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| | Livros | | | | PINIData | PINIempregos | Loja | Assine | Anuncie | Sobre nós | Contato Tweet Tweet 0 Artigo Arquitetura do Ferro Geraldo Gomes Edição 90 - Junho/2000 0 Nota do autor - Este texto é resenha da pesquisa "Arquitetura do Ferro Fundido na América Latina, Caribe e Antilhas", patrocinada pela Capes. Entre 1880 e 1910, quase toda a América Latina, Caribe e Antilhas importaram edifícios pré-fabricados em ferro na Europa. Grande parte desses exemplares foi conservada, embora com outros usos, como veremos nesta amostragem A maioria do acervo da arquitetura do ferro existente na Europa desapareceu sob os escombros da Segunda Guerra Mundial e como conseqüência da reconstrução e modernização das cidades. Isso não ocorreu na mesma escala na América Latina, onde, apesar da voracidade da especulação imobiliária, sobrevivem, às vezes com outras funções, exemplares de uma arquitetura que, em meados do século XIX, prenunciavam conceitos racionalistas. E que, como tais, viriam a se firmar nas primeiras décadas dos século XX, como outro sistema construtivo, o concreto armado. As novas nações americanas, então colônias da Espanha, Portugal e França, inauguram no século XIX uma nova relação de dependência com países europeus desenvolvidos, principalmente Inglaterra e a França, por meio de exportação de matéria-prima e produtos agrícolas e importação de industrializados. Para a indústria siderúrgica, que se desenvolvera por todo o século XIX na Europa, esse mercado consumidor logo se revelou pequeno para os produtores ingleses, franceses, belgas e alemães. A emergência do ferro como material de construção civil viria provocar uma revolução na história da arquitetura - os edifícios poderiam ser fabricados longe de onde seriam montados. Mais ainda, podiam ser desmontados e remontados em outro lugar. Os produtores europeus passaram assim a exportar edifícios pré-montados com peças numeradas, embaladas e embarcadas para portos distantes na África, Ásia e Américas. A dependência econômica das nações americanas engendrou também a dependência cultural. O progresso e o desenvolvimento passaram a ser medidos pela capacidade de seguir hábitos, moda e consumo de produtos industriais, arquitetura inclusive, das matrizes européias. Assim, cidades portuárias situadas em países subdesenvolvidos cresceram rapidamente com negócios de importação e exportação, provocando necessidades que tiveram de ser satisfeitas com novos serviços, novos edifícios e novos materiais, como o ferro. O novo seduzia. Entretanto, existia por parte dos produtores uma incontida ansiedade em provar a viabilidade econômica do novo material, visando antes de tudo os lucros. A Europa foi também, na mesma época, o berço de inquietações, de revisionismo e da ambigüidade na arquitetura. A segunda fase da Revolução Industrial, iniciada em torno de 1830, marcou a consolidação do neogótico e o sucesso posterior do ecletismo completou o panorama estético da arquitetura daquele século. Se a arquitetura oitocentista chegou a ser comparada a um baile de máscaras por Nikolaus Pevsner e, como tal, apresenta dificuldades intrínsecas para análise, os parâmetros para se estudar a arquitetura do ferro, que se intromete e coexiste com os mesmos vícios em todos os estilos em voga, tornam-se mais complicados. De modo evidente, não se pode ignorar a estética na arquitetura mas na arquitetura do ferro outros aspectos, como a técnica, devem ser contemplados, muitas vezes com maior ênfase. A desvinculação do edifício em relação ao sítio era uma idéia tão revolucionária que os críticos da arquitetura europeus na época não consideravam como exemplares de arquitetura os edifícios desmontáveis em ferro porque podiam ser transferidos de lugar. No entanto, a emergência desse tipo de construção no cenário urbano latino-americano oitocentista provocou um impacto cultural que, por vezes, era assimilado por seu atribuído significado de progresso técnico e modernização, embora tenha gerado equívocos e lenda. O equívoco mais freqüente consiste no entendimento de que os edifícios haviam sido montados na cidade errada, já que haviam sido encomendados para outra cidade ou, até mesmo, para outro uso. Versões dessa natureza, muito comuns, podem ser explicadas pela perplexidade provocada à vista de tão estranhos e singulares edifícios, mas se inspiram em conjecturas sem nenhuma confirmação em fatos ou documentos. A lenda provém da suposta autoria de Eiffel a projetos de edifícios metálicos montados em algumas cidades latino-americanas. Naturalmente, seria motivo de orgulho para qualquer cidade possuir um exemplar de arquitetura concebida por engenheiro tão famoso, mas somente Arica, no Chile, e Arequipa, no Peru, podem ostentar essa glória. Uma igreja e o prédio da antiga alfândega em Arica e uma ponte em Arequipa Últimas Notícias Mais Lidas Revista Aplicativo Edição Atual Edições Anteriores Folheie Assine Comprar Edições Agenda Espaço LAMA, em São Paulo, recebe exposição do artista su Urbanismo IAB do Rio de Janeiro se manifesta contra a transformação do Forte da Laje em espaço para eventos Notícias CAU/SP terá ouvidoria própria para atendimento aos arquitetos e urbanistas de São Paulo Edifícios Empresa anuncia construção do primeiro edifício de Álvaro Siza nos Estados Unidos Edifícios Edifício com diversos habitats naturais vence a edição de 2015 do eVolo Publicidade Newsletter aU Cadastre-se e escolha os informes gratuitos Acesse e configure seus recebimentos 0 Recomendar Recomendar DESTAQUES DA LOJA PINI Gestão de Projetos Industriais Impresso Assuntos em destaque Catálogo aU em Rede Notícias da PINIWeb Espaços Públicos Cadastro PINIWeb SUSTENTABILIDADE ENTREVISTAS RESIDENCIAL EDIFÍCIOS INTERIORES URBANISMO DESIGN TECNOLOGIA ARTIGOS AU EDUCAÇÃO Revistas Blogs TCPO Cursos Sistemas Twitter Facebook E-mail Imprimir Gmail Favoritos Google Mais... 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Reportagem sobre a arquitetura do século XIX e a descoberta de novos materiais, como o ferro.

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    ArtigoArquitetura do Ferro

    Geraldo Gomes

    Edio 90 - Junho/2000

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    Nota do autor - Este texto resenha da pesquisa "Arquitetura do Ferro Fundido na Amrica Latina, Caribe eAntilhas", patrocinada pela Capes.Entre 1880 e 1910, quase toda a Amrica Latina, Caribe e Antilhas importaramedifcios pr-fabricados em ferro na Europa. Grande parte desses exemplares foi conservada, embora comoutros usos, como veremos nesta amostragemA maioria do acervo da arquitetura do ferro existente na Europa desapareceu sob os escombros da SegundaGuerra Mundial e como conseqncia da reconstruo e modernizao das cidades. Isso no ocorreu namesma escala na Amrica Latina, onde, apesar da voracidade da especulao imobiliria, sobrevivem, svezes com outras funes, exemplares de uma arquitetura que, em meados do sculo XIX, prenunciavamconceitos racionalistas. E que, como tais, viriam a se firmar nas primeiras dcadas dos sculo XX, comooutro sistema construtivo, o concreto armado.

    As novas naes americanas, ento colnias da Espanha, Portugal e Frana, inauguram no sculo XIX umanova relao de dependncia com pases europeus desenvolvidos, principalmente Inglaterra e a Frana, pormeio de exportao de matria-prima e produtos agrcolas e importao de industrializados.Para a indstria siderrgica, que se desenvolvera por todo o sculo XIX na Europa, esse mercadoconsumidor logo se revelou pequeno para os produtores ingleses, franceses, belgas e alemes. Aemergncia do ferro como material de construo civil viria provocar uma revoluo na histria daarquitetura - os edifcios poderiam ser fabricados longe de onde seriam montados. Mais ainda, podiam serdesmontados e remontados em outro lugar. Os produtores europeus passaram assim a exportar edifciospr-montados com peas numeradas, embaladas e embarcadas para portos distantes na frica, sia eAmricas.

    A dependncia econmica das naes americanas engendrou tambm a dependncia cultural. O progressoe o desenvolvimento passaram a ser medidos pela capacidade de seguir hbitos, moda e consumo deprodutos industriais, arquitetura inclusive, das matrizes europias. Assim, cidades porturias situadas empases subdesenvolvidos cresceram rapidamente com negcios de importao e exportao, provocandonecessidades que tiveram de ser satisfeitas com novos servios, novos edifcios e novos materiais, como oferro. O novo seduzia. Entretanto, existia por parte dos produtores uma incontida ansiedade em provar aviabilidade econmica do novo material, visando antes de tudo os lucros.

    A Europa foi tambm, na mesma poca, o bero de inquietaes, de revisionismo e da ambigidade naarquitetura. A segunda fase da Revoluo Industrial, iniciada em torno de 1830, marcou a consolidao doneogtico e o sucesso posterior do ecletismo completou o panorama esttico da arquitetura daquele sculo.Se a arquitetura oitocentista chegou a ser comparada a um baile de mscaras por Nikolaus Pevsner e, comotal, apresenta dificuldades intrnsecas para anlise, os parmetros para se estudar a arquitetura do ferro,que se intromete e coexiste com os mesmos vcios em todos os estilos em voga, tornam-se maiscomplicados.

    De modo evidente, no se pode ignorar a esttica na arquitetura mas na arquitetura do ferro outrosaspectos, como a tcnica, devem ser contemplados, muitas vezes com maior nfase. A desvinculao doedifcio em relao ao stio era uma idia to revolucionria que os crticos da arquitetura europeus napoca no consideravam como exemplares de arquitetura os edifcios desmontveis em ferro porquepodiam ser transferidos de lugar.

    No entanto, a emergncia desse tipo de construo no cenrio urbano latino-americano oitocentistaprovocou um impacto cultural que, por vezes, era assimilado por seu atribudo significado de progressotcnico e modernizao, embora tenha gerado equvocos e lenda. O equvoco mais freqente consiste noentendimento de que os edifcios haviam sido montados na cidade errada, j que haviam sidoencomendados para outra cidade ou, at mesmo, para outro uso. Verses dessa natureza, muito comuns,podem ser explicadas pela perplexidade provocada vista de to estranhos e singulares edifcios, mas seinspiram em conjecturas sem nenhuma confirmao em fatos ou documentos.

    A lenda provm da suposta autoria de Eiffel a projetos de edifcios metlicos montados em algumas cidadeslatino-americanas. Naturalmente, seria motivo de orgulho para qualquer cidade possuir um exemplar dearquitetura concebida por engenheiro to famoso, mas somente Arica, no Chile, e Arequipa, no Peru,podem ostentar essa glria. Uma igreja e o prdio da antiga alfndega em Arica e uma ponte em Arequipa

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  • foram projetados comprovadamente pelo escritrio de Eiffel. Em Iquitos, outra cidade peruana, existe aindauma edificao metlica conhecida como Casa Eiffel que, apesar do nome, de origem belga, fabricadopela Forges d'Aiseau.

    exceo dos grandes pavilhes de exposio, todos os tipos de edifcios fabricados em ferro para aEuropa o foram tambm para a Amrica Latina. At mesmo quando tinham somente valores simblicos,caso das rplicas em dimenses reduzidas de torres Eiffel, fabricadas sob encomenda e montadas emHavana (Cuba), Guatemala (Guatemala), Sucre (Bolvia), Vallenar (Chile) e Mar del Plata (Argentina). Nafalta do desenvolvimento tecnolgico, encomendava-se o seu smbolo, provavelmente como demonstraode ascenso social.

    Arquitetura dos FerrosPor todo o sculo XIX, diferentes tipos de ferro foram utilizados na arquitetura; seria lcito supor que teriamexistido arquiteturas dos ferros, elegendo-se a tcnica como caracterstica essencial. Teria existido assimuma arquitetura do ferro fundido, caracterizada pelas colunas neste material e que chegaram a simbolizar aarquitetura do sculo XIX, segundo Sigfried Giedion. A tcnica do ferro fundido, permitindo a reproduo deelementos decorativos de qualquer estilo em voga, foi acolhida sem reservas em todo o sculo. O mesmono ocorreu com as chapas onduladas em ferro galvanizado, utilizadas como paredes e como cobertura emvrios tipos de edificao. H registros de rejeio dessas chapas no emprego em casas, pois os usurios asidentificavam com armazns porturios.

    De todas as caractersticas do novo material, duas contriburam para a sua aceitao; a primeira, que logose revelou uma iluso, foi a maior resistncia combusto, principalmente quando comparada s estruturasde cobertura convencionais em madeira. A segunda foi a possibilidade de vencer grandes vos, graas produo de ao e ao crescente conhecimento de suas caractersticas de resistncia aos esforos de todanatureza. Essa monumentalidade do ferro, que se manifestava nas audaciosas pontes ferrovirias e nospavilhes de exposio, atingiria seu auge com os 300 metros de altura da torre Eiffel e os 115 metros devo livre do pavilho de Exposio de Mquinas, ambos construdos por ocasio da Exposio Universal deParis de 1889. Essa mesma monumentalidade, por outro lado, contribuiu de certa forma para subestimar ovalor de um grande nmero de edifcios mais modestos em suas dimenses, pr-fabricados no mesmomaterial e espalhados pelo mundo.

    Todos os produtores europeus de edifcios em ferro se empenharam em export-los para pases da frica,sia e Amricas, j que os custos de fretes no tinham uma importncia relevante. Os navios se dirigiamaos pases exportadores de matria-prima com cargas leves e necessitavam de lastros pesados queocupassem pouco espao em seus pores, exatamente o caso de edifcios em ferro desmontados. Notransporte martimo transcontinental, essa carga era disputada pelos comandantes dos navios; no entanto,quando chegavam ao destino, o peso era demasiado para os meios de transporte terrestres tradicionais.No por acaso, os edifcios de ferro montados na Amrica Latina esto localizados em cidades porturias ouservidas por estradas de ferro.

    Como grande parte dos pases que importavam esses edifcios situava-se em regies de clima tropical,alguns produtores europeus procuraram criar sistemas construtivos e tipos arquitetnicos que protegessem,da adversidade do meio, os usurios, em geral europeus auto-exilados. O artifcio mais comum era aexecuo de paredes duplas com materiais isolantes trmicos em seu interior, ou ocas, para permitir o fluxode ar ascendente e contnuo, como a patente belga de Joseph Danly, freqente na frica e na AmricaLatina. Este sistema, assim como as construes em ferro de uma maneira geral, tiveram xito tambm emregies sujeitas a abalos ssmicos, como Mxico, El Salvador e Costa Rica.

    Como grande parte dos pases que importavam esses edifcios situava-se em regies de clima tropical,alguns produtores europeus procuraram criar sistemas construtivos e tipos arquitetnicos que protegessem,da adversidade do meio, os usurios, em geral europeus auto-exilados. O artifcio mais comum era aexecuo de paredes duplas com materiais isolantes trmicos em seu interior, ou ocas, para permitir o fluxode ar ascendente e contnuo, como a patente belga de Joseph Danly, freqente na frica e na AmricaLatina. Este sistema, assim como as construes em ferro de uma maneira geral, tiveram xito tambm emregies sujeitas a abalos ssmicos, como Mxico, El Salvador e Costa Rica.

    Balces, colunas e escadas em ferro fundido foram os primeiros componentes arquitetnicos a invadir asonolenta arquitetura civil do perodo colonial, antecipando-se aos edifcios que logo viriam, em pequenonmero mas causando admirao. Praas e passeios pblicos - espaos da vida social no sculo XIX -recebiam equipamentos como postes de iluminao, fontes d'gua, bancos e coretos, quase tudo em ferroimportado. Tambm eram comuns os grandes reservatrios de gua para abastecimento das cidades.

    Os coretos so, com certeza, o smbolo mais popular dessa arquitetura. Inicialmente importados sobencomenda por meio de catlogos de indstrias europias, foram tambm fabricados com ferro produzidona Amrica Latina, como ocorreu no Mxico e no Chile. Nesses pases, existem ainda alguns prdios compavimento trreo e superior, tipologia que pode ser variao americana do original francs.

    Mas nenhum dos novos usos do ferro contribuiu de maneira mais decisiva para o desenvolvimento daindstria siderrgica do que as ferrovias. A partir de 1830, a Gr-Bretanha retomou o ritmo de crescimento,graas s encomendas de ferrovias e, na dcada seguinte, era responsvel pela metade da produomundial de ferro. Contratos com empreiteiras europias contemplavam, no s trilhos, locomotivas evages, como edifcios para oficinas, escritrios e estaes, cuja construo se fazia com o uso efetivo doferro.

    semelhana da Europa, as estaes ferrovirias na Amrica Latina se caracterizaram como exemploshbridos de arquitetura. Nelas coexistem o ecletismo dos edifcios em alvenaria de tijolos com o modernismodas grandes cobertas das plataformas de embarque, executadas em ousadas estruturas de ferro edespojadas de elementos decorativos. As estaes de Mapocho em Santiago (Chile) e Bartolomeu Mitre emBuenos Aires (Argentina) so os exemplares mais representativos desse tipo. Fugindo a essa regra, massem plataforma de embarque coberta, existe apenas a estao de Bananal, em So Paulo.

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    Mercados, Pavilhes, IgrejasOutro tipo de edifcio metlico pr-fabricado na Europa e importado em quantidade considervel foi omercado pblico. Todos os prdios encontrados na Amrica Latina, de alguma forma guardam um certoparentesco com Les Halles, Mercado Central de Paris, projetado por Baltard. Alguns mercados na Argentinae no Mxico, pases cujas siderurgias eram incipientes, foram construdos com ferro americano em fins dosculo XIX e princpios do XX, conservando, no entanto, partidos arquitetnicos semelhantes aosimportados da Inglaterra e da Frana. O exemplo mais notvel dessa fabricao americana foi o mercadode Abasto Proveedor, de Buenos Aires (j demolido), construdo em 1893 pela fundio argentina LaEuropea, de Pedro Vasena. Dentre o mercados pr-fabricados na Europa, os mais notveis ainda existentesso o de So Jos no Recife (Brasil), o Central em Santiago (Chile), o Vallire em Port-au-Prince (Haiti) e oMunicipal em Maracaibo (Venezuela).

    As exposies internacionais constituem mais uma inveno europia oitocentista. O Palcio de Cristal,montado na exposio de Londres de 1851, chegou a ser considerado na poca como uma das setemaravilhas do mundo. As mostras internacionais posteriores passaram a estimular a construo depavilhes nacionais. No caso daqueles montados em ferro havia sempre a possibilidade de reutiliz-los emoutro local, como fez o Chile, que ergueu um pavilho metlico para a exposio de Paris de 1889 e depoiso desmontou e remontou em Santiago, onde se encontra at hoje abrigando um museu. Outros pavilhesnotveis, de fabricao europia, mas que nunca se deslocaram dos seus stios originais, foram o Palcio deCristal em Petrpolis (Brasil) e o que hoje o museu universitrio El Chopo, na cidade do Mxico.

    De todos os exemplares de arquitetura do ferro existentes na Amrica Latina, os que mais se identificamcom o ecletismo oitocentista so as igrejas, com suas sugestes neogticas. Com essas caractersticasdestacam-se a catedral de Fort-de-France (Martinica) e a igreja de Arica (Chile).

    A importao de residncias unifamiliares ocorreu em pequeno nmero na Amrica Latina. Os poucosremanescentes desse tipo de arquitetura encontram-se na regio amaznica e constituem um preciosodocumento do esforo dos produtores europeus em conceber edifcios que, embora fabricados em ferro, seadaptassem s adversas condies climticas. A mais bem sucedida experincia foi a da fbrica belgaSociet des Forges d'Aiseau, citada anteriormente e detentora da patente do sistema Danly. O sistemaconstrutivo utilizado por essa fundio se caracterizava pelas paredes duplas autoportantes, duplas,executadas em chapas prensadas de ferro galvanizado, com orifcios nas partes inferior e superior de talforma que o ar circulava forosamente no sentido ascendente, diminuindo a temperatura interna. Nasresidncias, as varandas perifricas, como no tpico e comprovado bungalow anglo-indiano em uso correntenas colnias inglesas e francesas espalhadas pelo mundo tropical, contribuam ainda mais para proteger asparedes externas da incidncia direta do sol. Existem em Belm do Par duas casas desse modelo, emboraremontadas em um segundo stio.

    Este sistema construtivo no se aplicava somente na fabricao de casas; a igreja em Coquimbo (Chile),hospital em San Salvador (El Salvador), edifcio para a administrao municipal em Orizaba (Mxico) ecolgio em San Jos (Costa Rica) foram erguidos com o mesmo sistema, mas sem varandas perifricas ecom a virtude, descoberta casualmente, de resistncia a abalos ssmicos. A qualidade do sistema Danlyserviu de argumento para a importao, livre de impostos, de um pequeno nmero de casas para aperiferia de Caracas.

    O nico caso de importao sistemtica de casas em ferro ocorreu j na segunda metade do sculo XX, nasmargens do lago Maracaibo (Venezuela), para abrigar famlias de operrios que trabalham na explorao depetrleo. O sistema tambm de paredes duplas, mas com chapas lisas de ferro com seco em "U" epequenos alpendres que no se configuram como espaos intermedirios entre o exterior e interior, comonos bungalows anglo-indianos.

    De todos os edifcios fabricados em ferro e importados da Europa o que mais impressiona, pelas dimensese uso, o hangar do Zepelin, no Rio de Janeiro (Brasil). Montado em 1936 por uma fbrica alem, ograndioso galpo tem 45 metros de altura e 150 de comprimento.

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