aula 05 micro médica bac 2014
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Aula 05 Micro Médica Bac 2014Aula 05 Micro Médica Bac 2014Aula 05 Micro Médica Bac 2014Aula 05 Micro Médica Bac 2014Aula 05 Micro Médica Bac 2014Aula 05 Micro Médica Bac 2014Aula 05 Micro Médica Bac 2014Aula 05 Micro Médica Bac 2014Aula 05 Micro Médica Bac 2014TRANSCRIPT
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Bactérias anaeróbias
Clostridium
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – FMRP/USP
Prof. Dr. José Freire da Silva Neto
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Teste em tubo com meio tioglicolato:
1. Bactérias aeróbias obrigatórias
2. Bactérias anaeróbias obrigatórias
3. Bactérias anaeróbias facultativas
4. Microaerófilas
5. Bactérias anaeróbias aerotolerantes
Classificação das bactérias quanto ao uso e tolerância ao oxigênio
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Bactérias anaeróbias: Toxicidade do oxigênio
Bactérias anaeróbias são incapazes de remover intermediários tóxicos do oxigênio
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Principais bactérias anaeróbias de importância médica
Cocos Gram positivos PeptococcusPeptostreptococcus
Gram negativos Veilonella
Bastonetes Gram positivos não esporulados ActinomycesLactobacillusBifidobacteriumEubacteriumPropionibacteriumMobiluncus
Gram positivos esporulados Clostridium
Gram negativos BacteroidesFusobacteriumPrevotellaPorphyromonas
Bactérias anaeróbias de importância médica
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Bactérias anaeróbias: Doenças causadas por cocos e bastonetes Gram positivos não formadores de esporo
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Bactérias anaeróbias: Doenças causadas por cocos e bastonetes Gram negativos
Bacteroides fragilis
Principal patógeno oportunista dentre os anaeróbios Gram
negativos
Importante causa de peritonites seguido do desenvolvimento
de abscessos
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Bactérias anaeróbias muitas vezes participam de infecções mistas com bactérias aeróbias
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�Odor fétido de hálito, secreções e abscessos (ácidos graxos e aminas)
�Infecção próximo a superfície de mucosas (anaeróbios fazem parte da microbiota de mucosas)
�Necrose tecidual intensa com ou sem produção de gás
�Uso de aminoglicosídeos sem resultado terapêutico (resistência intrínseca)
�Geralmente são infecções endógenas mistas (polimicrobianas)
�Geralmente o patógeno não apresenta fatores de virulência evidentes
�Geralmente existem fatores predisponentes característicos
�Exsudatos com coloração escura
Sintomas e sinais clínicos de infecções por bactérias anaeróbias
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Fatores que predispõem a infecção por anaeróbios
�Quebra da barreira anatômica, cirurgias, traumas e certas doenças
�Redução da tensão de O2 nos tecidos
�Infecções por bactérias aeróbias
�Presença de corpo estranho
�Queimaduras
�Tumores
�Agentes citotóxicos
�Imunossupressores
�Antibióticos
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Bactérias anaeróbias são componentes abundantes da microbiota residente
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Clostridium
�C. tetani
�C. botulinum
�C. perfringens
�C. difficile
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Clostridium: Generalidades
�Tradicionalmente o gênero Clostridium reúne todos os
bacilos anaeróbios Gram positivos formadores de
endósporos: 191 espécies
�Organismos ubíquos, encontrados solo, água, esgotos, e
como parte da microbiota residente de humanos e outros
animais
�A maioria é saprofítica, mas 4 espécies são importantes
patógenos humanos:
�C. tetani
�C. botulinum
�C. perfringens
�C. difficile
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Clostridium tetani
Tétano
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Clostridium tetani: Características gerais
�Bacilos grandes móveis com esporos terminais arredondados em forma de raquete
�Difícil cultivo, muito sensível ao oxigênio
�Encontrado no solo em todo o mundo e trato gastrointestinal
�Formas vegetativas esporulam e sobrevivem a condições adversas
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Clostridium tetani: Fatores de virulência e Patogênese
�Principal fator de virulência é a tetanoespasmina, uma neurotoxina do tipo A-B
�A subunidade A é uma zinco endopeptidase que cliva proteínas que regulam a liberação de
neurotransmissores inibitórios (GABA e glicina)
�Esta ausência de sinais inibitórios nos neurônios motores leva a paralisia espástica
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Clostridium tetani: Manifestações Clínicas do tétano
�Tétano generalizado: acometimento dos músculos faciais (trismo mandibular e riso sardônico), salivação,
sudorese, irritabilidade e espasmos dorsais persistentes (opistótono). Quando atinge sistema nervoso autônomo
resulta em arritmia cardíaca, flutuações da pressão arterial, sudorese profunda e desidratação
�Tétano localizado: espasmo muscular restrito a área de infecção primária
�Tétano neonatal: infecção do cordão umbilical
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Clostridium tetani: Epidemiologia
�Estima-se que mais de 1 milhão de casos ocorram no mundo, com mortalidade entre 30% a 50%
�A bactéria é bastante comum no solo em todo o mundo
�Transmissão via traumas ou ferimentos com objetos contaminados com esporos
�Casos são mais frequentes em países onde não ocorre vacinação
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Clostridium tetani: Diagnóstico, tratamento, Prevenção e Controle
�O diagnóstico é baseado no quadro clínico, pois é difícil a cultura e a toxina não é detectável
�Tratamento:
�Controle dos espasmos e da respiração através de neutralização da toxina livre, uso de sedação
e bloqueadores musculares
�Remoção cirúrgica do tecido afetado (local do ferimento) mais reforço de toxóide
�Antibiótico utilizado geralmente é metranidazol
�Prevenção e Controle: vacinação com três doses do toxoide tetânico (Vacina tríplice DTP),
com doses de reforço a cada 10 anos
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Clostridium botulinum
Botulismo
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Clostridium botulinum: Características gerais
�Grupo heterogêneo de bacilos grandes com esporos, subdividido em quatro grupos
�São produzidas sete toxinas botulínicas (A-G), sendo A e B mais associadas a doença
�Outras espécies de clostrídios produzem toxinas botulínicas, mas não estão associadas a doença
�Esporos de C. botulinum são encontrados no solo em todo o mundo
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Clostridium botulinum: Fatores de virulência e Patogênese
�Principal fator de virulência é a toxina botulínica, uma neurotoxina do tipo A-B, assim como a toxina do tétano
�A subunidade A é uma zinco endopeptidase que cliva proteínas que regulam a liberação de acetilcolina
�Esta ausência de acetilcolina, necessária para excitação dos músculos, leva a paralisia flácida
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Clostridium botulinum: Manifestações Clínicas do Botulismo
�Botulismo clássico ou alimentar: visão turva, pupilas dilatadas, boca seca, constipação intestinal.
Progressão para paralisia flácida e paralisia respiratória
�Botulismo infantil: Produção da neurotoxina in vivo no trato gastrointestinal de crianças.
�Botulismo de feridas: Produção da toxina em feridas contaminadas
�Botulismo por inalação: Uso do toxina como arma biológica
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Clostridium botulinum: Uso terapêutico da toxina botulínica (BOTOX)
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Clostridium botulinum: Epidemiologia
�O botulismo clássico ocorre após consumo de alimentos domésticos em conserva ou enlatados
�O botulismo infantil pode ser causado pelo consumo de mel contaminado com esporos
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Clostridium botulinum: Diagnóstico, Tratamento, Prevenção e Controle
�Diagnóstico:
�Presença da toxina botulínica em alimentos, fezes ou líquido gástrico dos pacientes
�Injeção intraperitoneal em camundongos de alíquota pura ou misturada com antitoxina
�Tratamento:
�Suporte ventilatório adequado, lavagem gástrica, uso de metronidazol, administração de antitoxina contra
toxinas A, B e E
�Prevenção:
�Métodos que inibam o crescimento bacteriano e a produção da toxina (manter temperatura baixa, pH ácido)
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Clostridium perfringens
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Clostridium perfringens: Características gerais
�Bacilos grandes, retangulares, imóveis, com esporos raramente observados
�Rápida multiplicação em cultura e no paciente. Forte beta-hemólise em ágar sangue
�São produzidas cinco toxinas (alfa, beta, épsilon e iota) que definem cinco isolados (A-E)
�Várias enzimas hidrolíticas e uma enterotoxina citotóxica
�Grande capacidade invasiva, causando amplo espectro de doenças
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Clostridium perfringens: Fatores de virulência e Patogênese
Patogênese determinada por grande número de enzimas invasivas e toxinas
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Clostridium perfringens: Manifestações Clínicas
�Infecções de tecidos moles: Colonização de feridas, formação de gás, invasão tecidos profundos, disseminação
Celulite, fasciite ou miosite supurativa, mionecrose ou gangrena gasosa
Gastroenterites:
�Intoxicação alimentar, enterite necrosante
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Clostridium perfringens: Epidemiologia
�Cepas tipo A são responsáveis pela maioria das doenças em humanos
�Cepa tipo C é responsável pela enterite necrosante (toxina beta)
�Infecção de tecidos moles resulta da contaminação de feridas ou traumas localizados
�Intoxicações alimentares devido consumo de alimentos de origem animal contaminados
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Clostridium perfringens: Diagnóstico, tratamento, Prevenção e Controle
�Diagnóstico:
�Infecções de tecidos moles: Coloração de Gram e cultivo em agar sangue (beta hemólise)
Sinais clínicos da gangrena gasosa: edema intenso, descoloração do tecido, produção de gás
�Infecção alimentar: presença da bactéria nos alimentos contaminados ou nas fezes, detecção da
enterotoxina por ensaios imunológicos
�Tratamento:
Debridamento cirúrgico, terapia hiperbárica, uso de altas doses de penicilina
�Prevenção: tratamento adequado das feridas, refrigeração dos alimentos
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Clostridium difficile
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Clostridium difficile: Manifestações Clínicas
�Principal causa de diarreia e colite pseudomembranosa associadas ao uso de antibióticos em
hospitais
�Uso de antibióticos de amplo espectro altera a microbiota entérica normal, levando a proliferação de
C. difficile, que é geralmente resistente a vários antibióticos
�A doença ocorre quando a bactéria prolifera no cólon e produz as toxinas
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Clostridium difficile: Diagnóstico, Tratamento, Prevenção e Controle
�Diagnóstico:
�Detecção das toxinas nas fezes dos pacientes
�Tratamento:
�Uso de metronidazol ou vancomicina em casos graves
�A administração dos antibióticos em uso deve ser interrompida, para recompor microbiota
�Prevenção e Controle:
�Limpeza cuidadosa dos quartos hospitalares para remoção dos esporos