as vanguardas europeias

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Page 1: As vanguardas europeias
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Vanguarda (do francês avant-garde

(“proteção frontal”) em sentido literal faz

referência ao batalhão militar que precede as

tropas em ataque durante uma batalha. Daí

deduz-se que vanguarda é aquilo que está à

frente.

As vanguardas europeias foram os

movimentos culturais que começaram na Europa

no início do século XX, os quais iniciaram um

tempo de ruptura com as estéticas precedentes,

como o Simbolismo

Page 3: As vanguardas europeias

Pode-se afirmar que as Vanguardas Europeias

foram movimentos literários estéticos e radicais,

cujos principais objetivos eram promover uma

ruptura com a tradição e abertura a novas

possibilidades artísticas, como as oferecidas pela

vida urbana moderna e pela exploração do

irracionalismo e do inconsciente.

Retratar paisagens bucólicas, imagens de

ninfas, cupidos e outros seres mitológicos não

fazia mais sentido algum em um mundo marcado

cada vez mais pelo progresso e pela urbanização.

Page 4: As vanguardas europeias

Da mesma forma, os ideais de equilíbrio e

harmonia (Belle Époque) não se justificavam em

uma época marcada pela velocidade e pelas

transformações constantes. Até a reprodução fiel

da realidade havia perdido a sua importância no

campo artístico, pois as reproduções exatas

poderiam ser obtidas, com melhor efeito, por

meio da recém-criada fotografia. O artista estava

livre para representar o mundo de forma

subjetiva, conforme sua ótica e interpretação

pessoais.

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Page 6: As vanguardas europeias

O Modernismo, na Europa, surgiu em um

momento de plena transformação na sociedade.

Nesse período, a Europa estava em clima de

contentamento diante dos progressos industriais,

dos avanços tecnológicos, das descobertas

científicas e médicas, como: eletricidade,

telefone, rádio, telégrafo, vacina antirrábica, os

tipos sanguíneos, cinema, RX, submarino,

produção do fósforo. Ao mesmo tempo, a disputa

pelos mercados financeiros (fornecedores e

compradores) ocasionou a I Guerra Mundial.

Page 7: As vanguardas europeias

O clima estava propício para o surgimento

das novas concepções artísticas sobre a realidade.

Surgiram inúmeras tendências na arte,

principalmente manifestos advindos do contraste

social: de um lado a burguesia eufórica pela

emergente economia industrial e, de outro lado,

a marginalização e descontentamento da classe

proletária e a intensificação do desemprego .

O Brasil, por sua vez, passou de escravocrata para

mão de obra livre, da Monarquia para República.

Page 8: As vanguardas europeias

Atentos às mudanças de seu tempo, os

vanguardistas perceberam que a arte vinculada

aos padrões clássicos estava ultrapassada,

descontextualizada, pois não refletia as inovações

tecnológicas e as transformações históricas em

curso. Em outras palavras, a arte então produzida

não representava a sociedade e o espírito da

época. Houve uma negação da cultura europeia

tradicional e de busca de novos valores morais e

estéticos, fazendo surgir as Vanguardas Europeias.

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Higiene do mundo

Imagem em movimento

Sem pontuação

Frases nominais

versos livres

desprezo ao passado

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O italiano Filippo Tommaso

Marinetti (1876-1944),

considerado o fundador do

Futurismo, publicou em 20 de

fevereiro de 1909 no jornal

parisiense Le Figaro o

Manifesto futurista, no qual

propôs a exaltação da vida

moderna, o culto da máquina

e da velocidade, a destruição

do passado e dos meios

tradicionais da expressão

literária.

Page 13: As vanguardas europeias

Após o primeiro manifesto, que define o perfil

ideológico do movimento, Marinetti lança, em 1912, o

Manifesto Técnico da Literatura Futurista, cujas

propostas representam uma verdadeira revolução

literária. Entre elas, destacam-se:

A destruição da sintaxe e a disposição das “palavras

em liberdade”;

O emprego dos verbos no infinitivo, com vistas à

substantivação da linguagem;

Abolição dos adjetivos e dos advérbios;

O emprego do substantivo duplo (praça-funil, mulher-

golfo) em lugar do substantivo acompanhado de

adjetivo;

Abolição da pontuação que seria substituída por sinais

da Matemática ( + , - , : , = , < , > );

A destruição do eu psicologizante.

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As propostas técnicas do Futurismo italiano

tiveram adeptos em todo o mundo, entre os quais o

escritor norte-americano Walt Withman, o poeta

português Fernando Pessoa e os poetas brasileiros

Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Veja, por

exemplo, como nos seguintes versos do poema

“Ode Triunfal”, de Fernando Pessoa, manifestam-se

certos traços da poesia futurista, como o tom

exaltado e exclamativo, a negação do passado e a

exaltação das máquinas. Oswald de Andrade foi o

escritor responsável pela introdução do ideário

futurista no Brasil, porém, com uma denotação

mais suave do que o original europeu.

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Ode TriunfalFernando Pessoa

À dolorosa luz das grandes lâmpadas eléctricas da fábrica

Tenho febre e escrevo.

Escrevo rangendo os dentes, fera para a beleza disto,

Para a beleza disto totalmente desconhecida dos antigos

Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!

[...]

Ah, poder exprimir-me todo como um motor se exprime!

Ser completo como uma máquina!

Poder ir na vida triunfante como um automóvel último-modelo!

Poder ao menos penetrar-me fisicamente de tudo isto,

Rasgar-me todo, abrir-me completamente, tornar-me passento

A todos os perfumes de óleos e calores e carvões

Desta flora estupenda, negra, artificial e insaciável.

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Historicamente o Cubismo

originou-se na obra de Paul

Cézanne, pois para ele a pintura

deveria tratar as formas da

natureza como se fossem cones,

esferas e cilindros. Entretanto,

os cubistas foram mais longe do

que Cézanne. Passaram a

representar os objetos com

todas as suas partes num mesmo

plano.

Page 18: As vanguardas europeias

O Cubismo estendeu-se de 1907 a 1914,

tendo na pintura seus principais

representantes: Pablo Picasso, Fernand

Léger, André de Lothe, Juan Gris e Georges

Braque. Na literatura figuram-se

Apollinaire e Cendras.

O propósito da arte cubista era

promover a decomposição, a fragmentação

e a geometrização das formas. Os artistas

apostaram na simultaneidade de

visualizações permitidas a partir da análise

de um objeto, isto é, o mesmo poderia ser

visto sob vários ângulos, embora sua

totalidade pudesse ser inteiramente

preservada

Page 19: As vanguardas europeias

Tarsila Amaral Rego Monteiro

Page 20: As vanguardas europeias

Na literatura o Cubismo nasceu com o manifesto-

síntese assinado pelo francês Guillaume Apollinaire

(1880-1918), publicado em 1913, influenciando toda a

poesia cubista contemporânea. Seus versos, em linhas

curvas, torna-o precursor do concretismo.

A literatura cubista valorizava a proposta da

vanguarda europeia: aproximar ao máximo as várias

manifestações artísticas como a pintura, a música, a

literatura e a escultura. Daí, a preocupação dos poetas

cubistas com a construção do texto. Os versos eram

compostos em linhas curvas, os espaços brancos entre

as palavras eram usados de tal maneira a criar (com

formas geométricas, tipo poema figurado) imagens.

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Page 22: As vanguardas europeias

POESIA CONCRETA OU CONCRETISMO

Page 23: As vanguardas europeias

Apollinaire defendia a liberdade das palavras e a

invenção de palavras, O resultado são palavras

soltas, escritas tanto na vertical, como na horizontal,

sem a continuidade tradicional. Propunha a

destruição das sintaxes já condenadas pelo uso

criando um texto de substantivos desprendidos, em

desordem, jogados de forma anárquica no texto.

Incentivava o menosprezo por verbos, adjetivo e

pontuação. Pregava a utilização dos versos livres, ou

seja, sem a necessidade da estrofe, da rima e da

harmonia. Assim, como na pintura, as colagens

passaram a ser incorporadas pelos textos poéticos.

Page 24: As vanguardas europeias

O Cubismo no Brasil só ressoa após a Semana de

Arte Moderna (1922). Mesmo assim, é considerado

apenas um exercício técnico. Portanto, não tivemos

cubistas brasileiros, embora quase todos os

modernistas recebessem influencia do movimento. É

o caso de Osvaldo de Andrade, Tarsila do Amaral,

Anita Malfatti e Di Cavalcanti. Em 1918 o arquiteto

francês Le Corbusier e o pintor francês Ozenfant

(1886-1966)decretam o fim do movimento com a

publicação do manifesto Depois do Cubismo

Page 25: As vanguardas europeias
Page 26: As vanguardas europeias

"O Grito" é uma das obras mais

importantes do movimento expressionista. No

quadro há uma figura andrógina (não é

possível afirmar se é homem ou mulher),

num momento de desespero e angústia. Ao

fundo, está a doca de Oslofjord (em Oslo,

Noruega) durante o pôr-do-sol.

Conseguir expressar toda essa angústia

por meio de pinceladas, como no quadro

acima, com fundo distorcido e cores "irreais"

são algumas características do

expressionismo.

Esse movimento teve força

principalmente na Alemanha, no início do

século XX. Pretendia realizar uma pintura

dramática, angustiante, com sensações

dolorosas sobre o destino do homem.

Edvard Munch

Page 27: As vanguardas europeias

Características da pintura

expressionista:

Deformação da imagem visual e

cores resplandecentes, vibrantes,

fundidas ou separadas.

O pintor recusa o aprendizado

técnico e pinta conforme as

exigências de sua sensibilidade. O

pincel (ou a espátula) vai e vem,

fazendo e refazendo, empastando

ou provocando explosões.

Preferência pelo patético, trágico

e sombrio. O artista vive não

apenas o drama do homem, mas

também da sociedade. A Família Enferma, de

Lasar Segall

Page 28: As vanguardas europeias

O expressionismo na literatura

O movimento é marcado por

subjetividade do escritor, análise minuciosa

do subconsciente dos personagens e

metáforas exageradas ou grotescas. Em

geral, a linguagem é direta, com frases

curtas. O estilo é abstrato, simbólico e

associativo.

Durante e depois da Primeira Guerra

Mundial, o Expressionismo assumiu um

caráter mais social e combativo,

denunciando os horrores da guerra, as

condições de vida desumanas das

populações carentes, etc.

Page 29: As vanguardas europeias
Page 30: As vanguardas europeias

O Dadaísmo foi um movimento

originado, entre 1915 e 1916, em

Zurique, Suíca.

O movimento promovia o

"terrorismo cultural", pois negava

todas as tradições sociais e artísticas.

Tinha como base o niilismo

(descrença absoluta), o ilogismo

(ausência de lógica ou de regras) e o

slogan "a destruição também é

criação".

Na arte, havia grande admiração

pela arte abstrata e cultuava a

realidade mágica da infância: "Mona

Lisa com bigodes, de Marcel

Duchamp"

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Características principais do dadaísmo:

- Objetos comuns do cotidiano são

apresentados de uma nova forma e dentro

de um contexto artístico;

- Irreverência artística;

- Combate às formas de arte

institucionalizadas;

- Crítica ao capitalismo e ao consumismo;

- Ênfase no absurdo e nos temas e

conteúdos sem lógica;

- Uso de vários formatos de expressão

(objetos do cotidiano, sons, fotografias,

poesias, músicas, jornais, etc) na

composição das obras de artes plásticas;

- Forte caráter pessimista e irônico,

principalmente com relação aos

acontecimentos políticos do mundo

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Page 33: As vanguardas europeias

O Surrealismo foi um movimento

artístico e literário surgido

primariamente em Paris no início do

século XX, inserido no contexto das

vanguardas que viriam a definir o

modernismo, reunindo artistas

anteriormente ligados ao Dadaísmo e

posteriormente expandido para

outros países. Fortemente

influenciado pelas teorias

psicanalíticas de Sigmund Freud

(1856-1939), o surrealismo enfatiza o

papel do inconsciente na atividade

criativa.

Page 34: As vanguardas europeias

Características do estilo:

Uma combinação do representativo, do

abstrato, e do psicológico. Segundo os

surrealistas, a arte deve se libertar das

exigências da lógica e da razão e ir além da

consciência cotidiana, expressando o

inconsciente e os sonhos. O principal

teórico e líder do movimento é o poeta,

escritor e crítico francês André Breton

(1896-1966), que em 1924 publica o

primeiro Manifesto Surrealista.

Page 35: As vanguardas europeias

No manifesto e nos textos escritos

posteriores, os surrealistas rejeitam a

chamada ditadura da razão e os

valores burgueses como pátria,

família, religião, trabalho e honra.

Humor, sonho e a contra lógica são

recursos a serem utilizados para

libertar o homem da existência

utilitária. Segundo a nova ordem, as

ideias de bom gosto e decoro devem

ser subvertidas.