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0 UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pedagogia Carolina de Carvalho Marchi Gabriella dos Santos Silva ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO AMBIENTE HOSPITALAR LINS – SP 2017

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pedagogia

Carolina de Carvalho Marchi

Gabriella dos Santos Silva

ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO AMBIENTE HOSPITALAR

LINS – SP

2017

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CAROLINA DE CARVALHO MARCHI

GABRIELLA DOS SANTOS SILVA

ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO AMBIENTE HOSPITALAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob a orientação da profª Dra. Fabiana Sayuri Sameshima e orientação técnica da Profª Ma Fatima Eliana Frigatto Bozzo.

LINS – SP

2017

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Marchi, Carolina de Carvalho; Silva, Gabriella dos Santos

Atuação do pedagogo no ambiente hospitalar / Carolina de Carvalho Marchi; Gabriella dos Santos Silva. – – Lins, 2017.

61p. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Pedagogia, 2017.

Orientadores: Fabiana Sayuri Sameshima; Fátima Eliana Frigatto Bozzo

1. Atuação do Pedagogo. 2. Pedagogia Hospitalar. 3. Educação. I Título.

CDU 37

M265a

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Carolina de Carvalho Marchi

Gabriella dos Santos Silva

ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO AMBIENTE HOSPITALAR

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro

Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de graduação

do curso de Pedagogia.

Aprovado em ________/________/________

Banca Examinadora:

Profª Orientadora: Drª Fabiana Sayuri Sameshima

Titulação: Doutora em Educação pela UNESP/Marília

Assinatura: _________________________________

1º Profª: Fatima Eliana Frigatto Bozzo

Titulação: Mestre em Odontologia – Saúde Coletiva – Universidade do Sagrado

Coração – USC- Bauru

Assinatura: _________________________________

2º Profª: Daniela da Silva Garcia Regino

Titulação: Enfª Mestre pela Universidade de Guarulhos/ Guarulhos – SP

Assinatura: _________________________________

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha família que sempre me apoiou nos

momentos mais difíceis me incentivando e motivando. Se hoje cheguei até

aqui, com toda certeza foram vocês que me deram forças!

Carolina de Carvalho Marchi

Dedico este trabalho a minha família, em especial meus pais, amor

maior, que durante todo este processo estiveram ao meu lado. Acredito que o

amor incondicional vence tudo, e esse amor me fez vencer esta etapa.

Gabriella dos Santos Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, que sempre esteve presente em

todos os momentos da minha vida, me guardando e me

fortalecendo.

As pessoas mais importantes da minha vida: minha mãe Eliana,

meu pai Ubiracy e meu irmão Felipe. Minha base, meu amparo

e meu abrigo.

A meu namorado Winston que me apoiou em todos os momentos.

Minha enorme gratidão as minhas orientadoras Fabiana e

Fatima pela dedicação, orientação, contribuindo para meu

crescimento profissional.

A Gabriella pelo companheirismo e amizade, que fizeram com

que essa etapa se tornasse mais suave.

Carolina de Carvalho Marchi

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, minha eterna gratidão a Deus, que com sua luz e

cuidado, esteve a todo momento ao meu lado me abençoando. A

Nossa Senhora por suas bênçãos e intercessões.

Gratidão aos meus pais Mariza e Valmir, por terem sido desde o

início anjos de luz, me dando todo amor e apoio necessário para que

eu pudesse passar por todas as etapas difíceis, e também por estarem

comigo em todos os momentos de conquista.

A minhas orientadoras: Fabiana e Fatima, que me deram total apoio,

me orientando e agregando no meu futuro profissional. Gratidão!

Gratidão a minha tia Rosangela, que iluminou meu caminho para que

eu escolhesse esta profissão, me mostrando o que é ser um bom

profissional, e além de tudo bom ser humano.

A minha parceira Carolina, minha eterna gratidão, pois esteve

comigo a todos os momentos, sendo amiga e companheira. Ser

humano do bem que com toda certeza será excelente profissional.

Gabriella dos Santos Silva

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RESUMO

A presente pesquisa apresenta o tema sobre a atuação do pedagogo no ambiente hospitalar, expondo sua relevância no processo de aprendizagem durante o período de internação da criança e do adolescente, impossibilitados de frequentarem regularmente a sala de aula por motivo de doenças. Nesse sentido o objetivo geral deste trabalho foi analisar a importância do atendimento pedagógico-educacional no ambiente hospitalar. Os objetivos específicos foram: descrever a importância e as contribuições da Pedagogia Hospitalar para a educação das crianças e adolescentes internados; avaliar o papel do pedagogo na educação de crianças e adolescentes no ambiente hospitalar e identificar a concepção do professor acerca da importância do atendimento hospitalar. Para a coleta de dados foram elaborados dois questionários contendo perguntas descritivas, relacionadas ao tema da pesquisa contemplando aspectos sobre a atuação do professor hospitalar e a concepção dos que trabalham na rede regular de ensino acerca dessa área. Os questionários foram respondidos por 16 pedagogos, sendo 8 hospitalares de diferentes regiões e 8 da rede Municipal e Estadual de Ensino Fundamental – anos iniciais, da cidade de Lins e Cafelândia. A coleta de dados ocorreu durante o mês de setembro de 2017. Os resultados apontaram a relevância do profissional da educação dentro do ambiente hospitalar, visto que auxilia no tratamento de saúde e no desenvolvimento intelectual dos alunos internados, proporcionando-lhes uma melhor aprendizagem. Entretanto foi possível perceber que ainda é uma área pouco estudada e que os professores de salas regulares não apresentam conhecimentos teóricos sobre a Pedagogia Hospitalar. Pode-se concluir que o pedagogo hospitalar é um agente transformador na vida da criança internada, o que se torna necessário maior divulgação, estudos e valorização do tema desta pesquisa nos cursos de Pedagogia.

Palavras-chave: Atuação do pedagogo. Pedagogia Hospitalar. Educação.

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ABSTRACT

The prepared research is a presentation of the environment, exposing its significance in the learning process during the period of hospitalization in children and adolescents unable to regularly attend classrooms for health reasons. In this sense, the the general objective of this study was to analyze the importance of educational environment within the larger hospital environment. The specific objectives were: to describe the impact and the contributions of Hospital Pedagogy for the education of hospitalized children and adolescents; evaluate the role of pedagogue in the education of children and adolescents in the hospital to identify the teacher's conception about the importance of hospital. For the collection of data, two questionnaires were prepared containing descriptive questions related to the research topic and which brought to inspection aspects of the hospital teacher’s performance and the conception of the regular school teacher in this area. The questionnaires were answered by 16 pedagogues, of whom 8 were from different regions and 8 were teachers of the Municipal and State Primary School - years of the city of Lins and Cafelândia. The collection of data occurred during the month of September 2017. Results pointed out the relevance of professional education within the hospital environment, since it assists in the treatment and in their intellectual development for better learning. However, it was possible to perceive that it is still a relatively unknown area of study and that teachers in regular classrooms do not have much theoretical knowledge about Hospital Pedagogy. It can be concluded that the hospital educator is a transformative agent in the child's life during hospitalization, which necessitates greater disclosure, study and increased Pedagogy courses. Keywords: Pedagogue performance. Hospital Pedagogy. Education.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Caracterização da amostra dos professores hospitalares

pesquisados......................................................................................................34

Tabela 2: Caracterização da amostra dos professores de rede regular de

ensino................................................................................................................35

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CDI: Comitê de Democratização da Informática

EIC- HOSPITAIS: Escola de Informática e Cidadania em contexto hospitalar

MEC: Ministério da Educação e Cultura

ONGs: Organizações não governamentais

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................. 10

CAPÍTULO I – ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO ............................... 13

1 ÁREAS DO PEDAGOGO .............................................................................. 13

1.1 ONGs...................................................................................................... 14

1.2 Museu..................................................................................................... 15

1.3 Meios de Comunicação........................................................................... 16

1.4 Pedagogia Empresarial........................................................................... 17

1.5 Pedagogia Hospitalar.............................................................................. 19

1.6 Pedagogo na penitenciária......................................................................21

CAPÍTULO II – ATUAÇÃO DO PEDAGOGO POR MEIO DE PROJETOS

LÚDICOS E ATENDIMENTO HOSPITALAR ARTICULADO A ESCOLA

REGULAR........................................................................................................ 23

1 PROJETOS LÚDICOS E OFICINAS PEDAGÓGICAS EM GRUPOS...........23

1.1 Atuação do pedagogo dentro do contexto hospitalar.............................. 30

2.2 Atendimento hospitalar articulado à escola regular................................ 30

CAPÍTULO III – PESQUISA............................................................................. 34

1 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA................................................. 34

1.2 Análise dos dados.................................................................................. 35

CONCLUSÃO................................................................................................... 48

REFERÊNCIAS................................................................................................ 50

APÊNDICE........................................................................................................ 58

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INTRODUÇÃO

Considerando o fato de que a modalidade Pedagogia Hospitalar está

ganhando espaço na sociedade, tanto na área da educação como na área da

saúde, a pesquisa visa a aumentar o acervo de materiais acadêmicos sobre

esse tema, haja vista ser uma temática pouco comentada nos cursos de

Pedagogia.

Os termos “Pedagogia” e “Hospital” são termos que aparecem de forma

diferente no dicionário. De acordo com o Dicionário Houaiss (2001, p. 335),

pedagogia, por seu lado, é caracterizado como “teoria e ciência do ensino” já

hospital se refere a “estabelecimento para internação e tratamento de doente e

feridos” (2001, p.235) A vinculação dos dois termos se deu pela necessidade

de dar seguimento e oportunidade à crianças e adolescentes internados,

seguirem ativas em seu processo de ensino e aprendizagem.

Antigamente não se ouvia falar em pedagogia hospitalar, assim como foi

citado acima. Até mesmo em cursos de formação de professores este assunto

é pouco comentado e estudado. Mas, atualmente, ela vem ganhando espaço

no âmbito da educação pelo fato de não limitar a educação somente ao

ambiente escolar, mas abrangê-la de forma que o hospital passe a ser um

ambiente que proporcione conhecimento.

Vygotsky (2001, p. 109), pontua que: “a aprendizagem da criança

começa muito antes da aprendizagem escolar”, ressaltando que a

aprendizagem, portanto, não se faz só dentro da escola.

A pedagogia hospitalar pode estar presente em vários espaços e de

maneiras diferentes dentro do hospital, através de brinquedotecas, nos

ambulatórios, nos quartos, nas enfermarias e nas classes hospitalares. Porém,

nesse estudo, será salientado o atendimento educacional prestado nas classes

hospitalares.

Essa modalidade de ensino denominado classe hospitalar é reconhecido

Ministério da educação - MEC, através da Secretaria de Educação Especial de

São Paulo (SEESP). A esse respeito, MEC – Secretaria de Educação Especial

- SEESP (BRASIL, 2002, p. 13) afirma que:

Denomina-se classe hospitalar o atendimento pedagógico educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde, seja

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na circunstância de internação, como tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental.

Sobre a prática educacional realizado no ambiente, Fonseca (2008,

p.46) ressalta que:

O trabalho de escola hospitalar, ao mesmo tempo em que focado nos objetivos e vinculados aos conteúdos a desenvolver, deve ser adequado às necessidades e aos interesses dos alunos, provendo também, uma série de possíveis alternativas a fim de que, qualquer que seja o imprevisto que aconteça na sala de aula, tais momentos possam ser aproveitados [...]

Nesta perspectiva, o trabalho pedagógico desenvolvido dentro da classe

hospitalar deve atender as necessidades do aluno, respeitando seu momento

de internação e sua situação de escolaridade. Deve, acima de tudo, levar em

consideração o ritmo, assim como qualquer aluno de ensino regular, ele

também tem seu tempo. As aulas têm de ser fundamentadas em conteúdos

significativos, que trabalhe as habilidades e também a autoestima. Conforme

destacado acima, é de suma importância que as atividades tenham começo,

meio e fim, pois os altos e baixos da doença influenciam no ato das atividades

(FONSECA, 2008).

O pedagogo tem um papel importante dentro do âmbito hospitalar, e

sobre sua prática e seu papel Matos e Mugiatti (2014a, p. 69) afirmam que:

Nesta perspectiva, a atenção pedagógica, mediante a comunicação e diálogo, é essencial para o ato educativo e se propõe a ajudar a criança (ou adolescente) hospitalizada para que, imerso na situação negativa que atravessa no momento, possa se desenvolver em suas dimensões possíveis de educação continuada, como uma proposta de enriquecimento pessoal.

Sendo assim, o educador hospitalar proporciona bem-estar ao sujeito

enfermo, transferindo um pouco do seu cotidiano para dentro daquele novo

contexto, proporcionando uma sensação sadia, embora tenha sua

enfermidade. Todavia a continuidade dada aos seus estudos, muitas vezes,

contribui para sua recuperação.

Quando a criança, o adolescente ou até mesmo o adulto é posto dentro

do hospital para ficar determinado tempo ou não, sua rotina de vida passa a ser

outra, tendo de se adaptar àquele novo contexto. Entretanto ela tem direito a

dar continuidade aos seus estudos, como ressalta Oliveira et all (2012, p.26):

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A importância da atuação do Pedagogo alia-se a um princípio básico de amor ao seu aluno, entendendo que a criança é um ser em formação e precisa de um profissional da educação ao seu lado enquanto estiver hospitalizado; pois de acordo com o Estatuto da Criança e Adolescente o ECA segundo o seu artigo 53 diz que a criança tem o direito a educação, seja em qualquer circunstância.

Como se viu acima, é importante essa conscientização de proteção e

asseguração a infância e aos estudos. Pois a criança e o adolescente não

alfabetizados sofrem consequências e prejuízos da não escolarização.

Diante o exposto, esta pesquisa levanta a seguinte problemática: qual a

contribuição do atendimento pedagógico educacional no ambiente hospitalar?

Frente a este questionamento, os objetivos foram analisar a importância

do atendimento pedagógico-educacional no ambiente hospitalar; descrever a

importância e as contribuições da Pedagogia Hospitalar para a educação das

crianças e adolescentes internados; avaliar o papel do pedagogo na educação

de crianças e adolescentes no ambiente hospitalar e identificar a concepção do

professor acerca da importância do atendimento hospitalar.

A pesquisa foi realizada com professores de diferentes regiões que

atuam em ambiente hospitalar e professores da rede Municipal e Estadual de

Ensino Fundamental – anos iniciais, da cidade de Lins e Cafelândia, durante o

mês de setembro de 2017.

A metodologia utilizada foi de caráter descritivo, com revisão

bibliográfica e abordagem qualitativa, por meio de aplicação de questionário.

O trabalho foi dividido em três capítulos contemplando teoria e pesquisa.

No primeiro capítulo, “áreas de atuação do pedagogo”, foram discutidas

as áreas em que o profissional de Pedagogia pode atuar, abordando as

características de seu papel em cada setor.

No segundo capítulo, “atuação do pedagogo por meio de projetos

lúdicos e atendimento hospitalar a escola regular”, foram abordados os projetos

desenvolvidos nos hospitais, assim como a atuação do pedagogo hospitalar,

vinculando - à com à classe hospitalar do aluno.

O terceiro capítulo, “pesquisa”, explorou-se a pesquisa e os resultados

obtidos por meio do questionário referente a como se dá a atuação do

professor hospitalar e a concepção do professor da rede regular de ensino

acerca dessa área.

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CAPÍTULO I

ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO

1 ÁREAS DO PEDAGOGO

A pedagogia é a ciência da aprendizagem e do ensino, cujo o objetivo é

o estudo da educação. O profissional graduado em pedagogia lida com a

formação de sujeitos de maneira integral, focalizando sua aprendizagem.

Porém, quando se fala em curso de Pedagogia, o pensamento se remete logo

ao espaço escolar. Isso já se tornou algo que se apropriou na cultura. Mas,

com as constantes mudanças no mundo, fez-se necessário um novo conceito

de educação, que não é apenas encontrado dentro da escola, como é

ressaltado por Frisson (2004, p.88):

Na escola, na sociedade, na empresa, em espaços formais ou não formais, escolares ou não escolares, estamos constantemente aprendendo e ensinando. Assim, como não há forma única nem modelo exclusivo de educação, a escola não é o único em que ela acontece e, talvez, nem seja o mais importante. As transformações contemporâneas contribuíram para consolidar o entendimento da educação como fenômeno multifacetado, que ocorre em muitos lugares, institucionais ou não, sob várias modalidades.

A educação não se limita aos muros de uma escola, quebrando a ideia

de que a educação é um produto exclusivamente da escola institucionalizada.

Mas não se pode abolir o papel fundamental do pedagogo ser mediador no

processo de ensino-aprendizagem, seja ele no espaço escolar ou não, pois

esse profissional tem competências, atitudes e habilidades, trazendo princípios

éticos e políticos que ajudam na formação integral do ser humano.

A atuação do pedagogo em ambientes diversos é assegurado por lei por

meio do artigo 5º, inciso IV da resolução CNE/CP n° 1, 15 de maio de 2006,

que traz como grade curricular do curso da pedagogia outros espaços de

atuação desses profissionais:

O egresso do curso de pedagogia deverá estar apto a: trabalhar em espaços escolares e não-escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo. (BRASIL, 2006 p. 2).

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Libâneo (2001 apud BEILLEROT, 1985) traz o pedagogo em duas

esferas: escolar e extra escolar. Na escola, pode atuar como profissional da

rede pública ou privada, coordenador pedagógico, administrador escolar,

supervisor e diretor de escola.

Na extra-escolar, pode trabalhar com formação, órgãos públicos e

privados, assim como Organizações não-governamentais (ONGs), museus,

empresas, hospitais, instituições religiosas. Ainda que o pedagogo em espaços

diferenciados não seja tão explorado, de alguns anos para cá sua demanda

está se expandindo, visto que seu trabalho vai além do pedagógico.

1.1 Organizações não-governamentais (ONGs)

No Brasil, as organizações não governamentais (ONGs) começaram a

surgir a partir de 1964, quando o regime militar começou agir de forma

silenciosa, mas foi na década de 1970 que a ditadura teve seu momento crucial

na história do país. Pequenos grupos sociais se encontravam em entidades,

objetivando o trabalho social com os que estavam á margem da sociedade.

(MACHADO, 2012)

As ONGs lutavam pelos direitos humanos e pela descaracterização que

os sujeitos tinham sofrido. O Educador Paulo Freire foi um grande influenciador

nos movimentos sociais referentes às classes marginalizadas. (MACHADO,

2012)

Mas foi entre a década de 80 e 90 que entidades designadas a atender

crianças e adolescentes ligadas ao público e privado se intensificaram, fazendo

com que a realidade social dessas pessoas se tornasse não só

responsabilidade do Governo. (MACHADO, 2012)

Decorrente do crescimento dessas ONG, faz-se necessário profissionais

qualificados frente aos projetos, considerando-se como crianças, adolescentes

e adultos estão cada vez mais vulneráveis na sociedade.

Segundo Ribeiro e Kochhann (2015), o pedagogo, em espaços

assistenciais, pode atuar em criação de projetos, reorientação ocupacional,

atividade intelectual e, se for o caso, interlocução com a família.

O pedagogo é um profissional humanista que não contempla apenas o

crescimento intelectual, sua sensibilidade e empatia faz com que o ambiente

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em que o sujeito está inserido se torne ameno por meio de atividades sócio-

educativas. O trabalho desenvolvido no terceiro setor exige que o pedagogo

esteja preparado para complexidade que irá encontrar em cada contexto, com

flexibilidade, integridade, inovação, contribuindo para estimulação da

autoestima do sujeito, compreensão histórica e social de cada indivíduo.

Por meio da pedagogia é possível inserir a pessoa novamente no meio

social e, com a ajuda dos movimentos sociais, inseri-la no mercado de trabalho

ou direcioná-lá à escola fazendo o trabalho de resgate.

1.2 Museu

Muitos ainda julgam os museus como local de passatempo da elite ou

lugar destinado a guardar coisas velhas, no entanto o espaço museológico não

se limita a esse pensamento. Essa concepção é produto dos primeiros museus

que surgiram no século passado, visto que apenas a nobreza e seus

convidados tinham acesso aos quadros e objetos raros. Posteriormente, no

século XVII, coleções particulares tornaram os museus acessíveis a todos.

Atualmente, o museu atua na construção do saber, tornando-se um ambiente

de aprendizagem, reflexão, apreciação, investigação, divulgação, pesquisa,

desenvolvendo o olhar crítico do indivíduo que usufrui o que o preserva.

O Departamento de Museus e Centros Culturais (DEMU) – IPHAN/MinC

(2005 apud NERES; FARIAS, 2014, p.1) ressalta como suas características:

O trabalho com o patrimônio cultural; acervos e exposições colocados a serviço da sociedade; uso do patrimônio como recurso educacional; investigação, preservação, interpretação e comunicação dos bens culturais; democratização do acesso, uso e produção de bens culturais; e constituição de espaços democráticos e diversificados.

A instituição museológica, sendo um espaço que produz aprendizagem,

torna necessário o acompanhamento do pedagogo para orientar as visitas,

fazendo correlação entre o público que está visitando e o acervo. Portanto o

papel desempenhado pelo pedagogo no museu envolve:

Planejar, organizar, acompanhar e avaliar as práticas educativas desenvolvidas no museu; coordenar e supervisionar monitores/educador; preparar material didático; elaborar projetos; acompanhar as visitas atuando como monitor/educador; desenvolver pesquisas; promover dinâmicas, atividades lúdicas, oficinas e jogos (LUCINDO, 2016 p. 8)

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O pedagogo também poderá desenvolver capacitação para os outros

profissionais que trabalham no museu, elaborar didáticas para serem

realizadas durante a visita, bem como possíveis dinâmicas e jogos para

contextualizar o assunto, ou seja, será uma espécie de consultoria feita com

toda a equipe.

Como muitas escolas estão cada vez mais procurando parcerias com os

museus, o pedagogo que está inserido nesse ambiente precisa saber qual o

objetivo do professor diante aquela visita e assim elaborar metodologias para

esses objetivos serem alcançados durante a visitação.

1.3 Meios de Comunicação

Crianças desde muito pequenas estão em contato com todos os tipos de

meio de comunicação, principalmente a televisão. Com o extremo tempo que

essas crianças começam a passar assistindo programas de televisão desde

muito novas, isso começa a se tornar um hábito em suas vidas.

Segundo o IBOPE (apud PROJETO..., 2015) o tempo estimado de

crianças e jovens brasileiros aumentou significamente. Em 2004, eram gastos,

em média, 4 horas e 43 minutos. Já em 2014, houve o aumento para 5 horas e

35 minutos. Com esse número exorbitante, muitas crianças ficam expostas a

programas inapropriados para sua idade, contendo agressões verbais,

agressões físicas, atos sexuais e muitas outras influências negativas. Apesar

disso, o que mais choca é que essas características inadequadas estão

presentes até mesmo em desenhos animados.

Uma pesquisa feita pela Organização das Nações Unidas (ONU)

constatou que:

[..] Em desenhos animados para criança, em uma semana, foram mostrados 1.421 crimes. Outra pesquisa revelou que crimes e violência são uma constante na TV: em dois dias, em julho de 2001, foram constatados 471 tiros, 921 agressões verbais, 22 homicídios e 1.066 agressões físicas. (ONU apud PEREIRA, 2005, p.1)

Para que esse tipo de situação não ocorra na televisão, é necessário

que haja a mediação de um profissional “por trás das câmeras”, que impeça a

transmissão de programas inadequados para o publico infanto-juvenil. O

profissional responsável por essa função é o pedagogo.

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Libâneo (2001) ressalta que o pedagogo pode sim atuar em mídias

sociais, incluindo o campo editorial. Esse pedagogo poderá atuar em todos

meio de comunicação em massa, internet, televisão, rádio, revistas e jornais

que estão destinadas ao público infantil. A pedagogia da comunicação surgiu

decorrente dos avanços dos canais de televisão designados às crianças,

tornando-se necessária a orientação dos pedagogos sobre os roteiros,

adequando-os as estratégias, para não perder seu teor educativo.

Apesar de se tratar da área de comunicação, a preocupação com produções educativas de qualidade abriu um notável espaço para educadores, em especial pedagogos. Com o avanço tecnológico, este campo cresceu mais ainda com a criação de canais educativos e interativos na internet, que permitem e incentivam ao estudo e à pesquisa, sendo a maioria elaborados e ou orientados por pedagogos. (SANTOS, 2010, p.1)

Esse profissional também tem como função trabalhar diretamente com

crianças que atuam como apresentadores de programas infantis, auxiliando e

interagindo com elas de forma paciente, visto que algumas crianças têm

dificuldade em gravar e se sentir à vontade naquele ambiente. Hoje já é comum

programas de competição infantil e, nesse ambiente, a criança fica vulnerável a

fortes emoções, como também passa por momentos em que não vence tal

competição e isso poderá afetá-la e ali o trabalho do pedagogo se torna

fundamental para ajudar a criança a lidar com o momento de tensão.

Cristina (2010) acrescenta dizendo que o trabalho realizado nos meios

de comunicação deve ser cuidadoso, pois cada vez mais jovens e

adolescentes estão envolvidos nesses meios e são altamente influenciados

pelo o que é transmitido por ele.

Por esse motivo, devido à influência que as imagens midiáticas detêm

não só nas crianças, como também nos adultos, é necessário que os

programas sejam seletos e contenham a indicação e conteúdo apropriado para

cada idade.

1.4 Pedagogia Empresarial

Como se vê nos cursos de Pedagogia, as matérias da graduação são

particularmente voltadas à docência escolar, e há um equívoco, pois a

educação e a aprendizagem se realizam também em outros ambientes, e os

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pedagogos precisam de preparo para poder atuar em espaços não escolares,

como afirma Santos et all (2008, p.2):

O pedagogo deve ser formado para atuar em diferentes áreas, além da docência, é preciso compreender como ocorre fora do espaço escolar à construção do saber. A pedagogia contribui para o desenvolvimento das atividades do setor de treinamento, à medida que ocorre no mundo um processo de globalização, passa a ser evidente a crescente busca por uma intervenção pedagógica no segmento empresarial.

A pedagogia empresarial atualmente já possui grande espaço dentro das

empresas, pois o pedagogo possui habilidades e capacidades para atuar na

área de Recursos Humanos, trabalhando com treinamento de pessoal e na

seleção para contrato de novos profissionais.

Segundo Fernandes e Paredes (2014), o pedagogo tem seu surgimento

na empresa vinculado á ideia da necessidade de formação e/ou preparação

dos Recursos Humanos nas empresas.

Entretanto o pedagogo não está apto apenas para atuar no setor de

Recursos Humanos, pois tem capacidade e competência para atuar na

administração de pessoal, gestão de pessoas, organização de palestras,

contratação de novos profissionais, dinâmicas de grupo e principalmente

trabalha a autoestima dos profissionais, proporcionando aos membros da

empresa, desde funcionários até gestores e chefes, a percepção e

discernimento que o seu ideal de vida, suas aspirações e objetivos pessoais

correspondem a uma questão ética e social dentro do ambiente de trabalho.

O profissional da educação, dentro da empresa, irá elaborar métodos e

estratégias que garantam a todos os indivíduos que lá trabalham, uma

qualidade melhor de aprendizagem, tendo como objetivo uma mudança

benéfica no comportamento das pessoas, para que melhorem seu

desenvolvimento na atuação profissional e pessoal.

O pedagogo empresarial possui capacidades para otimizar a

produtividade da empresa, criando acontecimentos e situações, para que os

conflitos sejam resolvidos de maneira ponderada e madura. Os autores

Almeida e Costa (2012, p.5) colocam que o pedagogo, dentro do ambiente

empresarial tem como objetivo principal:

[...] Desenvolvimento comportamental e psicológico das pessoas, levando o grupo a se relacionar melhor uns com os outros

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aprendendo a respeitar e valorizar as ideias de cada um. O desenvolvimento representa um conjunto de atividades que objetiva explorar o potencial de aprendizagem e a capacidade produtiva das pessoas, visando mudanças de comportamentos e atitudes assim como a aquisição de novas habilidades e conhecimentos. Tem como meta aumentar o desempenho profissional e motivacional do ser humano, melhorando os resultados e consequentemente gerando um bom clima organizacional.

Por conseguinte, o pedagogo empresarial inova, aplicando sua

criatividade, para uma melhor qualidade e desenvolvimento de todos que

fazem parte da empresa, e as diversas áreas que compõem sua organização, a

fim de promover a reconstrução de conceitos básicos, como utilizar sua

criatividade para despertar nos profissionais da empresa o espírito de equipe.

1.5 Pedagogia Hospitalar

O pedagogo que opta por atuar dentro do ambiente hospitalar deve

possuir especialização, para poder ter as competências e saberes necessários

para o seu trabalho. Esse serviço tem por objetivo dar continuidade aos

estudos de crianças hospitalizadas que tiveram seus estudos interrompidos por

consequência de seu estado de saúde. E assim, sucessivamente, proporcionar

bem-estar do indivíduo hospitalizado, mantendo um vínculo com o meio

externo, como ressalta Silva e Farago (2014, p.167):

Partindo-se da hipótese de que a presença e atuação de um pedagogo no ambiente hospitalar são de extrema importância às crianças e adolescentes em fase escolarização, como forma de dar continuidade ao seu aprendizado, garantindo-lhes seu direito a educação e possibilitando instantes lúdicos, de descontração, bem-estar, interatividade e de compartilhamento e aquisição de novos conhecimentos, de modo a preencher seu tempo ocioso de forma sadia, através de atividades variadas, fazendo com que se “desliguem” temporariamente, do momento tão difícil que estão atravessando.

Este profissional vem conquistando cada vez mais espaço dentro dos

hospitais, e um desses espaços é a classe hospitalar. Segundo Brasil (2002), a

classe hospitalar é um ambiente que possibilita o atendimento educacional de

crianças e jovens internados que necessitam de educação especial e que

estejam em tratamento hospitalar. Portanto é um local projetado especialmente

para que os pedagogos tenham o propósito de favorecer o desenvolvimento de

cada indivíduo, respeitando suas necessidades especiais e sua singularidade.

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Entretanto é necessário que o pedagogo siga a mesma linha de ensino da

escola regular, para que não aja um fracasso escolar, diminuindo as evasões e

repetências.

Os atendimentos dos pedagogos também podem ser realizados a

domicílio para os indivíduos, de qualquer idade, que possuem os recursos e

condições para realizar os tratamentos em sua residência. Esses atendimentos

são providenciados pela parceria entre saúde e Assistência Social, que

preparam os equipamentos adequados para cada paciente, de acordo com

suas especificidades e necessidades, como: cama, mesa adaptada, cadeira de

rodas, etc. São providenciados também os recursos pedagógicos, que serão

disponibilizados aos educandos pelo professor.

Dentro do ambiente hospitalar, também existe outro espaço que

necessita da contribuição e auxílio do pedagogo: a brinquedoteca. Segundo

Paula et all ( 2007, p.3)

A brinquedoteca no hospital configura-se como um espaço preparado para estimular a criança a brincar, permitindo o acesso a um ambiente lúdico e uma diversidade de brinquedos, com a possibilidade do apoio de um profissional que anime e faça a mediação dessas situações de brincadeiras.

Este ambiente contribui para que a criança consiga enfrentar suas

dificuldades dentro do hospital e sua doença com resiliência, e o pedagogo

elabora brincadeiras e jogos educativos que proporcionam entre as crianças

uma interação, por meio da qual possam se expressar de maneira espontânea,

sem perder a essência do brincar que possuíam fora do âmbito hospitalar.

Sobre a importância do brincar, Maia (2000, p.115), afirma que "O

brincar proporciona à criança construir e elaborar a relação eu-mundo; pois

além de proporcionar prazer através do brincar, ela domina as suas angústias,

controla idéias ou impulsos que conduzem às mesmas, caso não sejam

dominados".

Portanto o lúdico possui importância fundamental no processo de

ensino-aprendizagem. Os brinquedos e as brincadeiras proporcionam às

crianças, que sofrem por estarem hospitalizadas, um melhor desenvolvimento e

recuperação, e o pedagogo, com sua contribuição, oferece suporte ao

indivíduo, utilizando o lúdico como uma ferramenta indispensável para a

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melhoria e avanço escolar dessas crianças, concebendo aos mesmos uma vida

mais leve e saudável, apesar da enfermidade, melhorando seus aspectos

físicos, social, cognitivo e emocional.

1.6 Pedagogo na penitenciária

Outra área pouco abordada, dentro dos cursos de pedagogia, apesar de

ser de extrema importância, é o prisional. Qualquer indivíduo tem direito a dar

continuidade aos estudos, inclusive aqueles que praticaram atos ilícitos e que

agora precisam viver dentro de um sistema carcerário.

O pedagogo contribui para que os detentos passem por um processo de

reeducação, pois, quando saírem da penitenciária, precisam estar aptos para

retornarem à sociedade.

Este profissional passa por diversas dificuldades, pois ainda há uma

grande falta de recursos. O ambiente de uma penitenciária também não é de

muita relevância e tem suas especificidades: são necessários guardas que

fiquem junto com os professores, o que dificulta o contato entre o professor e o

aluno. Privacidade não existe, pois a todo momento as aulas são

interrompidas, para que algum detento se retire para alguma advertência,

atender familiares e, em caso de emergência, atendimento de saúde, entre

outros. O docente não deve intervir ou impedir a retirada de seu aluno, nem

questionar as demandas sob sua turma.

Outro ponto negativo é a falta de valorização do seu trabalho pelos

próprios funcionários do sistema carcerário, que acreditam que o detento não

tem mais progresso, bem como pensam que, se eles perderam a chance de

estudar antes da detenção, será impossível terem uma recuperação social.

Entretanto o pedagogo tem um olhar diferenciado, confiando no

potencial e na recuperação do detento, acreditando na sua ressocialização,

como afirma Santos (2015, p.109):

A educação dentro do sistema penitenciário brasileiro necessita de extremas mudanças radicais em vários sentidos. É preciso valorizar o trabalho do profissional da educação que atua no interior deste ambiente. No entanto, percebe-se a desvalorização desse profissional a partir do momento que ele necessita da colaboração dos carcereiros para guiar o detento até a sala de aula, e que em muitos casos os carcereiros executam essa atividade de má vontade.

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A prática educativa dentro das penitenciárias não devia ser desprezada,

e sim valorizada, sendo algo de interesse de toda a sociedade, tendo a

visibilidade de uma transformação integral do detento, permitindo que volte

mais preparado para a vida social. Entretanto, quando se defende a causa de

educação dentro dos presídios, isso gera muito espanto e polêmica, decorrente

do preconceito da sociedade perante essa modalidade, pois acreditam que os

presidiários não têm mais solução, o que ocasiona que os mesmos, apesar de

toda essa problemática, perdem sua autoestima, sentindo-se incapazes, ou até

mesmo não acreditam que podem progredir para ser um indivíduo de condutas

melhores.

A educação penitenciária além de trabalhar os conhecimentos de uma forma crítica com os alunos, trabalha a formação dos valores democráticos, os princípios por eles violados, o resgate da autoestima dos alunos/prisioneiros, além de estimular a reflexão sobre a busca de sentido para as suas vidas. (BARROS, 2012, p.23)

Portanto, a assistência educacional não é especificamente para o

homem livre mas também para presidiários, que se encontram privados de sua

liberdade. O pedagogo transforma o ambiente, além da educação e

aprendizagem, este profissional proporciona o bom convívio entre os detentos,

e também os prepara para viverem em harmonia com a sociedade.

Certamente, a educação inserida dentro dos centros penitenciários é de

suma importância e eficácia, não somente aos detentos, e sim para toda a

sociedade que futuramente virá a reencontrar os mesmos e que, muitas vezes,

os reprovam, não lhes dando oportunidades de um recomeço de vida, e o ex-

penitenciário, que obteve uma reeducação dentro do presídio, possui resiliência

para lidar com esse preconceito e provar à sociedade que é possível manter

uma convivência com todos, permitindo-se maior chance para o mercado de

trabalho.

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CAPÍTULO II

ATUAÇÃO DO PEDAGOGO POR MEIO DE PROJETOS LÚDICOS E ATENDIMENTO HOSPITALAR ARTICULADO A ESCOLA REGULAR

1 PROJETOS LÚDICOS E OFICINAS PEDAGÓGICAS EM GRUPOS

O uso do lúdico é comprovado por vários estudiosos (Tizuko Morchida

Kishimoto; Lev Semenovich Vygotsky; Adriana Friedmann) como uma

ferramenta eficaz no desenvolvimento da aprendizagem da criança. Com isso,

seu uso não perde sua eficácia no momento de internação da criança e do

adolescente. Pelo contrário, ela se torna uma metodologia necessária e

significativa para o desenvolvimento integral da pessoa, independendo da

situação em que se encontra.

[...] brincar é essencial a saúde física, emocional e intelectual do ser humano. Brincar é coisa séria, também, porque na brincadeira não há trapaça, há sinceridade, engajamento voluntário e doação. Brincando nos reequilibramos, reciclamos nossas emoções e nossa necessidade de conhecer e reinventar. E tudo isso desenvolvendo atenção, concentração e muitas outras habilidades. É brincando que a criança mergulha na vida, sentindo-a na dimensão de suas possibilidades. No espaço criado pelo brincar nessa aparente fantasia, acontece a expressão de uma realidade interior que pode estar bloqueada pela necessidade de ajustamento às expectativas sociais e familiares. A brincadeira espontânea proporciona oportunidades de transferências significativas que resgatam situações conflituosas.(CUNHA 1992 apud FRIEDMANN 1998, p.39).

Brincar não é um passatempo. Na brincadeira, a criança se descobre,

aprende, desenvolve autonomia e a expressão. A brincadeira desenvolve a

linguagem infantil que auxilia o educador em conhecer os anseios, dificuldades

e expressões de seus alunos, e dentro do hospital, o brincar ganha outro

âmbito importante, o de facilitador na comunicação da criança com os demais

profissionais da saúde e de ajudar em sua recuperação.

Com isso, os projetos lúdicos deixam o ambiente menos estressante

para a criança internada e, consequentemente, para seus acompanhantes. Os

pedagogos hospitalares, reconhecendo a importância dessa proposta como

novas práticas que propiciam a formação do conhecimento, irão desenvolver e

oferecer ao paciente internado projetos lúdicos.

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A iniciativa dos projetos lúdico-educativos tem como propósito atitudinais

fazer com que aconteça a humanização hospitalar, que é papel essencial da

Pedagogia Hospitalar, isto é, dar maior qualidade para internação dos

pacientes, prestando e recebendo atendimento mais humano, tratando-os

como pessoas que possuem sentimentos e não como objetos, especialmente

se esses pacientes forem crianças/adolescentes.

O Ministério da Saúde vem atribuindo atenção maior para a questão da

Humanização Hospitalar. Sendo assim, começaram a elaborar programas

voltados para o tema. Em 2001 foi desenvolvido o Programa Nacional de

Humanização da Assistência Hospitalar - PNHAH (BRASIL, 2001). Já em 2003,

foi lançado também o Humaniza SUS, a Política Nacional de Humanização –

PNH vinculada à Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde

(BRASIL, 2013). Esses programas oferecem aos profissionais envolvidos no

ambiente hospitalar orientações e capacitações com diálogos e intervenções

pertinentes, para que os efeitos nocivos causados pela internação sejam

amenizados através de ambientes saudáveis e acolhedores.

Em virtude dos fatos mencionados, hospitais públicos e privados estão

fornecendo projetos que têm como principal intuito trabalhar o lúdico de

maneira que o indivíduo enfermo progrida em âmbito educacional e

psicológico.

A musicoterapia é um tipo de tratamento que vem sendo bastante

utilizado no ambiente hospitalar e, por isso, os pedagogos vêm tornando

possível a realização desses projetos, prevendo grandes benefícios as crianças

O objetivo da abordagem musicoterapêutica nesse ambiente pode ser o de estimular a expressão de sentimentos oferecer acolhimento e presença, colaborar com a recuperação física, mental e emocional dos participantes. Quando inserido no ambiente hospitalar o processo musicoterapêutico acompanha as peculiaridades do cotidiano ali vivido. [...] A musicoterapia, no atendimento às pessoas internadas em hospitais gerais, pode propiciar, além de um espaço para a comunicação de anseios, medos e esperanças, o contato com as possibilidades afetivas e lúdicas que a música possibilita. Muitas vezes o paciente pede que o próprio musicoterapeuta escolha a canção que será executada [...] (CUNHA; VOLPI, 2008, p. 6)

Os projetos envolvendo musicoterapia colaboram para a humanização e

para o bem-estar do paciente, abrangendo também uma espécie de

comunicação que, em outras situações, a criança teria vergonha ou medo de

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falar e que, no momento de descontração e envolvido com a melodia, ela

acaba manifestando expressões que relata sua condição emocional e afetiva.

Projetos que trabalham com a inclusão digital também se tornam uma

ótima ferramenta no atendimento de crianças e adolescentes em processo de

escolarização.

O uso da tecnologia da informação e da comunicação (TIC) começou a

se tornar uma ferramenta pedagógica na década de 90, quando ocorreu o

movimento de democratização do uso de tecnologias, que até então era de

fácil acesso para uma pequena parte da população. (BRANQUINHO, 2010)

Nesse contexto, surgiu o Comitê de Democratização da Informática

(CDI) em 1995, uma organização não governamental que oferece o uso da

tecnologia como forma de exercer a cidadania. O CDI, através das Escolas de

Informática e Cidadania (EICs), instalam programas educacionais e oferecem

parcerias no Brasil e no exterior, para que todos tenham acesso à informação,

gerando oportunidades às classes menos favorecidas. CDI também conta com

projetos desenvolvidos em alas de pediatria o EIC- HOSPITAIS – Escola de

Informática e Cidadania em contexto hospitalar. (WILNER et all, 2007)

O EIC- HOSPITAIS estimulam as atividades lúdicas e recreativas

através da tecnologia, combatendo a exclusão digital e ajudando na interação e

integração da criança hospitalizada.

A inclusão digital no contexto hospitalar propicia, assim o ensejo a novos olhares e ações, criando com isso espaços para troca, interação, informação e acréscimo a novos saberes por meio do computador, softwares e Internet. [...] É um novo tempo, um novo olhar e um novo agir que também possibilita a integração com as demais ações relacionada ao processo de cura e reabilitação [...] Com benefícios à sua capacitação escolar e, ainda, criando um ambiente positivo e estimulador ao processo lúdico, recreativo, social, cultural e tecnológico. (MATOS; MUGIATTI, 2014b, p. 141)

A internet, por ser um sistema global multifacetado, pode desenvolver

virtualmente vários trabalhos com propósitos diversificados, como atividades de

motricidade por meio de jogos recreativos e pedagógicos, jogos de matemática,

atividades de interação entre as próprias crianças que estão internadas através

de chats e emails, realizarem pesquisas, desenhos. Mas vale ressaltar que,

para um uso correto e benéfico do computador, é necessário desenvolver

metodologias e estratégias, para que haja melhorias positivas e efetivas no

processo de aprendizagem da criança, daí a necessidade de um pedagogo

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hospitalar que auxilie e avalie, a fim de que se tenha uma ferramenta

pedagógica produtiva.

Atrelado ao programa de humanização hospitalar, há projetos

envolvendo as bibliotecas hospitalares, as quais dão oportunidade à criança de

ter contato com diversos livros, dentro de um espaço atraente e divertido. Em

casos mais graves de internação, os livros são levados até o leito da criança.

Alguns hospitais já oferecem carrinhos temáticos que são conduzidos a elas,

de acordo com a faixa etária e o interesse.

Nas bibliotecas, as crianças e adolescentes podem: receber orientações

sobre as leituras, participar de contações de histórias, por meio de teatro de

fantoches, dramatizações, ler ou contar histórias para outras pessoas, ampliar

seu repertório de livros, desenvolver o gosto pela leitura e também criar

momentos em que os familiares ou responsáveis lêem para o paciente fazendo

com que o vínculo afetivo seja ampliado ou resgatado.

Ramalho (2000, p.70) ressalta que:

A leitura é um meio eficaz para o aumento de vocabulário infantil, pois proporciona o despertar pelo conhecimento de novas palavras. Sendo assim, a participação de um adulto na leitura dos livros de literatura infantil, é muito importante, tanto em relação às trocas de experiências quanto à introdução de novos conceitos e desenvolvimento da linguagem propriamente dita.

Essas visitas as bibliotecas podem ser feitas livremente durante o dia,

quando a criança sentir desejo ou pode ser feita de acordo com alguma

atividade que a professora esteja fazendo, que necessite o uso da biblioteca.

É vital o valor terapêutico que biblioteca possui, alguns autores até o

denominam como biblioterapia. Ribeiro (2006) enfatiza dizendo que a

biblioterapia contribui consideravelmente no desenvolvimento emocional e no

autoconhecimento do paciente, diminuindo sentimentos ruins causados pela

internação, auxiliando não só no aumento da qualidade de vida do paciente,

como também dos acompanhantes e funcionários do hospital, uma vez que

alguns projetos envolvendo bibliotecas hospitalares estão se expandindo aos

acompanhantes e à equipe médica, oferecendo livros adequados ao público,

sempre pensando em um ambiente humanizador para todos os envolvidos na

comunidade hospitalar.

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Por todos esses aspectos apontados, a partir do ano 2000, o Ministério

da saúde, em parceria com a Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança e o

Banco Citibank, começou o Projeto Biblioteca Viva. Num primeiro momento,

são selecionadas pessoas que participarão do projeto, posteriormente,

recebem capacitações sobre mediações de leitura e serão informados sobre a

rotina hospitalar, assim como os cuidados que devem ser tomados no ambiente

hospitalar.

Alguns dos temas tratados na capacitação são: quem é a criança com a qual o grupo trabalha ou vai

trabalhar; como se dá o desenvolvimento da linguagem na criança; o papel do mediador; o que é mediação de leitura; o livro, enquanto objeto cultural, em seus aspectos

relacionados a projeto gráfico, ilustração, texto, temas; diferença entre ler e contar; o que é leitura e literatura; planejamento da mediação; registro e observação; avaliação do trabalho de mediação. (BIBLIOTECA... 2004,

p.78 apud SILVA et all 2005, p.54)

Num segundo momento, são selecionados os livros infanto-juvenis e

doados aos hospitais para serem feitos os acervos. Com um bom feedback, o

projeto começou a ser implantado em outros hospitais. De acordo com o

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (2014), no ano de 2002,

o projeto já estava presente em mais de 27 hospitais e em de dez estados

brasileiros.

Nos dias de hoje, os hospitais também estão desenvolvendo projetos de

sala de espera, a qual, dentro do ambiente hospitalar, garante aos pacientes

um cuidado humanizado, em que os profissionais se sensibilizam sobre a

importância desta sala como ferramenta assistencial, obtendo-se um momento

oportuno para o conhecimento das angústias e desabafos de cada indivíduo

enfermo.

As salas de espera proporcionam entre os pacientes e profissionais do

hospital uma interação totalmente oposta da que estão acostumadas, pois

nesse momento possuem a oportunidade de desenvolver atividades que focam

a educação em saúde, onde os profissionais utilizam linguagem simples, de

forma acolhedora, garantindo um melhor atendimento aos pacientes.

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Uma vez que essa interação melhora entre todos os atendimentos,

assim, sucessivamente, os pacientes passam a ter uma compreensão maior de

seus próprios limites e enfermidades, sendo trabalhado em cada um o

processo de autocuidado, como afirmam Gobatto et all (2012, p. 2):

O processo de educação pode estimular nos pacientes a responsabilidade do autocuidado, gerando a interpretação de que muitas situações são preveníeis. Desta forma, é por meio dos diálogos que acontecem na sala de espera que podemos detectar problemas de saúde, através de expressões faciais dos pacientes, bem como avaliamos, interagimos, desmistificamos determinados tabus e entendemos determinadas crenças, e consequentemente, vemos e entendemos o usuário em sua integralidade, além de humanizar os burocratizados serviços prestados.

Percebe-se que um ambiente de sala de espera, dentro do hospital pode

contribuir para um melhor desenvolvimento e progresso entre os pacientes.

Entretanto é necessário que haja um profissional por trás que auxilie todo esse

processo, um deles é o pedagogo.

O profissional de pedagogia pode contribuir de maneira grandiosa nos

espaços de sala de espera de um ambiente hospitalar, elaborando projetos

educativos, obtendo dinâmicas de grupo, jogos e brincadeiras pedagógicas e

atividades que proporcionem uma interação e socialização entre os pacientes

presentes no momento. Assim, posteriormente elevando a autoestima e um

autocompreendimento sobre si e o estado em que se encontra.

Esses projetos feitos em hospitais têm como função incrementar a

humanização de forma que as ações relatadas como benéficas sejam

realizadas.

Integradas aos projetos lúdicos, existem as oficinas pedagógicas em

grupos, que podem ter objetivos diferentes de acordo com sua proposta.

Algumas oficinas têm como objetivo desenvolver a psicomotricidade da criança

com jogos, brincadeiras e atividades motoras, sempre respeitando a patologia

e a enfermidade da criança para a realização das oficinas.

O profissional de pedagogia pode atuar contribuindo com suas

habilidades e competências por meio das oficinas de arte. O ambiente das

oficinas de arte precisam ser acolhedores, permitindo que todos se sintam à

vontade, podendo se soltar e sentirem um pouco da sensação da vida fora do

hospital, portanto o ambiente precisa ter uma decoração diferenciada da do

hospital.

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As oficinas de arte devem ser trabalhadas de maneira divertida e lúdica,

incentivando o aprendizado, a cultura e desenvolvimento da criatividade,

proporcionando a todos os pacientes um momento de divertimento e interação,

colaborando com o desenvolvimento motor e contribuindo para o aumento da

sua autoestima, diminuindo o estresse e ansiedade ocasionado pela

enfermidade em que se encontram.

Segundo a União Brasileira de Associações de Arteterapia- UBAAT

(SOUZA, 2009, p.1 apud Greenhalgh 2014, p. 2), a arteterapia é:

O uso da arte como base de um processo terapêutico, propicia resultados em um breve espaço de tempo. Visa estimular o crescimento interior, abrir novos horizontes e ampliar a consciência[...]. Utiliza a expressão simbólica, de forma espontânea, sem preocupar-se com a estética, através de modalidades expressivas como: pintura; modelagem; colagem; desenho; tecelagem; expressão corporal [...] dentre outras, mas utiliza fundamentalmente as artes plásticas e é isso que a identifica como uma disciplina diferenciada. [...] A arteterapia tem também o objetivo de facilitar a resolução de conflitos interiores e o desenvolvimento da personalidade [...]

Dentro das oficinas de arte, as atividades são diversas: pinturas em

telas, teatro, dança, jogos e brincadeiras pedagógicas que trabalhem como um

todo o desenvolvimento da criança. Segundo Almeida (2014), as oficinas de

arte tornam-se um estímulo, afinal pintar, distrai e faz a criança a pensar em

outras coisas, é uma terapia que se transforma em arte.

Portanto a arte proporciona aos enfermos um bem-estar poucas vezes

sentido dentro do hospital, por conta do seu estado de saúde, permitindo que o

indivíduo consiga viver de maneira mais tranquila, sentindo-se acolhido e

amado.

Humanizar, portanto, engloba um sentido ainda mais amplo, pensando

em um convívio humanitário por completo, assim como os princípios

relacionados ao ambiente físico.

Martins (2004) aponta que humanização do ambiente físico-hospitalar

auxilia no processo terapêutico e na qualidade de serviço prestado pelos

profissionais da saúde. A autora que é formada em arquitetura e especializada

em Arquitetura de Sistemas de Saúde, desenvolveu a pesquisa sobre

humanização e o ambiente físico hospitalar que ressalta como a harmonia do

local como de cor, relevo, controle de calor, ruídos e iluminação influência nos

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aspectos físicos e psicológicos e que, corretamente selecionados no ambiente

hospitalar, resultam em um local mais confortável e harmonioso.

Um ambiente aconchegante, atraente, colorido e agradável é essencial

para que o paciente se sinta bem, pois é nele que ele ficará a maior parte do

seu tempo.

O hospital é um ambiente que transmite dor, tristeza, melancolia e muitas vezes desespero. Geralmente quando a criança chega ao hospital está muito fragilizada pela enfermidade e um ambiente hospitalar com uma decoração lúdica pode trazer harmonia e deixar a criança mais calma ao sentir num ambiente feito com carinho para ela. (BARBOSA, 2013, p.1)

Pelos motivos citados acima, os pedagogos devem estar atentos ao

espaço físico, revigorando essas locais com decorações lúdicas e divertidas.

1.1 Atuação do pedagogo dentro do contexto hospitalar

Como visto anteriormente, o pedagogo pode atuar em diversas áreas

dentro do âmbito hospitalar. Entre elas, estão os atendimentos às crianças

hospitalizadas, dando continuidade aos seus estudos que, por conta da

enfermidade, infelizmente tiveram que ser interrompido. Entretanto, atuar como

pedagogo dentro desse ambiente requer um cuidado redobrado, pois lidar com

indivíduos que se encontram em um estado precário de saúde é um pouco

mais dificultoso, já que a enfermidade afeta a autoestima, socialização e,

dependendo do caso, dificulta o processo de desenvolvimento e aprendizagem.

É papel do pedagogo trabalhar com flexibilidade, respeitando esses

obstáculos, pois como é apontado por Marques (2009), o professor deve criar

um ambiente de confiança e de intimidade com o aluno, para que a

aprendizagem aconteça, pois já é sabido que a aprendizagem é construída por

meio de relações de respeito, de apoio e de carinho mútuo. Essa relação entre

o professor e o aluno são fatores determinantes para que o educando aprenda

ou não.

1.2 Atendimento hospitalar articulado à escola regular

As atividades pedagógicas realizadas nas classes hospitalares não são

atividades soltas ou descontextualizas. Elas devem coincidir com o currículo

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escolar da criança, de acordo com a sua escolarização. Classes hospitalares

que não seguirem as atividades da escola regular estão exercendo sua função

erroneamente, que é dar continuidade aos estudos da criança, fazendo com

que sua volta à escola regular não seja conflitante.

Dessa maneira, os hospitais num primeiro momento, antes de iniciar o

atendimento pedagógico educacional, devem fazer uma aproximação,

questionando sobre a vida acadêmica do aluno como: série/ano que está

cursando, se estuda em escola pública ou privada, se tem caso de evasão

escolar ou repetência, se sua idade está de acordo com a série, dentre outros.

Essas questões serão norteadores para o educador.

Num segundo momento, entra-se em contato com a escola, solicitando

relatórios sobre os conteúdos passados e materiais didáticos utilizados na

escola. O envio desses materiais podem ser feitos por algum familiar ou pela

própria escola, e recomenda-se que seja feita uma sondagem com aluno para

saber os conteúdos dominados por ele e suas dificuldades. Caso a escola não

colabore com o repasse desses conteúdos, cabe à classe hospitalar o

desenvolver.

O atendimento educacional a jovens e crianças hospitalizadas está assegurada pela Declaração da Criança e Adolescente Hospitalizadas: o direito da criança “desfrutar de alguma recreação, programas de educação para a saúde e acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência no hospital. (CNDCA, 1995 apud OLIVEIRA et all , 2008, p. 3).

O pedagogo deve adaptar o currículo escolar, pois cada aluno tem suas

peculiaridades e esse currículo deve atender as suas necessidades,

respeitando suas limitações. O MEC, no documento Classe hospitalar e

atendimento pedagógico domiciliar afirma que: "[...] um currículo flexibilizado

e/ou adaptado, favorecendo seu ingresso, retorno ou adequada integração ao

seu grupo escolar correspondente, como parte do direito de atenção integral".

(BRASIL, 2002, p. 13).

É necessário que esses currículos sejam flexíveis e abertos a

adequações, caso algum imprevisto aconteça com o aluno enfermo. Na maior

parte dos casos, as classes hospitalares são multisseriadas, o que se torna um

grande desafio para o educador, pois cada aluno deve ter um currículo

adaptado de acordo com sua séria/ano, idade e interesses. Por isso, torna-se

importante ressaltar que os atendimentos nas classes hospitalares não devem

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ser restringir à mera transmissão de conhecimento do ensino regular para a

escola hospitalar, bem como não estar tão focado em passar apenas o

conteúdo.

Faz necessário esclarecer que tal oferta de ensino no ambiente hospitalar deve ser pensada com cautela, pois não pode ser reduzida à mera transferência das práticas do ensino regular ao ensino hospital, considerando as diferentes demandas dos diversos alunos pacientes. (NOFFS, RACHMAN, 2007, p. 162).

É por essa razão que o MEC sugere que o atendimento seja feito em

dois momentos: o primeiro será baseado nos currículos definidos pelos

Parâmetros Curriculares Nacionais ou Referencial Curricular e, no segundo

momento o educador adapta o trabalho pedagógico através do histórico do

aluno. Indica-se, também, que todas as atividades realizadas e registros feitos

dos alunos da classe hospitalar sejam enviados à escola regular do aluno, para

que seja feita uma avaliação, atribuindo notas, afim de que o aluno não se

prejudique. (BRASIL, 2002)

Outro fator importante é o processo de avaliação do aluno hospitalizado,

em que o pedagogo não possui direito de reter ou promover seus alunos, ele

deve avaliar o desenvolvimento na aprendizagem, saúde e social. Entretanto,

para que ocorra todo esse processo, é necessário que os materiais e recursos

utilizados estejam adequados e de acordo, a fim de que haja todo esse

processo de aprendizagem. Esses materiais encaixam-se desde os materiais

pedagógicos até os que facilitem o ambiente de aprendizagem.

[...] além do lado afetivo e educativo que o pedagogo precisa proporcionar aqueles em que presta atendimento. Ele necessita, também, de espaço e materiais adequados para a realização do seu trabalho na classe hospitalar, no entanto isso depende da disponibilidade do hospital em termos de espaço físico e tipo de convênio firmado. (LIMA, et all, 2014, p.4)

Para que o trabalho evidenciado seja eficaz, é necessário que seja

disponibilizado aos pedagogos materiais e espaços adequados, pois a falta

deles interferem na qualidade de trabalho do pedagogo hospitalar. A

disponibilidade, bem como a sua adequação deve estar de acordo com o ano

do aluno e suas dificuldades. Vale ressaltar que o espaço promove um

ambiente mais propício a aprender, portanto também necessitam de uma

adequação, como mesas, armários, mesas e cadeiras ou até mesmo um leito

adaptado para que a aula seja realizada ali mesmo.

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Portanto, para que haja um progresso e uma melhora na aprendizagem

e no contexto geral do paciente, é necessário que tudo esteja adaptado a ele,

proporcionando-lhe um ambiente humanizador e acolhedor.

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CAPÍTULO III

PESQUISA

1 DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA

A metodologia deste Trabalho de Conclusão de Curso é de caráter

descritivo, com revisão bibliográfica e abordagem qualitativa, por meio de

questionário aplicado aos professores que atuam em classes hospitalares e

professores da rede regular de ensino.

A coleta de dados realizada com os professores de classe hospitalar foi

realizada via e-mail. Os questionários foram enviados a 16 participantes, sendo

que apenas 8 devolveram no prazo estipulado. Com os professores da rede

regular de ensino, a coleta foi realizada na escola de atuação, sendo que 8

professores responderam os questionários.

Os questionários consistiram de 11 questões dissertativas. Para os

professores que atuam em ambiente hospitalar, foram referentes à sua atuação

pedagógica e princípios que envolvem a sua prática pedagógica. Com os

professores de rede regular de ensino, as perguntas foram relacionadas às

suas concepções e conhecimentos referentes à área da Pedagogia Hospitalar.

A seguir serão descritas a caracterização da amostra da pesquisa.

Tabela 1. Caracterização da amostra dos professores hospitalares pesquisados.

Fonte: elaborado pelas pesquisadoras (2017)

Professores

Hospitalares

Sexo

Idade

Tempo de

formação

Especialização

ou pós

Tempo

na área

1

2

3

4

5

6

7

8

Feminino

Feminino

Feminino

Feminino

Feminino

Feminino

Feminino

Feminino

54

52

34

31

21

20

23

19

30 anos

17 anos

7 anos

10 anos

Graduanda

Graduanda

1 ano

2 anos

Sim

Sim

Sim

Sim

Não possui

Não possui

Não possui

Não possui

7 anos

16 anos

1 ano

8 anos

2 anos

10 meses

2 anos

6 meses

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Tabela 2. Caracterização da amostra dos professores de rede regular de ensino.

Fonte: elaborado pelas pesquisadoras (2017)

1.3 Análise dos dados

Após receber todos os questionários, estes foram separados e lidos na

íntegra, para que assim fosse possível transcrever a fala de cada participante.

Após a transcrição, foi possível iniciar o estudo dos dados obtidos por

meio da análise de conteúdo proposta por Bardin (2004).

. Os professores da classe hospitalar foram identificados como PH e os

professores da sala de regular, como PR.

Os responsáveis pelos cursos de formação de professores devem estar

atentos em organizar a grade curricular, para sejam englobadas todas as áreas

possíveis de atuação do pedagogo.

De acordo com Libâneo (2001, p.12):

O curso de Pedagogia se destina a formar o pedagogo-especialista,isto é, um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos,para atender demandas socioeducativas (de tipo formal, não-formal e informal) decorrentes de novas realidades [...].

Considerando esse enfoque, a questão 1, direcionada aos professores

hospitalares (PH), se a área de Pedagogia Hospitalar fez ou faz parte da grade

curricular do seu curso de graduação em Pedagogia, obteve-se como resposta

que não. Este conteúdo foi apenas citado nas aulas de Educação Especial, e

uma única professora respondeu que sim, que seu curso ofereceu uma matéria

Professores

Regulares

Sexo

Idade

Tempo de

formação

Especialização

ou pós

1

2

3

4

5

6

7

8

Feminino

Feminino

Feminino

Feminino

Feminino

Feminino

Feminino

Feminino

33

34

55

53

35

31

47

47

9 anos

9 anos

28 anos

25 anos

8 anos

7 anos

18 anos

18 anos

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

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sobre esse tema. Esses relatos podem ser mais bem observados nas

respostas das professoras:

PH6: Infelizmente não possui disciplinas especificas no meu curso. Temos apenas duas disciplinas relacionadas a Educação Especial, uma mais geral que dialoga sobre a Educação Especial em si e de Libras.

PH5: Não, foi citado durante uma das aulas da disciplina de Educação Especial e fora oferecida uma única palestra a respeito da atuação do pedagogo no hospital, ao menos durante os quatro anos que me encontro na faculdade.

PH8: “Sim”.

Quando perguntado às professoras que atuam em ambiente hospitalar

se é necessária especialização para atuar nessa área, as respostas foram:

PH6: “Acredito que os cursos de pedagogia nos fornecem conhecimentos e reflexões necessárias para a atuação do pedagogo em todos os ambientes, mas não se pode deixar de lado que é sempre importante a formação continuada dos profissionais. Desse modo, creio que não haja necessidade de uma especialização que seja fundamental para a atuação do pedagogo nos hospitais.

PH7: “Normalmente não é exigida especializações”

PH5: “No caso do trabalho que realizo, é necessário ser graduando da pedagogia”

PH3: “PH3: “[...] exige-se apenas Pedagogia, mas se tiver especialização melhor ainda”.

Algumas responderam que sim, pois além do curso de Pedagogia a

especialização irá contribuir para sua prática:

PH8: “É necessário ter a pós-graduação em Pedagogia Hospitalar

PH4: “Pedagogia Hospitalar a princípio e depois Psicopedagogia e Psicomotricidade.

Percebe-se uma discrepância nas repostas dos professores. Seria a

falta de formação ou informação sobre o tema, já que a legislação vigente,

indica a obrigatoriedade na formação adequada para profissionais atuantes em

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classe hospitalar. Isso será melhor discutido na análise dos questionários dos

professores de sala regular.

Quando as professoras de classes hospitalares foram questionadas

sobre quais tipos de atividades são oferecidas aos alunos, obtiveram-se como

respostas, jogos, atividades artísticas, leituras, produções de textos, atividade

na sala de informática, atividade psicomotoras e de socialização; algumas

responderam que as atividades são feitas sobre o contexto hospitalar em que

estão inseridos e que trabalham de acordo com a demanda da escola, como

observado a seguir:

PH4: “Nós traçamos objetivos para cada criança e buscamos atividades e maneiras de trabalhar voltando-se para os objetivos traçados, das formas mais variadas possíveis, partindo de um eixo temático comum, os projetos, de modo que o tema é o mesmo para todas as crianças.

PH8: Eu trabalho bastante com atividades lúdicas, como: jogos e vídeos. Também trabalho com leituras, como histórias infantis e gosto bastante de passar atividades artísticas que estejam relacionadas ao tema da aula.

PH1: “Quando a escola, sabe da internação do aluno, nos envia atividades a serem dadas, mas quando não trabalhamos suas dúvida, jogos, temos sala de informática, pinturas e outras atividades que envolvam a criança no período de internação”.

Apenas uma professora evidenciou que as atividades, muitas vezes, são

reduzidas pelo fato de ter que lidar principalmente com a saúde e disposição do

espaço do aluno-paciente.

Todas relataram que as atividades vão de acordo com a idade/série do

aluno, assim como o nível cognitivo em que o aluno se encontra. Deste modo,

as atividades variam de acordo com a especificidade e necessidade de cada

um. Essa concepção vai ao encontro do pensamento do autor Ceccim (1997), o

qual relata que o atendimento pedagógico educacional no ambiente hospitalar

deve estar ligado aos interesses e necessidades da criança, atendendo-a,

assim, mais adequadamente possível.

Quando as professoras hospitalares foram questionadas sobre como é

feita a procura pelo atendimento pedagógico educacional, elas responderam:

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PH4: “Na Pediatria temos o espaço Classe Hospitalar e todos os dias passamos nos leitos para conhecer e apresentar o trabalho para os alunos, mas na UTI e DIPE (Departamento de Infectologia Pediátrica) só atendemos após a solicitação médica porque geralmente estão em isolamento ou com a saúde muito delicada e destinamos apenas um professor para fazer o atendimento”.

PH8: “Eu vejo as crianças que internaram , vou até elas e explico para elas e para seus responsáveis sobre o trabalho da classe hospitalar , convidando- as para participar da aula”. PH7: “É Direito assegurado por lei, então todo aluno em tratamento tem o direito de escolarização no hospital, assim nós pedagogos temos que fazer a abordagem, explicando a importância deste atendimento e assim fazemos uma triagem com os alunos, pais e escola” PH3: “A classe hospitalar é oferecida ao aluno matriculado regularmente em escola regular, quando são encaminhados ao hospital, e comunicado a assistente social.Como previsto na legislação”.

É possível perceber em algumas falas das pedagogas que elas são as

encarregadas por convidar e informar as famílias das crianças sobre o

atendimento pedagógico educacional que é oferecido e exigido nos hospitais,

atendimento este que é garantido por lei e presente em vários documentos

oficiais como:

• Constituição Federal /88, art.205; • Decreto Lei n.1044/69, art. 1º, que dispõe sobre tratamento excepcional para alunos portadores de afecções; • Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente); 21055 • Resolução n. 41/95 (Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente); • Lei n. 9.394/96 (Diretrizes e Bases da Educação); • Deliberação n.02/03 – CEE (Normas para Educação Especial) • Resolução n.02/01 – CNE/CEB (Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica); • Documento intitulado Classe hospitalar e atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações, editado pelo MEC, em 2002. (PETERS, 2015, p. 3-4)

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Muitos pais e responsáveis de crianças e adolescentes internados, por

falta de conhecimento, não fazem uso desse direito e cabe aos pedagogos e

ao hospital serem responsáveis por levar-lhes a informação.

Tendo-se em vista o que foi mencionado ao longo da pesquisa, o

pedagogo, além de auxiliar no processo de aprendizagem do aluno

hospitalizado, contribui também na questão emocional, afetivo e na sua

reabilitação.

De acordo com Silva, et all ( 2011, p. 5):

O papel do pedagogo no contexto hospitalar é o de estimular a aprendizagem para tornar o ambiente menos hostil [...]. O pedagogo auxilia a criança a se conectar com o mundo fora do hospital, ajuda na elevação da auto-estima e a compreender a doença e o ambiente no qual está inserida.

O que pode ser evidenciado nas respostas das professoras, quando

perguntado se julgam importante a atuação do pedagogo em ambiente

hospitalar:

PH1: “Sim, temos um trabalho diretamente com os médicos, eles nos falam que as crianças mostram melhoras porque sabem que está chegando a hora de ir para a classe, e assim, eles se medicam, fazem exames sem muito trabalho para poderem sair. Os médicos, sempre vão na classe em busca de alguma criança, e gostam quando percebem que naquele momento ela está mais ativa”. PH2: “Sim muito ,pois a educaçao é direito de todos independente do local onde ele se encontra”. PH4: “Ao longo desses anos observei e posso falar que é de extrema importância e auxilia no tratamento de saúde do paciente, melhora a sua auto estima, aprendizagem e até momentos de dor em que o aluno está tão envolvido na atividade que fica bem e é suspenso a medicação para dor naquele momento.

O professor/classe hospitalar e o professor/escola regular devem estar

unidos durante todo o momento de internação do aluno, para que o caminho

percorrido alcance o mesmo objetivo.

A classe hospitalar tem como propósito promover a continuidade dos estudos durante o período de internação. O professor da escola regular e professor da classe hospitalar estabelecem um vínculo para contribuir na atuação do pedagogo hospitalar com esta criança (MONTANARI; SILVA, 2017, p.5)

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Neste sentido, as professoras foram indagadas sobre qual o vínculo entre a

classe hospitalar e a escola do aluno internado, as respostas foram que o

pedagogo hospitalar deve ser o interlocutor com a escola de origem do aluno,

para que evolução pedagógica seja efetiva. Algumas professoras relataram que

há dificuldade em realizar contato com a escola da criança e apenas duas

responderam que há vínculo. Mas a necessidade desse serviço é importante e

feito pelas profissionais, como observado nos trechos de fala:

PH1: “Desde o momento da internação, procuramos estar em contato com a escola ou por meio da família, ou de um documento que mandamos falando da classe hospitalar” PH3: “Atualmente nenhuma, quem faz esse contato é a assistente social.

PH7: “O pedagogo hospitalar e a classe hospitalar tem que caminhar junto com a escola durante o tratamento e depois do tratamento temos que dar suporte para escola quando o aluno-paciente voltar a suas atividades normais”.

Isso fica evidenciado da Resolução SE 71/2016, de 23 de dezembro de

2016, Artigo 8 º, Parágrafo Único:

É de responsabilidade do professor da Classe Hospitalar subsidiar a escola de origem do aluno com todas as informações pedagógicas relevantes e necessárias à continuidade da vida escolar, quando de seu retorno à escolarização regular.

Logo, as duas instituições devem estar articuladas durante todo o

período de internação da criança.

Quando perguntado às professoras sobre a duração de cada

atendimento/aula, obtiveram-se como respostas: entre 3 e 4 horas; entre 2

horas, pois o atendimento é feito durante a sessão de hemodiálise; outras 50

minutos; dentre elas, apenas uma respondeu entre 30 minutos e, em casos

específicos, 1 hora e 30 minutos.

Todas as professoras salientaram a dificuldade durante as aulas, pois

muitas vezes as crianças contam com uma rotina cheia no hospital, devido à

sua doença e por várias vezes abandonam a aula na metade. A condição física

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e a disponibilidade de participação dos alunos também e algo que influi, como

visto a seguir:

PH1 “Muitas vezes a criança está na classe é chamada, para exames, cirurgias ou até mesmo alta. Muitas quando saem, as vezes não voltam”. PH8: “Varia de acordo com a disponibilidade de participação de cada aluno”.

É importante que as atividades e as aulas sejam planejadas, para que

elas tenham uma estrutura correta, de forma que os alunos consigam finalizá-

las em um curto tempo. Os alunos da classe hospitalar não têm a carga horária

normal de um ano letivo, pois muitos podem receber alta e irem embora, outros

podem voltar na semana seguinte. Por isso, torna-se importante terminar a

atividade no mesmo dia (SANTOS et all, 2013).

Quando as professoras foram indagadas sobre a presença de recursos

pedagógicos, e se são suficientes e adequados para cada aluno, obtiveram-se

como respostas:

PH1: “Dizer que suficientes, seria mentira, mas o bastante para o momento e nem sempre adequados” PH7: “Não, os hospitais em geral não estão adaptados para atender as necessidades educacionais de seus pacientes. Ressalto que o espaço do pedagogo no hospital é muito limitado e muitas vezes confundido pela equipe com Terapeutas Ocupacionais”. PH8: “Há bastante recursos disponíveis, porém, dependendo do caso do aluno, eu preciso adaptar para eu passar determinada atividade”.

Neste sentido, sobre a adaptação de recursos e instrumentos didático-

pedagógicos, o MEC enfatiza:

Jogos e materiais de apoio pedagógico disponibilizados ao educando pelo professor e que possam ser manuseados e transportados com facilidade; utilização de pranchas com presilhas e suporte para lápis e papel; teclados de computador adaptados; sofwares educativos; pesquisas orientadas via internet; vídeos educativos, etc. (BRASIL, 2002, p. 17)

Algumas responderam que sim, os recursos são sempre pensados e

elaborados previamente para os alunos; uma respondeu que a classe conta

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com parceria com cursos de Pedagogia e utilizam recursos de laboratório de

estágio, mas que recursos próprios são limitados. Há pessoas da equipe da

saúde que apóiam, oferecendo livros e jogos. Já em outra fala, a professora

relata que, com o convênio que o hospital tem com o Estado de São Paulo,

elas conseguem usufruir de bastante recursos.

É interessante a fala da PH7, quando coloca que, muitas vezes, o

pedagogo é confundido com Terapeuta Ocupacional, pois a ação do pedagogo

que atua no hospital nem sempre é entendida com clareza, mostrando que o

reconhecimento do seu papel ainda está sendo conquistado.

Os profissionais da saúde também são agentes importantes na fase de

hospitalização da criança. Deve-se estabelecer uma parceria entre os

profissionais da saúde e da educação, em que será possível haver uma troca

grande de informações colaborando com o desenvolvimento integral do aluno-

paciente.

No hospital a presença do pedagogo [...] contribui para que junto aos cuidados oferecidos pelos profissionais da saúde, unificando esforços e transpondo obstáculos, possa melhorar a qualidade dos serviços e assistência prestados em ambiente hospitalar, contribuindo para essa política de humanização dos hospitais. (ANTUNES, et all, 2007, p. 6-7)

Considerando esse enfoque, quando perguntado se o atendimento é

bem visto pelos profissionais da saúde, observa-se que:

PH7: “Tenho como experiência duas vertentes. Primeira: Os profissionais como enfermeiros e médicos que reconhecem e vêem o trabalho como importante para os alunos e a Segunda: Os que ignoram e dificultam o trabalho ignorando e não reconhecendo o pedagogo como membro da equipe”.

PH2: “Sim, pois tudo colabora com o desenvolvimento pessoal do mesmo”.

PH4: “Inicialmente não foi, mas com o tempo acompanharam os resultados positivos e abraçaram a idéia e hoje é bem visto e muito elogiado, participo toda semana das reuniões da equipe multiprofissional para formação e discussão de casos”.

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Algumas responderam que os médicos muitas vezes auxiliam no

desenvolvimento de alguma atividade relacionada ao contexto hospitalar;

outras já colocaram que é a maioria reconhece a importância do atendimento

pedagógico hospitalar, mas foi preciso um pouco de tempo para eles julgarem-

no benéfico para criança.

A fala da PH4 evidencia uma ação essencial no processo de

humanização dentro do hospital, que são as reuniões da equipe

multiprofissional composta por enfermeiros, pediatras, fisioterapeutas,

psicólogos, entre outros. Todos esses profissionais devem estar juntos,

trocando e construindo conhecimentos através desses encontros.

Com relação à avaliação dos alunos, os professores relatam que o

processo é feito gradativamente, respeitando o ritmo de cada um, por meio de

avaliações e intervenções; apenas uma colocou que o método de avaliativo é

da auto-avaliação, como ilustra os trechos de fala:

PH2: “Cada aluno é avaliado ele por ele mesmo”. PH3: “Gradativa”. PH4: “Através das avaliações e intervenções junto com o relatório da escola de origem e também o que é relatado pela equipe multiprofissional”.

As respostas das professoras vão ao encontro do autor Arosa, (2007, p.

5-6), que ressalta:

Uma possibilidade a ser tomada como ponto de partida é a da Avaliação Formativa, concepção esta que possibilita simultaneamente a significação da ação educativa hospitalar e a formação permanente de seus professores e alunos. Por ser identificada como um modo de investigação acerca da realidade educativa, centrada no processo e não no produto, considerando que o aluno aprende de diversas formas, em diferentes tempos e a partir de suas experiências cotidianas, essa concepção de avaliação possibilita mostrar a professores e alunos como ocorrem seus processos de ensinar e aprender.

Quando as professoras expõem que a avaliação é feita de forma

gradativa, ou seja, de forma progressiva, sua concepção está pautada na

avaliação formativa, em que o objetivo não é o produto final, mas sim o

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processo. Vale ressaltar que não é papel do pedagogo hospitalar classificar ou

reter o aluno.

As docentes regulares também participaram, pois acredita-se que é

necessário saber a visão e conhecimento das mesmas sobre a Pedagogia

Hospitalar. Nesse sentido, segue a análise dos questionários das professoras

de sala regular.

A primeira pergunta versou sobre o conhecimento que possuem sobre a

classe hospitalar. A maioria das respostas apontou como sendo um

atendimento educacional especializado. Apenas duas responderam que é a

continuação dos estudos das crianças hospitalizadas, como mostra a fala das

professoras:

PR1: “Classe hospitalar trata-se de um convênio firmado entre educação e saúde para atender crianças e jovens internados em hospitais para que não se perca a ligação com a escola”. PR2: “Salas de aula dentro do hospital”.

Com o questionamento se o tema pedagogia hospitalar foi abordado

durante sua graduação, as professoras responderam que sim, mas muito

superficialmente. Apenas três responderam que o tema não foi abordado, como

pode ser observado:

PR3: “Nunca tive, enquanto estudante, qualquer tema abordado”. PR4: “Não, esse assunto passou a ser falado hoje”.

As professoras foram indagadas se conheciam alguma classe

hospitalar, a maior parte das respostas foram negativas. Apenas uma

respondeu que sim, mas que não atuou ou teve qualquer tipo de participação.

Outra respondeu que conhece apenas as salas de recursos:

PR3: “Só as classes de recursos da E.E. Fernando Costa”.

Pode-se perceber, de acordo com a análise das respostas, que as

professoras dizem que a classe hospitalar é a sala de atendimento educacional

especializado, mas existe uma diferença, pois segundo a Secretaria da

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Educação de São Paulo (s/d), nas salas de recurso são atendidas crianças

com deficiência ou TEA - Transtorno do Espectro Autista, que estão

matriculados no horário contraturno, de acordo com sua necessidade. As

classes hospitalares são implantadas dentro do hospital, onde crianças

hospitalizadas recebem apoio pedagógico durante o período de internação.

Logo, é possível notar que ambas são diferenciadas, embora pareçam

semelhantes.

As professoras atuantes nas salas regulares foram questionadas sobre a

necessidade de especialização para atuar na classe hospitalar, todas

responderam que sim.

PR8: “Com certeza, requer conhecimentos específicos. PR2: “Com certeza, o hospital é um ambiente delicado, precisamos nos preparar”

Percebe-se que há uma discrepância com as respostas da maioria das

pedagogas hospitalares, que responderam não ser preciso ter especialização

para atuar no ambiente hospitalar, pois como se viu, a Pedagogia Hospitalar

não faz parte da grade curricular dos cursos de formação de professores,

tornando-se uma área pouco estudada. Dessa forma, o profissional da

educação não está preparado para atuar em ambiente hospitalar, já que essa

atuação requer conhecimentos específicos sobre essa prática.

Segundo a Pontifícia Universidade Católica (PEDAGOGIA...2017, p.1):

O profissional que desenvolve ações educacionais com crianças e adolescentes enfermos ou hospitalizados necessita de uma formação ampla, com conhecimentos diversificados, instrumental específico e recursos adequados para atender às dificuldades e limitações impostas por esse tipo de situação

Isso fica mais evidenciado no documento Classe Hospitalar e

atendimento pedagógico domiciliar: estratégias e orientações (BRASIL, 2002),

o qual dispõe que professor atuante nas classes hospitalares deverá ter

formação pedagógica preferencialmente em Educação Especial ou em cursos

de Pedagogia, ou ainda licenciaturas e receber capacitação sobre as doenças

e as condições biopsicossociais vivenciadas pelos alunos.

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Logo, com a afirmação dos professores sobre a grade curricular dos

cursos de Pedagogia não abranger a diversidade do campo de atuação do

profissional da educação, em específico a pedagogia hospitalar, demonstra que

é necessário que se busquem por conhecimentos em especializações ou pós-

graduação, visto que o pedagogo deve estar qualificado para exercer sua plena

função, dado que o embasamento teórico é importante para a execução do seu

papel.

Quando as professoras foram indagadas sobre o papel do pedagogo no

ambiente hospitalar, responderam que é de proporcionar aprendizagem às

crianças hospitalizadas. A PR8 respondeu que o papel do pedagogo, dentro do

hospital, é ter postura, boa didática e amor aos que estão lá dentro, e apenas

uma respondeu que o pedagogo hospitalar mantém os estudos da criança

hospitalizadas, como pode ser observado a seguir:

PR1: “O papel de acompanhar a criança no período de ausência escolar, oferecendo condições de aprendizagem”.

As atividades que o pedagogo pode desenvolver dentro do hospital são

diversas, e essa questão foi aplicada aos professores regulares. a maioria

respondeu que pode desenvolver atividades de recreação. Entretanto, outras

atividades também foram citadas e apenas uma respondeu que não possui

conhecimento de quais atividades o pedagogo pode desenvolver dentro do

hospital.

PR1: “Pode atuar nas unidades de intervenção como suporte pedagógico, como também na ala de recreação”. PR2: “Recreação, projetos lúdicos e atividade teórica”. PR3: “Atividades onde crianças consigam desenvolver habilidades”.

Quando questionadas sobre quem pode se beneficiar nesse espaço,

obteve-se com maior índice de respostas que são as crianças. Apenas uma

respondeu que não, e outras duas responderam que os pais também podem se

beneficiar com o atendimento pedagógico hospitalar.

PR2: “Primeiramente as crianças, mas os pais também”.

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PR4: “As crianças e os pais”.

Quando questionadas se já obtiveram algum aluno que teve seus

estudos interrompidos por doença, necessitando frequentar a classe hospitalar,

os professores responderam que não, apenas uma respondeu que seu aluno

interrompeu os estudos devido a alguma doença, entretanto não frequentou a

classe hospitalar:

PR1: “Que precisou interromper sim, mas não frequentou pois o hospital não despunha desse recurso”.

Essa fala relata a falta de oferta de classes hospitalares no país, onde

mesmo sendo garantidas por lei, muitos hospitais não contam com esse

atendimento, que ainda é restrito visto o número de hospitais que o Brasil

possui (OLIVEIRA, 2015).

Quando questionadas sobre ter conhecimento de quem é a

responsabilidade de manter as classes hospitalares, todas responderam ser do

governo ou da prefeitura.

A última pergunta do questionário era se as professoras acreditavam que

esse tema deveria ser mais estudado e explorado. Todas responderam que

sim, entretanto, outros temas também deveriam ser abordados, conforme o

depoimento abaixo:

PR1: “Não só essa como todas as áreas que envolvam a educação de uma forma que agregue melhoria para a classe”.

Logo, percebe-se que os professores não possuem conhecimento

concreto de como é e funciona uma classe hospitalar. Este tema como todos

os outros citados nesta pesquisa, devem ser abordados e explorados dentro

das salas de graduação de pedagogia.

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CONCLUSÃO

A educação é um direito de todos e se encontra amparada por

legislação. E é através da educação que o indivíduo se constrói continuamente

e se insere como sujeito social no meio em que vive.

O trabalho social do pedagogo como profissional da educação em

ambiente hospitalar como um todo, também contribui para o processo de

humanização hospitalar, atuando como agente social em prol dos familiares

dos hospitalizados, seja auxiliando-os a compreender o estado patológico das

crianças e adolescentes internadas, seja promovendo uma melhor interação

entre os familiares e os profissionais de saúde.

O pedagogo precisa ser educador humano para transformar o espaço de

aprendizagem em um lugar de superação, onde se possa construir um

ambiente em que a enfermidade seja compreendida e superada.

O pedagogo hospitalar é importante no desenvolvimento intelectual e

emocional da criança e adolescente hospitalizada, pois seu trabalho

proporciona avanço em seu tratamento, visto que a criança teve parte do seu

cotidiano interrompido, devido ao estado da sua saúde, já que se torna

necessário que fique afastado por um tempo indeterminado da escola regular.

Diante disso o pedagogo dará continuidade aos estudos da criança,

auxiliando na sua volta ao ensino regular, fazendo com que não aconteça a

evasão escolar ou defasagem em sua aprendizagem.

A educação não deve se limitar aos aspectos pedagógicos e

sistemáticos proporcionados pela educação formal, mas sim, deve ser mais

abrangente, no sentido de servir como um instrumento capaz de possibilitar o

desenvolvimento global do ser humano, seja na esfera afetiva, social,

psicológica, motora e cognitiva, bem como deve atuar de maneira a suprir as

necessidades específicas de cada grupo de sujeitos, condições estas

possibilitadas pela educação não-formal.

Por meio do questionário foi possível perceber que os profissionais da

saúde reconhecem sua importância, uma vez que a melhoria do aluno é algo

notório na sua recuperação.

Sendo assim, é inegável a influência da presença desse profissional que

desempenhará um papel positivo, contemplando um progresso integral da

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criança e do adolescente. Porém os resultados desse estudo indicam a

necessidade de formação adequada aos próprios profissionais que atuam

neste ambiente, sobre questões éticas de cumprimento à legislação vigente,

assim como o papel a ser desempenhado na classe hospitalar.

De acordo com a fala das professoras hospitalares entrevistadas, elas

não veem a necessidade de um curso de pós-graduação ou até mesmo cursos

de formação na área da saúde para prepará-los adequadamente com métodos,

técnicas de aprendizagem ou até mesmo primeiros socorros. Em contrapartida,

as professoras da sala regular demonstraram maior conscientização sobre esta

necessidade, mas pontuaram a falta desse conteúdo na grade curricular.

Nesse contexto, ainda há muito o que se fazer e estudar, sendo esta

uma área de extrema importância para a educação. Todos merecem respeito e

um trabalho de excelência em qualquer ambiente de aprendizagem

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APÊNDICE

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APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO PARA O PEDAGOGO QUE ATUA EM AMBIENTE HOSPITALAR

Idade:

Sexo:

Há quanto tempo está formada?

Possui pós ou especialização?

1- Há quanto tempo trabalha nessa área?

2- Em sua graduação faz parte do currículo a área de Pedagogia Hospitalar?

3- Qual especialização é necessária para atuar na área de Pedagogia

Hospitalar?

4 – Que tipo de atividade é desenvolvida no ambiente hospitalar?

5 - Como é feito a procura pelo atendimento?

6- Você julga importante a atuação do pedagogo em ambiente hospitalar?

7 – Qual o vinculo entre a sala hospitalar e a escola do aluno internado?

8 – Qual a duração de cada aula?

9- Há recursos pedagógicos suficientes e adequados para todos os alunos?

10- O atendimento é bem visto pelos profissionais de saúde?

11- Como você avalia a evolução dos alunos?

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APÊNDICE B

QUESTIONÁRIO PARA O PROFESSOR DA REDE REGULAR DE ENSINO

Idade:

Sexo:

Possui pós ou especialização?

1 - Qual sua formação?

2- Qual sua concepção sobre classe hospitalar?

3- Na sua graduação, foi abordado esse tema?

4 – Você conhece alguma classe hospitalar? Qual?

5-Você acha que para atuar em classe hospitalar é necessário alguma pós ou

especialização?

6- Você sabe qual o papel do pedagogo no ambiente hospitalar?

7- Você sabe quais atividades pedagógicas pode desenvolver no ambiente

hospitalar?

8- Você tem conhecimento de quem pode se beneficiar deste serviço?

9 - Você já teve contato com algum aluno que precisou interromper os estudos

por causa de doença e precisou participar de uma classe hospitalar? Se sim,

você como professora manteve algum contato com a classe hospitalar?

10- Você sabe de quem é a responsabilidade de manter a classe hospitalar?

11 – Você acha que essa área deveria ser mais explorada e estudada? Por

que?