aula revolta da chibata
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REVOLTA DA CHIBATA
Encouraçado Minas Gerais, onde teve início a Revolta
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A Revolta dos Marinheiros já estava sendo preparada há alguns meses:
castigos corporais falta de estrutura para
trabalhar, como alimentação ruim, horários de trabalho pesados e a falta de treinamento para os novos navios comprados recentemente da Inglaterra.
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• O castigo de 250 chibatadas dado ao marinheiro Marcelino Rodrigues no dia 21/11 por ele ter levado uma garrafa de cachaça a bordo adiantou o levante e os marinheiros tiveram apenas um dia para orquestrar os pontos decisivos do confronto.• Eles tomaram o encouraçado Minas Gerais e mataram seu comandante. Houve posteriormente a adesão dos navios Bahia, São Paulo e Deodoro.•Após tomarem os navios, os marinheiros apontaram os canhões para o Rio de Janeiro e efetuaram disparos de alerta. Houve pânico em toda a cidade, vidraças foram estilhaçadas com o estrondo dos disparos, as pessoas fugiam para o subúrbio para poder ficar mais longe do mar com medo dos disparos. Era o caos total.
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Os marinheiros redigiram uma carta para o presidente, e nela consta reivindicações sobre o papel dos marinheiros para a melhoria de suas condições de vida, além do fim da chibata e do "bolo", um outro tipo de castigo físico. O verdadeiro redator da carta continua um mistério, mas alguns pesquisadores atribuem a autoria ao marinheiro Francisco Dias Martins, outros ao Adalberto Ferreira Ribas. Estes dois eram dos poucos marinheiros que sabiam ler e escrever.
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"Rio de Janeiro, 22 de novembro de 1910
Il.mo e Ex.mo Sr. Presidente da República BrasileiraCumpre-nos comunicar a V. Ex.a, como Chefe da Nação brasileira: Nós, marinheiros, cidadãos brasileiros e republicanos, não podendo mais suportar a
escravidão na Marinha brasileira, a falta de proteção que a Pátria nos dá; e até então não nos chegou; rompemos o negro véu que nos cobria aos olhos do patriótico e enganado povo.
Achando-se todos os navios em nosso poder, tendo a seu bordo prisioneiros todos os oficiais, os quais têm sido os causadores da Marinha brasileira não ser grandiosa, porque durante vinte anos de República ainda não foi bastante para tratar-nos como cidadãos fardados em defesa da Pátria, mandamos esta honrada mensagem para que V. Ex. a faça aos marinheiros brasileiros possuirmos os direitos sagrados que as leis da República nos facilita, acabando com a desordem e nos dando outros gozos que venham engrandecer a Marinha brasileira; bem assim como: retirar os oficiais incompetentes e indignos de servir à Nação brasileira. Reformar o código imoral e vergonhoso que nos rege, a fim de que desapareça a chibata, o bolo e outros castigos semelhantes; aumentar o nosso soldo pelos últimos planos do ilustre Senador José Carlos de Carvalho, educar os marinheiros que não têm competência para vestir a orgulhosa farda, mandar pôr em vigor a tabela de serviço diário, que a acompanha.
Tem V. Ex.a o prazo de 12 horas para mandar-nos a resposta satisfatória, sob pena de ver a Pátria aniquilada.
Bordo do encouraçado São Paulo, em 22 de novembro de 1910.
Nota: Não poderá ser interrompida a ida e volta do mensageiro.
Marinheiros."
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Começa a ser discutida a anistia dos revoltosos
"Artigo 1º - É concedida anistia aos insurretos da parte de navios da Armada
Nacional, se os mesmos, dentro do prazo que lhes for marcado pelo
Governo, se submeterem às autoridades constituídas.
Artigo 2º - Revogam-se as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 25 de novembro de 1910, 89º da Independência e 22º da
República."
Os marinheiros aguardaram a anistia sair no Diário Oficial, para ter a certeza que iam ser respeitados em suas medidas, e garantias de nenhuma punição para eles e que pudessem continuar na Marinha, mas de agora de uma forma mais digna.
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Rendição
Manchete do Jornal Correio da Manhã em 27 de novembro de 1910 João Cândido entrega o Minas Gerais ao capitão Pereira
Leite
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Represália do Governo de hermes da Fonseca
Desarme dos canhões dos navios que se rebelaram.
Expulsão dos marinheiros revoltosos, entre eles João Cândido e Francisco Dias Martins;
Prisão de marinheiros acusados de novas conspirações.
Revolta no Batalhão Naval.
João Cândido vai para a Ilha das Cobras – Hospício – Ilha das Cobras.
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Antes de se julgar qualquer ex-amotinado, a Marinha já começava a puni-los. Centenas de marinheiros foram deportados para o Pará nos porões do paquete Satélite. A viagem, contudo, terminaria no Acre, onde foram oferecidos para o trabalho nos seringais e na abertura da ferrovia Madeira-Mamoré. A polícia, a Marinha e o Exército aproveitaram a mesma viagem do Satélite para "limpar" a cidade, extirpando todos aqueles que representassem ameaça à ordem e à disciplina: marinheiros, soldados, presos e presas civis. Porém, antes de chegarem ao destino, alguns marinheiros foram fuzilados sob a acusação de estarem tramando uma revolta a bordo do Satélite.
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João Cândido é absolvido e sai do hospício.
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Mesmo absolvidos, João Cândido e os outros marinheiros foram excluídos da corporação. Perseguido pelos militares, não conseguiu voltar para a Marinha de Guerra, que tanto amava. Tentou entrar na Marinha Mercante, mas quando descobriam quem ele era, João Cândido era "dispensado". Passou a sustentar a família vendendo peixe. Faleceu aos 89 anos, em 1969.
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Mestre sala dos Mares
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Toda essa aula foi retirada do excelente site http://chibatas.blogspot.com.br/