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AUTO-RETRATO REITER BORGES SILVA

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Page 1: Auto Retrato

AUTO-RETRATO

REITER BORGES SILVA

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A infância Nascidos na zona rural, nas proximidades de Jataí – GO e Serranópolis –

GO, meus pais tiveram eu e meu irmão, eu nasci por último, diferença de quase dois anos, morei até aos cinco anos de idade em uma fazenda onde meus pais trabalhavam, próximo ao rio corrente em Goiás.

Aos seis anos de idade mudei para a cidade de Serranópolis – GO, e lá fiquei até perto dos sete anos. Daí então mudei para Cassilândia – MS onde resido até hoje, comecei a estudar aos sete anos de idade na Escola Estadual Rui Barbosa.

Era uma época gostosa, em que aprendia as primeiras letras e números, minha mãe me dava reforço em casa, ela tinha feito até a 5ª Série, mas sabia bastante coisa, e cobrava bastante, desta forma aprendi a ler e escrever sem maiores dificuldades.

Não tenho muitas lembranças de como foi na Educação Infantil, aliás, quando entrei na escola já foi na primeira série, lembro que tinha uma cartilha para aprender a escrever e ler, mas são poucas lembranças. Na escola eu sempre fui quietinho e sempre ficava afastado dos colegas, achava eles muito travessos e eu como estava há pouco tempo em contato com o ambiente social de uma cidade, pois até aos cinco anos tinha vivido na zona rural, para mim era um ambiente diferente aquela agitação.

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Já na quarta e quinta séries lembro que usava um conga de borrachas brancas e de tecido azul por cima, camiseta azul, calça azul e meias azuis também, eu era bastante magrinho e isso às vezes me deixava incomodado. Aos poucos fui conhecendo a sociedade, algumas vezes fui ao cinema que tinha na cidade ver filmes dos trapalhões, logo meu pai comprou uma TV e então aos poucos fui observando o mundo como era.

Gostava muito de assistir filmes, desenhos, e cantores, gostava de ver os Beatles e ABBA, o filme que nunca esqueci foi da Branca de Neve e Os Sete Anões. Também gostava de ver filmes do Tarzan, Sítio do Pica-Pau-Amarelo, ilha da fantasia, e muitos desenhos.

Na escola sempre tínhamos comemorações, era dia das crianças, sete de setembro e outras datas, a merenda era deliciosa lembro até hoje dos sabores, a matéria que eu tinha mais dificuldade era Matemática, nunca fui bom nessa matéria, algo que eu gostava era de jogar basquete.

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Na adolescência Quando cheguei na sexta série senti-me mais isolado, pois era eu

no meio de trinta e tantas garotas, só eu de menino naquele bando de gatinhas, como eu sempre fui um pouco calado nunca me aproximava muito das colegas, mas mesmo assim arrumei boas amizades com algumas delas, foi neste mesmo ano que fui participar de uma feira de ciências na cidade de Paranaíba – MS, se não estou enganado o ano era 1989 no mês de setembro, nesta época a matéria que mais gostava era Ciências, por isso fui escolhido entre outros colegas para ir representar Cassilândia. Na época o conjunto Polegar começava a fazer sucesso, e foi o maior barato ouvir aquelas músicas na hora do almoço e com muitas rasadas e descontração, das músicas que mais marcaram foi “Da pra mim” do Polegar e “O astronauta de Mármore“ do conjunto Nenhum de Nós. Isso se passou no colégio que estávamos hospedados o Colégio que ficava bem no centro de Paranaíba, posso dizer que foi um dos momentos que mais me trouxe alegria em minha vida escolar no ensino fundamental.

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Na sétima série não me lembro de praticamente nada, já na oitava série lembro que reprovei de Português, fiquei triste com isso, reprovei, pois saí mal em redação, e até hoje ainda sou ruim em redação.

No ano seguinte fui mais perseverante e passei, lembro que quase não li durante o ensino fundamental, não era cobrado isso de nós e o incentivo também era pouco, comecei a ler mesmo foi na 8ª Série, mas mesmo assim pouca coisa, lembro que li As viagens de Marco Polo, Uma Canção de Paz de Samantha Smith e li também a Menina que Comeu Césio, este último contava sobre o acidente que tinha ocorrido em Goiânia – GO com o Césio – 137.

Quando fui para o ensino médio escolhi fazer o técnico em contabilidade por pensar que sairia do ensino médio com uma profissão, mas foi puro engano. Não tínhamos aulas práticas, só terias de balanço patrimonial e não aprendi quase nada. Nessa época desisti de estudar no 3º bimestre, pois estava trabalhando em uma padaria e levantava de madrugada. Na escola chegava na segunda aula e eu já começava a roncar, tive que sair mesmo, não tinha outro jeito, naquela época se pagava muito bem uma pessoa com as qualificações que eu possuía, ganhava do tanto de um professor do ensino médio, hoje a profissão de confeiteiro em nossa região se defasou bastante, e por isso resolvi voltar a escola e pensar em uma outra profissão.

Assim decidi completar meu ensino médio por incentivo de minha mãe, no ensino médio a leitura também foi fraca, mas foi nesse período que li a primeira obra clássica e foi por gosto mesmo, não era trabalho escolar, pois no ensino médio não foi pedido nenhuma leitura que eu me lembro, li Dom Casmurro, demorou um pouquinho para completar a leitura, pois havia bastantes palavras do livro que não conhecia e recorria ao dicionário, demorei em torno de um ano de dois meses para terminar a leitura, mas gostei muito.

No final do curso fizemos uma festa, a alegria foi geral, lembro de algumas músicas que rolavam, entre elas a dos Mamonas Assassinas, muito bom a festança foi bastante animada e descontraída.

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O vestibular Bom já era hora de pensar no vestibular, e foi o que fiz, peguei livros do

Objetivo emprestado e uma colega que fazia Psicologia na USP e me matei em cima dos livros, minha intenção de início era prestar vestibular para engenharia elétrica na Federal de nosso estado, porém percebi que de Matemática não era bom, então fiz o vestibular para Farmácia na Federal em Campo Grande, mas a concorrência foi grande eram 724 candidatos, eu fiquei em 223º, mas para quem nunca tinha feito colegial e nem cursinho pré –vestibular achei que fui até bem.

Depois disso pensei que continuar tentando estudar fora não seria fácil, pois meus pais também não teriam condições de me ajudar financeiramente a me manter em outra cidade, então surgiu no meio do ano o vestibular da UEMS, na escolha do curso optei por Letras já de cara, pois Matemática saberia que não seria fácil para mim que sempre fui ruim nisso, então como eu gostava de inglês resolvi fazer Letras por causa do inglês. Assim prestei o vestibular e passei, o primeiro dia de aula que legal, na Universidade é sem dúvida um momento da vida do estudante que não há igual foi muito dez, como foi bom, como aprendi com os professores, no primeiro ano do curso não esqueço do professor Valdir Fábio, ele dizia “vocês são privilegiado da sociedade por estarem aqui” e da Professora Maria Helena, dava aulas de Latim, Silvane Martins, produção de texto e outras matérias, Estela Mantovani dava aulas de inglês, realmente aprendi bastante coisas interessantes.

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Terminando a faculdade fiz o concurso para professor de Língua Portuguesa, passei, mas demorou um pouco a ser chamado, assim no ano de 2003 tomei posse, e ano seguinte prestei concurso para professor de Inglês no estado de São Paulo, passei, mas não fui, o mesmo ocorreu em Uberlândia. Fiz também um concurso para Gestor de Ações Sociais da Secretaria da Assistência Social de nosso estado o qual fui chamado e fui para tomar posse, mas no dia da posse desisti, pois não queria ficar longe de minha cidade, comecei então a lecionar em Cassilândia, mas sinceramente não sou daqueles professores que se dizem apaixonados por dar aulas, pois o sistema em que estamos hoje em nosso país é muito difícil ter que fazer de tudo para despertar o interesse dos alunos para o conteúdo a ser estudado. A família brasileira está corrompida, corrupção é horrível, os nossos políticos dão mau exemplo na sociedade, e sempre o freguês é que tem razão, hoje é isso, o aluno se tornou mercadoria na educação, quem tem mais alunos maior é o dinheiro do FUNDEF, a situação ficou de tal forma que passar um aluno se tornou realidade, já presenciei fatos como este, em que o professor foi obrigado sob pressão a refazer seu diário para favorecer alunos que reprovaram, isso sem falar dos conselhos de classe que é para empurrar o aluno que brincou durante o ano todo e que não tem condições de ir para a série seguinte, mas que vai desta forma, chegando na faculdade como analfabeto funcional.

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Esse sou eu!!!!!!!!