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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO I Texto sobre Educação na Antiguidade: elementos que diferenciam a educação desenvolvida por Esparta da educação desenvolvida por Atenas. Trabalho apresentado à disciplina História da Educação no curso de Graduação em Pedagogia na Universidade Federal de Alfenas. Wesley Cézar Fernandes 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO I

Texto sobre Educação na Antiguidade: elementos que diferenciam

a educação desenvolvida por Esparta da educação desenvolvida

por Atenas.

Trabalho apresentado à disciplina História da Educação no curso de Graduação em Pedagogia na Universidade Federal de Alfenas.

Wesley Cézar Fernandes

Polo São João da Boa Vista2013

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Page 2: Atividade 1 - diferenças entre educação espartana e ateniense.docx

A Grécia e a independência de suas cidades

Na Grécia Antiga as cidades eram independentes entre si, principalmente

pelas dificuldades de comunicação, essas cidades-estados acabaram tomando

características que aprofundavam suas diferenças.

Dois modelos que exemplificam bem essa situação e diferenças são as

cidades de Atenas e Esparta, com modelos de educação totalmente diferentes.

Em suas origens os espartanos descendem dos guerreiros dóricos, os

atenienses são originários dos povos responsáveis pela formação da tradicional

civilização creto-micênica.

Vale observar alguns pontos que caracterizam as diferenças entre as duas

cidades para entendermos melhor as diferenças na educação das duas.

Diferenças entre Atenas e Esparta

Economicamente, os atenienses aproveitaram de sua posição geográfica para

desenvolver um intenso comércio marítimo com as colônias estabelecidas no

Mediterrâneo e na Ásia Menor. A necessidade de desenvolvimento comercial

também esteve ligada a pouca disponibilidade de terras férteis ao longo de seus

domínios. Já em Esparta, apesar da grande disponibilidade de terras a aversão aos

estrangeiros propiciaram uma atividade agrícola autossuficiente e um comércio

bastante restrito, mantendo Esparta fechada para influencias externas.

Com relação à política, as duas cidades-estados privilegiaram o domínio dos

aristocratas, porém com diferenças fundamentais.

Os atenienses estabeleceram uma série de reformas que dariam origem a um

governo de caráter democrático. Sólon deu a Atenas uma constituição do tipo

democrática, libertou os camponeses, instituiu o tribunal do povo e criou o conselho

dos quatrocentos designado por sorteio pela Assembleia do povo. Assim Atenas

continuou a fazer crescer seu comércio e população, passando a exercer papel

chave na Grécia.

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Já, Esparta tinha seu poder divido entre dois reis (Diarquia) que tratavam de

assuntos militares e religiosos. Paralelamente, havia ainda a existência de duas

assembleias (Gerúsia e Ápela) onde se discutiam e organizavam as leis da cidade.

Educação Ateniense e Espartana

Finalmente em relação à educação Atenienses e Espartanos se

diferenciavam bastante, principalmente em relação aos fins que cada um tinha. Os

espartanos viam na educação uma importante etapa para que o cidadão

interiorizasse os valores militares e o rigoroso treinamento físico dos jovens.

“Em Esparta as crianças do sexo masculino, a partir dos sete anos, eram retiradas da família e inseridas em escolas-ginásios onde recebiam, até os 16 anos, uma formação de tipo militar, que devia favorecer a aquisição da força e da coragem. O cidadão-guerreiro é formado pelo adestramento no uso das armas, reunido em equipes sob o controle de jovens guerreiros e, depois, de um superintendente geral (paidonomos). Levava-se uma vida comum, favoreciam-se os vínculos de amizade, valorizava-se em particular a obediência. Quanto à cultura – ler, escrever -, pouco espaço era dado a ela na formação do espartano – “o estritamente necessário”, diz Plutarco -, embora fizessem aprender de memória Homero e Hesíodo ou o poeta Tirteo.” (CAMBI: 1999).

Em Atenas, a educação procurava realizar um equilíbrio entre o corpo e a

mente de cada indivíduo, uma educação harmonizada.

Segundo Cambi, após a adoção do alfabeto iônico que se tornou comum em

toda a Grécia, Atenas se desenvolveu em todos os campos: da poesia ao teatro, da

história à filosofia. Os atenienses se desenvolveram num ideal de formação mais

culto, ligado à beleza, desinteressado e universal, capaz de atingir os aspectos mais

próprios e profundo da humanidade de cada indivíduo e destinado a educar

justamente este aspecto de humanidade, que em particular a filosofia e as letras

conseguem nele fazer emergir e amadurecer.

“... a educação assumia em Atenas um papel-chave e complexo, tornava-se matéria de debate, tendia a universalizar-se, superando os limites da polis. Numa primeira etapa, a educação era dada aos rapazes que frequentavam a escola e a palestra, onde eram instruídos através da leitura, da escrita, da música e da educação física, sob a direção de três instrutores: o grammatistes (mestre), o kitharistes (professor de música), o paidotribes (professor de gramática). O rapaz era depois acompanhado

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por um escravo que o controlava e guiava: o paidagogos. Depois de aprender o alfabeto e a escrita, usando tabuinhas de madeira cobertas de cera, liam-se versos ricos de ensinamentos, narrativas, discursos, elogios de homens famosos, depois os poetas líricos que eram cantados, como atesta Platão. Central era também o cuidado com o corpo, para torná-lo sadio, forte e belo, realizado no gymnasia. Aos 18 anos, o jovem era “efebo” (no auge da adolescência), inscrevia-se no próprio demo (ou circunscrição), com uma cerimônia entrava na vida de cidadão e depois prestava serviço militar por dois anos.” (CAMBI: 1999).

Neste cenário as mulheres Espartanas e Atenienses também tinham

diferentes papéis. Em Esparta, sendo a mulher responsável por gerar indivíduos

preparados para o combate, estas possuíam uma rigorosa educação e tomavam a

frente de questões domésticas, participavam das assembleias, além de fortalecer o

próprio corpo para suportarem bem a gravidez, desenvolviam os nobres sentimentos

da virtude e da glória, enquanto em Atenas acreditavam que uma mulher não

deveria se intrometer no mundo masculino, ficando a ela reservada as atividades

ligadas ao lar.

Conclusão

A Grécia antiga era uma região complexa e rica de culturas. Podemos deduzir

que os gregos não podiam ser vistos como uma de nação interligada, e sim, como

várias cidades independentes econômica e culturalmente entre si. Apesar de

compartilharem de alguns costumes e tradições, os gregos possuíam formas

diferentes de governar e consequentemente de educar seus filhos para a vida

pública, o que ficou claro ao analisarmos as diferenças entre educação espartana e

educação ateniense.

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