associaÇÃo entre o perfil sociodemografico e estado

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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO NUTRICIONAL DE INDIVÍDUOS ADMITIDOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE CUIABÁ-MT EDNA MAYARA SOUZA HERRERA Cuiabá MT, outubro de 2018

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Page 1: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E

ESTADO NUTRICIONAL DE INDIVÍDUOS ADMITIDOS EM

UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE CUIABÁ-MT

EDNA MAYARA SOUZA HERRERA

Cuiabá – MT, outubro de 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E

ESTADO NUTRICIONAL DE INDIVÍDUOS ADMITIDOS EM

UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE CUIABÁ-MT

EDNA MAYARA SOUZA HERRERA

Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de

Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso

como parte dos requisitos exigidos para obtenção

do título de Bacharel em Nutrição, sob orientação

da professora Dra. Bruna Teles Soares Beserra

Cuiabá – MT, outubro de 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

NUTRICIONAL DE INDIVÍDUOS ADMITIDOS EM UM HOSPITAL

UNIVERSITÁRIO DE CUIABÁ-MT

EDNA MAYARA SOUZA HERRERA

Orientador: Prof.ª Dra. Bruna Teles Soares Beserra

MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA

JULGADO EM: 04/10/2018

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AGRADECIMENTOS

A Deus, primeiramente, por dar-me força para chegar até aqui.

A todos meu familiares, por estarem sempre presentes em todos os momentos da minha

vida, por me incentivarem e acreditarem em mim.

A minha orientadora Prof.ª Dra. Bruna Teles Soares Beserra, pela oportunidade de

trabalharmos juntas, pela paciência, ensinamentos e orientações para construção deste trabalho.

Aos amigos, que mesmo distantes me apoiaram.

As minhas amigas de faculdade, obrigada pela amizade e companheirismo nas horas

boas e ruins, pelos incentivos e por todo apoio.

A todos aqueles que de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho.

Meus sinceros agradecimentos, carinho e respeito por todos vocês.

Page 6: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 7

2. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 9

2.1 OBJETIVO GERAL......................................................................................................... 9

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 9

3. REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................... 10

4. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 14

4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO ................................................................................. 14

4.2 AMOSTRA DE ESTUDO ............................................................................................. 14

4.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA ................................................................................. 14

5. RESULTADOS ............................................................................................................... 16

6. DISCUSSÃO ................................................................................................................... 24

7. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 29

ANEXOS ................................................................................................................................. 34

ANEXO I ................................................................................................................................. 34

ANEXO II ................................................................................................................................ 35

ANEXO III ............................................................................................................................... 37

ANEXO IV .............................................................................................................................. 39

ANEXO V ................................................................................................................................ 40

Page 7: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

6

RESUMO

INTRODUÇÃO: A desnutrição é caracterizada como uma síndrome carencial de macro e micronutrientes

proveniente da diminuição da ingestão de alimentos ou do jejum, quando relacionada à doença a desnutrição é um

importante problema de saúde pública. OBJETIVO: Associar o perfil sociodemográfico e nutricional de

indivíduos admitidos em um hospital universitário de Cuiabá, MT. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo

transversal prospectivo, realizado em adultos e idosos que internaram nas clínicas médica e cirúrgica de um

Hospital Universitário. A coleta dos dados deu-se por meio questionário aplicado em até quarenta e oito horas

após a internação do indivíduo. Foram coletados dados sociodemográficos e antropométricos. Para avaliar o estado

nutricional foram utilizados o Índice de Massa Corporal – IMC, a Nutritional Risk Screening – NRS e a Avaliação

Subjetiva Global – ASG. Para todos os testes estatísticos realizado, foi adotado o nível de significância de p<0,05.

RESULTADOS: O estudo teve uma amostra de 30 indivíduos, sendo 22 da clínica cirúrgica e 8 da clínica médica.

Na clínica cirúrgica, 86,4% dos participantes não apresentavam risco de desenvolver desnutrição (NRS<3), sendo

que 42,1% dos adultos estavam com sobrepeso e 66,7% dos idosos estavam eutróficos. Já na clínica médica, 50%

dos indivíduos apresentaram risco de desenvolver desnutrição (NRS>3), 40% dos adultos apresentavam obesidade

grau I e 66,7% dos idosos sobrepeso. Não foi possível encontrar nenhuma diferença estatística significativa quando

associou o estado nutricional com o dados sociodemográficos na clínica médica e cirúrgica. CONCLUSÃO: O

estado nutricional com dados sociodemográfico não estão relacionados nos indivíduos avaliados no presente

estudo.

PALAVRAS-CHAVE: Desnutrição hospitalar; estado nutricional; dados sociodemográficos.

ABSTRACT

INTRODUCTION: Malnutrition is characterized as a deficient macronutrient and micronutrient syndrome due

to the reduction of food intake or fasting, when malnutrition is related to malnutrition is an important public health

problem. OBJECTIVE: To associate the sociodemographic and nutritional profile of individuals admitted to a

university hospital in Cuiabá, MT. METHODOLOGY: This is a prospective cross-sectional study, carried out in

adults and elderly people who admitted to the medical and surgical clinics of a University Hospital. The data

collection was done through a questionnaire applied within forty-eight hours after the patient's hospitalization.

Sociodemographic and anthropometric data were collected. To evaluate the nutritional status, we used the Body

Mass Index - BMI, the Nutritional Risk Screening - NRS and the Global Subjective Assessment - ASG. For all

statistical tests performed, the level of significance was set at p <0.05. RESULTS: The study had a sample of 30

individuals, 22 of the surgical clinic and 8 of the medical clinic. In the surgical clinic, 86.4% of the participants

did not present a risk of developing malnutrition (NRS <3), with 42.1% of the adults being overweight and 66.7%

of the elderly being eutrophic. In the medical clinic, 50% of the individuals presented a risk of developing

malnutrition (NRS> 3), 40% of the adults presented grade I obesity and 66.7% of the overweight elderly. No

significant statistical difference could be found when associating nutritional status with sociodemographic data in

the medical and surgical clinic. CONCLUSION: The nutritional status with sociodemographic data is not related

in the individuals evaluated in the present study.

KEY WORDS: Hospital malnutrition; nutritional status; sociodemographic data.

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1. INTRODUÇÃO

A desnutrição é caracterizada como uma síndrome carencial de macro e micronutrientes

proveniente da diminuição da ingestão de alimentos ou do jejum, acompanhados por vezes pelo

aumento das necessidades energéticas e proteicas, levando o paciente a apresentar um

desequilíbrio metabólico (CORREIA, 2003).

Segundo Leite et al. (2005) o quadro de desnutrição é comum em indivíduos

hospitalizados, sendo que a mesma pode estar relacionada com a própria enfermidade ou com

tratamento. No Brasil, o Inquérito Brasileiro de Avaliação Nutricional Hospitalar –

IBRANUTRI, constatou que dos 4.000 indivíduos hospitalizados, 48,1% apresentaram

desnutrição e 12,6% manifestaram desnutrição grave (WAITZBERG, 2001).

Além disso, o IBRANUTRI, destacou que a prevalência de desnutrição hospitalar é

maior nas regiões Norte e Nordeste do país, enquanto que nas regiões Sul e Sudeste foi

observado um menor número de desnutridos, o que pode ser justificado pela melhor oferta de

cuidados adequados na área da saúde. No Pará, 78,8% dos indivíduos internados eram

desnutridos. Já em Salvador (BA), verificou-se uma prevalência de 76% de indivíduos

internados desnutridos e em Natal (RN) esse percentual chegou a 67,6%. Na região Sul, a

prevalência de desnutrição entre os internados foi de 38,9% e, na região Centro-Oeste, que

inclui Cuiabá, havia 34,8% de desnutridos (WAITZBERG, 2001).

Sousa (2010) realizou uma pesquisa com indivíduos adultos não cirúrgicos internados

nas enfermarias de clínica médica, oncologia e moléstias infecciosas em um hospital

universitário de Uberlândia – MG, e constatou que 40,6% dos indivíduos foram classificados

como bem nutridos (ASG A), 35,2% com risco ou desnutrição moderada (ASG B) e 24,2%

com desnutrição grave (ASG C). Dentre as áreas estudadas, constatou-se a maior prevalência

de desnutrição na Clínica Médica (29,3%), seguida da Oncologia (21,9%) e Moléstias

infecciosas (8,2%), respectivamente.

Estudo realizado por Henrichsen (2017), observou que quando avaliaram os indivíduos

de acordo com a especialidade médica, a prevalência de desnutrição foi maior naqueles

acometidos por desordens hematológicas, com neoplasias, com doenças reumatológicas e

gastrenterológicas, sendo a Gastrenterologia 69,0%, Reumatologia 66,7%, Hematologia 66,7%,

Oncologia 58,3%, Infectologia 50,0%, Cirurgia 50,0%, Pneumologia 36,8%.

Vale ressaltar, que a desnutrição é um problema apreciável em indivíduos cirúrgicos e

predispõe a uma variedade de complicações e maior taxa de mortalidade pós-operatória quando

comparada a indivíduos eutróficos. A prevalência de desnutrição em indivíduos cirúrgicos varia

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de 22 a 58% dos casos e parece ocorrer igualmente em países desenvolvidos e em

desenvolvimento (PROJETO ACERTO, 2016).

A desnutrição, predispõe a uma série de complicações graves, incluindo tendência à

infecção, deficiência de cicatrização de feridas, falência respiratória, insuficiência cardíaca,

diminuição da síntese de proteínas a nível hepático com produção de metabólitos anormais,

diminuição da filtração glomerular e da produção de suco gástrico (ACUÑA et al., 2004).

Portanto, é aconselhável a terapia nutricional pré-operatória cujo objetivo se dá em não

recuperar totalmente o estado nutricional de pacientes sob risco nutricional ou sabidamente

desnutridos, mas basicamente, destina-se a preparar o paciente para o ato operatório proposto,

na qual pode ser alcançado no período de 7 a 14 dias. Esse preparo é um composto de 12% de

maltodextrina e 200 ml de água, tal preparo nutricional permitirá uma modulação da resposta

imune-inflamatória consequente da má nutrição, repercutindo em menores taxas de

complicações pós-operatórias (PROJETO ACERTO, 2016).

De acordo com a pesquisa feita pelo IBRANUTRI (WAITZBERG, 2001) o estado

nutricional implica também em maiores custos hospitalares. O custo da internação hospitalar

aumenta em cerca de 68% em indivíduos mal nutridos, em função do maior tempo de

internação, dos maiores gastos com medicações para tratar complicações (principalmente

infecciosas) e também do maior custo de suporte nutricional para tratar a desnutrição instalada.

Ainda, revelou que indivíduos bem nutridos permanecem internados, em média, 6 dias,

enquanto que indivíduos moderadamente desnutridos têm permanência hospitalar média de 9

dias e ainda que aqueles desnutridos graves ficam, em média, 13 dias internados; aumentando

o tempo de internação e consequentemente ocorrendo o aumento do risco de infecções e de

complicações.

Além disso, o ambiente social e econômico do indivíduo e de sua família desempenha

papel central na determinação da situação de saúde, pois, condições de vida precárias

normalmente se expressam na baixa renda familiar, no limitado poder de compra,

particularmente dos alimentos, nas condições adversas de saneamento, na área geográfica de

moradia e no limitado e desigual acesso a serviços de saúde (BLACK, 2008)

Diante do exposto é possível observar que a avaliação do estado nutricional precoce e a

suplementação pré operatória visa minimizar os distúrbios nutricionais, permitindo a

intervenção adequada, favorecendo a recuperação do paciente, a diminuição do tempo de

hospitalização e dos custos hospitalares. Desta forma, a hipótese do presente trabalho é a de

que indivíduos hospitalizados apresentem uma associação entre o estado nutricional com o

perfil sociodemográfico.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Associar o perfil sociodemográfico e o estado nutricional de adultos e idosos admitidos

em um hospital universitário de Cuiabá, MT.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Traçar o perfil sociodemográfico dos indivíduos admitidos

Estabelecer a prevalência das principais patologias e cirurgias dos indivíduos estudados

Avaliar o estado nutricional de indivíduos internados;

Identificar a relação entre os dados sociodemográficos e o estado nutricional.

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3. REVISÃO DA LITERATURA

O estado nutricional de um indivíduo expressa a condição na qual as necessidades

fisiológicas por nutrientes estão sendo obtidas, para manter ou não a composição e funções

normais do organismo, resultando do equilíbrio entre ingestão e necessidade de nutrientes

(JEEJEEBHOY, DETSKY e BAKER, 1990).

A avaliação do estado nutricional é realizada por métodos objetivos e subjetivos,

incluindo antropometria, avaliação da composição, exames bioquímicos, história dietética,

exame físico, determinação da funcionalidade. Em conjunto, esses métodos possibilitam a

realização de uma avaliação ampla do estado nutricional (KAMIMURA et al., 2005; MIJAC et

al., 2010).

Sendo assim, a desnutrição é o desequilíbrio celular entre o suprimento de energia e

nutrientes e o uso destes para o crescimento, manutenção e funções específicas do corpo (OMS,

1997). A Sociedade Americana de Nutrição Parenteral e Enteral – ASPEN (2011), define a

desnutrição como um estado de nutrição agudo, subagudo ou crônico, com graus variáveis de

“overnutrition” ou de “undernutrition”, com ou sem atividade inflamatória, que leva a

mudanças na composição corporal e redução da funcionalidade dos órgãos e tecidos (ASPEN,

2011). Além disso, a desnutrição pode ser definida como alterações do equilíbrio entre ingestão

e gasto energético do indivíduo, como também pode ser decorrente de alterações da digestão,

absorção e/ou utilização dos nutrientes (LEE, 2012).

As razões que levam à desnutrição são múltiplas, como a ingestão oral prejudicada, o

apetite alterado, a caquexia, os transtornos metabólicos e os efeitos adversos da terapêutica,

secundário as doenças associadas. O número de episódios de jejum é um outro fator que se

correlaciona negativamente com o índice de massa corporal (LEE, 2012).

Segundo Kondrup et al (2002), procedimentos de investigação e tratamento de

patologia que acarretam a necessidade de jejum e alterações na composição da dieta, são

algumas das causas do comprometimento do estado nutricional em indivíduos internados. O

jejum prolongado leva a depleção do estoque de glicogênio, com isso a glicemia passa a ser

mantida pela gliconeogênese, que promove um gasto metabólico importante, pois esta via está

relacionada a perda significativa da massa muscular e de tecido adiposo.

Após algumas horas de jejum, ocorre a diminuição das concentrações de insulina e,

em consequência, aumento das concentrações de glucagon, promovendo uma utilização rápida

da pequena reserva de glicogênio que se encontra em maior parte no fígado. Em menos de 24

horas de jejum, o glicogênio hepático é totalmente consumido. Antes disso, porém, a

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gliconeogênese é ativada e a proteína muscular passa a ser utilizada provendo glicose para os

tecidos que dependem exclusivamente dela como fonte de energia (sistema nervoso central,

medula renal e eritrócitos) (NYGREN, 2006).

A etiologia da desnutrição detectada na admissão hospitalar pode ser primária,

decorrente da ingestão inadequada e insatisfatória de nutrientes, consequência de condições

socioeconômicas precárias que não garantem a reposição energético-proteica e dos demais

nutrientes necessários; ou secundária, decorrente de fatores intrínsecos, pelo impacto de

doença. A partir do prévio diagnóstico de desnutrição, torna-se viável a implementação da

terapia nutricional adequada, a fim de manter ou recuperar o estado nutricional do paciente e

evitar a instalação ou progressão da desnutrição e de suas complicações (GARCIA, 2004;

TEIXEIRA, 2016).

Para isso existem diversos métodos de diagnosticar a desnutrição. Eles vão desde uma

avaliação clínica (observação de características como peso, altura e idade) até uma completa

avaliação do estado nutricional do paciente, incluindo, dados sobre alimentação, avaliação

bioquímica, imunológica, avaliação metabólica e história social, abrangendo a ocupação,

escolaridade, condições de habitação, nível socioeconômico (ACUNÃ e CRUZ, 2004;

AQUINO e PHILIPPI, 2011).

Dentre os métodos existentes para diagnosticar a desnutrição, destacam-se a Mini

Avaliação Nutricional – MAN, Triagem de Risco Nutricional – NRS, Avaliação Subjetiva

Global – ASG, Screening Tool Risk Nutritional Status and Growth – Strong Kids, Malnutrition

Screening Tool – MST, Malnutrition Universal Screening Tool – MUST (ASBRAN, 2014).

A aplicação da NRS (2002) é indicada em até 24 horas da admissão do paciente em

nível hospitalar e na primeira consulta em nível ambulatorial e domiciliar. A triagem sinaliza

precocemente indivíduos que poderiam beneficiar-se da terapia nutricional. Inclui, como

diferencial, a idade do paciente, tanto de adultos como de idosos, e engloba indivíduos clínicos

e cirúrgicos no âmbito hospitalar, ou seja, não discrimina indivíduos e abrange muitas

condições patológicas (ASBRAN, 2014).

Também adiciona a idade avançada (≥ 70 anos) como fator de risco. O instrumento

utiliza pontuação variável entre 0 e 6. Quando o resultado da somatória é maior ou igual a três

pontos, o paciente é classificado como em risco de desnutrição. Ao final, sugere a indicação de

intervenção nutricional para os indivíduos desnutridos (BEGHETTO, 2008; BRASPEN, 2011).

Por outro lado, a MAN foi desenvolvida para a avaliação do estado nutricional de idosos

hospitalizados. O questionário compreende 18 perguntas agrupadas em quatro seções. A soma

dos escores permite identificar os indivíduos idosos com estado nutricional adequado, com risco

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de desnutrição ou com desnutrição. Ela é aplicada em duas partes: quando utilizada de forma

parcial, com a aplicação da primeira parte, que inclui seis questões, serve para a triagem

nutricional (risco nutricional); quando aplicado de forma completa, esse instrumento permite

realizar a avaliação do estado nutricional e possíveis mudanças ao longo do tempo. Este recurso

é considerado uma das melhores ferramentas para triagem do risco nutricional de idosos

(VELLAS, 1999).

Em relação a ASG, o propósito da realização da avaliação nutricional não é apenas o

diagnóstico, mas também a identificação de indivíduos com risco de desenvolver complicações

associadas ao estado nutricional durante a internação, ou seja avaliação do risco nutricional. O

instrumento tem boa reprodutibilidade e capacidade de prever complicações relacionadas à

desnutrição (DETSKY, 1987).

O questionário foca questões relacionadas à desnutrição crônica, como: percentual de

perda de peso nos últimos 6 meses; modificação na consistência dos alimentos ingeridos;

sintomatologia gastrointestinal persistente por mais de 2 semanas; presença de perda de gordura

subcutânea e de edema. Além disso, a ASG valoriza alterações funcionais que possam estar

presentes. O método classifica o paciente em: bem-nutrido (A); moderadamente desnutrido (B)

e gravemente desnutrido (C) (DETSKY, 1987).

Estudos em todo o mundo têm mostrado que 40% dos indivíduos encontram-se

desnutridos na admissão ao serviço hospitalar e que, em torno de 75% perdem peso durante a

internação (DELGADO, 2005). De acordo com Löser (2010) identificar essa patologia na

admissão é essencial para garantir um suporte adequado, visto que, a desnutrição na admissão

hospitalar tem uma taxa de prevalência que varia de 20 a 60%.

O estudo realizado por Borghi et al. (2013), apontou que 24% dos indivíduos adultos

assistidos apresentavam-se desnutridos nas primeiras 48 horas após admissão hospitalar,

quando submetidos à Avaliação Subjetiva Global – ASG. E em relação aos idosos 38,4%

estavam sob risco nutricional e 30,8% estavam desnutridos. Esta pesquisa mostrou que ao

considerar os indivíduos das duas populações estudadas (adultos e idosos), levando-se em conta

os adultos classificados como B e C pela ASG e os idosos considerados sob risco de desnutrição

e desnutridos pela Mini Avaliação Nutricional (MAN), alcançaria um valor médio de

desnutrição/sob risco de desnutrição de 46,6%.

Estudo realizado por Weinsier et al. (1979) observou que 48% dos indivíduos já se

encontravam desnutridos no momento da internação. Ao avaliar o estado nutricional dos

indivíduos, ao final do período de internação, essa taxa aumentou para 62% e, foi constatada a

correlação desses índices com um maior tempo de internação quando esses indivíduos foram

Page 14: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

13

comparados a um grupo de doentes de baixo risco de desnutrição mas com diagnósticos

semelhantes, onde os tempos de internação encontrados foram, respectivamente, 20 e 12 dias.

Portanto, a avaliação do estado nutricional permite identificar os distúrbios

relacionados ao desequilíbrio de nutrientes, possibilitando a definição de uma intervenção

adequada o mais precocemente possível, evitando a instalação e/ou progressão da desnutrição,

e favorecendo a recuperação da saúde (GONÇALVES DE ALENCAR, 2015).

É oportuno mencionar, que Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral

(BRASPEN) desenvolveu a campanha ´´Diga não à desnutrição´´ com o objetivo de reduzir as

taxas de desnutrição por meio de uma série de ações que incluem triagem, diagnóstico, manejo

e tratamento da desnutrição (BRASPEN, 2018).

De acordo com o exposto, a determinação precoce do estado nutricional em indivíduos

internados e a constatação da relação do estado nutricional com o perfil sociodemográfico,

podem ser utilizados como uma estratégica de melhora terapêutica desses indivíduos, como isso

propõe-se a realização deste estudo.

Page 15: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO

Estudo transversal prospectivo, realizado em indivíduos que internaram nas clínicas

médica e cirúrgica do Hospital Universitário Júlio Müller na cidade de Cuiabá – MT.

4.2 AMOSTRA DE ESTUDO

A amostra do estudo foi composta por indivíduos de ambos os sexos, e a coleta foi

realizada no período de março de 2018 a agosto de 2018. Os critérios de inclusão foram:

indivíduos maiores de 18 anos admitidos na clínica médica e cirúrgica nas primeiras 48 horas

de internação. Os critérios de exclusão foram definidos como: gestantes, indivíduos críticos,

todos aqueles em que não será possível realizar a avaliação nutricional e os que não consentirem

em participar.

Os indivíduos que aceitaram participar da pesquisa, assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO I). O presente projeto foi aprovado pelo Comitê

de Ética da Universidade Federal de Mato Grosso sob o número 2.744.084 (ANEXO V).

4.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Os dados sociodemográficos e nutricionais foram obtidos por meio de um questionário

contendo 23 questões de múltipla escolha, que abordaram variáveis como, sexo, idade, raça,

estado civil, escolaridade, procedência, motivo da internação, renda familiar, diagnóstico da

internação, comorbidades, tipo dieta, tipo de cirurgia (se cirúrgico), uso de preparo cirúrgico

(ANEXO II)

Os dados antropométricos foram obtidos por meio do prontuário do paciente, na

ausência dessa informação, a pesquisadora realizou a aferição do peso corporal e a estatura.

Para obtenção do peso corporal e aferição da altura foi utilizado uma balança mecânica

com estadiômetro manual, com capacidade máxima de 150 kg (precisão de 100g), disponível

no serviço, da marca Filizola®. No momento da aferição, os indivíduos foram orientados a

ficarem com o mínimo de roupas possível e com os pés descalços sobre a balança. Após esse

momento foi calculado o Índice de Massa Corporal QUETELET por meio da fórmula: peso

Page 16: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

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dividido pela altura ao quadrado e a classificação foi feita de acordo com as recomendações da

Organização Mundial da Saúde – OMS (1997) para adultos e Lipschitz (1994), para os idosos.

Os indivíduos foram avaliados por meio da Nutritional Risk Screening – NRS (2002)

(ANEXO IV) no qual foram classificados com NRS < 3, que significava que o paciente não

apresentava risco nutricional e NRS ≥ 3, que significava que o paciente estava em risco e o

plano nutricional deveria ser iniciado. Quando os pacientes apresentavam a NRS>3, foi

realizada a Avaliação Subjetiva Global – ASG (ANEXO III), no qual os pacientes foram

classificados como bem nutridos (ASG A), em risco de desnutrição ou moderadamente

desnutridos (ASG B) e desnutridos graves (ASG C).

As análises de dados foram realizadas no programa STATA versão 11.0. As variáveis

contínuas foram sintetizadas em média e desvio padrão. Em contrapartida, as variáveis

categóricas foram descritas em categorias e frequência. Para avaliação da normalidade dos

dados foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk, se o resultado do teste de Shapiro-Wilk fosse <0,05,

rejeitava-se a normalidade dos dados. Para verificar diferenças entre os grupos de estudo foi

utilizado para as variáveis contínua e simétrica o Teste T e Teste ANOVA e para as variáveis

categóricas o Teste de Qui-Quadrado.

Page 17: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

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5. RESULTADOS

5.1 CARACTERÍSTICAS DOS PARTICIPANTES

O presente estudo contou com a participação de 30 indivíduos, sendo 6 idosos e 24

adultos. Em relação a distribuição por gênero esta pesquisa obteve 63,3% dos avaliados do sexo

feminino e 36,7% do sexo masculino. A idade variou entre 18 a 71 anos, com a média de 44,5

± 14,3 anos. Dentre os entrevistados, 73,3% (n=22) da clínica cirúrgica e 26,7% (n=8) da clínica

médica.

Em relação à escolaridade, pode-se perceber que 6,7% não sabiam ler nem escrever,

33,3% não concluíram o ensino fundamental, 6,7% possuíam o ensino fundamental completo,

13,3% tinham o ensino médio incompleto, 33,3% haviam concluído o ensino médio e 6,7%

possuíam ensino superior completo.

Quando indagados sobre o estado civil, 20% dos indivíduos relataram ser solteiros,

63,3% casados, 6,7% divorciados e 10% viúvos. Quanto à procedência, a maioria dos

indivíduos eram oriundos do Estado de Mato Grosso (90%), sendo que 40% residiam na capital

e 50% no interior do Estado. No questionamento sobre raça/cor prevaleceu pardos (60%),

seguido de negros (23,3%) e brancos (16,7%).

No que diz respeito à quantidade de moradores na residência dos participantes do

estudo, 13,2% dos indivíduos moravam sozinhos e 86,8% residiam com mais de uma pessoa.

DETALHAR MAIS (1-2 P/ 3-4 P/ >5P) A distribuição dos indivíduos segundo a renda mensal

per capita é apresentada na Tabela 1.

Tabela 1 - Distribuição dos indivíduos avaliados segundo renda mensal per capita, no Hospital

Universitário Júlio Muller em Cuiabá, 2018.

Renda Mensal N %

Nenhum Salário Mínimo 1 3,4

1 Salário Mínimo 7 23,3

1 ½ Salário Mínimo 4 13,3

2 Salários Mínimos 6 20,0

2 ½ Salários Mínimos 7 23,3

Mais que 3 Salários Mínimos 5 16,7

Total 30 100

Fonte: Do autor

Page 18: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

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Os participantes do estudo, também foram questionados sobre o recebimento de

benefícios sociais, o qual evidenciou que 24,1% dos indivíduos recebiam auxilio, sendo 42,8%

Bolsa Família, 28,6% aposentadoria, 14,3% pensão e 14,3% auxilio doença.

Dos indivíduos internados na clínica cirúrgica apenas 54,5% realizaram o procedimento

cirúrgico dentro de 24 horas após a internação, dentre eles 68,2% (n=15) fizeram uso do preparo

cirúrgico que corresponde a um composto de maltodextrina, com 200 ml de água e 12% de

maltodextrina (PROJETO ACERTO, 2016) e 31,8% (n=7) não utilizaram o suplemento. No

que diz respeito a consistência da dieta no ato da internação, a dieta branda (53,3%) foi prescrita

para a maioria dos indivíduos internados, seguida da dieta normal (23,4%). Além dessas, houve

a prescrição de 10% dieta pastosa, 6,7% dieta semi liquida e 3,3% dieta liquida restrita.

Além da causa de internação, 30% dos indivíduos apresentavam doenças crônicas não

transmissíveis associadas. A citadas foram, Hipertensão Arterial Sistêmica (23,3%) e Diabetes

Mellitus (6,7%), sendo que 3,3% apresentavam as duas doenças e 3,3% tinham diabetes,

hipertensão e cirrose hepática. E quanto aos antecedentes patológicos familiares 50% não

relataram nenhum, 36,7% hipertensão arterial e 13,3% diabetes, sendo o seguinte grau de

parentesco 80% pais, 13,3% avós e 6,7% filhos.

Em relação ao tipo de tratamento hospitalar, notou-se que a maioria das internações

realizadas na clínica médica e na clínica cirúrgica, foram por doenças renais e hepáticas, sendo,

37,5% e 25% respectivamente, como mostra a figura 1 e 2.

Figura 1 - Distribuição dos indivíduos avaliados segundo motivo de internação na clínica

médica do Hospital Universitário Júlio Muller (n=8). Cuiabá, 2018.

Fonte: Do autor

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Doenças

Hepáticas

Doenças

Renais

Doenças

Pancreáticas

Infecção

Per

centu

al

Page 19: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

18

Figura 2 - Distribuição dos indivíduos avaliados segundo motivo de internação na clínica

cirúrgica do Hospital Universitário Júlio Muller (n=22). Cuiabá, 2018.

Fonte: Do autor

5.2 ESTADO NUTRICIONAL NA CLÍNICA CIRURGICA E MÉDICA

Considerando-se as variáveis relacionadas à avaliação do estado nutricional, o presente

estudo mostrou que a maior parte dos indivíduos adultos, da clínica cirúrgica, apresentavam

sobrepeso (42,1%), com a média de IMC de 27,6 ± 4,9 kg/m2. Enquanto que, na clínica médica,

a maior parte dos adultos apresentavam eutrofia (40%), com média de IMC de 24,7 ± 6,0 kg/m2.

Quanto a classificação dos idosos, avaliados na clínica cirúrgica, pode-se observar que,

66,7% dos indivíduos apresentavam-se eutróficos e 33,3% com sobrepeso. Enquanto que, na

clínica médica houve a prevalência de sobrepeso (66,7%) entre os idosos, com a média de IMC

de 27,0 ± 2,6 kg/m2.

Além da classificação do IMC, os entrevistados foram avaliados pela Triagem de

Risco Nutricional – NRS (2002), onde evidenciou-se que, na clínica cirúrgica, 86,4% (n=19)

tiveram a NRS < 3, ou seja, os indivíduos estavam sem risco de desenvolver desnutrição, no

entanto, 13,6% (n= 3) dos indivíduos obtiveram a NRS ≥ 3, apresentando um risco de

desenvolver desnutrição e desta forma, necessitando de uma intervenção nutricional imediata.

Quando analisados os indivíduos da clínica médica, pode-se perceber que 50% foram

classificados com a NRS < 3(n=4) e 50% com a NRS ≥ 3 (n=4).

Nos participantes das clínicas médica e cirúrgica, que obtiveram a NRS ≥ 3, houve a

aplicação do questionário da Avaliação Subjetiva Global – ASG, na qual constatou que três dos

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Doenças

Hepáticas

Doenças

Renais

Neoplasia Doenças

Intestinais

Doenças Do

Esôfago

Doenças

Nasais

Doença

Auto Imune

Doenças

Abdominais

Doenças Do

Aparelho

Reprodutivo

Feminino

Per

centu

al

Page 20: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

19

entrevistados possuíam desnutrição moderada (ASG B) e quatro eram gravemente desnutrido

(ASG C).

(PARÁGRAFO ORIGINAL) Nos participantes da clínica cirúrgica, que obtiveram a

NRS ≥ 3, houve a aplicação do questionário da Avaliação Subjetiva Global – ASG, na qual

constatou que 33,3% (n= 1) dos entrevistados possuíam desnutrição moderada (ASG B) e

66,7% (n= 2) eram gravemente desnutrido (ASG C). Em relação a clínica médica a desnutrição

moderada (ASG B) estava presente em 50% (n=2) dos indivíduos, assim como, 50% (n=2)

estavam gravemente desnutridos (ASG C).

5.3 ASSOCIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL COM OS DADOS

SOCIODEMOGRÁFICOS NAS CLINICAS CIRURGICA E MÉDICA

Em relação a associação do estado nutricional com o dados sociodemográficos, foi

associado o IMC e a NRS com os seguintes dados sociodemográficos: sexo, escolaridade, renda

mensal e raça.

Na clínica cirúrgica, quando relacionou-se o IMC com as variáveis sociodemográficos

não foi possível encontrar nenhuma diferença estatística significativa (p>0,05), fato este que

pode ser observado na tabela 4.

Page 21: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

20

Tabela 2 - Associação do IMC com dados sociodemográficos da clínica cirúrgica do Hospital

Universitário Júlio Muller (n=22). Cuiabá, 2018.

Variável

IMC

Valor-p

(kg/m2) N

Sexo

Feminino

Masculino

28,5 ± 4,7

26,5 ± 5,3

8

14

0,373*

Escolaridade

Analfabeto

Ensino Fundamental Incompleto

Ensino Fundamental Completo

Ensino Médio Incompleto

Ensino Médio Completo

Ensino Superior Completo

23,4 ± 2,1

27,7 ± 5,3

30,1

25,9 ± 0,4

29,4 ± 6,4

23,7

2

7

1

2

9

1

0,626**

Renda Mensal

Nenhum salário mínimo

Um salário mínimo

Um ½ salário mínimo

Até dois salários mínimos

Dois ½ salários mínimos

> Três salários mínimos

29,4

26,5 ± 6,3

28,2 ± 3

29,5 ± 4,8

27,5 ± 2,3

26,6 ± 8,6

1

4

3

5

5

4

0,955**

Raça

Branca

Parda

Negra

27,4 ± 2,9

28,3 ± 5,8

26,1 ± 1,1

3

15

4

0,729**

Legenda: IMC: índice de massa corporal; *teste T; ** teste de ANOVA

Fonte: Do autor.

Quando avaliado essa associação na clínica médica, também foi possível observar

ausência de diferença estatística significativa entre o IMC e as variáveis sociodemográficos

(Tabela 5).

Page 22: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

21

Tabela 3 - Associação do IMC com dados sociodemográficos da clínica médica do Hospital

Universitário Júlio Muller (n=8). Cuiabá-MT, 2018.

Variável

IMC

Valor-p

(kg/m2) n

Sexo

Feminino

Masculino

24,7 ± 2,7

27,0 ± 1,5

5

3

0,558*

Escolaridade

Ensino Fundamental Incompleto

Ensino Fundamental Completo

Ensino Médio Incompleto

Ensino Médio Completo

Ensino Superior Completo

27,1 ± 2,5

24,1

30,8 ± 0,8

19,2

18,4

3

1

2

1

1

0,051**

Renda Mensal

Um salário mínimo

Um ½ salário mínimo

Até dois salários mínimos

Até dois ½ salários mínimos

> Três salários mínimos

27,8 ± 3,6

24,3

30,2

24,1 ± 6,4

18,4

3

1

1

2

1

0,540**

Raça

Branca

Parda

Negra

23,2 ± 6,7

24,3 ± 4,9

28,6 ± 3,9

2

3

3

0,468**

Legenda: IMC: índice de massa corporal; *teste T; ** teste de ANOVA

Fonte: Do autor.

No que se refere a associação dos dados sociodemográficos com a Triagem de Risco

Nutricional, utilizando a NRS, na clínica cirúrgica e médica não foi possível observar diferença

estatística significativa (p>0,05) quando realizada essa associação (Tabela 6 e Tabela 7).

Page 23: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

22

Tabela 4 - Associação da NRS com dados sociodemográficos da clínica cirúrgica do Hospital

Universitário Júlio Muller (n=22). Cuiabá-MT, 2018.

Variável

NRS

Valor-p

n < 3 (%) n ≥ 3 (%)

Sexo

Feminino

Masculino

13

6

68,4

31,6

1

2

33,3

66,7

0,240*

Escolaridade

Analfabeto

Ensino Fundamental Incompleto

Ensino Fundamental Completo

Ensino Médio Incompleto

Ensino Médio Completo

Ensino Superior Completo

2

6

1

2

7

1

10,5

31,6

5,3

10,5

36,8

5,3

0

1

0

0

2

0

0

33,3

0

0

66,7

0

0,912*

Renda Mensal

Até dois ½ salários mínimos

> Três salários mínimos

16

3

84,2

15,8

2

1

66,7

33,3

0,116*

Raça

Branca

Parda

Negra

3

12

4

15,8

63,2

21,0

0

3

0

0

100

0

0,445*

Legenda: NRS: Nutritional Risk Screening; *teste Qui-Quadrado

Fonte: Do autor.

Page 24: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

23

Tabela 5 - Associação da NRS com dados sociodemográficos da clínica médica do Hospital

Universitário Júlio Muller (n=8). Cuiabá-MT, 2018.

Variável

NRS

Valor-p

n < 3 (%) n ≥ 3 (%)

Sexo

Feminino

Masculino

3

1

75,0

25,0

2

2

50,0

50,0

0,240

Escolaridade

Ensino Fundamental Incompleto

Ensino Fundamental Completo

Ensino Médio Incompleto

Ensino Médio Completo

Ensino Superior Completo

1

0

1

1

1

25,0

0

25,0

25,0

25,0

2

1

1

0

0

50,0

25,0

25,0

0

0

0,504

Renda Mensal

Até dois ½ salários mínimos

> Três salários mínimos

3

1

75,0

25,0

4

0

100,00

0

0,504

Raça

Branca

Parda

Negra

2

1

1

50,0

25,0

25,0

0

2

2

0

50,0

50,0

0,564

Legenda: NRS: Nutritional Risk Screening; *teste Qui-Quadrado

Fonte: Do autor

Page 25: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

24

6. DISCUSSÃO

O presente estudo buscou avaliar a associação do estado nutricional com os dados

sociodemográficos de indivíduos internados na clínica cirúrgica e clínica médica de um hospital

universitário. Entretanto, quando relacionados não foi possível encontrar diferença estatística

significativa.

No que tange ao tratamento hospitalar, neste estudo foi investigado diversos motivos

de internação, prevalecendo as doenças renais e hepáticas. Estes achados podem estar

relacionados com a variedade do serviço oferecido no local (clínica média e clínica cirúrgica)

à população, como também pelo o hospital ser um centro de referência do Estado de Mato

Grosso para o tratamento dessas patologias. Estudo feito por Bosco et al. (2013) verificou

resultados similares aos encontrados nesta pesquisa, visto que dos indivíduos internados na

clínica médica de um hospital universitário em São Luís, a maior prevalência de internação foi

oriunda de doenças hepática (27,0%) e doenças renais (20,0%).

Em relação as variáveis sociodemográficos, renda mensal e escolaridade, foi possível

observar que a maioria (60%) dos participantes do estudo ganhavam até 2 salários mínimos,

além disso foi verificado uma baixa escolaridade dos indivíduos, na qual apenas 6,7% dos

avaliados possuíam o ensino superior completo. Dados semelhantes foram encontrados por

Bosco et al. (2013), em seu estudo realizado com indivíduos da clínica médica de um hospital

universitário em São Luís (MA), constatando que 78,0% dos pacientes avaliados ganhavam até

2 salários mínimos e 87% dos entrevistados tinham escolaridade ≤ 9 anos. Essa baixa renda e

baixa escolaridade pode estar relacionada, pelo fato de tanto a nossa pesquisa como a pesquisa

de Bosco et al. (2013) terem sido realizadas em hospitais que estão vinculados ao Sistema Único

de Saúde (SUS).

Já em relação as variáveis sexo e raça, no presente estudo, foi possível verificar uma

maior prevalência de indivíduos do sexo feminino (63,3%) e de raça/cor parda (60%), assim

como Borghi (2013) que em sua pesquisa denominado BRAINS (Brazilian Investigation of

Nutritional Status in hospitalized patients), realizada com 19.362 indivíduos, de 110

instituições hospitalares do território nacional (39 públicos, 56 privados, 11 mistos e 4

filantrópicos), constatou que a maioria dos entrevistados (53%) eram do sexo feminino.

No estudo de Henrichsen et al. (2017), realizado com dados secundários obtidos de

uma amostra de pacientes que participaram de estudo de coorte prospectivo sobre risco

nutricional em indivíduos admitidos na emergência de um hospital público de Porto

Alegre(RS), que avaliou 585 pacientes, apontando que a maioria dos indivíduos eram do gênero

Page 26: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

25

feminino (n= 325; 55,6%) e da raça branca (n= 501; 85,6%). Contrapondo os achados neste

estudo, diversos autores, apontam prevalência do sexo masculino na amostra, como por

exemplo, Silva et al. (2016), que em sua pesquisa feita na clínica médica do Hospital Público

Barão de Lucena em Pernambuco (PE) com a participação de 25 pacientes, constatou que 15

eram do sexo masculino. Bem como, no estudo de Azevedo et al. (2006) efetuado com

indivíduos internados em um hospital geral da região do Vale do Itajaí (SC), com amostra de

136 pacientes, na qual identificou que identificou 52,2% dos entrevistados eram do sexo

masculino e 91,17% de etnia branca.

Considerando o IMC, esta pesquisa verificou maior prevalência de sobrepeso e

eutrofia nos adultos e idosos avaliados. Corroborando com nosso resultado, Bosco et al. (2013)

ao avaliar o IMC em 100 indivíduos adultos e idosos hospitalizados, verificou-se maior

prevalência de eutrofia e sobrepeso, 47,0% e 48,0% respectivamente. Contudo, estudos recentes

tem demonstrado um predomínio de sobrepeso e obesidade na população, visto que, a sociedade

está passando pela transição nutricional, ou seja, alterações nos hábitos alimentares e na prática

de atividade física em decorrência das mudanças sociodemográficos (BATISTA FILHO e

RISSIN, 2003).

Além disso, dados obtidos por meio da pesquisa realizada pela Vigilância de Fatores

de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) e Ministério

da Saúde, apontou que 53,8% dos brasileiros está com sobrepeso e 18,9% com obesidade

(VIGITEL, 2016). Ademais a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), realizada em 2008 e

2009 retratou que 48% das mulheres e, 50,1% dos homens brasileiros estavam com sobrepeso.

Em relação à obesidade havia um percentual maior entre as mulheres, atingindo 16,9% desta

população (IBGE, 2010).

Além de tudo, os fatores sociodemográficos (sexo, idade, raça, escolaridade e renda)

vêm ganhando destaque como possíveis fatores de risco para o sobrepeso e obesidade, embora

diferenças na prevalência ou na especificidade dessas associações mereçam ainda maior

investigação nas diferentes regiões do Brasil (SÁ,2011). A preocupação com as repercussões

do excesso de peso, que era uma peculiaridade epidemiológica das classes sociais mais

abastadas, passa agora a ser representada nos grupos menos favorecidos (MELO 2015).

É oportuno mencionar, que neste estudo, observou-se baixa prevalência de indivíduos

com desnutrição, sendo 8,3% (IMC<18,5 kg/m2). Informações semelhantes foi encontrado por

Bosco et al. (2013), que em sua pesquisa apontou 5,4% dos homens e 4,3% das mulheres

estavam desnutridos. Em estudo feito por Rodrigues et al. (2008), também encontrou baixa

prevalência de desnutrição (7,0%) no ato da internação dos participantes do estudo.

Page 27: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

26

Destaca-se que, embora exista uma baixa prevalência de desnutrição no momento da

internação, esse quadro pode ser aumentado no decorrer da hospitalização, devido a diversos

fatores, tais como: as mudanças alimentares, troca de hábitos e horários, alta rotatividade dos

funcionários da equipe de saúde, peso e altura não aferidos, desnutrição não identificada, não

observação da ingesta alimentar por parte dos pacientes, intervenção cirúrgica em pacientes

desnutridos sem reposição nutricional, uso prolongado de soros por via venosa ao lado de dieta

zero, ausência de terapia nutricional em estados hipermetabólicos e retardo no início da terapia

nutricional (GARCIA, 2006; WAITZBERG, 2001).

Vale destacar que, o diagnóstico precoce da desnutrição é necessário a fim de impedir

sua instalação e agravo. Tão importante quanto diagnosticar a desnutrição é avaliar o risco

nutricional na admissão hospitalar de pacientes. Portanto, deve-se realizar o rastreamento do

risco nutricional mesmo que os doentes estejam aparentemente com o peso corporal adequado

(WAITZBERG, 2009).

Em relação a NRS, o presente estudo verificou que apenas 23,3% dos entrevistados

apresentavam NRS ≥ 3. Alguns estudos, também verificaram o risco de desnutrição nos

indivíduos avaliados quando submetidos a NRS, entretanto encontraram uma maior

prevalência, como na pesquisa de Teixeira et al. (2016) em prontuários de 205 pacientes

admitidos na clínica médica do Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, onde

detectou risco nutricional em 58,8% dos internados e de Bazzi (2016) ao realizar um estudo

com indivíduos internados na Unidade de Internação Cirúrgica de Proctologia do Hospital

Universitário de Santa Catarina, identificou que 50% dos entrevistados encontravam-se em

risco nutricional.

Quando aplicado ASG nos pacientes com NRS ≥ 3, este estudo apontou que na clínica

médica, houve igualdade nos percentuais de moderadamente desnutridos e desnutridos graves

(50% e 50%). Enquanto que na clínica cirúrgica, observou-se que 33,3% estavam com

desnutrição moderada e 66,7% gravemente desnutridos. O Ibranutri (Waitzberg, 2001),

constatou, a partir da ASG, que 48,1% dos pacientes estavam desnutridos, sendo 12,6

gravemente desnutridos e 35,5% moderadamente desnutrido, e dentre esses pacientes 33,2%,

já possuíam esta condição nos dois primeiros dias de hospitalização.

Enquanto que, no estudo elaborado por Reis (2009), com 53 participantes, de ambos

os sexos, que se encontravam internados na Clínica Médica e Cirúrgica do Hospital Geral de

Timóteo (MG) apontou que 7,5% do participantes estavam com desnutrição moderada (ASG

B) e 1,9% gravemente desnutridos (ASG C). Já para Borghi (2013) os resultados apontaram

que 24% dos indivíduos adultos já estavam desnutridos nas primeiras 48 horas após admissão

Page 28: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

27

hospitalar, desses, 18,3% estavam moderadamente desnutridos (ASG B) e 5,7% gravemente

desnutridos (ASG C).

De acordo com a associação dos parâmetros IMC e NRS com o perfil

sociodemográfico dos entrevistados, verificou-se que não houve diferença estatística

significativa. A ausência de resultado pode-se ser justificada pelo pequeno tamanho amostral.

Entretanto no estudo realizado por Álvares (2006) com 129 indivíduos hospitalizados, quando

compararam os participantes com e sem indicação para suporte nutricional, pode-se observar

que os entrevistados com indicação, têm idade superior (p<0,001) e menor escolaridade

(p<0,001) em relação aos indivíduos que não tem indicação para risco nutricional.

Page 29: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

28

7. CONCLUSÃO

Os indivíduos internados no Hospital Universitário Júlio Müller apresentam baixa

prevalência de desnutrição no ato da internação. Além disso, o estado nutricional e os dados

sociodemográfico desses pacientes não estão relacionados.

Page 30: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

29

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Page 35: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

34

ANEXOS

ANEXO I

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Prezado(a) participante:

Sou Edna Herrera, estudante do curso de graduação na Faculdade de Nutrição da

Universidade Federal de Mato Grosso. Estou realizando uma pesquisa sob supervisão do

professor Wesley Santana Correa de Arruda, cujo objetivo é investigar o perfil

epidemiológico e nutricional de adultos e idosos admitidos em um hospital universitário de

Cuiabá, MT.

Sua participação envolve em uma entrevista, que será gravada se assim você

permitir, e que tem a duração aproximada de _10 minutos.

A participação nesse estudo é voluntária e se você decidir não participar ou quiser

desistir de continuar em qualquer momento, tem absoluta liberdade de fazê-lo.

Na publicação dos resultados desta pesquisa, sua identidade será mantida no mais

rigoroso sigilo. Serão omitidas todas as informações que permitam identificá-lo(a).

Mesmo não tendo benefícios diretos em participar, indiretamente você estará

contribuindo para a compreensão do fenômeno estudado e para a produção de conhecimento

científico.

Quaisquer dúvidas relativas à pesquisa poderão ser esclarecidas pela estudante no

seguinte e-mail: [email protected].

Atenciosamente

___________________________

Nome e assinatura do(a) estudante

____________________________

Local e data

__________________________________________________

Nome e assinatura do professor supervisor/orientador

Matrícula:

Consinto em participar deste estudo e declaro ter recebido uma cópia deste termo de

consentimento.

_____________________________

Nome e assinatura do participante

______________________________

Local e data

Page 36: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

35

ANEXO II

QUESTIONÁRIO SOCIODEMOGRÁFICO

DATA DA APLICAÇÃO: ____/____/_____

DATA DA INTERNAÇÃO: ____/____/_____

1 NOME: ________________________________________________________

2 IDADE: ________________ 3 SEXO ( ) F ( ) M

4 PESO: 5 ALTURA: 6 IMC:

7 PERDA DE PESO (%): QUANTO TEMPO:

8 CLASSIFICAÇÃO PELA NRS (2002): ________________________________________

9 CLASSIFICAÇÃO PELA ASG (1983): ________________________________________

10 RAÇA/COR:

( ) BRANCO ( ) PARDO ( ) NEGRO ( ) AMARELO ( ) INDÍGENA

11 ESTADO CIVIL:

( ) SOLTEIRO ( ) CASADO/ UNIÃO ESTÁVEL

( ) SEPARADO/DIVORCIADO/DESQUITADO ( ) VIÚVO

12 ESCOLARIDADE:

( ) ANALFABETO ( ) SABE LER E ESCREVER

( ) ENS. FUNDAMENTAL INCOMPLETO ( ) ENS. FUNDAMENTAL COMPLETO

( ) ENS. MÉDIO INCOMPLETO ( ) ENS. MÉDIO COMPLETO

( ) ENS. SUPERIOR INCOMPLETO ( ) ENS. SUPERIOR COMPLETO

13 PROCEDÊNCIA:

( ) CAPITAL CUIABÁ

( ) INTERIOR, QUAL: __________

( ) AREA RURAL:

14 QUANTAS PESSOAS MORAM EM SUA CASA: ________

15 QUEM MORA COM VOCÊ:

( ) MORO SOZINHO ( ) PAI/MÃE ( ) ESPOSA/MARIDO/COMPANHEIRO

( ) FILHOS ( ) OUTROS

16 QUAL SUA PROFISSÃO: ___________________________________________

17 QUAL A RENDA MENSAL:

Page 37: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

36

( ) NENHUMA

( ) ATÉ 02 SALARIOS MÍNIMOS

( ) MAIOR QUE 03 SALARIOS MÍNIMOS

( ) BENEFÍCIO SOCIAL GOVERNAMENTAL,

QUAL ________________, VALOR ATUAL _________________

18 HISTÓRICO FAMILIAR (DIABETES MELLITUS, HIPERTENSÃO,

OBESIDADE):

( ) NÃO ( ) SIM, GRAU DE PARENTESCO: ___________________________________

19 MOTIVO DA INTERNAÇÃO:_________________________________________

20 DIAGNÓSTICO DA INTERNAÇÃO: ___________________________________

21 TIPO DE DIETA:

( ) NORMAL ( ) BRANDA ( ) PASTOSA ( ) SEMI LÍQUIDA ( ) LIQUIDA

( ) LÍQUIDA RESTRITA

( ) HIPOSSÓDICA ( ) ESPECIAL PARA DIABETES

( ) TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL

( ) TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL

22 FEZ USO DE PREPARO CIRÚRGICO

( ) NÃO ( ) SIM

23 REALIZOU ALGUM PROCEDIMENTO CIRURGICO

( ) NÃO

( ) SIM, QUAL: __________________________________, QUANDO: ____________

Page 38: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

37

ANEXO III

Avaliação subjetiva global - ASG

Nome: __________________________________ Idade:______ Sexo:____ Clínico ( ) Cirúrgico ( )

A. História

1. Alteração no peso

Perda total nos últimos 6 meses: total = _________kg; % perda = ____________

Alteração nas últimas duas semanas: _____aumento _____sem alteração _____diminuição.

2. Alteração na ingestão alimentar

_____ sem alteração

_____alterada _____duração = _____semanas.

_____tipo: _____dieta sólida modificada/pastosos _____dieta líquida completa _____líquidos

hipocalóricos _____inanição.

3. Sintomas gastrintestinais (que persistam por > 2 semanas)

_____nenhum _____náusea _____vômitos _____diarréia _____anorexia.

4. Capacidade funcional

_____sem disfunção (capacidade completa)

_____disfunção _____duração = _____semanas.

_____tipo: _____trabalho reduzido _____ambulatório _____acamado.

5. Doença e sua relação com necessidades nutricionais

Diagnóstico: ______________________________________________________________

Demanda metabólica (stress): _____sem stress _____baixo stress _____stress moderado _____stress

elevado.

Page 39: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

38

B. Exame Físico (para cada categoria, especificar: 0 = normal, 1+ = leve, 2+ = moderada, 3+ =

grave).

# _____perda de gordura subcutânea (tríceps, tórax)

# _____perda muscular (quadríceps, deltóide)

# _____edema tornozelo

# _____edema sacral

# _____ascite

C. Avaliação subjetiva global (selecione uma)

_____A = bem nutrido

_____B = moderadamente ou suspeita de desnutrição

_____C = gravemente desnutrido

Page 40: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

39

ANEXO IV

TRIAGEM DE RISCO NUTRICIONAL (NRS 2002)

Tabela 1 triagem inicial

1

IMC < 20,5?

Sim

Não

2 Paciente com perda de peso nos últimos 3 meses?

3 Redução da ingestão dietética na última semana?

4 Paciente gravemente doente? (Ex. em UTI)

Sim: se a resposta foi sim para qualquer questão, a triagem na tabela 2 é indicada.

Não: se a resposta foi não para todas as questões, o paciente deve ser retriado no intervalo de 1 semana. Se o paciente for submetido ex.

a cirurgia de grande porte, um plano nutricional de prevenção deve ser traçado para evitar riscos no estado nutricional.

Tabela 2 triagem final

Ausente

Score 0

Estado nutricional normal Prejuízos no estado

nutricional

Doença grave (aumento dos requerimentos)

Leve Score 1 Perda de peso > 5% em 3 meses ou

ingestão abaixo de 50 a 75% do normal

na semana anterior

Leve Score 1 Trauma de quadril*, paciente crônico com

complicação aguda, cirrose*, DPOC*.

Hemodiálise de longa data, diabetes e

oncológico.

Moderado Score 2 Perda de peso > 5% em 2 meses ou IMC

18,5 – 20,5 kg/m2 + prejuízos na

condição geral ou ingestão entre 25 a

60% do normal na semana anterior

Moderado Score 2 Cirurgia abdominal de grande porte*, AVC*,

pneumonia grave, doença hematológica

maligna.

Grave Score 3 Perda de peso > 5% em 1 mês (> 15%

em 3 meses) ou IMC <18,5 kg/m2 +

prejuízos na condição geral ou ingestão

entre 0 a 25% do normal na semana

anterior

Grave Score 3 TCE*, transplante de medula*, paciente em

UTI (APACHE >10)

Score: + Score: = total score

Idade se > 70 anos: adicionar 1 no total do score acima = idade ajustada score total

Score ≥ 3: paciente em risco e o plano nutricional deve ser iniciado

Score < 3: semanalmente retriar o paciente. Se o paciente Ex. for escalado para cirurgia de grande porte, um plano nutricional

preventivo deve ser planejado para evitar piora do estado nutricional.

TRN – 2002 é baseada na

interpretação de estudos clínicos e

randomizados. *Indicam que o

estudo categoriza indivíduos com

essa doença. Diagnósticos em itálico

são baseados nos protótipos abaixo.

Risco nutricional é definido através

do estado nutricional atual e dos

riscos nesses estado nutricional

devido ao aumento dos

requerimentos causado pelo estresse

metabólico e das condições clínicas.

O plano nutricional é indicado para todos os

indivíduos que estão: (1) desnutrido grave

(Score=3), ou (2) doente grave (Score=3), ou

(3) desnutrido moderado + doença de estresse

leve (Score 2+1), ou (4) desnutrido leve +

doença de estresse moderado (Score 1+2).

Protótipos para doença grave

Score=1: paciente com doença crônica,

admitido no hospital devido a complicações. O

paciente está fraco, mas fica fora da cama

regularmente.

Os requerimentos proteicos estão aumentados, mas pode ser

coberto pela via oral ou através da suplementação oral para a

maioria dos casos.

Score 2: paciente confinado no leito devido a doença, Ex.

Submetido a cirurgia de grande porte do aparelho digestivo.

Requerimento proteico está aumentado, mas pode ser coberto,

entretanto a terapia nutricional está indicada para a maioria dos

casos.

Score 3: indivíduos em cuidados intensivos em ventilação

mecânica etc. O requerimento proteico está aumentado e não

pode ser coberto pela alimentação artificial. A quebra proteica e

a perda de nitrogênio podem ser significativamente atenuadas.

Page 41: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PERFIL SOCIODEMOGRAFICO E ESTADO

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ANEXO V

PARECER CONSUBSTANCIAL DO CEP