aula de homeopatia 01 - fundamentos e história

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  • 8/17/2019 Aula de Homeopatia 01 - Fundamentos e História

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    UniversidadeUniversidade Federal deFederal de MatoMatoGrossoGrosso

    Curso de Farmácia

    Fundamentos daHomeopatia

    Prof.: Wilsione Carneiro

    Princípios ePrincípios e

    Fundamentos daFundamentos daHomeopatiaHomeopatia

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    1. O Raciocínio Homeopáticoem sua Origem

    Hipócrates (460 a. C.–377

    a.C.):“contraría contrariís

    curantur”

    “similia simílíbus curantur”

    Galeno (129 – 199 d.C.) eAvicena (980 – 1037):consolidaram a cura peloscontrários.

    Paracelso (1493 – 1591):adepto da cura pelosemelhante.

    2. Christian FriedrichSamuel Hahnemann

     Nasceu no dia 11 de abril de 1755, em Meissen(Alemanha)

    Seus pais e sua formação inicial (Artesão de porcelana, tintas e esmaltes)

    Finalizou seus estudos em Meissen dominandovários idiomas (Francês, italiano, alemão, sírio...)

    Em 1775 foi para Leipzig estudar Medicina

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    Pesquisava sobre correntes filosóficas de sua época – Vitalismo (força vital que os mantêm vivos) eOrganicismo (atividades vitais eram decorrentes deorganizações biológicas)

    Hahneman – partidário do Vitalismo

    Continuou seus estudos médicos em Viena – contatocom pacientes para estudo racional da saude Xdoença

    Em 1779 recebe grau de Doutor em Medicina, naUniversidade de Erlangen, defendendo a tese“Considerações sobre as causas e o tratamento dasdoenças espasmódicas.”

    Publicou o tratado de matéria médica, queversava sobre as propriedades medicinais dasdrogas

    Em Dessau frequentou a “Pharmacia”do boticárioHaesseler onde conheceu aquela que seria sua

     primeira esposa, Johanna Henriette.

    Criticava muito a medicina de sua época que se

     baseava em sangrias e medicamentos tóxicos.

    A Prática Médica no século XVIII

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    Abandonou a medicina em 1787 por  julgá-la empírica demais:

    “Para mim, foi uma agonia estar sempreno escuro quando tinha de curar odoente e prescrever de acordo com essaou aquela hipótese arbitrária...Renunciei à prática da medicina paranão mais correr o risco de causar danosà saúde alheia e dediquei-meexclusivamente à química e àsocupações literárias”.

    Em 1790 traduziu a Matéria Médica de WillianCullen – Experimento com Quina ( Ingestão deQuina – sintomas semelhantes da malária – esfriamento da

     ponta dos dedos, fraqueza, sonolência, taquicardia, pulsação rápida, ansiedade, pulsação na cabeça, rubor nasfaces, sensação de entorpecimento)

    Ao suspender o uso da droga a saúde voltava aonormal

    Deveria haver portanto semelhança entre a doençae a droga ingerida (similia similibus curantur )

    Sintetizou os modelos da racionalidade científicamoderna sem abrir mão do vitalismo

    Apartir das observações dos sinais e sintomas queas drogas provocavam no homem sadio, decidiutestar em homens doentes

    Prescrição de drogas com que apresentavam asmesmas características dos sinais e sintomas dos

    doentes

    Maioria dos resultados positivos, observou ofenômeno de cura

    Hipótese de Hanhneman confirmada

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    Segundo Haller, Hanhneman iniciou a pesquisaobjetiva e tomou como base a ação farmacológicasobre o homem sadio, para depois aplicá-lo em

     pacientes doentes segundo o princípio da

    similaridade

    Experimento de outras substâncias sempre em pacientes sadios

    Com a finalidade de diminuir os efeitos tóxicos enocivos das drogas, adotou as dosesinfinitesimais (grandes diluições)

    Em 1796 publicou Ensaio sobre um novo princípio para averiguar os poderescurativos das substâncias medicinais,marco inicial da Homeopatia

    Em 1805 editou o livro Esculápio na Balança e criou numerosos inimigos(crítica a medicina europeia)

    Em 1810 – Organon da Arte de Curar(doutrina homeopática, técnicas homeopáticas,

    entrevista e regras para exames)

    Em 1811 – 1826 – Matéria Médica Pura (64medicamentos experimentados)

    Conferências em Universidades e interesse dosalunos pela nova doutrina

    Em 1828 – As Doenças Crônicas

    Aos 80 anos casou-se pela 2a. vez com uma jovem francesa, Marie Melanie Derville

    Morreu aos 88 anos (1843)

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    3. A HOMEOPATIA NOBRASIL

    Introduzida em 1840 pelo médico francês Dr.

    Benoit Jules Mure

    As tinturas e substâncias utilizadas emhomeopatia vinham da Europa e os médicos quemanipulavam as formulações devido ainexistência de farmácias especializadas

    Cresceu com a realização de cursos ajudados peloDr. João Vicente Martins

    Em 1851 - separa-se a prática médica da práticafarmacêutica

    Em 1965 - aprova-se a parte geral da FHB 1.ed.

    Em 1980 - torna-se uma especialidade médicareconhecida pelo CFM

    Em 1988 – publicação 1. ed. MNTFH (Nanual denormas tecnicas da farmacia homeopatica);

    Em 1997 – aprovada a Parte I da 2. Ed. da FHB

    Em 2003 – aprovado o fascículo I da parte II da

    FHB e publicação da 3. ed. do MNTFH.

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    5. Definindo Homeopatia

    Etimologicamente:Grego: ómoios – semelhante;

     páthos – doente.

    Especialidade médica e farmacêutica queconsiste em ministrar ao doente dosesmínimas do medicamento para evitar aintoxicação e estimular a reação orgânica

    Técnica que irá diminuir o efeito tóxico dasubstância original e aumentara o seu potencial curativo pela técnica dedinamização

    5. Definindo homeopatia

    É um sistema científico e filosófico bemdeterminado, com uma metodologia de

     pesquisa própria, que se apóia em dados daexperimentação clínica de drogas e demedicamentos homeopáticos no homemsadio, para sua posterior aplicação nohomem doente, utilizando doses mínimasdo medicamento.

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    4. Os Princípios que4. Os Princípios queFundamentam aFundamentam a

    Homeopatia:Homeopatia:

    Princípios básicos da Homeopatia

    Lei dos semelhantes

    Experimentação no homem sadio

    Doses mínimas

    Remédio único

    4.1 – Lei dos Semelhantes

    “Qualquer substância capaz de provocar em um homem sadio, porém

    sensível, determinados sintomas écapaz de curar, desde que em dosesadequadas, um homem que apresenteum quadro mórbido semelhante, comexceção das lesões irreversíveis.”

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    4.1 – Lei dos Semelhantes

    Exemplo: O indivíduo que apresenta febre alta, com a face

    vermelha escarlate, olhar agressivo e com pupilasdilatadas, extremamente irritado, com reaçõesviolentas é normalmente medicado comBelladonna, pois este medicamento provoca umquadro semelhante em indivíduos queacidentalmente se intoxicam com esta planta.

    4.1 – Lei dos Semelhantes

    Patogenesia: Conjunto de sinais e sintomas,objetivos (físicos) e subjetivos (emocionais ementais), que um organismo sadio apresenta aoexperimentar determinada substância medicinal.

    Simillimum: Medicamento que abrange atotalidade dos sintomas.

    E enfermidade é o resultado de uma reaçãoorgânica insuficiente (baixa imunidade).

    A cura se dará por estímulo à reação orgânica.

    Enfermidade é o resultado da reação insuficientedo organismo diante da doença. Assim, faz-senecessário estimular a reação orgânica para queesta sobrepor a força da doença.

    Para estimular a reação orgânica, osfarmacêuticos adotam o processo de dinamizaçãoaumentando a resposta orgânica e cura do

     paciente.

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    Hahneman descreve no Organon “Visto que as doenças não são mais do que alterações do

    estado de saúde do indivíduo sadio, expressando-se por meio de sinais mórbidos, e a cura, igualmente, só é

     possível com a conversão deste estado em saúde, vê-se,então, sem dificuldade, que os med icamentos não poderiam curar as doenças de modo algum, se não possuíssem a força de alterar o estado de saúde dohomem, baseando em sensações e funções e mais: vê-seque unicamente nesta sua força de alterar o estado desaúdeé que se deve basear seu poderde cura.”

    4.2 – Experimentação noHomem Sadio

    É o procedimento de testar substâncias medicinais emindivíduos sadios para elucidar os sintomas que irãorefletirsua ação

    Há muitos inconvenientes em se experimentar substânciasem animais e em indivíduos doentes (variação nas espéciese os sintomas apresentados são oriundos do medicamentoou característicada doença).

    As drogas podem causar efeitos diferentes em homens e

    animais

    A prescrição homeopática deve basear-se nacomparação entre os sintomas apresentados pelos

     pacientes e os sintomas que a droga a ser  prescrita , sob forma de medicamento, produziuem indivíduos sadios

    Para a homeopatia o ser humano deve ser  avaliado como um todo quando atingido por umaenfermidade (fisico e psicomental)

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    As drogas devem ser testadas nas dosestóxica, hipotóxica e dinamizada.

    Os institutos de pesquisa homeopáticosusam o método “duplo-cego” para asexperimentações.

    Os sintomas observados são compiladosnas chamadas Matérias-Médicas.

    A experimentação no homem sadio é ummétodo natural de investigar os efeitos queas drogas e os medicamentos produzem, para saber que enfermidades eles estãoaptos a curar 

    4.3 – Doses Mínimas Hahnemann se preocupava com a intensidade das

    reações iniciais que um droga provocava ao ser ingerida (não se utilizava drogas diluídas).

    Com a finalidade de diminuir os efeitos negativosda agravação dos sintomas, Hahnemann realizouuma série de experiências.

    Culminaram no uso de medicamentos diluídos( água ou álcool) e sucussionados (agitações)-

    Dinamização

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    Com as sucções Hahneman notou quehouve diminuição dos sintomas e aumentoda reação orgânica (Historia das viagensentre cidades e agitaçao das preparaçoeshomeopaticas);

    Início de diluições infinitesimais e potencializadas pelas fortes agitações namanipulação dos medicamentoshomeopáticos

    4.3 – Doses Mínimas Esquema simplificado do processo de diluição:

    na passagem de um diluição para outra, são feitasas sucussões, resultando no medicamentodinamizado

    4.4 – Medicamento Único A experimentação patogenética testa-se apenas

    uma droga por vez, obtendo por meio desse procedimento as características

    farmacodinâmicas da substância testada.

    Uso de um substância por vez ( amplo range)

    Busca do Simillimum

     Não se experimentava várias drogas ao mesmotempo

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    O remédio único é o mais difícil de ser  encontrado na prática, pois exige do

    médico bastante conhecimento da droga eesta tem que apresentar um amplo espectrode cura

    Divide muitas opiniões dentro daHomeopatia sendo um dos motivos dosurgimento de diferentes Escolas MédicasHomeopáticas

    6. Escolas MédicasHomeopáticas

    Unicismo

    Conduta clínica que adota a prescrição deapenas um medicamento homeopático,correspondente ao simillimum dedeterminado paciente

    6. Escolas MédicasHomeopáticas

    Incovenientes:

    - É necessário que exista um medicamentoque apresente em todos os detalhes oquadro que o paciente apresenta- O médico conheça o medicamento- O medicamento esteja sempre disponívelem farmácia para o tratamento do paciente

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    6. Escolas MédicasHomeopáticas

    Pluralismo ou Alternismo – Conduta clínica que adota a prescrição dedois ou mais medicamentos homeopáticosem frascos isolados, que podem seradministrados em horas distintas,alternados.

    6. Escolas MédicasHomeopáticas

    Incovenientes:

    - Tendência a polifarmácia, dificultando aavaliação correta da atividade de cadamedicamento

    - Emprego simultâneo de estímulosopostos

    6. Escolas MédicasHomeopáticas

    Complexismo ou complexos homeopáticos

     – Conduta clínica que adota a prescrição deformulação contendo dois ou mais medicamentoshomeopáticos associados, ou não, em um mesmofrasco

    - Esta técnica alopatiza e industrializa aHomeopatia

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    6. Escolas MédicasHomeopáticas

    Incovenietes:

    - Impossibilidade de distinguir omedicamento que verdadeiramente atuou

    - Impossibilidade de distinguir omedicamento eventualmente prejudicial

    6. Escolas MédicasHomeopáticas

    Organicismo

     – conduta clínica que adota a prescrição para o órgão doente

    6. Escolas MédicasHomeopáticas

    Incovenientes:

    - O clínico aproxima-se da medicina

    alopática pois fragmenta o indivíduo em partes (órgãos e sistemas)

    - Não leva em conta os sintomasemocionais e mentais

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    “Há uma grande necessidade de seentender a homeopatia à luz damoderna ciência, e de integrá-la a

    um sistema abrangente deassistência médica.”

    Dr. Ronald DaveyMédico da rainha Elizabeth II

    7. Bibliografia FONTES, Olney Leite. Farmácia homeopática:

    teoria e prática. 2. ed. Barueri: Manole, 2005.

    LOCKIE, Andrew; GEDDES, Nicola. Guiacompleto de homeopatia: princípios e métodosde tratamento. São Paulo: Ática, 2001.

    Obs.: Todas as fotos e figuras que ilustram estaapresentação também foram retiradas desteslivros.