artigo 225 mercado de milho, farelo de soja e ovos no ... · preços do milho e da soja no mercado...
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1Doutoranda em Zootecnia na Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, Minas Gerais, MG. CEP 36571-
000, Brasil. E-mail: [email protected] 2Professor do Intituto Federal Fluminense, campus Bom Jesus do Itapapoana, RJ, CEP 28360-000, Brasil.
3Empresa PIF PAF Alimentos S/A, Visconde o Rio Branco, Minas Gerais, MG. 36520-000, Brasil.
ARTIGO 225
MERCADO DE MILHO, FARELO DE SOJA E OVOS
NO BRASIL DE 2010 A 2013
Corn, Soybean Meal and Eggs Market in Brazil from 2010 to 2013
Silvana Marques Pastore1, Will Pereira de Oliveira
2, Gladstone Brumano
3
RESUMO: O milho e o farelo de soja são os ingredientes base para a ração de
poedeiras. Com a valorização desses insumos no mercado internacional e nacional
observada meses atrás, elevou-se o custo da produção de ovos. O reflexo pode ser visto
no aumento dos preços dos ovos a curto-prazo e, posteriormente, a redução da oferta a
longo-prazo. Entretanto, o Brasil deve bater record na produção de grãos nesse ano, o
que pode evitar uma nova valorização desses insumos no mercado interno. Dessa forma
o preço do ovo deve se manter estável nos próximos meses. Contudo, a quantidade de
ovo ofertado é o que, principalmente, determina o preço do ovo no mercado nacional,
visto que 98% da produção brasileira de ovos é absorvida por esse mercado. Portanto, o
Brasil deve investir na exportação de ovos e no aumento do consumo interno, para a
valorização do ovo no mercado interno. Somente assim, o produtor brasileiro de ovos
terá condição financeira de se manter na atividade.
Palavras chave: cotação, galinhas poedeiras, produção, dieta
ABSTRACT Corn and soybean meal are the basic ingredients for the feed of laying
hens. With the recovery of the inputs in international and domestic market observed
months ago, it increased the cost of egg production. The reflection can be seen in
increase egg prices in short-term, and subsequently reducing the supply in long-term.
However, Brazil must beat the record grain production this year, which may prevent
further appreciation of these inputs domestically. Thus the egg price should remain
stable in the coming months. However, the amount of egg that is offered primarily
determines the price of the egg in domestic market, since about 98% of Brazilian eggs is
absorbed by this market. Therefore, Brazil should invest in export of eggs and increased
domestic consumption, for the recovery of the egg in domestic market. Only then, the
Brazilian producer of eggs will have financial conditions to remain in activity.
Key Words: diet, laying hens, production, quotation
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INTRODUÇÃO
A produção de milho e de soja tem
importância econômica mundial devido
a sua diversidade de utilização. O milho
é usado desde a alimentação animal e
humana, até a indústria de alta
tecnologia. A soja é usada tanto para o
consumo animal, através do farelo de
soja, quanto para o consumo humano,
através do óleo de soja. Contudo, o
maior destino do milho juntamente com
o farelo de soja é a produção de ração
para aves, suínos e bovinos, os quais
tem capacidade de conversão da
proteína vegetal em proteína animal e,
portanto, são também de grande
importância econômica, tanto no âmbito
internacional como no âmbito nacional.
Na produção mundial de milho, o Brasil
participa com cerca de 6,6% do total
produzido e ocupa o terceiro lugar no
ranking mundial dos países produtores
de milho. Na produção de soja, o Brasil
é o segundo maior produtor e
processador mundial da soja em grão e
o segundo exportador mundial do
complexo de soja (soja em grão, farelo
de soja e óleo de soja), garantindo ao
país um papel de grande potencial para
o produto.
Em relação ao consumo mundial de
milho e de soja, esse se mantém
aquecido liderado pela China que
continua a exercer grande influência
tanto sobre o mercado internacional
quanto o nacional brasileiro. O consumo
de soja e de milho pela China tem
crescido exponencialmente nos últimos
anos e atualmente a China é o maior
importador mundial desses insumos. O
crescimento da produção animal
também contribuiu com o aumento do
consumo do milho e do farelo de soja a
nível mundial e nacional. No Brasil,
pode se observar aumento constante do
consumo do milho e do farelo de soja
nos últimos cincos anos, que é resultado
da expansão da produção animal nesse
mesmo período.
Assim sendo, para a formação dos
preços do milho e da soja no mercado
internacional e nacional se leva em
consideração, principalmente, a
demanda da China pelos insumos, a
disponibilidade do produto no mercado
(atual e futuro) e os estoques mundiais
desses insumos. E ainda para o preço do
milho, deve se considerar o preço do
barril de petróleo. Portanto, alguma
alteração nesses fatores já é suficiente
para provocar variação nos preços do
milho e da soja e, consequentemente, no
farelo de soja.
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O milho e o farelo de soja são os
ingredientes base para a ração de
poedeiras. A valorização desses
insumos no mercado internacional e
nacional, elevou o custo da produção de
ovos. O reflexo pode ser visto no
aumento dos preços dos ovos a curto-
prazo e, possívelmente, redução da
oferta a longo-prazo. No entanto,
praticamente toda a produção brasileira
de ovos é abosorvida pelo mercado
interno. Dessa forma, a quantidade do
produto ofertado é o que,
principalmente, determina o preço do
ovo no mercado nacional. Portanto, o
Brasil deve investir na exportação de
ovos, tanto in natura como processado,
e no aumento do consumo interno, para
a valorização do ovo no mercado
interno. Somente assim, o produtor
brasileiro de ovos terá condição
financeira de se manter na atividade.
MERCADO BRASILEIRO DE
MILHO
Produção
O Brasil é o terceiro maior produtor e o
maior exportador mundial de milho,
com a produção estimada em 77.998
milhões de toneladas obtidas na safra
2012/2013 (Companhia Nacional de
Abastecimento - CONAB, 2013). Essa
produção é proveniente de safras
colhidas em épocas distintas, em virtude
dos meses em que se inicia o plantio e
que segue, de certa forma, as variações
das condições climáticas das regiões
produtoras. Os plantios de verão ou
primeira safra são realizados na época
tradicional, durante o período chuvoso,
que varia entre fins de agosto na região
Sul até os meses de outubro/novembro
no Sudeste e Centro-Oeste (no Nordeste
este período ocorre no início do ano).
A segunda safra, também chamada de
safrinha, se refere ao milho de sequeiro,
plantado extemporaneamente, em
fevereiro ou março, quase sempre
depois da soja precoce,
predominantemente na região Centro-
Oeste e nos estados do Paraná e São
Paulo. Embora realizados em condição
desfavorável de clima, os plantios da
safrinha vêm sendo realizados dentro de
sistemas de produção adaptados
gradativamente a essas condições, o que
tem contribuído para elevar o
rendimento das lavouras.
Ao longo dos últimos anos, a produção
obtida na segunda safra tem crescido
consideravelmente. Quando se faz uma
análise da participação da primeira e da
segunda safras de milho na produção
nacional, percebe-se o aumento
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significativo e constante da segunda
safra de milho. Na safra 2002/2003 a
safrinha correspondeu a 27% da
produção nacional de milho. Já na safra
de 2011/2012 a contribuição da safrinha
na produção nacional foi de 47,2%,
representando um crescimento de 73%
em comparação à safra de 2002/2003,
totalizando um aumento de 16,4
milhões de toneladas. Grande parte
deste crescimento foi devido ao
aumento da área plantada de milho onde
antes era lavoura de soja. No Mato
Grosso, por exemplo, essa substituição
ocorreu em 35,4% da área destinada ao
cultivo da soja, na safra 2011/2012.
Por outro lado, tem-se verificado um
decréscimo na produção de milho da
primeira safra, em virtude da redução da
área plantada e que vem sendo ocupada
pela cultura da soja. O impacto dessa
redução da produção de milho de
primeira safra sobre a produção total de
milho tem sido, portanto, parcialmente
compensado pelo aumento dos plantios
na safrinha.
Para a safra 2012/2013, a área para a
primeira safra foi de 6,879 milhões de
hectares, representando uma redução de
9,0% em relação à área cultivada em
2011/2012 (CONAB, 2013). Apesar das
boas perspectivas para a produção e
comercialização de milho, mais uma
vez a cultura do milho perdeu área para
a soja devido ao seu melhor preço e à
maior rentabilidade desta cultura
quando comparada com a do milho.
Segundo as estimativas divulgadas pela
CONAB (2013) no último
levantamento, o Paraná registrou que a
área destinada ao plantio do milho de
primeira safra de milho foi de 878,1
hectares, 10,2% menor do que a área
cultivada na safra 2011/2012, e com
produção estimada entre 7.168,8 mil
toneladas. Na Bahia, para as áreas de
cerrado que predomina o plantio com
emprego de alta tecnologia houve
aumento de 6,8% da área plantada. Em
Minas Gerais, mesmo com o mercado
bastante favorável para o milho,
refletindo a alta de preços da
commodity no mercado internacional,
as estimativas apontaram para uma
redução de área de 5,8% para o plantio
de milho de primeira safra em
comparação à safra passada.
A nível nacional a redução na área
cultivada com milho na primeira safra
foi de 9,0% em relação à área cultivada
em 2011/2012 (CONAB, 2013). Apesar
da redução no plantio da área de milho
primeira safra, observa-se que em parte,
foi compensada com o plantio do milho
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segunda safra que foi cultivado a partir
de fevereiro. Visto que o crescimento da
área plantada foi de 15,6% (CONAB,
2013).
As lavouras de milho no Brasil possuem
diferentes sistemas de cultivos e
finalidades. Sendo assim, a
produtividade nacional das lavouras não
reflete o bom nível tecnológico já
alcançado por boa parte dos produtores
voltados para lavouras comerciais. A
produtividade média do milho na safra
2011/2012 foi de apenas 5.133 kg/ha.
Entretanto, a produtividade média nos
principais estados produtores na
primeira safra foi superior a 4.500
kg/ha. Assim, apesar da diminuição em
17% da área de plantio da primeira safra
2010/2011 a produção permaneceu
estável. Em relação à produtividade da
safrinha, que em geral é menor que a da
primeira safra, tem-se observado uma
tendência de melhora a cada ano,
demonstrando o maior emprego de
técnicas e tecnologias de produção para
esta safra, apesar das restrições
climáticas.
A produção brasileira de milho
estimada para a safra 2012/2013 é de
77.988 milhões de toneladas (Tabela 1),
um recorde de produção para o país.
Para a primeira safra 2012/2013 ao
considerar a área cultivada e a
produtividade (5.060 kg/ha, 12,9%
maior que a safra anterior), a produção
de milho alcançará 34,8 milhões de
toneladas, com variação positiva entre
2,8% em relação à safra anterior,
quando foram colhidas 33,9 milhões de
toneladas (CONAB, 2013). A alta
produtividade estimada é reflexo da
expectativa da recuperação das
produtividades normais nos estados do
Sul e do Nordeste, seriamente
castigadas pelas adversidades climáticas
na última safra. A possível recuperação
das produtividades nos estados da
região Sul compensará as perdas de
áreas cultivadas ocorridas na safra
2011/2012.
Para o milho safrinha, em função do
calendário de plantio, ainda não é
possível obter uma estimava confiável
para a área a ser cultivada. Todavia,
com os preços atuais aquecidos,
inclusive pelo fato de haver negociações
antecipadas no Mato Grosso pelo
segundo ano consecutivo, houve
aumento 23,4% da área plantada na
safra 2012/2013 em relação a safra
anterior (CONAB, 2013). A produção
estimada é de 17.4 milhões de toneladas
de milho.
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Pelas estimativas da CONAB (2013), a
área total de milho na safra 2012/2013 é
de 15.686 milhões de hectares, 3,3%
maior que a safra passada (Tabela 1).
Contudo, devido ao aumento estimado
na produtividade, a produção nacional
de milho, primeira e segunda safras,
deverá chegar próxima a 78 milhões,
um record de produção (Tabela 1).
Deve se ressaltar que esta estimativa
poderá sofrer variações para mais ou
para menos, uma vez que ainda estamos
em período de coleta dos grãos.
Cotação do Milho
Em 2010, as cotações médias tiveram
comportamento semelhante ao do ano
anterior, contudo com média anual
melhor (US$168,14/t. em 2010 ante
US$144,30/t. em 2009). Somente a
partir de outubro de 2010 as cotações
atingiram a casa das duas centenas de
dólares registrando o valor de US$
214,54/t. O movimento de alta foi
mantido e atingiu o pico de US$
230,51/t. em dezembro de 2010. O alto
preço do barril de petróleo também
influência a cotação do milho. Com a
tendência de alta do petróleo, a
rentabilidade do etanol de milho fica
mais atrativa nos mercados norte-
americanos, o que aumenta a demanda
de milho.
Nesse cenário, pode-se observar o
aumento na cotação do milho nos
primeiros meses do ano de 2011. O mês
de janeiro apresentou cotação média de
US$250,05/t., em fevereiro chegou a
US$271,76/t. - valor próximo da média
de junho de 2008 (US$275,14/t.). No
mercado interno, a partir de dezembro
de 2010 os preços alcançaram a casa
dos R$30,00/sc de 60 kg permanecendo
neste patamar até abril de 2011, quando
atingiu o pico de R$32,25 em
02/02/2011 (Boletim Anual do Mercado
de Grãos, 2011).
A produção abaixo do esperado na safra
2011/2012, com diminuição da
produção nas lavouras do sul do Brasil
por causa de condições climáticas
desfavoráveis, contribuiu para o
aumento do preço do grão no mercado
internacional no curto-prazo. Além
disso, com o consumo em alta e os
baixos estoques, principalmente o norte-
americano (Tabela 2), levam a acreditar
que esta tendência de alta de preços será
mantida. Entretanto, com a esperada
safrinha recorde brasileira 2012/2013,
surge à possibilidade de queda nos
preço do milho nos principais estados
produtores (MT, MG, PR e RS).
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Tabela 1 – Milho total (1ª e 2ª Safra) – Comparativo de área, produtividade e produção
das safras 2011/2012 e 2012/2013
Região/UF
Área (em mil ha) Produtividade (em kg/ha) Produção (em mil toneladas)
Safra
11/12
Safra
12/13
Variação
(%)
Safra
11/12
Safra
12/13
Variação
(%)
Safra
11/12
Safra
12/13
Variação
(%)
Norte/
Nordeste 2.991,0 2.884,9 (3,5) 2.012 2.090 3,9 6.016,4 6.029,8 0,2
Centro -
Sul 12.187,1 12.801,3 5,0 5.495 5.622 2,3 66.963,1 71,968,4 7,5
Brasil 15.178,1 15.178,1 3,3 4.808 4.972 3,4 72.979,5 77.988,2 6,9
Fonte: CONAB – levantamento: Maio/2013
Tabela 2 – Oferta e Demanda de Milho – 1ª Estimativa 2012/2013 (milhões de toneladas)
Estoque inicial Produção Importação Consumo Interno Exportação Estoque Final
Estados Unidos 21,62 375,68 0,38 301,64 48,26 47,78
Argentina 1,18 25 0,01 8,6 16 1,59
África do Sul 2,77 13 0,03 11,1 2 2,69
Egito 0,97 5,8 5,2 11 0,01 0,96
União Europeia 5,56 63,1 6 67,5 2 5,16
Japão 0,63 0 16 16 0 0,63
México 1,36 21 9,3 29,7 0,03 1,93
Brasil 13,08 67 0,8 56 12 12,88
China 57,97 193 7 200 0,2 57,77
Mundo 127,56 945,78 98,82 921,01 104,22 152,34
Fonte: Adaptação USDA
Porém, Sologuren (2012) ressalta que o
volume de chuvas previsto para esse ano é
menor que em 2011 podendo causar
surpresas na produção do milho safrinha, e
consequentemente, no preço do milho.
Além disso, é sabido que a China é grande
responsável pela sustentação do valor do
milho no mercado internacional, o que
afeta diretamente o mercado nacional.
Quando se observa a relação
estoque/consumo de milho na China
(2011/2012), percebe-se que os estoques
estão em níveis históricos baixos (57,97
milhões de toneladas), consolidando o país
como forte importador mundial do grão
(USDA, 2012). Por sua vez, os Estados
Unidos, um dos maiores produtores
mundiais de milho, devem produzir 375,68
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milhões de toneladas (USDA, 2012). No
agregado, a produção mundial de
2012/2013 deve reduzir 4,1%, para 841
milhões de toneladas (USDA, 2012).
A demanda mundial deve totalizar 921,01
milhões de toneladas, o que provavelmente
vai manter os estoques mundiais em baixa,
levando a uma relação estoque/consumo de
16,5% (USDA, 2012) (Tabela 2). Dessa
forma, não se espera quedas expressivas
para o preço do milho. O estoque mundial
está “apertado”, abaixo da média histórica,
não permitindo assim nenhuma queda
relevante para o preço desta commodity
(Sologuren, 2012).
No mercado brasileiro, os preços do milho
está cada vez mais atrelados às cotações
internacionais devido à grande procura por
parte dos compradores de outros países. Ao
se comparar os preços do mercado
brasileiro com o preço da bolsa de
Chicago, observa-se que a correlação entre
os dois está aumentando, o que melhora as
condições do mercado nacional para
exportação. De 2001 a 2006, existia uma
correlação muito baixa (48%) entre o
mercado nacional e o internacional. O
preço do milho tinha formação
essencialmente endógena no país, o que
deixava o mercado sem estrutura para
formação de preço internacional,
prejudicando as exportação. De 2007 a
2012, a correlação aumentou para 76,3%, e
o preço de Chicago começou a influenciar
de forma mais expressiva a formação de
preços no Brasil, porém ainda em menor
nível que o mercado de soja (Sologuren,
2012). Contudo, se analisar apenas o
período de 2009 a 2012, identifica-se que o
aumento na correlação chegou a 89% em
Lucas do Rio Verde – MT e 95,3% em
Cascavel – PR (Sologuren, 2012). Sendo
assim, é possível que os preços no mercado
brasileiro fiquem próximo dos valores
pago pelo milho no mercado internacional.
Na análise de transmissão de preços
da BM&FBovespa para outros mercados
nacionais, observa-se que há diferença
entre as regiões quanto à absorção desses
valores. Em algumas regiões como
Cascavel os preços são absorvidos
rapidamente, mas em cidades como Rio
Verde e Campinas, ficam praticamente
uma semana absorvendo variações de
preços da bolsa brasileira (Alves et al.,
2011). Segundo esse mesmo autor, em
Sorriso, o impacto ocorre com seis dias de
defasagem, porém com o maior percentual
entre as regiões. Para cada 1% de variação
na BM&FBovespa, a região de Sorriso
oscila 0,14%, no mesmo sentido.
Entretanto, dependendo do preço e das
condições de estoque no estado, o governo
pode fazer algumas intervenções.
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Atualmente, com os altos preços do milho,
as transações mundiais devem reduzir para
90,9 milhões de toneladas, a menor desde
2008/2009 (USDA 2012). Dos 14 maiores
importadores mundiais, oito devem reduzir
as compras externas. Para exportação, dos
10 maiores vendedores, apenas quatro
devem ter crescimento dos embarques,
entre eles o Brasil, que deve exportar cerca
de 14,5 milhões de toneladas entre
fevereiro de 2013 e janeiro de 2014, de
acordo com o ultimo relatório da USDA
(2012).
As projeções do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior - MDIC (2012), no entanto, são
mais audaciosas. Os exportadores e os
tradings (negociadores na bolsa de valores)
projetam um volume de exportação até 31
de janeiro de 2013, variando entre 17,0 e
18,0 milhões de toneladas. Visto que já
foram exportadas de janeiro até outubro
13,08 milhões de toneladas (MDIC, 2012).
Este volume é 38% maior frente ao
embarcado em todo o ano de 2011. E pelo
ritmo do mercado externo e dos
movimentos nos portos, é bem possível
que consiga se exportar de 8,5 a 9,5
milhões de toneladas nos próximos 04
meses (cerca de 2,0 a 3,0 milhões por
mês).
Por essa razão, se estima a exportação de
17,5 milhões de toneladas para a safra
2012/2013. Sendo que já foram registrados
alguns negócios de milho da primeira safra
2012/2013, algo bastante incomum.
Normalmente, o forte da exportação é com
o produto da segunda safra, com a primeira
ficando no mercado interno. No Rio
Grande do Sul teriam sido fechados
negócios para exportação de 350 mil
toneladas, para embarques entre fevereiro e
março de 2013. Contudo, o volume
exportado pelo Brasil irá depender de
como se comportará a safra 2013/2014 dos
Estados Unidos, onde se acredita que
deverá ser, no mínimo, a que foi projetada
para 2012/13, de 375,68 milhões de
toneladas. A competição do milho
brasileiro com o americano deverá ser
maior, e consequentemente, poderá
diminuir a participação do Brasil em
alguns mercados que são tradicionais dos
Estados Unidos, por isso a previsão de 15,0
milhões de toneladas exportadas.
Porém, os preços praticados nos portos
brasileiros e a taxa cambial elevada,
deixam competitivo o produto do país
(Pereira, 2012). Segundo apuração da
Informa Economics FNP, no Golfo do
México, o preço do milho tem variado
entre US$ 285 e US$ 295 por tonelada. Já
nos portos brasileiros, o milho tem saído
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para o mercado externo com preços que
variam entre US$ 260 e US$ 270 por
tonelada. Na média, o exportador brasileiro
conseguiu no primeiro semestre de 2012,
pela tonelada do milho, um preço 17%
maior do que no mesmo período do ano
passado. A atual situação do mercado com
a taxa de câmbio alta e a disponibilidade
do produto favorece a exportação de milho
pelo Brasil. Deve-se ressaltar que a
exportação elevada provoca aumento nos
preços nacionais (Figura 1), devido à
menor disponibilidade do grão no mercado
interno.
Figura 1 – Comportamento do Preços do Milho em Campinas
Na safra de 2010/2011 o estoque brasileiro
de milho ficou em 5,9 milhões de
toneladas (CONAB, 2013). Com os
estoques finais de 2011/2012 acima de 5,8
milhões de toneladas (CONAB, 2013), e
caso não haja nenhum fator climático que
interfira, tanto na produção brasileira,
quanto na de outros participantes do
mercado de milho, os estoques finais da
safra 2012/2013 poderão ser os maiores já
registrados, com previsão de mais de 17,1
milhões de toneladas, situação que pode
influenciar o comportamento dos preços a
partir de agosto de 2013 (CONAB, 2013).
Por outro lado, projeções da consultoria
Agroconsult indicam outro cenário para o
Brasil. Nesse cenário o Brasil terá uma
menor disponibilidade do cereal em
2012/2013 comparada à safra anterior
devido à redução de 1,1 milhão de hectares
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na área cultivada na primeira safra, não
sendo compensada pela maior
produtividade. Pessoa (2012) ainda adverte
que as mudanças climáticas podem afetar a
produtividade do milho safrinha. Além
disso, a pressão compradora do milho
brasileiro pelos clientes internacionais será
tão forte ou mais forte do que neste ano
(Pessoa, 2012). Por isso, nesse cenário
projeta-se que os preços se manterão
elevados do começo ao fim de 2013.
MERCADO BRASILEIRO DE
FARELO DE SOJA
Produção
O Brasil é o segundo maior produtor e
exportador mundial de soja. O
levantamento da área plantada com a
cultura da soja no Brasil realizado pela
CONAB (2013) divulgado em maio indica
um crescimento na área a ser plantada de
10,7%, passando de 25,04 milhões hectares
plantados na safra anterior, para 27,71
milhões de hectares, correspondendo a um
aumento de 2,67 milhões de hectares. Da
mesma forma, existe um consenso entre a
maioria dos analistas de mercado
agropecuário internacional de que houve
aumento de área de plantio mundial de soja
em 2012/2013. Esse crescimento se deve
aos excelentes preços de comercialização
observada na safra 2011/2012, que bateram
recordes históricos decorrentes da quebra
de produção nos principais países
produtores.
Segundo estimativas da CONAB (2013) o
volume a ser produzido, considerando a
média da produtividade dos últimos três
anos, descartando-se as safras atípicas e
adicionando o avanço tecnológico, será de
81,51 milhões de toneladas, representando
um acréscimo de 22,8% superior à safra
2011/2012 (66,38 milhões de toneladas).
Por isso, o Brasil deve superar a produção
de soja dos Estados Unidos e ocupar a
primeira posição de produtor e exportador
do grão na safra de 2012/2013 (Tabela 3).
A estimativa da USDA (2012) é que a
produção do país seja de 81 milhões de
toneladas ante 77,8 milhões de toneladas
norte-americanas. Por sua vez a Scot
Consultoria prevê uma redução maior na
safra americana 2012/2013, e estima
produção em 73,27 milhões de toneladas
de soja (Tabela 3). Contudo, a exportação
brasileira deverá atingir 39,1 milhões de
toneladas frente à americana com 34,4
milhões de toneladas (USDA, 2012).
A China é o principal importador de soja
brasileiro. Entre janeiro e julho desse ano
foram importados 17,08 milhões de
toneladas de soja do Brasil de acordo com
dados da alfândega chinesa.
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Tabela 3 – Produção de soja nos principais países produtores (milhões de toneladas)
Países Safra 2011/2012 Safra 2012/2013* Variação (%)
Estados Unidos 83,17 73,27 (11,9)
Brasil 65,50 81,00 23,7
Argentina 41,00 55,00 34,1
Mundo 236,03 260,46 10,4
*estimativa Fonte: Scot Consultoria
Devido à forte estiagem que castigou a
produção do país durante o verão, a safra
2012/2013 da soja da China deverá ser
reduzida para 9,8 milhões de toneladas,
segundo informações do Ministério da
Agricultura chinês. De acordo com este
órgão, a produtividade estimada é de
1.693,5 kg/ha (redução de 5,3 %) e, se
confirmada, o volume de soja produzido
pela China será um dos menores em três
anos. Assim, estima-se que as compras
podem chegar ao recorde de 57,5 milhões
de toneladas em 2012, um incremento de
9,3% comparado às importações de
2011. Além disso, estima-se para 2013 um
aumento nas importações chinesas de 3
milhões de toneladas a mais do que o
esperado para 2012, totalizando cerca de
61 milhões de toneladas (USDA, 2012).
Diante dessa perspectiva, pode-se inferir
que o mercado será favorável à exportação
do grão brasileiro para o maior importador
global do produto.
O Brasil além de produzir e comercializar
soja em grãos, também beneficia os grãos.
O farelo de soja é resultado do processo de
esmagamento da soja, que gera como
principal subproduto o óleo de soja
degomado. Esse é utilizado como principal
matéria-prima para a produção de óleo de
soja refinado e biodiesel. O farelo é
utilizado como ingrediente na fabricação
de ração para os diversos animais. Na safra
de 2010/2011 foram produzidos 75.248
milhões de toneladas de soja e 28.320
milhões de toneladas de farelo (Associação
Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais
– ABIOVE, 2012).
Para a safra 2011/2012 a produção
nacional de soja foi estimada em 66.383
milhões de toneladas e a produção de
farelo de soja em 26.411 milhões de
toneladas (CONAB, 2012) (Tabela 4). Por
sua vez, a USDA (2012) estima que a
produção brasileira seja de 27.340 milhões
de toneladas de farelo de soja para a safra
2011/2012. A redução na produção do
farelo de soja em relação à safra anterior é
resultado da queda na produção de soja
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devido à estiagem em 2011 nas regiões
produtoras.
A produção brasileira de soja tem
aumentado significativamente a cada safra
(Tabela 4).
Tabela 4 – Oferta e demanda brasileira da soja em grão e do farelo de soja em diferentes
safras (milhões de toneladas)
Produto Safra Estoque
Inicial Produção Importação Consumo Exportação
Estoque
Final
Soja em
Grão
2010/2011 2.607,2 75.324,3 41,0 41.970,0 32.986,0 3.016,5
2011/2012 3.016,5 66.383,0 50,0 37.254,0 31.250,0 945,5
2012/2013 444,0 81.513,4 100,0 42.401,4 36.782,7 2.873,3
Farelo de
soja
2010/2011 2.821,2 29.298,5 24,8 13.400,0 14.355,0 4.389,5
2011/2012 4.389,5 26.411,0 35,0 13.950,0 14.805,0 2.080,5
2012/2013 2.191,5 29.739,5 36,0 14.325,0 14.925,0 2.717,0
Fonte: Adaptado CONAB – Levantamento de Maio/2013
Historicamente esse crescimento tem
ocorrido a uma taxa anual de 5,8%.
Contudo, na safra 2011/2012 a produção
de soja foi reduzida (Tabela 4) por causa
da seca que se estendeu de dezembro de
2011 a fevereiro de 2012 e afetou as
principais regiões produtoras de soja no
Brasil. No entanto, a previsão para a safra
2012/2013 é que a produção atinja valores
recorde, com 81,513 milhões de toneladas,
42% a mais do que o produzido há cinco
anos (safra 2008/2009).
Da mesma forma, o processamento interno
do grão tem crescido. Segundo a ABIOVE
(2012), em 2010 foram processados 35.701
milhões de toneladas e em 2011, 37.264
milhões de toneladas. Já em 2012, até
setembro foram processadas 22.096
milhões de toneladas de soja em grão, o
que representa entre 84 e 86% do total do
setor. A previsão é de que na safra
2011/2012 seja processada 35,3 milhões de
toneladas, 5,3% menos que o processado
no ano passado, reflexo da estiagem que
provocou quebra de 12% na safra de soja,
estimada pela ABIOVE (2012) em 66,2
milhões de toneladas. A ABIOVE (2012)
ainda afirma que em 2012, em função da
menor oferta, ficaram mais evidentes as
desvantagens de processamento, em função
da carga tributária do país, considerada
desfavorável à agregação do valor.
O farelo de soja produzido é destinado ao
consumo interno e à exportação. Em 2011
o Brasil consumiu 13.828 milhões de
toneladas de farelo de soja (ABIOVE,
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2012). Para a safra de 2011/2012, segundo
o último levantamento da CONAB (2012),
o consumo estimado de farelo de soja será
de 13.950 milhões de toneladas (Tabela 4),
sendo que até o mês de novembro de 2012
foram consumidos 9.529 milhões de
toneladas do produto (ABIOVE, 2012).
Com relação à exportação, em 2011 foram
exportados 14.452 milhões de toneladas de
farelo de soja brasileiro e, em 2012, até
novembro foram exportados 12.414
milhões de toneladas (ABIOVE, 2012).
Como resultado, estima-se que o estoque
final será de 2.080,5 milhões de toneladas
ante 4.389,5 milhões de toneladas do início
da safra 2011/2012 (CONAB, 2012).
Cotação da Soja
O Brasil, os Estados Unidos e a Argentina
são responsáveis por aproximadamente
81% da produção mundial de soja. Nos
últimos três anos (2010/2011, 2011/2012 e
2012/2013), os Estados Unidos tiveram
quebras bastante significativas de safra.
Além da quebra da produção norte-
americana, no Brasil e na Argentina
também ocorreram fortes quebras na safra
2011/2012 devido às condições climáticas
desfavoráveis ao cultivo da soja. Em vista
da diminuição da oferta mundial, os preços
praticados internacionalmente tiveram uma
grande alta, refletindo nos preços internos
e estimulando o aumento da área plantada
brasileira.
A área estimada pela CONAB (2013) para
a safra brasileira 2012/2013 é de 27,71
milhões de hectares, com previsão de
produção de 81,51 milhões de toneladas de
soja. Se levar em consideração a
capacidade de esmagamento interna de
soja em grão e o crescimento industrial
para o ano de 2012, a quantidade a ser
esmagada deverá girar em torno de 38,25
milhões de toneladas (CONAB, 2012).
Contudo, se for levado em conta que as
importações chinesas (principal importador
brasileiro de grãos) permanecerão
aquecidas, que uma boa parcela dos
agricultores já vendeu sua safra
antecipadamente, e que a próxima safra
americana (2013/2014) deverá ser muito
superior à colhida em 2012/2013, as
exportações brasileiras, para a próxima
safra, deverão ficar próximas a 36,25
milhões de toneladas (CONAB, 2012).
No acumulado de 2012, o complexo soja
(farelo, óleo e grão) somaram US$ 24,65
bilhões. O valor foi US$ 3,23 bilhões
(+15,1%) superior ao registrado de janeiro
a outubro do ano passado. A receita das
exportações de soja em grão cresceu 16,6%
para US$ 17,19 bilhões e o volume
embarcado aumentou 9,3% (para 32,52
milhões de toneladas). O faturamento das
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exportações com farelo de soja aumentou
13,4% (para US$ 5,5 bilhões) nos
primeiros dez meses deste ano em relação
ao mesmo período do ano passado (MDIC,
2012).
Quanto à comercialização da soja, a
desvalorização do câmbio a partir de abril
de 2012 estimulou o aumento dos preços
em reais do produto (Figura 2). Assim,
pode-se observar a valorização de 58% em
reais e 40% em dólares da soja em grão no
período de janeiro a julho de 2012 (União
Brasileira de Avicultura - UBABEF,
2012). Mas, entre 31 de agosto e 28 de
setembro de 2012, o Indicador
ESALQ/BM&F Bovespa (produto
transferido para armazéns do porto de
Paranaguá), em moeda nacional, mostrou
expressiva queda de 17% no preço da soja
em grãos, finalizando em R$ 75,73/saca de
60 kg no último dia do mês. Em dólar,
moeda prevista nos contratos futuros da
BM&FBovespa, o preço da soja fechou a
US$ 37,32/sc de 60 kg no dia 28/09, com
queda de 16,9%. A média ponderada das
regiões paranaenses, refletida no Indicador
CEPEA/ESALQ, finalizou o mês em R$
76,88/sc de 60 kg, com forte queda de
9,9% em relação ao mês anterior. Ao se
considerar a média do conjunto de praças
acompanhadas pelo CEPEA, no acumulado
de setembro, a queda foi de 6,5% no
mercado de balcão (ao produtor) e de 5,6%
no de lotes (negociações entre empresas).
Figura 2 – Evolução do Preço da Soja
No que tange ao cenário de mercado para a
soja constata-se que os contratos futuros
estão sendo negociados na BM&FBovespa
a US$ 39,00/sc para Novembro/2012,
queda de 9,7% no acumulado de setembro.
O contrato para Maio/2013 fechou a US$
31,62/sc no dia 28 de setembro, com forte
queda de 5,6% no mês. Enquanto na Bolsa
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de Chicago, os contratos futuros para
março/2013 foram fechados a US$15,13
por bushel (1bushel=27,215kg).
Com relação ao farelo de soja, o primeiro
vencimento recuou 16,3% em 2011 na
Bolsa de Chicago, mas teve média anual
14,3% maior que a de 2010. Em 2012, o
mercado continuou aquecido. Com a
desvalorização do câmbio a partir de abril
de 2012, os preços em reais aumentaram,
promovendo a valorização de 90% em
reais e 68% em dólar, de janeiro a julho de
2012 (UBABEF, 2012). No mês de julho,
os embarques chegaram a 1,5 milhões de
toneladas, 24,7% maior em relação a junho
deste ano. Em relação a julho de 2011, as
exportações cresceram 30,5% (MDIC,
2012). Entretanto, no mês de setembro de
2011, o Brasil exportou 1,265 milhão de
toneladas de farelo e, neste ano, o volume
chegou a 1,138 milhão de toneladas,
apresentando redução de 11% (MAPA,
2012). De janeiro a dezembro de 2012,
foram comercializadas 14,3 milhões de
toneladas de farelo de soja para o mercado
externo. O volume representa praticamente
o mesmo embarcado em 2011. Em
outubro, a receita de US$ 7,3 bilhões foi a
maior da história, puxada pelos preços. No
acumulado de 2012, o montante aferido foi
15,8% maior que o de 2011 (CEPEA,
2013). As
exportações aquecidas colaboraram com a
pressão de alta dos preços no mercado.
Porém, segundo a ABIOVE (2012) a
previsão é de que seja exportado 15
milhões de toneladas de farelo de soja na
próxima safra, com preço médio de US$
480/ton., resultando no faturamento de
US$ 7,2 bilhões.
Na bolsa de Chicago, o preço da tonelada
do farelo de soja em setembro de 2012
fechou em US$ 559,78, queda de 1,78%
em relação ao mês anterior (ABIOVE,
2012). Por outro lado, segundo o MAPA
(2012) o preço chegou a US$ 532,8 por
tonelada em setembro de 2012,
apresentando aumento de 31% em
comparação ao mesmo período do ano
passado, quando o preço médio era de US$
405,9 por tonelada. Ainda, segundo o
MAPA (2012), o preço médio nos 14 dias
úteis de outubro foi US$ 525,9 por
tonelada. Contudo, de acordo com o
CEPEA (2012) o contrato Outubro/2012
para o farelo de soja fechou a US$ 536,82
tonelada, apresentando baixa de 9,2% no
mês.
No mercado interno, o preço da soja
manteve-se instável durante todo o ano
com o pico de valorização em agosto e
recuo dos preços no final do ano (Figura
3). Na média das regiões a companhadas
pelo CEPEA, os preços do farelo de soja
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caíram 3,7% no acumulado de setembro.
Sendo que em São Paulo o preço médio do
farelo de soja negociado em setembro
desse ano foi de R$ 1.173,50/ton., queda
de 5,37% em relação à cotação fechada em
agosto de 2012 (R$ 1.240,12/ton.)
(ABIOVE, 2012). Em Passo Fundo (RS), a
saca de 60 quilos subiu de R$ 73,00 para
R$ 75,00 entre 18 e 25 de outubro. Em
Cascavel (PR), a cotação passou de R$
74,00 para R$ 77,50. Em Rondonópolis
(MT), o preço abaixou de R$ 72,00 para
R$ 71,00. Em Dourados (MS), a saca subiu
de R$ 73,00 para R$ 74,00. Em Rio Verde
(GO), a cotação caiu de R$ 72,00 para R$
68,00.
Diante do exposto, o estoque de passagem
da safra 2011/2012 que em setembro foi
estimado em 945,5 mil toneladas, na safra
2012/2013 deverá evoluir para 4,30 de
toneladas (CONAB, 2012). Assim, caso
não ocorra à repetição dos milhões
problemas climáticos ocorridos neste ano,
estima-se uma normalidade no
abastecimento no complexo da soja para a
safra 2012/2013 no Brasil. E com a
demanda mundial de soja estimada em
265,1 milhões de toneladas, prevê-se para
a temporada de 2013 estoques de soja de
58,1 milhões de toneladas, superior em
1,4% ao anterior (Conselho Internacional
de Grãos – IGC, 2012). Portanto, isso são
indícios de um possível arrefecimento nos
preços do farelo de soja após a safra
2012/2013.
Figura 3 – Evolução do Preço do Farelo de Soja
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Por outro lado, é indispensável ficar atento
à situação da China frente ao mercado de
soja, visto que sua produção está estimada
na menor dos últimos três anos, com
baixos estoques e alto consumo. Fatores
que, se confirmados, poderão elevar a
demanda por soja no mercado
internacional, e consequentemente,
provocar a alta do preço no mercado
nacional.
MERCADO BRASILEIRO DE OVOS
Produção
A produção de ovos comerciais no mundo
é expressiva e já ultrapassa os 60 milhões
de toneladas por ano. De acordo com
dados compilados da USDA junto à
Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO), em
2009 os dez maiores produtores mundiais
de ovos registraram produção conjunta de
aproximadamente 46,5 milhões de
toneladas, sendo a China o maior produtor,
seguida dos Estados Unidos com apenas
um quarto da produção chinesa (Ovosite,
2012).
O Brasil é o sétimo maior produtor
mundial de ovos e contribui com apenas
com 3% do total de ovos produzidos.
Entretanto, a produção brasileira de ovos é
comercializada e consumida quase que em
sua totalidade no mercado interno, o qual
absorveu 99,11% da produção nacional em
2011, revelando um consumo per capta de
pouco mais de 160 ovos/habitante/ano e
uma reduzida participação no mercado de
exportação do produto (UBABEF, 2012).
Assim, vê-se que o Brasil possuí grande
potencial de crescimento tanto na produção
quanto na exploração dos mercados interno
e externo. Este fato tem estimulado, ao
longo dos últimos anos, políticas de
adequação do setor de produção de ovos
que visem incrementar a produção e a
participação no mercado consumidor
(Stefanello, 2011).
É evidente o aumento da produção
brasileira de ovos nos últimos anos (Figura
4), contudo, se observa que ela tem
ocorrido a taxas moderadas. O crescimento
em cinco anos (2006 a 2011) foi de 13,5%
(2,93 x 3,39 bilhões de dúzias). Em 2010, a
produção de ovos foi de 3,2 bilhões de
dúzias, aumento de 1,9% sobre o ano de
2009 (IBGE, 2011). Mas apesar do maior
número de galinhas alojadas em 2010, o
aumento no número de aves foi de apenas
0,9% sobre o ano de 2009 (IBGE, 2011),
revelando uma maior eficiência do setor.
Em 2011 o total de galinhas alojadas no
Brasil chegou a 216,2 milhões de unidades,
um aumento de 2,6% em comparação às
210,8 milhões de aves alojadas em 2010, e
a produção de ovos foi 4,5% maior do que
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a registrada em 2010. Houve o registro de
produção de 3,39 bilhões de dúzias do
produto (IBGE, 2012), sendo 21% de ovos
vermelhos e 79% de ovos brancos. Diante
disso, fica clara a melhora na
produtividade das galinhas a cada ano. A
produção de ovos manteve-se crescente em
todos os meses do 2011, apresentando
maior variação positiva em dezembro
(7,0%). O estado do Mato Grosso foi
responsável por 32,2% do crescimento
registrado entre 2011 e 2010. Já o Paraná
participou com 28,2% deste crescimento,
enquanto que o Amazonas apresentou
decréscimo de 6,3% (IBGE, 2012).
Os levantamentos realizados pela
UBABEF (2012) indicam que nos cinco
primeiro meses de 2012 o alojamento de
produtoras de ovos comerciais totalizou
34,610 milhões de cabeças. Este número
foi 6,7% maior que o registrado no mesmo
período do ano passado. Deste total,
26,058 milhões de cabeças são de
produtoras de ovos comerciais brancos e
8,551 milhões de cabeças são de
produtoras de ovos comerciais vermelhos.
Esses números representam,
respectivamente, aumento de8,93% e
1,34% no número dessas aves em relação
ao mesmo período do ano passado.
Figura 4 – Produção brasileira de ovos de galinhas trimestre de 2010 a 2012
Fonte: IBGE
De acordo com os levantamentos feitos
pela a UBABEF (2012), São Paulo
manteve-se como líder no alojamento de
produtoras de ovos comerciais no mês de
maio, com total de 2,619 milhões de
cabeças (35,55% do total no Brasil). No
segundo posto está Minas Gerais, com
720,8 mil cabeças (9,78% do total). Em
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terceiro lugar ficou o Rio Grande do Sul,
com 629 mil cabeças alojadas (8,54% do
total). O Espírito Santo deteve o quarto
maior alojamento de produtoras de ovos
comerciais no Brasil, com 530,2 mil
cabeças (7,19% do total). Com o quinto
maior alojamento do país, ficou
Pernambuco com 461 mil cabeças (6,26%
do total).
Os últimos dados divulgados pelo IBGE
(2012), relativos ao 3º trimestre de 2012,
permitem concluir que nos nove primeiros
meses do ano a produção brasileira de ovos
aumentou pouco mais de 6,2%, passando
de 1,904 para 2,022 bilhão de dúzias. Com
destaque para os estados de Santa Catarina
e Mato Grosso, onde o volume de ovos
produzidos no primeiro semestre de 2012
aumentou, respectivamente, 17% e 14,3%
em relação ao ano passado. No entanto,
isso sugere que parte significativa desses
aumentos está relacionada a ovos férteis
destinados à produção de pintos de corte,
visto que o IBGE não faz distinção entre
ovos de consumo e férteis.
Por outro lado, com o mercado em alta
para os preços do milho e do farelo de soja,
ingredientes base da alimentação das
poedeiras, a rentabilidade do produtor é
prejudicada. Como efeito, a produção de
pintainhas no segundo semestre tende a
reduzir e, consequentemente, o plantel de
poedeiras e a produção de ovos no
primeiro semestre do próximo ano.
Acompanhando essa tendência, a produção
de pintainhas em setembro foi de
6.904.771 milhões, redução de 9% em
comparação com agosto, quando foram
produzidas 7.596.204 milhões de
pintainhas (Mercado do ovo, 2012) (Figura
5). Embora exista a possibilidade de
recuperação do plantel, dependendo da
redução dos preços dos insumos (milho e
soja), essa recuperação se dá de forma
lenta em função do período de
desenvolvimento da pintainha até se
formar a poedeira em produção, algo em
torno de 20 semanas de idade.
Cotação de Ovos
Os estudos relacionados ao ovo
durante os últimos anos, permitiram maior
conhecimento e divulgação dos benefícios
do consumo do ovo à saúde humana.
Como resultado, o consumo per capita de
ovos nos diferentes países vem
aumentando, inclusive no Brasil. Em 2011
o consumo per capita de ovos chegou a
162,5 unidades, contra 148,8 unidades em
2010, um crescimento de 9,2%. Por outro
lado, em 2011 se exportou 16,6 mil
toneladas de ovos, apenas 0,89% da
produção brasileira, o que representou uma
redução de 40% em relação às 27,7 mil
toneladas de ovos exportados em 2010. A
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receita cambial de US$ 28,27 milhões em
2011 teve redução de 31% frente a 2010,
quando alcançou US$ 41,02 milhões. As
principais regiões de destino foram África,
com 11,2 mil toneladas, e Oriente Médio,
com 3 mil toneladas. Entre os países, os
maiores compradores foram Angola, com
10,6 mil toneladas (64% dos ovos
exportados), e Emirados Árabes Unidos,
com 3 mil toneladas (18% dos ovos
exportados) (Avicultura Industrial, 2012).
Figura 5 – Produção de Pintainhas em 2012
Fonte: Mercado do ovo
A redução das exportações brasileiras de
ovos em 2011 foi motivada pela baixa
competitividade da produção nacional,
câmbio desfavorável e aos poucos
investimentos do setor em tecnologia de
produção e logística (Avicultura Industrial,
2012). Em 2009, a média mundial de
exportaçãoes de ovos com casca ficou em
US$ 1.729,00/ton., enquanto que a do
Brasil foi de US$ 1.729,99/ton. e a da
China em US$ 795,00/ton., ambas no
mesmo período (Avicultura Industrial,
2012).
Em 2012 o mercado de ovos está bastante
sensível, visto que nos últimos dias de
maio, o produto enfrentou seu terceiro pior
preço de 2012 (Figura 6). Com os preços
fragilmente estáveis desde agosto, no final
de outubro o mercado de ovos foi obrigado
a render-se à pressão da demanda e, com
isso, terminou o mês com a menor cotação
em 150 dias, apresentando 2% de perda no
seu preço. Naturalmente, essa
desvalorização não se reflete na média
mensal registrada em outubro (-0,4%),
visto que a baixa observada ocorreu nos
últimos dias do mês. Mesmo assim, a nova
cotação alcançada – média de R$48,77 por
caixa no atacado da cidade de São Paulo –
permanece sensivelmente aquém da média
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5
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jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov
Mil
hões
Produção de Pintainhas em 2012
Brancas
Vermelhas
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nominal que foi registrada logo no início
do segundo semestre, ocasião em que o
produto chegou a ser comercializado no
atacado paulistano por até R$56,00 por
caixa (ovosite, 2012).
Figura 6 – Preço da caixa de ovos Branco extra no atacado de São Paulo
Fonte: Avisite
A redução do preço dos ovos em outubro
já era esperada, pois coincide com o
período em que começam a entrar em
produção as poedeiras cujo alojamento
mensal superou a média dos 6,750 milhões
de cabeças, ocasião em que chegaram a ser
registrados aumentos de até 8% sobre o
período anterior. Independente disso, a
realidade é que o ocorrido em outubro
apenas mantém comportamento habitual
no setor o qual se repete ano após ano, com
ligeiras exceções, qual seja, pequeno
retrocesso de preços em relação a
setembro, o que faz com que no décimo
mês do ano seja registrada a menor cotação
do segundo semestre (Figura 6).
É esperada a recuperação dos preço em
novembro, pois isso tem ocorrido
habitualmente. Porém, essa alta nos preços
tem um componente sazonal: é típica de
todo mês de novembro e marca o início da
ascensão de preços do ovo por um espaço
de tempo que, normalmente, se estende até
as proximidades do Natal.
As cotações do início do mês de novembro
começam com os preços reajustados em
comparação a outubro. No dia 06/11/2012,
o ovo foi negociado segundo o índice do
OvoOnline e a caixa com 30 dúzias do ovo
tipo extra, branco e à granel custou R$
55,50 em São Paulo (SP), R$ 57,00 no Rio
de Janeiro (RJ) e, em Minas Gerais (MG)
custou R$ 60,00, de acordo com o
R$ 35,00
R$ 40,00
R$ 45,00
R$ 50,00
R$ 55,00
R$ 60,00
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Preço da Caixa de Ovo Branco, extra, atacado de São Paulo (R$/caixa de 30 dúzias)
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Agridata. No varejo, o preço médio da
dúzia de ovos nos supermercados de SP e
RJ é de R$ 4,50 e R$ 4,60,
respectivamente. Em MG, o valor é de R$
4,80 (Mercado do Ovo, 2012). Pelo visto, o
fator sazonal começa a agir.
Ao avaliar os atuais preços do ovo no
mercado brasileiro, observa-se que os
mesmo estão acima do que os produtores
receberam no mesmo período do ano
anterior (Figura 5). O preço média pela
caixa de ovos em 2011 foi de R$44,61,
sendo que até outubro de 2012 a média foi
R$47,98 (Avisite, 2012). No ano de 2011,
a valorização do ovo no mercado foi de
16,38% ao ano. Ao comparar o valor
recebido pelo produtor em 2011 com o de
2010, se observa que houve uma
valorização de 17,63% em 2011 (Avisite,
2012). Contudo, o poder de compra do
produtor de ovos foi reduzido a cada ano
(Tabela 5). O poder de compra do produtor
de ovos se refere a capacidade de adquirir
um produto (por exemplo; equipamentos,
insumos, pintainhas…) com determinada
quantidade de caixas de ovos. Dessa
forma, pode-se concluir que a relação que
determina o poder de compra do produtor
de ovos é complexa, variável e dependente
do mercado.
Como tentativa de valorizar o preço do ovo
no mercado, e assim melhor o poder de
compra do produtor, o Brasil busca
aumentar as exportações de ovos. De
acordo com os levantamentos da
UBABEF (2012), nos setes primeiros
meses de 2012, as exportações de ovos
atingiram a receita de US$ 24,1 milhões,
resultado 64,3% maior que o número
registrado no mesmo período do ano
anterior, que foi de US$ 14,6 milhões. No
caso de ovos in natura, as exportações
totalizaram 2,153 mil toneladas em maio
deste ano, número 21,8% maior em relação
a abril. No acumulado do ano, foram 15,8
mil toneladas embarcadas entre janeiro e
julho, número 89,9% maior na comparação
com o registrado no ano anterior nesse
período (8,3 mil toneladas).
Para os ovos processados, em 2010 foram
exportados 2,63 mil toneladas. No entanto,
em 2011 o volume exportado foi 27,4 %
menor que em 2010, foram exportados
1,90 mil toneladas. As principais regiões
de destino foram Ásia e Oriente Médio, as
quais receberam, respectivamente, 1,13 e
0,179 mil toneladas. Entre os países, os
maiores compradores foram Japão, com
1,13 mil toneladas, e Emirados Árabes
Unidos, com 162 toneladas (UBABEF,
2012). Nesse ano, o volume exportado
registrou alta de 137,2% em maio em
comparação com abril de 2012, com total
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de 145 toneladas embarcadas. Já nos cinco
primeiros meses de 2012 houve queda de
59,9% nos volumes embarcados, segundo
o mesmo comparativo com o ano passado,
com 441 toneladas embarcadas no período
(UBABEF, 2012).
Tabela 5 - Cotações Médias e Relação de Preços - 2011/2012 de Ovo, Milho e Farelo de
Soja
A) Branco, extra, no atacado, SP (R$/caixa de 30 dúzias);
B) B) R$/saca de 60kg, interior de SP; C) R$/kg FOB, indústria, interior de SP.
* Dúzias de ovos necessárias à aquisição de uma saca de milho (60 kg) ou um kg de farelo de soja.
Fonte: AviSite
Relação do custo de produção de ovos
com o mercado brasileiro de ovos
No mercado de soja e de milho, a formação
de preço ocorre a partir de preços em
mercados internacionais, associados a
fatores internos, como condições de oferta
e demanda, diferenças qualitativas do
produto, eficiência do porto exportador,
disponibilidade do produto em armazéns
portuários, greves portuárias, chuvas, etc.
(Bordin, 2012). A desvalorização do
câmbio também contribuí para elevação
dos preços das commodities em reais.
A valorização do milho e do farelo de soja
no mercado interno têm desestimulado
cada vez mais o setor nacional de aves e
Mês Ovo(A) Milho(B) Far. Soja(C) B/A* C/A*
2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012 2011 2012
jan 37,08 38,35 30,61 31,45 0,763 0,679 24,77 24,6 0,62 0,53
fev 44,29 44,71 32,14 29,08 0,719 0,689 21,77 19,51 0,49 0,46
mar 49,08 49,07 31,84 29,10 0,645 0,709 19,46 17,79 0,39 0,43
abr 52,88 46,21 30,26 26,00 0,592 0,815 17,17 16,88 0,34 0,53
mai 43,08 45,31 29,91 26,10 0,589 0,927 20,83 17,28 0,41 0,61
jun 48,08 51,40 31,31 25,03 0,592 1,035 19,54 14,61 0,37 0,60
jul 47,00 53,31 30,67 31,68 0,608 1,270 19,58 17,83 0,39 0,71
ago 46,19 53,19 30,29 34,70 0,633 1,370 19,67 19,57 0,41 0,77
set 41,52 49,00 31,92 33,07 0,666 1,404 23,06 20,25 0,48 0,86
out 40,72 48,77 30,56 32,68 0,66 1,228 22,51 20,10 0,49 0,76
nov 40,17 53,29 29,64 35,28 0,644 1,139 22,14 19,86 0,48 0,64
dez 45,11 56,6 28,26 35,68 0,626 1,133 18,79 18,91 0,42 0,60
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suínos, visto que aproximadamente 60% da
ração animal é feita a partir dessas
matérias-primas. Em 2010, o consumo de
ração pelas poedeiras alcançou cerca de 4,8
milhões de toneladas (Sindirações, 2011).
Sendo que a produção de ração em 2011
para a indústria de postura comercial
cresceu 2,6% e alcançou 5,1 milhões de
toneladas, em resposta ao alojamento
médio de 79,7 milhões de pintainhas de
postura (Sindirações, 2012). Entretanto,
com as perspectivas pouco otimistas para o
preço do ovo e a tendência de crescimento
no alojamento acumulado das pintainhas,
motivam o setor de alimentação animal a
prever evolução de menos de 3% na
demanda de rações, algo em torno de 5,1
milhões de toneladas em 2012
(Sindirações, 2012).
A quantidade de ração consumida pelas
poedeiras em 2011 representou apenas 7%
do total de ração consumido no Brasil
nesse mesmo período (Sindirações, 2012).
Sendo assim, a redução do plantel de
poedeiras estimado em 10% pela
Associação Gaúcha de Avicultura -
ASGAV (2012), com diminuição imediata
de 9% na produção de pintainha em
setembro frente a agosto de 2012
(6.904.771 x 7.596.204) (Mercado do
ovo), são efeitos direto do alto custo de
produção e a baixa valorização do ovo no
mercado. Fatores esses que contribuíram
com o baixo crescimento estimado do
consumo interno de ração para 2012, e
consequentemente, com a diminuição do
consumo interno de milho e de farelo de
soja nesse mesmo ano. Nesse sentido, a
CONAB (2012) em seu último
levantamento estimou uma redução no
consumo de milho em cerca de 1,4% (50,5
vs. 51,21 milhões de toneladas) para a
safra 2012/2013 em relação à safra
anterior.
Aumentos nos custos dos insumos para as
rações quando não acompanhados por
aumentos correspondentes no preço de
mercado do ovo, eleva a necessidade de
ajuste da oferta do produto com intuito de
garantir um preço de equilíbrio para o
setor. Como a valorização do ovo no
mercado (10 a 15%) está inferior a alta de
25% no custo de produção devido à alta
nos preços do milho e do farelo de soja
(ASGAV, 2012), a UBABEF (2012)
estima uma redução de 10% na oferta do
ovo em curto prazo.
Os indicadores mais importantes da
rentabilidade da avicultura de postura são
as relações verificadas entre o preço da
caixa de ovo recebido pelo produtor e os
preços dos seus principais insumos, milho
e farelo de soja (ingredientes base da ração
consumida pelas poedeiras) que compõem
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a maior parte do custo variável da
produção de ovos.
A relação entre preços de insumos e
produção de ovos é complexa e variável.
Os números atuais indicam uma correlação
negativa elevada entre os preços dos ovos e
insumos. Dados do Instituto de Estudos do
Comércio e Negociações Internacionais
(ICONE) mostram um acúmulo da alta nos
preços de soja de janeiro a julho de 2012
em torno de 74%, e no milho, de 37%.
Para o produtor brasileiro de ovos o
cenário é de corrosão do seu poder de
compra ante as altas nos preços de soja e
milho (Tabela 5). Em agosto de 2012,
foram necessárias 12,8 caixas de ovos para
adquirir uma tonelada de milho, e 12,2
caixas/ton. em setembro. Enquanto que
para aquisição de uma tonelada de farelo
de soja em setembro de 2012 foram
necessárias 32,6 caixas de ovos. O poder
de compra do avicultor de postura em
relação ao farelo de soja diminuiu quando
comparados os meses de agosto de 2012 e
agosto de 2011, apresentando piora de
10,83%, já que em agosto de 2011 eram
necessárias 29,1 caixas de ovos para
adquirir uma tonelada de farelo de soja.
Em relação a setembro de 2011, a piora no
poder de compra foi de 42,6%, pois
naquele período a tonelada de farelo de
soja custou, em média, 18,7 caixas de ovos
(ovosite, 2012). Diante disso, fica claro
que o ovo se encontra com as cotações
defasadas em relação ao aumento de custo
de produção ocorrido após maio deste ano.
Além disso, os produtores de ovos devem
se adequar às Instruções Normativas 56
(2007) e 59 (2009) até dia seis de
dezembro de 2012 para continuar na
atividade. A Instruções Normativas 56
(2007) e 59 (2009) exige aos produtores
com mais de 1000 aves, o telamento de
seus galpãos para mitigação de risco
representado por aves de vida livre. Diante
do cenário nacional da cadeia do ovo,
entidades do setor (Instituto Ovos Brasil,
UBABEF e Embrapa) apresentaram no
final de outubro ao Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(MAPA) uma proposta de Termo de Ajuste
de Conduta (TAC) com a finalidade de
propor medidas alternativas à exigência do
telamento de galpões de produção de ovos.
Diante da realidade dos produtores de
ovos, o simples aumento no custo de
produção com o telamento dos galpões,
pode tornar a atividade inviável. Portanto,
é imprescindível para a sobrevivência da
atividade que as entidades encontrem junto
ao MAPA uma alternativa praticável
dentro do contexto atual vivido pelos
produtores de ovos.
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Como alternativa para a valorização do
ovo no mercado é a exportação de ovos, a
expansão e investimento na produção
brasileira de ovos processados pode ser
uma opção viável, visto que a demanda
mundial por esse produto é crescente
(Avicultura Industrial, 2012). Do total de
ovos exportados em 2011, 16,6 mil
toneladas, apenas 11,46% foi na forma de
ovos processados (UBABEF, 2012).
O processamento dos ovos é uma
alternativa para melhorar as condições de
consumo do ovo tornando esse alimento
mais seguro e de melhor valor econômico
em relação ao produto fresco, além de
manter suas características químicas
relativamente inalteradas (Pastore, 2011).
Dessa forma, vários produtos a partir do
ovo in natura têm sido apresentado ao
mercado e, ainda que de maneira lenta,
vem ocupando as prateleiras, facilitando os
consumidores e favorecendo os produtores
de ovos.
O aumento da exportação de ovos, seja in
natura ou processado pode favorecer a
valorização do produto no mercado
interno. Contudo, o sucesso comercial
dependerá certamente de medidas que
garantam um mercado consumidor cada
vez mais crescente, seja ele interno ou
externo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O preço do milho e do farelo de soja no
mercado interno segue, atualmente, a
cotação internacional. O preço do milho no
mercado nacional e internacional não tem
previsões de queda significativas. A queda
na área plantada e a possibilidade de clima
desfavorável para a produção da segunda
safra brasileira de milho pode contribuir
para a manutenção da alta no preço do
milho.
O aumento da área plantada de soja e as
previsões de condições climáticas
favoráveis para a produção de soja são
indícios de um possível arrefecimento nos
preços do farelo de soja após a safra
2012/2013. Contudo, deve-se ficar atento
ao mercado chinês que, se confirmada o
aumento nas importação de soja para a
próxima safra, ocorrerá à valorização dos
preços da soja em grão e do farelo de soja
no mercado internacional, assim como no
mercado nacional.
A produção brasileira de ovos é
praticamente consumida pelo mercado
interno, assim a grande quantidade
ofertada do produto dificulta a sua
valorização no mercado. Portanto, para a
valorização do ovo no mercado brasileiro,
o país deve investir na exportação de ovos,
tanto in natura como processado, e no
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aumento do consumo interno. Dessa forma,
o ovo será valorizado no mercado e o
produtor de ovos poderá recuperar seu
poder de compra e se manter competitivo
na atividade.
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