as institutas da religiÃo cristÃ
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AS INSTITUTAS DA RELIGIO CRISTLIVRO 1 EDIO CLSSICA
RESUMO DEWESLEY BATISTA DE ALBUQUERQUE
Seminarista de 2 anos do Seminrio Teolgico Presbiteriano Rev. Jos Manoelda Conceio (JMC). Com este trabalho Wesley B. A. teve excelente nota.
NDICE
1. O CONHECIMENTO DE DEUS E O CONHECIMENTO DE NS MESMOSSO COISAS CORRELATAS E COMO SE INTER-RELACIONAM 3
2. EM QUE CONSISTE CONHECER A DEUS E A QUE FIM SE PROPE OCONHECIMENTO 4
3. O CONHECIMENTO DE DEUS FOI POR NATUREZA INSTILADO NAMENTE HUMANA 4
4. O CONHECIMENTO DE DEUS SUFOCADO OU CORROMPIDO, EMPARTE PELA IGNORNCIA, EEM PARTE PELA DEPRAVAO 5
5. O CONHECIMENTO DE DEUS BRILHA NA OBRA DA CRIAO DOMUNDO E EM SEU CONTNUO GOVERNO 6
6. PARA QUE AGUM CHEGUE A DEUS, O CRIADOR, NECESSRIOQUE A ESCRITURA SEJA SEU GUIA E MESTRA 8
7. A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS EMANA DE SI MESMA, E NO DOARBTRIO DA IGREJA 9
8. AT ONDE VAI A RAZO HUMANA, H PROVAS SLIDAS PARADARMOS CREDEBILIDADE AS ESCRITURAS 10
9. OS FANTICOS PEM AS ESCRITURAS DE LADO, E ACABAM PORULTRAPASSAR A REVELAO E SUBVERTER OS PRINCIPIOS DAPIEDADE 11
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10. PARA EVITAR TODA SUPERSTIO, AS ESCRITURAS CONTRAPEO DEUS VERDADEIRO DOS DEUSES FALSOS 12
11. A FEITURA DE IDOLOS CONTRARIA A VONTADE DE DEUS 13
12. IMPORTANTE DEIXAR OS IDOLOS DE LADO, PARA ADORARSOMENTE A DEUS 14
13. A BBLIA ENSINA SOBRE A TRIUNIDADE DE DEUS 15
14. AS ECRITURAS ATESTAM AS MARCAS DE DEUS NA CRIAO DOMUNDO E DE TODAS AS COISAS, DIFERENCIANDO-O DOS FALSOSDEUSES 19
15. A CRIAO DO HOMEM: ESTADO ORIGINAL, FACULDADES DAALMA, IMAGEM DE DEUS E LIVRE-ARBTRIO 22
16. PROVIDNCIA DIVINA: O PODER DE DEUS QUE REGE, E SUSTENTAO MUNDO EM CADA UMA DE SUAS PARTES 24
17. QUAL O PROPSITO E AT ONDE SE DEVE APLICAR A DOUTRINADA PROVIDNCIA NA NOSSA VIDA 26
18. DEUS UTILIZA-SE DAS OSBRAS DOS IMPIOS PARA CUMPRIR SEUSJUZOS 28
INSTITUTAS LIVRO III. 21-24 29
21. DA ETERNA ELEIO, PELA QUAL DEUS PREDESTINOU ALGUNSPARA A SALVAO E OUTROS PARA A REDENO 29
22. A DOUTRINA DA ELEIO E PREDESTINAO COMPROVADA NASESCRITURAS 30
23. REFUTAO DAS CALNIAS CONTRA A DOUTRINA DA ELEIO E AJUSTA REPROVAO DOS JUSTOS 31
1. O CONHECIMENTO DE DEUS E O CONHECIMENTO DE NS MESMOS
SO COISAS CORRELATAS E COMO SE INTER-RELACIONAM
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A verdadeira apreenso do que o homem, s possvel por meio do
conhecimento de si prprio e do conhecimento de Deus. A ordem a qual um
precede o outro difcil, afirma Cal vino. No entanto, quando o homem
contempla sua habilidade e proeza pode perceber uma complexibilidade
engenhosa e fascinante. Nem ele mesmo com toda a sua sabedoria poderiafazer algo semelhante. Olhando para o outro lado, o homem perceber tambm
que, em si flui uma corrente perene de falhas e limitaes, as quais no o
permitem que alcance, por si mesmo, todo conhecimento e sabedoria. Como
resultado desse auto-conhecimento o homem instigado a olhar para algo
maior que si prprio. Mesmo que ele no aceite, mas esse algo maior o
prprio Deus.
Entretanto, com base na realidade das limitaes humanas, surge uma
pergunta importante: poder o homem chegar a um puro conhecimento de si
mesmo? Jamais, enfatiza Calvino. Devido depravao total e o orgulho, o
homem chega a pressupor que perfeito, justo e capaz. S que a realidade
bem diferente. Como conseqncia dessa depravao, h uma recusa em
aceitar Deus como a nica fonte do verdadeiro conhecimento. A ilustrao
usada por Calvino explica bem o falso senso do homem de pensar que pode
muito. Ele diz que ao olharmos o mundo ao nosso redor, ficamos maravilhados
com a capacidade do sentido da nossa viso. Mas, ao fitarmos os olhos no sol
somos ofuscados pelos raios. Assim tambm procede com o homem e sua
capacidade cognoscvel. Tudo o que pode conhecer, por mais radiante que
seja, ser ofuscado pelo simples brilho da Glria de Deus.
O mais interessante que mesmo que seja solapado, pelas reais
evidencia de sua incapacidade e imperfeies, o homem ainda sim no se
considera indigno. A resposta dada por Calvino a Majestade de Deus.
Somente quando homem confrontado pela Majestade divina que ele
amolecer sua autoconfiana 100% humanstica. No livro dos profetas, juzes eoutros da Escritura Sagrada do evidncia da consternao humana diante da
Majestade Soberana. O desenrolar da historia de J (J 38:1 40:5) abre a
brecha para vemos a fraqueza humana contraposta a Majestade de Deus.
Somente quando Abrao contemplou a glria divina reconheceu que era p
(Gn 18:27).
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2. EM QUE CONSISTE CONHECER A DEUS E A QUE FIM SE PROPE O
CONHECIMENTO
Conhecer Deus aqui no deve se encarado como um conhecimento
superficial sobre sua existncia. Saber simplesmente que Ele existe no o
verdadeiro conhecimento de Deus. Deus no s o criador de todas as coisas,
com tambm o providenciador de todo bem que existe. Atravs da mediao
de Cristo que aceitamos a soberania e providencia divina e por ela vivemos
piedosamente. Se no houver uma vida de relacionamento com Ele, no se
pode conhec-Lo. Essa piedade enfatizada por Calvino aqui a reverncia
associada como o amor de Deus, o qual nos fornece o conhecimento de todos
os sue benefcios. Ento conhecer a Deus consiste em servi -Lo fielmente
(piedade), obedecer-lho pelo que ele o pelo que faz. Tudo isso em suma
seria uma vida de felicidade. O resultado dessa interao, ou o fim desse
conhecimento ser reverncia e confiana na pessoa Soberana de Deus. Pois,
que outro resultado seria obtido, sabendo o homem que Deus a fonte de toda
a beno, proteo, governo, e suprimento de todas as suas necessidades
(tanto fsicas como espirituais)?
3. O CONHECIMENTO DE DEUS FOI POR NATUREZA INSTILADO NA
MENTE HUMANA
O conhecimento de Deus algo que a duras penas muito s tentam
aceitar, dizem eles, mas no conseguem. Mas, a realidade do conhecimento de
Deus no algo to distante e transcendente a nossa pessoa. Como diz
Calvino, Deus infundiu dentro do homem certa noo de sua divindade. E, porcausa disso que ele indesculpvel por no cultu-Lo e servi-Lo fielmente.
Destacando as palavras de Ccero, Calvino refora mais a idia de infuso da
divindade no homem ao dizer que, no h nao to brbara e to selvagem
que possa no possa dizer: Deus Existe!. A prpria idolatria acaba por ser
uma evidncia de que no existe tal ignorncia a respeito de Deus. Ao
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reverenciar um objeto de pedra ou madeira, o homem esta expressando seu
desejo de servir algo maior que si prprio.
Isso pe por terra o escape de que a religio algo engendrado pela
sutileza e astcia de alguns. A idia de que a religio foi algo projetado para
subjugar o povo no esclarece o verdadeiro das coisas. No que isso, no
tenha certa medida de verdade, porm no explica tudo. Ainda que homens
como Gaio Calgula ridicularize Deus e negue sua existncia, porm volvia -se
em profundo temor s de pensar na manifestao da ira divina, ressalta
Calvino. At o atesmo acaba por escorrer nas sendas da impossibilidade.
Digoras e Dionsio ridicularizavam a religio expondo-a ao vituprio, mas o
pulsar da conscincia de negar a Deus acaba por corrosiva dentre estes, diz
Calvino. Igualados aos animais o lugar do homem que purga a religiosidade
de si, Plutarco citado por Calvino. Ento, tudo o que se pode dizer que Deus
to verdadeiro, que est encravado no corao do homem. S o fato de
neg-lo denuncia que ele existe.
4. O CONHECIMENTO DE DEUS SUFOCADO OU CORROMPIDO, EM
PARTE PELA IGNORNCIA, EEM PARTE PELA DEPRAVAO
Mesmo sendo essa noo de Deus, algo infundido no homem, ainda simno suficiente para que este reconhea a Deus e se submeta a Sua vontade.
Os motivos que levam a isso so primeiramente de uma ignorncia expressada
no que Calvino chama de superstio. Negligenciando a verdade eles forjam
para si um deus de acordo com as fantasias de seu corao. E, isso fruto da
v sutileza de seus pensamentos. A apostasia tambm se faz presente no
sufocamento do conhecimento de Deus. Apoiado no Sl 14:1, 53:1 Calvino
destaca uma realidade presente no s nos tempos de Davi, mas tambm nos
nossos, isto , uma geral proclamao de que Deus no existe. O mpio nosente o temor que os filhos de Deus sentem, como revelado no Sl 36:1,
10:11. A idolatria a atitude gerada pela convico de que Deus no existe. Ao
forjarem um deus para si, o homem automaticamente diz que Deus no tem
significado, ou seja, no vale nada. Muitas vezes devido a um falso temor,
aquele que no emana de um corao convertido, o homem hipocritamente
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serve a Deus. O medo e o pavor do juzo so o que os arrasta a Deus. Nas
palavras de Eustquio, esse temor originou os deuses no mundo, ressalta
Calvino. Os rastros deixados por esse medo de Deus foi os de uma v
religiosidade. Porque dizem estarem perto de Deus, mas o seu corao e suas
convices no condizem com a verdadeira piedade. Contudo, Calvino maisuma vez refora que a semente da divindade ainda permanece encravada no
corao do homem, sufocada, mas permanece. Isso to provvel que em
meio ao desespero Deus parece ser o alvo de suas preces superficiais. Uma
semente viva e divina, mas presa pela obstinao carnal.
5. O CONHECIMENTO DE DEUS BRILHA NA OBRA DA CRIAO DO
MUNDO E EM SEU CONTNUO GOVERNO
O mundo criado por Deus um arauto que fala sem parar sobre um
nico tema Soberania de Deus. O interessante que Calvino afirma ser essa
revelao universal de Deus, uma prova viva de que no h um poder
coercitivo para que se convenam os homens de que Ele existe. Para onde o
homem olhar ver a gloria da Majestade divina. Mesmo que Deus transcenda a
cogniscibilidade humana, ainda sim ele inescusvel diante de tantas
evidencias de Deus.
Tanto nas coisas do conhecimento vulgar como no conhecimento
cientfico, Deus pode ser contemplado. Aqu ilo que os cientistas descobrem
atravs de seus experimentos mostra o que Ele quer que saibam. Tambm na
simples observao, sem que haja um aprofundamento cientifico, o homem
pode perceber as centelhas da Providencia divina. O homem no precisa ir
muito longe para perceber e ter evidencias da sabedoria divina. Basta olhar
para dentro de si mesmo. O corpo humano, os exerccios da alma e toda sua
complexibilidade que nos fascina do real louvor ao sumo artista que o projetou Deus. Nisto que est ancorado a argumentao de Paulo em At 17:27, a
qual Calvino destaca como reforo da idia supracitada. Mesmo assim Deus
no reconhecido. H um motim generalizado, em que os homens hasteiam a
bandeira da ingratido. Essa evidencia interna da sabedoria divina dev eria
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levar o homem a romper em louvor e adorao. Porm, na pratica isso no
procede.
Certa confuso entre Criador e criatura leva Calvino a afirmar que Deus
de fato o supremo Criador do universo. Alguns at querendo atribuir alma
imortal, uma aspecto orgnico. Isto se trata nada mais do que um subterfgio,
para atrelarem Deus a algo material. Deus no se mistura essencialmente com
sua criao, como mostrado nas palavras de Verglio:
Um esprito interiormente os alimenta, e, pelos membros infusa,
A toda a massa uma mente movimenta, e ao grande corpo se mistura...
Para Calvino a criao de forma nenhuma pode ser igualada a posio
de Deus. A natureza existe por uma ordem de Deus. E, no por conter as
coisas inerentes a Deus. Deus no s criou todas as coisas, mas tambm aspreserva. Sua bondade algo imensurvel, pois ela mantm este mundo como
. Isso deve nos mover em amor e adorao.
O governo e juzo de Deus no esta pautado pela nossa maneira de ver
as coisas. O mundo governado por ele de forma tal que, no s os bons
recebem alivio de suas dores, mas tambm os maus parecem gozar desta
providencia. Da surge nossa incompreenso dos juzos divinos. O fato que
Deus no v como v o homem, e que atravs de suas misericrdias atrai o
pecador, mediante constrangimento, para mais perto de si. A soberania divina
esta entranhada nos evento mais casuais da existncia humana. O Salmo 107
ressaltado por Calvino d evidencia que a vida humana esta mais do que
patente aos olhos e aes divinas. S que a maioria no atenta para isso,
principalmente os mpios.
A essncia de Deus no deve ser perscrutada pela simples razo
humana, diz Calvino. O que de fato deve ser feito um ato de se render ante a
revelao, que nos suficiente para conhec-Lo. Conhecendo Deus mediantesua revelao entenderemos que h algo maior para ns. Uma esperana
futura. Ainda que no entendamos porque o que era para acontecer ao justo
acontece ao mpio, e o que era para acontecer ao mpio acontece ao justo,
temos que confiar em nEle. E, esta confiana s possvel quando penetramos
os caminhos e modos em que o Senhor descerra para ns sua vida, sabedoria
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e virtude, e exerce em ns sua justia, bondade e clemncia. Entretanto, a
grande maioria dos homens prefere se entregar ao acaso providncia divina.
Os raios da evidencia de Deus na Criao e em ns mesmos parece
incomodar nossa cegueira. Muito filsofos trilham por qualquer vereda do
pensamento, menos pelo verdadeiro testemunho dado sobre o Criador. A razodos tais tem penetrado os mais profundos recnditos do conhecimento, por m
s tm produzido mais caminhos que nunca levaro ao verdadeiro Deus.
Calvino diz que os esticos abstraram diversos nomes de Deus da natureza, e
isso de forma alguma destitua Deus de sua totalidade. Tambm os egpcios e
esticos forjaram sua proposies, no entanto s mais obstculos apareceram.
Diante da sua limitao o homem afirma sucintamente que no existe. Pois sua
mera razo no pode alcan-lo. O exemplo de Simnides esclarece bem a
questo. Calvino disse que quando Simnides foi indagado por Hi ero, arespeito do quem seria Deus, ele pediu um dia para pensar, depois dois e da
por diante chegou a uma concluso: quanto mais tempo reflito, tanto mais
obscuro o assunto me parece. O resultado das observaes e concluses
humanas ser uma crena religiosa cunhada pelas suas fantasias e
supersties. Isso de forma nenhuma agrada ao Esprito Santo, ressalta
Calvino.
6. PARA QUE AGUM CHEGUE A DEUS, O CRIADOR, NECESSRIO
QUE A ESCRITURA SEJA SEU GUIA E MESTRA
Calvino enfatiza aqui que por mais que o mundo d evidncias da
existncia de Deus, ainda sim no suficiente para abrir o corao do homem
para o verdadeiro conhecimento de Deus. Ao escolher um povo para si, o
Senhor os assistiu atravs de Sua palavra, para que estes no se desviassem
da vereda correta. Amparados pelo consentimento de Deus em se revelarespecialmente que o homem finalmente o conhece. A revelao especial na
Bblia vem a ns como um dom perfeito que vem do alto. Prescrevendo -a
atravs da lei aos santos profetas garantiu Deus que sua Palavra expressasse
a f genuna. Impedindo assim que o seu povo fundamentasse sua crena
numa f dbia. Ento, por mais que o homem se volte e tateie procurando
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Deus atravs de sua criao, no o encontrar. necessrio inclinar os
ouvidos a Sua Palavra. A Bblia no s a nica fonte do conhecimento
fidedigno de Deus, como tambm nos escudo protetor. Mas, protegendo de
que? Protegendo-nos de ns mesmos. O nosso corpo e nossa alma so to
depravados que temos j uma inclinao s veredas estranhas e erradas. Queconcerteza nos levar as falsas religies. Tomando uma srie de Salmos onde
o salmista destaca o poder de Deus na Criao geral, Calvino lembra que em
um deles com o Salmo 19, o salmista no deixa de fora a meno da Palavra.
Sendo ela fiel testemunho do Senhor. No que diz respeito salvao e o
verdadeiro conhecimento que possa ter de Deus, logo se percebe a
superioridade da Palavra de Deus escrita, a Bblia, sobre toda a sua criao.
7. A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS EMANA DE SI MESMA, E NO DO
ARBTRIO DA IGREJA
Tendo as Escrituras um papel to importante na vida do homem. A
credibilidade dada a ela, de onde vem? Dela mesma. E, ao dizermos dela
mesma, como no titulo desta seo, significa que vem do prprio Deus. Muitas
indagaes como essa tem se apresentado. O prior no a indagao em si,
mas a atribuio de que a Igreja quem determina sua validade e
credibilidade. Isso de forma nenhuma procede, ressalta Calvino. A autoridade
da Escritura no pode ser reclamada pelo homem. Pois e ste falho e
imperfeito. O apostolo Paulo fala em Ef 2:20 que o fundamento da Igreja esta
na doutrina dos apstolos e profetas. Portanto um crasso erro atribuir
autoridade da Escritura como sendo opinio da Igreja. Pois se a Igreja procede
dos ensinamentos escriturstico, como pode vir o edifcio (Igreja) antes do
alicerce (Escrituras).
Agostinho por certa vez foi mal interpretado quanto o fundamento daIgreja na Bblia. Em discusso com os maquineus ele afirmou que s creria na
verdade do Evangelho se a autoridade da Igreja o movesse a isso. Contudo
no foi isso que Agostinho quis passar. Ele simplesmente disse que os que
ainda no foram iluminados pelo Esprito Santo so conduzidos docilidade
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pela reverencia da Igreja. Isto de forma nenhuma signi fica que Agostinho no
cresse na Bblia como tendo sua autoridade independente da opinio da Igreja.
O testemunho da verdade est nas Escrituras. O reconhecimento da sua
autoridade s possvel mediante iluminao do Esprito Santo. O
corrompimento do ser do homem no permite que este aceite abertamente o
testemunho fiel das Escrituras, a menos que o prprio Esprito d essa prova
no seu interior. Diante dessas verdades que a Bblia autenticada pelo
Esprito. Calvino afirma que a f verdadeira aquela que o Esprito Santo sela
em nosso corao. E Ele quem abre o corao para crer. A ntida concluso
disso que s h convico atravs de tal abertura.
8. AT ONDE VAI A RAZO HUMANA, H PROVAS SLIDAS PARA
DARMOS CREDEBILIDADE AS ESCRITURAS
De inicio Calvino convida o leitor a usar sua razo para acompanh-lo
nesta empreitada de darmos s Escrituras a devida credibilidade. Primeiro ele
revela que a Bblia superior a qualquer outra obra humana j feita. A
sabedoria de Deus est entranhada na disposio dos assuntos ou doutrinas
que ali encontramos. Os mistrios mais profundos se revelam em linguagem
acessvel a todo homem que a ler. Calvino at diz que os escritos de Ccero, Aristteles, Plato, Demstenes podem nos prender a ateno devido
meticulosidade e arte com que escrevem. Entretanto a Bblia nos surpreender
muito mais.
Nas palavras dos profetas e de Davi logo se percebe a riqueza literria
que a Bblia contm. Muitos autores, porm um s inspirador o Esprito Santo.
Isso o que atribui a Bblia uma beleza e estilstica incomparvel. Moiss
enfatizado por Calvino como um homem chamado por Deus, o qual se deve
dar toda credibilidade. Ele de forma nenhuma se exaltou, mas obedeceu ao
chamado proposto. Apesar de muitos duvidarem de sua existncia, ele acabou
operando muitos milagres que os opositores contornam, mas so de fato
verdadeiros. Com mensageiro falou de forma completa aquilo que Deus queria
que seu povo soubesse. At mesmo profetizar a respeito de que da tribo de
Davi se levantaria um rei, ele o fez. O esprito proftico no esteve s em
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Moiss, mas em outros profetas tambm. Isaas profetizou a respeito de um
cativeiro sobre Israel e outro sobre Jud em tempos de paz. Como poderia o
povo acreditar nisso, se gozavam de uma confiana tal que no concebia
tamanho juzo? No entanto, a profecia se cumpriu. Logo depois uma profecia
sobre restaurao foi proclamada pelo prprio profeta, a qual viria porintermdio de Ciro. Pergunta Calvino: As coisas que Isaias profere so
orculos inconfundveis de Deus, ou conjecturas de homem?. Assim como a
lei escrita nas tbuas de pedra foram preservadas por Deus, tambm o foi a
Bblia. O povo de Israel pde ter esquecido da lei, mas Josias reativou sua
leitura. Os inimigos de Israel os perseguiram, s aquearam, os aprisionaram,
porm a lei foi preservada por Deus. Sob o ataque de Antoco os livros que
fossem encontrados teriam de ser queimados. Se Deus no os tivesse
preservados, como poderamos ter chegado at nos?
Olhando para o Novo Testamento dificilmente concordaramos como
Pedro foi capaz de tamanha proeza, sendo ele um simples pescador. Paulo, o
perseguidor da Igreja, agora prega e sofre pelas doutrinas que antes oferecia
oposio. Nenhuma explicao pode ser dada seno for pela atuao do
Esprito Santo. Mesmo assim a Bblia tem sido alvo de inmeros ataques, e
vindos de todas as partes. Calvino, contudo, mostra que assim como a
palmeira cresce e apesar de parecer frgil, suporta a fora do vento, a Bblia
tem se mostrado bem arraigada. Satans tenta encobrir, porm sua perenidade
verdade incontestvel. Os mrtires foram as evidencias vivas de a Palavra
nos revela as verdades de Deus. As doutrinas as quais creram eram levadas
at o confronto com a morte. Contudo jamais desistiram. A razo por s i s no
poder aceitar tais verdades, nem conduzir o homem numa vida piedosa.
Somente quando o Esprito fala ao nosso interior que h um despertar para a
nova vida.
9. OS FANTICOS PEM AS ESCRITURAS DE LADO, E ACABAM POR
ULTRAPASSAR A REVELAO E SUBVERTER OS PRINCIPIOS DA
PIEDADE
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Diante da realidade expressada por alguns religiosos (fanticos) que
alegam ter e conhecer o Esprito Santo, Calvino os chama de biltres. Pois,
aonde um Esprito que se diz de ser de Deus age a parte da Escrituras. Ond e
se experimentaro das verdades Escrituras, fora daquelas vindas do Esprito?
Ele no veio ensinar outra coisa a no ser aquilo que j estava revelado. justamente isso, o que Paulo vai chamar de selo. No h ensino do Esprito se
este no agir atravs da Palavra. Ento uma pergunta poderia surgir: no
estaria o Esprito se subordinando ao poder da Palavra? De maneira nenhuma.
O Esprito jamais far aquilo que contrario a sua vontade. A prpria Bblia
aponta para majestade do Esprito. Para que outros e spritos no abusem da
posio de inspirador, ele o Esprito Santo, delimitou seu trabalho destro das
Escrituras para que no se incutisse dvida no corao dos homens. Em suma
poderamos dizer que a Bblia e a o Esprito so um s, essas partes nopodem agir dissociadamente. Tanto na vida dos apstolos, como na vida e
ensinamentos de Cristo o Esprito vida. E, isso est revelado nas Escrituras.
10. PARA EVITAR TODA SUPERSTIO, AS ESCRITURAS CONTRAPE
O DEUS VERDADEIRO DOS DEUSES FALSOS
Em primeiro plano, Calvino lana a distino entre Deus e os demais
deuses adorado pelos pagos, sobre o fator da criao. Nenhum outro deus
tem ou teria semelhante poder de criar os cus e a terra, e tudo quanto neles
existe. Deus o nico que preenche esse perfil. Dele so todas as coisas.
As escrituras no se calam a respeito de sua pessoa. Ainda que seja
verdadeira sua transcendncia em relao aos homens, o que era suficiente
saber a respeito dEle para que se gerasse em ns temor, obedincia, gratido
e amor, ele revelou seus atributos. Em xodo 34:6-7, Moiss nos mostra
alguns como: clemncia, bondade, misericrdia, justia, juzo e verdade. E,em Jeremias 9:24 vemos referncia a sua misericrdia, juzo e justia. Muitas
outras passagens revelam-nos alguns aspectos do carter de Deus como nos
Salmos e nos outros profetas. As passagens que foram citadas, j nos
mostram que forte o objetivo da Escritura de mostrar Deus como ele . Esse
conhecimento no pode vir to especialmente se no desta fonte. Destaca -se a
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palavra especialmente, porque tambm podemos conhecer Deus atravs de
suas obras. Esse seria o conhecimento geral. Do quais os homens podem ter
sim certa noo de Deus, mas no suficiente para lev-lo a salvao. De
forma que os homens so inacusveis, ou seja, eles no podem dizer que
no sabem quem Deus . Calvino, inclusive, at ressalta que a ao idolatradeles revela um pouco, a necessidade interior que eles tm de Deus. S que
devido dureza dos coraes e a frgil apreenso, eles no podem al canar o
verdadeiro conhecimento de Deus.
11. A FEITURA DE IDOLOS CONTRARIA A VONTADE DE DEUS
A escritura contrasta o Deus verdadeiro e os supostos concorrentes. A
limitao da mente humana desconhece limites. Mesmo que Deus seja
inalcanvel a sua razo somente, ele busca em vo uma ftil representao
daquele, que no necessita de cones de madeira, barro, ouro ou prata. Coisas
que Deus mesmo criou no podem represent -Lo totalmente. Contudo, os
homens insistem. Os persas adoraram o Sol, os egpcios adoraram um
panteo de animais e os gregos, os quais tentaram se aproximar mais de
Deus, adoraram a imagem humana deificada. Por intermdio de Moiss e
profetas como Isaas, proibiu enfaticamente a adorao a outros deuses.
Calvino tambm destaca que alguns querem encontrar embasamento
para a feitura de dolos nas manifestaes naturais, as quais Deus se props a
aparecer ao homem como: vento, nuvem, fogo, etc. Isto, segundo eles, d
margem para uma representao material de Deus. Segundo Calvino, isto s
revela a falibilidade humana, e o quanto ele voltada para a idolatria. A Bblia
de forma alguma sugere uma adorao a dolos feitos pelos homens. Ela
rebate toda e qualquer representao de tal gnero com tendo autoridade (Is
2:8; 31:7; 37:19; Os 14:3; Mq 5:13). Se a idolatria fosse permitida por Deus osprofetas jamais teriam pregando enfaticamente contra tal ao.
A igreja catlica romana adora imagens de esculturas, e acaba por
revelar no tempo presente, a antiga e fervorosa contumcia humana em que rer
um deus que seja ele possa apalpar. Mas, em alguns vultos no perodo da
Patrstica vemos que essa ao era repugnada por alguns. Agostinho, um dos
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mais preeminentes telogos e bispo da igreja catlica romana, disse que
abominvel no s adorar as imagens, mas tambm o erigi-las a Deus. A
defesa construda pelos catlicos por uma frase de Gregrio, o qual disse que
as imagens o livro dos iletrados, exclui o papel exclusivo do Esprito. No
entanto esse ainda foi de longe, a ttica mais engenhosa. A diferena entredois termos gregos, abre portas para adorao de imagens. Eles alegam que o
que redem as imagens o servio eidolodoulean e no a adorao
eidololatreian. Um pernicioso subterfgio! A criao de imagens no deprecia o
trabalho feito pelos escultores na arte em geral. O que Calvino ressalta que a
arte tem sua importancia, desde que ela sirva para glorificar a Deus.
Na igreja primitiva jamais houve brecha ou algum comportamento que
revelasse adorao de imagens. O problema est mesmo no homem, que
insiste em construir seu prprio caminho em direo a Deus. Para deixar isso
claro, Calvino relembra os leitores de um Conclio realizado em Nicia no ano
de 787. Nele foi decretado a adorao de imagens nos templos. Os bispos
usaram levianamente as Escrituras para apoiar a idolatria. Um deles (Joo ao
legado da igreja do Oriente) disse que por termos sido feito imagem de Deus,
devemos ter imagens tambm. Todo esse absurdo hermenutico deplorvel.
As prticas blasfemas e absurdas da iconolatria ressoam na boca de Teodsio,
Constncio e muitos outros como se fosse verdade. Mas, que verdade esta
a qual Deus e as Escrituras no compactuam?
12. IMPORTANTE DEIXAR OS IDOLOS DE LADO, PARA ADORAR
SOMENTE A DEUS
Conforme nfase dada anteriormente, Deus no divide sua glria com
ningum. Por isso, de vital importncia estar com ele, e ligados a Ele em
adorao. Todo esse desenfreado aparato dado pelos idolatras suas imagensso nada mais do que supersties, diz Calvino. Deus quem se d por
conhecido. E, isso vem atravs de sua lei, a qual dava as regras para a
adorao do povo. A lei tambm revela Deus como nico legislador. O objetivo
da lei ento era de fazer com que o povo trilhasse nos caminhos de Deus, e
no desviasse seus passos a um culto corrupto. A v sutileza dos pagos, em
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diferenciar os termos latria (honra a Deus) e dulia (servio s imagens) no
amenizou em nada os pecados de tais ces depravados. Ainda que eles
possam dizer que no a mesma coisa, no final das contas . Calvino diz que,
Paulo se refere antiga maneira de proceder dos glatas com dulia. Se for um
simples servio, por que o condenou Paulo? E se atitude tomada por Joo aose prostrar diante do anjo, no fosse um atentado contra a divindade de Deus,
por que o anjo no o aprovou? Enfim, Deus no se deixar compartilhar mesmo
com nada, muito menos artfices feito pelos homens.
13. A BBLIA ENSINA SOBRE A TRIUNIDADE DE DEUS
A infinitude de Deus e a falta de um corpo para delimit -lo, incomodam e
confundem a fraca razo humana. Achando-se capazes, eles tentam e tentam
colocar Deus dentro de suas compreenses, porm sem sucesso. A
conseqncia disto a teoria dos maquineus, que o igualam Deus e satans.
Os antropomorfistas lhE deram as mais variadas formas. Todas essas atitudes
expressam suas tristes especulaes. Um outro fator que tem causado muita
perturbao na mente de alguns o ponto de Deus ser trs pessoas, mas uma
s essncia. Atendo-se primeiramente a questo do termo pessoa, Calvino diz
que neste aspecto ele trs. O termo original Hispstases, que segundo o
prprio Calvino defini bem as diferentes propriedades do Pai, Filho e Esprito
Santo. Quanto a isso, aqueles que so contrrios trindade dizem que os
termos (hipstases ou pessoa) so de cunho meramente humano. Calvino sai
em defesa disto dizendo que, ainda por no ter o termo letra por letra nas
Escrituras, no estamos impedidos por uma lei inqua de interpretar aquilo
que as Escrituras afirmam como um todo. Desde que o uso das palavras no
denigra a fidelidade, e a verdade das Escrituras, no h mal nenhum em us -
las. A idia dos hereges muito mais difcil de se entender, com base
naquilo que termos nas Escrituras. rio declarava Cristo como Deus e sendo o
prprio Filho. Porm, insistia por meio de seus surrurros incessantes, que
Cristo foi criado. Sablio reconhecia o emprego dos ttulos dado ao Pai, Filho e
o Esprito Santo, contudo no concordava que fossem trs pessoas diferentes.
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Ele dizia simplesmente que eram atributos diversos de um nico Deus. Contra
esses conceitos foi que se levantaram homens doutores e piedosos, para sair
em defesa da unidade de Deus em essncia e sua trplice pessoalidade.
A distino de termos importante para entendermos a tri unidade de
Deus. Calvino diz que apesar de Hilrio fazer muita confuso ao termo
hipstases, nomeando latinamente de substncia, ainda sim hipstases define
melhor as diferentes pessoas num mesmo Deus. Agostinho estava de acordo
quanto a este termo. At mesmo Scrates, ignorante a rev elao especial,
afirma em sua obra Histria Tripartite vol. VI, o mesmo emprego dado a uma tri
pessoalidade de pessoas. Calvino, inclusive, at reafirma as palavras de
Agostinho dizendo que o termo hipstases, devido a falibilidade da linguagem
humana, no prope expressar o todo das diferentes pessoas do Pai, Filho e
Esprito Santo. Preferivelmente se usa o termo para no ficar no silencio em
relao trplice pessoalidade revelada nas Escrituras.
O que Calvino enfatiza que pessoa se refere aquela propriedade que
e singular ao Pai, e no ao Filho e ao Esprito. E, inerente ao Filho, mas
no ao Pai e ao Esprito. E, ao Esprito e no ao Pai, e ao Filho. Portanto,
deus tem trs pessoas. O termo subsistncia define a particularidade da
pessoa do Verbo (Cristo) estando junto ao Pai (Jo 1), isto , subsistindo com o
Pai. Agora, o que diz respeito essncia Deus um. O Pai igual ao Filho eao Esprito quanto aos atributos e a divindade, por isso a essncia nica. Nas
palavras de Tertuliano h em Deus certa distribuio ou economia, a trindade
de pessoas, que nada altera da unidade da essncia. Quanto a questo da
unidade de essncia Calvino indica a obra de Agostinho Da Trindade. Apesar
da diversidade nas pessoas, ainda sim o Pai est no Filho (Jo 14:10), O
Esprito com sabemos esteve presente no ministrio do Filho. Em relao ao
nome que cada um recebe, Agostinho diz que o Pai em relao a si mesmo
chamado Deus; em relao ao Filho chamado Pai. O contrario tambm verdadeiro. Vemos ento uma doutrina que dentro dos limites da razo humana
e difcil, porm mediante a f podemos aceit -la.
Em meio s heresias circundantes, Calvino procura enfatizar a divindade
do Filho. J que viveu uma vida entre os homens, muitos duvidam que Cristo
fosse de fato Deus. Para isso Calvino recorre as Escrituras, nas quais
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encontram-se as palavras de 1 Pe 1:11 testificando que, os profetas antigos
falaram pelo Esprito de Cristo. Na epistola aos Hebreus 1:2,3 o escritor diz que
todas as coisas forma criadas por meio de Cristo, e so sustentada por sua
poderosa Palavra. Joo diz que a Palavra (Verbo) estava com Deus, e era
Deus. Logo, pode-se ver claramente pela Escrituras que Cristo a Palavra deDeus. O ser por meio de quem Deus o Pai operou. Quanto ao fator e ternidade,
muitos apstatas dizem que houve um tempo em que Cristo no existiu. Eles
se apegam ao aspecto da narrao de Moiss, dizendo que quando Deus falou
pela primeira vez, sugere que Cristo s tem existido a partir dali (j que Cristo
a Palavra de Deus). Calvino refuta isso dizendo que em Jo 17:5 Cristo afirma
que, mesmo antes do mundo ser criado, ele j existia em glria.
H muitas provas veterotestamentrias a respeito da divindade de
Cristo, salienta Calvino. No Salmo 45:6 diz que Teu trono, Deus, para
sempre, apesar dos judeus dizerem que elohim pode se referir a outros
deuses ou mesmo ate anjos, Calvino enfatiza que fala do Filho. Pois, nenhum
deus ou anjo poderia ter um trono, e ainda mais para eterno. Em Is 9:6, no qual
esta imersa a profecia a respeito do Emanuel, Cristo descrito como Deus
Forte, e Pai da Eternidade. Calvino retruca alguns judeus, porque estes dizem
que neste texto todos estes adjetivos falam do Pai, e somente o termo
Prncipe da Paz atribudo a Cristo. Que cap richo do profeta, deixar o ltimo
qualitativo para o Filho! Finalmente Jeremias 23:6 diz Este haver de ser o
nome com que se chamar o renovo de Davi: o Senhor, Justia Nossa.
Sabendo os judeus que o termo YHWH somente atribudo a Deus, Jeremias
atribui tambm ao renovo de Davi (Cristo). Porquanto Cristo tambm Deus.
As teofanias so outras provas pertinentes a respeito da divindade do
Filho. Alguns dizem que de fato foram apenas anjos que apareceram aos
patriarcas. No seria de se estranhar que um servo (anjo), requeresse honra
para si como no caso de Jz 13:16. Em Jz 13:23 a esposa de Mano, me deSanso, fala que aquele Anjo que falou com ela era realmente Deus. Serveto
alegou que Deus jamais aparecera a Abrao. O fato nos impressiona, pois, o
Anjo foi chamado de Senhor pelo patriarca. E, o mais impressionante aceitou o
prostrar de Abrao. Outros profetas como Osias e Malaquias tambm so
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ressaltados por Calvino, como dando prova das aparies do Filho antes da
encarnao.
Os Apstolos no ficam de foram das referencias feitas de Cristo com o
Deus eterno. Paulo na carta aos Romanos 9:33 diz que Cristo era o Senhor do
Exrcitos, profetizado por Isaias, e o qual seria a pedra de tropeo para alguns
judeus. Na epistola aos Hebreus, vemos a forte tnica dada pelo autor
superioridade do Filho sobre os anjos, Moiss, o sacerdcio A ranico e o
cerimonialismo judaico. Tudo com o propsito de revelar sua eterna divindade.
Finalmente em 1 Jo 5:20 nos fala a respeito de Cristo dizendo que Ele o
Deus verdadeiro e a vida eterna.
Nas obras de Cristo h evidencias de sua deidade. Em Hb 1, nele forma
criadas todas as coisas e sustentadas pela sua Palavra. No profeta Isaias43:25 vemos o aspecto de perdoar pecados, o qual algo proveniente somente
de Deus como bem sabem os judeus, atrelado ao ministrio de Cristo. Os
inmeros milagres operados tambm apregoam a deidade do Filho. Cristo no
s operou milagres, como tambm os outorgou aos seus apstolos quando
estes foram comissionados.
Passando para a pessoa do Esprito Santo, Calvino agora procura
destacar a divindade do Esprito. Acusado por alguns de ser apenas uma fora
impessoal, Calvino diz que na narrativa inicial de Gnesis ele no s pairavasobre a face do abismo, mas tambm j preservava o caos aparente.
Interessantemente, este Esprito inspirou os profetas e apstolos para falar dos
mistrios de Deus. Ele quem nos regenera para a salvao, habita em ns,
nos consola, e dele procede ao mais variados dons. Somos templo e morada
deste Esprito. Ora, Deus disse que habitaria em ns sempre, essa habitao
evidenciada pelo Esprito. A repreenso de Pedro feita a Ananias e Safira (At
5:3-4) d clara evidencia de que o Esprito no homem, mas sim Deus, o qual
ningum engana. O prprio Cristo diz que aquele que blasfemar contra o
Esprito Santo (Mt 12:31; Mc 3:29; Lc 12:10) no tem perdo, ora se este no
fosse divino, jamais se declararia juzo to severo.
Na carta ao Efsios 4:5, Paulo diz que todos esto unidos em um s
Deus, um s Senhor, um s batismo, uma s f. Fica claro que o Esprito nos
inicia na f, e isso mais claramente e externamente visto no batismo. Atravs
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do batismo o cristo pode dar evidencia de que, o que se operou nele vem de
um ser divino o Esprito Santo.
Voltando a questo da tripessoalidade de Deus, Calvino distingue com
todo cuidado, devido cavilao dos hereges, as aes das trs pessoas na
trindade. O Pai quem d inicio a ao, o Filho a prpria sabedoria e
conselho da operao das coisas, e o Esprito Santo comprova estas aes.
Quanto a uma possvel ordem possvel concebermos primeiro o Pai, segundo
o Filho que procede do Pai e o esprito Santo que procede de ambos, afirma
Calvino.
O tratamento da doutrina da trindade, segundo Calvino, surgiu devido
necessidade de rebater as posies dos hereges como, por exemplo, Serveto e
rio. Ao tratar desta doutrina a qual o homem deve estar de corao abertopara que o Esprito o conduza, os anti-trianarianos ou tentavam fragmentar a
unidade da essncia divina, ou confundir e separar por completa as diferentes
pessoas da trindade. Em relao s pessoas, Cristo e o Esprito Santo tem sido
os mais aferidos pelos desmantelados paqumetros dos hereges. Para eles
difcil aceitar que o Filho se subordinou ao Pai, de forma no contrria a sua
vontade. Que entre este Deus perfeito no h disputa (qualidade intrnseca da
alma cada), para ver quem o maior. Por isso que cremos pela f, pois a
razo nos coloca uma lente que no prpria para compreender este mistrioparcialmente revelado nas Escrituras. Os testemunhos da Patrstica que ecoam
na voz de Irineu, Justino e Tertuliano adquiriram sim, um aspecto apologtico
em relao Trindade. Isso tambm mostra que as frivolidades dos homens de
querer perscrutar os desgnios divinos nunca se aquietaram.
14. AS ECRITURAS ATESTAM AS MARCAS DE DEUS NA CRIAO DO
MUNDO E DE TODAS AS COISAS, DIFERENCIANDO-O DOS FALSOSDEUSES
Em meio aos questionamentos levantados pelos homens sobre a origem
do universo e da terra, Calvino diz que a melhor coisa a se fazer olhar para a
criao, conforme revelada nas Escrituras. Saber o tamanho do espao ou por
que Deus no fez o mundo bem antes, so apenas especulaes pedantes que
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a nada levam, seno a ver o quanto o homem pequeno. Aquilo que foi da
vontade de Deus em nos revelar, acabou chegando at ns. No h nada de
errado em ser um indagador, o problema quando isso se mostra ardiloso na
mente e lbios dos homens.
Saindo um pouco das indagaes sobre o espao e o tempo, somos
levados a observar relato de Gnesis, uma prova vivida da providncia divina.
Em seis dias tudo foi feito para que o homem pudesse viver. Calvino destaca
que se o homem no fosse to especial, Deus jamais teria deixado tudo pronto
s para ele desfrutar. Portanto, nesta obra da criao vemos a verdadeira
bondade do nosso Deus.
Os anjos tambm fazem parte da obra criadora de Deus. Ainda que Moiss em
sua narrativa, no d expressa referncia de Deus t -los criados, eles so simcriaturas de Deus. Calvino diz que no captulo dois de Gne sis Moiss narra a
criao das estrelas do cu e os demais exrcitos celestes. Concerteza aqui
que se encaixam os anjos. O desejo desbalanceado desejo por restas
criaturas, despertaram em alguns o desejo de ador-los. Fosse s a questo
dos anjos que instigasse perverso a mente de muitos. No entanto at
satans foi considerado como um ser co-eterno com Deus. Este pressuposto
foi defendido por Mani, o qual deu origem o nome do grupo que o seguiu, os
maniqueus. Isso surgiu devido questo da origem do mal. Quanto funodos anjos Calvino destaca as seguintes:
Exrcitos Por fazerem parte da guarda celestial do Senhor, e o
rodearem, esto inteira disposio como soldados a pronto servio de seu
General.
Poderes Por serem detentores de fora, a qual remete Aquele que os
criou. Ora so chamados tambm de principados ou potestades.
Tronos Por repousar a glria de Deus sobre eles so chamadostronos.
Deuses Como num espelho os anjos, devido aos aspectos citados
acima, so chamados deuses.
E, uma das principais funes a qual Calvino destaca a respeito dos
anjos a da proteo. Segundo o relato bblico, foi a eles feito a referencia de
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proteo no Salmo 91. No salmo 37 o Anjo do Senhor est ao redor dos que o
temem. No deserto um anjo foi designado para ir frente dos israelitas no
deserto. Ministraram servio a Cristo (Mt 4:11). Quando queria livrar o povo das
mos dos inimigos, Deus muitas vezes o fez por meio dos anjos (Jz 2:1; 6:11;
13:9). Sem contar que a boa noticia da ressurreio tambm foram dadas poreles. Como ficou bem claro semente as Escrituras podem dar informaes
seguras e fiis a respeito destes seres.
A questo do anjo da guarda no encontra embasamento nas
Escrituras. Ainda que um anjo tenha libertado Pedro da Priso, mesmo assim
no temos base par crer em tal especulao. No relato de Daniel vemos um
servio delimitado dos anjos em proteger cidades. A hierarquia destes seres
tambm no se pode prescreve com toda certeza. Calvino afirma que a Bblia
faz referncia a Miguel, o grande prncipe (Dn 12:1) e arcanjo que entoar a
trombeta do juzo. Miguel tambm referido (Dn 10:21). Tobias at chega a
citar tal Rafael. Mas na realidade esta uma questo que Calvino deixa em
aberto. Numa forma assumida a Bblia chega a mostrar querubins e serafins
alados. Os quais diz Calvino, nos trar com mais rapidez o nosso auxilio.
A realidade pessoal dos anjos tambm foi questionada por alguns.
Afirmando-se que os anjos so nada menos que impulsos que Deus inspira
aos homens. Porm, de acordo com a referencia de Ap 5:11, so milhares,onde lhes so atribudos regozijo )Lc 15:10). Ele quem sustenta os fiis (Sl
91:12; Mt 4:6). A lei fi trazida pelas mos deles afirma Paulo e Estevam (At
7:53; Gl 3:19). Apesar disso, a adorao a estes seres terminante proibida
segundo as Escrituras. Muitos canalizavam a adorao para eles. O prprio
Joo ao se prostrar diante do anjo foi repreendido para que no o fizesse (Ap
19:10; 22:8-9). Portanto, a angelolatria improcedente.
Quanto a existncia destes seres de suma importncia que nos
acautelemos do poder de Santas e suas hostes, diz Calvino. H uma luta
constante em que o cristo no encontra trgua. Apesar de termos nossa
guerra j vencida pelo sangue do Cordeiro, no devemos menosprezar a
vastido do poder do batalho maligno. Maria teve sete demnios expelidos
(Lc 8:2). Em Mateus 12:43 o senhor diz que sete demnios encontrando
espao na casa a qual j habitaram, podero trazer mais sete. Muitos tentam
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perscrutar a respeito de com se deu a malignidade de satans. Por ser ele uma
criatura, no teria sido ele um alvo do pecado? No. O diabo no inicio era
perfeito, mas devido a sua prpria depravao e maldade ele se fez pai da
mentira, e enganador por excelncia. Em degenerao se perdeu tanto satans
como os seus anjos. De forma que Deus no a origem do mal. Mesmo emtoda a essa rebeldia por parte do diabo, ele limitada pela autoridade de Deus.
No livro de J v-se claramente os limites delineados por Deus. Um outro fator
que no pode ser menosprezado quanto a realidade pessoal dos seres
diablicos. Nas referencias bblicas eles so postos como seres dotados de
entendimento. E, que conseguiam afligir fisicamente os homens. No juzo eles
sabem que sero atingidos pelo poder de Deus (Mt 8:29). Um simples impulso
no cai bem a estes seres! Eles de fato existem.
A sntese de tudo o que foi falado que em Deus vemos o principio de
todas as coisas. No s o firmamento e tudo que nele h, mas tambm a terra,
o mar e tudo o que nele h, veio a existir por ordem de Deus. Ele fez o homem
a sua imagem e semelhana. Que enorme privilgio! Toda a criao, portanto
serve ao homem grande manual teolgico. Porquanto devem os homens ser -
lhE gratos. E, no somente isso, mas reder-lhE todo servio e adorao.
15. A CRIAO DO HOMEM: ESTADO ORIGINAL, FACULDADES DA
ALMA, IMAGEM DE DEUS E LIVRE-ARBTRIO
O ser humano notvel por sua imensa complexibilidade e habilidades.
At mesmo aos olhos humanos, escapa o quanto ele bem estruturado.
Contudo, Calvino objetiva ressaltar alguns conceitos a respeito deste ser criado
por Deus, que deve ser de nosso inteiro interesse.
Primeiro ele chama-nos aos tempos remotos, onde o homem foi formado
do p da terra. E, para que no se d espao, agora, para a acusao de que
Deus fez o homem em pecado, Calvino mostra o oposto. Ele diz que no seu
estado original o homem era perfeito, s em pecado. A prpria matria da qual foi
formado o homem, no mnimo deve lev-lo a uma introspeco de quem
realmente ele . Deus se dignou dar vida, a um simples vaso de barro. Quanto
ao que est dentro dele, Deus lhe deu uma alma ou esprito. Essa alma o u
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esprito, na concepo de Calvino uma essncia imortal. Porm, muitos no
compartilham desta idia. Por isso, Calvino diz que os que assim pensam
foram obscurecidos pelas trevas de tal maneira, que parece-lhes impossvel
sobreviver morte. Se no houvesse margem nas Escrituras para isso, ento
no se tocaria no assunto. Mas, tanto em Lc 23:46, com em At 7:59 e Ec 12:7,somos informados de que o esprito encomendado e recebido por Deus. Se o
esprito fosse um simples alento, esse jamais chegaria ao cu, afirma Calvino.
Tambm, se pode notar pela versatilidade da mente que est no homem, algo
inerente as existncia de uma essncia imortal. At o perscrutar pelas coisas
do cu, da terra e da natureza nos ajudam a deduzir que h algo entranhado
no seu corpo, e o qual distinto desse. Isso vai cada vez mais tomando forma
quando lemos nas Escrituras que, h uma migrao de um corpo debilitado
para outro melhor. A exortao de Paulo no somente para que os crentes deCorinto, purifiquem o corpo,mas tambm o esprito 2 Co 7:1.
Em sim o homem trs a imagem de Deus Gn 1:27. Segundo Calvino,
certo que o exterior possa trazer esta imagem, mas no h duvida de que na
alma que se encontra a imagem de Deus. Em relao a isto Calvino destaca o
vo conceito dado por Osiandro. Este disse que o homem trazia a imagem de
Deus tanto no corpo quanto na alma. Osiandro dizia que o corpo de Cristo
serviu de base para o corpo de Ado. Sugerindo assim um corpo que pertencia
a Cristo antes mesmo de Ado. Calvino diz que as d iscusses no se limitaram
a isto somente, tambm houve questes a respeito da terminologia das
palavras tselem (imagem) e demuth (semelhana). Os quais muitos disseram
ser duas caractersticas diferentes dadas ao homem. Entretanto, Calvino
discorda dizendo que na realidade o termo semelhana era apenas uma nfase
dada por Moiss em sua narrativa do Gnesis,isto , uma repetio para
refora a precedente. Em meio a todas estas frivolidades Calvino, enfatiza que
ainda que a imagem de Deus reflita primariamente em sua alma e nas suasfaculdades, no h uma parte do homem que no reluza a glria daqueles que
o fez.
Uma vez que o pecado ofuscou e denegriu a pura imagem de Deus no
homem, este s poder t-la novamente, por meio da regenerao em Cristo.
E, vale salientar que ao ser regenerado pelo Esprito, o homem vai
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recuperando gradativamente a imagem primria. Onde Ado falhou, Cristo veio
para corrigir. Esse contraste entre o primeiro Ado e o segundo, no tem o
objetivo somente de jogar na cara do homem, o quanto ele est dos padres
requeridos por Deus. Mas, antes nos mostrar conforme as palavras de Paulo
1Co 15:45, de que em Cristo nossa imagem recuperada.
Remexendo na questo sobre a origem da alma, os maquineus e
Serveto, falaram que o sopro de Deus nas narinas do homem acabou
introduzindo dentro dele, certa substncia de Deus. Se isto verdade,
necessrio atribuir tudo que h no homem natureza divina. Isso
monstruoso, diz Calvino. Calvino tambm diz que a citao de Arato feita por
Paulo em At 17: 28 de que somos gerao de Deus, no implica em uma
substancia divina, mas sim na qualidade. Seria muita insensatez fragmentar o
Criador, e distribuir sua poro em cada um de ns. Em 2Co 3:18 Paulo no fala
que fomos criados a imagem de Deus, mediante a graa e poder do Esprito, e
no pela substncia de Deus.
A alma no s anima o corpo, mas tambm desempenha outras
faculdades. Dentre uma delas est a glorificao a Deus. Obviamente depois
do pecado, est ltima ficou distorcida. Mas, na sua origem alma tinha como
principal objetivo cultivar a retido, afirma Calvino. Muitas propriedades tm
sido dadas a alam humana. Dizem que h a alma sensitiva e a racional. Entreelas existe certa discrepncia. Quanto a essa abordagem, Calvino prefere
deixar a merc dos filsofos. Contudo, ele admite que haja cinco sentidos. Os
quais introduzem dentro de ns as coisas que esto diante de ns. Tudo o que
observamos passa pela imaginao, a qual discrimina o foi apreendido. A
razo na qual habita o juzo universal. E, o entendimento, que contempla o
que a razo costuma discorrer. Estes trs Calvino chama de faculdades
cognitivas da alma. Mas, tambm essas trs correspondem as trs faculdades
apetitivas. So elas: vontade, a qual procura a execuo do entendimento; aclera, que se apropria do que impulsionado pela razo; e a
concupiscncia que absorve a informao da imaginao e da sensibilidade.
Calvino nos alerta para outra diviso dada pelos filsofos. Os quais resumem
tudo em apetite e intelecto. Afirmam eles, que este ltimo contemplativo e
tambm prtico, onde apreendemos o bem e o mal. Os apetites se dividem em
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vontade e concupiscncia. Este apetite obedece razo. Consequentemente
concluiremos que eles do nfase a um controle que o homem possa ter, e o
governar de forma reta. Dentro de uma realidade depravada a qual vive o
homem impossvel este por meio da razo governar -se de forma reta.
16. PROVIDNCIA DIVINA: O PODER DE DEUS QUE REGE, E SUSTENTA
O MUNDO EM CADA UMA DE SUAS PARTES
Muitas vezes corre-se o risco de um pensamento superficial de que
Deus teria apenas agido no momento, at que deu ordem no mundo. Depois
disso ele se afastou, e pronto. Esta momentaneidade do poder de Deus na
Criao um pensamento pobre e ftil. Ainda que os mpios tenham sua viso
errada a respeito da providncia divina, Calvino diz que a f tem a sua maneira
peculiar pela qual reconhece Deus como criador e mantenedor deste universo.
Pois no isto que nos afirma Hb 11:3? Deus no s criou, mas tambm
sustenta, assiste, nutri atravs de sua singular providncia, afirma Calvino. D as
grandes s pequenas coisas, como um pequeno pardal, Deus est a manter Mt
10:29. Davi no Sl 33:6 fala com propriedade como forma firmados os cus. De
modo geral, at os filsofos ensinam sobre fora da vida inerente na criao. E
isto no s percebido por meio de inspirao divina, mas tambm por meio
da concepo da mente humana, salienta Calvino.
A providncia divina coloca inteiramente de lado, o conceito formado
que muitos tm de que existe o acaso. As enumeraes que Calvino faz de
certos acontecimentos como cair nas garras de assaltantes, ficar soterrado
pela queda de uma casa, achar comida no deserto, ser arrastado pelas ondas
at chegar ao porto so e salvo, tem sido atribudo como sorte ou acaso. Pelo
contrrio, isto providncia divina. Calv ino cita Baslio, o Grande, por este
dizer acertadamente que sorte e acaso so termos dos pagos de cujosignificado no devem ocupar-se as mentes dos piedosos. Cristo enfatizou
que at os cabelos de nossa cabea esto todos contados Mt 10:30. At
mesmo as coisas inanimadas tm suas propriedades mantidas, devido mo
sustentadora de Deus. Sendo assim notrio o erro de se atribuir prpria
natureza o fluxo de tudo o que existe. Isso se constitui em roubo, diz Calvino.
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Roubo de que? Roubo da glria que devida a Deus, quanto ao seu governo
na criao. A conscincia desse poder regedor de Deus na criao deve nos
levar a obedincia e a segurana. Com real valor Calvino diz que os infiis ao
transferirem a honra de Deus, aos astros, e passam a depender do s pressgios
tem sua felicidade, revelada em desgraa.
A natureza da providncia no est baseada na prescincia. Deus no
est numa posio passiva, quanto ao universo. Ele dirige e age nele
intensamente e completamente. Em outras palavras a providncia est
baseada no ato divino. Calvino ressalta uma falsa convico de providncia
que muitos tm. Alguns dizem que o governo da providncia divina geral,
mas no determina nada sobre os homens, que esto pautados por seu
arbtrio. O homem dono de sua prpria vontade. Os homens so governados
pelo poder de Deus, mas excludos de sua determinao, dizem eles. Os
epicureus audaciosamente falam de um deus ocioso e inoperante. Calvino
confessa que as criaturas so movidas por um instinto secreto da natureza,
porm isto vem da mo de Deus.
A providncia de Deus claramente percebida na natureza. A
alternao de dias e noites, o vero e o inverno que tem seu inicio e fim, nos
meses que se seguem, e os anos que passam tudo foi delineado por Deus. No
Salmo 147:9 Davi diz que os filhotes dos corvos so alimentados por Deus.Moiss tambm atesta a graa divina em derramar chuva sobre os homens e
natureza (Lv 26:3-4; Dt 11:13-14). No Salmo 113:5-6 at o vo do das aves
governado pelo poder de Deus. Com isso, vemos claramente a providencia
divina evidenciada na prpria natureza. Quanto a vida humana, tambm vemos
esse poder atuante de Deus. S para comear, o mundo foi feito por causa do
gnero humano. Jeremias fala que os caminhos do homem esto patentes aos
olhos de Deus (Jr 10:23). E, em Pv 16:9; 20:24 encontramos a mesma
entonao. At a faculdade racional do homem no escapa a sondagem divina(Pv 16:1,9).
Calvino deixa claro o motivo do porque o homem no apreende to
facilmente est verdade. Tudo devido lerdeza e falha da mente humana.
Todos tm a tendncia de considera aquilo que Deus faz com algo fortuito. A
causa primria das coisas no nos perceptvel. Para a razo ser muitas
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vezes inaceitvel, mas para a f se reconhecer a ordenao secreta de Deus .
Tudo que rodeia o homem, e at o prprio homem com um todo, est
entranhavelmente ligado a operao providncia de Deus.
17. QUAL O PROPSITO E AT ONDE SE DEVE APLICAR A DOUTRINA
DA PROVIDNCIA NA NOSSA VIDA
De inicio bom ressaltar que a providncia opera no passado e futuro.
Ela a fora mantenedora utilizando-se ora por meios, ora contra os meios. E,
ela tem com alvo principal o cuidado com o homem, e tambm a Igreja. Isso
deve rechaar de imediato o pensamento de que tudo corre ao lu. Por mais
que as causas nos sejam ocultas, devemos dizer como Davi que, as
maravilhas e os pensamentos de Deus so tantos, que no temos como cont -
los. A doutrina da providncia requer de ns a devida reverencia. Os homens
ficam a latir como ces, e dando suas mordidas virulentas contra esta doutrina,
diz Calvino. Tentam absorver pela razo somente, aquilo que s poder advir
por meio da revelao. Aquilo que est alm da razo humana bem destacou
Moiss Dt 29:29 no deve ser perscrutado. Como reao a esta doutrina , os
ces ainda dizem que se a providncia divina determina e governa tudo, o
homem nada mais do que o ser inerte. Dizendo at que as oraes do santos
so suprfluas, pois Deus j determinou tudo desde a eternidade. Diante
disso Calvino afirma fortemente que a responsabilidade humana continua, sim,
ativa. Ele diz que Salomo concilia bem as liberaes humanas e a providncia
de Deus. Por exemplo, em Pv 16:9 diz O corao do homem planeja seu
caminho, e o Senhor dirigir seus passos. Apesar de Deus ser a causa final de
todas as coisas, ele no fez o homem como um rob. Tudo que est
relacionado a vida do homem, Deus colocou nas suas mo os meios para
conduzi-la e conserv-la.Um cuidado que se deve tomar o de abrir brecha na doutrina da
providncia, para a voluntria iniqidade do homem. Ora, uma vez que Deus a
tudo determina logo os roubos, adultrios, homicdios no so culpa do
homem. Isso ressoa como uma acusao cavilosa contra Deus. Calvino retruca
dizendo que se o mal reside no prprio homem, como pode ele acusar Deus?
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Diferentemente daqueles, os cristos se sentem confortveis com a
providncia divina. Os cristos sabem que Deus est no controle de todas, as
coisas tanto nas grandes quantos nas pequenas. Isso deixa impresso na mente
deles o governo soberano de Deus. Fazendo com que independente das
circunstncias, ele acabe olhando sempre para seu sustentador. no isso aisso que nos persuade as Escrituras (Sl 55:22; 1Pe 5:7; Sl 91:1).
Consequentemente essa realidade far parte no s da convico e adorao
particular do cristo, mas tambm de seu testemunho. Ensinando aos demais
homens que devem se voltar para Deus. Resultando assim na coibio da
maldade, ou lhes renovando o nimo, salienta Calvino. A gratido flui
esbaldadamente daqueles que reverenciam a providencia divina. At mesmo
em meio aos perigos mltiplos, os servos de Deus se sentem seguros (Sl
118:6; Sl 56:4; Sl 27:1; Sl 23:4).
Cavilosamente alguns quiseram denegrir a perfeita imagem da
providncia divina. Eles afirmam que o fato de Deus se arrepender, revela uma
possvel ciso na linha mestra e perfeita da providncia. A base est apoiada
em passagens com Gn 6:6 de que Deus havia se arrependido de ter feito o
homem. Ou, a de 1Sm 15:11 de haver escolhido Saul para o trono. E , tambm
a condio dada ao povo caso se voltassem de seus maus cainhos em Jr 18:8.
Calvino diz que o termo arrependimento apenas um antropomorfismo
pedaggico. Como uma boa didtica, o termo se arrependeu visava comunicar
de tal forma com os homens, que pudessem assimilar mais facilmente.
A condicionalidade dos fatos jamais pode anular os decretos de Deus. A
pregao de Jonas, enviado por Deus, no mudana nos planos, mas porque
Deus objetivava o arrependimento, o que de fato aconteceu. Ezequias no
mudou o decreto de Deus, por meio de sua orao simplesmente. Deus tinha
em mente usar de misericrdia para com Ezequias. O que ele tinha de fazer
era orar contritamente. Nada est fora da percepo divina. O problema quetentamos limitar Deus, dentro de nosso espoco de percepo humana.
18. DEUS UTILIZA-SE DAS OSBRAS DOS IMPIOS PARA CUMPRIR SEUS
JUZOS
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Segundo a concepo de Calvino h um engano quanto equiparao
dos termos fazere permitir. Isso se ocasionou devido a utilizao de Deus,
das obras dos mpios para dar cumprimentos aos seus juzos, e mesmo assim
permanecer limpo de qualquer culpa. Alguns engendraram o termo permitir
para dizer que de fato no Deus que faz, os tais juzos. Calvino diz que tudoquanto Ele quer, Ele faz. Ele cita o caso do esprito mentiroso relatado em 1Rs
22:20-23, que este foi mandado por Deus. Aqui no h uma permisso, e sim
um decreto para que fosse executado. Em J temos o relato no de uma
permisso, mas de uma ordem de Deus dada a satans para que atingisse J.
Deus e soberano em tudo aquilo que faz. Nossas curtas mentes no podem
abarcar a imensurvel oniscincia divina.
Contudo alguns acabam por ver nessa realidade, Deus como culpado do
mal. Calvino salienta que apesar de satans ter sido ordenado por Deus, ele
ainda sim fez o mal voluntariamente, pois ele depravado e responsvel por
seus atos. A instrumentalidade dos mpios nas mos de Deus, geralmente no
algo fcil de ser concebido. A grande questo que o homem tem uma
compreenso muito curta das coisas, enquanto Deus o originador de todas
elas.
INSTITUTAS LIVRO III. 21-24
21. DA ETERNA ELEIO, PELA QUAL DEUS PREDESTINOU ALGUNS
PARA A SALVAO E OUTROS PARA A REDENO
Dando uma explicao a respeito do que a doutrina da eleio Calvino
diz ser o plano de Deus, mediante sua vontade, resolveu escolher uns para a
salvao eterna, e outros para a condenao eterna. O estudo dessa doutrina
deve ser feito de forma cautelosa. Pois, o ego do homem se sente ameaado,
s em pensar na possibilidade de ser conduzido quilo a que ele insiste
encontrar sozinho a Salvao.
Somente nas Escrituras que o homem deve se apoiar para se estudar
esta doutrina. J que ela nossa regra de f e prtica. E, se a reconhecemos
como nico caminho que nos conduzir a investigao de tudo o que justo
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sustentar, que assim seja feito. Vale ressaltar que assim com as Escrituras o
caminho para o conhecimento excelso, melhor se reger por ela do comeo
at o fim, para que no samos fora de suas indicaes, e passemos a trilhar
por rochedos sem rumo, que concerteza nos faro resvalar e cair.
Calvino afirma que muitos tm feito zombaria e oferecido animosas
resistncias doutrina da predestina o. Porm, ele tambm afirma que assim
com a doutrina da trindade, e a inflexvel perturbao do porque no fez Deus
o mundo muito antes do que os possveis mais de cinco mil anos. Ficaremos
calados, mediante a zombaria destes? Claro que no responde Calv ino.
Calvino diz resumidamente que no deseja perscrutar aquilo que o Senhor
deixou guardado em secreto. Tambm no negligenciar o que ele ps a
descoberta. E a doutrina da predestinao algo claro nas Escrituras.
Aqueles que so aversivos a doutrina da predestinao engendraram
um subterfgio, para no concordar com o que as Escrituras dizem. Falem em
prescincia com sendo uma avaliao feita por Deus, onde este prev
mediante o enfoque nas futuras aes humanas, o decreto da eleio. Calvino
diz que tanto o temo predestinao, como o termo prescincia correlato. O
chamado de Abrao ma prova mais do que aceitvel de que Deus, chama
independente das obras. No salmo 100:3 somos informados de onde parte o
decreto da eleio. Calvino tambm nos chama a ateno para, uma eleiovivida dentro do prprio Israel. Pois, se Israel era o povo escolhido de Deus,
concerteza todo ele era salvo, certo? Errado. Na prpria descendncia de
Abrao dois destinos diferentes. Isaque o filho da promessa e foi por Deus
escolhido. J Ismael, apesar de ser filho de patriarca Abrao, no foi escolhido
por Deus. O critrio no estava baseado no homem, e sim em Deus que
escolhe.
22. A DOUTRINA DA ELEIO E PREDESTINAO COMPROVADA NAS
ESCRITURAS
Em Efsios 1:4-5 temos a clara evidencia de como Deus opera,
mediante o plano da eleio. No verso quatro Paulo diz que os fiis foram
eleitos antes da fundao do mundo. Aqui vemos a excluso total, de uma
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possvel prescincia apoiada nos mritos humanos. O texto continua a nos
dizer que os crentes foram eleitos para serem santos. Outra contundente
afirmao de que Deus no se baseou nas aes do homem, para poder
cham-lo. O verso cinco fecha a verdica tese da eleio dizendo que tudo isso
segundo o beneplcito de sua vontade (Ef 1:5). Do comeo ao fim a nicaao esperada do homem a passividade.
Em Romanos 9 tacitamente a eleio corroborada. O termo chega a
seu clmax quando diz que Deus escolheu a Jac e rejeitou a Esa. E, tudo
isso para que o propsito da eleio se cumprisse. A refutao da prescincia
baseada nos atos humanos se concentra na clarividncia dos textos de 11 -13,
onde diz que nenhum dos dois era nascido, e nem tinham feito mal o bem. Se
Deus usava o critrio das boas aes de Jac, porque Paulo diz que ele ainda
no havia nascido.
Tambm encontramos nas palavras de Jesus no evangelho de Joo a
confirmao da doutrina da eleio. Joo 6:37-39, nos mostra em Jesus, a
mesma doutrina posteriormente pregada por Paulo, Todo aquele que o Pai me
d, esse vir a mim. Pois est a vontade do Pai: que nenhum de todos os
que me deu se perca. Os eleitos aqui, j eram do Pai, e foi dado ao Filho.
Cristo no s os recebe como tambm elege. No estou falando de todos;
conheo a quem escolhi (Jo 13:18). Calvino destaca que o fato de Jesus terincludo Judas, era quanto ao oficio apostlico. Pois, Ele (Cristo), no poderia
perder um s daqueles que o Pai lhe Deus.
Agostinho tambm discordava da doutrina da prescincia divina como
condio para a eleio. Ele refutou os pelagianos e com propriedade citou
Ambrsio: Cristo chama queles de quem ele quer ter compaixo. E outra vez
diz, agora usando de suas palavras: A graa de Deus no acha ningum a
quem deva eleger, mas faz que os homens sejam aptos a ser eleitos.
A universalidade do chamado do evangelho de forma nenhuma se ope
ao plano da eleio. Calvino diz que mediante a pregao exterior, so os
homens chamados ao arrependimento e a f. Deus tem o controle sobre a
eficcia da palavra. O anunciador das boas novas so apenas instrumentos.
Paulo o clssico exemplo do que estamos falando. Ele era conduzido pelo
Esprito a pregar, onde concerteza Deus j estabelecer seus eleitos. Mesmo
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que a voz do evangelho ecoe por todo o mundo, nem todos aceitaram suas
verdades. Isaias diz que o brao de Deus no se manifesta a todos (Is 53:1).
Calvino faz uma excelente pergunta queles que defendem a contraposio
entre chamado externo e a eleio: Deus nos faz seus filhos s pela pregao,
ou tambm pela f?. As ovelhas sempre seguem se pastor, porque conhecemsua voz. Se um estranho as chamar elas no vo. De onde vem o
discernimento, para conhecer a voz? Da abertura ocasionada por Deus, diz
Calvino. O mesmo se aplica aos rprobos. Assim como Deus escolheu uns
para a salvao, outros foram rejeitados pela vontade divina.
23. REFUTAO DAS CALNIAS CONTRA A DOUTRINA DA ELEIO E A
JUSTA REPROVAO DOS JUSTOS
Calvino comea dizendo que a sada engendrada por aqueles que no
acreditam que Deus seja capaz de executar tal juzo contra os mpios, no
sustentvel. Em Mt 15:13 lemos nas claras palavras de Jesus que, aqueles que
no seu Pai no plantou ser arrancado. Os adversrios, salienta Calvino,
falam que Deus usar de brandura, par ver se o mpio se arrepende. No
entanto, como poderia Deus usar de brandura se os predestinou condenao
eterna.
A forte critica levantada por aqueles que no esto de acordo com a
doutrina da predestinao se, Deus seria justo em condenar as criaturas que
ainda no pecaram? Quanto a isso Calvino diz que o homem quer saber o que
se passa na mente e vontade de Deus. Logo se pode concluir que no tem
como saber o porqu de Deus agir assim. Calvino cita o prprio Plato que diz
que os homens, sim, tm leis que os limitem, mas com Deus isso no procede.
Ele continua a vontade de Deus no s pura de toda a imperfeio, mas
tambm a suprema regar de perfeio... Por isso, no adianta o homemacusar Deus de injusto, pois ele age de acordo com sua vontade, e no com a
nossa, que contaminada pelo vrus do pecado. Justamente por que sabia
dessa indagao maligna que gerada dentro do homem p que Paulo
destaca: Quem s tu o homem, que discutas com Deus? Por ventura o objeto
moldado dir quele que o moldou: por que me moldaste assim? Por acaso
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no tem o oleiro poder para fazer de uma s massa um vaso para honra e
outro par desonra? (Rm 9:20-21).
Desde Ado os homens trazem a marca da depravao total. Muitos
discordavam de que Ado tivesse sido criado, por Deus com a certeza de que
iria pecar. Eis uma questo complicada, pois muitos no aceitam conceito.
Calvino nos remete ao Sl 115:3 o qual diz que Deus proclama fazer tudo
quanto quer. Calvino confirma que Deus no s sabia da queda de Ado, com
tambm a administrou pro Seu arbtrio. Calvin o acertadamente cita as verdicas
palavras de Agostinho, o qual disse que Deus preferiu agir por sua bondade,
em meio a progresso da queda, do que evitar o mal logo de inicio.
Uma outra objeo levantada era de culpar Deus de favoritismo. As
escrituras de forma nenhuma confirmam que Deus, faz acepo de pessoa. Seno for assim, estariam mentido Pedro e Paulo (At 10:34; Rm 2:11; Gl 2:6).
Resolvendo a questo Calvino deixa claro que Deus no se baseia nas
pessoas em sim, mas na sua misericrdia.
A eleio se confirma somente atravs de um ato importante da parte de
Deus o chamado. Paulo diz que fomos recebidos por adoo (Rm 8:15).
Junto com a pregao da palavra, vem tambm a iluminao do Esprito. O
homem movimentado pelo esprito at os braos de Cristo. Tanto na
experincia como na Palavra residem garantia da Salvao. Pois, muitosindagam se somos de fato salvos. No devemos, temer sobre est questo.
Pois, se o Esprito nos chamou com certeza ele dar evidncias de sua obra.
Um exemplo de como podemos estar seguros quanto eleio a nossa
comunho com Cristo. Nossa unio com ele revela o plano de Deus para nossa
vida. Ao contrrio da posio do eleito Deus deixa os rprobos entregues a sua
cegueira espiritual e assim no podem po rsi s chega r aos ps da cruz.
O subterfgio criado por aqueles que dizem ser Ez 33:11 uma pedra de
tropeo para a doutrina da eleio, tambm no d em nada. Pois, evidente
afirma Calvino, o texto aponta para aqueles pecadores a quem Deus chamar.
Uma vez que o eleito se arrepende Deus o espera com sei perdo. Dizer que
este texto apia uma universalidade quanto ao chamamento eficaz entrar em
contradio com a Bblia num todo. Outras passagens com 1Tm 2:4 e 2Pe 3:9
relatam a respeito do termo todos que geralmente interpretado como se
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fosse um desejo de Deus que todos se arrependessem ou se salvassem, mas
o homem no quer ento Deus fica a insistir com o pecador. Errado! No caso
de Timteo ele estava recebendo uma orientao de Paulo sobre a orao,
neste caso em favor dos prncipes e reis. As palavras de Paulo em dizer que
todos os homens sejam salvos eram que todos os de diferentes classes,tinham o caminho da salvao aberto.
CONCLUSO
O que a verdade? Dentro de uma sociedade ps-modernista a qual
vivemos hoje, com certeza a soluo ser aferida pelos instrumentos de
medio mais fragmentados possveis. Tudo relativo. O que verdade para
alguns, no ser para outros. Quando no se tem onde apoiar os ps, no
restaro dvidas de que os referenciais foram banidos. Joo Calvino nessa sua
maravilhosa obra Institutas da Religio Crist nos d esse cho no qual
apoiar os ps, dentro de um escopo sistematicamente teolgico. Ele nos
oferece uma viso de Deus, do homem e do mundo que descartada pela
grande maioria dos intelectuais, pois ao se tratar de Religio, muitos se
afastam. Dentre os livros que aqui foram trabalhados, Calvino mostra o homem
e seu Criador - Deus. Primeiro mostra como se estabelece o contato entre
ambos, para um possvel conhecimento ou interao. A natureza, os cus, o
prprio homem acabam sendo manuais teolgicos que do as primeiras
evidncias ao homem de quem ele , e de que h um ser sobrenatural e
pessoal acima dele mesmo. Mas ainda sim, no o suficiente. O grande
Criador d o primeiro passo. Atravs de uma obra revelacional escrita, e
inspirada pelo seu Esprito ele se d a conhecer a este homem dotado de
inteligncia. Qual seria o motivo do estabelecimento desse contato? Calvino
nos revela o motivo: o homem a imagem e semelhana de Deus. A partir daao de Deus, uma fase de restaurao comea na vida do homem, que foi
eleito segundo o beneplcito da vontade de Deus. O amor de Deus comea a
invadir seu ser, e logo percebe o quanto falho, e que a imagem de Deus est
distorcida. Cristo, seu mediador, a convergncia de todo o plano divino para a
restaurao dessa imagem. Logo o homem percebe que o caminho at Deus,
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no estava excludo de todo, s estava opaco, devido cegueira espiritual.
Mesmo sendo uma restaurao gradativa, o homem pode perceber a grande
fora da providencia divina ao seu redor, concorrendo para o seu bem, ainda
que passe por muitas situaes adversas. A concluso que chegar que
ningum o poderia amar assim. E nas Institutas da Rel igio Crist isso quedescobrimos: o amor de Deus para com o homem.
Autor: Wesley Batista de Albuquerque
Seminarista de 2 anos do Seminrio Teolgico Presbiteriano Rev. Jos Manoel
da Conceio (JMC).
Gentilmente cedido e enviando por Wesley no dia 10 de Julho de 2007.