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ASSOCIAÇÃO JURUNENSE DE ENSINO SUPERIOR VALE DO JUUENA - AJES
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - ISE
ESPECIALIZAÇÃO EM LEITURA, LITERATURA E PRODUÇAO DE TEXTO
8,5
A PRÁTICA DE LEITURA NO ENSINO FUNADAMENTAL: ASPECTOS
METODOLÓGICOS
Aldenisa Araújo de Lima de Almeida
Orientador: Ilso Fernandes do Carmo
ALTA FLORESTA / 2007
ASSOCIAÇÃO JURUNENSE DE ENSINO SUPERIOR VALE DO JUUENA - AJES
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - ISE
ESPECIALIZAÇÃO EM LEITURA, LITERATURA E PRODUÇAO DE TEXTO
A PRÁTICA DE LEITURA NO ENSINO FUNADAMENTAL: ASPECTOS
METODOLÓGICOS
Aldenisa Araújo de Lima de Almeida
Orientador: Ilso Fernandes do Carmo
“Monografia apresentada como exigência
para obtenção do título de Especialização
em Leitura Literatura e Produção de
Texto”
ALTA FLORESTA / 2007
ASSOCIAÇÃO JURUNENSE DE ENSINO SUPERIOR VALE DO JUUENA - AJES
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA - ISE
ESPECIALIZAÇÃO EM LEITURA, LITERATURA E PRODUÇAO DE TEXTO
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
ORIENTADOR
RESUMO
O presente trabalho está focalizado na prática de Leitura no ensino
fundamental, tendo como objetivo esclarecer melhor sobre um assunto tão amplo, sabendo
que a prática de leitura em sala de aula nos dias atuais está defasada, cabe a nós educadores
buscar meios para reverter esse quadro que é muito preocupante, pois, o aluno que não tem
hábito de leitura está totalmente desprovido do convívio sócio cultural, o nosso conhecimento
aumenta a medida que lemos e buscamos nos atualizar para a sociedade. A metodologia
utilizada para realizar este trabalho deu-se através de pesquisas bibliográficas e consultas de
vários estudiosos da educação.
A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de
construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o
assunto e tudo o que sabe sobre a língua.
A leitura tem como finalidade à formação de leitores competentes e
conseqüentemente, a formação de escritores. A leitura fornece a matéria-prima para a escrita.
O professor enquanto mediador de leitura deve trabalhar com grandes diversidades de textos e
propor diferentes formas de estratégias para que o aluno construa suas interpretações e
diferentes sentidos a partir de um único texto. Para que isso aconteça o leitor deve percorrer as
marcas e os elementos dos textos para construir uma unidade de sentido, desta maneira o
mesmo terá maior possibilidade de escrever de maneira clara e objetiva e não para
simplesmente encher páginas de caderno, ou obtenção de notas. É na produção de textos que
percebemos se o aluno realmente chegou, a uma conscientização de como funciona a língua.
A gramática permite o conhecimento, entretanto é importante salientar que ter consciência das
muitas regras gramaticais não vai garantir que, ao produzir texto o aluno será bem sucedido.
O problema de aprendizagem da leitura está ainda muito limitada, para alguns
alunos, pois, não é fácil desenvolver em algumas crianças a capacidade e habilidade da
mesma, muitos apresentam uma enorme dificuldade e falta-lhes o próprio hábito da leitura.
Aprender a ler implica compreender os diferentes usos que as pessoas fazem da escrita, pois, a
mesma não se reduz somente à escola, implica também na necessidade de compreensão
social.
SUMÁRIO
INTRODUÇAO .............................................................................................................. 06
1. A LEITURA E O UNIVERSO DO LEITOR UMA EXPERIENCIA EM SALA
DE AULA ........................................................................................................................
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1.1 LEITURA SENSORIAL ......................................................................................... 10
1.2 LEITURA EMOCIONAL ...................................................................................... 11
1.3 LEITURA RACIONAL ........................................................................................... 11
2. CONCEITO DE LEITURA ..................................................................................... 17
2.1 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA ....................................................................... 18
2.2 A LEITURA NA SALA DE AULA ..................................................................... 19
3. ESTRATEGIAS DE LEITURA ............................................................................... 24
3.1 LEITURA ORAL ..................................................................................................... 25
3.2 LEITURA SILENCIOSA ...................................................................................... 26
CONCLUSÃO ............................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 29
INTRODUÇÃO
Desde que nascemos, diferentes situações nos põem em contato com as
palavras. Elas vão sendo ensinadas para que possamos nomear, reconhecer, dar sentido ao
mundo onde vivemos e que temos necessidade de apreender e desvendar. Num sentido amplo,
a leitura desponta junto com a própria existência, já que implica palavras em conexão com o
universo que habitamos, significações, experiências, conhecimentos, relação com o outro,
com a vida. Por isso, leitura tem a ver com a mobilização de nossa curiosidade, de nossos
sentidos, de nosso ser por completo.
No entanto, quando iniciamos o aprendizado do signo escrito, o que
percebemos muitas vezes é um distanciamento dessa mobilização que nos toma por inteiro,
em favor de uma decifração mecânica dos signos. A vida, os afetos, a sensibilidade, a
inteligência desaparecem, trocados pela repetição monótona de sílabas, palavras, frases,
parágrafos, textos descolados do mundo e da realidade que lhes dão sentido. A sala de aula
deixa de ser um espaço para leituras significativas, tornando-se local de exercícios de
linguagem vazios e compulsórios, que aborrecem e muitas vezes atemorizam as crianças.
A finalidade deste trabalho é verificar a leitura em sala de aula. O primeiro
capítulo trata da importância da leitura na visão dos grandes autores especialistas no assunto
como: Fiorin, Martins, Solé, Menegassi entre outros. Numa visão clara segundo seus
pareceres sobre o que é leitura e como a mesma é desenvolvida ao longo da vida do educando
no ambiente escolar.
A leitura é importante em vários aspectos, há uma diversidade de aprendizado,
que aprendemos na escola e na vida, o assunto é amplo, porém, nesse trabalho há apenas uma
pequena parcela sobre o universo da leitura como: a importância da leitura em si dentro e fora
da sala de aula. Como é imprescindível na nossa vida, e para o meio social ao qual estamos
inseridos, as estratégia de como aperfeiçoar esse conhecimento tão importante e indispensável
na vida do individuo.
Ao se desempenhar um trabalho de leitura, é preciso ter em mente que as
atividades de compreensão escolhidas são de fundamental valor na condução do leitor à
produção de sentidos. Infelizmente, para parte de professores que atuam na área de ensino de
Língua Portuguesa, a ação de ler não é vista como um processo dinâmico e interativo,
chegando a se assemelhar mais a um ato passivo, desprovido de condições de suscitar
significados, fazendo com que o leitor não seja capaz de agir como sujeito crítico de suas
atuações.
Nos capítulos seguintes tratam ainda da importância da leitura em sala de aula
e como é necessário que o professor como mediador esteja bem preparado, tendo
conhecimento amplo, pois, para formar leitores autônomos é imprescindível que o educador
se utilizem de uma gama de “estratégias”, para subsidiar a leitura literária. Assim, presume-se
que o educando adquira uma máxima amplitude em relação aos vários aspectos envolvidos,
estabelecendo previsões e construindo idéias daquilo que lê. É fundamental fazer do ato de ler
uma atividade prazerosa, não somente mera decodificação e adivinhação das idéias que bóiam
nas linhas do texto, menos ainda, usá-las como pretexto para se trabalhar outras questões que
não seja a leitura em si. Se um texto, de natureza variada, seja ele literário ou não, quando
trabalhado, não proporcionar um salto de qualidade ao leitor para a sua visão de mundo, tanto
no aspecto social, quanto no quotidiano do leitor, a leitura perde sua validade.
É na escola, pela mediação do professor e com a ajuda do livro didático que os
estudantes aprenderão a ler, a escrever e a enxergar sua própria realidade e a realidade do
outro. Essa relação é essencial ao jovem, que pelo contato e exploração de diferentes textos e
por meio de ações intermediadas, o aluno passará a interagir com seus pares, a produzir um
conhecimento partilhado e com isto consegue representar oralmente e por escrito, sob vários
registros verbais, seu pensamento, sua experiência prévia de vida e seu conhecimento coletivo
de mundo.
Portanto, a leitura sendo imprescindível para a formação do cidadão, ela deve
ser exposta de todas as formas possíveis para o educando no ambiente escolar para que o
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mesmo tenha a oportunidade de se identificar com o mundo do conhecimento de forma
prazerosa para que o mesmo possa usufruir durante sua vida como ser social.
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1. A LEITURA E O UNIVERSO DO LEITOR UMA EXPERIÊNCIA EM SALA DE
AULA
Cada indivíduo aciona seu universo de conhecimentos no ato da leitura. O
resultado a que se chega é a observância de que um dos textos se aproxima melhor do
universo de conhecimentos desses leitores, o que lhes possibilita uma leitura mais profunda e,
por sua vez, aponta a importância do papel do professor como mediador do processo de
leitura.
O texto escrito, depois de gerado, é entregue a uma variedade de atos de
interpretação. Esses atos de interpretação se ocupam do preenchimento das lacunas que
formam os implícitos colocados no texto pelo autor de maneira intencional ou não. O papel do
leitor é, então, perceber e atribuir sentido a esses espaços, lançando mão de suas experiências,
crenças, opiniões, interesses, enfim, sua maturidade em relação a leituras anteriores, bem
como seu conhecimento de mundo.
Essa subjetividade, constituída por elementos individuais do leitor, é que se
pode caracterizar como o conhecimento prévio. Conhecimento este que é fundamental para
determinar o tipo de leitura que será realizada. Entendemos, assim, que o leitor interfere no
texto, atribuindo a ele sua visão pessoal, a fim de construir o mundo textual a partir de suas
vivências. Dessa forma, nossa pesquisa visa à verificação da importância do conhecimento
prévio e do seu grau de interferência no ato de leitura. Para isso, utilizamos dois textos que
diferem entre si quanto a seu conteúdo, mas que se equivalem no tipo de linguagem, pois
tradicional “(...) aprender a ler significa também aprender a ler o mundo, dar sentido a ele e
a nós próprios, o que, mal ou bem, fazemos mesmo sem ser ensinados.” (Martins, 1982, p.
34). A partir dessas palavras, podemos dizer que mesmo um indivíduo que não tenha o
conhecimento do código escrito é capaz de ler. Temos como exemplo os costumes indígenas,
tais como: o significado de sua dança, as pinturas em seu corpo, a previsão do tempo etc. Eles
estão realizando leituras a todo o momento.
Desde os primórdios quando ainda não existia a linguagem escrita o homem já
realizava atos que podem ser considerados como leitura e que surgiram da necessidade de
comunicação, por exemplo: os grunhidos, os gestos, pinturas na parede, tudo isso funcionava
como um código que, promovendo a interação entre as pessoas, também é um tipo de leitura.
Paulo Freire ressalta que “(...) a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra e a
leitura desta implica a continuidade da leitura daquele.” (Apud Martins, l982, p. 10)
Segundo Maria Helena Martins, existem muitas concepções de leitura e estas
podem restringir-se a duas caracterizações, são elas:
“1) Como uma decodificação mecânica de signos lingüísticos, por meio de
aprendizado estabelecido a partir do condicionamento estímulo-resposta
(perspectiva behavorista-skinneriana);
2) Como um processo de compreensão abrangente, cuja dinâmica envolve
componentes sensoriais, emocionais, intelectuais, fisiológicos, neurológicos,
bem como culturais, econômicos e políticos (perspectiva cognitivo-
sociológica)”. (Martins, 1982, p. 31)
Através destas definições, fica claro que essas abordagens de leitura estão
dependentes e interligadas, ou seja, uma necessita da outra para que a leitura seja realizada.
Há, entretanto, uma reciprocidade de necessidades entre tais categorias. A autora tem muito
cuidado em dar uma visão de leitura, pois é muito subjetiva esta questão. Cada indivíduo a vê
de maneira diferente, e isto dificulta uma reflexão concreta. Ainda para Martins, existem três
níveis básicos de leitura: sensorial, emocional e racional. Estes níveis, entretanto, estão
ligados, mesmo que um ou outro se destaque de acordo com as experiências do leitor.
1.1 LEITURA SENSORIAL
Pode ser considerada uma leitura inicial, quando o interesse do leitor se
despertará com cores, letras, ilustrações trazidas no livro, ou também na entonação de voz
(sons), quando contada uma história e até mesmo quando cantada uma música por alguém.
“(...) Essa leitura sensorial começa, pois, muito cedo e nos acompanha por toda a vida.”
(Martins, 1982, p. 40). Essa forma de leitura lúdica cria a fantasia, as ilusões juntamente com
o mágico, o fantástico que fazem parte da imaginação das crianças. É através desta
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sensibilidade que o leitor começará a descobrir, de maneira inconsciente, sua preferência de
leitura.
1.2 LEITURA EMOCIONAL
O leitor neste nível, quando em contato com o objeto lido, é dominado pelos
seus sentimentos. Ele poderá ser transportado para outros tempos, lugares, conforme seu
desejo, com isso, a imaginação tomará conta desse indivíduo até o final da leitura. Isso pode
ter um lado positivo e outro negativo. Quando a emoção ressalta a necessidade do ser humano
de fugir da realidade em que vive e buscar experiências novas, fantasias, fazendo-o participar
da leitura, o leitor vivenciará este momento de modo prazeroso. Ele certamente se sentirá
melhor, mas, se a leitura for pesada, demasiadamente angustiante, dependendo do seu estado
de espírito, pode até levá-lo à depressão. Neste nível a emoção é mais forte que a razão.
1.3 LEITURA RACIONAL
Quando se chega neste nível, o que fala mais alto é o intelecto. Não deve ser
confundida com a leitura proposta por alguns intelectuais que acham que só se deve apreciar
os grandes clássicos da literatura, preservando assim as culturas eruditas, que para muitos são
desconhecidas. Esta leitura, juntamente com a sensorial e a emocional, fará com que o leitor
tenha uma visão ampla de conhecimentos, a fim de conseguir captar a essência trazida no
texto, bem como o que está nas entrelinhas, tornando-o capaz de questionar e argumentar
sobre o que foi lido.
Relacionando essa teorização à escola, o que se nota em relação a esta
instituição é que sua verdadeira função hoje seria a de possibilitar aos alunos a continuidade
da leitura de mundo que eles já possuem. A criança entra na escola, trazendo consigo um
universo individual, o qual deveria ser motivado, estimulado, enfim, aproveitado pelo
professor para, a partir daí, introduzir a leitura da palavra escrita. Assim, o professor
conseguiria despertar o interes-se do aluno pela leitura. Ao contrário disso, a instituição
parece privilegiar um tipo de leitura mecânica, desconsiderando toda a história do indivíduo
enquanto um sujeito leitor. O livro didático, por sua vez, vem quase sempre limitar o
conhecimento dos alunos, fazendo com que eles pensem que as idéias lá ancoradas, são
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verdades absolutas. Marques tem uma visão realista e consciente sobre a formação dos alunos
nas escolas:
“(...) Feita para massacrar as diferenças e produzir fornadas de indivíduos
enquadrados na Sociedade Burguesa, Dependente e Consumista, a escola
expele aqueles que resistem e impõe a dominação pelo consenso àqueles que
permanecem nela até o fim da escolaridade aprendendo a não ser, para se
tornarem „bons‟ alunos e „bons‟ cidadãos.” (Marques, 1993, p. 41).
De acordo com esta citação, podemos dizer que a escola molda seus alunos
conforme a demanda da classe dominante, deixando-os como sujeitos passivos, sem reação de
argumentar e sim de aceitar as condições impostas pelas instituições. O aluno, quando lê
algum texto solicitado pelo professor, dificilmente consegue prender sua atenção, pois o texto
é quase sempre visto como um instrumento de obrigações, de deveres e não de prazer. Assim,
o processo de decodificação se torna permanente e o de compreensão quase inexistente.
Conforme já foi mencionado, ler não se limita pura e simplesmente a decodificar os itens
lingüísticos contidos nos textos. Portanto, a leitura não pode ser confundida com a reprodução
mecânica de informações, sob pena de produzir um leitor passivo e consumidor de mensagens
irrelevantes para ele. O ato de ler, então, liga-se estreitamente à atribuição de significados ao
texto.
O texto escrito é por sua natureza econômico. Algumas informações não são
dadas de maneira explícita, pois isso o tornaria exageradamente extenso. Essas informações
que ficam subentendidas já fazem parte de uma determinada cultura, tornando-se
desnecessário explicitá-las ou representam as intenções autorais, ficando, portanto, a critério
do leitor percebê-las por meio dos aspectos formais do texto. Dessa forma, a postura ocupada
pelo leitor, face ao texto escrito, pode ser uma postura passiva, de alguém que se limita a
decodificar o que está dito a nível textual, ou pode ser a de um leitor que, lançando mão de
seu conhecimento prévio, ou seja, de sua bagagem de experiências.
As noções de texto e de linguagem freqüentemente nos remetem a textos e
linguagens verbais, ou seja, aquelas que se exprimem por meio da palavra. Entretanto, sabe-se
que existem outras formas de linguagem, como a da pintura, música, mímica, dança etc, e que
por meio destas também o homem pode representar o mundo.
FIORIN (1977: p. 23), afirma que a diferença mais nítida entre o texto verbal e
o não-verbal é de que:
“A linguagem verbal é linear. Isto quer dizer que seus signos e os sons que a
constituem não se superpõem, mas se sucedem destacadamente um depois do
outro no tempo da fala ou no espaço da língua escrita. Em outras palavras,
cada signo e cada som são usados no momento distinto do outro. (...) Na
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linguagem verbal, ao contrário vários signos podem ocorrer
simultaneamente”.
A leitura é uma atividade complexa. O individuo deve não somente decifrar e
decodificar a escrita, mas também realizar uma interpretação de “leitura”. Entende-se por
leitura o modo de pensar, ou seja, a visão que a pessoa possui da realidade. Por esse motivo é
necessário trabalhar com diversos textos em sala de aula.
A partir da interpretação da leitura, o individuo irá fazer relações, argumentar,
concluir, avaliar, podendo assim posicionar-se diante do que leu. A leitura é um
entrelaçamento permanente do conhecimento é uma ponte para o novo, em sala de aula o
professor deve proporcionar aos seus alunos uma diversidade de textos, para que os mesmos
possam analisar a importância da linguagem nos mais variados contextos.
A aquisição da linguagem se dará pela mediação entre o conhecimento
sistematizado e o aluno, mediação essa feita pelo professor que deverá valorizar e ampliar o
nível de linguagem já dominado pelo aluno, analisando e proporcionando situações de avanço
no caminho do mesmo quanto à apropriação de leitura, situando a função social de leitura na
vida do aluno, com atividades significativas e contextualizadas tornando-o eficaz em diversas
áreas do conhecimento.
Atualmente, o processo de aprendizagem em sala de aula envolve
obrigatoriamente a percepção de que se trata da aquisição de um produto cultural fazendo
com que o aluno venha a participar e interagir com o universo globalizado Posicionando o
aluno de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando
o diálogo como forma de medir conflitos e de tomar decisões coletivas. Isso pode ser
viabilizado em sala de aula por meio de atividades pedagógicas centradas na constituição do
aluno como ser discursivo, ou seja, sua construção como sujeito do discurso.
Na visão histórico – crítica, a educação ocorre no âmbito das inter-relações do
individuo com seu grupo social, culturalmente estruturado.
Considera-se que o processo de aprendizagem define-se em três momentos:
Socialização: contato da criança com outro sujeito mais experiente e com o
objeto do conhecimento;
Individualização: interpretação, reelaboração e internalização desse objeto;
Socialização: relacionamento com o mundo exterior, com sua consciência já
modificada pela aquisição de mais um conhecimento.
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Assim, é necessário entender a aprendizagem como um processo de
apropriação do conhecimento e, que o aluno, gradativamente irá ampliar e desenvolver suas
formas de ler o mundo e representá-lo. Com o domínio de um sistema de código, a criança
ampliará indefinidamente sua possibilidade de cognição. No momento em que o aluno entra
em contato com a leitura, através da interação com pessoas que lêem e escrevem, começa a
elaborar noções básicas da função social da linguagem, tais como: organização, comunicação
registro e lazer.
A leitura é a tradução dos símbolos escritos na fala, expressando mensagens
significativas. O que se ensina na escola, bem como o que faz parte da realidade social, está
diretamente ligado à leitura e desta depende para se manter e se desenvolver. Deve-se
desenvolver um trabalho priorizando a concomitância de três práticas: leitura,produção e
analise lingüística.
Nem a linguagem nem a consciência são dons inatos do homem; pelo
contrário, são capacidades desenvolvidas através do trabalho no decorrer de sua história.
Segundo os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), todo trabalho realizado
com leitura tem conjuntamente a finalidade de formar leitores competentes e por
conseqüência também escritores da mesma qualidade. A possibilidade de se formar um bom
escritor mora na prática de farta leitura, que é a matéria-prima para a escrita. Assim definem
leitura:
”É um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do
significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o
assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do
gênero, do portador”, (1997 p.53).
Já para Foucambert, leitura, tem este significado:
“A leitura é atribuição voluntária de um significado à escrita... Ler significa
ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que certas respostas
podem ser encontradas na escrita; significa construir uma resposta que
integra parte das novas informações ao que já se é”(1994, p. 5).
Na concepção de Sole, leitura é:
“Um processo de interação entre leitor e o texto; neste processo tenta-se
satisfazer ou obter uma informação pertinente para os objetivos que guiam
sua leitura. Esta concepção exige um leitor ativo que interpreta, examina o
texto, e no objetivo que guia a leitura (a finalidade). A interpretação varia
segundo os objetivos do leitor, aí as diferenças nos resultados de
interpretações de textos na escola” (SOLÉ, 1998, p.22).
Por meio da leitura chegamos a construção de textos, que na concepção dos
escritores, Koch e Travaglia, assim conceituam:
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“Texto será entendido como uma unidade lingüística concreta (perceptível)
pela visão ou audição que é tomada pelos usuários da língua (falante,
escritor / ouvinte, leitor), em uma situação de interação comunicativa como
uma unidade de sentido e preenchendo uma função comunicativa
reconhecível independentemente da sua extensão”. (2001 p. 10).
Segundo os mesmos autores anteriormente citados, os fatores de coerência, se
referem a elementos da coerência num texto (os sentidos): “Estes elementos servem como
pistas para a ativação dos conhecimentos armazenados na memória, compor o ponto de
partida”.
Por tudo que foi afirmado acima pelos autores é importante dizer que as
produções de textos escritos devem estar ligadas ao hábito de leitura. Pois, a linguagem se faz
necessária para a comunicação seja ela verbal ou não verbal. Sendo assim, o trabalho de
leitura e escrita deve ser oferecido aos alunos de maneira que os mesmos tenham condições de
elaborar seus textos de forma correta. Por fim, tanto na pratica quanto na escrita é possível
perceber a grande variedade de línguas, ou melhor, dizendo, de culturas dentro de uma sala de
aula e isso faz com que o processo de ensino e aprendizagem tenha alguns casos isolados,
onde determinados alunos assimilam de maneira lenta e isso acaba afetando o mesmo como
leitor e escritor.
Todo ser humano, desde o momento que nasce, e no decorrer de todo o seu
crescimento físico, intelectual e emocional, junto com eles, fazem sua leitura de tudo o que
acontece.à sua volta; personagens, fatos, paisagens, etc. sobre esse tipo de leitura, o pedagogo
Paulo Freire, chama de “Leitura do Mundo”, que é a primeira leitura, que todos nós temos e
fazemos sempre. (FREIRE, 1997). Este olhar para o mundo vem carregando consigo, as
características peculiares da cultura, da história de vida e da sociedade, pelo qual o indivíduo
leitor está inserido. Leitura esta, que deve ser respeitada, pois reflete a individualidade de cada
um, e que a educação de modo exemplar deve saber a isso fazer. Afinal, é seu papel. Na idade
escolar, a criança começa a freqüentar a tão sonhada escola, e nela através do professor (a) e
sua política pedagógica e metodológica, aprende a ler e escrever convencionalmente,
passando, naturalmente, por um processo lento, gradativo e às vezes “penoso” dependendo
das relações estabelecidas entre ambos.
Na concepção do professor Menegassi, o individuo passa por um processo, na
construção da leitura, envolvendo estas etapas:
1) “Decodificação (ou primeira fase) processo pelo qual acontece a
evolução dos níveis, como: garatuja, pré-silábico, silábico, silábico-
alfabélico, e alfabético”. Ao atingir este último, está alfabetizado; resta,
contudo somente, dar continuidade, trabalhando-se textos, e explorando-se a
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ortografia, gramática, que refletirá em textos coesos. 2) no processo de
compreensão (segunda fase) extrai se idéia central que o autor dá ao texto
(ou tema), bem como os subtemas, ou tópicos principais, conhecer as regras
sintáticas e semânticas que o escritor utilizou, e entender as palavras novas,
desconhecidas, as quais contribuem para aquisição de um maior e melhor
vocabulário do leitor. (MENEGASSI p. 87). 3) na interpretação (terceira
fase), o individuo leitor faz uso do entendimento do texto, e a capacidade de
senso crítico que já adquiriu, para emitir certos julgamentos, com referencia
a conteúdos contidos no texto lido. Quanto mais lê, mais aumenta seu
conhecimento e o senso crítico. (MENEGASSI, p.88). 4) a última etapa é a
retenção, (quarta fase), processo este, no qual, se armazenam as novas
informações e mais importantes, na memória de longo prazo”.
(MENEGASSI, 1995, p.88).
Esta visão ampla de construção de leitura deve fazer parte da concepção dos
educadores afim de que compreendam como se processa a construção da leitura e os
educandos possam ser atendidos e entendidos em cada momento em que se encontram.
Assim, andarão tranqüilos e seguros, professores e alunos, confiantes de que estão fazendo o
melhor para o momento e da melhor forma. Para isso,deve-se aliar teoria e prática, juntando-
se a uma grande parte de boa vontade e ousadia. A montagem de projetos de leitura na escola,
com atividades permanentes de leitura, como: hora de histórias, curiosidades, notícias,
novidades, piadas, etc. formando a “Hora da Leitura”, com a “Roda de Leitores”, é um tema
muito estimulante que os PCNs de Língua Portuguesa citam como fator de influência positiva.
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2. CONCEITO DE LEITURA
A leitura é uma atividade ligada à escrita, tendo como objetivo primordial sua
compreensão. O mecanismo de decodificação está associado à leitura. Para compreender o
que o texto significa é preciso conhecer o código alfabético e decodificar o texto, saber o que
as letras representam. Ler não é apenas decodificar, é atribuir sentido ao texto, é compreender,
interpretar e, acima de tudo ser capaz de fazer relações com o meio do qual está inserida.
Sabe-se que o conceito de leitura em nível do senso comum está ligado à
separação entre o trabalho intelectual e o trabalho manual, em que apenas os “letrados”,
aqueles que supostamente seriam capazes de ler livros, seriam os únicos que teriam o
“direito” de dar sentido ao mundo, restando aos demais a submissão. Muitos educadores
apregoam a necessidade da constituição do “hábito de ler”, mas os livros escolares geralmente
transmitem uma visão de mundo repleto de (pré)-conceitos sociais (ou falsa consciência),
dando ao conceito de leitura um sentido restrito e puramente formal, ampliar a noção de
leitura pressupõe transformação transformações na visão de mundo em geral e na cultura em
particular, isto porque ela é um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas,
que geralmente estão em um contexto sócio-cultural muito amplo, indo para além daquele em
que o leitor vive imediatamente. A função do educador é o de ampliar a capacidade de leitura
crítica de seus educandos, criando condições para que os mesmos realizem aprendizagens a
partir de necessidades e fantasias individuais e coletivas, sob as demandas e exigências que a
realidade lhes apresenta, permitindo dessa forma uma ação transformadora sobre o mundo.
Portanto, podemos dizer que, ler é uma das competências mais importantes a
serem trabalhadas com o aluno, principalmente após recentes pesquisas que apontam ser esta
uma das principais deficiências do estudante brasileiro. Não basta identificar as palavras, mas
fazê-las ter sentido, compreender, interpretar, relacionar e reter o que for mais relevante.
2.1 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA
A criança, o jovem que estuda e também o adulto, todos gostam de ler e lêem
razoavelmente. Mas, salvo exceções, não suportam ler na escola, já que os textos que lhes
são propostos quase nunca despertam, mesmo sendo textos considerados clássicos, o
necessário prazer que deve presidir toda a atividade do leitor. Lêem mais por exigência de
uma avaliação, muitas vezes, draconiana; lêem para poderem responder às questões pouco
interessantes e unidirecionais dos livros didáticos e cujas respostas são exigidas e avaliadas
pelo professor. Quase nunca a leitura vem ligada à satisfação. Quase nunca a leitura corre em
um espaço socializado e aberto.
A aprendizagem da leitura ocorrerá no momento de interação em que se
elabora, amplia e adquire conhecimentos ao mesmo tempo.
Sendo o texto objeto de trabalho, a escola deverá priorizar o contato com
grande variedade de material escrito, para que a criança possa comparar, excluir, ordenar,
categorizar, reformular, comprovar, aprimorando-se assim do conhecimento. Podemos
incluir no material didático os rótulos, revistas, jornais, placas, murais, textos literários e
informativos.
O professor atua como mediador entre o aluno e o material escrito; para tanto
deverá ter conhecimento da teoria lingüística e do processo de alfabetização.
Para que haja a apropriação do conhecimento, é necessário que o professor se
utilize estratégias que expliquem, informem, mostrem e corrijam, criando assim situações
significativas para o aluno. Ele irá intencionalmente proporcionar ao aluno a reflexão sobre a
linguagem por meios de ações que levem ao ato de ler e escrever.
O professor deve ainda, gostar de ler e ser um leitor competente, para tornar a
leitura significativa e atraente, despertando assim o interesse da criança por essa prática.
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Proporcionar momentos de leitura diária que incluam anedotas, adivinhações, jornais,
receitas, histórias infantis e outros, contribuindo assim para a formação de bons leitores.
Toda leitura é feita com o objetivo de buscar novas informações, idéias novas,
confirmações, destacando as idéias principais, verificando as conclusões, associando as idéias
vinculadas por aquela leitura que já é conhecida, argumentando, podendo concordar ou
discordar do autor.
2.2 A LEITURA NA SALA DE AULA
Ensinar a ler é uma tarefa de todo professor, não sendo exclusividade do de
Língua Portuguesa, quase sempre responsabilizado pela dificuldade do aluno de interpretar
questões de outras disciplinas. O desconhecimento do que seja leitura e dos processos sócio-
cognitivos nela envolvidos leva as pessoas a construírem um conceito limitado desta ação de
linguagem
Se a escola é um dos lugares sociais privilegiados de acesso à leitura, outro
paradoxo deve ser acrescentado ao anterior: para quem ensina a ler, para quem tem por
obrigação formar leitores, inexistem condições sociais de leitura. Os professores, num
processo histórico que já se revela no nascedouro da universalidade da escola, estão
concretamente hoje afastados do livro e das bibliotecas pelas condições de trabalho e de
salário.
Se do ângulo das condições sociais de possibilidades de leitura o quadro é este,
do ângulo da formação do leitor (ou da produção da leitura) a situação não poderia ser
melhor: como esperar leituras significativas, produções de significados, construção de
'história de leitores', sujeitos 'autores' de suas leituras em tais condições?
Todos os alunos trazem para a escola algumas representações e hipóteses sobre
a linguagem oral e escrita. Como falar é fácil, segundo sua experiência de vida, eles acham
que ler deve ser igualmente fácil. Ler é o primeiro desafio que eles encontram na escola.
Com o uso do alfabeto e com as devidas explicações sobre o conhecimento das letras que
compõem as palavras (sejam elas quais forem), o aluno pode passar facilmente da decifração
da escrita para a fala do que está escrito, realizando assim, o processo de leitura.
Podemos dizer ainda que, o interesse pela leitura começa a ser despertado no
aluno pelo tipo de livro que apresentamos a ele. O texto deve ser adequado a sua faixa etária e
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ao seu estagio de desenvolvimento em leitura. São também importantes os aspectos gráficos
da capa, o tipo de papel utilizado, as ilustrações, o formato do volume e o tipo de letra. A
ilustração tem um significado que deve ser trabalhado, a fim de desenvolver a capacidade de
observação e o espírito critico do aluno. O livro nunca deverá ser imposto ao aluno, cabe ao
professor apresentar uma diversidade de obras ao mesmo para que ele possa escolher as de
sua preferência. A individualidade na escolha do livro é um fator de importância fundamental.
O aluno deverá ser motivado pois, o desejo de ler, que pode ser despertado por elementos
como a capa, o titulo, as ilustrações, as personagens, ou ainda a leitura de um determinado
capítulo. Portanto, é imprescindível que o professor conheça bem as características e o
conteúdo do livro antes de apresentá-lo ao aluno. A leitura deverá ainda ser acompanhada por
meios de debates, discussões em grupo, atividades de expressão criativa como: dramatização,
pantomima, desenho, pintura, montagens de cenas ou até mesmo reconstituição do texto.
Dessa forma será possível perceber o desenvolvimento do aluno e o seu interesse pela leitura.
Entretanto, sabemos que são freqüentes as reclamações de professores, a
maioria deles alega que o aluno não sabe ler e escrever, e nos perguntamos o que podemos
fazer por eles. Um aspecto que devemos nos deter é o fato de que a linguagem da escola tem
se distanciado cada vez mais daquela utilizada pelos alunos. Nesse caso, a organização
escolar, que não admite a diferença, impede que se lance um olhar menos avaliativo à
produção de nossos alunos. Em que se percebe as questões de identidade que estão em jogo na
escola. E por isso eles não sabem “ler” e escrever.
Por outro lado, e ainda como decorrência dessa estrutura emocional, as
concepções de leitura e escrita da escola reduzem essa atividade ao ensino de língua materna,
o professor de português deve treinar seus alunos nessas habilidades.
Entretanto, sabemos que o papel que a escola tem representado, é
importantíssimo, o professor é apenas um intermediário entre aluno e livro didático. Essa
função de intermediário que o professor tem, leva-o a um pretenso discurso cientifico, há um
apagamento da historicidade construtiva do conhecimento humano.
O professor de português quando se torna intermediário entre o livro didático e
seus alunos, não é responsável por monitorar os aprendizes na reflexão sobre a linguagem. O
mesmo acontece com professores de outras disciplinas, que irão também reproduzir em seus
alunos uma visão autorizada dos conhecimentos vinculados em sua área, e não poderão
orientá-lo em uma reflexão sobre os movimentos históricos e sobre como a organização sócio-
cultural faz a historia de cada disciplina.
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A noção textual usualmente presente na escola empobrece o trabalho com a
leitura/escrita, pelo fato de tratar de maneira idêntica qualquer texto, desconsiderando suas
especificidades e intenções.
No ambiente escolar, o texto é abordado como um produto, ignorando-se,
assim, a dinamicidade de seu processo de significação, que inclui a consideração de
estruturas, de conhecimentos prévios partilhados, de múltiplos recursos semióticos, como a
imagem e, ainda, as condições de produção: o contexto, os sujeitos envolvidos nessa ação de
linguagem, as intenções comunicativas, o meio de circulação do texto.
A escola é tomada como um autêntico lugar de comunicação e as situações
escolares como ocasiões de produção/recepção de textos. Portanto, no ambiente escolar, a
produção de textos deve inserir-se num processo de interlocução, o que implica a realização
de uma série de atividades mentais - de planejamento e de execução - que não são lineares
nem estanques, mas recursivas e interdependentes.
A ação de ler caracteriza uma relação entre o indivíduo e o mundo que o cerca,
o que não é uma ação mecânica, nem muito menos estática, mas uma atividade em que se
admitem as várias interpretações, o desvendar dos significados omitidos no texto, a busca da
consciência do ser no mundo, estabelecendo assim, uma relação ampla com o texto e uma
ação mediadora entre o ser humano e o presente. Considerada assim a leitura é um processo
de significação, de construção do conhecimento que envolve o indivíduo interagindo-o com o
texto, e ao promover a interação entre o leitor e o texto, faz com que percebamos a
necessidade de rever a leitura vista na escola, uma vez que esta está voltada, muitas vezes,
para o cumprimento de um conteúdo, sem despertar para as possibilidades que ela pode nos
oferecer, inclusive de prazer. A escola ainda não possibilita a leitura como útil e prazerosa, e
sim faz com que seja considerada como obrigação e como atividade que cansa, aborrece e dá
trabalho. Para que esse quadro seja revertido, a literatura deve ocupar um espaço privilegiado,
em que a partir dela seja possível refletir sobre o mundo, bem como distanciar-se dele, em que
o leitor seja agente, interfira no texto com suas particularidades, escolhendo livremente suas
próprias trilhas a seguir.
As narrativas são mais agradáveis, pois como o espírito infantil, são dinâmicas,
ativas, movimentadas, repletas de novidades, peripécias, fatos interessantes, situações
imprevistas. Na narrativa, a linguagem deixa de acompanhar simplesmente o ato para
reconstituir uma ação passada. A palavra passa a deixar de ser parte do ato para tornar-se uma
reconstituição do passado, tendo a função de representação e de comunicação. Percebemos
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então, que a narrativa além de um recurso de comunicação da criança, também é uma
atividade significativa, de reconstituição, de representação, o que caracteriza uma ação do
pensamento. A narrativa proporciona uma relação entre as expectativas do leitor, assim ela é
percebida como uma seqüência de fatos que se conectam, com causas e conseqüências
esperadas, como se os enredos da vida humana, representados no texto, sempre tivessem fim.
Essa organização de sentido dos fatos que a narrativa proporciona faz com que o leitor se
sinta gratificado, pois mostra uma possibilidade de sentido que uma vida pode ter. E
provavelmente toda essa vivência com a narrativa proporcionando prazer, gosto pela leitura,
significado no ato de ler, o que facilitará a leitura, e provavelmente, acarretará na formação de
leitores, fazendo com que a escola atinja os seus objetivos.
Nesses últimos anos, muito tem se discutido sobre o papel da escola diante dos
avanços da sociedade moderna, e é a partir de uma compreensão desse papel que nortearemos
nosso trabalho. Entendemos escola como lugar de ensino e difusão do conhecimento, onde se
transmite o saber acumulado, bem como transforma, cria o novo. A escola se caracteriza por
ser uma instituição formal onde há uma sistematização, um planejamento, uma
intencionalidade do conhecimento. O saber da escola é um saber organizado, dirigido à
preparação do indivíduo para o domínio de conhecimentos universais; ao desenvolvimento
cognitivo; ao uso e conhecimento de instrumentos profissionais; bem como à formação do
cidadão e do homem político. Esse acesso ao saber organizado, à cultura universal se inicia
com a aquisição da leitura e da escrita, entendida por muitos como única função da escola.
Poderíamos questionar se a escola cumpre essa função de maneira eficaz. Possivelmente sim.
No entanto, ler não é apenas atribuir significados às palavras escritas em textos verbais, ou
seja, apenas a decodificação de signos; vai mais além, pois precisamos também fazer
reflexões em torno do que ler, para que não sejamos apenas decodificadores de signos. Não é
este o papel ou função social da escola. Sendo a instituição responsável por ensinar a ler,
dentre outras coisas, a escola tem interpretado essa incumbência de maneira mecânica e
estática, sem conferir sentido ao ler. Dessa forma, a leitura não é fonte de prazer e não tem
significado para o educando, apenas reproduz o autoritarismo vigente na relação
professor/aluno, bem como a relação de dominação existente na sociedade, de uma minoria
detentora do poder que consegue impor seus valores a uma maioria que não tem os seus
valores considerados. Ler passa a significar viver a realidade por intermédio de mundo
transcrito no texto. A expansão dessa leitura na escola ocorre com a difusão do livro, através
do aperfeiçoamento da imprensa mecânica e o barateamento do papel; com o aumento de
número de formas de comunicação escrita, como por exemplo o jornal; e ainda, com o
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crescimento do número de gêneros literários destinados a agradar o gosto popular. O acesso
ao livro não só democratiza a leitura, mas proporciona controle e poder, o que só se acentua
quando origina uma visão crítica e atuante, em que o leitor ao se situar diante do livro,
também se situe diante do mundo que ele traduz. Além de abrir caminhos e perspectivas de
posicionamento crítico diante da realidade, a leitura também dá prazer, e este prazer os levará
a imaginar conhecer lugares e pessoas. Quando uma pessoa sabe ler bem não existem
fronteiras para ela. Ela pode viajar não apenas para outros países mas também no passado, no
futuro, no mundo cósmico. Descobre também o caminho para a porção mais íntima da alma
humana, passando a conhecer melhor a si mesmo e aos outros . No entanto, o baixo poder
aquisitivo da população brasileira, bem como a pouca formação escolar não favorece o
desenvolvimento dessa atividade pelas famílias, e a escola torna-se para muitos, o lugar
praticamente exclusivo para se ler. Para que isso aconteça, é necessário, no entanto, que os
professores dominem os aspectos teóricos relativos à estrutura da narrativa, e compreendam a
importância da sua utilização para o domínio da linguagem pelos alunos.
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3. ESTRATEGIAS DE LEITURA
Ensinar a criança a ler é uma das tarefas mais importantes da escola.
O ensino da leitura exige bastante cuidado; e,quanto mais desenvolta a criança
estiver em leitura, mais fácil será para ela aprender Ciências, História, Geografia e outras
disciplinas.
Para que um aluno se interesse pela leitura e passe a aprecia-la cada vez mais, é
preciso dar-lhe uma série de motivos que a estimulem e que a façam sentir uma necessidade
crescente de ler. Porém, esse é um objetivo difícil de se atingir, mas, por outro lado, é
importante caminharmos nessa direção.
O hábito de ler e adquirido a partir de atividades repetidas e aprovadas. Daí a
importância das primeiras experiências de leitura na aceitação ou na rejeição dessa atividade.
E, sem duvida alguma, é na escola primária, na sala de aula, que a maioria das crianças se
inicia em leitura.
O aluno procura o livro como uma forma de recreação, para se divertir e
adquirir conhecimentos, em busca de novas realidades que venham enriquecer seu mundo
interior. Para despertar sua atenção e ser por ela assimilado, a leitura deve estar ligado aos
interesses da criança, relacionar-se as suas experiências e adequar-se ao seu grau de
desenvolvimento intelectual. A tarefa de escolher livros exige do professor um bom
conhecimento tanto do aluno como das obras. Para que esta escolha seja bem feita, é preciso
estar atualizado. Respeitando assim, a capacidade cognitiva do educando.
"Muitas vezes o professor interessado pergunta-se como escapar à rotina de
leitura, feita sempre do mesmo gesto de ler - silenciosamente ou em grupo -
seguido de questionário de intelecção e interpretação de texto. É claro que
não há nada de errado com esta atividade; ela é útil e necessária àqueles
que buscam a convivência com a escrita, mas não é, principalmente quando
se pretende que o aluno vivencie o texto, a única maneira de trabalhar a
leitura." (SOARES, 1999. P.16)
O importante é criar um contexto que, aguçando a percepção do leitor, permita
que ele descubra no texto mais do que já sabia.
3.1 LEITURA ORAL
Segundo Passos (1996), a escola precisa ser um espaço mais amplo e ir além de
ensinar a ler e a fazer as quatro operações.
Sendo assim, podemos dizer que a escola precisa investir mais em bons livros,
uma vez que representa a única oportunidade que varias crianças tem de ler. É necessário
acontecer nas salas de aula e na biblioteca a cultura viva, diversificada e criativa que
representa o conjunto das formas de pensar, agir, e sentir do educando.
O incentivo a leitura nos dias atuais tem sido uma das grandes dificuldades dos
professores. Sabemos que a postura do adulto frente ao livro é fundamental para a formação
do hábito de ler do aluno. O entusiasmo contagia, e, de maneira oposto, o professor que não
demonstra interesse pelo livro pode desestimular o aluno, mesmo que inconscientemente.
Assim, todas as pessoas envolvidas com os alunos precisam agir com um mesmo propósito,
animo e competência no sentido que o mesmo desenvolva o gosto pela leitura. A biblioteca
deve ser um lugar agradável, convidativo, informal e que disponha de material adequado à
faixa etária dos seus alunos; os livros ainda, devem ser dispostos de modo a permitir o fácil
acesso. Desenvolver o interesse e o gosto pela leitura é preocupação de todo educador
consciente. De acordo com Soares (1999) a leitura de textos é essencial e adequada quando:
O ritmo, a sonoridade, a musicalidade, a expressividade são parte integrante do texto,
como por exemplo, em poemas.
O texto apresenta dificuldades de leitura, ou por sua disposição gráfica (texto em
colunas, nas primeiras séries, texto teatral)
A leitura oral de narrativas, de pequenos contos permite recuperar, na sala de aula, a
pratica social tradicional do contar e ouvir histórias.
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A leitura oral de textos proporciona oportunidades de desenvolvimento das
habilidades de ouvir com atenção e compreensão.
Ler, obedecendo aos sinais de pontuação (ponto final, virgula, dois pontos e pontos de
exclamação e de interrogação).
Ler com expressão, dando atenção especial à inflexão nas leituras dialogadas, em
grupo ou individualmente.´
Portanto, são inúmeras as atividades que podem ser desenvolvidas para
despertar no aluno o interesse pela leitura, cabe ao professor como mediador criar
oportunidades e estratégias para que a mesma aconteça de maneira lúdica.
3.2 LEITURA SILENCIOSA
De acordo com Soares (1999) a leitura silenciosa é fundamental na vida do
educando.
Inicialmente a leitura poderá ser feita pelo professor; e gradativamente, o aluno
vai sendo convidado a tentar acompanhar a leitura do professor e estabelecer interações
individuais com o texto escrito. Na leitura silenciosa o aluno é constantemente desafiado a ler,
sendo, assim, paulatinamente introduzida no mundo da leitura, tornando-o capaz de pensar e
desenvolver sua interpretação. A leitura poderá tornar-se um hábito para isso é necessário
que:
Deve ser freqüente se possível diária e sempre motivada;
Deve servir para o professor avaliar o nível de compreensão e a capacidade de critica e
de julgamento do aluno.
Sendo a leitura silenciosa a maneira habitual na vida cotidiana, após a mesma o
professor deverá esclarecer possíveis dúvidas de vocabulário e compreensão. Quando a leitura
silenciosa se torna habitual o desenvolvimento cognitivo e as interpretações do educando se
tornam mais prazerosas, pois, o mesmo com o tempo terá total capacidade de acompanhar o
professor e a estabelecer interações com o texto escrito.
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CONCLUSÃO
O hábito de leitura na vida do aluno é indispensável, pois é através da mesma
que o educando adquiri conhecimentos para tornar-se um conhecedor critico e apto para
diversos assuntos na vida escolar. A leitura é tão importante quanto à escrita ambas estão
interligadas, é através das mesmas que percebemos as mudanças históricas , sociais, culturais
e intelectuais.
A escola, sem duvida é o lugar privilegiado onde o aluno exercita seus
conhecimentos, onde aprende a dialogar com o que estar escrito assim a necessidade de
trabalhar leitura de diferentes gêneros.
Antes de irmos para a escola, já interagimos com representação do mundo,
através de imagens, cores, formatos; ou ainda através de gestos, sabores, cheiros e tatos. O
chão, o papel, o tecido, as pessoas, e, mais modernamente, as mídias eletrônicas, como o
computador, são portadores das mensagens que essas representações comunicam. Assim antes
da escolarização, não só lemos o mundo, como escrevemos o mundo, ainda que não com a
utilização do código valorizado pela escola.
É necessário aprimorar os usos das diferentes modalidades, pois, qualquer
aprendizagem só é possível por meio da língua, visto que é por meio dela que fazemos contato
com várias áreas do conhecimento.
O ato de ler está usualmente relacionado com a escrita, mas existem outros
tipos de leitura, basta darmos atenção ao que acontece a nossa volta e conseguir ligar esses
sinais a uma experiência, a uma fantasia ou a uma necessidade nossa. Em primeiro lugar,
temos que compreender que o significado de leitura vai além do simples conceito de decifrar
sinais gráficos. O ato de ler é uma atividade que significa interiorizar uma informação que é
exterior ao leitor, por exemplo, quando assistimos a um filme estamos lendo, isto porque
estamos decodificando uma mensagem que nos é transmitida, e codificando-a novamente de
forma a assimilarmos e compararmos com conceitos e informações já apreendidas
anteriormente. Outro significado de leitura pode ser compreender e interpretar textos. De
maneira simplificada, texto seria um conjunto de informações que percebemos de três
maneiras: sensorialmente, emocionalmente e racionalmente desde o nosso nascimento
começamos a compreender e a dar sentido ao que nos cerca, isto porque aprendemos por
meio das experiências de confronto com nós mesmos e com o mundo.
Aprendemos a ler lendo e vivendo, a partir do contexto social ao qual estamos
inseridos. O importante é sabermos que o ato de ler sempre está ligado com a interação entre
o contexto social. O nível de domínio da leitura determina o tipo de leitor que você é, e se
sabe realmente ler.
Apreciar uma boa leitura implica ainda compreender os diferentes usos que as
falantes fazem da escrita, que não se produzem aos usos que a escola faz ao solicitar cópias,
ditados, completar frases, redações, leitura de textos em voz alta e assim por diante. Implica
compreender as funções sócias da escrita, ou seja, que as pessoas lêem e escrevem para dar ou
receber informações, para questionar, convencer, instruir, para organizarem tempo e espaço.
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