aula mediação de conflitos - prof. adriana ramos
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OS CONFLITOS INTERPESSOAIS Vídeo “Convivência” – Pantera 1) Pensar / Questionar / Explorar Questões: 1. O que você acha que sabe sobre este assunto? 2. Quais perguntas ou dúvidas você tem? 3. Quais questões este tema te faz querer explorar?
PROBLEMAS DE CONVIVÊNCIAVIOLÊNCIA
INCIVILIDADE
INDISCIPLINATRANSGRESSÕES
BULLYING
Leme, 2006; Debarbieux, 2006; Lucatto, 2012; Vinha, 2013; Ramos, 2013; Oliveira, 2015.
“ Se refere a interações sociais em desequilíbrio, provocado por valores, perspectivas ou opiniões contraditórios percebidos por comportamentos externos de oposição ou por manifestações sutis da afetividade, tais como expressões, tom de voz, gestos, os quais interferem nas estratégias escolhidas, tanto as favoráveis ao convívio, como o diálogo e a negociação, quanto aquelas que provocam afastamento, como o confronto e a coação (LEME, 2011a, 2011b; VINHA et. al., 2011).
O QUE É CONFLITO?
VIOLÊNCIA
Dura
Lesões, extorsão, tráfico de drogas na escola, agressões físicas, furto, depredação, porte de
arma, abuso sexual
BULLYING
Ocorre entre pares
Desigualdade de poder
(físico/psicológico)
Repetição – terrível para quem sofre
Intenção de ferir
BULLYING CYBERBULLYING
repetição Uma postagem faz estrago: o alvo sente a agressão de forma repetida.
Intenção de ferir Autor: intenção de ferir Espectador: nem sempre tem intenção de ferir, mas acaba contribuindo com a destruição da imagem da vitima diante dos outros...
Alvo frágil que se vê com menos valor
Alvo frágil, imagem destruída diante de um publico muito maior....
Desigualdades de poder físico ou psicológico
Desigualdade de poder psicológico e tecnológico
Simetria de autoridade - entre pares
Entre pares- Relações horizontais na internet (todos usuários)
Público restrito Público ampliado: curtidas/compartilhamentos.
• Pesquisas indicam que não há aumento da incidência de violência “duras” (aquelas que são reguladas pelo código penal- lesões, extorsão, tráfico de droga na escola, agressões físicas, furto).
• Porém, há o crescimento de pequenas infrações, agressões, insultos, desrespeito, ou seja, principalmente “incivilidades” (microviolências).
(La Fábrica do Brasil, 2001; Nakayma,1996; Leme, 2006; Debarbieux, 2006; Lucatto, 2012; Ramos, 2013).
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TRANSGRESSÕES É o comportamento contrário ao regulamento interno da escola (mas não ilegal do ponto de vista da lei) quando justo, necessário e participativo.
Ex. ir sem uniforme quando está lavando; abstenção, uso do celular dentro da sala...
Indisciplina (visão anterior)
Em geral encontra-se na escola (e em muitas pesquisas):
• a indisciplina é tudo aquilo que incomoda ao professor
• mais relacionada ao tempo despendido para conseguir dar aula (Garcia, 2012)
• A “disciplina” é considerada quando nada atrapalha ou interrompe o professor para “ensinar o conteúdo” 11
Indisciplina (visão atual)
• Formas variadas de desordem nas relações pedagógicas, capazes de interferir nas condições de aprendizagem.
• Está relacionada à ruptura do contrato social da aprendizagem (Garcia, 2006) - tanto pelo aluno quanto pelo professor
• A indisciplina atravessa a relação professor-aluno
• Não engloba somente uma questão de comportamento
INCIVILIDADE
São as microviolências ou as pequenas agressões do cotidiano que se repetem constantemente, tais como:
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Apesar de haver uma relação intrínseca nas manifestações de conflito no cotidiano, a distinção possibilita intervenções diferenciadas.
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• briga com agressão física – violência – regulação dos impulsos (autocontrole) –
Diálogo, círculos restaurativos,
alunos mediadores
• atrasos constantes – transgressão:
conversa individual vários alunos: conversa em assembleia 14
• zoação – respeito - incivilidade :
• não realização da pesquisa/leitura para trabalho de grupo - indisciplina -
conversa com envolvidos –grupo: assembleia, tendo o foco na boa convivência do grupo e contrato social da aprendizagem
discutir com base no contrato da aprendizagem (não imposição)
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Na visão tradicional
O conflito é visto como algo antinatural - assustam-se, sentem-se inseguros
Tentam evitá-los, gastam grande parte do tempo "acompanhando" os alunos, não os deixando sozinhos
Resolvem os problemas rapidamente; agem impulsivamente.
VISÃO DEMOCRÁTICA
Oportunidades para
trabalharmos valores e regras
Relações entre iguais
Nos dão "pistas"
sobre o que as crianças precisam aprender
Quando mais cooperativa
a classe mais conflitos existirão
COMO A ESCOLA TRADICIONAL LIDA COM OS CONFLITOS?
Transferem o “problema”: especialistas / família;Retiram o amor;
Mecanismos de contenção: ameaçam; fazem sermões, elaboram regras e mais regras, utilizam punições, utilizam recompensas...
O que o aluno está aprendendo com essa forma de
resolução?
Quais são as
consequências a longo
prazo?
“ASSIM FUNCIONA...”
O aluno percebeu as consequências de tal
ato?
Aprendeu formas mais elaboradas
de proceder?
Pode significar, simplesmente, que está sob
controle por temor
CONSEQUÊNCIAS...
✘Relação “custo-benefício”.
✘Cálculo de risco
✘Revolta
✘Aprendizagem da mentira
✘Conformidade cega (é mais fácil obedecer); medo de fazer
algo novo; timidez, apatia, insegurança; ressentimentos, agressão, revide, necessidade
de dominação, baixa autoestima e submissão.
Conflitos integram o currículoAtividades SistematizadasConflitos Hipotéticos
DilemasJogos para Expressão dos
SentimentosLiteraturaAssembleias
(conflitos coletivos)
Mediaçãoconflitos particulares
Conflito e construtivismo
Fatores que influenciamDesenvolvimentoGêneroPersonalidadeFamíliaCulturaAmbiente escolar
PROVOCAÇÃO Dupla postura hostil e de humor (HOOVER; OLSON, 2000; KELTNER et al., 2001; SHAPIRO et al., 1991; AGLIATTA et al., 2007; JONES; SCAMBLER et. al., 1998)
LORENA (11) chora baixo em sua carteira. FRED (12): "Lorena
chorona!" (ao passar pela carteira dela). LORENA fala alto: "Eu vou
bater nesse Fred". FRED se aproxima novamente sorrindo e diz
próximo ao ouvido dela: "Lorena chorona!" Ela: "Eu vou pegar esse
Fred!" Ele volta para sua carteira.
EXEMPLO Durante a aula, RAFAEL inventa uma música com o nome das meninas da classe. Ele canta: "Te amo FABI, você é da hora, mas agora é hora da escola". Canta a mesma música com o nome de várias meninas. Por último, coloca o nome de FERNANDA e canta: "Te amo FERNANDA, você é da hora, mas é mentira então vá embora".
ESTRATÉGIAS UNILATERAIS Justificativa do motivo, provocação, recuo, ameaça.
A professora, para explicar a localização da América do Norte e da Europa Ocidental, fala: “Coloca o ALEXANDRE (14) e o PEDRO (13) juntos”. Os meninos sorriem e ALEXANDRE brinca, dizendo: “Tô fora!” GUSTAVO fala: “Coloca o MARCOS e o...” MARCOS interrompe e diz: “E a sua mãe!” GUSTAVO grita: “Você tá apelando, moleque, eu não falei da sua mãe. Se eu começar a falar, você não aguenta.” MARCOS responde: “Você que tá folgando...” Rindo, sem graça. GUSTAVO responde: “Tô falando sério”. A professora, com expressão irritada, diz: “Vamos parar com isso, agora!” Ela continua a explicação do conteúdo e os meninos ficam quietos.
ESTRATÉGIAS COOPERATIVAS Esquiva e reparação sincera IASMIN (13) gosta de um menino de outra escola. Em uma festa de aniversário, em que IASMIN não estava, o menino pediu para “ficar” com GABRIELA (13), uma de suas melhores amigas. IASMIN tem certeza que eles “ficaram” e, por isso, parou de conversar com a amiga. GABRIELA nega ter ficado com o menino, diz ter apenas conversado com ele. GABRIELA me disse que tentou conversar com IASMIN, mas que ela não a ouviu e que, além disso, ficou espalhando para as outras meninas que ela ficou com o menino. GABRIELA afirma que dará um tempo para a amiga. No outro dia, as duas me contam que IASMIN foi conversar com GABRIELA em uma rede social para esclarecer a situação. As meninas dizem ter acreditado uma na outra, mas que a amizade ainda não é a mesma, pois continuam magoadas.
A PARTIR DISSO...
O conflito possui características distintas e significados específicos ao longo do desenvolvimento. Tal conhecimento, por sua vez, ajuda a adequar as intervenções propostas a cada faixa etária, para que se configurem como situações desafiadoras que realmente favoreçam os desequilíbrios cognitivos necessários à construção de novas concepções.
AS POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO
Na sala de aula
“Antes” do conflito
“Depois” do conflito
No âmbito escolar
Convivência no currículo
Assembleia docente
Protagonismo
TRÊS AÇÕES BÁSICAS PARA MEDIAÇÃO DO CONFLITO (DE VRIES E ZAN, 1998)
•Estou calmo e imparcial para mediar este conflito?
Seja calmo e controle suas
ações
•Entendo que este conflito não me pertence e sim a meus alunos?
Reconheça que o conflito pertence a
criança
•Acredito que meus alunos sejam capazes de resolver esse conflito?
Acredite na capacidade de resolução de seus
conflitos
AÇÕES ESPECÍFICAS EM SITUAÇÕES DE CONFLITO
(DEVRIES E ZAN, 1998)
1. Assuma a responsabilidade pela segurança física de seus alunos.
2. Não fale no momento de crise.3. Reconheça/valide/aceite os sentimentos e percepções dos
conflitos.4. Ajude-os a verbalizarem sentimentos e desejos uns aos
outros e a escutarem o que os outros tem a dizer.
AÇÕES ESPECÍFICAS EM SITUAÇÕES DE CONFLITO
(DEVRIES E ZAN, 1998) 5. Esclareça e declare o problema.6. Dê uma oportunidade para que os envolvidos sugiram soluções e
proponha soluções quando eles não têm ideias.7. Enalteça o valor do acordo mútuo.8. Quando ambos perdem o interesse no conflito, abandone-o.9. Ajude-os a reconhecerem suas responsabilidades em uma
situação de conflito.10. Ajude-os a restaurarem o relacionamento, mas não os force a
serem insinceros.
NA SALA DE AULA“DEPOIS” DO CONFLITO
•O que aconteceu?•(ouvir todas as partes)
Reconstituição
•Por que vocês agiram assim?Causas•Como vocês se sentiram? •(Diga para o outro)
Expressão de sentimentos
MEDIAÇÃO
• Você prefere permanecer no grupo, cumprindo com a sua parte ou prefere sair e voltar quando você achar que tiver condições?
• Como você acha que ele se sentiu?• Como você se sentiria se fosse com
você?Descentração
• De que outra forma vocês poderiam ter (re) agido? Numa próxima vez, como você resolverá?
Antecipação
Comparaçõesescolhas
Reparação
PENSEMOS SOBRE OS CONFLITOS
Em grupos de 4, relatem um conflito e
elaborem 3 ou 4 possíveis intervenções