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ARTE E MATEMÁTICA: UMA JORNADA INTERDISCIPLINAR

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ARTE E MATEMÁTICA:UMA JORNADA INTERDISCIPLINAR

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Os textos publicados neste livro, no que se refere a conteúdo, correção linguística e estilo são de inteira responsabilidade dos respectivos autores.

Conselho EditorialMarília Nunes Dall’AstaMichelle Coelho Salort

APOIO:

Livro produzido com recursos da chamada MCTIC/CNPq Nº 02/2017.

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ARTE E MATEMÁTICA:UMA JORNADA INTERDISCIPLINAR

TIAGO DZIEKANIAK FIGUEIREDOADRIANA FATIMA DE SOUZA MIOLA

Organizadores

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ARTE E MATEMÁTICA: UMA JORNADA INTERDISCIPLINAR

Copyright © 2018 Tiago Dziekaniak Figueiredo, Adriana Fatima de Souza Miolo (orgs.)

1ª Edição – Editora GARCIABrasil – Janeiro de 2018

ISBN: 978-85-5512-445-7

Diagramação: Marcos Digues www.diguesdiagramacao.com.br

Arte da capa: José Alexandre Ferreira da Costa

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Figueiredo, Tiago Dziekaniak

Arte e matemática: Uma jornada interdis-ciplinar. - Tiago Dziekaniak Figueiredo, Adriana Fatima de Souza Miola (orgs.) - 1ª ed. - Juiz de Fora, MG. Editora Garcia, 2018.

ISBN: 978-85-5512-445-7

1. Matemática. 2. Artes. I. Título

CDD-372.7

Todos os direitos desta edição são reservados aos autores. Proibida a cópia ou reprodução por qualquer meio, inclusive eletrônico,

conforme a lei nº 10.695 de 4 de julho de 2003.

2018

Editado por: Editora Garcia Impressão: Garcia Impressão de Livros

Site: www.editoragarcia.com.br E-mail: [email protected]

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Escola na estrada

Passava por ali todos os diasOlhava e não tinha coragem de entrar

Medo? TalvezInsegurança? Provavelmente

Ao entrar percebi que escola é a gente que fazNão precisamos de nada a não ser de gente

Gente que convive, que ensina, que aprendeGente que com tão pouco faz muito

Não tinha livros, não tinha computadoresMas tinha gente...Gente que conviveGente que ensina

Gente que aprende.

Tiago Dziekaniak Figueiredo

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APRESENTAÇÃO

Este livro reúne relatos de alunos e professores sobre as experiências vividas ao longo da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT 2017, que teve como tema geral “A ma-temática está em tudo” e que foi desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa Tecnologias na Educação Matemática – GPTEM, vin-culado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq que adotou o tema “Arte e Matemática: uma jornada interdisciplinar”.

A proposta foi aprovada na chamada MCTIC/CNPq Nº 02/2017 com o objetivo de desenvolver ações nas cidades de Dourados/MS, Fátima do Sul/MS e Rio Brilhante/MS.

Ao reunir os relatos oriundos destas experiências foi possível perceber o envolvimento de cada sujeito nas ativida-des desenvolvidas. Cada um com suas particularidades foi ca-paz de descrever com palavras os sentimentos que afloraram em cada ação, e este é o movimento que buscamos dentro do GPTEM, fazer ciência com base no que vivemos, no que ex-perienciamos, dando significado ao que produzimos, fazendo da escola e da universidade instituições que cooperem neste processo.

Conhecer o entorno da Universidade foi capaz de mos-trar que muito pouco sabemos sobre o que necessitamos sa-

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ber, emergindo questionamentos capazes de nos movimentar em busca de respostas a eles. Que ciência produzimos? Para quem fazemos ciência? Parece que são perguntas básicas para qualquer pesquisador, mas na prática percebemos que nem tão simples são. A voz engasga ao tentar responder e o silêncio nos faz perceber nossa incompletude diante do desconhecido.

Escola-Comunidade-Universidade, uma tríade que ne-cessita cada vez mais estar ligada na busca por efetivas ações capazes de movimentar, orientar e conduzir o trabalho docente por meio da cooperação, e neste sentido pretendemos através do trabalho iniciar, mesmo que timidamente, este conversar, buscando evidenciar a importância de cada instituição no pro-cesso formativo. Cada um tem seu papel e cada um precisa compreender sua importância respeitando sua autonomia e suas especificidades.

Vivenciar o contexto de escolas tão diferentes nos fez perceber o quanto a multiplicidade de saberes é importante, o quanto o respeito a essas diferentes formas de ser, pensar efazer se faz necessário no processo educativo e o quão longeda realidade escolar estamos formando nossos alunos, futurosprofessores.

Prof. Tiago Dziekaniak Figueiredo

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SUMÁRIO

7 APRESENTAÇÃO

11 ARTE E MATEMÁTICA: UMA JORNADA INTERDISCI-PLINAR

Tiago Dziekaniak Figueiredo

19 SENTIMENTOS E SABERES AFLORADOS A PARTIR DA VIVÊNCIA NA SEMANA NACIONAL DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA 2017: A MATEMÁTICA ESTÁ EM TUDO

Vanessa Silva da Luz

31 A MATEMÁTICA ESTÁ EM TUDO: UM RELATO SOBRE AS ATIVIDADES REALIZADAS NA SEMANA NACIO-NAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Maria de Fatima Baldez Rodrigues

39 UM CONVERSAR SOBRE A ARTE, A MATEMÁTICA E INTERDISCIPLINARIDADE

José Alexandre Ferreira da Costa

47 SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA: UM OLHAR PARA ALÉM DO HORIZONTE

Juliana Leal Salmasio

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55 ARTE E MATEMÁTICA: UM MÉTODO DIFERENCIADO PARA ENSINAR MATEMÁTICAJuliana Medeiros Nunes

61 NOVOS OLHARES...Elizete de Ávila Nunes

65 A MATEMÁTICA ESTÁ EM TUDO Edrier José Quintiliano de Oliveira

69 EXPERIÊNCIA NA SEMANA DE ARTE E MATEMÁTICAÂngelo Márcio Bernardes Júnior

71 SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA: UMA EXPERIÊNCIA SOBRE ARTE E MATEMÁTICAKim Oliver Mariano Cavalheiro

73 A MATEMÁTICA ESTÁ EM TUDO. ATÉ NA ARTE?Ana Eduarda Proença AfonsoSara Ratier Mendes

75 A IMPORTÂNCIA DA SEMANA NACIONAL DE CIÊN-CIA E TECNOLOGIALarissa Beatriz Molgora

77 SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A APRENDIZAGEMGlauce Kelly Souza De Oliveira

79 SOBRE OS ORGANIZADORES

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ARTE E MATEMÁTICA: UMA JORNADA INTERDISCIPLINAR

Tiago Dziekaniak Figueiredo1

RESUMO: O trabalho apresenta a proposta e algumas considerações sobre a realização das atividades do Grupo de Pesquisa Tecnologias na Educação Matemática – GPTEM/CNPQ durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT, no ano de 2017, que tinha como tema geral “A mate-mática está em tudo” e como tema proposto pelo Grupo “Arte e Matemática: uma jornada interdisciplinar”. A proposta foi aprovada no âmbito da chamada MCTIC/CNPq Nº 02/2017 e contemplada com recursos para a realização de atividades nas cidades de Dourados/MS, Rio Brilhante/MS e Fátima do Sul/MS. Durante a SNCT foram desenvolvidas atividades em es-colas da rede pública de ensino dos três municípios citados, além de atividades na Universidade Federal da Grande Dou-rados – UFGD. A ação contou com a participação de alunos e professores e potencializou a criação de espaços de discussão sobre a interdisciplinaridade, o ensino de matemática e de arte.

1 Professor Assistente da UFGD; Licenciado em Matemática e Mestre em Educação em Ciências pela FURG; Doutorando em Educação pela UFPEL; Líder do GPTEM. ([email protected]).

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INTRODUÇÃO

Recorrendo às palavras de Barco (2005), ao dizer que “o homem fez arte usando a Matemática e construiu a matemáti-ca observando as Artes” foi que busquei estabelecer aproxima-ções entre ambas as áreas na busca por evidenciar que sim, “A matemática está em tudo”. Com este tema, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia - SNCT de 2017, o qual faz parte do Biênio da Matemática no Brasil (2017-2018), foi marcada pela reflexão de que tudo o que fazemos realmente envolve a mate-mática, e não teria como ser diferente, pois a matemática teve sua origem exatamente para nos dar respostas sobre o que nos questionamos.

Ao elaborar a proposta para concorrer ao edital do Con-selho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq para a realização de atividades durante a SNCT, dire-tamente vinculei o tema às atividades que desenvolvia, relacio-nando a Matemática com a Arte de forma interdisciplinar. Foientão que surgiu a proposta vinculada ao Grupo de PesquisaTecnologias na Educação Matemática – GPTEM, da Univer-sidade Federal da Grande Dourados – UFGD, que visa poten-cializar pesquisas relacionadas ao uso das mais diversificadastecnologias digitais ou não digitais para o ensino da Matemáti-ca nos distintos espaços educativos, intitulada “Arte e Matemá-tica: uma jornada interdisciplinar”.

A ação propunha-se a constituir um espaço de reflexão e cooperação entre a formação inicial e continuada de profes-sores, buscando em um trabalho conjunto desenvolver ativi-dades que possibilitem um (re)pensar as práticas pedagógicas e construir aprendizagens significativas a todos os envolvidos, (re)afirmando a postura do professor como um articulador de

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aprendizagens, surgindo assim, a possibilidade de acoplar di-ferentes áreas do conhecimento através da participação efetiva na busca por meios de evidenciar que a Matemática está em tudo e que ela não está sozinha, mas engendrada nos mais di-ferentes aspectos do cotidiano.

Foram realizadas 25 oficinas pedagógicas em 5 escolas da rede pública das cidades de Dourados/MS, Rio Brilhante/MS e Fátima do Sul/MS, e para isso, foram 10 oficinas pedagógicas diferenciadas e voltadas aos alunos do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental. Em cada escola foram realizadas 5 ofi-cinas interdisciplinares envolvendo os conceitos da Arte e da Matemática de forma interdisciplinar.

RELATO DA EXPERIÊNCIA

Ao receber a notícia de que a proposta havia sido apro-vada, um turbilhão de sentimentos começou a se manifestar em mim. Ao elaborar o projeto intitulado “Arte e Matemática: Uma jornada Interdisciplinar” e submeter a avaliação do Con-selho Nacional de Ciência e Tecnologia, tive esperança de que o mesmo fosse aprovado, uma vez que a proposta era voltada exatamente para a temática da SNCT: “A matemática está em tudo”. Entretanto, era conhecido também a grande quantidade de propostas que seriam submetidas.

Com a aprovação do projeto, foi então momento de vi-sitar as escolas das cidades escolhidas para acertar os detalhes para execução das atividades. Em todas escolas fui muito bem recebido e, principalmente, nas escolas de fora de Dourados/MS percebi o quanto são necessárias estas parcerias entre a es-cola e a universidade, uma vez que por ficarem distantes das sedes das Instituições de Ensino Superior (IES), muitas ativi-

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dades que essas instituições desenvolvem não chegam a estas escolas.

Quando se trabalha na perspectiva interdisciplinar, é indispensável que se compreenda que “a parceria, pois, como fundamento da interdisciplinaridade surge quase como condi-ção de sobrevivência do conhecimento educacional” (FAZEN-DA, 2011, p. 85).

É importante ressaltar que o foco direcionado da ação tem em vista que ao falar sobre Arte e Matemática de forma interdisciplinar é, antes de mais nada, compreender que “a in-terdisciplinaridade é uma exigência natural e interna das ciên-cias, no sentido de uma melhor compreensão da realidade que elas nos fazem conhecer” (FAZENDA, 2011, p. 91), ou seja, a interdisciplinaridade é algo natural no ato de perceber nosso contexto, nossa realidade.

Com o início das atividades programado para o dia 23 de outubro de 2017, nossa primeira ação foi em uma escola rural de Dourados/MS. A escola funciona em apenas um pe-ríodo e é multisseriada, contando com poucos alunos. Nessa escola, desenvolvemos a oficina intitulada “Arte e Matemática: construindo formas, transformando cores”. Na oficina são ex-plorados diversos conceitos que são abordados na Matemática como também na Arte, por exemplo: ponto, retas, planos etc. Além de conceitos mais específicos da arte como cores e da matemática como frações.

A cada dobra de papel foi possível dar significado ao que realmente é o “ato de ensinar” e o quanto isso é gratificante. Por muitas vezes passei em frente àquela escola indo para Universi-dade e sempre quis entrar ali e saber como ela funciona, como se organiza enquanto instituição de ensino. Através da SNCT isso foi possível, pude conhecer, mesmo que de forma tão su-

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perficial, um pouco daquele espaço e perceber a necessidade de formar bons professores; professores dignos de estarem naque-la sala de aula e fazerem do ato de educar algo único, valioso, motivador e transformador.

Dando continuidade ao desenvolvimento das atividades, fomos para uma escola estadual do município de Rio Brilhan-te/MS, uma na cidade de Fátima do Sul/MS e outras duas na cidade de Dourados/MS. Nestas escolas realizamos diversas atividades com diversos alunos do 6º ao 9º ano. Os contextos das escolas eram bem diferentes, uma vez que possuíam am-bientes amplos e bibliotecas bem equipadas com muitas obras disponíveis aos alunos. Nestas escolas foram trabalhados di-versos assuntos, como por exemplo: a planificação de sólidos com foco em obras do artista Pablo Picasso, ilusão de ótica por meio das obras de Geraldo de Barros, entre outros.

Não buscamos em momento algum impor regras aos alunos ou estabelecer modelos, tendo em vista o que Fazenda (2011, p. 65) apontou ao expressar que “falar de movimento interdisciplinar não é, pois, dizer de modelos, mas de possi-bilidades, que se iniciam no pesquisado e a partir dele podem se transmutar em múltiplas formas e atos”, mas sim evidenciar elementos que nos fazem perceber a matemática em nosso contexto.

Não era nosso objetivo pontuar o que era arte e o que era matemática em cada atividade que desenvolvemos, mas sim fa-zer com que os mesmos identificassem tais situações de forma espontânea. Uma vez que desta forma, ao estabelecer natural-mente conexões entre as áreas é que se potencializa uma atitu-de interdisciplinar (TOMAZ; DAVID, 2013).

Realizamos também um encontro na UFGD, no qual os alunos das escolas foram convidados a participar. Neste encon-

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tro realizamos atividades voltadas às questões de bi e tridimen-sionalidade. Entretanto, nosso maior objetivo era a questão de socialização entre os alunos, bem como potencializar a aproxi-mação destes com a universidade, na busca pelo incentivo de despertar neles a essência de estarem nesse ambiente, de com-preenderem esse espaço como deles também.

Também realizamos conversas com alunos da Pós-Gra-duação em Educação Matemática e Ensino de Ciências e com os graduandos do curso de Matemática da UFGD. Nestas rodas de conversa foi possível compartilhar relatos de experiência so-bre as atividades desenvolvidas durante a semana, bem como as experiências profissionais das palestrantes convidadas.

Ao longo da SNCT, pensar o ensino de matemática en-volvido com a arte em uma perspectiva interdisciplinar fez com que pudéssemos abrir um leque de ideias para exploração pedagógica.

CONSIDERAÇÕES

Com o trabalho, buscou-se estabelecer o estreitamento dos laços entre Escola-Comunidade-Universidade, na tentati-va de potencializar práticas diferenciadas nos espaços educati-vos por meio de atividades interdisciplinares que relacionam duas áreas do conhecimento. O pensamento interdisciplinar poderá criar uma rede de aprendizagem capaz de compreen-der as relações entre a Arte e a Matemática no contexto em que vivem na busca pela significação da ciência.

O trabalho possibilitará a construção de um espaço de discussão sobre a importância da conexão entre distintas áreas do saber, evidenciando que o conhecimento humano não é disciplinar, mas interligado. A atividade a ser desenvolvida

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também possibilitará a valorização da escola como espaço que produz e dissemina ciência.

Enquanto professor universitário, me questionei sobre para aonde está indo a ciência que produzimos, pois em al-gumas escolas ainda não chegou. Como pode uma escola tão próxima de um campus universitário não ter sequer livros dis-poníveis aos seus alunos para que os mesmos sejam incentiva-dos a leitura? Como no Século XXI ainda temos escolas sem la-boratórios de informática e acesso à internet? Escolas sem um único computador? Percebi que há muito ainda o que aprender para que sejamos capazes de falar sobre a escola.

Perceber as características de cada instituição de ensino me fez perceber a multiplicidade de situações em que a apren-dizagem pode ocorrer, despertando em mim a necessidade de compreender mais sobre o contexto em que formamos nossas crianças no Brasil. Conhecer a escola de verdade, a escola que forma, a escola que ensina nossas crianças, jovens e adultos to-dos os dias. A escola que está em nosso caminho de passagem, a escola para qual formamos professores.

REFERÊNCIAS

FAZENDA, Ivani Catarina Arantes. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas, SP: Papirus, 1994.

TOMAZ, Vanessa Sena; DAVID, Maria Manuela Martins Soa-res. Interdisciplinaridade e aprendizagem da matemática em sala de aula. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

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SENTIMENTOS E SABERES AFLORADOS A PARTIR DA VIVÊNCIA NA SEMANA

NACIONAL DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA 2017: A MATEMÁTICA ESTÁ EM TUDO

Vanessa Silva da Luz1

RESUMO: O presente artigo tem como objetivo parti-lhar os sentimentos e saberes aflorados a partir da vivência na Semana Nacional da Ciência e Tecnologia (SNCT) em parceria com o Grupo de Pesquisa Tecnologias na Educação Matemá-tica (GPTEM), no contexto da cidade de Dourados, Fátima do Sul e Rio Brilhante no Estado do Mato Grosso do Sul. Nes-te relato, apresentamos a dinâmica dos encontros em diálogo com nossas reflexões tecidas a partir da inserção nas escolas da rede pública, das conversas com as turmas de graduação em Licenciatura em Matemática e com a Pós-Graduação. Partici-par da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia oportunizou o repensar sobre o processo formativo nos diferentes níveis de ensino. Além de problematizar a Matemática pelo olhar inter-disciplinar, provocando a discussão da produção científica e tecnológica a partir de uma linguagem próxima do contexto

1 Licenciada em Matemática, Mestre e Doutoranda em educação em Ciências pela Univer-sidade Federal do Rio Grande – FURG. ([email protected]).

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dos estudantes, e assim auxiliar no processo de popularização da ciência.

INTRODUÇÃO A Matemática é uma ciência que está presente na vida do

homem desde a antiguidade. De acordo com Roque (2012), as primeiras formas de escrita estão relacionadas com a necessi-dade de registrar quantidades decorrentes da organização da sociedade. Tal fato nos possibilita refletir a importância social que a Matemática possui, ultrapassando sua aplicação de ca-ráter abstrato. Se olharmos ao nosso redor, iremos perceber que a Matemática está presente em diversas atividades do nos-so dia, como por exemplo, nossa organização em função do tempo, através de calendários e relógios ou em situações mais complexas como a construção civil. Também é usada como fer-ramenta em outras áreas do conhecimento humano, como a Medicina, Agricultura, Artes, Física, Engenharias, Economia, dentre outras.

Deste modo, com a finalidade de mostrar como essa ciên-cia faz parte do cotidiano das pessoas, buscando a populariza-ção e o incentivo de estudos na área da Matemática, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia desse ano tem como tema “A matemática está em tudo”. A ação tem o objetivo de promover uma linguagem que aproxime a produção científica e tecnoló-gica dos estudantes dos Ensinos Fundamental e Médio.

Nesse sentido, o contexto desta narrativa se dá na in-serção da Semana Nacional da Ciência e Tecnologia 2017, em parceria com o Grupo de Pesquisa Tecnologias na Educação Matemática, a partir da ação “Arte e Matemática: uma jornada interdisciplinar”. Portanto, exibimos neste relato o desenvolvi-

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21SENTIMENTOS E SABERES AFLORADOS A PARTIR DA VIVÊNCIA NA SEMANA NACIONAL DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA 2017: A MATEMÁTICA ESTÁ EM TUDO

mento de algumas das oficinas realizadas durante a semana, que buscam a partir da perspectiva da interdisciplinaridade promover o diálogo entre as áreas de Arte e Matemática.

As oficinas com o viés interdisciplinar no contexto edu-cativo têm como propósito desenvolver um processo de ensino mais dinâmico, com a intenção de oportunizar aos estudantes a construção do seu conhecimento matemático e artístico de modo mais atraente e agradável. Bem como instigar sua curio-sidade para conhecer e trabalhar diversos conteúdos matemá-ticos presentes no cotidiano. Apresentamos também o relato em primeira pessoa sobre os sentimentos e saberes aflorados a partir da inserção nas escolas, das implicações que estas vivên-cias nos proporcionaram a partir das interações e partilhas no conviver.

RELATO DA EXPERIÊNCIA

Intensidade. Esse foi o sentimento que representou a participação do GPTEM na SNCT de 2017. Intensa na quanti-dade de ações desenvolvidas, nos conhecimentos ressignifica-dos, nas emoções vividas, nas amizades feitas. Portanto, iremos relatar algumas dessas vivências. Assim sendo, os sentimentos e saberes compartilhados nesta etapa do relato, apesar de terem sido vividos de maneira coletiva e talvez sejam divididos por outros colegas, representam as minhas interpretações. Então, por esse motivo, utilizarei a primeira pessoa do singular para relatar esses sentimentos e saberes aflorados a partir da vivên-cia na Semana Nacional da Ciência e Tecnologia 2017: A mate-mática está em tudo.

A primeira inserção já mostrou o que a semana reserva-va para o grupo. Ao chegar à primeira escola me deparei com

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um ambiente em que sua estrutura física era nitidamente im-provisada e apresentava inúmeros desafios. Mas as fragilidades ficavam no campo da política, da economia, do espaço físico, pois ao destacar as relações humanas e educacionais, aquele ambiente era fértil em comprometimento com a educação e com o ser humano. O grupo foi acolhido com a simplicidade e com o carinho genuíno das crianças.

Após conhecer o contexto daquele espaço e daquele gru-po, me senti grata por estar ali, tendo a oportunidade de apren-der com aqueles sujeitos. Ciente de que mais do que trabalhar a Matemática de forma com que os estudantes percebessem as relações dessa disciplina com atividades de seu cotidiano, tinha o dever de entrar nesse mundo mágico, no qual a Matemáti-ca deve ser divertida, colorida, cheia de surpresas. Então foi proposta a realização da oficina intitulada Arte e Matemática: construindo formas, transformando cores. A atividade busca a partir do diálogo entre a Arte e a Matemática problematizar conceitos iniciais envolvendo o estudo de frações, bem como explorar as cores primárias, secundárias e terciárias.

Para desenvolver a atividade, foi organizado um gran-de grupo, no qual todos exploraram esse universo das cores com as frações. Conforme as ações iam sendo mediadas, os estudantes iam se apropriando das atividades, de modo que ao chegar ao momento da mistura das cores, os educandos se sen-tiram à vontade para criarem sem qualquer orientação de nós mediadores. Foi uma manhã prazerosa, a doação de ambos os grupos foi intensa.

Talvez o grupo de estudantes não tenha a dimensão do quanto eles alimentaram a esperança de que a mudança é pos-sível, de que por mais que os sonhos possam ser rasgados não poderão ser desfeitos (FREIRE,1992). Ao meu olhar, a Matemá-

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tica nessa manhã ultrapassou seu status de ciência exata, pois as conversas, as ações, os conhecimentos foram organizados e pro-duzidos pela subjetividade e criatividade humana. Para exem-plificar um dos momentos dessa experiência, trazemos a Foto 1, que apresenta uma sistematização das ações desenvolvidas. Cada pedacinho de papel foi importante para criarmos nossa fi-gura, assim como cada pequena ação contribui para fazermos a diferença. Na ocasião, os estudantes escolheram criar uma bola.

Foto 1- Mosaico - Fonte: Acervo GPTEM

Destaco mais duas oficinas. Uma realizada na cidade vi-zinha, Fátima do Sul, em uma escola da rede pública, e outra em Dourados, realizada na Universidade Federal, mas também com estudantes do Ensino Fundamental.

A primeira oficina, intitulada Arte e Matemática: explo-rando as formas geométricas nas obras de Geraldo de Barros,

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foi desenvolvida com uma turma do sexto ano. Com esta ativi-dade foi trabalhado o Movimento Concretista através da vida e das obras da série “Jogo de Dados” do artista Geraldo de Bar-ros, bem como as representações dos sólidos no plano e as re-lações de ponto e reta. A atividade foi um sucesso, os estudan-tes se envolveram na proposta, realizaram com empenho suas figuras. Na Foto 2, podem ser observados os desenhos criados pelos estudantes a partir da criação da malha2.

Foto 2: construções em 3 D - Fonte: acervo GPTEM

Já a oficina desenvolvida na Universidade foi Arte e Ma-temática: o tangran do bi ao tridimensional, com estudantes do oitavo ano. Nesta atividade abordamos como a Matemática pode estar presente em outras áreas do conhecimento como, por exemplo, na Arte. Podem ser exploradas questões referen-2 A malha é construída a partir da marcação das duas diagonais da folha, e posteriormente

traçadas retas equidistantes a essas diagonais.

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tes ao cálculo de áreas, volumes, perímetro, figuras no plano e no espaço (bi e tridimensionalidade), luz e sombra. Nesta ati-vidade também percebi a entrega dos estudantes para realizar as ações. Na Foto 3, é possível visualizar uma das produções dos estudantes.

Foto 3: Tangran - Fonte: acervo grupo GPTEM

Destaquei essas duas oficinas, pois em ambas os estu-dantes se demonstraram curiosos e interessados em realizar as atividades. Mas o que me chamou a atenção foi que nas duas oficinas o fator cultura esteve presente de forma intensa. Já tinha realizado essas atividades na cidade em que resido, Rio Grande, no estado do Rio Grande do Sul. Então, alguns con-ceitos matemáticos já sabia que teria que explorar de manei-ra mais próxima da realidade dos estudantes. Ao buscar essa

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aproximação não lembrei que estava em outro estado. Desse modo, ao fazer referência a algumas palavras, os estudantes se mostraram inquietos e até surpresos.

Ao problematizar a situação é que os estudantes relata-ram que desconheciam o significado das palavras, como por exemplo, venda e folha de ofício. Para os estudantes a palavra venda não tinha a mesma representação que para mim. Para eles, o que em Rio Grande chamamos de venda, eles denomi-nam de mercearia. A mesma situação aconteceu com a palavra folha de ofício. Para mim, quando quero me remeter à folha A4, utilizo a palavra folha de ofício. Já para os estudantes de Dourados, quando querem se remeter à folha A4, solicitam a folha sulfite. Estas questões possibilitaram que tanto os estu-dantes conhecessem um pouco de Rio Grande, quanto eu co-nhecesse um pouco mais de Dourados.

Esse fato me faz refletir ainda mais sobre a importância de conhecer o contexto de nossos estudantes, da necessidade de nós professores possibilitarmos um ambiente que priorize o diálogo, pois a Matemática já é uma ciência que tem sua lin-guagem própria e, às vezes, essa linguagem é trabalhada de for-ma tão rígida que produz na maioria das ocasiões um distan-ciamento dos estudantes e um sentimento de incompreensão por essa ciência. O exemplo é o caso que relatei anteriormente quando busquei exemplificar uma situação a partir de um con-ceito que era claro para mim, como as palavras, venda e folha de ofício, mas que para os estudantes não era carregada de sig-nificado, a mensagem não foi compreendida. Mas por explorar os conceitos a partir de uma prática dialógica, os estudantes sentiram a liberdade para questionar e dizer que não estavam compreendendo. E deste modo pudemos voltar nas ações e res-significá-las.

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Ainda dentro do universo das oficinas, compartilho mais uma atividade. Conforme comentei logo no início do relato, foi uma semana intensa. Pela primeira vez estava diante de aproximadamente 40 estudantes em uma área externa. Já ti-nha desenvolvido atividades em outros espaços fora da sala de aula, mas com tantos educandos foi a primeira experiência. Em atividades com esse contexto precisamos de uma proposta di-nâmica, que conquiste os estudantes, que os mesmos se sintam motivados a estarem ali. Vi-me diante de uma situação desafia-dora, a qual exigiu um repensar de minha prática. Não poderia reproduzir a mesma forma de trabalhar como se estivesse em uma sala de aula normal. Precisei repensar junto aos meus co-legas como iríamos organizar a dinâmica. Confesso que minha voz não atingiu o ideal. Por estarmos em um ambiente aberto, a

voz se dispersava. Po-rém, com a ajuda dos colegas a oficina foi um sucesso. Não uti-lizamos microfone, pois ao lado também estava sendo mediada outra atividade. Foi um aprendizado úni-co. Na Foto 4, o mo-mento da explanação.

Foto 4: Oficina no pátio - Fonte: acervo GPTEM

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Outro momento importante foram as inserções nas tur-mas de graduação e pós-graduação. As conversas com os estu-dantes do curso de Matemática me proporcionaram revisitar lembranças e sentimentos de um passado próximo. Promover encontros como estes, em que professores e futuros professores possam compartilhar suas angústias e seus sucessos, cria um ambiente motivado a romper os paradigmas. É nesse processo de compartilhar as experiências que acontece o encontro com o incerto, com o novo, possibilitando a mudança.

Conversar com a turma da pós-graduação, relatar um pouco da minha pesquisa de mestrado, me fez pensar em tudo que deu certo. Foi nesta perspectiva que estabelecemos o diá-logo, destacando os aspectos bons, não fechamos os olhos para os inúmeros desafios que encontramos tanto na área do ensino quanto pesquisa e extensão. Contudo, buscamos ressaltar os trabalhos em parceria, buscar os aspectos positivos, para que a partir deles possamos refletir sobre as mudanças necessárias.

CONSIDERAÇÕES

Trabalhar em parceria com os estudantes e professores do GPTEM, participar da Semana Nacional da Ciência e Tecno-logia 2017, oportunizou o repensar sobre o processo formativo nos diferentes níveis de ensino. Além de problematizar a Mate-mática pelo olhar interdisciplinar, provocando a discussão da produção científica e tecnológica a partir de uma linguagem próxima do contexto dos estudantes, e desta forma promover a popularização da ciência.

A participação na SNCT em parceria com as ações do GPTEM, deixou para além das anotações e das boas lembran-ças do partilhar da convivência, o sentimento de orgulho de

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29SENTIMENTOS E SABERES AFLORADOS A PARTIR DA VIVÊNCIA NA SEMANA NACIONAL DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA 2017: A MATEMÁTICA ESTÁ EM TUDO

ser Professora, pois vivenciei na prática que a educação não tem fronteira. Estava em outro Estado, outra cultura, outros hábitos, mas o desejo por uma educação pública de qualidade, de uma Educação Matemática que valoriza os aspectos sociais e políticos, reconhecendo o conhecimento matemático como algo dinâmico, produzido histórico culturalmente, foi alimen-tado e partilhado.

Por fim, os diálogos, as interações o compartilhar do co-nhecimento realmente fizeram com que a Matemática estives-se em tudo. São momentos como esses que possibilitam que nós professores e futuros professores possamos reafirmar nossa identidade coletiva e individual.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança: reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

ROQUE, Tatiana. História da Matemática: uma visão crítica, desfazendo mitos e lendas. Rio de Janeiro: Zaha, 2012.

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A MATEMÁTICA ESTÁ EM TUDO: UM RELATO SOBRE AS ATIVIDADES

REALIZADAS NA SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Maria de Fatima Baldez Rodrigues1

Resumo: Neste trabalho apresentamos as atividades rea-lizadas pelo Grupo de Pesquisa Tecnologias na Educação Ma-temática da Universidade Federal da Grande Dourados, na Se-mana Nacional de Ciência e Tecnologia – 2017, intitulada “A matemática está em tudo”, em comemoração ao Biênio da Ma-temática no Brasil 2017 – 2018. A proposta “Arte e Matemática: uma jornada interdisciplinar”, foi contemplada pela chamada pública nº 02/2017 do Ministério da Ciência, Tecnologia, Ino-vações e Comunicações - MCTIC e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. A propos-ta previu a realização de ações, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, em escolas da Educação Básica, graduan-dos e pós-graduandos da Universidade Federal da Grande Dou-rados, visando a integração de conceitos de Arte e Matemática.

1 Professora do magistério Municipal e Estadual na cidade do Rio Grande – RS. Doutoran-da do Programa de Pós-Graduação Educação em Ciências da Universidade Federal do Rio Grande - FURG

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Palavras-Chave: Ciência e Tecnologia. Arte. Matemática

Introdução

Na escrita deste artigo, propomos uma explicação sobre o que nos aconteceu na experiência de viver e conviver com alunos de graduação e de pós-graduação da Universidade Fe-deral da Grande Dourados – UFGD e da educação básica do município de Dourados – MS, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT 2017: A matemática está em tudo.

No ensino de matemática, geralmente, não há uma busca pela interação entre novas informações e aquelas possivelmen-te existentes na estrutura cognitiva dos sujeitos, o que carac-teriza a aprendizagem mecânica (Moreira; Masini, 2001). Ao aluno resta a memorização de conceitos sem significados e não compreendidos que ele irá aplicar em situações conhecidas e repetidas inúmeras vezes.

Ao ensinar conceitos relacionados a Arte e a Matemática, buscamos estratégias que permitiram a compreensão e utili-zação desses conceitos, aliando teoria e prática, por entender-mos que esta precisa ser a principal finalidade de uma educa-ção comprometida com a formação de indivíduos conscientes diante de seu papel como cidadãos, capazes de atuar no mundo em que vivem.

O Biênio da Matemática 2017 – 2018

A escolha do Brasil como país sede para a realização da Olimpíada Internacional da Matemática – IMO 2017, e do Congresso Internacional de Matemáticos – ICM 2018, moti-vou a instituição da Lei Ordinária 13.358 de 7 de novembro de

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2016, que estabelece o Biênio da Matemática 2017 – 2018 Go-mes de Sousa2. Os objetivos do Biênio são difundir a importân-cia do ensino da Matemática no país e promover o aprendizado da matéria.

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Co-municações - MCTIC e o Conselho Nacional de Desenvol-vimento Científico e Tecnológico – CNPq, tornaram pública a Chamada MCTIC/CNPq Nº 02/2017, visando selecionar e apoiar projetos de eventos de divulgação e popularização da ciência, particularmente da matemática, para execução du-rante a SNCT 2017, com o tema “A matemática está em tudo” (BRASIL, 2017). As ações contempladas pela Chamada deve-riam ocorrer dentro SNCT, que aconteceu no período de 23 a 29 de outubro de 2017.

O Grupo de Pesquisas Tecnologias na Educação Matemática e a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

A Universidade Federal da Grande Dourados, por meio do Grupo de Pesquisa Tecnologias na Educação Matemática – GPTEM, teve a proposta “Arte e Matemática: uma jornada in-terdisciplinar”, contemplada pela Chamada MCTIC/CNPq Nº 02/2017, na linha B - Projetos de Abrangência Intermunicipal. O GPTEM é constituído por alunos de graduação e professores da UFGD que desenvolvem estudos, pesquisas e ações sobre as tecnologias digitais e não digitais para os processos de ensino e aprendizagem da Matemática.

Assim, o grupo de pesquisas organizou uma sequência de atividades baseadas nos objetivos da linha em que a propos-

2 Joaquim Gomes de Sousa foi um político e matemático, nascido em 15 de fevereiro de 1929, no estado do Maranhão – MA, considerado o primeiro matemático brasileiro.

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ta foi contemplada, a serem realizadas nos cursos de especiali-zação em Educação Matemática e Ensino de Ciências e Licen-ciatura em Matemática da UFGD, e em escolas da educação básica dos seguintes municípios do estado do Mato Grosso do Sul (Tabela 1):

Tabela 1: Escolas e Municípios participantesMunicípio Escolas

Dourados

Escola Estadual Castro AlvesEscola Estadual Antônia Silveira Capilé

Escola Municipal Morosina Carmem Torraca Martins

Fátima do Sul Escola Estadual Vicente PallottiRio Brilhante Escola Estadual Etalívio Pereira Martins

Fonte: A autora

A especialização em Educação Matemática e Ensino de Ciências atende professores de Química, Física, Biologia, Ma-temática e Pedagogia, e tem como objetivo contribuir para o aprimoramento das práticas desses profissionais. Em nosso conversar com os professores da especialização, apresenta-mos as ações desenvolvidas na cidade do Rio Grande por meio do Núcleo de Tecnologia Municipal – NTM, da Secretaria de Munícipio da Educação – SMEd, com o objetivo de discutir possibilidade sobre o uso das tecnologias digitais em espaços educativos.

O avanço das tecnologias, especialmente as digitais, pressupunham mudanças no atuar de alunos e professores nas escolas. O planejamento de práticas de ensino, tendo como suporte o uso das tecnologias digitais, trouxeram uma gama

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de possibilidades para o ensinar e o aprender, que poderiam contribuir com a formação de alunos autônomos e capazes de atender as demandas da sociedade da informação e comunica-ção ou das sociedades do conhecimento (RODRIGUES; RO-DRIGUES, 2011).

A licenciatura em Matemática visa à formação de do-centes para trabalharem no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, e que estejam atentos às novas ideias e tecnologias. No encontro com os alunos da graduação, conversamos sobre a experiência docente e os desafios do ensinar e do aprender, conceitos construídos ao longo da história da Matemática, na disciplina de matemática, com o avanço das tecnologias digi-tais e o objetivo de formar sujeitos capazes de questionarem a realidade em que estão inseridos.

Nas escolas da Educação Básica foram realizadas três ofi-cinas que entrelaçaram conceitos relacionados à Arte e à Ma-temática. Na oficina intitulada “O movimento cubista revelado nas formas da geometria espacial”, foram explorados os concei-tos de face, aresta, vértice, ponto e reta a partir do movimento cubista e da construção de sólidos geométricos baseados na obra “Fábrica de Horta del Ebro” do artista Pablo Picasso.

A oficina denominada “Explorando as formas geométri-cas nas obras de Geraldo de Barros”, trouxe a possibilidade de representar os sólidos geométricos no plano e a definição dos entes primitivos, ponto e reta, tendo como partida a discussão sobre o Movimento Concretista e a obra “Jogo de Dados” do artista Geraldo Barros. Na oficina “O tangram do bi ao tridi-mensional”, construímos as peças do tangram no plano e no espaço, e efetuamos cálculos de área, volume e perímetro, além de trabalhar as noções de luz e sombra.

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36 Maria de Fatima Baldez Rodrigues

Conclusão

A realização de atividades relacionadas à proposta da SNCT 2017: A matemática está em tudo, oportunizou a par-ticipação de todos os envolvidos em uma prática baseada na visão que considera a construção do conhecimento a partir das interações dos sujeitos com o mundo em que vivem, permitiu a transformação da própria ação e uma reflexão sobre a impor-tância da Matemática residir em sua forma agradável e interes-sante, e não por sua aplicabilidade.

Notamos o abandono da visão de um ensino de Mate-mática norteado pelos aspectos formais dessa disciplina, com conceitos tidos como habitáveis apenas na mente humana e salvos de qualquer estímulo do mundo real, dando a ideia de uma Matemática abstrata, de provas rigorosas e com a finalida-de de chegar a verdades absolutas que servirão como modelo e suporte a outras ciências.

No conversar com alunos da Educação Básica, graduan-dos e pós-graduandos, reforçamos a necessidade do planeja-mento de ações escolares que contemplem o uso das tecnolo-gias digitais e reforcem a ideia de que a Matemática está em tudo.

Referências:BRASIL, 2017. Disponível em: http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=08/11/2016&jor-nal=1&pagina=9&totalArquivos=68 Acesso em 15 dez 2017

BRASIL, 2017. Disponível em: file:///C:/Users/NTM/Down-loads/Versao_20_de_abril_de__2017.pdf Acesso em 15 dez 2017

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MOREIRA, A. M.; MASINI, E. F. S. Aprendizagem Significa-tiva: a teoria de Davis Ausubel. São Paulo: Centauro, 2001.

Rodrigues, M.F.B. e Rodrigues, S.C. As narrativas que contam histórias. In Anais do X Seminário de Pesquisa Qualitativa: vi-vências em metodologia, 2011. Disponível em: http://www.x_pesquisa.furg.br/index.php?option=com_content&view=arti-cle&id=29&Itemid=28, dezembro. Acesso em 15 dez 2017.

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UM CONVERSAR SOBRE A ARTE, A MATEMÁTICA E INTERDISCIPLINARIDADE

José Alexandre Ferreira da Costa1

RESUMO: O trabalho apresenta um relato sobre a reali-zação de uma oficina pedagógica durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia promovida pelo Grupo de Pesquisa Tecnologias na Educação Matemática – GPTEM/CNPq, englo-bando o trabalho sobre geometria e as obras do artista Geraldo de Barros. A atividade foi realizada em uma escola pública da cidade de Fátima do Sul/MS com alunos do nono ano do ensi-no Fundamental. Na ação, foi possível compreender a impor-tância da realização de atividades que contemplem a integra-ção entre as disciplinas escolares como forma de potencializar o processo de construção do conhecimento.

INTRODUÇÃO

Visivelmente, a Arte vem, ao longo dos anos, cada vez mais conquistando espaço nos ambientes educativos, (re)signi-ficando conceitos e conhecimentos por permitir espaços para

1 Licenciado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande – FURG. ([email protected]).

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40 José Alexandre Ferreira da Costa

a reflexão sobre questões construídas por diferentes visões da humanidade para o mundo em que habitamos.

Dessa forma, podemos dizer que a Arte caminha na interdisciplinaridade. Arte e interdisciplinaridade estão fortemente conectadas, visto que a Arte faz a conexão do homem com o seu universo, como na caverna de Lascaux, onde o homem pré-histórico retratava, por meio de pintu-ras nas paredes (pintura rupestre), o seu cotidiano. Isso nos permite compreender, nos dias de hoje, ainda que limita-damente, como nossos antepassados viviam e sobreviviam naqueles tempos.

Assim, fazer uma abordagem contextualizada entre a disciplina de Arte e as outras áreas do conhecimento como a Matemática, se bem elaborada, pode se tornar bastante signifi-cativa, tanto para os professores quanto para os alunos.

E neste relato apresentarei o que, em meu ponto de vista, considerei de mais importante para ser destacado na realização de uma das oficinas oferecidas durante a realização da Sema-na Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT, pela equipe do Grupo de Pesquisa Tecnologias na Educação Matemática - GP-TEM, da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD.

RELATO DA EXPERIÊNCIA

A oficina iniciou com um breve histórico da vida do ar-tista brasileiro Geraldo de Barros, e o movimento concretista do qual o artista fazia parte. Nesse instante, os entrelaçamen-tos entre o movimento concretista junto à área da Matemáti-ca eram bastante explorados, como forma de mostrar que em muitos períodos da Arte o uso da Matemática era bastante fre-quente.

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41UM CONVERSAR SOBRE A ARTE, A MATEMÁTICA E INTERDISCIPLINARIDADE

Buscávamos sempre enfatizar que compreendemos a ne-cessidade do trabalho que envolva a junção destas duas áreas, e com este acoplamento, destacamos o que Fainguerlernt e Nu-nes (2006) afirmam ao expressarem que a riqueza dos detalhes de trabalhos artísticos oferece grandes vantagens didático-pe-dagógicas para o estudo de Matemática.

Durante a aplicação das oficinas, um questionamento que sempre emergiu em meus pensamentos aflorou: De que forma irei trabalhar e abordar esse conteúdo por meio de uma abor-dagem interdisciplinar? Vale ressaltar que naquele momento precisávamos atuar em grupo de forma cooperativa para que pudesse haver um entrelaçamento entre as áreas e os conteúdos propostos a serem trabalhados de forma indissociável.

Compreendemos que não devemos desprezar os conhe-cimentos disciplinares, mas sim ressaltá-los, pois esses conhe-cimentos específicos são fundamentais para que haja, de fato, interdisciplinaridade. Assim como Gadotti (2004), a interdis-ciplinaridade propõe a construção ainda maior dos conheci-mentos, ultrapassando assim as fronteiras estabelecidas pela disciplina.

Fica claro que para que aconteça uma verdadeira integra-ção, é necessário um comprometimento extremamente grande dos sujeitos envolvidos neste trabalho.

Com a utilização da obra “Jogo de dados” era possível explorar alguns conteúdos que seriam fundamentais para a criação dos trabalhos dos alunos. Assim, um sistema de retas foi explicado para os aprendizes. Por meio desse sistema, eles iriam criar uma malha que serviria como base para desenvol-ver o trabalho fundamentado nas obras do artista (Figura 1).

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42 José Alexandre Ferreira da Costa

Figura 1 – Esquema retas e eixos na obra de Geraldo de Barros.

Fonte: Disponível em <http://artenalinha.wordpress.com/2012/08/28/geo-metria-cores-pedras-e-luz-na- estacao-clinicas/>, acesso em 11 dez. 2013.

A partir desse instante, a ação interdisciplinar se fez mais forte, visto que eles já não sabiam mais se estavam utilizando a Matemática ou Arte para a criação. Fica claro que a criati-vidade dos alunos começou a ser estimulada, já que parte do diferente do que eles estão acostumados em sala de aula, pois trabalham sempre as duas áreas separadamente, e a partir de um sistema de retas e eixos matemáticos, iriam construir um objeto estético.

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43UM CONVERSAR SOBRE A ARTE, A MATEMÁTICA E INTERDISCIPLINARIDADE

Por muitos, a matemática não é vista com “belos olhos” e sim como a “vilã” de todas as disciplinas que compõem a Ciên-cia Escolar. No entanto, a Matemática tem sua beleza.

Desta forma, o entrelaçamento das duas áreas faz com que os alunos consigam ver a beleza da Matemática, fazendo com que cada um consiga ainda mais aflorar seu lado criati-vo, visto que segundo Estevez (2009), “a criatividade opera em uma harmoniosa interação com as necessidades, os objetos, as imagens e as fantasias do indivíduo” (p. 37).

O ensino pela Arte faz com que o indivíduo possa va-lorizar os aspectos intelectuais, culturais e sociais e estéticos, fazendo com que haja um despertar de uma consciência indi-vidual e integradora com os grupos sociais em que vive.

Então, a partir daquela malha, os alunos foram colocan-do o seu imaginário. Alguns fugiam da regra básica do artista de se aplicar a ilusão da tridimensionalidade no plano, mas, mesmo assim, continuaram seus trabalhos, afinal, a criativida-de precisava ser trabalhada.

CONSIDERAÇÕES

Assim, a cada instante vivido dentro da escola, busquei aproveitar ao máximo na busca por compreender o meu papel enquanto professor, bem como o que eu preciso para ser um bom professor. Nesse fator, Tardif contribuiu significativamen-te sobre a compreensão dos saberes que constituem os profes-sores, uma vez que,

O professor ideal é alguém que deve conhecer sua matéria, sua disciplina e seu programa, além de pos-

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suir certos conhecimentos relativos às ciências da educação e à pedagogia e desenvolver um saber prá-tico baseado em sua experiência cotidiana com os alunos. (2002, p. 39).

Como, também, Figueiredo afirma,

Ser professor é ser um profissional em constante transformação. Um profissional que necessita estar atento as mudanças e irmos a busca de uma constan-te atualização de nossos conhecimentos para aprimo-rarmos nossas práticas de ensino, e desta forma con-tinuarmos capazes de proporcionar uma educação de qualidade e que realmente seja de grande importân-cia para a vida de cada sujeito. (2013, p. 63).

Dessa forma, compreendo a possibilidade de enriquecer ainda mais minha formação enquanto arte educador e fazer com que minhas práticas educativas se tornem mais significantes tan-to para mim quanto para os alunos, visto que a escola, assim como o universo, está em constante movimento e necessita estar sendo a cada instante enriquecida por novas práticas educativas.

Como a sociedade de modo geral se transforma ao longo dos anos, a escola como parte desta sociedade também muda, e cabe a nós professores e futuros pro-fessores caminharmos juntos com estas mudanças (se possível à frente delas). A escola não pode mais ficar parada no tempo, ela precisa ser constantemente ade-quada para suprir as demandas impostas pela vida em sociedade (FIGUEIREDO, 2013, p. 62).

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45UM CONVERSAR SOBRE A ARTE, A MATEMÁTICA E INTERDISCIPLINARIDADE

Compreendendo, assim, que o uso da abordagem inter-disciplinar facilita no processo cognitivo do aluno, auxiliando o processo de construção do conhecimento.

REFERÊNCIAS

ESTÉVEZ, P. R. A alternativa estética na educação. Rio Gran-de: Ed. da FURG, 2009.

FAINGUELERNT, E. K.; NUNES, K. R. A. Fazendo arte com a matemática. 1. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

FIGUEIREDO, T. D. Vivenciando o ensino de Matemática: um caleidoscópio de experiências. In: Revista Urutágua – acadê-mica multidisciplinar, nº 28, 2013.

TARDIF, M. Saberes Docentes e Formação Profissional. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

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SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA: UM OLHAR PARA ALÉM

DO HORIZONTE

Juliana Leal Salmasio1

Bolsista PIBIC/UFGD

RESUMO: O trabalho apresenta ações do Grupo de Pes-quisa Tecnologias na Educação Matemática – GPTEM/UFGD, durante a Semana Nacional da Ciência e Tecnologia: “A ma-temática está em tudo”. O projeto intitulado pelo grupo como “Arte e Matemática: uma jornada interdisciplinar” foi efetuado em quatro escolas da região da grande Dourados, onde reali-zamos oficinas pedagógicas que envolviam conceitos matemá-ticos que podem ser trabalhados juntamente com questões da arte. Participar desta semana nacionalmente reconhecida foi de extrema importância para a minha formação, pois durante o desenvolvimento das atividades, pude perceber o quão ne-cessário é mostrar para os alunos não apenas a matemática na matemática, mas sim cada lugar onde podemos reconhecer a matemática que vemos na sala de aula. O projeto desencadeou muito a questão escolhida como temática da semana, pois em-

1 Licencianda em Matemática pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD; Bolsista PIBIC do GPTEM. ([email protected]).

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48 Juliana Leal Salmasio

bora tenha trabalhado principalmente com a questão da Arte e Matemática durante as oficinas, a todo momento indagava-se os alunos sobre onde podemos ver a matemática que estáva-mos estudando para além da arte.

INTRODUÇÃO

A Semana Nacional da Ciência e Tecnologia deste ano aconteceu no período de 23 a 29 de outubro e escolheu a Mate-mática como tema pelo fato do Brasil sediar pela primeira vez a Olimpíada Internacional de Matemática em 2017, uma compe-tição que reúne os melhores estudantes do mundo e, em 2018, acontecerá o Congresso Internacional de Matemática que trará ao Brasil pesquisadores renomados. Estes dois eventos formam o Biênio da Matemática 2017 – 2018 e reforçam a Semana Na-cional da Ciência e Tecnologia de 2017.

A temática “A matemática está em tudo” trabalhada na Se-mana Nacional da Ciência e Tecnologia 2017, nos leva a refletir sobre a importância da matemática e nos mostra que não im-porta onde olhemos, ela estará presente de alguma maneira. A matemática é a “ciência das ciências”, pois em qualquer área do conhecimento deixa seus rastros, pode ser nas engenharias, nas linguagens ou nas artes e principalmente no nosso cotidiano.

Pensando nisso, o Grupo de Pesquisa Tecnologias na Educação Matemática – GPTEM da Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD, e financiado pelo Conselho Na-cional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq, promoveu um evento intitulado “Arte e Matemática: uma jor-nada interdisciplinar”.

O evento foi desenvolvido em quatro escolas da região da grande Dourados, dentre elas: Escola Estadual Etalívio Pereira

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49SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA: UM OLHAR PARA ALÉM DO HORIZONTE

Martins, de Rio Brilhante; Escola Estadual Vicente Pallotti, de Fátima do Sul; Escola Municipal Morosina Tarraca e Escola Es-tadual Antônia Silveira Capilé, ambas de Dourados. Além das ações desenvolvidas nas escolas, aconteceu um dia de oficinas na Unidade II da UFGD com os alunos das escolas de Rio Bri-lhante e Fátima do Sul.

O GPTEM propôs oficinas que envolvem a Arte e a Ma-temática, fazendo com que estas se permeiem, mostrando aos alunos que em grande parte dos traços das obras de artes en-contramos matemática.

A Equipe formada pelo GPTEM contou com professores de Matemática que atuam na Universidade e no ensino Básico, professores de Artes e acadêmicos do curso de licenciatura em Matemática da UFGD.

RELATO DA EXPERIÊNCIA

Participar da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia foi uma experiência enriquecedora, pois ao prepararmos as oficinas que desenvolvemos durante o evento, deparei-me com muitas possibilidades de ensinar conceitos matemáticos com outra área do conhecimento, no caso Artes, que torna a aula e o ensino mais dinamizado e empolgante.

Infelizmente, devido ao meu horário semanal de aulas na Universidade, não tive a oportunidade de participar das ações desenvolvidas em todas as escolas. Porém, participei das ofi-cinas na Escola Estadual Etalívio Pereira Martins, de Rio Bri-lhante.

Estando tudo preparado para cada escola, no dia 23 de outubro no período vespertino, deslocamo-nos para Rio Bri-lhante com destino à escola que nos aguardava.

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50 Juliana Leal Salmasio

Ao chegar, fomos muito bem recepcionados pelo coor-denador pedagógico, que nos disponibilizou dois ambientes para desenvolvermos as atividades; o laboratório de ensino e a biblioteca. Ambos os ambientes estavam organizados e deixa-ram tudo a nossa disposição.

Organizamos os materiais que íamos utilizar, dispondo--os nos dois espaços e o coordenador chamou os alunos para participar da atividade. Foi uma pena não termos a possibili-dade de trabalhar com todas as turmas da escola, o que seria muito enriquecedor, porém trabalhamos com uma turma de sexto ano e outra de nono ano de ensino Fundamental.

No Laboratório de Ensino foi desenvolvida a oficina “Arte e Matemática: explorando as formas geométricas nas obras de Geraldo de Barros”, ministrada pela professora Va-nessa que veio do Rio Grande do Sul especialmente para este evento, e pelo professor de Artes José Alexandre, para a turma do sexto ano do Ensino Fundamental II, onde fiquei de apoio. Os alunos estavam eufóricos por participar de uma atividade diferente das vivenciadas no seu dia a dia na escola.

Apresentamo-nos a eles e, então, começamos a apre-sentar a atividade primeiramente falando um pouco sobre a matemática, mostrando para eles que a matemática está em todas as coisas. Depois, a professora Vanessa começou ques-tionando os alunos sobre algumas definições de geometria, como: ponto, retas, retas paralelas, retas concorrentes. A partir disso, perguntou sobre onde vemos esses conceitos no cotidiano. Eles começaram um pouco acanhados, receosos de responder, mas aos poucos se soltaram e participaram. Dentre outras colocações, respondiam que a rua em frente à escola, com a rua de trás, formavam exemplos de retas paralelas.

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Após a apresentação de conceitos matemáticos, o profes-sor José Alexandre apresentou uma obra do artista Pablo Picas-so, em que se formam cubos em 3D traçando retas e forman-do losangos. Os alunos ficaram maravilhados, pois é incrível como um desenho plano ao ser pintado e articulado gera uma figura 3D tão linda.

Durante o desenvolvimento da atividade, os alunos cons-truíram a malha quadriculada utilizando conceitos matemáti-cos explorados durante a apresentação da atividade. E utiliza-ram a criatividade para fazer a pintura semelhante à do artista, ou para criar as suas próprias artes. Na figura 2, temos o dese-nho de um dos alunos da turma, que optou por fazer a sua obra semelhante à do artista.

Ao fazer o desenho na malha, alguns alunos se auto de-safiaram a criar figuras distintas. Um bem-sucedido, outros nem tanto, pois há uma dificuldade em ver na malha plana uma forma de desenhar a figura em três dimensões. Fizeram caminhões, armários e cadeiras. A participação e o interesse da turma foram muito agradáveis.

Porém o que me chamou a atenção foram os professo-res da escola que acompanharam as oficinas, ficaram tão mo-tivados quanto os alunos, e, em conversa, relataram-me que nunca tinham se deparado com essa possibilidade de ensinar matemática junto com a arte e que tem o desejo de conhecer mais sobre. Ao encerrar a oficina, os alunos comentaram que foi muito legal a atividade e que gostariam de receber mais ve-zes essas atividades na escola.

Não tive uma participação ativa na outra oficina “Arte e Matemática: o movimento cubista revelado nas formas da geometria espacial”, realizada na escola, pois as duas oficinas estavam acontecendo simultaneamente. Presenciei apenas a

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conclusão da oficina, que após terem realizado a confecção de sólidos geométricos, os alunos deveriam com sua imaginação fazer a releitura da obra apresentada.

A escola se mostrou aberta a novas parcerias e assim como proposto pelo grupo, dispôs os alunos para participarem do nosso dia de oficinas que foram realizadas no dia 26 de ou-tubro no campus da UFGD.

No dia 26, quinta feira, preparamos os ambientes da Uni-versidade para receber os alunos de Rio Brilhante e Fátima do Sul, aproximadamente 100 alunos foram trazidos de ambas ci-dades para participar conosco.

As atividades foram desenvolvidas em três salas de aula da Faculdade de Comunicação, Artes e Letras – FACALE no campus da UFGD. Trabalhamos com a oficina “Arte e Mate-mática: o tangram do bi ao tridimensional” sobre o tangran. Entregamos aos alunos o tangran planificado para que recor-tassem, explicando para eles a proporção que existe em cada forma geométrica do tangran com o todo e entre as próprias peças. Cinco triângulos de três tamanhos distintos, um para-lelogramo e um quadrado, formam as sete peças do tangran. Pedimos para que colorissem de acordo com o seu gosto e for-massem figuras com essas peças.

Ainda com o mesmo tangran, foram trabalhados os con-ceitos de área e perímetro das figuras criadas. Mostrando para os alunos que não importa a figura que eles escolheram, a área é a mesma, pois todos os tangrans tinham as mesmas dimen-sões. O que não acontece com o perímetro, pois isto muda de figura para figura.

Pensando na possibilidade de trabalhar também com a geometria espacial, demos aos alunos as planificações dos sóli-dos geométricos que constituiam um tangran de três dimensões.

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Construídas as peças, formaram os desenhos que haviam feito no plano e assim deram formas para a sua criatividade.

Foi extremamente notório a empolgação dos alunos ao desenvolverem as atividades e principalmente de estarem na Universidade participando das tarefas. Há uma vasta possibi-lidade de utilizar a matemática com criatividade, a fim de pos-sibilitar ao aluno um aprendizado mais dinâmico e instigante.

CONSIDERAÇÕES

Permear pelos vastos campos da matemática nos faz olhar para além do que sabemos e vivenciamos. Faz-nos bus-car curiosamente formas de mostrar a tão temida matemática para os alunos de maneira a aproximá-los de uma realidade divertida e alcançável.

Ao participar da Semana Nacional de Ciência e Tecno-logia, deparei-me com dezenas de rostinhos curiosos à espera da “próxima aventura”, pois a cada vez que era proposta uma nova atividade, um novo desafio, observava o desejo de cada um de fazer aquilo. Uns se divertiam mais no momento de decorar o seu trabalho, ou seja, quando envolvia a educação artística; outros na construção das atividades, e por sua vez, alguns achavam mais interessante a parte da matemática em si. Assim, permeando por duas áreas de ensino, se divertiram e aprenderam em grupo.

O ser professor me remete a estar sempre atualizado para melhor desenvolver a atividade com os alunos, proporcionan-do a eles possibilidades no ensino. Desta forma, estar partici-pando desta Semana tão importante, fez-me perceber o quão relevante é a atividade do professor.

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ARTE E MATEMÁTICA: UM MÉTODO DIFERENCIADO PARA ENSINAR

MATEMÁTICA

Juliana Medeiros Nunes1

Bolsista PROLICEM/UFGD

RESUMO: Neste texto irei descrever sobre uma expe-riência vivenciada na Semana Nacional da Ciência e Tecnolo-gia 2017. Nesta semana de modo geral visitamos quatro escolas da região da grande Dourados, na qual desenvolvemos oficinas que envolviam a arte e a matemática, buscando explicitar os termos matemáticos presentes e a arte envolvida, ambos jun-tos. A ação foi de extrema importância para os alunos das esco-las participantes, pois sair da rotina, às vezes, faz um bem enor-me para o ensino dos alunos; trabalhar com novos métodos geralmente provoca um interesse maior nos estudantes. Algu-mas escolas também tiveram a oportunidade de participar de uma oficina feita na UFGD, na qual os alunos tiveram a chance de vir até a universidade. Está ação foi realizada pelo GPTEM (Grupo de Pesquisa Tecnologias na educação Matemática).

1 Licencianda em Matemática pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD; Bolsista PROLICEM. ([email protected]).

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INTRODUÇÃO

Ter um olhar amplo para se ensinar conteúdos matemá-ticos é de grande importância no âmbito escolar e acadêmico, principalmente quando os alunos demonstram dificuldades em aprender. As oficinas dispostas mostraram aos estudantes envolvidos que existem diversas maneiras de se aprender um certo conteúdo. Neste âmbito foi possível mostrar que existe uma maneira de tornar o aprendizado mais dinâmico e inte-ressante, a fim de prender mais a atenção dos alunos e mostrar que a matemática está em tudo.

As oficinas foram desenvolvidas na Semana Nacional da Ciência e Tecnologia 2017 juntamente com a ação do GPTEM, “Arte e Matemática: uma jornada interdisciplinar”, onde foi possível obter um aprendizado coletivo tanto para os alunos quanto para os professores e acadêmicos envolvidos.

RELATO DA EXPERIÊNCIA

Deixamos passar que muitas de nossas atividades de-senvolvidas no cotidiano envolvem a matemática. Neste in-tuito, buscamos mostrar a matemática dentro da arte na Semana Nacional da Ciência e Tecnologia 2017, montando oficinas que envolvessem a arte e a matemática. Essas ofici-nas: Arte e Matemática: construindo formas, Arte e Matemá-tica: transformando cores, Arte e Matemática: o movimen-to cubista revelado nas formas da geometria espacial, Arte e Matemática: explorando as formas geométricas nas obras de Geraldo de Barros e Arte e Matemática: o Tangran do bi ao tri dimensional; trouxeram para os alunos e professores en-volvidos uma nova forma de pensar e ver como a matemática

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está em tudo, até mesmo em outras matérias escolares ou no dia a dia, além disso puderam vivenciar uma nova maneira de ensinar e aprender.

Tudo isto foi fruto de uma ação promovida pelo GPTEM que recebeu o nome de Arte e Matemática: uma jornada inter-disciplinar, e fazer parte deste momento foi, sem dúvidas, uma sensação sem igual; poder ver e presenciar como a maioria das crianças e adolescentes se envolvem em atividades deste âm-bito, o quão interessante acham e inovador, e assim ter a pos-sibilidade de aprender um pouco mais do que já se conhece, e também conhecer novas coisas e novos caminhos de aprendi-zagem.

Como futura professora, foi de grande importância par-ticipar desta Semana, pois foi possível ver que existem diversas maneiras para se ensinar a matemática, dispondo de metodo-logias diferenciadas e buscando novos recursos para o ensino, saindo da mesmice, e fazendo com que os alunos se interessem mais pelo o que está sendo ensinado.

Fazer os estudantes colocar a mão na massa contribui para que eles busquem um conhecimento do que está sendo produzido, e para um entendimento maior sobre cada passo dado na produção de cada uma das oficinas oferecidas. É visí-vel o quão interessante eles acham essa interação da matemá-tica com a arte, o quão diferente é, fazendo assim com que eles tenham uma visão mais ampla sempre que dispostas atividades diferenciadas ou que trabalhem com outras matérias.

Veremos a seguir algumas fotos da semana da Arte e Ma-temática, na qual é possível ver algumas das atividades produ-zidas pelos alunos e observar a concentração de cada um deles ao realizar as oficinas dispostas (Figuras 1 e 2).

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Figura 1 – Alunos realizando as atividades

Fonte: Arquivo do GPTEM

Figura 2 – Alunos realizando as atividades

Fonte: Arquivo do GPTEM

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59ARTE E MATEMÁTICA: UM MÉTODO DIFERENCIADO PARA ENSINAR MATEMÁTICA

CONSIDERAÇÕES

Participar da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia foi uma experiência única, na qual foi possível aprimorar os nossos conhecimentos matemáticos e entender que a matemá-tica está presente em todas as áreas. Com o apoio e dedicação de todos os envolvidos no GPTEM foi possível mostrar isto para mais pessoas, e poder explicar o quão importante é a ma-temática em nossas vidas.

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NOVOS OLHARES...

Elizete de Ávila Nunes1

Quando somos capazes de sair da zona de conforto e ir ao encontro do diferente descobrimos que tudo está dentro de cada um. Como se ensina ou como se aprende, tudo está liga-do ao sentimento maior que é o AMOR. O educador tem como material de trabalho o ser humano. Quando bem direcionado o resultado é maravilhoso, mas quando tem tudo para dar erra-do e de repente as coisas tomam outro rumo é a capacidade de superação que ainda é impossível de se avaliar, aí entra aquela “poção mágica” que é capaz de tudo. Mas ela depende do que-rer de cada um.

A singularidade de cada estabelecimento de ensino pelo qual tive o prazer de conhecer estava à frente de cada prédio que visitávamos, pois todos tinham luz própria, a qual nos ilu-minava pela força de ensinar, de aprender, do querer. Não im-portando qual etapa o ser humano se encontra. Tudo ali era muito claro, bastava apenas estar aberto para perceber. Entrar em uma sala de aula com crianças, adolescentes ou adultos e conseguir fazer que os mesmos se encantassem com o traba-

1 Graduada em Artes Plásticas e Educação Artística pela Universidade Federal do Rio Grande – FURG e Especialista em Orientação Educacional; Professora da rede municipal de Rio Grande. ([email protected]).

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lho proposto. Isso não tem preço. Realizar a proposta em pleno pátio com quase cem alunos e todos estavam interessados no plano apresentado. Fazer a diferença e chegar em seu objetivo. Questionar e se colocar no lugar de quem está trabalhando é crescimento. As diferenças na verdade estavam apenas na von-tade de cada um de ensinar, de aprender.

Os alunos tiveram a oportunidade única de ter o contato direto com a Universidade se apropriando de todas as ativida-des sugeridas. A busca de um trabalho totalmente diferenciado pode estar justamente aí! Aluno fazendo relação de conteúdos através de experiências simples, porém podendo trazer um re-sultado muito melhor que teríamos com o método tradicional. Tudo na vida se entrelaça, e como não ser com o conhecimen-to? A ação educativa leva em consideração atitudes direciona-das para a singularidade de cada um. Levar em conta o aluno, o professor, a escola, a família, a metodologia, a técnica e o con-teúdo. Assim, quando isso tem alguns contratempos entra o trabalho diferencial para contrabalançar com a falta de engre-nagem que é necessária. E essa diferença é quando se percebe o quanto podemos mudar o rumo das coisas com a habilidade de dar atenção, de fazer a relação de cada conteúdo com o coti-diano. Despertando o interesse e a habilidade de cada um lidar com suas dificuldades.

A prática da interdisciplinaridade tem representado para mim um manancial inesgotável de novas experiências, levan-do ao conhecimento e transformação pessoal, estimulando a curiosidade, a pesquisa e a relação natural de tudo. Quando valorizamos todo aprendizado, impulsionamos a busca per-mitindo a transformação. Novas possibilidades de percurso se abrem e, na maioria das vezes, tudo isso vem se refletir direta-mente em situações do viver diário, e é justamente aí que o tra-

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balho vivenciado nessa semana de ciência e tecnologia trouxe, o encantamento tanto de quem aplicou como de quem fez as atividades.

A vida é movimento, e eu estou neste momento muito orgulhosa, pois acompanho esse projeto (Arte e Matemática) desde o início e percebo o quanto ele marcou e como ele faz a diferença na vida de quem com ele compartilha saberes. Mui-to mais que troca, é comprometimento com a educação. Mu-dança que se faz necessária em nosso dia a dia. Novos olhares, novas emoções... E assim, a cada momento construindo novos saberes. 

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A MATEMÁTICA ESTÁ EM TUDO

Edrier José Quintiliano de Oliveira1

Bolsista PROLICEN/UFGD

Você já parou para pensar que a matemática está presen-te em todas as atividades do dia a dia de cada pessoa? Então, a Semana Nacional de Ciências e Tecnologia deste ano teve como foco um assunto considerado difícil por muitos estudan-tes. O tema deste ano foi “A matemática está em tudo”, com o intuito de mostrar que a matemática faz parte do cotidiano das pessoas, por exemplo: no meio de transporte que você usa, nos jogos de videogame, na internet, na televisão, no celular, na economia - diversas operações financeiras dependem de modelos e equações, na arte etc. Durante o período de realiza-ção da Semana Nacional de Ciências e Tecnologia, professores e acadêmicos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) que integram o GPTEM (Grupo de Pesquisa Tecno-logias na Educação Matemática) realizaram visitas e oficinas de arte matemática, sob a temática “Arte e Matemática: uma jornada interdisciplinar”, em três escolas da cidade de Doura-dos, uma escola em Fátima do Sul e uma escola em Rio Bri-

1 Licenciando em Matemática Pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD; Bolsista PROLICEM. ([email protected]).

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lhante. Durante as visitas nas cinco escolas, os alunos tiveram uma apresentação sobre arte matemática através de oficinas, e puderam aprender matemática na prática através da arte e produzir desenhos com a ilusão de estarem em três dimensões, ou seja, trabalhar com a geometria.

O trabalho foi desenvolvido com alunos de escolas esta-duais e municipais. Durante a semana, participei diretamente da oficina Arte e Matemática: explorando as formas geomé-tricas nas obras de Geraldo de Barros, na qual foram explora-dos conceitos de retas paralelas, perpendiculares, concorrentes e ortogonais, ponto e plano, na obra “Jogo de Dados” do artista; e na oficina Arte e Matemática: O tangram do bidimensional ao tridimensional, no qual foi explorado conceitos do cálculo de área e perímetro do triângulo, quadrado e paralelogramo. Dessa forma o aluno tem a oportunidade de vivenciar, desen-volver melhor visualização do mundo artístico e assim valori-zar as produções artísticas.

Nessas oficinas e nas outras realizadas, a postura desem-penhada pelo professor foi de questionar e orientar os alunos, esse fato foi relevante para o sucesso do trabalho. Foram pro-postas questões para que o aluno pudesse responder e estabe-lecer a relação entre Arte e Matemática e, além disso, um fato que me chamou muita atenção foi a orientação da professora que estava na sala comigo ministrando a oficina. Ela propôs para os alunos falarem um lugar onde achavam que não existia matemática que ela falaria sobre a matemática presente neste local. Nesse momento os alunos se acharam o máximo, pois eles pensavam que a matemática era somente aquela que eles aprendiam em sala de aula, cheia de fórmulas e exercícios. Conforme eles falavam um lugar e a professora respondia e os desafiava a falar outros, ia assim, desenvolvendo a oficina, fa-

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67A MATEMÁTICA ESTÁ EM TUDO

zendo com que eles percebessem que a matemática não é um “bicho de sete cabeças” e que ela está em todas as coisas do nosso dia a dia. Além disso, o envolvimento dos alunos nas ati-vidades foi muito bom, um colega ajudando o outro e trocando experiências.

Fazer parte e participar da Semana Nacional de Ciências e Tecnologia foi trocar experiências com os alunos, os pro-fessores e equipe pedagógica dos colégios em que atuamos e com os professores do GPTEM. O trabalho realizado com a arte despertou criar situações de aprendizagens diferenciadas, contribuiu para minha formação na maneira de ver e pensar na matemática.

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EXPERIÊNCIA NA SEMANA DE ARTE E MATEMÁTICA

Ângelo Márcio Bernardes Júnior1

Bolsista PIBIC – EM/CNPq

Na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia com o tema voltado à arte e matemática eu, outros sete bolsistas do Grupo de Pesquisa Tecnologias na Educação Matemáti-ca, o professor Tiago e alguns professores que vieram do Rio Grande do Sul para auxiliarem nas atividades, realizamos as oficinas intituladas “Arte e Matemática: o tangram do bi ao tridimensional”, “Arte e Matemática: o movimento cubista revelado nas formas da geometria espacial”, “Arte e Mate-mática: construindo formas, transformando cores, “Arte e Matemática: explorando as formas geométricas nas obras de Geraldo de Barros”.

Nesta semana professores e alunos (bolsistas do projeto) deslocaram – se da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), para escolas de Dourados e outras cidades (Fátima do Sul/MS e Rio Brilhante/MS), tendo como foco no máximo quatro turmas. Destaco nesse resumo a atividade desenvolvi-da no dia 26 de outubro de 2017 (quinta-feira); os professores

1 Estudante do Ensino Médio da Rede Pública de Dourados – Bolsista PIBIC-EM/CNPq.

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convidados realizaram uma conversa com os alunos da pós--graduação em Educação Matemática e Ensino de Ciências.

Conversamos sobre a trajetória profissional das profes-soras e, ao escutar um pouco sobre cada uma delas, percebi o quão difícil e cansativo é a jornada desta profissão, mas tam-bém a emoção de ver todo seu trabalho concluído, e com isso fortalecendo meu pensamento de um dia me tornar um pro-fessor.

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SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA: UMA EXPERIÊNCIA SOBRE

ARTE E MATEMÁTICA

Kim Oliver Mariano Cavalheiro1

Bolsista PIBIC – EM/CNPq

Vivenciar as oficinas foi muito legal. Desta forma, pude ter uma noção de como é ser professor e de como isso dá uma tremenda dor de cabeça, mas eu gostei.

Na escola de Rio Brilhante a gente ficou com a sala do sexto ano, então eu vi o que é bagunça de verdade, pois eu sempre estive no lugar deles e naquele dia eu pude ver como o professor se sente. Fiquei uns três dias com dor de cabeça, mas não sei por que isso me empolgou ainda mais em ser professor.

Já em Fátima do Sul, nós ficamos com algumas salas, eu ficava indo em cada uma delas para ver como estava sendo e como funcionavam as oficinas, e acabei me surpreendendo com a proposta da professora Maria (uma das professoras do Rio Grande do Sul que foi convidada a estar conosco nesta se-mana) para que eu explicasse o conteúdo, mas eu não aceitei porque naquele momento eu fiquei inseguro, pois nunca tinha feito isso. Foi minha primeira vez em uma oficina de matemá-

1 Estudante do Ensino Médio da Rede Pública de Dourados – Bolsista PIBIC-EM/CNPq.

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tica e eu pude ver como os alunos se comportam diante da ma-téria, e ao invés de se chatearem ao verem que a gente ia passar algo relacionado à disciplina para eles, eles se divertiram dese-nhando, mas não sabiam que tinha matemática naquele dese-nho. Quando nós explicamos para eles que as retas, os planos e os pontos estavam naquele desenho, eles viram que a matemá-tica não era tão chata assim.

Eu gostei muito e tenho certeza que quero participar de mais oficinas. Essas oficinas me incentivaram ainda mais em ser professor, eu quero muito poder ensinar, muito poder estar na escola, mas em um lugar diferente, ensinando e sendo um exemplo como professor.

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A MATEMÁTICA ESTÁ EM TUDO. ATÉ NA ARTE?

Ana Eduarda Proença Afonso1

Bolsista PIBIC – EM (CNPq)

Sara Ratier Mendes2

Bolsista PIBIC – EM (CNPq)

A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia teve o intui-to de mostrar que a matemática está em tudo e, principalmen-te, na arte. Um exemplo de aplicação da matemática na arte é o Tangram.

Durante a visita dos alunos do Ensino Médio à Univer-sidade foram aplicadas algumas atividades, uma delas foi o Tangram em 3 dimensões (3D), em que os alunos montavam variadas imagens.

A Semana foi uma grande experiência, enriquecendo o nosso conhecimento e nos proporcionou uma nova visão da matemática.

Outra experiência interessante que a Universidade nos ofereceu foi relacionar a arte e a matemática com as próprias

1 Estudante do Ensino Médio da Rede Pública de Dourados – Bolsista PIBIC-EM/CNPq.2 Estudante do Ensino Médio da Rede Pública de Dourados – Bolsista PIBIC-EM/CNPq.

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mãos, fazendo uma releitura da obra “Jogo de Dados”, de Ge-raldo de Barros, onde pode-se observar nitidamente a grande relação das obras de arte com conceitos matemáticos; através de retas paralelas foi possível desenvolver uma figura em duas dimensões, mas com a ilusão de estar em 3 dimensões, e tam-bém a possibilidade de conhecer novas pessoas.

Assim, foi possível ter a ideia de que a matemática está em todos os lugares.

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A IMPORTÂNCIA DA SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Larissa Beatriz Molgora1

Seja por sua rigorosidade e formalidade, seja pela difi-culdade que apresenta em certas situações, certo é que a Mate-mática não está entre as matérias preferidas da maior parte dos estudantes. O gosto pela Matemática e tudo o que ela represen-ta tem sido perdido ao longo dos anos e não é raro ouvir de um aluno que ele odeia estudar a matéria. Mas o pior é saber que tal “ódio” não é adquirido em outro lugar que não a escola.

A partir de algum ponto da vida escolar dos alunos, a Matemática torna-se apenas um emaranhado de números, le-tras e contas sem significado ou importância na vida real. E é exatamente por isso que as ações realizadas na Semana Nacio-nal de Ciência e Tecnologia / 2017 são tão importantes para cada um dos estudantes que tiveram a oportunidade de parti-cipar da mesma.

As atividades realizadas nessa semana abriram um novo horizonte para os alunos, permitindo-lhes um olhar diferente sobre a Matemática, suas aplicações e tudo aquilo que ela re-

1 Licencianda em Matemática pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD. ([email protected]).

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presenta na sociedade. Afinal, a frase “A matemática está em tudo!” não poderia ser mais verdadeira. Cada ação realizada nessa semana agiu como uma boia salva-vidas para resgatar o interesse dos alunos pela Matemática, tirando-os do mar daindiferença em que muitos se afundavam. Para aprender algoé necessária a curiosidade, o interesse, a sede de saber. E nadamelhor para despertar tal curiosidade dos alunos do que umaquebra de rotina com atividades diferentes e interessantes.

Entretanto, é importante destacar que os alunos do Ensi-no Básico não foram os únicos beneficiados por essa semana. Os acadêmicos que participaram da organização das ativida-des também findaram a semana com uma bagagem de conhe-cimento incontavelmente maior do que no início. Seja como trabalhar um conteúdo de forma diferenciada ou mesmo como lidar com a realidade de uma sala de aula, certo é que momen-tos de aprendizagem não faltaram. O que faltou mesmo foi o tempo para fazer mais, buscar mais e aprender mais. Contudo, isso ficará para uma próxima oportunidade.

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SEMANA NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA E SUA CONTRIBUIÇÃO

PARA A APRENDIZAGEM

Glauce Kelly Souza De Oliveira1

Participar das oficinas foi uma experiência enriquece-dora para a nossa atuação como futuros profissionais da área. Além disso, contribuiu para minha formação acadêmica.

No decorrer das atividades com os alunos, constatamos que até tivessem a oportunidade de participar das oficinas ela-boradas para eles, tinham como opinião a matemática como um “ bicho de sete cabeças ”. Porém, no decorrer da oficina, muitos perceberam que a matemática também tem uma forma lúdica de trabalhar.

Através das oficinas pudemos mostrar as diferentes ma-neiras que conseguimos contribuir para aprendizagem ma-temática. Uma das maneiras que surpreendeu os alunos na capacidade de ensinar matemática, foi com a proposta da pro-fessora Maria (uma das professoras do Rio Grande Do Sul que estava acompanhando esta oficina ), ao pedir para os alunos fazerem uma malha e, através da mesma, construírem um de-

1 Licencianda em Matemática pela Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD; Bolsista de Extensão do GPTEM. ([email protected]).

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senho utilizando as linhas quadriculadas. Com essas malhas e com os desenhos podem ser trabalhados diferentes conteúdo matemáticos (pontos, retas, planos, ponto de intersecção entre outros) bem lúdicos, pois ao se divertirem desenhando não po-diam imaginar que também estavam aprendendo os conteúdos de matemática.

Assim, entendemos que as oficinas para o ensino de ma-temática são de extrema importância, representam um recurso que proporciona ao professor uma maneira dinâmica de traba-lhar em sala de aula. Através das oficinas realizadas pude per-ceber uma compreensão significativa de conceitos e conteúdos matemáticos.

Com a oportunidade de participar desta oficina, conse-gui enxergar que tipo de profissional pretendo me tornar, pois as oficinas são de extrema importância na formação dos acadê-micos dos cursos de licenciatura. Através delas podemos tornar futuros professores bem qualificados. Agradeço pela oportuni-dade de poder participar e ter uma experiência maravilhosa.

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SOBRE OS ORGANIZADORES:

Tiago Dziekaniak Fi-gueiredo é Professor Assisten-te da Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD, lo-tado na Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia - FACET, Doutorando em Educação Pela Universidade Federal de Pelotas - UFPEL, Mestre em Educaçãoem Ciências e Licenciado em

Matemática pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG. Líder do Grupo de Pesquisa Tecnologias na Educação Matemá-tica - GPTEM/CNPq e do Grupo de Estudos Interdisciplinares Arte e Matemática - GEIAM, vinculado ao IMEF da FURG. É membro Grupo de Estudos Inclusão Tecnológica - GEITEC e do Grupo de Pesquisa Educação a Distância e Tecnologia - EAD-TEC/CNPq. Atua nas áreas de metodologias acopladas às tecnologias digitais, ensino de Matemática e interdisciplina-ridade.

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Adriana Fátima de Sou-za Miola é Professora Assis-tente na Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD, lotada na Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologias - FACET. Doutoranda em Educação Ma-temática no Programa de Pós--Graduação da UniversidadeFederal de Mato Grosso do Sul- UFMS com Doutorado San-

duíche na Universidade de Lisboa, Mestra em Educação Ma-temática e Especialização em Mídias na Educação pela mesma Instituição. Graduação em Licenciatura Plena em Matemáti-ca pela Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD. Atualmente é coordenadora da Especialização em Educação Matemática e Ensino de Ciência. É membro do Grupo de Pes-quisa FORMEM: Formação e Educação Matemática da Uni-versidade Federal de Mato Grosso do Sul /UFMS. Líder do Grupo de Pesquisa Tecnologias na Educação Matemática - GP-TEM/CNPq. Desenvolve pesquisas ligadas a Formação Inicial e Continuada de Professores de Matemática.

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