

1 CAPÍTULO I

Introdução

1.1 Objetivos e Motivação

Sendo que o Controlo Metrológico Legal constituía o pilar fundamental na geração de receita

por parte da então Direção de Serviços da Qualidade – DSQ, representando mais de 70 % da

receita emitida (DRE Norte, 2012), cujas competências eram operacionalizadas pela Divisão da

Qualidade e Licenciamento – DivQ, o constrangimento operacional e orçamental na altura

vivenciado pela DRE Norte, fruto do quadro de extinção por fusão e reestruturação vigente desde

2012, efetivado desde o dia 26 de Junho de 2015 através da publicação na 2.ª série do Diário da

República N.º 128, de 3 de Julho desse mesmo ano, do Despacho n.º 7345/2015, de 25 de Junho,

resultou num défice dos respetivos recursos técnicos e humanos, cujos efeitos inviabilizavam

qualquer prospetiva ou ação de melhoria estrutural.

Nesses termos, tornou-se necessário implementar as medidas indispensáveis à otimização dos

recursos disponíveis, nomeadamente através da priorização das três atividades que constituíam o

‘core business’ em termos operacionais, ou seja, a verificação no âmbito do Controlo Metrológico

Legal de Sistemas de Medição Distribuidores de Combustível – SMDC, de Instrumentos de

Pesagem de Instalação Fixa, nomeadamente Pontes Básculas, e de Manómetros analógicos, para

pneumáticos de veículos automóveis e Industriais.

Se as restantes atividades referenciadas no parágrafo anterior eram desenvolvidas em serviço

externo, efetuando-se os ensaios nas instalações do utilizador, a verificação no âmbito do Controlo

Metrológico Legal de manómetros industriais constituía uma atividade laboratorial intensiva,

resultante da grande quantidade destes instrumentos de medição de pressão ensaiados anualmente.

Concluindo-se que a automação seria o caminho natural na senda duma solução exequível, cuja

implementação permitiria redirecionar recursos humanos para as restantes atividades, garantindo-se

simultaneamente a qualidade metrológica dos resultados, cedo se compreendeu que o

desenvolvimento da presente tese constituiria uma decisão estratégica da maior importância.

Como tal, em articulação com a direção superior da DRE Norte, foi inicialmente acordada a

disponibilização do financiamento necessário à implementação desse projeto, cuja concretização

não foi naturalmente possível dada a extinção das DRE conforme atrás disposto.

De qualquer forma, pretendia-se aplicar o automatismo desenvolvido ao sistema de medição1

então em utilização, constituído por um comparador de pressão múltiplo, também este

desenvolvido internamente (ver Figura 2.1), para que desempenhasse a função de realizar a leitura

1 Sistema de Medição é o conjunto de um ou mais instrumentos de medição e frequentemente outros dispositivos, compreendendo, se necessário, reagentes e fontes de alimentação, montado e adaptado para fornecer informações destinadas à obtenção dos valores medidos, dentro de intervalos especificados para grandezas de naturezas especificadas: 3.2 (VIM, 2012); Grandeza, por sua vez, é a propriedade dum fenómeno dum corpo ou duma substância, que pode ser expressa quantitativamente sob a forma dum número e duma referência, no caso vertente pressão: 1.1 (VIM, 2012).

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2

da indicação desses manómetros analógicos através de técnicas de processamento de imagem,

função esta tradicionalmente executada por um operador especializado.

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3

1.2 Organização do Relatório

Procurando sempre enquadrar os temas abordados nos conceitos e fundamentos da metrologia,

com especial destaque para o Controlo Metrológico Legal, a dissertação é constituída por seis

capítulos, por sua vez divididos em subcapítulos, sendo que o primeiro resume uma perspetiva

introdutória, relevando-se a origem do presente projeto e o principal objetivo que o sustenta.

Com o segundo capítulo avalia-se o ‘estado da arte’, designadamente no que respeita às técnicas

e tecnologias de visão artificial disponíveis, e respetiva articulação com o modo de proceder ao nível

metrológico, sendo que a sua contextualização teórica, nomeadamente em termos do resultado da

medição obtido através do cálculo do erro e incerteza associada, efetiva-se no terceiro capítulo.

Já o quarto capítulo aborda o desenvolvimento do protótipo que, sem prejuízo do ‘trabalho de

casa’, envolveu aproximadamente 1000 horas de trabalho laboratorial2, abrangendo a descrição das

soluções de instrumentação e metrologia por imagem implementadas, bem como o funcionamento

detalhado do modelo, cujas estratégias de medição, automação e controlo resultam de programação

em LabVIEW®.(ver algoritmo descrito no Anexo I)

O quinto capítulo traduz os resultados experimentais do estudo, comentando-se e discutindo-se

os testes mais relevantes e definitivos efetuados ao longo do presente projeto.

Por último, mas não menos importante, no sexto capítulo conclui-se os requisitos considerados

fundamentais à implementação de um exemplar de produção, bem como as propostas do trabalho

preliminar necessário à sua viabilidade.

2 Valor estimado, comprovável através do registo de levantamento de chaves, referente às salas H501 e H504, junto da segurança do ISEP.

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4

2 CAPÍTULO II

‘Estado da Arte’

Segundo o Decreto-lei n.º 291/90 de 20 de Setembro, estão sujeitos a controlo metrológico

todos os instrumentos de medição envolvidos em operações comerciais, fiscais ou salariais, ou

utilizados nos domínios da segurança, da saúde, da economia de energia, bem como das

quantidades de produtos pré-embalados.

Os manómetros industriais enquadram-se no domínio da segurança, nos termos do disposto no

Regulamento do Controlo Metrológico dos Manómetros, Vacuómetros e Manovacuómetros,

publicado através da Portaria n.º 422/98 de 21 de Julho, cujas qualidades e características

metrológicas são estabelecidas pela norma (NP EN 837, 2003), como é o caso daqueles aplicados

em equipamentos sob pressão, nomeadamente caldeiras e recipientes de ar comprimido, que, ao

nível da região norte (NUT II), representam cerca de 5.000 verificações anuais, então executadas no

LRM, com uma receita associada a rondar os 95.000,00 €, repartida entre a DRE Norte e o IPQ na

proporção de 80 % e 20 %, respetivamente (DRE Norte, 2012).

Sucede que em cada verificação são executadas pelo menos 10 medições3, cuja leitura é manual,

visto serem instrumentos analógicos.

Desta forma, visando a realização de aproximadamente 50.000 medições por ano, surgiu a

necessidade de implementar uma metodologia que permita registar automaticamente as indicações

analógicas em suporte digital, de forma a tornar todo o processo mais eficiente e expedito,

suprimindo simultaneamente a influência dos erros associados ao operador.

Sucintamente, o modo de proceder no que respeita à verificação de um manómetro analógico,

sustenta-se na sua comparação com um instrumento de medição de pressão padrão4, através do

cumprimento do procedimento descrito no subcapítulo seguinte, registando-se em cada patamar de

medição a respetiva indicação (do manómetro e do padrão), cuja leitura é realizada manualmente

pelo operador. Tipicamente são ensaiados cinco patamares de medição, cada um em pressão

crescente e decrescente, num total de dez medições por manómetro.

Presentemente, mediante a utilização do comparador de pressão múltiplo ilustrado na Figura

2.1, cada patamar de medição é executado sequencialmente em cada um dos seis manómetros,

agilizando-se significativamente a realização dos ensaios.

Por outro lado, o mesmo procedimento, sustentado na mesma norma de referência (NP EN

837, 2003), é aplicável à calibração de manómetros, realizando-se no entanto pelo menos três ciclos,

visto ser indispensável registar os dados necessários ao cálculo da incerteza associada à medição.

3 Medição é o processo de obtenção experimental dum ou mais valores que podem ser, razoavelmente, atribuídos a uma grandeza: 2.1 (VIM, 2012).

4 Padrão, ou padrão de medição, é definido como a realização da definição duma dada grandeza, com um valor determinado e uma incerteza de medição associada, utilizada como referência: 5.1 (VIM, 2012).

Page 23: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

5

Em suma, o objetivo do presente trabalho concentra-se em projetar e implementar a

arquitetura de um sistema que permita substituir o operador durante a leitura analógica, já

que a aquisição e registo da leitura reproduzida pelo instrumento padrão são digitais.

Figura 2.1 - Comparador de pressão múltiplo então em utilização no LABP do LRM da extinta DRE Norte, desenvolvido e concebido internamente

Importa esclarecer que todo o sistema de medição associado ao ensaio em apreço encontrava-

se implementado e em pleno funcionamento, conforme representado na figura anterior, pelo que o

presente projeto incidirá apenas sobre o equipamento necessário ao cumprimento do objetivo atrás

disposto.

2.1 Modo de proceder ao nível metrológico

Após terem sido definidos os patamares de ensaio (ver CAPÍTULO III), a metodologia em

apreço consiste então na seguinte sequência técnica:

a. As leituras fornecidas pelo manómetro e pelo instrumento padrão são ajustadas a zero e

registadas pelo operador;

b. Tomando como referência a indicação do manómetro, o operador pressuriza manualmente

o sistema de medição até ao próximo patamar de medição, registando a leitura

correspondente do padrão;

c. Sempre em pressão crescente, procede-se como na alínea anterior até todos os patamares

de medição serem contemplados;

d. Atingido o alcance máximo do manómetro, mantendo a sua indicação como referência, o

operador despressuriza manualmente o sistema de medição até ao patamar de medição

anterior, registando a leitura correspondente do padrão;

Manómetros

em ensaio

Manómetros

em ensaio

Instrumento de

medição de

pressão padrão

Page 24: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

6

e. Sempre em pressão decrescente, procede-se de igual forma até contemplar todos os

patamares de medição, cumprindo-se o ciclo de ensaios quando o alcance mínimo do

manómetro é atingido.

2.2 Visão artificial aplicada à metrologia

Do grego METRON (medição) + LOGOS (conhecimento/ciência), Metrologia traduz-se

literalmente como a Ciência da Medição, ou seja, é O DOMÍNIO DO CONHECIMENTO RELATIVO À

MEDIÇÃO. Sendo que a Visão por Computador envolve a extração de informações úteis de

imagens, a Metrologia por Imagem conjuga ambos os conceitos, traduzindo-se numa medição “sem

contacto”, mediante a aquisição de imagens posteriormente tratadas através de algoritmos

computacionais, cujo recurso enquadra-se plenamente no objeto pretendido.

Acontece que uma solução integrada que dê resposta à equação em estudo não se encontra

comercialmente disponível no mercado, pelo que torna-se necessário começar pela análise e

avaliação das ferramentas adequadas ao registo em suporte digital da indicação analógica

reproduzida pela escala de um manómetro.

A primeira linha de trabalho constituiu-se durante as unidades curriculares de Metrologia por

Imagem METIM e Metrologia e Open Source METOS, em torno do desenvolvimento em

linguagem Python(x,y), apoiado pelas bibliotecas OpenCV (Open Source Computer Vision Library)

e PIL (Python Imaging Library), cuja principal vantagem resulta da sua livre utilização sem custos

associados.

Nesse sentido, tomando como referencia a imagem ilustrada na figura abaixo, procedeu-se à

respetiva leitura em código Python(x,y), bem como ao seu redimensionamento e transformação em

tons de cinzento, sendo posteriormente suavizada através de um filtro de mediana.

Figura 2.2 - Imagem protótipo e respetiva referenciação no espaço cartesiano, cujas coordenadas são designadas em pixel, segundo o código Python(x,y)

x

y

(0,0) x

y

Page 25: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

7

Estabeleceu-se de seguida uma pré-segmentação que visou a separação entre o manómetro e o

fundo da respetiva imagem. Para tal, identificou-se a região de interesse mediante deteção do limiar

do manómetro, procedendo-se ao preenchimento do fundo dessa imagem, alterando a cor dos

respetivos pixels para branco [255]. Essa tarefa efetivou-se através da implementação do

crescimento de região a partir do pixel com essa mesma cor, denominado semente e localizado nas

coordenadas (20,20), obtendo-se, respetivamente, o resultado traduzido nas imagens abaixo

representadas.

Figura 2.3 - Suavização através de um filtro de mediana da imagem transformada em tons de cinzento (à esquerda), seguida do procedimento de crescimento de região (à direita)

Concluindo a presente metodologia, tendo em vista identificar o posicionamento da agulha do

manómetro através das suas coordenadas, procedeu-se à segmentação da imagem resultante

conforme a estratégia assinalada de seguida:

a. Identificação do contorno e centroide do manómetro, bem como do seu diâmetro, de

forma a encontrar a informação necessária à aplicação da transformada polar, obtendo-se o

resultado reproduzido na figura abaixo.

Figura 2.4 - Contorno da imagem e do manómetro (a verde), cujo diâmetro é 333, bem como do respetivo centroide (a vermelho), com as coordenadas (315, 252)

Page 26: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

8

b. Aplicação da transformada polar representada na Figura 2.5 (imagem da esquerda).

c. Binarização da imagem linearizada mediante aplicação de um filtro threshold e respetiva

erosão através da operação morfológica erode, tendo em vista a eliminação de ruído,

conforme representado na figura seguinte (imagem do centro e direita, respetivamente).

Figura 2.5 - Sucessivamente: transformada polar (à esquerda), binarização (ao centro) e operação morfológica erode (à direita)

d. Por último, procedeu-se à identificação do contorno e centroide do ponteiro conforme

disposto de seguida:

i. Verificar contornos cujo pixel do centroide é de cor preta [0];

ii. Medir segmento de reta no eixo dos xx entre cada centroide e o primeiro

pixel branco [255] à sua direita;

iii. O centroide correspondente ao ponteiro será aquele relativo ao segmento

de reta maior, conforme demonstra a figura seguinte, onde também é

desenhado o respetivo contorno.

Page 27: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

9

Figura 2.6 - Contorno do ponteiro (a azul), bem como do respetivo centroide (a vermelho), com as coordenadas (357, 267), destacado e ampliado na imagem da direita

2.2.1 Visão artificial por LabVIEW® No entanto, comprovou-se que a utilização de uma imagem diferente requer a procura de

novas afinações das variáveis inscritas no código que proporcionem os mesmos resultados,

sobretudo os valores de threshold, tornando-se necessário reforçar a robustez da solução,

nomeadamente através de estratégias de iluminação que promovam a uniformização da imagem,

pelo que entendeu-se oportuno analisar outras soluções disponíveis no mercado.

Não obstante serem utilizadas mediante a aquisição da licença aplicável, incluem ferramentas

avançadas de processamento de imagem já desenvolvidas, como é o caso do MATLAB® e do

LabVIEW®.

Relativamente ao MATLAB®, a Computer Vision System ToolboxTM proporciona algoritmos,

funções e aplicações destinadas ao desenho e simulação de sistemas de visão por computador e

processamento de imagem.

Contudo, o módulo NI Vision DevelopmentTM do LabVIEW® foi especificamente concebido

com o objetivo de desenvolver e implementar aplicações de visão por computador, possuindo

centenas de funções para adquirir e processar imagens melhorando a sua qualidade, tais como a

deteção de presenças e medição de peças, bem como a identificação de objetos e suas

características, designadamente os ponteiros de instrumentação analógica.

No que respeita a esta matéria, o módulo supracitado, através da função IMAQ Read Meter VI,

permite determinar a posição de um ponteiro dentro do arco traçado pela sua ponta, referenciado à

respetiva base, pelo que minimiza significativamente o tempo de desenvolvimento quando

comparado com as outras duas soluções atrás analisadas.

Assim sendo, entendeu-se que o LabVIEW® configura a solução mais eficaz e eficiente no

sentido do cumprimento do objetivo que preside ao presente projeto.

Page 28: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

10

3 CAPÍTULO III

Fontes de Erro e Incerteza

3.1 Modo de proceder

O presente capítulo pretende estabelecer a metodologia de cálculo do erro5, de exatidão6 e

histerese7, assim como a incerteza8, associados à comparação entre os valores de pressão ajustados e

lidos em cada manómetro analógico e os valores correspondentes lidos no transdutor padrão,

abaixo referenciados como instrumentos de medição de pressão. Nos termos da norma (NP EN

837, 2003), esse instrumento padrão não poderá exceder ¼ do erro máximo admissível do

manómetro em ensaio9 e deve estar rastreado a um padrão nacional ou internacional.

No seguimento do disposto nessa norma, bem como no modo de proceder ao nível

metrológico descrito em 2.1, interessa ainda referir que é admitida a tolerância de + e% do alcance

máximo, sendo e igual à classe de exatidão do manómetro em ensaio, ou seja: classes 0,1; 0,25; 0,6;

1; 1,6; 2,5; 4. Os manómetros cuja classe ou erro máximo admissível fornecido pelo fabricante não

constem da referida norma devem ser classificados de acordo com a classe de exatidão mais

próxima, prevista nessa norma, que seja numericamente superior.

De igual modo, a norma atrás mencionada convenciona que os patamares de medição deverão

ser uniformemente distribuídos ao longo da escala do manómetro, e serão pelo menos dez para

manómetros das classes entre 0,1 e 0,6, quatro para a classe 4 e cinco para as restantes classes.

Também atribui requisitos de estabilidade da temperatura ambiente durante o ensaio, que não

deverá ter uma variação superior a +2 ºC para manómetros de classes entre 0,1 e 0,6, e +5 ºC para

as restantes classes. Por outro lado, também refere que os manómetros analógicos podem estar

munidos de uma espera para o ponteiro. Neste caso, a respetiva classe de exatidão deverá apenas

abranger de 10% a 100% da escala do manómetro, sendo os patamares de medição escolhidos em

conformidade. Quando não existe esse dispositivo, a classe de exatidão deverá abranger de 0% a

100% da escala do manómetro e o zero será um patamar de medição obrigatório, sendo que o

alcance máximo dos manómetros será também um patamar de medição obrigatório em ambos os

5 Erro, ou erro de medição, é a diferença entre o valor medido duma grandeza e um valor de referência: 2.16 (VIM, 2012); Valor de referência, por sua vez, é o valor duma grandeza utilizado como base para comparação com valores de grandezas da mesma natureza: 5.18 (VIM, 2012).

6 Exatidão, ou exatidão de medição, é o grau de concordância entre um valor medido e um valor verdadeiro duma mensuranda: 2.13 (VIM, 2012); Mensuranda, por sua vez, é a grandeza que se pretende medir: 2.3 (VIM, 2012).

7 No caso vertente, histerese é a diferença entre o valor de referência em pressão decrescente e crescente: 10.2, parte 1 (NP EN 837, 2003).

8 Incerteza, ou incerteza de medição, é o parâmetro não negativo que caracteriza a dispersão dos valores atribuídos a uma mensuranda, com base nas informações utilizadas: 2.26 (VIM, 2012).

9 Conforme disposto no 10.2 da parte 1 da norma de referência (NP EN 837, 2003).

Page 29: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

11

casos. No entanto, considerando que o protótipo em apreço visa uma perspetiva académica, cuja

assemblagem foi efetuada com material reconvertido conforme descrito em 4.2, uma vez cumprida

a montagem do sistema de medição este fica ligeiramente pressurizado, pelo que os ensaios foram

realizados a partir dos 10% da escala de cada manómetro.

3.2 Método por comparação

A formulação do modo de proceder em apreço será sustentada no modelo ilustrado na Figura

3.1, referenciando-se a comparação entre os valores de pressão ajustados e lidos em cada

manómetro analógico e os valores correspondentes lidos no transdutor padrão.

Figura 3.1 – Modelo Geral do Sistema de Medição utilizado na verificação/calibração de Instrumentos de Medição de Pressão

3.2.1 Modelo matemático O sistema de medição em apreço, configurado nos termos da Figura 3.1 com as grandezas

referenciadas na Tabela 3.1, foi modelizado através da equação abaixo designada:

hLcv PPP , 3.1

Tabela 3.1 — Grandezas envolvidas no modelo matemático

Valor convencional da pressão Pcv

Valor da pressão lido no padrão PL

Valor da pressão resultante do peso da coluna de fluido transmissor de pressão Ph

Densidade do fluido transmissor de pressão

Aceleração da gravidade g

Diferença de cota entre a tomada de pressão do padrão e do instrumento em calibração h

Page 30: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

12

Considerando que:

ghPh , 3.2

O modelo matemático em apreço configura-se conforme abaixo representado:

ghPP Lcv , 3.3

3.2.2 Cálculo do Erro

Nos termos da respetiva definição, o erro de medição10, E, calcula-se através da seguinte

expressão:

cvPPE , 3.4

Sendo que P = Valor da pressão lida no instrumento em calibração, se:

ghPP Lcv , 3.5

então:

ghPPE L , 3.6

3.2.3 Cálculo da incerteza combinada uC(y)

O cálculo da incerteza combinada uC(y), decorrente do Modelo Matemático, é calculada

conforme abaixo disposto, nos termos do documento (EA-4/02, 2013):

n

1i

2

ii

2

C uC(y)u , 3.7

10 Erro, ou erro de medição, é a diferença entre o valor medido duma grandeza e um valor de referência: 2.16 (VIM, 2012); Valor de referência, por sua vez, é o valor duma grandeza utilizado como base para comparação com valores de grandezas da mesma natureza: 5.18 (VIM, 2012).

Page 31: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

13

Em que:

Tabela 3.2 — Fontes de incerteza e respetiva caracterização

Fonte da Incerteza Processo

de

Medição

Tipo de Avaliação

A ou B; e

Distribuição

Valor da

Incerteza Padrão

[ui]

Coeficiente de

Sensibilidade*

[Ci]

Nº de Graus

de

Liberdade

[i]

Repetibilidade do

ensaio de exatidão

Experimental A; Gaussiana u 1

1C1

L

cv

P

P

n-1

Em que n é o número de

ensaios

Instrumento padrão Certificado de

calibração

B; Retangular u 2 1C2 50

Resolução do

instrumento em

calibração

Especificação do

fabricante

B; Retangular u 3 1C3 50

Influência da

temperatura sobre o

padrão

Especificação do

fabricante

B; Retangular u 4 1C4 50

Densidade do fluido

transmissor de

pressão

Exatidão do valor B; Retangular u 5

ghPcv

5C

50

Aceleração da

gravidade

Exatidão do valor B; Retangular u 6

hg

Pcv

6C

50

Diferença de cota

entre a tomada de

pressão do padrão e

do instrumento em

calibração

Exatidão do valor B; Retangular u 7

gg

Pcv

7C

50

* Resultam da derivação do modelo matemático em função de cada uma das fontes de incerteza

Sendo que:

Tabela 3.3 — Caracterização das incertezas padrão

u1

n

1i

2

i )(1n

1u LLP PP

L

u2

2

IP23

1u EU

Em que IPEU = ¼ do erro correspondente à classe de exatidão do manómetro em

calibração classificado conforme a (NP EN 837, 2003).

A validação dos padrões para cada classe de exatidão resulta da confirmação que a

soma do módulo do maior erro entre pressão crescente e decrescente (E), com a respetiva

incerteza corrigida pela componente relativa à degradação desse padrão, é igual ou inferior

a ¼ do erro correspondente à classe de exatidão do manómetro em calibração classificado

conforme a (NP EN 837, 2003), tal como exemplificado no Anexo II.

Page 32: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

14

u3 2

3 a3

1u R

Em que Ra = 1/2 e 1/10 da divisão do instrumento em calibração para equipamentos

digitais e analógicos, respetivamente.

u4 2

4 a3

1u T Em que PTT

100a

, com:

- Fator especificado pelo fabricante em %/ºC;

T - Variação da temperatura durante a calibração, considerando-se a variação máxima de 2ºC;

P - Pressão correspondente ao ponto em calibração.

u5 2

ρ5 a3

1u

Em que a = 10 kg/m3. Corresponde à variação da massa volúmica do fluido

transmissor de pressão, relativamente ao valor fornecido pelo respetivo fabricante.

u6 2

6 a3

1u g

Em que ga = exatidão com que é fornecida a aceleração da gravidade, ex.:

Se g = 9,8 ms-2, então ga = 0,05 ms-2

u7 2

7 a3

1u h

Em que ha = 0,010 m. Corresponde à exatidão com que é medida a diferença de cota

entre a tomada de pressão do padrão e do instrumento em calibração.

Concluindo, a Incerteza Expandida será:

(y)ukU C , 3.8

Em que:

Tabela 3.4 — Caracterização do n.º de graus de liberdade efetivos e fator de cobertura

ef

7

1ii

4

i

4

C

ef

ν

u

(y)uν

Em que ef é o número de graus de liberdade efetivos

k Fator de cobertura resultante da consulta do Anexo III em função do cálculo de ef

Page 33: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

15

4 CAPÍTULO IV

Solução Desenvolvida

4.1 Objetivo

Conforme já referido, constitui objeto do presente trabalho projetar e desenvolver um

sistema de medição que permita substituir o operador durante a leitura de manómetros

analógicos, mediante a digitalização dessa mesma leitura, já que o instrumento de medição de

pressão padrão habitualmente é digital.

Porém, a viabilidade de qualquer solução passa necessariamente pela exatidão com que a leitura

analógica seja efetuada, particularmente no que respeita à minimização do erro de paralaxe11, de

forma a torná-lo desprezável. Deste modo, é essencial que o manómetro coincida com o campo de

visão da câmara, pelo que o seu posicionamento deverá contemplar, no mínimo, dois graus de

liberdade, ou seja, horizontal e vertical. No entanto, tendo em vista a total automatização desse

posicionamento, deveria igualmente prever-se a rotação da camara em torno do eixo da respetiva

lente, bem como em torno do eixo horizontal perpendicular a este, sendo que estes dois graus de

liberdade adicionais são contemplados neste projeto apenas de forma manual, conforme formulado

mais à frente no 4.7.

Não obstante, conforme à frente sustentado no CAPÍTULO V, a lente associada à câmara

desempenhará um papel fulcral no efetivo cumprimento da tese formulada no parágrafo anterior.

Por outro lado, a exatidão pretendida no posicionamento da câmara requer um sistema

mecânico de acionamento capaz de pequenos incrementos, pelo que a opção recaiu sobre a

utilização de motores de passo.

Garantido o indispensável posicionamento da câmara, a referida viabilidade da solução

desenvolvida passará igualmente pela exatidão com que o sistema de visão por computador

identificará a posição da agulha do manómetro em relação à respetiva escala. Acontece que,

conforme já referido, o LabVIEW® inclui uma função particularmente desenhada para esse efeito,

designada IMAQ Read Meter VI.

11 Nos manómetros analógicos, de forma a evitar o erro de paralaxe, a leitura da indicação deve ser realizada por forma que o olho do operador esteja alinhado num plano perpendicular ao mostrador que englobe a agulha de indicação.

Page 34: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

16

4.2 Aspetos preliminares

Numa fase preparatória, em articulação com a direção superior da DRE Norte, foram previstas

as condições operacionais e financeiras necessárias à implementação do presente trabalho sobre o

comparador de pressão múltiplo em serviço no LABP do LRM (Figura 2.1). No entanto, em

consequência do quadro de extinção por fusão das Direções Regionais da Economia nos termos do

Decreto-Lei n.º 11/2014, de 22 de Janeiro, optou-se pelo desenvolvimento do protótipo

esquematizado na figura seguinte, constituído por um comparador de pressão adaptado ao ensaio

de dois manómetros em simultâneo, cujos resultados são naturalmente extrapoláveis para sistemas

de medição equivalentes com um maior número de manómetros associados.

Figura 4.1 – Arquitetura do protótipo

Assim, em resultado da indisponibilidade orçamental outrora prevista, tornou-se necessário

recorrer aos meios existentes nas instituições parceiras no presente projeto, ISEP e DRE Norte,

tendo-se identificado o seguinte expediente:

i. Comparador de pressão da marca Jofra, com capacidade para gerar até 350 bar,

acionado por motor de passo reconvertido de um ventilador de respiração assistida

avariado, conforme ilustrado na Figura 4.2;

ii. Amostra gratuita de guia linear da marca igus, série drylin® W, para guiamento do motor

de passo referenciado no item i, conforme ilustra a Figura 4.2;

Page 35: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

17

Figura 4.2 – Guia linear; Motor de passo; Comparador de pressão

iii. Manómetro analógico de 100 mm de diâmetro da marca WIKA, com 16 bar de alcance

e 500 mbar de divisão, representado na Figura 4.3;

iv. Manómetro analógico de 80 mm de diâmetro da marca NUOVA FIMA, com 16 bar de

alcance e 100 mbar de divisão, reproduzido na Figura 4.3;

Figura 4.3 – Manómetro de 100 mm e 80 mm de diâmetro, respetivamente

v. Transdutor de pressão padrão da marca Delta OHM, modelo TP804, com 20 bar de

alcance e 1 mbar de divisão, retratado na Figura 4.4;

vi. Câmara USB da marca Logitech, modelo Pro9000, reproduzida na Figura 4.4;

Comparador de pressão

Guia linear

Motor de passo

Page 36: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

18

Figura 4.4 – Transdutor padrão e câmara, respetivamente

vii. Guia linear, acionada por motor de passo, para posicionamento horizontal da câmara,

concretizada através da adaptação de um scanner avariado abaixo representado na Figura

4.5, bem como mais à frente na Figura 4.17, já no estágio final do protótipo;

Figura 4.5 – Scanner reconvertido utilizado enquanto guia horizontal

viii. Guia linear, acionada por motor de passo, para posicionamento vertical da câmara,

concretizada através da adaptação de um scanner avariado, mais à frente referenciado na

Figura 4.17, já no estágio final do protótipo;

ix. Módulo de Aquisição Multifuncional de Dados (DAQ) da National Intruments USB-

6212, abaixo representado;

Figura 4.6 – Módulo de Aquisição Multifuncional de Dados (DAQ), USB-6212

Page 37: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

19

x. Software de instrumentação virtual LabVIEW®, com módulo NI Vision

DevelopmentTM.

Neste projeto foram também desenvolvidos circuitos eletrónicos de aquisição e controlo,

nomeadamente no que concerne à leitura do instrumento de pressão padrão e dos motores de

passo, respetivamente, cuja gestão assenta em programas implementados no Software LabVIEW®

da National Instruments, no qual todo o sistema é controlado através de um módulo de aquisição

(USB-6212, 2009) da mesma marca. Este módulo de aquisição multifuncional de dados

proporciona inúmeras funcionalidades, sendo que no caso vertente o controlo dos motores de

passo efetiva-se através das saídas digitais e a aquisição da leitura do instrumento de pressão padrão

através das entradas analógicas.

4.3 Leitura dos manómetros analógicos

Conforme mencionado em 2.2.1 e representado na Figura 4.7, a função IMAQ Read Meter VI

permite ler a posição do ponteiro tomando como referencia a sua base e os pontos do arco traçado

pela respetiva ponta, indicando-a como percentagem da gama do instrumento de medição analógico

em causa, no caso vertente, manómetros. Para tal, torna-se essencial calcular esses elementos com a

maior exatidão, nomeadamente através da referenciação inequívoca do início e do fim da escala do

manómetro em causa, denominada região de interesse, efetivada mediante recurso à função IMAQ

Get Meter VI.

Por outro lado, sendo que a função IMAQ Read Meter VI proporciona leituras de um ponteiro

escuro sobre fundo claro, ou vice-versa, cada imagem captada pela câmara, antes de ser processada,

carece de ser previamente convertida em tons de cinzento através da função IMAQ

ExtractSingleColorPlane VI, referenciando o plano de cores a ser extraído com ‘Luminance’.

Figura 4.7 – Implementação das funções IMAQ Get Meter VI, IMAQ Read Meter VI e ExtractSingleColorPlane VI em LabVIEW®

Page 38: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

20

4.4 Acionamento dos motores de passo

No projeto deste componente importa formular uma metodologia de suporte e movimentação

da câmara entre cada manómetro, já que a utilização de uma câmara por cada um desses

instrumentos de medição de pressão parece, à partida, inviável.

Desta forma, a hipótese mais robusta, nomeadamente sob o ponto de vista da satisfação da

fiabilidade e da exatidão pretendidas, recai sobre duas guias lineares, cada uma acionada por um

motor de passo, dedicadas ao posicionamento horizontal e vertical da câmara, respetivamente, pelo

que foram reutilizados os dois scanners atrás referenciados (itens vii e viii do 4.2).

Os Motores de Passo (Fluminense, 2008) são dispositivos eletromecânicos que convertem

impulsos elétricos em movimentos mecânicos que consistem em pequenos incrementos angulares

denominados passos.

Importa portanto enquadrar a utilização dos motores de passo no projeto em apreço, sendo

que, antes de mais, foi necessário identificar as respetivas especificações.

As características mais importantes a ter em atenção no que respeita ao controlo de um motor

de passo são a tensão de alimentação e a corrente elétrica que as suas bobinas consomem. Se a

tensão de alimentação constava das especificações de funcionamento de cada scanner reconvertido, o

valor do consumo de corrente elétrica só foi possível determinar durante o respetivo

funcionamento.

Quanto à forma de operação, estes motores são geralmente ligados como mostra o esquema da

figura abaixo, com uma derivação central em cada um dos dois enrolamentos. Em serviço, essas

derivações, no centro de cada enrolamento, são tipicamente ligadas à alimentação positiva, e as duas

extremidades de cada enrolamento são alternadamente ligadas à terra visando inverter o sentido do

campo magnético fornecido por cada enrolamento, perfazendo seis ligações.

Figura 4.8 – Motor Unipolar (Fluminense, 2008)

Por outro lado, as duas derivações centrais são frequentemente unidas internamente, pelo que

poder-se-ão concretizar apenas cinco ligações. Concluiu-se portanto tratar-se de motores de passo

unipolares, de seis e cinco ligações, respetivamente (itens vii e viii do 4.2), materializadas em igual

número de fios, conforme esquematizado na figura abaixo.

Page 39: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

21

Figura 4.9 – Motor Unipolar de cinco e seis fios, respetivamente

Interessa por fim saber que a resistência entre a referida ligação central, denominada comum, e

a extremidade do respetivo enrolamento é sempre metade do que aquela obtida entre as duas

extremidade desse mesmo enrolamento, pela simples razão de que está de facto fisicamente em

causa metade do respetivo comprimento total. Do mesmo modo, a resistência entre ligações de

enrolamentos diferentes será naturalmente nula, permitindo desta forma identificar todos os fios

dos dois tipos de motores em causa.

Por outro lado, a sequência de acionamento foi determinada por tentativas sucessivas, mediante

a monitorização do sentido de rotação resultante da ligação sequencial dos fios de terra à

alimentação negativa, após efetivar-se a alimentação positiva através do fio ou fios comuns,

conforme se trate do motor de passo de cinco ou seis fios, respetivamente (itens vii e viii do 4.2).

Assim, a automatização do acionamento de cada motor de passo concretizou-se através da

implementação em LabVIEW® da ligação à terra das extremidades de cada enrolamento na

sequência atrás determinada, conforme disposto na Figura 4.11, utilizando para tal as saídas digitais

do módulo USB-6212. No entanto, dado que a tensão de serviço do circuito de potência de cada

motor de passo (12 V para o de 6 fios e 24 V para os dois de 5 fios), é substancialmente maior do

que os 5 V que prefiguram a tensão de controlo do módulo USB-6212, tornou-se igualmente

necessário implementar um circuito de interface de potência constituído por uma ponte Darlington,

mediante a utilização de um array de transístores (ULN2004A, 2015), disposto conforme ilustra a

Figura 4.10.

Figura 4.10 – Integrado ULN2004A utilizado enquanto interface de potência dos motores de passo, sustentado no módulo USB-6212

Page 40: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

22

Figura 4.11 – Algoritmo de acionamento de motor de passo em LabVIEW®

4.5 Implementação dos dispositivos de fim de curso

Relativamente a esta matéria, procedeu-se ao recondicionamento dos fototransístores que

efetivavam o fim de curso dos scanners referenciados em 4.2., evidenciando-se que a tensão medida

era diferente de zero no modo ilustrado na figura seguinte, sendo nula quando interrompido esse

sensor de infravermelhos conforme aí assinalado pela seta verde.

Figura 4.12 – Ligações do fototransístor e respetivo esquema

No entanto, da respetiva desmontagem a quente dos circuitos impressos onde se encontravam

originalmente soldados, resultaram anomalias no seu funcionamento, pelo que decidiu-se avançar

sem estes dispositivos.

Page 41: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

23

De facto, em sede da análise académica pretendida com o protótipo, constatou-se que a

marcação física da origem cartesiana do sistema de posicionamento da câmara respondia

eficazmente às necessidades.

4.6 Leitura da indicação do transdutor padrão

Por fim, tornou-se necessário integrar a leitura obtida pelo transdutor de pressão padrão no

LabVIEW®, por forma a estabelecer a comparação entre a leitura reproduzida por cada manómetro

analógico, obtida através de visão por computador conforme disposto em 4.3, com a respetiva

leitura de referência.

Recorrendo à utilização de um multímetro, foi confirmada cada ligação entre o transdutor Delta

OHM TP804 e o seu terminal de leitura, referenciado em 4.2 (item v), designadamente em termos

de continuidade e sinal em tensão, identificando-se o respetivo esquema de funcionamento, cujo

conteúdo encontra-se representado na Figura 4.13, devidamente referenciado à cor dos fios que

constituem o cabo utilizado para concretizar as ligações com o módulo USB-6212.

Figura 4.13 – Esquema de ligações do transdutor Delta OHM, TP804

No entanto, se o módulo USB-6212 garante a aquisição do sinal de pressão reproduzido pelo

transdutor, bem como a componente positiva dos 5 V em corrente contínua, necessários à sua

alimentação, o mesmo já não se verifica relativamente à respetiva componente negativa, pelo que

foi necessário implementar o circuito descrito no subcapítulo seguinte.

4.6.1 Como obter tensão contínua negativa

Tendo em vista a otimização do protótipo, procedeu-se à implementação de uma estratégia que

permitisse obter a tensão contínua negativa a partir dos 5 V fornecidos pelo módulo USB-6212.

Para tal, recorreu-se a um integrado (ICL7660, 1994), que é um conversor de voltagem capacitivo

com a versatilidade de poder ser configurado para inverter, duplicar, dividir ou multiplicar uma

determinada tensão de entrada, conforme representa a Figura 4.14, sendo que a Figura 4.15 ilustra a

implementação efetiva sobre o protótipo, assinalando-se o integrado em questão.

Page 42: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

24

Figura 4.14 – Integrado ICL7660 configurado enquanto conversor de voltagem negativa

Figura 4.15 – Perspetiva da implementação do circuito conversor de voltagem negativa sobre o protótipo

4.6.2 Unidade de leitura virtual

A implementação em LabVIEW® da indicação do transdutor concretizou-se através duma

interpolação linear, configurada entre a indicação em mV correspondente a 0 bar e aquela relativa

ao alcance máximo do transdutor, ou seja, 20 bar. Por sua vez, o ajuste do transdutor atrás

designado efetivou-se mediante a sua comparação com um manómetro digital com exatidão

superior. No entanto, concluiu-se que o transdutor apresenta anomalias de funcionamento,

nomeadamente no que respeita à falta de linearidade, pelo que as suas leituras no âmbito do

presente trabalho deverão ser apenas consideradas como indicativas da qualidade de funcionamento

do sistema de medição por visão artificial, excluindo-se qualquer análise quanto à qualidade

metrológica das leituras reproduzidas pelo padrão.

Assim sendo, a Figura 4.16 mostra a implementação do algoritmo de leitura da indicação do

transdutor em LabVIEW®, recorrendo à função Polynomial Interpolation VI, conforme aí assinalado

pela seta verde.

Page 43: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

25

Figura 4.16 – Implementação em LabVIEW® da indicação do transdutor padrão

4.7 Modelo Global

A implementação do modelo global iniciou-se com a assemblagem dos dois scanners (ver itens

vii e viii do 4.2), recorrendo-se para tal à conceção da peça necessária ao encaixe destes dois

equipamentos, nomeadamente entre aquele que materializa o posicionamento horizontal da câmara

(ver item vii e viii do 4.2), doravante designado ‘guia horizontal’, e o que, por sua vez, concretiza o

posicionamento vertical da mesma, abaixo referenciado como ‘guia vertical’. Para tal, recorrendo a

um paquímetro, procedeu-se às medições necessárias ao desenho da peça destacada no patim

horizontal da Figura 4.17, sendo que o referido encaixe foi estabilizado pela colagem duma chapa

plástica, nomeadamente no que respeita à garantia da verticalidade e esquadria de todo o sistema de

posicionamento da câmara.

De igual modo, tornou-se necessário aferir a melhor montagem da câmara no patim da guia

vertical, entendendo-se recorrer ao encaixe originalmente utilizado enquanto suporte da lâmpada do

scanner. Assim sendo, fazendo uso do paquímetro referido anteriormente, efetuaram-se as

indispensáveis medições que sustentaram o desenho da peça de suporte da câmara referenciada na

Figura 4.17, projetada de forma a garantir a rotação dessa câmara em torno do eixo longitudinal

dessa peça, bem como em torno do eixo horizontal perpendicular a este. Estes dois graus de

liberdade adicionais revelam-se fundamentais, visto garantirem o ajuste inicial do campo de visão da

câmara de maneira a que seja perpendicular ao manómetro em ensaio, tendo em vista a eliminação

do erro de paralaxe. Releve-se que foi reproduzido o mecanismo original de fixação da câmara no

seu suporte original (ver Figura 4.4), por forma a adaptá-la à peça de suporte projetada.

Page 44: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

26

Por outro lado, o comparador de pressão (ver item i do 4.2) foi transformado de forma a

incorporar mais uma saída de pressão, conforme ilustra a Figura 4.17, visando a montagem de dois

manómetros e um transdutor de pressão em simultâneo (ver itens iii, iv e v do 4.2).

Finalmente procedeu-se à automação da variação de pressão gerada pelo comparador atrás

referenciado (ver itens i e ii do 4.2), dando-se por concluída a implementação do modelo global,

cujo funcionamento a seguir se descreve. No entanto, em resultado do necessário recurso à

utilização de material reconvertido conforme disposto em 4.2, verificou-se que o motor de passo

destinado ao acionamento do comparador de pressão não fornecia o binário necessário a esse fim,

pelo que não foi possível efetivar a variação automática da pressão, concretizando-a apenas em

modo manual.

Figura 4.17 – Sistema de medição projetado

A implementação da monitorização e controlo do atrás disposto foi efetuada através da

utilização de sub-rotinas do LabVIEW®, designadas SubVI, ativadas a partir do programa

principal, conforme descrito nos subcapítulos 4.4 e 4.6 em articulação com a Figura 4.11 e Figura

4.16, respetivamente.

4.7.1 Funcionamento do protótipo

Interessa então concretizar a descrição de um ciclo de funcionamento do protótipo, cuja

aplicação informática desenvolvida sobre o LabVIEW® designou-se appMAN, que começa pela

introdução de toda a informação necessária ao ensaio. Naturalmente que numa situação de

Guia linear vertical

Guia linear horizontal

Manómetro em ensaio – MAN1

Manómetro em ensaio – MAN2

Patim vertical

Patim horizontal e respetivo

motor de passo

Comparador de pressão

Motor de passo atuador

do patim vertical

Transdutor padrão

Câmara Suporte da camara

Módulo USB-6212

Montagem da guia vertical sobre o patim horizontal

Montagem da guia vertical sobre o patim horizontal:

Chapa plástica de estabilização

Page 45: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

27

produção, a articulação com um sistema de gestão processual informatizado permitiria o

carregamento prévio de um determinado pedido de execução de ensaio. De qualquer forma, torna-

se necessário introduzir os dados correspondentes aos campos com fundo em branco na Figura

4.18, sendo que aqueles com fundo em cinzento são de preenchimento automático.

Os dois manómetros em ensaio são referenciados por MAN1 e MAN2, respetivamente, sendo

que a câmara encontra-se inicialmente posicionada na origem cartesiana do seu sistema de

posicionamento.

Figura 4.18 – Perspetivas iniciais da appMAN

Page 46: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

28

Após a ativação do botão ‘OK’, a aplicação aciona os motores de passo referentes às guias

lineares, horizontal e vertical, por forma a posicionar a câmara nas coordenadas referentes ao

primeiro manómetro a ser ensaiado, MAN1, onde o operador define manualmente a região de

interesse. Recorrendo ao rato do computador, posiciona a origem da linha interna da forma anelar

dessa região de interesse, designada annulus, no início de escala do manómetro, fazendo igualmente

coincidir o fim de escala com o da forma anelar, conforme assinalado na figura seguinte.

Figura 4.19 – Definição da zona de interesse na appMAN

Por outro lado, também aquando da primeira ativação do botão ‘OK’, a aplicação abre a template

de Excel designada ‘appMAN_calculos.xlt’, configurada e desenhada no sentido da execução dos

cálculos conforme disposto no CAPÍTULO III, bem como da emissão do respetivo certificado de

ensaio, cuja perspetiva consta na Figura 4.21. É igualmente neste momento que são exportados para

esse ficheiro de Excel os dados gerais necessários aos cálculos e à emissão do referido certificado de

ensaio.

Depois de se proceder da mesma forma para o segundo manómetro, MAN2 (é aberto um

ficheiro de Excel por cada manómetro), a aplicação dá início ao ciclo de ensaio definido em 2.1, ou

seja:

A câmara é posicionada nas coordenadas correspondentes ao MAN1;

Se a leitura de pressão no manómetro é menor do que o patamar em medição, o motor de

passo acoplado ao fuso do comparador de pressão roda no sentido da pressurização do

sistema de medição e vice-versa. Não obstante, conforme atrás referido em 4.7, reitera-se a

impossibilidade de concluir esta automação, pelo que na prática o ajuste de pressão é

executado manualmente;

Quando a leitura de pressão no manómetro coincide com o patamar em medição, o

sistema regista a leitura reproduzida pelo transdutor padrão, exportando-a para o respetivo

ficheiro de Excel, aberto conforme atrás descrito, posicionando a câmara nas coordenadas

correspondentes ao MAN2;

O modo de proceder descrito nos passos anteriores é repetido, sucessivamente, em relação

ao MAN2 e novamente MAN1, até concluir-se o ciclo de ensaio correspondente às duas

leituras, em pressão crescente e decrescente conforme referenciado na Figura 4.18,

executadas na totalidade dos patamares de medição;

Concluído o descrito no passo anterior, a câmara retorna à origem cartesiana do seu

sistema de posicionamento.

Page 47: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

29

A Figura 4.20 ilustra a perspetiva final após conclusão do ciclo de ensaio, sendo que os

resultados são reproduzidos no certificado de ensaio inscrito no ficheiro de Excel referente a cada

um dos manómetros. A Figura 4.21 exemplifica os resultados alusivos a um ciclo de ensaio de

calibração ao manómetro referenciado como MAN1.

À semelhança da introdução da informação inicial necessária ao ensaio, conforme atrás

mencionado no primeiro parágrafo, a integração da appMAN com um sistema de gestão

processual informatizado, permitiria o armazenamento automático dos resultados da medição. De

qualquer forma, o operador deverá arquivar os registos de ensaio, respetivos cálculos, bem como o

certificado de ensaio, mediante gravação dos ficheiros de Excel atrás descritos.

Figura 4.20 – Perspetivas finais da appMAN

Figura 4.21 – Exemplo do Certificado de Calibração emitido pela appMAN

Page 48: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

30

O Anexo I reproduz o algoritmo implementado em LabVIEW® que suporta a aplicação

appMAN.

5 CAPÍTULO V

Resultados obtidos com a solução

Ainda numa fase incipiente no que respeita à concretização de um sistema de

verificação/calibração totalmente automatizado, concluiu-se que a questão fundamental, a nível de

medição, reside na exatidão com que a imagem do manómetro é reproduzida, nomeadamente em

termos da respetiva proporcionalidade, ou seja, a sua reprodução sem distorção mensurável pelo

sistema de medição.

De facto, conforme comprova o teste efetuado em 2014-04-12, cujos resultados constam da

Tabela 5.1, em que foram utilizadas as imagens previamente gravadas inscritas no Anexo IV, ficou

evidenciada a repetibilidade em cada ciclo, sendo que os erros na deteção do ponteiro são inferiores

a ¼ do EMA, consistentes com um hipotético padrão conforme referido em 3.1.

Por outro lado, como já era previsível, os maiores desvios registam-se nas leituras entre as

marcações de escala correspondentes à divisão. No entanto, conforme disposto em 3.1, o modo de

proceder aplicável consiste no acerto da pressão pretendida no manómetro em ensaio em valores

coincidentes com a escala deste, pelo que esta última questão é irrelevante.

Page 49: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

31

IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW

0,00 0,00 0,012904 0,00 0,012904 0,00 0,012904 0,00 0,012904 0,00 0,012904 0,00 0,012904 0,00 0,012904 0,00 0,012904 0,00 0,012904 0,00 0,012904 0,013

0,10 0,083985 0,10 0,083985 0,10 0,083985 0,10 0,083985 0,10 0,083985 0,10 0,083985 0,10 0,083985 0,10 0,083985 0,10 0,083985 0,10 0,083985 0,10 0,083985 -0,016

0,20 0,174233 0,20 0,174233 0,20 0,174233 0,20 0,174233 0,20 0,174233 0,20 0,174233 0,20 0,174233 0,20 0,174233 0,20 0,174233 0,20 0,174233 0,20 0,174233 -0,026

0,30 0,284015 0,30 0,284015 0,30 0,284015 0,30 0,284015 0,30 0,284015 0,30 0,284015 0,30 0,284015 0,30 0,284015 0,30 0,284015 0,30 0,284015 0,30 0,284015 -0,016

0,40 0,39387 0,40 0,39387 0,40 0,39387 0,40 0,39387 0,40 0,39387 0,40 0,39387 0,40 0,39387 0,40 0,39387 0,40 0,39387 0,40 0,39387 0,40 0,39387 -0,006

0,50 0,497882 0,50 0,497882 0,50 0,497882 0,50 0,497882 0,50 0,497882 0,50 0,497882 0,50 0,497882 0,50 0,497882 0,50 0,497882 0,50 0,497882 0,50 0,497882 -0,002

0,60 0,581915 0,60 0,581915 0,60 0,581915 0,60 0,581915 0,60 0,581915 0,60 0,581915 0,60 0,581915 0,60 0,581915 0,60 0,581915 0,60 0,581915 0,60 0,581915 -0,018

0,70 0,685813 0,70 0,685813 0,70 0,685813 0,70 0,685813 0,70 0,685813 0,70 0,685813 0,70 0,685813 0,70 0,685813 0,70 0,685813 0,70 0,685813 0,70 0,685813 -0,014

0,80 0,784385 0,80 0,784385 0,80 0,784385 0,80 0,784385 0,80 0,784385 0,80 0,784385 0,80 0,784385 0,80 0,784385 0,80 0,784385 0,80 0,784385 0,80 0,784385 -0,016

0,90 0,882967 0,90 0,882967 0,90 0,882967 0,90 0,882967 0,90 0,882967 0,90 0,882967 0,90 0,882967 0,90 0,882967 0,90 0,882967 0,90 0,882967 0,90 0,882967 -0,017

1,00 1,009594 1,00 1,009594 1,00 1,009594 1,00 1,009594 1,00 1,009594 1,00 1,009594 1,00 1,009594 1,00 1,009594 1,00 1,009594 1,00 1,009594 1,00 1,009594 0,010

1,10 1,083098 1,10 1,083098 1,10 1,083098 1,10 1,083098 1,10 1,083098 1,10 1,083098 1,10 1,083098 1,10 1,083098 1,10 1,083098 1,10 1,083098 1,10 1,083098 -0,017

1,20 1,17692 1,20 1,17692 1,20 1,17692 1,20 1,17692 1,20 1,17692 1,20 1,17692 1,20 1,17692 1,20 1,17692 1,20 1,17692 1,20 1,17692 1,20 1,17692 -0,023

1,30 1,278791 1,30 1,278791 1,30 1,278791 1,30 1,278791 1,30 1,278791 1,30 1,278791 1,30 1,278791 1,30 1,278791 1,30 1,278791 1,30 1,278791 1,30 1,278791 -0,021

1,40 1,397241 1,40 1,397241 1,40 1,397241 1,40 1,397241 1,40 1,397241 1,40 1,397241 1,40 1,397241 1,40 1,397241 1,40 1,397241 1,40 1,397241 1,40 1,397241 -0,003

1,50 1,487032 1,50 1,487032 1,50 1,487032 1,50 1,487032 1,50 1,487032 1,50 1,487032 1,50 1,487032 1,50 1,487032 1,50 1,487032 1,50 1,487032 1,50 1,487032 -0,013

1,60 1,602318 1,60 1,602318 1,60 1,602318 1,60 1,602318 1,60 1,602318 1,60 1,602318 1,60 1,602318 1,60 1,602318 1,60 1,602318 1,60 1,602318 1,60 1,602318 0,002

1,70 1,680293 1,70 1,680293 1,70 1,680293 1,70 1,680293 1,70 1,680293 1,70 1,680293 1,70 1,680293 1,70 1,680293 1,70 1,680293 1,70 1,680293 1,70 1,680293 -0,020

1,80 1,775579 1,80 1,775579 1,80 1,775579 1,80 1,775579 1,80 1,775579 1,80 1,775579 1,80 1,775579 1,80 1,775579 1,80 1,775579 1,80 1,775579 1,80 1,775579 -0,024

1,90 1,899727 1,90 1,899727 1,90 1,899727 1,90 1,899727 1,90 1,899727 1,90 1,899727 1,90 1,899727 1,90 1,899727 1,90 1,899727 1,90 1,899727 1,90 1,899727 0,000

2,00 1,966125 2,00 1,966125 2,00 1,966125 2,00 1,966125 2,00 1,966125 2,00 1,966125 2,00 1,966125 2,00 1,966125 2,00 1,966125 2,00 1,966125 2,00 1,966125 -0,034

2,10 2,078898 2,10 2,078898 2,10 2,078898 2,10 2,078898 2,10 2,078898 2,10 2,078898 2,10 2,078898 2,10 2,078898 2,10 2,078898 2,10 2,078898 2,10 2,078898 -0,021

2,20 2,180828 2,20 2,180828 2,20 2,180828 2,20 2,180828 2,20 2,180828 2,20 2,180828 2,20 2,180828 2,20 2,180828 2,20 2,180828 2,20 2,180828 2,20 2,180828 -0,019

2,30 2,300801 2,30 2,300801 2,30 2,300801 2,30 2,300801 2,30 2,300801 2,30 2,300801 2,30 2,300801 2,30 2,300801 2,30 2,300801 2,30 2,300801 2,30 2,300801 0,001

2,40 2,402599 2,40 2,402599 2,40 2,402599 2,40 2,402599 2,40 2,402599 2,40 2,402599 2,40 2,402599 2,40 2,402599 2,40 2,402599 2,40 2,402599 2,40 2,402599 0,003

2,50 2,484251 2,50 2,484251 2,50 2,484251 2,50 2,484251 2,50 2,484251 2,50 2,484251 2,50 2,484251 2,50 2,484251 2,50 2,484251 2,50 2,484251 2,50 2,484251 -0,016

1,75 1,775579 1,75 1,775579 1,75 1,775579 1,75 1,775579 1,75 1,775579 1,75 1,775579 1,75 1,775579 1,75 1,775579 1,75 1,775579 1,75 1,775579 1,75 1,775579 0,026

0,95 0,976768 0,95 0,976768 0,95 0,976768 0,95 0,976768 0,95 0,976768 0,95 0,976768 0,95 0,976768 0,95 0,976768 0,95 0,976768 0,95 0,976768 0,95 0,976768 0,027

0,55 0,581915 0,55 0,581915 0,55 0,581915 0,55 0,581915 0,55 0,581915 0,55 0,581915 0,55 0,581915 0,55 0,581915 0,55 0,581915 0,55 0,581915 0,55 0,581915 0,032

0,05 0,083985 0,05 0,083985 0,05 0,083985 0,05 0,083985 0,05 0,083985 0,05 0,083985 0,05 0,083985 0,05 0,083985 0,05 0,083985 0,05 0,083985 0,05 0,083985 0,034

0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,012904 0,013

ERRO

Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo 4 Ciclo 5 Ciclo 6 Ciclo 7 Ciclo 8 Ciclo 9 Ciclo 10 Ciclo 11

Manómetro Analógico, Marca NUOVA FIMA, Classe 1 EN837-1 (EMA 0,16 bar <=> EMApadrão 0,04 bar), Nº Série 38817 19/2002, Alcance 16 bar, Divisão 0,1 bar

Tabela 5.1 — Teste de 2014-04-12

Page 50: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

32

Assim sendo, sem prejuízo das questões relativas à capacidade do sistema de posicionamento

da câmara repetir com exatidão adequada a posição de cada manómetro, conforme constatado nos

ensaios referenciados em 4.7.1, os maiores desvios resultam essencialmente da distorção

introduzida pela lente da câmara. De facto, conforme ilustrado na figura abaixo, verifica-se que

embora a zona de interesse, materializada pelo arco de circunferência exterior de cor verde,

coincidir com a escala do manómetro, o seu ponto central, materializado pelo ponto azul, encontra-

se desviado relativamente ao centro desse mesmo manómetro.

Figura 5.1 – Imagem resultante da distorção introduzida pela lente

Os resultados dos testes efetivados em 2015-08-22, inscritos na Tabela 5.2 e Tabela 5.3, onde

são comparadas as leituras obtidas visualmente com os respetivos registos reproduzidos pelo

LabVIEW®, já com o protótipo a funcionar na sua versão final conforme descrito em 4.7.1,

traduzem a influência dessa distorção da imagem introduzida pela lente da câmara, não obstante

manterem-se as condições de repetibilidade dos testes efetuados com imagens previamente

gravadas concretizados na fase inicial do presente estudo, sem prejuízo do abaixo disposto no que

respeita aos valores assinalados a vermelho nessas tabelas.

Page 51: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

33

Tabela 5.2 — Teste de 2015-08-22 relativo ao manómetro referenciado como MAN1

Tabela 5.3 — Teste de 2015-08-22 relativo ao manómetro referenciado como MAN2

De facto, nos termos do funcionamento do protótipo conforme referenciado em 4.7.1, dado

que a posição do ponteiro é determinada dentro do arco traçado pela sua ponta, referenciado à

respetiva base, traduzindo-se o valor de pressão correspondente a essa posição proporcionalmente

ao alcance mínimo e máximo da escala do manómetro, verifica-se que a incoerência entre o valor

lido visualmente na imagem e aquele reproduzido pelo LabVIEW® deve-se à falta de

proporcionalidade entre a zona de interesse materializada pelo arco de circunferência, bem como

pelo respetivo centro, ambos referenciados na Figura 5.1, e a imagem real desse manómetro,

conforme evidencia a sequência de imagens ilustradas nas figura seguinte.

IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW

1,99 2 2,00 2 2,10 2

5,49 5,5 5,49 5,5 5,49 5,5

8,99 9 8,99 9 8,99 9

12,49 12,5 12,49 12,5 12,49 12,5

16,00 16 16,00 16 16,00 16

16,00 16 16,10 16 16,10 16

12,49 12,5 12,49 12,5 12,49 12,5

8,99 9 8,99 9 8,99 9

5,49 5,5 5,49 5,5 5,49 5,5

1,99 2 2,00 2 1,99 2

MAN1 - Manómetro Analógico, Marca WIKA, Classe 1 EN837-1

(EMA 0,16 bar <=> EMApadrão 0,04 bar), Nº Série 1279001, Alcance

16 bar, Divisão 0,5 bar

Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3

IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW IMAGEM LABVIEW

2,00 2 2,00 2 1,90 2

5,45 5,5 5,40 5,5 5,45 5,5

8,90 9 8,90 9 8,95 9

12,45 12,5 12,45 12,5 12,45 12,5

16,00 16 15,95 16 16,00 16

16,00 16 15,90 16 16,00 16

12,45 12,5 12,45 12,5 12,45 12,5

8,90 9 8,95 9 8,90 9

5,40 5,5 5,45 5,5 5,45 5,5

2,00 2 2,00 2 2,00 2

MAN2 - Manómetro Analógico, Marca NUOVA FIMA, Classe

1 EN837-1 (EMA 0,16 bar <=> EMApadrão 0,04 bar), Nº Série

38817 19/2002, Alcance 16 bar, Divisão 0,1 bar

Ciclo 1 Ciclo 2 Ciclo 3

Page 52: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

34

Figura 5.2 – Sequência de imagens retiradas sensivelmente no início, meio e fim de escala

Verifica-se que a falta de proporcionalidade atrás referenciada faz com que o valor lido

visualmente seja coincidente com aquele reproduzido pelo LabVIEW® no início de escala,

afastando-se estes valores no meio da escala e voltando-se a aproximar no fim.

Page 53: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

35

Por outro lado, os valores inscritos a vermelho na Tabela 5.2 e Tabela 5.3 resultam da incorreta

deteção do ponteiro. Ao contrário das imagens previamente gravadas que sustentaram os testes

iniciais (ver Tabela 5.1), cujas características são imutáveis, as imagens gravadas “ao vivo” pela

câmara dependem das respetivas condições de aquisição, particularmente no que respeita à

iluminação.

De qualquer forma, conforme testemunham as figuras inscritas no presente capítulo, onde se

verifica que foi possível desenvolver o presente trabalho sem especiais cuidados relativamente às

condições em que foram adquiridas as imagens, descortinando-se várias imperfeições tais como

reflexos e focagem deficiente, sem que os resultados obtidos fossem inviabilizados, fica

comprovada a robustez dos algoritmos utilizados pelo LabVIEW®, ficando igualmente sustentada a

correta seleção dessa ferramenta concretizada na fase preparatória do projeto.

No seguimento do atrás disposto, os erros identificados na deteção do ponteiro traduzem-se

essencialmente pela “confusão”, em que incorre o sistema, entre esse ponteiro e a marcação de

escala mais próxima, evidenciada, a título de exemplo, pelas imagens ilustradas na figura seguinte

referente aos valores assinalados a vermelho no ciclo 3 da Tabela 5.2.

Figura 5.3 – Sequência de imagens que traduzem o erro de deteção da marcação de escala em vez do ponteiro

Page 54: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

36

6 CAPÍTULO VI

Conclusões

6.1 Conclusões

Conclui-se que os resultados alcançados com o protótipo em apreço são consistentes com a

exatidão esperada, pelo que a passagem à fase da implementação de um exemplar de produção seria

exequível, conforme evidenciam os resultados apresentados.

De facto, conforme estabelecido na Tabela 3.3 do subcapítulo 3.2.3 referente à caracterização

da fonte de incerteza resultante da resolução do manómetro em ensaio, aí referenciada como u3,

sendo que no caso de instrumentos analógicos essa contribuição perfaz 110⁄ da respetiva divisão,

constata-se que a exatidão com que o sistema em apreço deteta o ponteiro é consistente com essa

mesma disposição.

Não obstante, a principal dificuldade na concretização do protótipo, sem prejuízo dos naturais

contratempos resultantes da implementação das metodologias de comando, controlo e medição

conforme demonstra a Figura 6.1, prendeu-se com a estabilidade da aquisição de imagens “ao

vivo”.

De facto, conforme referido no CAPÍTULO V, a questão fundamental residiu na exatidão com

que a imagem do manómetro é reproduzida. Nos termos desse capítulo, sem prejuízo da questão

inerente à distorção introduzida pela lente confirmada num estágio final de desenvolvimento do

protótipo, verificou-se, numa fase preliminar, haver incoerência nas leituras sem que, no entanto, se

pudesse estabelecer qualquer relação causa efeito. Concluiu-se posteriormente dever-se à falta de

rigidez do material constituinte do suporte inicialmente projetado, o qual provocava flexão no varão

cilíndrico desse suporte (ver Figura 4.17), por via do peso da câmara fixada à respetiva parte

paralelepipédica. Releve-se que o movimento do sistema de posicionamento naturalmente

potenciava a anomalia vertente.

Pelo atrás disposto, tornou-se necessário reproduzir esse varão cilíndrico em aço com ponta

roscada, de forma a fixá-lo na referida parte paralelepipédica do suporte, à qual, por sua vez, é

fixada a câmara (ver Figura 4.17), ficando assim esta anomalia colmatada.

Page 55: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

37

Figura 6.1 – Circuitos de comando, controlo e medição sustentados no módulo USB-6212

No entanto, embora a appMAN detenha uma função de busca automática do posicionamento

inicial da câmara relativamente a cada manómetro, considera-se que essa função não atingiu a

robustez necessária. De facto, a função carece de mais ensaios de funcionamento, nomeadamente

com recurso a testes de iluminação, cujo âmbito não foi possível incluir no presente trabalho em

tempo útil, não sendo possível retirar conclusões sustentáveis. Alguns pontos a considerar são:

No que respeita ao manómetro referenciado através da sigla MAN1, os melhores

resultados foram atingidos sem qualquer contraste de fundo, verificando-se que a

função não converge para o resultado esperado se esse contraste for estabelecido.

Releve-se que foram efetuados testes com fundo preto, branco e verde, concluindo-se

que seria o preto a obter resultados menos insatisfatórios;

Pelo contrário, no manómetro referenciado como MAN2, os melhores resultados

foram atingidos com fundo preto, verificando-se que a função não converge para o

resultado esperado se não houver qualquer contraste.

Assim, a fase de produção terá que, inevitavelmente, ser precedida das diligências necessárias à

melhoria da busca automática do centro de cada manómetro, particularmente no que respeita à

respetiva ordenada, já que a abcissa é conhecida à partida, isto é:

Estabelecendo-se a origem cartesiana do sistema de medição, de forma manual ou automática

conforme disposto em 4.5, ficam igualmente estabelecidas as distâncias horizontais a cada um

dos manómetros.

Page 56: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

38

6.2 Trabalho Futuro

Em jeito de conclusão do disposto em 6.1, torna-se necessário reforçar a robustez da solução

encontrada na automatização do posicionamento inicial da câmara relativamente a cada

manómetro, nomeadamente através de estratégias que permitam acentuar o contraste entre o

manómetro e o fundo da imagem, em articulação com técnicas de iluminação que promovam a

uniformização da mesma, particularmente no que respeita à colmatação de zonas sombreadas e/ou

com reflexos, durante a aquisição dessa mesma imagem, conforme se pode observar, a título de

exemplo, na Figura 5.3.

Por outro lado, no seguimento do referido em 4.2, dada a necessidade de projetar e executar

um protótipo com o expediente disponível, tornou-se imperativo o recurso à câmara referenciada

no item vi desse subcapítulo, e por conseguinte, à respetiva componente ótica. Não obstante, a

escolha da lente a utilizar num exemplar de produção deverá ter em linha de conta os parâmetros

abaixo equacionados e referenciados na Figura 6.2.

De qualquer forma, conforme disposto no CAPÍTULO V, é fundamental que essa lente

detenha, sobretudo, uma baixa distorção geométrica.

Distância focal × FOV = S × WD 6.1

Figura 6.2 – Parâmetros da lente: Tamanho do manómetro – FOV; Distância ao manómetro – WD; Tamanho do sensor – S; Distância focal– focal length (National Instruments Corporation, 2014)

Por último, também no seguimento do necessário recurso ao expediente disponível, conforme

atrás mencionado, tendo em vista a total automatização dum exemplar de produção, deverá ser

igualmente considerada a colmatação das seguintes lacunas identificadas no protótipo:

Implementação de dois dispositivos de fim de curso que referenciem, de forma

inequívoca, a origem cartesiana do sistema de posicionamento da câmara, cuja

concretização no protótipo foi inviabilizada pelas circunstâncias expostas em 4.5;

Dimensionamento do motor de passo destinado ao acionamento do comparador de

pressão de forma a fornecer o binário necessário à variação automática da pressão,

eventualmente mediante recurso a caixa redutora, cuja implementação no protótipo foi

inviabilizada pelas circunstâncias referidas em 4.7.

Page 57: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

39

BIBLIOGRAFIA

DRE Norte, Ministério da Economia. 2012. Relatório de Atividade. Porto : s.n., 2012. pp. 34 e

12-13 Anexo 5.

EA-4/02, European Accreditation. 2013. EA-4/02. Evaluation of the Uncertainty of Measurement

in Calibration. 2013.

Fluminense, Universidade Federal. 2008.

https://www.telecom.uff.br/pet/petws/downloads/tutoriais/stepmotor/stepmotor2k81119.pdf.

[Online] Motor de Passo, 2008.

ICL7660. 1994. [Online] 1994. https://datasheets.maximintegrated.com/en/ds/ICL7660-

MAX1044.pdf.

National Instruments Corporation. 2014. Calculating Camera Sensor Resolution and Lens

Focal Length. [Online] 23 de 06 de 2014.

http://digital.ni.com/public.nsf/allkb/1948AE3264ECF42E86257D00007305D5.

NP EN 837, Parte 1-2-3. 2003. EN NP 837. Manómetros. 2003.

ULN2004A. 2015. [Online] Junho de 2015. http://www.ti.com/lit/ds/symlink/uln2004a.pdf.

USB-6212. 2009. [Online] Abril de 2009. http://www.ni.com/pdf/manuals/371931f.pdf.

VIM, IPQ, INMETRO. 2012. 1ª edição luso-brasileira, autorizada pelo BIPM, da 3ª edição

internacional do VIM - International Vocabulary of Metrology — Basic and general concepts and associated terms -

JCGM 200:2012. s.l. : JCGM © 2012, 2012. ISBN 978-972-763-00-6.

Page 58: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio
Page 59: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

41

ANEXOS

Anexo I – Algoritmo implementado em LabVIEW® que suporta a aplicação appMAN ........ 42

Anexo II – Metodologia de validação dos padrões ............................................................................ 45

Anexo III – Distribuição t de Student .................................................................................................... 47

Anexo IV – Imagens previamente gravadas utilizadas no teste efetuado em 2014-04-12 ........... 48

Page 60: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

42

Anexo I – Algoritmo implementado em LabVIEW®

que suporta a aplicação appMAN

Botão ‘OK’

activado?

Sim

Abrir template de

Excel

‘appMAN_calculos.xlt’

Início

Introduzir dados

do manómetro

Botão ‘OFF’

activado (‘ON’)?

Camara posicionada

na origem cartesiana

do seu sistema de

posicionamento

Camara posicionada

na abcissa do centro

do manómetro

Introduzir dados do

manómetro no

ficheiro Excel

resultante

Botão Au t/Man na

posição AutSimBusca automática do

centro do manómetroSim

Busca manual do

centro do manómetro

Não

Mediante

acionamento dos

botões xx, -xx, yy e -yy

Camara posicionada

na abcissa e

ordenada do

manómetro

Com ordenada de

forma que o campo de

visão da camara

inclua o manómetro

Botão ‘STOP’

activado?

Não

O operador define a

região de interesse

Botão ‘OK’

activado?Sim

Botão ‘STOP’

activado?Sim

Man ómetro=

MAN1?

Sim

manómetro=MAN2

Não

Sim

Page 61: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

43

Lei tura MAN=

patamar de

medição n?

Camara posicionada

na abcissa e

ordenada do MAN

Sim

Introduzir leitura na

appMAN e ficheiro

Excel correspondente

MAN=MAN1?

MAN=MAN1;

n=1

Sim

MAN=MAN2

Botão ‘STOP’

activado?

Não

Lei tura MAN<

patamar de

medição n?

Não

Pressurizar

comparador

Sim

Despressurizar

comparador

Não

Botão ‘STOP’

activado?

Não

n=nº patamares

de medição?NãoMAN=MAN1;

n=n+1Não

Lei tura MAN=

patamar de

medição n?

Camara posicionada

na abcissa e

ordenada do MAN

Sim

Introduzir leitura na

appMAN e ficheiro

Excel correspondente

MAN=MAN1;

n=nº patamares de

medição

MAN=MAN2

Leitura MAN<

patamar de

medição n?

Não

Pressurizar

comparador

Sim

Despressurizar

comparador

Não

Botão ‘STOP’

activado?

Não

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Page 62: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

44

MAN=MAN1? Sim

Botão ‘STOP’

activado?

Não

n=1? NãoMAN=MAN1;

n=n-1Não

Posicionar a camara

na origem cartesiana

do seu sistema de

posicionamento

Sim

Fim

Sim

Page 63: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

45

Anexo II – Metodologia de validação dos padrões

Exemplo transcrito de certificado de calibração de um padrão

Indicação no

Equipamento Unidade Maior Erro Incerteza Ucorr K |E+Ucorr|

0 bar 0,0001 0,00043 0,000434 2,02 0,000534

0,6 bar 0,0001 0,00043 0,000489 2,02 0,000589

1 bar 0,0001 0,00045 0,000465 2,02 0,000565

1,6 bar 0,0001 0,00045 0,000507 2,02 0,000607

2 bar 0,0001 0,00045 0,000507 2,02 0,000607

2,5 bar 0,0001 0,00058 0,000625 2,02 0,000725

3 bar 0,0002 0,00065 0,000673 2,02 0,000873

4 bar 0,0002 0,0008 0,000834 2,03 0,001034

5 bar 0,0001 0,001 0,001027 2,03 0,001127

6 bar 0,0002 0,0011 0,001114 2,03 0,001314

6,9 bar 0,0002 0,0013 0,001305 2,03 0,001505

Ucorr Incerteza corrigida: corresponde à soma da variância da última calibração, com a

variância (distribuição retangular) relativa à maior diferença dos erros das

calibrações anteriores ΔE

2

2

12

1E

k

IncertezakU corr

EMA Alcance (bar)

Classe:

NP EN 837

(%) 0,6 1 1,6 2,5 4 6

0,1 0,0006 0,001 0,0016 0,0025 0,004 0,006

0,25 0,0015 0,0025 0,004 0,00625 0,01 0,015

0,6 0,0036 0,006 0,0096 0,015 0,024 0,036

1 0,006 0,01 0,016 0,025 0,04 0,06

1,6 0,0096 0,016 0,0256 0,04 0,064 0,096

2,5 0,015 0,025 0,04 0,0625 0,1 0,15

4 0,024 0,04 0,064 0,1 0,16 0,24

Page 64: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

46

O padrão cumpre o critério de aceitação para os manómetros cujo alcance/classe corresponde

às células cinzentas:

¼ EMA Alcance (bar)

Classe:

NP EN 837

(%) 0,6 1 1,6 2,5 4 6

0,1 0,00015 0,00025 0,0004 0,000625 0,001 0,0015

0,25 0,000375 0,000625 0,001 0,001563 0,0025 0,00375

0,6 0,0009 0,0015 0,0024 0,00375 0,006 0,009

1 0,0015 0,0025 0,004 0,00625 0,01 0,015

1,6 0,0024 0,004 0,0064 0,01 0,016 0,024

2,5 0,00375 0,00625 0,01 0,015625 0,025 0,0375

4 0,006 0,01 0,016 0,025 0,04 0,06

Page 65: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

47

Anexo III – Distribuição t de Student

Graus de Liberdade

Efetivos

k(95,45%) Graus de Liberdade

Efetivos

k(95,45%)

1 13,97 26 2,10

2 4,53 27 2,10

3 3,31 28 2,09

4 2,87 29 2,09

5 2,65 30 2,09

6 2,52 31 2,08

7 2,43 32 2,08

8 2,37 33 2,08

9 2,32 34 2,08

10 2,28 35 2,07

11 2,25 36 2,07

12 2,23 37 2,07

13 2,21 38 2,07

14 2,20 39 2,07

15 2,18 40 2,06

16 2,17 41 2,06

17 2,16 42 2,06

18 2,15 43 2,06

19 2,14 44 2,06

20 2,13 45 2,06

21 2,13 46 2,06

22 2,12 47 2,05

23 2,11 48 2,05

24 2,11 49 2,05

25 2,11 50 2,00

Infinito (> 50) 2,00

Page 66: Automatizaça o de sistema de mediça o mu ltiplo de ensaio

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Anexo IV – Imagens previamente gravadas utilizadas

no teste efetuado em 2014-04-12