atuaÇÃo e organizaÇÃo...

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ATUAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA TUAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA TUAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA TUAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA TUAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DA ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA PLANO DE PLANO DE PLANO DE PLANO DE PLANO DE TRABALHO 2015-2016 TRABALHO 2015-2016 TRABALHO 2015-2016 TRABALHO 2015-2016 TRABALHO 2015-2016 TENDÊNCIA PETISTA ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA

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TENDÊNCIA PETISTA ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA

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O texto que você tem em mãos é uma das reso-luções aprovadas pelo Segundo Congresso da ten-dência petista Articulação de Esquerda, Congressorealizado entre os dias 2 e 5 de abril de 2015, noInstituto Cajamar (SP), simultaneamente à OitavaConferência Sindical nacional da Articulação deEsquerda.

Esta e as outras treze resoluções aprovadas peloCongresso da AE estão disponíveis no endereço

Apresentação

www.pagina13.org.br e também foram impressasno livro Um partido para tempos de guerra.

Esperamos que sua leitura e estudo contribuampara que a militância petista possa enfrentar comêxito as batalhas deste e dos anos que virão.

Os editores

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Atuação e organizaçãoda Articulação de Esquerda

A construção doPartido dos Trabalhadores

A experiência histórica, tan-to nacional quanto internacio-nal, vem demonstrando que acontinuidade do capitalismo im-plica em sofrimentos cada vezmais intensos e em crises cadavez mais perigosas para a imen-sa maioria da população de nos-so planeta.

Por outro lado, este mesmocapitalismo criou as bases paraa construção de outro tipo de so-ciedade, uma sociedade comu-nista, ou seja, baseada na pro-dução coletiva e na proprieda-de social dos meios de produ-ção, uma sociedade onde os tra-balhadores e as trabalhadorasdecidam democraticamente oquê produzir, como produzir e

como distribuir as riquezas, su-perando a opressão e a explora-ção presentes onde existe a di-visão da sociedade em classes,bem como criando as condiçõessociais indispensáveis à supera-ção de outras formas de opres-são e exploração.

A experiência histórica tam-bém demonstrou as imensas di-ficuldades e riscos que se colo-cam para aqueles que pretendemsuperar o capitalismo e realizara transição socialista em direçãoa uma sociedade comunista. Poristo, devemos combinar de for-ma permanente a luta contra ocapitalismo com o estudo do ca-pitalismo, a luta pelo socialismocom o estudo das tentativas deconstrução do socialismo.

Deste estudo, há três ideiasque se destacam. A primeira

A presente resolução incluios seguintes capítulos: 1) Aconstrução do Partido dos

Trabalhadores, ondeapresentamos nossa visãosobre como enfrentar os

desafios postos atualmentepara o PT; 2) A tendência

petista Articulação deEsquerda, onde

apresentamos as posiçõesfundamentais que definem

nossa tendência; 3) Atrajetória da tendênciapetista Articulação de

Esquerda, ondeapresentamos nossa versãosobre a história da AE; 4)Regimento da tendênciapetista Articulação de

Esquerda, que define nossasnormas de funcionamento.

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delas é que a superação do capitalismo depende daluta das classes trabalhadoras. A segunda delas éque, existindo as necessárias condições objetivas,o êxito desta luta depende fundamentalmente dograu de consciência, organização e mobilização daclasse trabalhadora assalariada – ou seja, daquelaclasse que é diretamente explorada pelos capitalis-tas. A terceira é que a luta socialista supõe diferen-tes formas de organização, de luta e de mobiliza-ção, bem como diferentes estratégias, táticas e po-líticas de aliança; mas sempre exige a presença dopartido político.

A experiência demonstra, ainda, que em dife-rentes épocas e contextos históricos, houve dife-rentes tipos de partidos políticos. Desde as revolu-ções burguesas até a época da Associação Interna-cional dos Trabalhadores, desde a Comuna de Pa-ris até a chamada Segunda Internacional, desde aRevolução Russa de 1917 até a Chinesa de 1949,desde a vitória da Revolução Cubana de 1959 até aderrota das guerrilhas latino-americanas, passandopelas guerras de libertação em África e Ásia, pelasexperiências anarquistas, nacionalistas, populistas,social-democratas e comunistas, a clas-se trabalhadora construiu variados tiposde partidos, que algumas vezes entraramem confronto, mas também fizeram ali-anças entre si.

Desta larga experiência, que tambémdeve ser objeto de permanente reflexão,extraímos duas grandes lições. A primei-ra, já referida: o sucesso da luta contra ocapitalismo e pelo socialismo exige que

a classe trabalhadora se organize de diversas for-mas, entre as quais o partido político. A segunda: éa prática concreta que define o papel que um parti-do joga em cada circunstância histórica. Entende-mos por “prática concreta” a ideologia, a teoria, aestratégia, as táticas, as formas organizativas e prin-cipalmente o vínculo com a classe trabalhadora re-almente existente.

Nenhum partido nasce pronto e acabado, ne-nhum partido tem o monopólio da classe, nenhumpartido é eterno. Mas sem partido, a luta da classetrabalhadora será claudicante, mais facilmente su-jeita a derrotas táticas e de antemão derrotada es-trategicamente.

A história dos partidos da classe trabalhadorabrasileira possui cerca de 100 anos. Inclui os anar-quistas, os socialistas, assim como setores vincula-dos à tradição democrático-radical, nacionalista,cristã e sindicalista. Nesta história, destacam-se otrabalhismo, o comunismo e o petismo.

Desde o final da ditadura militar até os dias atu-ais, o Partido dos Trabalhadores é o partido commaior influência nas classes trabalhadoras brasilei-

ras, com mais força política social e ins-titucional, com mais destaque internaci-onal.

Os demais partidos vinculados à clas-se trabalhadora são aliados, adversáriosou inimigos do PT, mas o fato de sua açãopolítica girar em torno do PT confirmaque na atual fase da história brasileira opetismo mantém hegemonia sobre a es-querda brasileira, hegemonia que decor-

A crise do PTdecorre,

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realizaçõese de nossaslimitações.

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re de sua influência de massa e tambémdas condições sob as quais se trava, hoje,a luta política no Brasil.

O Partido dos Trabalhadores foi cria-do em 1980. Sofreu diversas transforma-ções ao longo de sua trajetória de 35 anos.Estas transformações responderam emparte às mudanças objetivas ocorridas nasociedade brasileira, na luta entre as clas-ses sociais. Por outra parte, as mudanças sofridaspelo PT são produto da luta entre as diversas cor-rentes existentes no interior do Partido, correntesque expressam de maneira mais ou menos consci-ente o ponto de vista de diferentes setores da classetrabalhadora.

Existem no PT quatro grandes correntes ideoló-gicas: o social-liberalismo, o desenvolvimentismo,a social-democracia e o socialismo.

Os socialistas são aqueles que defendem supe-rar o capitalismo brasileiro, através da combinaçãoentre as reformas estruturais democrático-popula-res e um cada vez mais intenso controle social daprodução, da riqueza e do poder. Defensores destaposição encontram-se espalhados na base partidá-ria e em diversas tendências, especialmente na cha-mada esquerda petista.

Os social-democratas são aqueles que acreditamser possível transformar o capitalismo brasileiro,ao ponto dele ser compatível com a ampliação sus-tentada da democracia, da soberania nacional e dobem-estar social, tendo como horizonte histórico ochamado estado de bem-estar social, existente poralgum tempo na Europa após a Segunda Guerra

Mundial. As expressões mais conhecidasdesta corrente militam nas tendênciasMensagem ao Partido e Construindo umNovo Brasil.

Os desenvolvimentistas são aquelesque defendem que o Partido assumacomo seu programa máximo o desenvol-vimento do capitalismo no Brasil. Vito-riosa esta tese, o PT deixaria de ser o

partido dos trabalhadores e se converteria num par-tido dos “setores médios”. Dilma Rousseff é suaexpressão mais conhecida.

Os social-liberais são aqueles que buscam con-ciliar as politicas sociais distributivas com a lógicaeconômica neoliberal. Antonio Pallocci é sua ex-pressão mais conhecida.

Entre 1995 e 2015, a maior parte das direçõesdo PT e de seus representantes sociais, institucio-nais e ideológicos, foi e é proveniente das corren-tes social-democrata, desenvolvimentista e social-liberal.

Desde 1995, mas especialmente desde 2005, ossocialistas vêm perdendo influência no Partido dosTrabalhadores.

A maior parte dos petistas socialistas sofreu umametamorfose, aderindo em maior ou menor grau àsideias das demais correntes ideológicas.

Outra parte desistiu de construir o PT, optandopor investir suas energias na militância dita “social”ou explicitamente em outros projetos partidários.

Um grande número escolheu manter-se filiadoao PT, mas sem acreditar na possibilidade de re-construir uma hegemonia socialista no seu interior.

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Nestas condições, cabe responder por quaismotivos a Articulação de Esquerda continua petistae continua disputando os rumos do PT.

Nossa resposta é no fundamental a seguinte: osdilemas do PT são os dilemas da classe trabalhado-ra brasileira. Nas atuais condições históricas, a der-rota do PT será a derrota do conjunto da classe tra-balhadora brasileira.

Os que acreditam que esta derrota é inevitável einvestem na construção de uma alternativa partidá-ria, geralmente acreditam que esta alternativa so-breviverá à derrota do PT e assumirá o papel atual-mente ocupado pelo PT. Consideramos que estacrença é, simultaneamente, uma ilusão e uma tra-gédia. É uma ilusão porque caso o PTfosse derrotado historicamente, o maisprovável seria ocorrer algo similar ao quese passou em 1964-1980. É uma tragé-dia, porque não temos nunca o direito deagir como se fosse inevitável a derrotada nossa classe.

Noutros termos, continuamos petistase continuamos disputando os rumos doPT, porque consideramos necessário epossível impedir a derrota da atual experiência po-lítica da classe trabalhadora brasileira. E isto passapor impedir a derrota do PT. E impedir a derrota doPT exige, fundamentalmente, mudar a atual estra-tégia partidária.

A política adotada pelo PT em sua primeira dé-cada de existência, especialmente a partir do 5ºEncontro Nacional (1986), foi baseada no progra-ma democrático-popular e socialista e numa estra-

tégia que articulava luta social, luta institucional,disputa politico-cultural e organização partidária.

Entretanto, depois da derrota sofrida nas elei-ções de 1989, um setor importante do Partido en-tendeu que era necessário mudar de programa e deestratégia.

Houve resistências e uma intensa luta internaentre 1990 e 1995. A partir de então e até 2005,houve uma expressiva maioria no Diretório Nacio-nal e nos diretórios estaduais a favor de um novoprograma e de uma nova estratégia.

A partir de 1995, o objetivo programático doPartido, que até então era derrotar o capitalismo econstruir o socialismo, foi colocado (de fato) em

segundo plano. O objetivo programáti-co do Partido passou a ser (de fato) der-rotar o neoliberalismo, o que implicavanão mais iniciar uma transição socialistamas sim administrar um capitalismo não-neoliberal.

Isso significou, na prática, que em-bora o socialismo tenha continuado dedireito nosso objetivo programático, foiconvertido num “horizonte”, que como

já se disse, se afasta na exata proporção em quedele nos aproximamos. E como o caminho é longoe cheio de pedras, ao perseguir este horizonte ina-tingível alguns começaram a dizer que o socialis-mo na verdade seria democracia + bem estar social+ economia de mercado.

À medida que o objetivo programático passou aser derrotar o neoliberalismo, setores do grandecapital passaram a ser considerados aliados estra-

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tégicos. Em função disto, passamos a realizar cadavez mais alianças com partidos de centro e direita,que expressavam exatamente os interesses daque-les setores da burguesia.

Como o grande capital brasileiro é hegemoniza-do pelo setor financeiro e monopolista, setores doPartido passaram a defender e a praticar aliançascom estes setores, ou seja, exatamente com os se-tores beneficiários e interessados no neoliberalis-mo que supostamente se pretendia derrotar. E, emconsequência disto, começaram a propor e a reali-zar alianças inclusive com o PSDB.

A mudança no objetivo programático e nas ali-anças foi acompanhada por mudanças na políticade acúmulo de forças e de conquista/construção dopoder.

Até 1995, nosso caminho para o poder incluíaparticipar das eleições e exercer mandatos. Mas aluta institucional era um dos meios, não o único meioe nunca o fim. A luta institucional era consideradaparte de uma estratégia que incluía também a luta eorganização social, a construção de uma aliança or-gânica entre as forças democrático-populares, a dis-puta ideológica, cultural, de visões demundo, bem como a organização do pró-prio PT como partido de massas.

Mas ao longo dos anos 1990, especial-mente a partir de 1995, a luta institucionalfoi progressivamente se tornando “a” es-tratégia, que subordinava e na prática àsvezes substituía os demais aspectos.

As mudanças no objetivo programá-tico, na política de alianças, na política

de acúmulo de forças, na via de conquista/constru-ção do poder não impediram a nossa vitória naseleições presidenciais de 2002. Aquelas mudançasestratégicas tampouco impediram que nossos go-vernos federais, estaduais e municipais melhoras-sem a vida do povo.

Mas com o passar do tempo foi ficando cadavez mais claro que a estratégia adotada entre 1995e 2005, além de não conduzir ao socialismo, pos-suía também “defeitos de fabricação” que impedi-am atingir seus próprios objetivos.

Afinal, para continuar melhorando a vida dopovo, ampliando a democracia e a soberania nacio-nal, é preciso fazer reformas estruturais. Na ausên-cia de reformas estruturais, a tendência é o retro-cesso nas condições de vida do povo e a retomadade uma hegemonia de tipo neoliberal.

E para fazer reformas estruturais, necessitamosde força política e social, já que tais reformas decaráter democrático-popular contrariarão os inte-resses das classes dominantes no plano nacional einternacional.

Por outro lado, chegamos ao governo, mas nãoconquistamos o poder. E aqueles setorespolíticos e sociais que detêm o poder es-tão cada vez mais ameaçando nossa con-tinuidade no governo, como fica claro aocompararmos os resultados das eleiçõespresidenciais desde 2002 até 2014.

Acontece que a estratégia adotadapelo PT desde 1995 visava e visa con-quistar o governo e mudar as ações degoverno. Não é e nunca foi uma estraté-

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gia de poder, de disputa de hegemonia e ampliaçãodo apoio político e social para o Partido, de refor-mas estruturais. Por isto, seguir adotando esta es-tratégia nos levará, na prática, inapelavelmente, aadministrar o retrocesso do que fizemos desde 2002e ajudar em nossa própria derrota, nas eleições e/ou fora delas.

Noutra palavras: a estratégia majoritária no PTentre 1995 e 2005 nos trouxe até certo ponto. Tal-vez pudéssemos ter chegado até aqui com outraestratégia, talvez não. Independentemente disto,para seguir adiante o Partido precisa de outra estra-tégia.

Uma estratégia que reconheça que só é possívelcontinuar melhorando a vida do povo se fizermosreformas estruturais. Que construa as condiçõespolíticas para fazer reformas estruturais. Querecoloque o socialismo como objetivo estratégico.Que constate que o grande capital é nosso inimigoestratégico. Que não acredite nos partidos de cen-tro-direita como aliados. Que seja baseada na arti-culação entre luta social, luta institucional, luta cul-tural e organização partidária. Que retome a neces-sidade do partido dirigente e da organi-zação do campo democrático-popular.

Em 2005 já havia ficado clara a ne-cessidade desta nova estratégia. Naque-le momento, a crise política criou as con-dições para eleger uma nova direção parao Partido, entendendo direção no duplosentido da palavra: no sentido de núcleodirigente e no sentido de rumo estratégi-co.

Entretanto, entre o primeiro e o segundo turnodas eleições partidárias de 2005, um importantesetor da esquerda petista desistiu de disputar o PTe resolveu aderir ao PSOL.

Em parte por isto, em parte por limitações dosdemais setores da esquerda petista, em parte pelaforça dos demais setores do PT, o resultado foi aeleição de uma nova direção partidária comprome-tida com algumas mudanças na implementação daestratégia, mas não comprometida com a adoçãode uma nova estratégia.

Embora limitadas, as mudanças realizadas entre2006 e 2010 melhoraram o ambiente no Partido,contribuíram para que o governo Lula fizesse umainflexão à esquerda e nos permitiram vencer as elei-ções presidenciais de 2006 e 2010. Mas a estraté-gia continuou a mesma. Aliás, alguns setores (in-clusive da esquerda petista) interpretaram os resul-tados positivos da inflexão iniciada em 2005 comodemonstração de que não era necessário mudar deestratégia.

As consequências deste erro ficaram claras emjunho de 2013, nas eleições de 2014 e neste início

do segundo mandato de Dilma. Ao nãomudar a estratégia, enfrentamos seus efei-tos colaterais. Ao não mudar a estratégiano momento adequado, somos obrigadosa tentar a alteração quando é mais difícilfazê-lo.

Portanto, embora o estilo predominan-te no atual governo possa agravar as coi-sas, os impasses estratégicos atuais nãodecorrem principalmente das ações (e

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inações) da presidenta Dilma. As esco-lhas estratégicas feitas pelos grupos atu-almente majoritários no PT são anterio-res ao ingresso de Dilma no Partido. E asopções feitas pelo governo neste primei-ro bimestre de 2015 têm a mesma gené-tica das opções feitas por Lula no biênio2003-2004.

A diferença é que as condições da lutade classe mudaram completamente. O cenário in-ternacional foi alterado, o grande capital mudou deatitude, os setores médios e parcelas crescentes daclasse trabalhadora também mudaram sua atitudefrente ao nosso PT e aos governos que encabeça-mos. Ou seja: se é verdade que a atual estratégiaoferecia seus ônus e seus bônus, agora os bônusestão desaparecendo e os ônus agigantaram-se.

A Articulação de Esquerda não tem a pretensãode construir sozinha uma saída para a situação. Nãotemos influência interna e externa, quadros e capa-cidade para isto. Mas nossa trajetória e nossas re-flexões nos autorizam a contribuir na busca destasaída, até porque a leitura de nossas resoluções des-de 1993 demonstra que percebemos e tentamosconstruir alternativas para os problemas que esta-vam se avolumando.

A saída passa por convencer a maioria da classetrabalhadora brasileira, especialmente a maioria dospetistas, da necessidade de sair da situação atual,em que buscamos melhorar as condições de vidado povo nos marcos do capitalismo, para uma novasituação, em que melhoraremos as condições devida do povo através de reformas estruturais demo-

crático-populares e de medidas de tiposocialista.

A saída passa, igualmente, por con-vencer a maioria da classe e do Partidode que só retomaremos a condição departido hegemônico no governo, se nosdispusermos a conquistar/construir ascondições para sermos partido hegemô-nico no poder de Estado.

Quando defendemos a necessidade de radicali-zar, é comum sermos contestados da seguinte for-ma: a correlação de forças é pior hoje do que em2003. Se então não radicalizamos, como fazê-lo comêxito nas condições atuais?

Nossa resposta é: não desconhecemos as condi-ções difíceis, sabemos os riscos envolvidos e nin-guém pode garantir êxito. Mas estamos naquelaclássica situação em que uma política recuada é mais

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arriscada do que uma política ousada. Dito de ou-tra forma: quando nossos inimigos estão recuados,temem a nossa força e estão dispostos a fazer acor-dos, os acordos podem até trazer alguns benefíci-os. Mas quando os inimigos estão em plena ofensi-va, buscando efetivamente nos liquidar, os acordose recuos geralmente têm como resultado fortalecê-los ainda mais e facilitar esse objetivo, ao tempoque confundem e desmoralizam nosso lado.

Evidentemente, uma política ousada só terá êxitose basear-se nas condições potenciais de mobiliza-ção, organização e consciência das classes trabalha-doras. O segundo turno das eleições de 2014 mos-trou que é perfeitamente possível sair de armadilhaspolíticas, convocando a imensa energia social quetemos acumulada. E o início do segundo mandatodemonstra que desconhecer esta energia acumuladae adotar como regra fazer concessões aos inimigostem como resultado perder apoios e reforçar ódios(como demonstram recentes pesquisas).

Para ter êxito numa política de reformas estru-turais e empoderamento político, o PT precisa “fa-zer o dever de casa”, ou seja, reiterar incansavel-mente seu caráter de classe, a necessida-de de manter uma relação estreita comos movimentos e lutas sociais, e jamaisabandonar ou distorcer seus mecanismosde democracia interna.

Estas atitudes são fundamentais paraa sobrevivência do PT, seja frente às cor-rentes de ultra-esquerda, que tentamliquidá-lo a pretexto de que o partidoabandonou seus ideais, seja frente aos

constantes ataques da direita, que procuram liquidá-lo porque tem clareza de que o PT é o principalinstrumento que as classes trabalhadoras têm dis-ponível hoje, para a conquista do poder e para amudança das relações sociais.

O PT é um partido de massas, o que significadizer que em maior ou menor medida ele deve con-ter em seu interior a diversidade de posições políti-cas que existe na classe trabalhadora. Isto significaque o PT deve ser aberto à participação de corren-tes desenvolvimentistas, social-democratas e inclu-sive social-liberais. Entretanto, devemos travar umaluta constante para que estes setores evoluam paraposições democrático-populares e socialistas.

Embora praticando táticas eleitorais de aliançascom diversos setores sociais e políticos, visando aoenfrentamento contra partidos e representantes dadireita neoliberal, o PT precisa combater as atitu-des daqueles petistas que procuram utilizar os mes-mos métodos e hábitos burgueses desses eventuaisaliados.

Por isto mesmo, o PT não deve temer fazer au-tocrítica de seus erros publicamente, nem vacilar

em punir exemplarmente aqueles dirigen-tes e militantes que fizeram uso de méto-dos burgueses de atuação e, com isso,abriram flancos aos ataques inimigos,causaram prejuízo ao Partido e coloca-ram sua sobrevivência em risco.

Vale dizer que a Articulação de Es-querda, sem cair na demagogia nem nasilusões republicanas de alguns setores dopetismo, sempre defendeu a necessidade

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do Partido ter autonomia financeira, com-batemos a dependência frente às contri-buições de empresas privadas, propuse-mos a criação de uma corregedoria inter-na (que se antecipasse na descoberta decorruptos infiltrados no Partido), exigi-mos medidas de auditoria e punição con-tra a corrupção praticada nos governostucanos, bem como comissão de ética eas punições cabíveis para os envolvidos na crise de2005. A maioria partidária fez outras opções e hojepagamos caro por isto.

O processo de construção de um partido dos tra-balhadores exige uma constante correção de rumos,através da reafirmação de sua estratégia, da atuali-zação das políticas e táticas, e do aprofundamentoda democracia interna, tendo em vista preservar opartido daqueles métodos, hábitos e costumes queameaçam destruí-lo ou deformá-lo totalmente.

Em vista disso, o PT deve redobrar sua capaci-dade de formulação política, atualizando sua análi-se de classes da sociedade brasileira, com atençãoespecial aos deslocamentos ocorridos no interiorda classe trabalhadora, a partir da elevação dos pa-drões de consumo de milhões de pessoas, nos últi-mos anos. Será necessário um esforço mais efetivode análise do processo de desenvolvimento capita-lista no Brasil, da formação e transformação histó-rica das classes sociais e da luta entre elas. E dereelaboração e discussão do programa estratégicopara o Brasil, incluindo a questão do poder, do pa-pel das diferentes formas de luta que a burguesiapode impor ao povo brasileiro e dos diferentes ins-

trumentos organizativos das classes tra-balhadoras.

Para preparar-se e tornar-se efetiva-mente capaz de ser força política hege-mônica na sociedade brasileira e con-quistar a direção do poder político comoum todo, o PT precisa de uma clara he-gemonia interna, em torno do programae da estratégia democrático-popular e so-

cialista, reiterando seu caráter de classe, de mas-sas, de luta e internamente democrático. Deve, ain-da, ampliar sua presença institucional e social e re-vigorar sua vida partidária, com atenção primordi-al a suas bases organizativas. E superar a prolonga-da subestimação da formação política de dirigentese militantes, utilizando tal formação inclusive comoprimeiro passo para o ingresso no partido e a ocu-pação de cargos de direção.

O PT deve, também, formular e executar umapolítica de cultura, educação e comunicação demassas, tendo em vista construir uma hegemoniadas ideias democráticas, populares e socialistas nomeio do povo, hoje vítima de uma violenta ofensi-va do ideário conservador.

No caso específico da comunicação, trata-se de1) democratizar a comunicação social; 2) ampliar arede de meios de comunicação (televisões, rádios,internet e imprensa) dirigidos pelo campo demo-crático-popular; 3) construir os instrumentos dopróprio Partido, com destaque para um jornal diá-rio de massas, que seja o núcleo central de produ-ção do conteúdo que será repercutido através dosdemais meios, especialmente das redes sociais.

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Esta é, portanto, a conduta geral quenós da Articulação de Esquerda adota-mos na disputa de rumos do Partido dosTrabalhadores: continuamos trabalhan-do para que ele assuma um papel de van-guarda, não apenas na luta pelo gover-no, mas também na luta pelo poder; nãoapenas na luta pelo desenvolvimento,mas também na luta por reformas estru-turais e pelo socialismo.

Evidentemente, a disputa pelos rumos do PT setrava em condições muito mais difíceis hoje do queem 1993. Em parte por erros e insuficiências denossa parte; em parte por erros e insuficiências deoutras tendências da antiga esquerda petista; emparte devido a atitudes de outros setores do PT; emparte devido às circunstâncias em que atuamos; épreciso dizer claramente que se torna cada vez mais

difícil mudar a estratégia atualmente he-gemônica no PT – ainda que, contradito-riamente, a necessidade desta mudançatorne-se cada vez mais evidente paramuitos segmentos do Partido.

Isto gera, em alguns setores da esquer-da petista, três atitudes que consideramostotalmente condenáveis.

A primeira delas é capitular ao modusoperandi dos setores de centro e direita do Partido.A segunda delas é desistir do Partido dos Trabalha-dores. A terceira delas é assumir uma atitude deseita, substituindo a disputa política pelareafirmação de posições minoritárias, que não pre-tendem nunca se tornar majoritárias.

A Articulação de Esquerda recusa estas três con-dutas. Continuamos na disputa do PT, não abrimosmão de nossas posições programáticas e estratégi-cas, mantemos a flexibilidade tática indispensávelpara manter posições conquistadas e acumular for-ças. Mas para que tenhamos alguma chance de êxi-to, será necessária maior criatividade e consistên-cia ideológica e teórica; maior capacidade de ela-boração política; maior força social, especialmentejunto às classes trabalhadoras; mais disciplina e cen-tralismo militante por parte da nossa tendência.

O segundo congresso da AE retoma a propostade um Congresso Nacional da Esquerda Socialistado PT, com o objetivo de dar o máximo de visibili-dade, coesão política e organicidade para o petismosocialista e revolucionário.

Como dissemos antes, não consideramos que aAE seja capaz de dar conta sozinha das imensas ta-

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refas postas diante do PT. Acreditamos que em to-das as tendências petistas haja militantes compro-metidos com as ideias que defendemos. Estamos dis-postos a cooperar com todos e todas neste sentido.Ao mesmo tempo, aprendemos desde 1993 que aexistência de uma tendência como a nossa, com to-das as suas limitações, é essencial. Por isto, ao mes-mo tempo que reafirmamos nossa disposição demarchar juntos com todos aqueles que desejam cons-truir o Partido dos Trabalhadores, reafirmamos tam-bém nossa decisão de continuar construindo a ten-dência petista Articulação de Esquerda.

A tendência petistaArticulação de Esquerda

1. A Articulação de Esquerda é uma tendên-cia petista. Portanto, para integrar a Articulação deEsquerda é necessário filiar-se ao PT. Simpatizan-tes da Articulação de Esquerda são convidados aparticipar de nossas atividades, sem o direito devotar e ser votados.

2. A Articulação de Esquerda é formada porpetistas que lutam pelo socialismo.Nosso objetivo final é construir um Bra-sil e um mundo baseado na propriedadesocial dos meios de produção, uma so-ciedade onde os trabalhadores e as tra-balhadoras decidam o quê produzir,como produzir e como distribuir as ri-quezas, superando a opressão e a explo-ração, o Estado e a divisão da sociedadeem classes. Combatemos toda forma de

exploração, opressão e intolerância, seja étnica, re-ligiosa, de gênero, de orientação sexual ougeracional.

3. A Articulação de Esquerda reúne petistasque defendem um programa e uma estratégiademocrático-popular e socialista, a partir dosquais atuamos em todas as dimensões da luta declasses, inclusive na disputa de rumos do PT e dosgovernos encabeçados pelo Partido.

4. A Articulação de Esquerda sustenta umprograma democrático-popular e socialista parao Brasil, combinando reformas estruturais de na-tureza democrática e popular com medidas de tran-sição socialista.

5. A Articulação de Esquerda sabe que, paraexecutar este programa, a classe trabalhadorabrasileira necessita conquistar o poder e cons-truir um Estado de novo tipo. Nosso caminho parao poder exige articular luta cultural, luta social, lutainstitucional, organização do campo democrático-popular e organização do PT.

6.A Articulação de Esquerda compreende quea cultura, a comunicação e a educação são par-

te fundamental de nossa estratégia detransformação do Brasil. É com esta vi-são que participamos ativamente dos mo-vimentos sociais vinculados a essas te-máticas, defendemos políticas públicasque democratizem as três áreas e – na-quilo que nos diz diretamente respeito –mantemos uma página eletrônica e atua-mos nas chamadas redes sociais; edita-mos mensalmente o jornal Página 13;

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editamos três vezes ao ano a revistaEsquerdaPetista; e realizamos semestralmente uma jornadanacional de formação.

7.A Articulação de Esquerda contribui paraarticular luta social e luta institucional, comoparte do acúmulo de forças da classe trabalha-dora na luta por conquistar o poder e construirum Estado de novo tipo. É por isto que participa-mos organizadamente das atividades do PT, da CUT,das entidades sindicais, populares, estudantis, demulheres, jovens, negros, indígenas, LGBT e to-das as demais formas de organização das classestrabalhadoras. É por isto, também, que participa-mos dos processos eleitorais através de candidatu-ras indicadas pelo Partido dos Trabalhadores.

8.A Articulação de Esquerda defende um PTmilitante. Portanto, cada militante da AE deve serfiliado/a e militante do Partido, participante ativo/ada luta política e social desenvolvida pela classetrabalhadora. A militância da AE deve integrar e/ou assistir regularmente as atividades de algumainstância partidária, como por exemplo: ser mem-bro de núcleo de base ou setorial; ser integrante decoordenação ou secretaria setorial; com-por direção ou coletivo partidário emqualquer nível etc. E deve atuar de ma-neira sistemática na luta da classe traba-lhadora, através das organizações e mo-vimentos sociais, dos sindicatos e daCUT, da luta eleitoral, dos governos eparlamentos, da frente cultural e ideoló-gica etc.

9. A Articulação de Esquerda é uma

tendência militante. Combatemos a lógica queconverte as tendências petistas em extensão dosmandatos parlamentares e em lobby para disputade posições em governos, bem como o espírito deseita e a dinâmica que coloca em primeiro lugar asdisputas internas. Nossa militância deve estar vin-culada e participar com alguma regularidade dasinstâncias da tendência: núcleos de base, coorde-nações setoriais, comissões de ética, coletivos detrabalho, direções municipais, estaduais e nacionais.Deve participar regularmente de nossas atividadesde formação política, sendo obrigatória a realiza-ção do curso “Resoluções do PT e da AE”, ofereci-do em nossas jornadas nacionais de formação.

10. A Articulação de Esquerda é uma tendên-cia democrática. Reunimos regularmente nossasinstâncias para debater a conjuntura, nossa tática epolíticas setoriais. No máximo de dois em dois anosreunimos nosso Congresso, para debater questõesprogramáticas, estratégicas e organizativas. Nossamilitância debate e delibera, devendo cumprir aquiloque é aprovado democraticamente em nossas ins-tâncias. O histórico, as resoluções dos congressos

e conferências realizadas pela Articula-ção de Esquerda desde 1993, assim comoo regulamento do 2º Congresso podemser consultados no endereçowww.pagina13.org.br.

11. A Articulação de Esquerdaautofinancia suas atividades com recur-sos provenientes de três fontes: 1) con-tribuição anual obrigatória dos/as militan-tes; 2) venda de materiais; 3) atividades

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e campanhas especiais de arrecadação.Além disso, nossas direções estaduais,municipais e setoriais podem e devempromover atividades financeiras própri-as, sempre ficando claro que a contribui-ção anual individual dos/as militantes éobrigatória.

12. A Articulação de Esquerda de-fende o fim do financiamento empre-sarial das campanhas eleitorais e dos partidospolíticos. Consideramos que o ideal seria, inclusi-ve, o fim do financiamento público para partidos(baseado no mesmo critério geral segundo o qual aCUT critica o Imposto Sindical e segundo o qual aesquerda critica o uso de dinheiro público para fi-nanciar religiões). Todos nós defendemos a susten-tação financeira militante para o PT. Logo, temosque pôr à prova nossas convicções, sustentando demaneira militante nossa tendência.

13. A Articulação de Esquerda é uma tendên-cia petista que se propõe a fazer aquilo que em nos-sa opinião deve ser feito pelo conjunto do PT e daesquerda brasileira: lutar por um mundo, uma Amé-rica Latina e um Brasil socialistas.

A trajetória da tendênciapetista Articulação de Esquerda

A maioria dos petistas filiou-se ao Partido de-pois de 2005. Ou seja, não vivenciou a construçãodo Partido dos Trabalhadores na época em que fa-zíamos oposição à ditadura, à transição conserva-dora e aos governos neoliberais.

De maneira similar, parcela importantedos atuais militantes da Articulação de Es-querda entrou na tendência depois de 2005.Não participou, portanto, dos processos quenos levaram a criar a tendência.

Por estes motivos, consideramos im-portante oferecer à nossa militância umavisão panorâmica de nossa trajetória, queconstitui um aspecto da história do pró-

prio PT. Este é o sentido do texto a seguir, que nãoconstitui uma resolução, mas sim um roteiro paraestudo.

O surgimento da AE

No período 1980-1989, de luta contra a ditadu-ra militar e contra a “transição conservadora para ademocracia”, o PT foi aos poucos sendo hegemo-nizado pelas posições que tomariam corpo numatendência denominada Articulação dos 113. Estatendência foi criada em 1983 e recebeu seu nomedevido a um documento com 113 assinaturas, em-bora o número de signatários fosse 112 (uma pes-soa assinou duas vezes).

No período 1990-2002, de oposição aos gover-nos neoliberais, as tendências petistas experimen-tam um realinhamento político. Como parte desteprocesso, ocorreu uma cisão na Articulação dos 113,surgindo a “Unidade na Luta” e a “Articulação deEsquerda”.

A Articulação de Esquerda foi fundada oficial-mente nos dias 18 e 19 de setembro de 1993.

Contribuíram para sua criação os debates reali-

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zados no interior do PT, especialmenteno período entre 1990 e 1993, quandose constituíram, em âmbito nacional, in-clusive dentro da Articulação dos 113,dois grandes blocos no Partido: os “mo-derados” e os “radicais” (que certa im-prensa denominava de “xiitas”).

Contribuíram para a criação da Arti-culação de Esquerda, mais especifica-mente, os debates ocorridos durante o 8º EncontroNacional do PT (agosto de 1993), tanto nos encon-tros estaduais prévios quanto no encontro nacionalpropriamente dito.

Um marco destes debates foi o lançamento, nodia 4 de fevereiro de 1993, de um manifestointitulado “A hora da verdade”.

A história da tendência petista Articulação deEsquerda (de 1993 até este ano de 2015) pode serdividida em quadro períodos:

1)1993-1995, quando dirigimos a maioria doDiretório Nacional do PT;

2)1995-2005, quando nos opusemos ao chama-do “Campo Majoritário”;

3)2006-2007, quando nenhuma tendência eraisoladamente majoritária no Diretório Nacional doPT. Neste momento, apesar de minoritária, a Arti-culação de Esquerda possuía uma influência im-portante;

4) 2008-2015, quando a Articulação de Esquer-da se opõe ao “novo campo majoritário” que seconstitui no Diretório Nacional do PT. Este “novocampo majoritário” assume diversas formas. Noinício, trata-se de uma aliança entre os grupos

“Construindo um Novo Brasil” e “Men-sagem ao Partido”. Depois, uma aliançaentre “Construindo um Novo Brasil”,“Novos Rumos” e “PT de Luta e Mas-sa”. Finalmente, em 2015, por ocasião doprocesso de eleições diretas das direçõespartidárias, forma-se uma aliança aindamais ampla incluindo, além dos gruposjá citados, as tendências “Movimento PT”

e “EPS”.Vejamos a seguir mais detalhes sobre cada um

destes momentos.

O primeiro momento: 1993-1995

Após a eleição presidencial de 1989, a maiorparte da cúpula da Articulação dos 113 decide “gi-rar para a direita”.

A cúpula da Articulação dos 113 tem como prin-cipais aliados naquele giro à direita dois setoresprovenientes da antiga esquerda petista: a NovaEsquerda (ex-Partido Revolucionário Comunista)e setores da antiga Vertente Socialista (ex-PoderPopular e Socialismo). As principais expressõesdestes setores são, respectivamente, José Genoínoe Eduardo Jorge.

O “giro para a direita” se materializa numa opo-sição inicial ao Fora Collor, numa tentativa de res-tringir o Fora Collor a temas éticos, num apoio defato ao governo Itamar e na defesa do parlamenta-rismo.

Estas posições são derrotadas por ampla maio-ria da base do Partido. O maior exemplo disso foi o

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plebiscito sobre sistema de governo: 70% da dire-ção defendia o parlamentarismo, 70% da base vo-tou pelo presidencialismo na consulta interna en-tão realizada.

O “giro para a direita” foi acompanhado da ten-tativa de construir um “campo” para dirigir o Parti-do, unindo a Articulação dos 113 a outros setorespartidários.

A cúpula da Articulação dos 113 apresentava aformação deste campo como uma atitude “não-hegemonista”. Mas a iniciativa servia para tentarquebrar a influência, na Articulação dos 113 e nadireção do Partido, daqueles setores com posiçõesmais à esquerda.

A divisão na Articulação dos 113 fica evidentedurante o Primeiro Congresso do PT, quando aquelatendência se divide publicamente em diversas vo-tações, uma das quais é simbólica: a legitimidadeda violência revolucionária.

Como reação ao giro à direita da cúpula da Arti-culação dos 113, um setor daquela tendência cons-titui a “esquerda da Articulação”, que em grandeparte se agrupa ao redor de um texto conhecidocomo “Manifesto A hora da verdade”.

Por causa do nome daquele Manifes-to, em muitos estados a Articulação deEsquerda foi durante certo tempo conhe-cida pelo acrônimo ”HV”.

No 8º Encontro Nacional do PT(agosto de 1993), em aliança com a DSe outros setores, a esquerda da Articula-ção lança a chapa “Opção de Esquerda”.

A aliança entre a Opção de Esquerda

e a chapa “Na luta PT” (composta entre outros pe-las tendências “O Trabalho”, “Brasil Socialista” e“Força Socialista”) consegue a maioria absoluta doDiretório Nacional eleito no 8º Encontro Nacionaldo PT.

O 8º Encontro Nacional do PT elege Lula,consensualmente, para ser o presidente nacional do

PT, sem integrar nenhuma das chapas.Rui Falcão, então principal dirigente doque logo mais seria chamado de Articu-lação de Esquerda, é eleito vice-presiden-te nacional do PT. No 9º Encontro Naci-onal, em 1994, quando Lula se licencia-rá para ser candidato à Presidência da Re-pública, Rui Falcão assumirá a presidên-cia do Partido.

Nos dias 18 e 19 de setembro de 1993,

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logo após o 8º Encontro Nacional do PT,é criada oficialmente a Articulação deEsquerda, afirmando o propósito de com-bater a domesticação do PT, ou seja, ten-tar impedir que a existência de uma novasituação histórica – marcada pela crisedo socialismo, pela hegemonia neolibe-ral e pela transformação do PT em alter-nativa presidencial – levasse a maioria doPartido a abandonar o núcleo fundamental das for-mulações originais do petismo: partido da classetrabalhadora, com ampla democracia interna, comuma estrutura de massas e de quadros, dotado deuma estratégia democrático-popular e socialista,combinando luta social e disputa eleitoral.

A maioria de esquerda existente no DiretórioNacional do PT consegue impedir que a bancadado Partido na Câmara dos Deputados embarque narevisão constitucional ampla proposta pelos parti-dos de direita.

Mas, ao mesmo tempo, tem muitas dificuldadese apresenta enormes contradições na condução dacampanha presidencial de 1994.

Nesta campanha, a imensa maioria do PT foisurpreendida pelo Plano Real e pela força da can-didatura FHC. Mas, no momento em que foi feito obalanço da derrota petista nas eleições de 1994, afatura foi cobrada integralmente da direção de es-querda.

No 10º Encontro Nacional do PT, realizado emGuarapari (ES), confrontam-se duas chapas.

Uma chapa, denominada Socialismo ou Barbáriee encabeçada por Hamilton Pereira, reúne toda a

esquerda do PT.A outra chapa, encabeçada por José

Dirceu e apoiada por Lula, expressa asposições da direita da Articulação e deseus aliados. Destaca-se, entre os apoiosdesta chapa, uma delegação organizadaa ferro e fogo por José Augusto, que de-pois de ser prefeito de Diadema pelo PTserá expulso do Partido e acabará nos bra-

ços tucanos.A tese apresentada pela chapa “moderada” ga-

nha por apenas 2 votos. Dirceu e sua chapa sãoigualmente vitoriosos, mas também por pequenamargem: cerca de 16 votos. E mesmo esta pequenadiferença só foi possível porque a candidatura deJosé Dirceu recebeu o apoio de setores e dirigentesque até então participavam da Articulação de Es-querda, tais como Rui Falcão, Cândido Vaccarezza,Sílvio Pereira e outros.

O segundo momento: 1995-2005

A maioria do Diretório Nacional eleito no En-contro de Guarapari (ES) indica CândidoVaccarezza, ex-militante da AE, como secretário-geral do Partido.

Em protesto contra este desrespeito à proporci-onalidade, os 49% minoritários retiram-se durantevárias semanas da composição da Executiva.

Paradoxalmente, este gesto de protesto deixa ocampo livre para que a nova maioria moderada seinstale livremente e estabeleça seu controle sobre adireção partidária, inaugurando um período de he-

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gemonia que vai se estender de 1995 até 2005.A partir de 1995 se instala no partido uma mai-

oria em torno de uma política que podemos sinteti-zar assim: “alianças da esquerda com o centro, emtorno de um programa alternativo ao neoliberalis-mo, visando conquistar o governo federal”.

De 1995 a 2002, esta maioria foi hegemonizandoo partido, às vezes por meios legítimos, outras ve-zes adotando métodos condenáveis (como é o casoda intervenção no Rio de Janeiro, para obrigar oPT a apoiar a candidatura a governador de AnthonyGarotinho).

Note-se que a intervenção no PT do estado doRio de Janeiro foi feita a pretexto de garantir o apoiode Leonel Brizola (PDT) à candidatura de Lula àpresidência da República em 1994.

Originalmente Lula não queria ser candidato àpresidência em 1994. Especulava-se sobre as pos-síveis pré-candidaturas de Cristovam Buarque eTarso Genro, sem falar em balões de ensaio exter-nos ao Partido.

Lula acaba aceitando ser candidato à presidên-cia, em parte por pressão da própriaesquerda petista, especialmente duranteo 11º Encontro Nacional do PT, realiza-do em 1997 no Hotel Glória (Rio de Ja-neiro).

A candidatura de Lula em 1994 podeter sido essencial para manter o fio dameada que nos levaria em 2002 a, final-mente, vencer a eleição presidencial.

Um momento fundamental para o pro-cesso de hegemonização do Partido pela

maioria moderada foi o Segundo Congresso do PT,realizado em Belo Horizonte em 1999, quando seadotou a eleição direta para direções partidárias.

O processo de eleição direta das direções parti-dárias, mais conhecido pela sigla PED, esvaziou odebate político realizado nos encontros e estimu-lou as filiações em massa.

As opiniões partidárias e as respectivas maiori-as deixaram de ser formadas principalmente no pro-cesso de debate e passaram a ser formadas basica-mente no dia da votação. Foram favorecidos aque-les setores partidários capazes de filiar mais e levarmais filiados para votar. A capacidade de convenci-mento e o enraizamento social perdiam espaço, fren-te à logística e à capacidade de mobilizar recursosfinanceiros, inclusive para realizar pagamentos co-letivos das contribuições partidárias. Nos encontros,diminuiu muito o número de delegados/as sem ali-nhamento prévio, dispostos a formar sua opinião ea votar de acordo com o que ouvisse nos debates.

A proposta das eleições diretas para escolher asdireções partidárias teve, entre seus protagonistas,o governador Cristovam Buarque, que anos depois

sairia do PT e chegaria a votar em AécioNeves nas eleições de 2014.

Apesar de aprovar as eleições dire-tas, o setor moderado passou por apurosdurante o II Congresso do PT, tendo quese desdobrar para que não fosse aprova-da uma resolução simpática à palavra deordem Fora FHC. Em encontros e con-gressos posteriores, repetiram-se situa-ções deste tipo, mostrando que a demo-

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cracia partidária lutava por sobreviveraos métodos administrativos de forma-ção de maioria.

Durante o período 1995-2002, a Ar-ticulação de Esquerda buscou unir a es-querda petista, para resistir e derrotar amaioria moderada.

Além da AE, esta esquerda petista eracomposta por diversos grupos e indiví-duos, com destaque para duas tendências: a “De-mocracia Socialista” (DS) e a “Força Socialista”(FS).

No interior da Articulação de Esquerda, grandeparte das polêmicas existentes nestes sete anos di-zia respeito exatamente ao que podemos denomi-nar de nossa “política de alianças” interna ao PT.

Em 1995, como já foi citado, sofremos uma rup-tura provocada por aqueles que defendiam uma ali-

ança entre a Articulação de Esquerda e aArticulação Unidade na Luta. Os que sa-íram da AE naquele momento constituí-ram a tendência Novos Rumos.

Em 1997, saíram da Articulação deEsquerda aqueles que defendiam que nomovimento sindical devíamos continuarparticipando da Articulação Sindical. Ouseja: defendiam que deveríamos partici-

par junto aos militantes sindicais vinculados à Uni-dade na Luta em uma mesma “tendência” na CUT,embora estivéssemos em tendências distintas noterreno partidário. Quando o 5º SeminárioNacional da Articulação de Esquerda rejeitou estavisão e decidiu criar um setorial sindical da AE, odeputado federal Arlindo Chinaglia liderou umaruptura que o levou, posteriormente, a participar dacriação da tendência “Movimento PT”.

Em 2002, saiu da Articulação de Esquerda umgrupo de militantes que defendia como prioridade a“auto-construção” da AE, motivo pelo qual critica-vam a prioridade dada à aliança com as demais ten-dências da esquerda petista, especialmente com a De-mocracia Socialista. Este grupo, denominado PoloSocialista e localizado principalmente no sul do país,apoiou Tarso Genro contra Olívio Dutra nas préviasque o PT gaúcho realizou em 2002 para escolher seucandidato a governador. Posteriormente, o Polo So-cialista aliou-se à mesma DS e mais recentementealinhou-se na tendência Socialismo XXI, que de “so-cialista” tem certamente a denominação.

Mais importante que estas rupturas, entretanto,foi a polêmica travada com aqueles setores que de-

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cidiram construir a “Consulta Popular”.A partir de 1996, um grupo de militantes petis-

tas descontentes com os rumos do Partido decidiuinvestir na construção de uma organização partidá-ria não eleitoral, que em nosso entendimento su-bestimava o papel da luta eleitoral e institucionalno atual momento da história do Brasil.

A formação da Consulta implicou num afasta-mento da militância direta no PT, contribuindo di-retamente para o enfraquecimento daqueles seto-res da esquerda petista (como a AE) que defendi-am disputar os rumos do Partido.

Hoje, parte da militância da Consulta Popularpermanece formalmente filiada e/ou milita, em pe-ríodos eleitorais, em favor de candidaturas petistas.Mas do ponto de vista interno ao Partido, sua pos-tura objetivamente não contribui para o fortaleci-mento da esquerda petista.

Em 2002, a eleição de Lula é apresentada pelosetor moderado do Partido como a confirmação doacerto de sua “estratégia de centro-esquerda”.

A realidade é muito mais complexa do que isto.Mas, do ponto de vista prático, o setor moderadoteve pleno êxito em apropriar-se daquelavitória eleitoral construída coletivamen-te. Apropriação que se deu no terrenoideológico, mas também no que se refe-re ao controle de importantes estruturasde governo.

Após a vitória de 2002, houve umaintensa luta interna nas três principaistendências da esquerda petista. Luta in-terna protagonizada por aqueles setores

que defendiam, com maior ou menor nitidez, a ado-ção de uma tática de oposição ao governo Lula e,no limite, a ruptura com o PT.

A luta interna que estava ocorrendo no interiordas tendências da esquerda petista ocorria simulta-neamente a disputa de rumos do próprio PT. Estaluta foi especialmente intensa na bancada do PT naCâmara dos Deputados. Ao mesmo tempo, haviaconflitos no interior do campo majoritário do Parti-do e no interior do próprio governo.

A causa de grande parte destes conflitos era apolítica hegemônica no governo, de conciliação como neoliberalismo. Aquela política era protagonizadaprincipalmente pelo então ministro Antonio Palocci,mas era apoiada, mesmo que com crescente con-tragosto, pelo conjunto do “Campo majoritário”.

No final de 2003, o “Campo majoritário” deci-diu dar um exemplo de “compromisso” com a polí-tica do governo e expulsou quatro parlamentarespetistas: a senadora Heloísa Helena, a deputada fe-deral Luciana Genro e os deputados federais Babáe João Fontes.

A alegação para a expulsão foi a de que estesparlamentares haviam ultrapassado os li-mites do que seria uma divergência acei-tável e rompido totalmente com a disci-plina partidária. A Articulação de Esquer-da votou contra as expulsões, sem deixarde observar que tratava-se de um jogo atécerto ponto combinado, pois os parlamen-tares expulsos não acreditavam mais napossibilidade de disputar os rumos do PT.

A expulsão de Heloísa Helena é o

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catalisador para que um setor da tendên-cia Democracia Socialista saia do PT,entre o final de 2003 e o início de 2004.No mesmo período, saem duas outrastendências: o “Movimento de EsquerdaSocialista” (MES) e a “Corrente Socia-lista dos Trabalhadores” (CST).Desfiliam-se do PT, também, muitos ou-tros militantes, entre os quais Milton Te-mer, Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho,oriundos do antigo PCB. O destino de todos elesserá formar um novo partido: o PSOL.

Os que foram para o PSOL coincidiam na ideiade que o PT já teria se esgotado. Mais ou menos amesma avaliação feita, em 1990, pela antiga Con-vergência Socialista, que após ser expulsa cria oPSTU.

A partir de 2003, a Articulação de Esquerda tam-bém realiza um intenso debate acerca do PT e dacaracterização do governo Lula. Este debate esteveno centro: da V Conferência Nacional, realizada emnovembro/dezembro de 2002; da VI ConferênciaNacional, realizada em duas etapas no ano de 2003(setembro, em Campinas; novembro, em Belo Ho-rizonte); e da VII Conferência Nacional da AE, re-alizada em dezembro de 2004, em São Bernardodo Campo (SP).

Ao final da VII Conferência, um setor rompecom a Articulação de Esquerda. Parte sai imediata-mente do PT; outra parte sairá após o PED de 2005,tendo como destinos o PCB, o PSOL ou a militân-cia sem-partido. O motivo da ruptura é a avaliaçãofeita acerca do governo Lula e do PT, que eles não

consideram mais “em disputa”.

O terceiro momento: 2005-2007

Em 2005, a crise vivida pelo PT le-vou muita gente, inclusive altos dirigen-tes e lideranças públicas, a acreditar queo PT estaria liquidado. Mas isto nãoaconteceu, principalmente devido à rea-

ção da militância petista, que compareceu em mas-sa para votar no PED de 2005.

Em parte por diferenças legítimas, em parte porpretensões e ilusões hegemonistas dentro da pró-pria esquerda, em parte antecipando movimentosfuturos que levariam uns a sair do PT e outros asair da esquerda, no PED 2005 a esquerda petistadividiu-se em várias chapas e candidaturas presi-denciais.

Do ponto de vista eleitoral, esta divisão ajudoua derrotar o “campo majoritário” no primeiro turnodo PED de 2005. Mais candidatos criticaram, maisalternativas foram apresentadas e mais votos foramrecebidos pelas chapas que faziam oposição ao cam-po majoritário.

Matematicamente, o resultado do primeiro tur-no evidenciou que a esquerda tinha condições deeleger o presidente nacional do PT no segundo tur-no do PED.

Mas foi exatamente neste momento, entre o pri-meiro e o segundo turno, que uma parte da esquer-da petista decidiu sair do Partido. Saíram, entreoutros, Plínio de Arruda Sampaio. Saiu também atendência “Ação Popular Socialista” (nome adota-

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do pela já citada “Força Socialista”). A saída destessetores talvez tenha sido o principal fator que im-pediu a vitória da esquerda petista, no segundo tur-no do PED de 2005.

A Articulação de Esquerda teve um bom desem-penho político no PED de 2005. Este desempenhofoi possível, em grande medida, devido ao acertodas resoluções aprovadas na VII Conferência Na-cional da AE (dezembro de 2004), que construiuuma linha política que nos permitiu criticar os seto-res moderados do Partido e a linha hegemônica nogoverno, ao mesmo tempo em que defendíamos oPT e o governo dos ataques da direita durante acrise de 2005.

Nosso desempenho político e eleitoral no PEDcontribuiu para que tivéssemos uma influência im-portante no Diretório Nacional ali eleito, sob cujadireção realizou-se a campanha presidencial de2006.

Como sabemos, o oligopólio da mídia, a oposi-ção de direita e o grande capital deixaram claro quepretendiam “acabar com a raça do PT”, mas nãoapostaram no impeachment de Lula, confiando querecuperariam “pacificamente” a presi-dência em 2006. Não foi o o que ocor-reu: Lula foi reeleito e o segundo man-dato fez uma inflexão à esquerda.

No Partido, entre 2005 e 2007, nenhu-ma tendência ou campo era isoladamen-te majoritário na direção. E a Articula-ção de Esquerda jogou um papel políti-co superior a seu tamanho.

O momento atual: 2007-2015

Embora limitadas, as mudanças ocorridas a par-tir do PED 2005 melhoraram o ambiente no Parti-do, contribuíram para que o governo Lula fizesseuma inflexão à esquerda e nos permitiram venceras eleições presidenciais de 2006 e 2010. Mas aestratégia partidária continuou a mesma. Aliás, al-guns setores (inclusive da esquerda petista) inter-pretaram os resultados positivos da inflexão inicia-da em 2005 como demonstração de que não eranecessário mudar de estratégia.

Quem mais se esforçou em elaborar a respeitofoi a tendência “Democracia Socialista” e a cha-mada Mensagem ao Partido – grupo constituído noprocesso da crise de 2005, ao qual se agregaramsetores que romperam com o antigo “campo majo-ritário”.

A constituição da Mensagem ao Partido repre-sentou, na prática, um “giro ao centro” por parte daDS. Uma das expressões deste giro ao centro foia chamada “revolução democrática”: uma tentativade atualizar sem rupturas a estratégia adotada

pelo campo majoritário entre 1995 e2005.

Os integrantes do antigo Campo Ma-joritário, reconvertido agora na tendên-cia “Construindo um Novo Brasil”, pa-reciam não ter mais os meios intelectuaisnecessários para “recauchutar” a antigaestratégia. Talvez por isto, concentraram-se na tentativa de construir uma novamaioria, ou seja, de assegurar o controle

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da direção, que haviam de fato perdidono período 2005-2007.

Várias tentativas foram feitas no sen-tido de construir uma nova maioria ab-soluta no Diretório Nacional do PT. Noinício, há uma aliança entre os grupos“Construindo um Novo Brasil” e “Men-sagem ao Partido”. Depois, uma aliançaentre “Construindo um Novo Brasil”,“Novos Rumos” e “PT de Luta e Massa”. Final-mente, em 2015, por ocasião do processo de elei-ções diretas das direções partidárias, forma-se umaaliança ainda mais ampla incluindo, além dos gru-pos já citados, as tendências “Movimento PT” e“EPS”.

Paralelamente a estes movimentos internos aoPartido, agudiza-se a disputa no interior da banca-da federal; a disputa pela influência sobre o gover-no, seja no segundo mandato Lula ou no primeiromandato Dilma; e as disputas eleitorais municipaise estaduais.

No PED de 2007, a Articulação de Esquerda teveo mesmo desempenho eleitoral de 2005, mas comum desempenho político inferior. Este resultadodeveu-se a quatro motivos principais.

1) a saída da Força Socialista e aliados do PTocorreu após o primeiro turno do PED de 2005.Isto quer dizer que as vagas eleitas com seus votosforam ocupadas por pessoas de sua própria chapa,que haviam decidido permanecer no PT. Mas noPED de 2007 e seguintes, aqueles milhares de vo-tos não existiam mais. Ao mesmo tempo, crescia onúmero global de filiados ao PT, por ações dos gru-

pos majoritários;2) a opção feita pela Democracia So-

cialista, de “virar ao centro” e criar umanova tendência com egressos do antigoCampo Majoritário, não teve êxito polí-tico nem eleitoral: enquanto Raul Pont,representando a DS, havia ficado em se-gundo lugar no PED 2005, José EduardoCardozo, candidato da Mensagem/DS,

termina em terceiro lugar no PED 2007. O que temefeitos colaterais ainda mais negativos sobre o de-sempenho da Articulação de Esquerda, que fica pra-ticamente isolada na defesa das posições históricasda esquerda petista;

3) a tendência “Construindo um novo Brasil”capitaliza no PED 2007 o êxito do partido na ree-leição de 2006, bem como a inflexão à esquerda dosegundo mandato de Lula, o que neutraliza partedas críticas da esquerda petista e reduz suas possi-bilidades de crescimento;

4) a Articulação de Esquerda foi incapaz de reu-nir, em uma só chapa, o restante das tendências deesquerda. Isto deveu-se, em parte, a posturas sectá-rias de setores que em 2005 haviam integrado achapa de Plínio e que não aceitaram compor umachapa encabeçada pela Articulação de Esquerda.Mas deveu-se, também, a erros cometidos pela pró-pria AE.

Apesar de não ter obtido êxito eleitoral, a táticada Mensagem teve desdobramento num “acordo dedireção” com a chapa “Construindo um Novo Bra-sil”. Graças a isto, Cardozo, apesar deter encabeçado a chapa que ficou em terceiro lugar

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no PED, tornou-se secretário-geral, desbancandoJilmar Tatto, encabeçador da segunda chapa.

A direção eleita pelo PED 2007 teve como tare-fas centrais conduzir o partido nas eleições munici-pais de 2008 e na escolha da candidatura presiden-cial de 2009. Os resultados obtidos nestas duas ta-refas foram contraditórios.

O PT não obtém uma vitória nas eleições muni-cipais de 2008. E a direção nacional do Partido so-fre uma derrota estratégica em Belo Horizonte, ondese impôs uma aliança de fato entre o PT de Pimentele o PSDB de Aécio Neves.

O PT também não é fator decisivo na escolha dacandidatura às eleições presidenciais de 2010. Estefato pesará bastante no momento seguinte, em queo Partido enquanto tal cumprirá papel secundáriono comando da campanha, apesar de ali estar for-malmente representado.

Apesar disto, a inflexão à esquerda do governoLula, iniciada com o PAC e aprofundada nos anosseguintes, rompendo com o dogma da “estabiliza-ção financeira a qualquer custo” foi capaz de en-frentar com relativo sucesso os efeitos da crisemundial que se abriu em 2008. O que,do ponto de vista interno, neutralizouparte das críticas da esquerda petista.

O ex-presidente Lula, seu círculomais próximo, bem como a CNB e ou-tros segmentos do Partido foram os quecapitalizaram melhor o fato de o gover-no estar implementando, ao menos emparte, políticas similares àquelas defen-didas, antes, pela esquerda petista.

Isso se refletirá no PED 2009, de três maneirasprincipais:

1) o crescimento do número de votantes, quebeneficiou de maneira desproporcional a chapa daCNB, vista como a chapa autenticamente “gover-nista”;

2) o reagrupamento, numa única chapa, de qua-se todos os antigos integrantes do finado “campomajoritário”, inclusive Jilmar Tatto e CandidoVaccarezza. Isto apesar do fato de, apenas dois anosantes, lideranças importantes da CNB terem seoposto ferozmente a que Jilmar Tatto assumisse asecretaria geral nacional do Partido.

3) a redução do interesse e o empobrecimentodo debate político no PED.

Neste contexto difícil e apesar de ter consegui-do montar uma chapa única com outros setores daesquerda petista, reduziu-se a participação propor-cional da Articulação de Esquerda no DiretórioNacional do PT. A chapa da CNB, encabeçada porJosé Eduardo Dutra, vence o PED 2009 já no pri-meiro turno.

Entretanto, a existência de uma nova maioria nãoé acompanhada da constituição de umanova hegemonia. E a escolha de DilmaRousseff como sucessora de Lula tornamais complexa e inclusive mais confusaa dinâmica interna do poder no PT. Ten-dências que se aprofundariam no iníciodo segundo mandato Dilma.

No período 2009-2015, o PT não con-seguiu resolver, nem mesmo debater acontento, seus dilemas estratégicos. Iro-

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nicamente, a recusa dos setores modera-dos em enfrentar o debate estratégicocontribuiu, no médio prazo, para amea-çar a estratégia de “ser governo para serpoder”.

A incapacidade de enfrentar o debateestratégico era acompanhada por umaaposta na “ocupação de espaços”, tantonas eleições majoritárias e legislativas,quanto nas eleições sindicais e internas ao PT.

Realizado neste contexto, o 1º Congresso daArticulação de Esquerda termina com a cisão datendência.

Independentemente das intenções originais dequem participou desta cisão, os fatos posteriorescomprovaram que 1) houve um investimento finan-ceiro externo à tendência, para tentar compor umamaioria artificial no Congresso; 2) o discurso emfavor da “renovação” da tendência conduziu, naprática, à capitulação frente à maioria moderada doPartido.

No PED 2013, os que racharam com a AE apoi-aram a mesma candidatura à presidência nacionalapoiada pelos setores majoritários do Partido. O quenão foi suficiente para garantir os votos necessári-os para que o grupo responsável pela cisão ocupas-se nem mesmo uma única cadeira no DiretórioNacional do PT.

Hoje, passada a difícil eleição presidencial de2014, existe uma “super-maioria” no PT, resultadodas amplas alianças encabeçadas por Rui Falcãono PED 2013. Mas continua não existindo umapolítica capaz de enfrentar e superar com êxito os

problemas estratégicos vividos pelo Par-tido. No interior da “maioria” há impor-tantes desacordos em torno de quais sãoestes problemas estratégicos e suas solu-ções.

É neste cenário que a AE vai realizarseu 2º Congresso, de 2 a 5 de abril de2015.

Uma síntese provisória

Nossa tendência possui cerca de 22 anos de vida(1993-2015).

Estamos presentes em 24 estados brasileiros eno Distrito Federal. Em Roraima e Acre, não exis-timos. Em outros estados, como Santa Catarina,temos militantes mas não estão organizados.

Atuamos e influenciamos diversos movimentossociais (sindical, estudantil, educação, de luta pormoradia, mulheres, LGBT, pessoas com deficiência,combate ao racismo, do campo etc.).

Destaca-se, em particular, nossa presença con-tinuada na direção da UNE e nossa crescente pre-sença na direção da CUT.

Estamos também presentes em prefeituras, go-vernos estaduais e no governo federal, assim comotemos parlamentares nos três níveis.

Na frente internacional, influenciamos os deba-tes e a construção de alternativas de esquerda, es-pecialmente a latino-americana.

Participamos ativamente, com chapas e candi-daturas presidenciais nos municípios, estados e na-cionalmente, do Processo de Eleições Diretas das

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direções partidárias em 2001, 2005, 2007, 2009 e2013.

Mantemos um jornal mensal e uma revistaquadrimestral, realizamos jornadas semestrais deformação política e buscamos participar do debatede ideias, tanto no PT quanto no conjunto da es-querda brasileira.

Nosso peso no PT, nos parlamentos, executivose movimentos sociais é, hoje, proporcionalmentemenor do que em 1993, com exceções como a domovimento sindical.

Por outro lado, hoje estamos mais conscientesdos desafios programáticos, estratégicos e táticosda esquerda brasileira e mundial.

Neste cenário, trabalhamos para ampliar nossaforça e presença na vida partidária, nas disputaseleitorais, na ação institucional, nas lutas sociais,distintas dimensões da luta de classes.

Isto porque seguimos acreditando, como em1993, que as opções da AE, da esquerda petista, doconjunto do Partido dos Trabalhadores e da esquer-da política e social brasileira, bem como dos povosda América Latina, jogam um papel muito impor-tante na ação da classe trabalhadora e naluta pelo socialismo.

Regulamento interno da tendênciapetista Articulação de Esquerda

A Articulação de Esquerda é consti-tuída por: 1) filiados/as e militantes doPartido dos Trabalhadores; 2) que parti-cipam regularmente de alguma instância

da tendência, contribuindo para suas formulaçõese respeitando nossas deliberações coletivas; 3) dan-do sustentação material para a AE, divulgando suasposições e contribuindo para a realização de suasatividades.

A Articulação de Esquerda (AE) é uma tendên-cia petista. Lutamos para que o PT volte a ser hege-monizado pelo programa e pela estratégia demo-crático-popular e socialista: um PT de massas, deluta, socialista, revolucionário e democrático.

As posições da AE estão detalhadas nas resolu-ções dos seminários, conferências e congressos querealizamos desde 1993.

A formação política da AE aborda os fundamen-tos ideológicos e teóricos do petismo, do socialis-mo e do marxismo. Não somos e não pretendemosser, entretanto, uma tendência composta por afini-dade doutrinária. Somos e queremos continuar sen-do uma tendência composta por afinidade política,ou seja, por pessoas que concordam com as resolu-ções políticas aprovadas por nossas instâncias deli-berativas, mesmo que não obrigatoriamente con-cordem com as premissas teóricas e ideológicas que

fundamentam tais resoluções.A AE considera fundamental que a

maioria de nossa militância esteja vincu-lada à produção e não recebendo saláriopara exercer atividade política. Defende-mos a necessidade de dirigentesprofissionalizados e combatemos o“basismo”. Mas consideramos que acomposição social tem um peso impor-tante nos rumos de uma organização. E

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queremos evitar os riscos tanto da domesticação bu-rocrática quanto do esquerdismo proveniente dafalta de enraizamento junto à classe trabalhadorareal.

Por isto a AE estimula os dirigentespartidários, os dirigentes de movimentossociais, os parlamentares e executivos anão fazer da atividade política remunera-da uma “profissão”. Queremos “revolu-cionários profissionais”, não “políticosprofissionais”. Pelos mesmos motivos,estimulamos a juventude da tendência aconcluir sua formação e iniciar tão logopossível uma vida profissional, até por-que isto é fundamental para ampliar nossa influên-cia junto à classe trabalhadora assalariada.

O petista que quiser ingressar na AE deve for-malizar esta intenção junto a uma instância da ten-dência. Cabe a esta instância realizar a apresenta-ção política da AE. Em seguida, cabe à instânciaaprovar ou não, em reunião convocada para estefim, o ingresso de cada militante. A decisão da ins-tância deve ser comunicada a toda tendência, ca-bendo recurso da decisão às instâncias superiores.

Só podem votar e ser votados nos processosdeliberativos internos, em todos os níveis, os mili-tantes da AE que estejam em dia com sua contri-buição financeira e que tenham um ano de militân-cia na tendência.

Instâncias da AE

A tendência possui os seguintes níveis de deci-

são e de direção em âmbito nacional, estadual emunicipal: Congresso, Conferência, Plenária, Di-reção, Coordenação, Secretariado, Comissão deÉtica e Núcleo.

Os Congressos da AE são convoca-dos pela direção nacional da tendência,no intervalo máximo de dois anos, paradebater questões programáticas e estra-tégicas.

As Conferências da AE podem serconvocadas pela direção nacional da ten-dência, a qualquer momento, para deba-ter questões táticas, políticas setoriais eorganizativas. As direções estaduais e

municipais podem convocar conferências em seurespectivo âmbito de atuação.

Os Congressos e as Conferências são integra-dos por delegados/as eleitos/as nos níveis inferio-res, na proporção e forma determinada na respecti-va convocatória.

As direções e coordenações da tendência, emqualquer nível, podem convocar plenárias de mili-tantes. As deliberações de uma plenária têm caráterconsultivo e precisam ser homologadas pela res-pectiva direção.

Os congressos, conferências e plenárias da AEsão abertas à participação da militância petista.

A direção, o secretariado, a comissão de ética ea coordenação setorial são eleitos pela conferênciaou pelo congresso convocados com este fim.

A Comissão de Ética será composta por quatromilitantes, eleitos pelo voto secreto dos/as delega-dos/as do respectivo congresso ou conferência. As

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direções da tendência, em todos os níveis, só apre-ciarão casos de infração à ética com base em pare-cer prévio das respectivas comissões de ética.

Qualquer militante da AE tem o direito e o de-ver de – verificado o descumprimento das condi-ções políticas que definem um militante da Articu-lação de Esquerda, bem como a infração às orien-tações da tendência – encaminhar uma solicitaçãoà respectiva comissão de ética, a quem caberá ana-lisar o caso e emitir um parecer, que será aprovado,reformado ou rejeitado pela respectiva direção, ca-bendo recurso às instâncias superiores. Similar aoque é previsto no estatuto do PT, a direção nacionalda AE está mandatada a adotar procedimentos ex-traordinários, se disto depender a integridade datendência.

A coordenação, a direção, o secretariado e acomissão de ética são eleitos, em cada nível, pelos/as respectivos/as delegados/as, através de voto se-creto. Caso não exista acordo na composição deuma lista única, a votação pode ser individual oupor chapas. Em caso de disputa de chapas, não ha-verá proporcionalidade.

No caso da juventude, as conferênci-as devem ser realizadas anualmente e fa-zer uma renovação parcial ou total dasrespectivas coordenações.

Todas as direções da AE, em qualquernível, devem ter paridade de gênero.

As instâncias da AE devem reunir-seno mínimo uma vez por mês para deba-ter a situação política e deliberar sobrenossa atuação no partido; nos movimen-

tos sociais; nos governos; nos parlamentos; nos pro-cessos eleitorais e institucionais.

Os núcleos da AE são integrados por militantesque atuam num determinado local de trabalho, demoradia e de estudo. Sua existência deve sercomunicada para e homologada pela instância ime-diatamente superior.

A AE possui setoriais e não tendências autôno-mas que atuam num determinado movimento.

Ao secretariado nacional cabe implementar asdecisões da Direção e demais instâncias, tendocomo tarefas permanentes as Jornadas de Forma-ção, o jornalPágina 13, a revista Esquerda Petista,a página eletrônica e a difusão de conteúdo nas re-des sociais, as finanças nacionais. Cabe ao secreta-riado, também, construir uma política de organiza-ção, coordenar nossa atuação na frente de massas ena frente institucional, bem como supervisionarnossa atuação no Partido, em particular no Dire-tório Nacional e na Fundação Perseu Abramo.

Finanças

A contribuição nacional militante éresponsabilidade individual. Não podeser paga por terceiros. Deve ser deposi-tada pessoalmente por cada militante naconta bancária da tesouraria nacional.

À tesouraria nacional caberá informarregularmente, de preferência uma vez pormês, através da lista nacional da tendên-cia, a relação nacional de quem pagouintegralmente e de quem está pagando

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parceladamente, indicando os nomes, estado e va-lores pagos.

Quem não constar deste cadastro nacional demilitantes em dia não possui os direitos do militan-te da AE, pois não cumpre um de seus deveres.Logo, dirigentes e militantes da tendência que nãoconstem do cadastro serão suspensos das instânci-as, perdendo o direito a votar e ser votados, até quepaguem; e nas mesmas circunstâncias, deixam defazer parte da lista nacional de correios eletrônicosda AE. Quem não paga a contribuição anual obri-gatória não é militante da tendência, não tendo di-reito a voz nem a voto em nossas atividades.

A integridade política e organizativa da tendên-cia depende de sua orientação geral, que por suavez também está vinculada à sua independênciamaterial. Por isto nosso esforço para que as ativi-dades da tendência sejam mantidas pela contribui-ção de nossa militância.

Cada militante decide qual o valor de sua con-tribuição anual obrigatória. Ou seja, cada militantedeve analisar a tabela de contribuição proporcionalaprovada pela direção da tendência, verificar qualsua faixa de contribuição e fazer o devi-do pagamento.

Não é preciso comprovar rendimen-tos, nem dar justificativas. O valor deveser pago em uma, em duas ou em trêsparcelas. Havendo necessidade de mai-or parcelamento, a tesouraria nacionaltem autonomia para negociar. Toda difi-culdade pessoal é levada em considera-ção. Caso o militante não tenha fonte de

renda, deve pagar sua contribuição vendendo assi-naturas do jornal Página 13 e/ou revistas EsquerdaPetista, em número determinado pela tesourarianacional. A única coisa que não se admite é a faltade compromisso com a sustentação material da ten-dência.

Os recursos arrecadados (através da contribui-ção militante, mais os que são fruto de venda demateriais e arrecadação de contribuições de simpa-tizantes) são utilizados basicamente nas seguintesdespesas correntes: 1) impressão e distribuição dojornal mensal Página 13; 2) impressão e distribui-ção da revista quadrimestral Esquerda Petista; 3)manutenção da página eletrônicawww.pagina13.org.br; 4) publicações e impressosvariados; 5) jornadas semestrais de formação polí-tica (nos meses de janeiro e julho); 6) ajuda de cus-to para dirigentes; 6) viagens de dirigentes; 7) re-passes para os estados; 8) gastos de manutençãoadministrativa da Associação de Estudos Página 13.

A tabela de contribuições adota o critério daprogressividade (quem ganha mais, paga mais), dis-tribuída em grande número de faixas. A partir desta

tabela, cada militante calcula o valor doseu salário líquido da seguinte forma:depois de abater contribuições legais,contribuição para com o Partido, pensãoalimentícia etc., verifica em qual faixa seencaixa e determina assim o valor de suacontribuição anual.

O valor devido é pago uma única vezao ano. Conforme já ressaltado, não hánecessidade de comprovar nada, nem de

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justificar os valores. O único “controle”que se fará é a divulgação, na lista nacio-nal da AE, do valor das contribuições eda situação (em dia, parcelado, atrasado).

Uma vez por ano, pelo voto favorávelde 4/5 de seus integrantes, a direção na-cional deve atualizar a tabela para cálcu-lo da contribuição única anual, podendovir a alterar tanto o valor da contribuiçãomínima quanto as faixas de contribuição.

A tabela para fins de cálculo da contribuição noano de 2015 é a seguinte:

No que se refere às alíquotas vigen-tes para 2015, de cada real recolhido pelatesouraria nacional a título de pagamen-to da contribuição anual obrigatória, 60%ficará com a instância nacional e 40%serão revertidos para a direção estaduale municipal correspondentes à atuaçãoda/o militante que fez o pagamento, naproporção de 50% para cada instância.

A tesouraria nacional começará a realizar os re-passes para os estados somente depois que tiverarrecadado o suficiente para garantir a publicaçãodo Página 13 e a manutenção dawww.pagina13.org.br.

Não havendo instância estadual e municipal, ovalor da contribuição ficará integralmente com atesouraria nacional.

É tarefa da tesouraria da AE, em todos os ní-veis, propor para debate e deliberação um orçamentoanual, com base no plano de trabalho aprovado pelarespectiva instância. É tarefa da tesouraria, também,propor campanhas especiais de arrecadação, tendocomo diretriz: “Nós financiamos nossas ideias”.

As direções estaduais e municipais, bem comoas coordenações e núcleos da AE têm autonomiapara estabelecer sua política de finanças comple-mentar, observando a progressividade e a necessi-dade de criar uma cultura permanente de contribui-ção financeira militante. Tais políticas complemen-tares não incidirão sobre a condição de militantedos membros da AE.

Nas Conferências e Congressos da AE, haveráum relatório da direção que encerra o seu mandato.

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realizaçõese de nossaslimitações.

Até 1 salário mínimo: pagamento de 90 reais.

De 1 a 3 salários mínimos: 12% do salário líquido mensal.

De 4 a 6 salários mínimos: 13% do salário líquido mensal.

De 7 a 9 salários mínimos: 14% do salário líquido mensal.

De 10 a 12 salários mínimos: 15% do salário líquido mensal.

De 13 a 15 salários mínimos: 16% do salário líquido mensal.

De 16 a 18 salários mínimos: 17% do salário líquido mensal.

De 19 a 21 salários mínimos: 18% do salário líquido mensal.

De 22 a 24 salários mínimos: 19% do salário líquido mensal.

De 25 a 27 salários mínimos: 20% do salário líquido mensal

De 28 a 30 salários mínimos: 21% do salário líquido mensal

De 31 a 33 salários mínimos: 22% do salário líquido mensal.

De 34 a 36 salários mínimos: 23% do salário líquido mensal.

De 37 a 39 salários mínimos: 24% do salário líquido mensal.

De 40 a 42 salários mínimos: 25% do salário líquido mensal.

Periodicamente, a tesouraria nacional repassaráum percentual do que for arrecadado para as tesou-rarias estaduais e municipais. Os percentuais serãodefinidos e atualizados anualmente pela direção na-cional.

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No caso da Tesouraria, haverá um relatório especí-fico, apresentado para um colegiado composto depreferência pelos tesoureiros estaduais, que devemse reunir durante o respectivo Congresso/Conferên-cia, para debater o relatório.

Organização

A AE trabalha para existir regularmente nos 27estados do país, ter direções municipais nas maio-res cidades de cada estado, constituir coordenaçõessetoriais nos principais movimentos sociais e ter oconjunto de sua militância nucleada.

Cabe à direção nacional visitar regularmente osestados e municípios. Cabe aos dirigentes em to-dos os níveis difundir o jornal Página 13, arevista Esquerda Petista, bem como nossos livrose nossas publicações nas redes sociais.

Para facilitar a comunicação com a militânciada AE, a direção nacional dispõe de várias listas dedebates na internet. A moderação da lista terá auto-nomia para suspender da mesma, imediatamente,quem não obedecer aos padrões de civilidade e ur-banidade. A moderação da lista será deresponsabilidade de um integrante daDNAE.

As direções estaduais, municipais esetoriais devem adotar procedimento si-milar.

Formação Política

A construção de uma cultura socia-

lista de massas é um componente importante denossa estratégia. Para tal, é preciso travar uma lutateórica e ideológica contra muitas ideias atualmen-te hegemônicas na sociedade e inclusive na esquer-da brasileira.

A luta teórica passa por compreender as tendên-cias do capitalismo atual, no mundo, no continentee no Brasil; passa por um balanço da luta e das ten-tativas de construção do socialismo no século XX;e passa, finalmente, pela elaboração de uma estra-tégia de luta pelo socialismo, no século XXI.

A luta ideológica passa por difundir esta com-preensão teórica, através da análise crítica e da ori-entação política concreta frente a cada episódio daluta de classes.

Tanto a luta teórica, quanto a luta ideológica,possuem uma dimensão individual: o militante queestuda e que defende os pontos de vista do socialis-mo. Mas precisam assumir uma dimensão coletiva:quando estes pontos de vista se materializam notrabalho de uma organização político-partidária.

Para dar conta destes objetivos, a AE tem comometa construir uma Escola de Quadros, que esti-

mule a produção teórica e forneça for-mação política para nossa militância.

Caberá a esta escola organizar e ofe-recer um conjunto de seminários e cur-sos de caráter nacional. Ademais, daráapoio para a realização de cursos e semi-nários descentralizados, nos estados eregiões. Os cursos propostos deverãooferecer a formação mínima obrigatóriapara os/as dirigentes da AE.

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realizaçõese de nossaslimitações.

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A Escola de Quadros será responsá-vel, ainda, por organizar ou apoiar a or-ganização de seminários sobre temas es-pecíficos ou gerais, tais como: parlamen-tares e executivos, movimento secunda-rista, balanço setorial do governo fede-ral, juventude, movimento sindical, ca-pitalismo e meio-ambiente, mulheres,LGBT, portadores de deficiência, com-bate ao racismo, reforma urbana, questão agrária.

A Escola de Quadros deverá formar um coleti-vo de professores/as que possa desenvolver as ati-vidades nos estados, de maneira descentralizada esob a orientação das direções estaduais, municipaise setoriais. A atividade da Escola de Quadros deveser permanente, com uma programação no mínimosemestral, as chamadas Jornadas de Formação.

As atribuições políticas e organizativas referen-tes à Escola de Quadros e ao conjunto do trabalhode formação da tendência serão de responsabilida-de da secretaria nacional de formação política, aquem cabe constituir um coletivo de formação.

O coletivo de formação deve não apenas acom-panhar o trabalho desenvolvido acima, mas tam-bém debater os temas vinculados à formação polí-tica do PT e da Fundação Perseu Abramo.

As direções estaduais e municipais da AE de-vem constituir coletivos de formação política, quepromoverão cursos e jornadas de formação, orga-nizarão atividades de apresentação da AE para quempretende ingressar na tendência, organizarão gru-pos de estudos sobre as resoluções do PT e da AE,sobre a conjuntura nacional e internacional, bem

como demais temas de interesse.

Comunicação

A AE difunde ou pode difundir suasorientações através de vários mecanis-mos, entre os quais: o jornal Página 13;a revista Esquerda Petista; as publica-ções da Editora Página 13; a página

www.pagina13. org.br; a publicação periódica deartigos e entrevistas em outros meios de comunica-ção, por parte de nossos dirigentes.

O objetivo do jornal Página 13 é informar oponto de vista da tendência para dois públicos: a)os e as militantes da AE, que devem ser estimula-dos a ler e debater seu conteúdo, para que o jornalsirva como instrumento de orientação política datendência em nível nacional; b) toda a militância deesquerda que influenciamos politicamente, no Par-tido, no parlamento, nos governos e nos movimen-tos sociais.

Para atingir este público, o Página 13 precisadispor de meios financeiros, editoriais e de distri-buição. Deve construir um projeto editorial e gráfi-co compatível com os objetivos descritos, além deter como meta constituir uma equipe composta porum editor profissionalizado, uma equipe de reda-ção voluntária, um conselho editorial político e cor-respondentes fixos nas diversas frentes de atuaçãoda tendência.

A distribuição do jornal deve ser feita por trêscanais diferentes:

a) via correio (físico), para os/as assinantes;

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b) através da distribuição direta feitapelos/as militantes da tendência;

c) distribuição digital, feita pelos mi-litantes via redes sociais.

A revista Esquerda Petista tem comopropósito ser um espaço para o debatede maior fôlego ideológico, teórico, pro-gramático e estratégico. É editada sobresponsabilidade da tendência petista Ar-ticulação de Esquerda, mas aberta a militantes deesquerda que não integram nossa tendência. Comono jornal Página 13, cada autor é responsável peloque escreve e suas posições não necessariamentecoincidem com as posições da tendência.

O jornal Página 13 e a revista EsquerdaPetista são publicações da Associação de EstudosPágina 13. Além do jornal Página 13 e dawww.pagina13.org.br, a Associação de EstudosPágina 13 é responsável pela publicação das reso-luções, documentos e demais materiais para a di-vulgação das ideias da tendência, através da Edito-ra Página 13.

A página eletrônica da Articulação de Esquerda

(www.pagina13.org.br) é um meio de di-vulgação das informações públicas de in-teresse da tendência.

Um dos objetivos da página eletrôni-ca é produzir e oferecer, aos meios decomunicação, artigos opinativos e infor-mativos de dirigentes da tendência. Nes-te sentido, a página eletrônica tambémserá uma modesta agência de notícias e

funcionará como uma espécie de assessoria de co-municação coletiva da tendência.

As atribuições políticas e organizativas referen-tes à função editorial da Associação de EstudosPágina 13, ao jornal e à página eletrônica ficarãosob a responsabilidade da secretaria nacional de co-municação, a quem cabe constituir um coletivo decomunicação.

Este coletivo de comunicação terá como objeti-vos acompanhar o trabalho de comunicação des-crito acima, organizar a política de comunicaçãoda tendência em nível nacional e regional e organi-zar nossa luta por um sistema de comunicação deesquerda, incluindo TV, rádio, redes sociais e di-versas publicações, inclusive um jornal de massas.

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Plano de trabalho 2015-2016

A evolução da conjuntura internacio-nal e nacional, assim como os dilemasdo governo e do Partido confirmaram noessencial as opiniões políticas defendi-das pela Articulação de Esquerda acercadas grandes disputas estratégicas do atu-al momento histórico, no âmbito interna-cional, no Brasil e no PT.

No mundo, prossegue a disputa entredois blocos e duas vias de desenvolvimento capita-listas, cabendo à esquerda petista contribuir paraque o socialismo volte a ser um dos polos alternati-vos.

No continente americano, prossegue a disputaentre dois projetos de integração regional, cabendoà esquerda petista contribuir na defesa e implemen-tação de uma integração latino-americana ecaribenha, anti-imperialista e que tenha como hori-zonte o socialismo.

No Brasil, prossegue a disputa entre as vias con-servadora e democrática de desenvolvimento capi-talista, cabendo à esquerda petista defender umaalternativa democrático-popular e socialista.

No governo, prossegue a disputa en-tre neoliberalismo, social-liberalismo,nacional-desenvolvimentismo e social-desenvolvimentismo. Cabe à esquerdapetista lutar para que os neoliberais se-jam afastados do estratégico ministérioda Fazenda; e para que o conjunto dogoverno se oriente em favor das refor-mas estruturais.

No Partido dos Trabalhadores, instalou-se umacrise profunda, resultado do esgotamento da “es-tratégia” que visava “melhorar a vida do povo atra-vés de políticas públicas”, “acumular forças priori-tariamente através da via eleitoral” e “transferir parao governo o centro de decisões políticas”.

Cabe à esquerda petista convencer o conjuntodo Partido da necessidade de mudar deestratégia: fazer que o Partido volte a ser o cen-tro de decisões políticas, acumular forças com-binando luta social/cultural/eleitoral, melhorara vida do povo através de reformas estruturaisdemocrático-populares, articular nossa estraté-gia com a luta pelo socialismo.

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Cada uma das grandes disputas es-tratégicas do atual momento histórico (nomundo, no continente, no Brasil, no go-verno e no PT) obedece a um ritmo pró-prio. Mas está cada vez mais claro queos tempos estão se sincronizando e seacelerando. A esquerda petista precisa sepreparar para diferentes cenários, dosquais decorrem estratégias também di-ferentes.

Neste sentido, reiteramos a importância de nos-sa militancia ampliar seu conhecimento sobreo capitalismo do século XXI, sobre as tentativasde construção do socialismo no século XX e so-bre as estratégias de luta pelo socialismo noBrasil e também na América Latina. Este esforçointegra o objetivo de construir uma escola de pen-samento socialista no Brasil, entendendo por esco-

la uma corrente de pensamento baseadanum forte movimento político-social, ca-paz de recolocar o socialismo como umaalternativa prática para a sociedade bra-sileira.

Reiteramos, em especial, a necessida-de de nossa militância conhecer as clas-ses e a luta de classes no Brasil, profun-damente alterada desde o período neoli-

beral; assim como precisamos conhecer melhor asituação da classe trabalhadora, suas organizaçõese movimentos sociais, os partidos políticos e suarelação com a intelectualidade.

Reiteramos, especificamente, a importância denossa militância compreender em que medida astendências internas do PT refletem as diferentes fra-ções de classe e as diferentes tendências políticasexistentes na classe trabalhadora. Assim como –para poder melhor combatê-los – compreender emque medida setores da esquerda brasileira e do pró-prio Partido estão convertendo-se em porta-vozesde setores e interesses empresariais.

Reiteramos, finalmente, que a militância da Ar-ticulação de Esquerda deve estudar e difundir asresoluções de nossos Congressos, Conferências eSeminários, publicadas por exemplo noslivros Socialismo ou Barbárie, Novos rumos parao governo Lula e Resoluções da Décima Conferên-cia da Articulação de Esquerda.

Além de melhorar nossa compreensão acerca dasituação mundial, regional, brasileira, do governoe do Partido, precisamos ganhar musculatura. Pelosmotivos explicados no texto “A trajetória da ten-

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dência petista Articulação de Esquerda”, a presen-ça da esquerda petista na direção nacional do PTreduziu-se muito nos últimos anos. No caso espe-cífico da Articulação de Esquerda, nossa presençacaiu desde um patamar inicial de 30% em 1993,para um patamar de 10% em 2005 e de 5% em 2013.

O objetivo central de nosso plano de trabalhono período 2012-2014 foi deter a queda e voltar acrescer. Este continua sendo o objetivo do plano detrabalho para o período 2015-2016.

Ressaltamos que trata-se de crescer com baseem nossa política e utilizando nossos métodos.

A dependência em relação a contribuições ex-ternas, empresariais ou de aparatos políticos, geramais cedo ou mais tarde deformações programáti-cas e políticas que – como estamos vendo na histó-ria recente – são capazes de converter setores daesquerda em agentes de lobby a serviço de interes-ses pessoais, de grupo ou mesmo para-empresari-ais. Além de expor o conjunto do Partido a acusa-ções de “corrupção”, “fisiologismo” e“carreirismo”. Por estes motivos, é essencial, nestesentido, que a Articulação de Esquerda seja capazde auto-financiar sua atividade política.

Campanha financeira

As atividades nacionais da AE ao lon-go do ano de 2015 custarão pelo menosR$ 290 mil. Este valor inclui os gastoscom a edição do jornal Página 13 e darevista Esquerda Petista, a manutençãoda página eletrônica, a realização das jor-

nadas de formação, a visita aos estados e o apoioaos dirigentes da juventude, a participação nos con-gressos da CUT, UNE, UBES, PT e JPT.

No início de abril de 2015, a tesouraria nacionaldispõe em caixa de R$ 130 mil. Portanto, temosum déficit de R$ 160 mil.

Propomos cobrir este déficit da seguinte manei-ra:

a) campanha de arrecadação de contribuiçõesjunto aos simpatizantes;

b) campanha de arrecadação de contribuiçõesjunto a potenciais militantes que estão em atrasocom uma ou mais contribuições desde 2012;

c) campanha de arrecadação suplementar juntoaos militantes em dia.

Aos simpatizantes pediremos doações para sus-tentar o Página13, a Revista Esquerda Petista e asJornadas Nacionais de Formação. Será produzidoum bônus-rifa para este fim e um sistema de doa-ção via internet.

Aos potenciais militantes em atraso será propos-to que paguem uma cota única referente ao valorde 2015.

Aos militantes que já contribuíramserá solicitado que busquem dobrar suascontribuições ou que, pelo menos, pa-guem o equivalente ao valor médio pagonos anos anteriores.

Construção da AEe construção do PT

Somos uma tendência petista, que tem

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como principal objetivo interno tornar hegemônicano PT a estratégia democrático-popular e socialis-ta. O fortalecimento da AE supõe o fortalecimentodo PT.

Nossa capacidade de atingir este objetivo depen-de de que tenhamos mais força dentro do PT. E for-ça significa, mais que tamanho numérico, capaci-dade de incidência política.

Isso inclui, por um lado, fortalecer a Articula-ção de Esquerda, da forma e com a orientação polí-tica descrita neste Plano de Trabalho e nas resolu-ções do Segundo Congresso da AE. Inclui, por ou-tro lado, um diálogo com diversos setores do Parti-do que mantém pontos de contato com nossas opi-niões programáticas, estratégicas, táticas e organi-zativas.

Propomos a estes setores realizar em 2015 um en-contro nacional e encontros estaduais do conjunto dasforças sociais e políticas petistas comprometidas como projeto democrático-popular & socialista.

Metas para 2015-2016

No período de 2015-2016, os militan-tes da Articulação de Esquerda devemtrabalhar para alcançar os seguintes ob-jetivos:

1) Manter uma campanha permanen-te de filiações ao PT, trazendo para o Par-tido nossa base social e eleitoral, dandoa esta base mecanismos que permitamuma atuação orgânica e politizada;

2) Incidir ativamente na vida partidá-

ria, organizando núcleos, intervindo nas reuniõesdas direções em todos os níveis, contribuindo nassecretarias e setoriais, disputando rumos na juven-tude partidária, participando dos encontros, congres-sos e da eleição das direções partidárias;

3) Atuar com protagonismo na articulação deuma frente popular em defesa da democracia e dasreformas. Um esforço especial deve ser feito paradialogar com o petismo social, aquilo que algunschamam de “nação petista”;

4) Incidir na política de reflexão e de formaçãodo PT, bem como no debate de ideias junto à inte-lectualidade de esquerda, através da participaçãoativa na Fundação Perseu Abramo e na Escola Na-cional de Formação;

5) Participar ativamente dos debates preparató-rios e da plenária final do 5º Congresso do Parti-do dos Trabalhadores;

6) Ampliar nossa bancada no Congresso da CUTem 2015 e, de maneira geral, ampliando nossa pre-sença na classe trabalhadora, especialmente junto ajuventude, mulheres, negros e negras. Temos comometa ter núcleos de base nas principais categorias;

7) Organizar nossa presença nos mo-vimentos populares, com destaque paraos movimentos de trabalhadores rurais epara os movimentos de moradia;

8) Crescer nossa incidência junto asorganizações da juventude em geral, comdestaque para a UNE e para a UBES;

9) Realizar a 4ª Conferência das Mu-lheres da AE, nos níveis municipais, es-taduais, distrital e nacional. A etapa na-

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cional será em julho de 2015 (data tenta-tiva), em local e com regimento definidopela Direção Nacional da AE;

10) Realizar a 1ª Conferência de Saú-de da Articulação de Esquerda, cabendoà Direção Nacional definir a data, o locale o regimento interno, que deve prevermecanismos que possibilitem a maisampla participação, com direito a voz, depetistas e simpatizantes que atuam em defesa doSUS;

11) Realizar em novembro de 2015 (data tenta-tiva) a 1ª Conferência Nacional de Cultura da AE,em data, local e regimento a ser definido pela Dire-ção Nacional da AE;

12) Realizar, entre maio de 2015 e junho de 2016,plenárias e conferências dos demais setores em quea AE atua, tais como sindical, juventude, educação,moradia, agrária, combate ao racismo, LGBT, meio-ambiente, governos & parlamentos;

13) Organizar nossa participação nos encontrossetoriais do PT no primeiro semestre de 2016, vi-sando ampliar nossa presença nos secretarias e co-ordenações e contribuir para o fortalecimento dossetoriais e a atuação dos petistas nos movimentossociais. É necessário atualizar as plataformassetoriais, especialmente no sentido de relacionar es-tas pautas com as demais reivindicações da classetrabalhadora;

14) Disputar o III Congresso da JPT apresen-tando a defesa de uma juventude socialista, autô-noma, militante e de massas;

15) Ampliar a circulação do jornal Página 13,

da revista Esquerda Petista, ampliar osacessos à www.pagina13.org.br e nossapresença nas redes sociais;

16) Lançar um material de apresen-tação da tendência petista Articulação deEsquerda, principalmente para uso nodebate com os militantes que pretendamingressar na AE. Prosseguir o trabalhoda Editora Página 13;

17) Consolidar e capilarizar nosso processo deformação política, avançando na construção da Es-cola de Quadros da AE. Realizar a XV jornada na-cional de formação em julho de 2015, a XVI jorna-da nacional em janeiro de 2016 e a XVII jornadanacional em julho de 2016. Iniciar a produção domaterial pedagógico, incluindo ferramentas de en-sino à distância;

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18) Realizar a partir de maio de 2015uma jornada da direção nacional da AEnos 27 estados do país, realizando emcada capital pelo menos um debate aber-to a todo o Partido e pelo menos umareunião com cada direção estadual, paradiscutir a conjuntura e os desafios do PT.Temos como meta ter direções organiza-das em todos os estados e nas 100 prin-cipais cidades do país;

19) Participar dos processos eleitorais, buscan-do eleger maior número de prefeitos e vereadoresem 2016. E planejar desde já nossa participação naseleições de 2018. Nesta perspectiva, realizar umseminário nacional sobre propostas democráticas epopulares para as cidades brasileiras.

Direção nacional

Para implementar este plano de trabalho, é elei-ta a direção nacional, o secretariado e a comissãode ética a seguir:

Direção Nacional da AE:Adriano de Oliveira (RS)Adriele Manjabosco (RS)Adriana Miranda (DF)Ananda de Carvalho (RS)André Vieira (PR)Bárbara Hora (ES)Bruno Elias (DF)Damarci Olivi (MS)Daniela Matos (DF)

Eduardo Loureiro (GO)Eleandra Raquel Koch (RS)Eliane Bandeira (RN)Elisa Guaraná de Castro (DF)Emílio Font (ES)Fernando Feijão (PI)Giovane Zuanazzi (RS)Gleice Barbosa (MS)Iole Ilíada (SP)

Izabel Cristina Gomes da Costa (RJ)Ivonete Almeida (SE)Jandyra Uehara (SP)Joel de Almeida (SE)José Gilderlei (RN)Karen Lose (RS)Leirson Silva (PA)Lício Lobo (SP)Múcio Magalhães (PE)Olavo Carneiro (RJ)Patrick Araújo (PE)Rafael Tomyama (CE)Rodrigo Cesar (SP)Rosana Ramos (DF)Silvia Vasques (RS)Sônia Aparecida Fardin (SP)Valteci Mineiro de Castro (MS)Valter Pomar (SP).

Secretariado Nacional:

Adriano de Oliveira (RS)Adriele Manjabosco (RS)Bruno Elias (DF)

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Damarci Olivi (MS)Iole Ilíada (SP)Jandyra Uehara (SP)Lício Lobo (SP)Rodrigo Cesar (SP)Rosana Ramos (DF)Valter Pomar (SP).

Comissão de ética nacional:

Ana Affonso (RS)Iriny Lopes (ES)Jonatas Moreth (DF)Júlio César de Quadros (RS)

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O Segundo Congresso elegeu uma nova direçãonacional para a AE, composta pelos seguintes com-panheiros e companheiras:Adriano de Oliveira/RSAdriele Manjabosco/RSAdriana Miranda/DFAnanda de Carvalho/RSAndré Vieira/PRBárbara Hora/ESBruno Elias/DFDamarci Olivi/MSDaniela Matos/DFEduardo Loureiro/GOEleandra Raquel Koch/RSEliane Bandeira/RNElisa Guaraná de Castro/DFEmílio Font/ESFernando Feijão/PIGiovane Zuanazzi/RSGleice Barbosa/MSIole Ilíada/SPIzabel Cristina Gomes da Costa/RJIvonete Almeida/SE

Jandyra Uehara/SPJoel de Almeida/SEJosé Gilderlei/RNKaren Lose/RSLeirson Silva/PALício Lobo/SPMúcio Magalhães/PEOlavo Carneiro/RJPatrick Araújo/PERafael Tomyama/CERodrigo Cesar/SPRosana Ramos/DFSilvia Vasques/RSSônia Aparecida Fardin/SPValteci Mineiro de Castro/MSValter Pomar/SP

Também foram eleitos, para a comissão de éticanacional:Ana Affonso/RSIriny Lopes/ESJonatas Moreth/DFJúlio César de Quadros/RS

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