aula 1 saúde e ambiente objetos de conhecimento

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DISCIPLINA SAUDE AMBIENTAL

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Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

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Page 1: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

DISCIPLINA SAUDE AMBIENTAL

Page 2: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Apresentação da disciplinaCronograma

Data Temática da Aula

20 março Apresentação da disciplina: Saúde e Ambiente como objetos de conhecimentos

27 março Conceitos básicos de ecologia em saúde – Os ecossistemas, o território e os

movimentos ambientalistas

10 abril Risco – Segurança e Seguridade

17 abril Noções de Toxicologia (Prof. Volney)

24 abril Informação em ambiente e saúde

08 maio Educação Ambiental (Profa. Márcia a confirmar)

15 maio Poluições 1

22 maio Poluições 2

29 maio Metabolismo sócio-ecológico

12 junho Planejamento atividade prática

19 junho Atividade prática 1

26 junho Atividade prática 2

03 julho Discussão atividade prática

10 julho Prova escrita

17 julho Prova final / Entrega de monografia

Page 3: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Apresentação da disciplinaAvaliação

Requisitos de aprovação

● 75% presença em sala de aula

● Participação satisfatória na atividade prática

● Aprovação de uma das provas escritas

● Entrega de ensaio monográfico individual

Page 4: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Apresentação da disciplinaAvaliação

Requisitos de aprovação

● 75% presença em sala de aula

● Participação satisfatória na atividade prática

● Aprovação de uma das provas escritas

● Entrega de ensaio monográfico individual

Page 5: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Presença em sala de aula

• O regulamento da UFRJ exige 75% de presença em sala de

aula como condição de aprovação das disciplinas.

• Será computada em horas.

• Por isso, cada alun@ assinará duas listas de presença: (i) uma

disponível até uma hora de iniciada a aula; e outra (ii) na

finalização da aula.

• Situações que impeçam a presença em sala de aula deverão

ser comunicadas ao professor por e-mail

Page 6: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Apresentação da disciplinaAvaliação

Requisitos de aprovação

● 75% presença em sala de aula

● Participação satisfatória na atividade prática

● Aprovação de uma das provas escritas

● Entrega de ensaio monográfico individual

Page 7: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Atividade prática

• Haverá uma aula de planejamentodessa atividade; duas aulas para a suaexecução e uma aula para discutir osresultados.

• Será um trabalho em equipe, a serrealizado no Campus da UFRJ.

• Em princípio, acontecerá em junho.

Page 8: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Apresentação da disciplinaAvaliação

Requisitos de aprovação

● 75% presença em sala de aula

● Participação satisfatória na atividade prática

● Aprovação de uma das provas escritas

● Entrega de ensaio monográfico individual

Page 9: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Provas escritas• A prova escrita está prevista para acontecer no dia

10 de julho.

• Quem não aprovar essa prova, ou não poder estarpresente naquele dia terá uma segundaoportunidade no dia 17 de julho (último dia útil dosemestre).

• Quem tiver aprovado a primeira prova, mas desejaraumentar a nota, pode aplicar a segunda prova.Será considerada a nota mais alta alcançada emqualquer uma das provas.

Page 10: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Apresentação da disciplinaAvaliação

Requisitos de aprovação

● 75% presença em sala de aula

● Participação satisfatória na atividade prática

● Aprovação de uma das provas escritas

● Entrega de ensaio monográfico individual

Page 11: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Cálculo da nota final

A nota final será a média aritmética da notas conseguidas na prova escrita, na atividade prática e na monografia.

A nota de aprovação é igual ou superior a 7,0

Page 12: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Roteiro para elaboração do ensaio monográfico individual

1- Visitar a Biblioteca do IESC

2- Procurar livros que contengam informação sobre ‘sustentabilidade’

3- Escolher um ou dois capítulos (do mesmo livro ou não) relacionados

a esse assunto

4- Lê-los atentamente

5- Redigir uma resenha de entre 1600 e 4000 palavras discutindo as

leituras

6- Utilizar a formatação dos artigos da Revista ‘Cadernos de Saúde

Coletiva’ http://www.scielo.br/revistas/cadsc/pinstruc.htm

Page 13: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Forma de comunicação oficial

Qualquer comunicação ou solicitação ao professor será feitaexclusivamente por e-mail, seja por meio de e-mail coletivoou pessoal d@s alun@s.

Comunicações via G+; Twitter; Facebook, WhatApp ou demaisredes sociais podem ser utilizadas apenas paracomunicações pessoais, mas não contam como informaçãooficial da disciplina.

Page 14: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Alguma dúvida?

Page 15: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

AULA 1: SAUDE e AMBIENTEComo objetos de conhecimentos

Page 16: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Saúde

A saúde é algo que se possui, que se tem, igual a doença?

Saudável ou doente é algo que se é / se está?

Idéia de saúde como aussencia de

doença

Page 17: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Saúde

Conceito ampliado

A saúde é um estado de completo bem-estar físico,mental e social, e não consiste apenas na ausência dedoença ou de enfermidade.

Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO)Nova Iorque, EUA, em 22 de Julho de 1946

http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html

Page 18: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Saúde

Gozar do melhor estado de saúde que é possível atingirconstitui um dos direitos fundamentais de todo o serhumano, sem distinção de raça, de religião, de credo político,de condição econômica ou social.

A saúde de todos os povos é essencial para conseguir a paz ea segurança e depende da mais estreita cooperação dosindivíduos e dos Estados.

Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO)Nova Iorque, EUA, em 22 de Julho de 1946

http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html

Page 19: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Saúde

Os resultados conseguidos por cada Estado na promoção eproteção da saúde são de valor para todos.

O desigual desenvolvimento em diferentes países no querespeita à promoção de saúde e combate às doenças, emespecial, as contagiosas, constitui um perigo comum.

Os Governos têm responsabilidade pela saúde dos seuspovos, a qual só pode ser assumida pelo estabelecimento demedidas sanitárias e sociais adequadas.

Constituição da Organização Mundial da Saúde (OMS/WHO)Nova Iorque, EUA, em 22 de Julho de 1946

http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/OMS-Organiza%C3%A7%C3%A3o-Mundial-da-Sa%C3%BAde/constituicao-da-organizacao-mundial-da-saude-omswho.html

Page 20: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Saúde como direito constitucional

Art. 196 (Constituição Nacional 1988)

A saúde é direito de todos e dever do Estado,garantido mediante políticas sociais e econômicasque visem à redução do risco de doença e de outrosagravos e ao acesso universal e igualitário às açõese serviços para sua promoção, proteção erecuperação.

Page 21: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Saúde como direito constitucional

Art. 196 (Constituição Nacional 1988)

A saúde é direito de todos e dever doEstado, garantido mediante políticassociais e econômicas que visem àredução do risco de doença e deoutros agravos e ao acesso universale igualitário às ações e serviços parasua promoção, proteção erecuperação.

Equidade

Universalidade

Integralidade

Page 22: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento
Page 23: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A interface entre o Ambiente e a Saúde

A Saúde precisa ser entendida como o resultado de um processo determinado por uma rede complexa e articulada de condicionantes de ordem histórica, política, social, biológica, tecnológica, ecológica e psicológica que se dispõem e organizam no espaço geográfico gerando o território

O território é o espaço físico ocupado e transformado pela ação antrópica.

O ambiente é o resultado histórico e sintético das tensões no território entre a lógica da natureza (que busca a adaptação evolutiva) e a lógica da atual sociedade (que busca o progresso material por meio do avanço da tecnologia).

Page 24: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A interface entre o Ambiente e a Saúde

“Meio Ambiente é o conjunto de condições, leis,

influencias e interações de ordem física,

química, biológica, social, cultural e urbanística,

que permite, abriga e rege a vida em todas as

suas formas”.Conselho Nacional do Meio Ambiente

Resolução Nº 306, de 5 de Julho de 2002http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res02/res30602.html

Page 25: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A interface entre o Ambiente e a Saúde

No entanto, o senso comum costuma identificar o ambiente apenas

com a natureza, colocando o ser humano por fora dela, ora como

beneficiário, ora como agredido, ora como agressor.

Compreender esse equívoco é crucial para entender melhor a

produção social da saúde e da doença como parte de um processo

historicamente determinado.

Page 26: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A interface entre o Ambiente e a Saúde

Para os antigos gregos, natureza (Physis) era aquilo que emerge ese desenvolve por si só (autopoiética e auto organizada).

O ser humano, no entanto, também vem dotado de capacidadesracionais e semióticas que lhe outorgam instrumentalidadetécnica e poder decisório para intervir nos processos da natureza,alterando a essência da poieses (surgir por si mesmo) dosorganismos e organização dos ecossistemas.

A humanidade está condicionada a construir um mundo artificialonde desenvolver uma vida mundana e realizar a suahumanidade, e esta construção sempre implica a necessáriadestruição de porções de natureza.

Page 27: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A interface entre o Ambiente e a Saúde

Os efeitos da relação

entre saúde e ambiente

não são acontecimentos

apenas “naturais”.

Sua ocorrência é

antropogênica e sua

origem está relacionada

aos processos de

produção e reprodução

da sociedade.

Page 28: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A interface entre o Ambiente e a Saúde

Page 29: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A interface entre o Ambiente e a Saúde

O Sanitarista cuida da saúde da população, portanto, a dimensão desua ação é coletiva e territorial. Ou seja, na sua profissão lhe érequerido integrar a questão ambiental no território em que atuapara poder apreender o processo saúde-doença da forma maispróxima possível da realidade.

No exercício de suas práticas profissionais, o sanitarista precisacompreender a complexidade dos fenômenos geradores denocividades ambientais, para poder atuar na integralidade dosproblemas e obter níveis de prevenção mais adequados e, assim,promover e proteger com maior efetividade a saúde dos grupospopulacionais sob seus cuidados.

Aviso aos navegantesLia Giraldo da Silva Augusto, 2009.

Page 31: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Saúde Ambiental

[Causalidade] Doenças humanas provocadas por exposições

ambientais.

[Determinação] Determinação sócio-ecológica de agravos à

saúde humana.

Page 32: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Três perspectivas Processo Saúde-Doença

1. Agente patogênico externo2. Nidalidade3. Abordagem sócio-ecológica

Page 33: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Três perspectivas Processo Saúde-Doença

1. Agente patogênico externo2. Nidalidade3. Abordagem sócio-ecológica

Page 38: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

1. Transmissão das Doenças

Três perspectivas Processo Saúde-Doença

Page 40: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

1. Agente Patogênico Externo2. Nidalidade3. Abordagem sócio-ecológica

Três perspectivas Processo Saúde-Doença

Page 42: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

2- Nidalidade

Três perspectivas Processo Saúde-Doença

Page 44: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

1. Agente patogênico externo2. Nidalidade3. Abordagem sócio-ecológica

Três perspectivas Processo Saúde-Doença

Page 45: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A situação de saúde ou de doença de uma população;assim como a qualidade saudável ou nociva dosambientes são expressões sócio ecológicas que resultamde processos historicamente determinados.

Page 46: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Determinantes da Saúde

Page 47: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Determinação Sócio-ecológica da Saúde

Page 48: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

“A proteção e promoção da saúde detodas as pessoas, em um ambiente quepropicie seu bem-estar, deve ser oprincipal critério que oriente as decisõesno planejamento e na gestão dodesenvolvimento econômico”

Carta Pan-Americana sobre Saúde e Ambiente no Desenvolvimento Humano Sustentável

http://www.opas.org.br/ambiente/UploadArq/cartapan.pdf

Page 49: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Ambiente como direito constitucional

Art. 225 (Constituição Nacional 1988)

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Page 50: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Ambiente como direito constitucional

Art. 225 (Constituição Nacional 1988)

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Page 51: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A saúde é um valor a ser cuidado?

Page 52: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A saúde é um valor deontológico com prioridade lexical

Estar saudável, ter saúde, é uma condição fundamental para conquistar outros valores, realizar projetos, satisfazer desejos e desenvolver uma vida digna de ser vivida.

Mas será que a saúde sempre foi valorizada assim?

Page 53: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A saúde na antiguidade clássica

Paganismo greco-romano:

culto ao bem-estar do cidadão

Page 54: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Ordem cósmica

As doenças e as catástrofes naturais como consequências da desordem, da vida indesejável.

A saúde na antiguidade clássica

Page 55: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

“A variedade conduz à desordem; desta maneira sãoengendradas as doenças. E em um Estado em que reinem asdoenças e a desordem, não serão necessários logo os hospitaise os tribunais? E não gozarão de prestígio a medicina e ocurandeirismo quando um grande número de cidadãos bemnascido as cultive com fervor? – sem dúvidas – existe algumsinal mais certo da má educação de um Estado do que anecessidade de médicos e juízes hábeis, não só para os artesãose para o povo baixo, mas também para aqueles que dizem tersido educados como homens livres?”.

PlatãoA República

Livro terceiro - 1992: 134-5

A saúde na antiguidade clássica

Page 56: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

“A variedade conduz à desordem; desta maneira sãoengendradas as doenças. E em um Estado em que reinem asdoenças e a desordem, não serão necessários logo os hospitaise os tribunais? E não gozarão de prestígio a medicina e ocurandeirismo quando um grande número de cidadãos bemnascido as cultive com fervor? – sem dúvidas – existe algumsinal mais certo da má educação de um Estado do que anecessidade de médicos e juízes hábeis, não só para os artesãose para o povo baixo, mas também para aqueles que dizem tersido educados como homens livres?”.

PlatãoA República

Livro terceiro - 1992: 134-5

A saúde na antiguidade clássica

Page 57: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

O vocábulo grego οικοζ (oikos) significa casa, lugar onde se habita.

Para os antigos gregos, a ação de fazer habitável a casa expressava-se οικοζποιόζ (oikopoiós); ao tempo que οικοηομοζ (oiconomos)denominava a gestão da casa.

O oikos da cultura clássica denominava a unidade básica deprodução e satisfação das necessidades vitais. Por tanto, ooikonomos (economia) referia-se às normas de gestão com asque se administravam os bens ou rendimentos domésticos.

Gestão é a ação de gerir, ou seja, a ação de dirigir, regular, governar, administrar por conta própria ou de outrem.

A saúde na antiguidade clássica

Page 58: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A labor e o trabalho que sustentavama οικοηομοζ (economia doméstica) docidadão era desenvolvida porescravos, artesãos e pelo “povo baixo”(sem propriedades).

O trabalho na pesca, na agricultura,na mineração, na construção civil edentre outras atividades, determinavaum perfil de adoecimento diferenteao do cidadão “educado comohomem livre”.

A saúde na antiguidade clássica

Page 59: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A gestão da οικοηομοζ pertencia aocidadão (homem – pater - patriarca) donoresponsável pelo οικοζ (proprietário daterra e dos escravos).

O caráter doméstico da economia, restritoa esfera privada, foi se perdendo namedida em que a pátria (o conjunto depatriarcas) foi tendo a necessidade dediscutir necessidades humanas (incluídasquestões sanitárias) na esfera pública(antes reservado só à política), foi esse onascimento da economia política e daesfera social, em termos de politização /socialização das necessidades humanas.

A saúde na antiguidade clássica

Page 60: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A saúde na antiguidade clássica

Page 61: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A saúde na antiguidade clássica

A cosmovisão decorrente da órdem cósmica continha lógica totalizadora e racionalidade dedutiva.

A medicina clássica reconhecia e explicava o adoecer na relação entre o indivíduo doente e o seu entorno (ambiente).

O olhar do médico não se dirigia apenas ao corpo doente; era requisitado para estar atento aos sinais transmitidos pela natureza no seu todo.

Havia a percepção clara que as doenças ocorrem em determinados sítios, por causas específicas.

Page 62: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A saúde na antiguidade clássica

«Quem quiser aprender bem a arte de médicodeve proceder assim: em primeiro lugar deveter presentes as estações do ano e os seusefeitos, pois nem todas são iguais mas diferemradicalmente quanto à sua essência específicae quanto às suas mudanças. [...]»

“Dos Ventos, Águas e Regiões”Corpo Hipocrático

Page 63: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A saúde na antiguidade clássica

«Deve ainda observar os ventos quentes e frios,começando pelos que são comuns a todos oshomens e continuando pelos característicos decada região. Deve terpresentes também osefeitos dos diversos géneros de águas.[... ]»

“Dos Ventos, Águas e Regiões”Corpo Hipocrático

Page 64: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A saúde na antiguidade clássica

«Quando um médico chegar a uma cidadedesconhecida para ele, deve determinar, antesde mais, a posição que ela ocupa em relaçãoàs várias correntes de ar e ao curso do Sol ...assim como anotar o que se refere às águas ...e à qualidade do solo...»

“Dos Ventos, Águas e Regiões”Corpo Hipocrático

Page 65: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

O final do mundo clássico (476 d. C)

Page 66: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A saúde no cristianismo medieval

“Quem se opõe à autoridade, revela-se contra a ordem divina; e osrebeldes terão para si a condenação”.

Paulo de TarsoRomanos: 13

Ordem Divina

As doenças e as catástrofes naturais como consequências do afastamento da vontade de Deus.

Page 67: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

“O que é a moral judeu cristã? É o acaso que perdeu suainocência, a desgraça envilecida pela ideia do pecado, obem-estar convertido em perigo e em tentação”.

“A igreja é inimiga da higiene pessoal a título desensual; a primeira medida cristã depois da expulsãodos mouros espanhóis, foi proibir os banhos públicos... ocristianismo pretende domesticar feras; e o meio doqual se vale é fazê-las adoecer”

Friedrich NietzscheO Anticristo

A saúde no cristianismo medieval

Page 68: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

“Nós, que valorizamos a saúde, quanta razão temospara desprezar uma religião que engana o corpo, quejulga meritória a desnutrição, que combate a saúdecomo uma espécie de inimigo, de demônio, de tentação!Que está persuadida de que pode se albergar uma almaperfeita em um corpo agonizante”

Friedrich NietzscheO Anticristo

A saúde no cristianismo medieval

Page 69: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Tentación de San Jerónimo - Francisco de Zurbarán – 1639 – Monasterio de Guadalupe

Page 70: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A Saúde no Renascimento

Manutenção da cosmovisãototalizadora da Ordem Divina,porém, com declíneo crescente doraciocínio dedutivista, e trânsitono sentido do indutivismo porcaminhos da alquimia e da magia.

Page 71: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A Saúde no Renascimento

Page 72: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A Saúde no Renascimento

Page 73: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

O trânsito à modernidade

Dubito, ergo cogito, ergo sum

René Descartes Discurso do Método

Separação carteciana Objeto – sujeitoNascimento da ciência moderna

Page 74: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

O trânsito à modernidade

Pilhagem colonial

Revoluções democráticas

Revolução industrial

Reforma religiosa

Origem do Capitalismo

Page 75: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

A gestação da relação sociedade/natureza hegemônica

Page 76: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Desde o início da colonização europeia-ocidentaldo mundo, a ambiguidade em torno da relaçãosociedade - natureza tem sido fortementeinfluenciada pela sinergia de três concepçõeshegemônicas:

• Teológica;

• Filosófica;

• Moral

Page 77: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Teológica Imago dei

Page 78: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Teológica Imago dei

De acordo com esse dogma, a natureza, que inicialmente foi criada para usufruto e satisfação humana, transformou-se também em elemento externo de punição, a partir do desafio arrogante da criatura ao seu criador.

Page 79: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Filosófica Cogito ergo sum

O desafio dos pré-modernos era encontrar um método que permitisse o acesso ao conhecimento verdadeiro dos fenômenos da natureza.

Nesse contexto, nasce o método analítico cartesiano baseado na segmentação das partes do todo em busca de explicar fenômenos por meio de relações lineares simples (causa-efeito; estímulo-resposta) que possam ser comprovadas experimentalmente sob uma perspectiva mecanicista.

Page 80: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Filosófica Cogito ergo sum

Cedo, os primeiros empiristas perceberam que parapoder explorar a natureza, e colocá-la a serviço do serhumano, seria preciso antes conhecer muito bem as leisque a regem. No entanto, também perceberam que anatureza resiste a revelar com facilidade seus segredos.

É célebre a citação de Francis Bacon explicando que opapel que cabe ao filósofo natural no ato daexperimentação é arrancar esses segredos sob tortura,como se faz com a mulher para dominá-la e submetê-la.

Page 81: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

MoralRazão instrumentalUtilitarismoLiberalismo

Nos primórdios da Modernidade, a burguesiaeuropeia precisou construir um estatuto ético que lhepermitisse impor o arcabouço jurídico do nascenteEstado-Nação e, dessa maneira, consolidar-se como anova classe social dominante.

Nesse contexto, a natureza – vista como um bemcomum inexplorado – poderia ser legitimamenteapropriada por parte de quem, ao explorá-la, atransforme em utilidades de bem público

Page 82: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

MoralRazão instrumentalUtilitarismoLiberalismo

Essa é a justificativa moral do Estado Liberal paraconceder aos particulares a propriedade privada e odireito exclusivo de exploração de pedaços denatureza que antes eram públicos.

Somente a partir dessa concessão foi possívellegitimar socialmente o extraordinário processo deacumulação de recursos naturais que inaugurara aeconomia capitalista. Efetivamente, a acumulaçãooriginária não é o resultado desse modo de produção,mais seu ponto de partida.

Page 83: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

REFERENCIAL TEÓRICO DESTA AULA

• AUGUSTO, LGS. Aviso aos navegantes. Extraído de: Saúde do trabalhador eSustentabilidade do Desenvolvimento Humano Local. Editora UFPE 2009

• SCHÜTZ, GE e al. Saúde Ambiental: O Cuidado do Ambiente comoEstratégia de Promoção da Saúde. Extraído de: Promoção da Saúde:Fundamentos e práticas. Editora Yendis 2013

• SCHÜTZ, GE. Segunda parte: Justiça Sanitária. Extraído de: Quando o “IgualTratamento” Acaba em Injustiça. Um Paradoxo Bioético das Políticas SanitáriasUniversalistas de Alocação de Recursos.. Dissertação de Mestrado. ENSP

FIOCRUZ 2003.

Page 84: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento

Dúvidas?

Page 85: Aula 1 Saúde e Ambiente Objetos de Conhecimento