atlas apresentação por georges didi-huberman | atlas - como levar o mundo às costas
DESCRIPTION
Atlas APRESENTAÇÃO por Georges Didi-Huberman | ATLAS - COMO LEVAR O MUNDO ÀS COSTASTRANSCRIPT
-
Registe-se Agenda Magazine Online Publicidade Pesquisa Links Contactos Home NOTCIAS ESTADO DA ARTE EXPOSIES ENTREVISTA PERSPETIVA OPINIO ARQ/DESIGN SCOPE MSICA
Links
PERSPETIVA ATUAL share |
APRESENTAO POR GEORGES DIDI-HUBERMAN
ATLAS - COMO LEVAR O MUNDO S COSTAS?2011-01-12
ATLAS CMO LLEVAR EL MUNDO A CUESTAS?26 de Novembro de 2010 - 28 de Maro 2011 Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madrid
Texto de apresentao de Georges Didi-Huberman da exposio homnima em cartaz noMuseu Reina Sofa, em Madrid, at 28 de Maro de 2011.
A partir do Atlas Mnemosyne
A mitologia grega conta que o tit chamado Atlas, junto com o seu irmo Prometeu, quisenfrentar-se aos Deuses do Olimpo para retirar-lhes o seu poder e d-lo aos homens.Conta que foi castigado na medida da sua fora: enquanto o abutre arrancava o fgado aPrometeu nos confins do Este, Atlas, no Oeste, (entre a Andaluzia e Marrocos) foiobrigado a suster com os seus ombros o peso da abbada celeste. Conta tambm quecarregar esta carga fez com que adquirisse um conhecimento infranquevel, e umasabedoria desesperante. Foi precursor de astronautas e gegrafos, e inclusivamente algunsdizem que foi o primeiro filsofo. Deu o seu nome a uma montanha (o Atlas), a umoceano (o Atlntico) e a uma forma arquitectnica antropomrfica (Atlante) que servecomo coluna de suporte.
Atlas, finalmente, deu o seu nome a uma forma visual de conhecimento: ao conjunto demapas geogrficos, reunidos num volume, geralmente, num livro de imagens, cujo destino oferecer aos nossos olhos, de maneira sistemtica ou problemtica inclusivamentepotica, com risco de ser errtica, quando no surrealista toda uma multiplicidade decoisas reunidas por afinidades electivas, como dizia Goethe. O atlas de imagensconverteu-se num gnero cientfico por direito prprio a partir do sculo XVIII (pensemosno livro de lminas da Enciclopdia) e desenvolveu-se consideravelmente nos sculosXIX e XX. Encontramos atlas muito srios, muito teis geralmente muito bonitos nombito das cincias da vida (por exemplo os livros de Ernst Haeckel sobre as medusas eoutros animais marinhos); existem atlas mais hipotticos, por exemplo no mbito daarqueologia; tambm temos atlas totalmente detestveis no campo da antropologia e dapsicologia (por exemplo o Atlas do homem criminal de Cesare Lombroso ou alguns doslivros de fotografias raciais constitudos por pseudo-eruditos do sculo XIX).
No mbito das artes visuais, o atlas de imagens, Atlas Mnemosyne, composto por AbyWarburg entre 1924 e 1929, que ficou inacabado, constitui para qualquer historiador daarte e para qualquer artista contemporneo uma obra de referncia e um casoabsolutamente fascinante. Aby Warburg transformou o modo de compreender as imagens.Ele para a histria da arte o equivalente ao que Freud, seu contemporneo, foi para apsicologia: incorporou questes radicalmente novas para a compreenso da arte, e emparticular a de memria inconsciente. Mnemosyne foi a sua obra mestra e o seutestamento metodolgico: rene todos os objectos da sua investigao num dispositivo depainis mveis constantemente montados, desmontados, remontados. Aparece tambmcomo uma reaco de duas experincias profissionais: a da loucura e a da guerra. Podever-se ento como uma histria documental do imaginrio ocidental (herdeiro nestestermos de Los Desastres de la Guerra e de Los Caprichos de Goya) e como umaferramenta para entender a violncia poltica nas imagens da histria (comparvel nisto aocompndio de Los Desastres de la Guerra).
Na mesa de montagem
Like 1.4k
APRESENTAO por Georges Didi-Huberman | ATLAS - ... http://www.artecapital.net/perspectivas.php?ref=119
1 de 7 16/02/13 16:03
-
Outros artigos:
2013-02-09ARTECAPITAL
2013-01-02ZARA SOARES
2012-12-10ISABEL NOGUEIRA
2012-11-05ANA SENA
2012-10-08ZARA SOARES
2012-09-21ZARA SOARES
2012-09-10JOO LAIA
2012-08-31ARTECAPITAL
2012-08-24ARTECAPITAL
2012-08-06JOO LAIA
2012-07-16ROSANA SANCIN
2012-06-25VIRGINIA TORRENTE
2012-06-14A ART BASEL
2012-06-05dOCUMENTA (13)
2012-04-26PATRCIA ROSAS
2012-03-18SABRINA MOURA
2012-02-02ROSANA SANCIN
2012-01-02PATRCIA TRINDADE
2011-11-02PATRCIA ROSAS
2011-10-18MARIA BEATRIZ MARQUILHAS
2011-09-23
Atlas Cmo llevar el mundo a cuestas? uma exposio interdisciplinar quepercorre o sculo XX e o nosso recente sculo XXI, elegendo o atlas de imagensMnemosyne como ponto de partida. Apesar de todas as diferenas de mtodo e contedoque podem separar a investigao de um filsofo-historiador e a produo de um artistavisual, ficamos espantados pelo seu comum mtodo heurstico ou mtodoexperimental quando se baseia numa montagem de imagens heterogneas.Descobrimos ento que Warburg partilha com os artistas do seu tempo uma mesmapaixo pela afinidade visual operatria, o que o converte em contemporneo de artistasplsticos de vanguarda (Kurt Schwitters ou Lszl Moholy-Nagy), de fotgrafos deestilo documental (August Sander ou Karl Blossfeldt), de cineastas de vanguarda(Dziga Vertov ou Sergei Eisenstein), de escritores que ensaiavam a montagem literria(Walter Benjamin ou Benjamin Fondane), e inclusivamente dos poetas e artistassurrealistas (Georges Bataille ou Man Ray).
A exposio Atlas no foi concebida para reunir pinturas maravilhosas, mas para ajudara compreender como trabalham alguns artistas em relao com eventuais obras mestras e como este trabalho pode considerar-se desde o ponto de vista de um mtodo autnticoe, inclusivamente, desde um conhecimento transversal, no estereotipado, o nosso mundo.Nesta exposio no se vem as belas aguarelas de Paul Klee, mas o seu modestoherbrio e as ideias grficas ou tericas que brotaram dele; no se vem os modernosquadrados de Joseph Albers, mas o seu lbum de fotografias realizado sobre aarquitectura pr-colombiana; to pouco as imensas pinturas de Rauschenberg, mas umasrie de fotografias reunindo objectos to modestos como heterclitos; no se vem asmagnficas pinturas de Gerhard Richter, mas uma seco de montagens realizadas para oseu \"Atlas\" de longa durao; no se vem os cubos minimalistas de Sol LeWitt, mas assuas montagens fotogrficas nas paredes de Nova Iorque. Em vez das pinturas (comoresultado do trabalho) preferimos, as mesas (como espaos operativos, superfcies de jogoou de realizao do trabalho). E ao caminhar pela exposio descobrimos que os supostosmodernos no so menos subversivos que os ps-modernos, e que estes no somenos metdicos e preocupados pela forma que os modernos. Constitui uma novaforma de contar a histria das artes visuais afastada dos esquemas histricos e estilsticosda crtica acadmica da arte.
Reconfigurar a ordem das coisas
Quando colocamos diferentes imagens ou diferentes objectos, como as cartas de umbaralho, por exemplo numa mesa, temos uma constante liberdade para modificar a suaconfigurao. Podemos fazer constelaes. Podemos descobrir novas analogias, novostrajectos de pensamento. Ao modificar a ordem, fazemos com que as imagens tomem umaposio. Uma mesa no se usa nem para estabelecer uma classificao definitiva, nem uminventrio exaustivo, nem para catalogar de uma vez por todas como num dicionrio,um arquivo ou uma enciclopdia, mas para recolher segmentos, troos da fragmentaodo mundo, respeitar a sua multiplicidade, a sua heterogeneidade. E para outorgarlegibilidade s relaes postas em evidncia.
Esta a razo pela qual \"Atlas\" nos mostra o jogo a que se entregam numerosos artistas,essa histria natural infinita (segundo a expresso de Paul Klee) o esse atlas doimpossvel (segundo a expresso de Michel Foucault com relao erudiodesconcertante de Jorge Luis Borges). Descobre-se, ento, o sentido em que os artistascontemporneos so sbios ou precursores de um gnero especial: recolhem pedaosdispersos do mundo como faria uma criana ou um trapeiro - Walter Benjamin comparavaestas duas figuras com o autntico sbio materialista. Fazem com que se encontrem coisasfora das classificaes habituais, retirem destas afinidades um gnero de conhecimentonovo, que nos abrem os olhos sobre aspectos do mundo inadvertidos, sobre o inconscienteda nossa viso.
Reconfigurar a ordem de lugares
Fazer um atlas reconfigurar o espao, redistribu-lo, desorient-lo em fim: desloc-lo aonde pensvamos que era contnuo, reuni-lo ali onde supunhamos que havia fronteiras.Arthur Rimbaud recortou um dia um atlas geogrfico para consignar a sua iconografiapessoal com os pedaos obtidos. Mais tarde, Marcel Broodthaers, On Kawara ou GuyDebord inventaram muitas formas de geografias alternativas. Aby Warburg j tinhaentendido que qualquer imagem qualquer produo de cultura em geral umencontro de mltiplas migraces: em Bagdad, por exemplo, que vai buscar ossignificados inadvertidos de algunos frescos do Renacimento italiano.So numerosos os artistas contemporneos que no se conformam apenas com umapaisagem para contar-nos a histria de um pas: a razo pela qual coexistem, numamesma superfcie ou lmina de atlas diferentes formas para representar o espao. uma forma de ver o mundo e de percorr-lo segundo pontos de vista heterogneosassociados uns aos outros, como podemos observar nas obras de Alighiero e Boetti, deDennis Oppenheim ou, mais geralmente, na maneira em que foi captada a metrpolisurbana, desde O homem da cmara de filmar de Dziga Vertov at s instalaes recentesde Harun Farocki.
Reconfigurar a ordem do tempo
Se o atlas aparece como um trabalho incessante de recomposio do mundo, emprimeiro lugar porque o mundo sofre constantemente decomposies, uma detrs daoutra. Bertolt Brecht dizia da deslocao do mundo que ela o verdadeiro sujeito daarte (basta pensar em Guernica para poder entend-lo). Aby Warburg, por sua vez, viaa histria cultural como um verdadeiro campo de conflitos, uma psicomaquia, umatitanomaquia, uma tragdia perptua. Podia-se dizer que muitos artistas adaptaram
APRESENTAO por Georges Didi-Huberman | ATLAS - ... http://www.artecapital.net/perspectivas.php?ref=119
2 de 7 16/02/13 16:03
-
MARIA BEATRIZ MARQUILHAS
2011-07-28PATRCIA ROSAS
2011-06-21SLVIA GUERRA
2011-05-02CARLOS ALCOBIA
2011-04-13SNIA BORGES
2011-03-21ARTECAPITAL
2011-03-16ARTECAPITAL
2011-02-18MANUEL BORJA-VILLEL
2011-02-01ARTECAPITAL
2011-01-12ATLAS - COMO LEVAR O MUNDO S COSTAS?
2010-12-21BRUNO LEITO
2010-11-29SLVIA GUERRA
2010-10-26SLVIA GUERRA
2010-09-30ANDR NOGUEIRA
2010-09-22EL CULTURAL
2010-07-28ROSANA SANCIN
2010-06-20ART 41 BASEL
2010-05-11ROSANA SANCIN
2010-04-15FABIO CYPRIANO - Folha de S.Paulo
2010-03-19ALEXANDRA BELEZA MOREIRA
2010-03-01ANTNIO PINTO RIBEIRO
2010-02-17ANTNIO PINTO RIBEIRO
2010-01-26SUSANA MOUZINHO
2009-12-16ROSANA SANCIN
2009-11-10PEDRO NEVES MARQUES
2009-10-20SLVIA GUERRA
este ponto de vista reagindo s tragdias histricas do seu tempo com um trabalho emque, uma vez mais, a montagem ocupa o papel central: as fotomontagens de JohnHeartfield nos anos trinta, e mais recentemente as Histoire(s) du Cinma de Jean-LucGodard e o trabalho de artistas como Walid Raad ou Pascal Convert., pois, o prprio tempo que se torna visvel na montagem de imagens. Cabe a cada um artista ou sbio, pensador ou poeta converter tal visibilidade na potncia de ver ostempos: um recurso para observar a histria, para poder manejar a arqueologia e a crticapoltica, desmontando-a para imaginar modelos alternativos.
NOTAA verso original do texto, bem como as fotografias aqui publicadas, esto disponveisem: www.museoreinasofia.es
APRESENTAO por Georges Didi-Huberman | ATLAS - ... http://www.artecapital.net/perspectivas.php?ref=119
3 de 7 16/02/13 16:03
-
2009-10-05PEDRO NEVES MARQUES
2009-09-21MARTA MESTRE
2009-09-13LUSA SANTOS
2009-08-22TERESA CASTRO
2009-07-24PEDRO DOS REIS
2009-06-15SLVIA GUERRA
2009-06-11SANDRA LOURENO
2009-06-10SLVIA GUERRA
2009-05-28LUSA SANTOS
2009-05-04SLVIA GUERRA
2009-04-13JOS MANUEL BRTOLO
2009-03-23PEDRO DOS REIS
2009-03-03EMANUEL CAMEIRA
2009-02-13SLVIA GUERRA
2009-01-26ANA CARDOSO
2009-01-13ISABEL NOGUEIRA
2008-12-16MARTA LANA
2008-11-25SLVIA GUERRA
2008-11-08PEDRO DOS REIS
2008-11-01ANA CARDOSO
2008-10-27SLVIA GUERRA
2008-10-18SLVIA GUERRA
2008-09-30ARTECAPITAL
2008-09-15ARTECAPITAL
2008-08-31ARTECAPITAL
2008-08-11INS MOREIRA
APRESENTAO por Georges Didi-Huberman | ATLAS - ... http://www.artecapital.net/perspectivas.php?ref=119
4 de 7 16/02/13 16:03
-
2008-07-25ANA CARDOSO
2008-07-07SANDRA LOURENO
2008-06-25IVO MESQUITA
2008-06-09SLVIA GUERRA
2008-06-05SLVIA GUERRA
2008-05-14FILIPA RAMOS
2008-05-04PEDRO DOS REIS
2008-04-09ANA CARDOSO
2008-04-03ANA CARDOSO
2008-03-12NUNO LOURENO
2008-02-25ANA CARDOSO
2008-02-12MIGUEL CAISSOTTI
2008-02-04DANIELA LABRA
2008-01-07SLVIA GUERRA
2007-12-17ANA CARDOSO
2007-12-02NUNO LOURENO
2007-11-18ANA CARDOSO
2007-11-17SLVIA GUERRA
2007-11-14LGIA AFONSO
2007-11-08SLVIA GUERRA
2007-11-02AIDA CASTRO
2007-10-25SLVIA GUERRA
2007-10-20SLVIA GUERRA
2007-10-01TERESA CASTRO
2007-09-20LGIA AFONSO
2007-08-30
APRESENTAO por Georges Didi-Huberman | ATLAS - ... http://www.artecapital.net/perspectivas.php?ref=119
5 de 7 16/02/13 16:03
-
JOANA BRTHOLO
2007-08-21LGIA AFONSO
2007-08-06CRISTINA CAMPOS
2007-07-15JOANA LUCAS
2007-07-02ANTNIO PRETO
2007-06-21ANA CARDOSO
2007-06-12TERESA CASTRO
2007-06-06ALICE GEIRINHAS / ISABEL RIBEIRO
2007-05-22ANA CARDOSO
2007-05-12AIDA CASTRO
2007-04-24SLVIA GUERRA
2007-04-13ANA CARDOSO
2007-03-26INS MOREIRA
2007-03-07ANA CARDOSO
2007-03-01FILIPA RAMOS
2007-02-21SANDRA VIEIRA JURGENS
2007-01-28TERESA CASTRO
2007-01-16SLVIA GUERRA
2006-12-15CRISTINA CAMPOS
2006-12-07ANA CARDOSO
2006-12-04SLVIA GUERRA
2006-11-28SLVIA GUERRA
2006-11-13ARTECAPITAL
2006-11-07ANA CARDOSO
2006-10-30SLVIA GUERRA
2006-10-29SLVIA GUERRA
APRESENTAO por Georges Didi-Huberman | ATLAS - ... http://www.artecapital.net/perspectivas.php?ref=119
6 de 7 16/02/13 16:03
-
2006-10-27SLVIA GUERRA
2006-10-11ANA CARDOSO
2006-09-25TERESA CASTRO
2006-09-03ANTNIO PRETO
2006-08-17JOS BRTOLO
2006-07-24ANTNIO PRETO
2006-07-06MIGUEL CAISSOTTI
2006-06-14ALICE GEIRINHAS
2006-06-07JOS ROSEIRA
2006-05-24INS MOREIRA
2006-05-10AIDA E. DE CASTRO
2006-04-20JORGE DIAS
2006-04-05SANDRA VIEIRA JURGENS
Copyright artecapital.net 2006 motion.
APRESENTAO por Georges Didi-Huberman | ATLAS - ... http://www.artecapital.net/perspectivas.php?ref=119
7 de 7 16/02/13 16:03