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Universidade Eduardo Mondlane Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico Arquitecturas “Pobres” na Africa Ocidental e do Norte

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Africa Ocidental e do Norte

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Page 1: Arquitecturas "Pobres"

Universidade Eduardo MondlaneFaculdade de Arquitectura e Planeamento Físico

Arquitecturas “Pobres” na Africa Ocidental e do Norte

ALVES, Layner, MAMUDO, Nazir & MULA, Ézio

Docente: PIRES, Paulino

Page 2: Arquitecturas "Pobres"

Introdução

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Hassan Fathy (1900 – 1989) – Egipto“In nature, no two men are alike. Even if they are twins and physical identical, they will differ in their dreams.” (FATHY)

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Hassan Fathy

Dr. Hassan Fathy nasceu em Alexandria a 23 de Marco de 1900.Aos 8 anos de idade foi viver para o Cairo, tendo no período anterior feito viajens de férias entre Cairo e Alexandria, nas quais foi despertando o interesse pela vida simples e no campo. Este interesse também foi alimentado pelas histórias contadas por sua mãe sobre o modo de vida do campo.

Estudou arquitetura na universidade King Fuad I, atualmente Universidade do Cairo.

Graduou-se em 1926, tendo trabalhado de seguida como engenheiro para a Administração Geral de Escolas, no Cairo.Em 1930 foi convidado para ser instrutor na Faculty of Fine Arts, onde permaneceu ate 1946.

Projetou o que se tornaria a sua obra-prima “imperfeita”, a Vila de New Gourna, uma obra baseada em condicionantes socioeconómicas fora do controlo do arquiteto. Em Marco de 1947 esta foi notabilizada por num semanário britânico, meio ano depois por um jornal britânico profissional tendo um ano depois recebido elogios de arquitetos espanhóis.

Em 1949 foi nomeado diretor do Departamento de Edifícios Educacionais do Ministério da Educação e em 1953 tornou-se chefe do Departamento de Arquitetura da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Cairo.

Escreveu sobre a sua experiencia um livro que o tornaria famoso, intitulado “Gourna: The tale of two cities” que foi re-intitulado “Architecture for the poor” no ocidente. É um dos livros de grande inspiração para os estudantes de arquitetura do mundo.

Tornou-se um dos arquitetos de renome da sua época em Africa, demonstrando que é possível construir para os pobres e ensinado às pessoas a construírem para si mesmas.

Legado

É o maior expoente da arquitectura egipcia do sec. XX.

“Foi o primeiro arquitecto egípcio do século XX a não importar ideologias arquitectónicas do Ocidente. Pelo contrário, ele exportou novas ideologias, e apresentou para o mundo toda uma nova arquitectura após redescobrir as maravilhas de nossa ancestralidade e religar os pontos para trazer essa nova arquitectura”.(http://www.egyptarch.com citado em Trabalho de Pesquisa da Cadeira de História da Arquitectura da Cidade Contemporânea e Média II - 2010)

Possui 30 projectos construídos.

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Motivação (Reflexão)

Condições de vida de pessoas em comunidades pobres. Estas pessoas precisavam para além de varias coisas, de casas condignas, mas não tinham poder monetário para as construir.

Tendência do sistema capitalista em excluir os mais desfavorecidos (quando há investimentos no sector da construção, estes são direccionados para a construção de edifícios públicos ou “casas” de luxo, devido ao retorno do investimento), tornando-os “incapazes” de encontrar alternativas para melhorar as suas condições de vida.

“Deus ajuda a quem a si próprio ajuda, vocês assim podem dizer, mas estes camponeses nunca poderiam fazer isso. Arduamente capazes de ter recursos necessários para arranjar caniço para cobrir as suas cabanas, como é que eles podem ambicionar em comprar varões de aço, madeira ou betão para boas casas. Como eles podem pagar empreiteiros para construir as suas casas” (HASSAN FATHY, 1973).

Torna-se necessário nós “académicos”, buscarmos soluções para desenvolver a nossa sociedade.

Técnicas e estilos arquitectónicos tradicionais que não surgem do nada. Porque?Porque quando um povo desenvolve um estilo, um método, é fundamentalmente por razões de adaptação às suas condições. o clima no Norte da África é absurdamente quente (e na grande maioria dos países árabes), e é natural que os habitantes dos países Árabes em tempos remotos acabassem por desenvolver técnicas que favorecessem o conforto térmico usando os materiais que estivessem à disposição. Supondo-se que o clima local seja o mesmo e que os materiais continuem acessíveis, por que não usar aquele conhecimento desenvolvido pelos ancestrais para promover uma arquitectura adequada àquele contexto?

Princípios

Arquitectura é para seres humanos Autenticidade cultural

A arquitectura está intrinsecamente ligada a cultura dos seres que dela vão se servir, isto é, deve responder as necessidades psicológicas, culturais, fisiológicas e físicas dos seus utilizadores.

Elementos básicos de certas culturas são desenvolvidos com em resposta a necessidades locais, neste sentido, elementos externos não podem ser implantados ou transplantados de outras culturas ou meios enquanto forem culturalmente inapropriados.Contudo, ele foi cuidadoso em considerar que uma cultura deve permanecer sempre aberta para o mundo ao passo que importa ou inventa novas coisas.

Não há nada de errado em puxar das culturas ocidentais o que for adaptável/compatível.

Sustentabilidade (eficiência térmica + custo + eficiência energética + relação entre os espaços e volumes + outros)

Inclusão social e autoconstrução/projectação.

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Era contra a construção habitacional em massa, pois, cada caso é um caso não se podendo neste sentido considerar os clientes como protótipos ou padrões de famílias.

Arquitectura para os pobres.

“In nature, no two men are alike. Even if they are twins and physical identical, they will differ in their dreams.” (FATHY)

Forma

A simplicidade característica dos trabalhos de Fathy é enganadora. Ele era um arquiteto talentoso com um olho artístico para a forma, balanço e harmonia.

A casualidade e quase simplicidade do da imagem das suas fachadas devem-se mais ao seu gênio criativo do que a “arquitetura sem arquitetos” – vernacular – que o inspirou.

Ao longo de anos ele trabalhou sobre elementos chave do vocabulário arquitetônico numa busca incansável pela verdade e singularidade.

“O arquiteto aceitou não só a forma tradicional dos edifícios como também o seu sistema construtivo e as suas implicações. Ao trabalhar sobre elas ele reinterpretou os aspectos espaciais e construtivos (…)”

Ao aceitar os limites dos materiais locais e do sistema construtivo o trabalho de Fathy não podia servir-se da textura nem pintura como efeitos. As texturas e efeitos provinham das variações dos blocos das suas fachadas.

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Obra…

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New Gourna Village, 1945 - 1948, New Gourna, Egipto

Parcialmente construído entre 1945 e 1948, é provavelmente o projeto mais conhecido de Hassan Fathy devido a popularidade internacional do seu livro “Architecture For The Poor”, produzido aproximadamente 20 anos depois da experiencia no mesmo, concentrando-se principalmente na intervenção “única” na vila.

O projeto/intervenção é significativo mais pelos problemas que levanta do que pelos que procura resolver.

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A ideia da vila foi lançada pelo Departamento de Antiguidades Egípcio, como uma potencial solução para o problema do reassentamento total de uma comunidade de “escavadores” que se instalaram no cemitério real em Luxor. Estes escavadores furtavam os tesouros encontrados nas tumbas e os alteravam para fazer joias ou mesmo os revendiam intactos no “mercado negro”.

Foi a oportunidade perfeita para Fathy testar em larga escala as ideias desenvolvidas em Mansoura sobre o uso de técnicas locais e tradicionais como solução para o problema da habitação condigna em zonas rurais (primeiramente).

Neste projeto Fathy não limita-se em pensar num protótipo de casa para todas famílias, ele procura satisfazer as necessidades únicas de cada, fundamentando-se na sua ideia de que não existem pessoas iguais, sendo que a arquitetura deve ser feita de acordo com o usuário.

“In nature, no two men are alike. Even if they are twins and physical identical, they will differ in their dreams.”(FATHY, 1973)

Este sonho/ideia nasce na “observação” de que nas vilas em que predomina a autoconstrução “nunca” se encontram duas casas iguais. Esta variação cresceu naturalmente a medida que o homem foi construindo seu abrigo ao longo do milénio.No entanto quando o arquiteto é confrontado com o trabalho de desenhar 1000 casa de uma vez, envés de seguir o sonho das 1000 casas do qual devia se inspirar, ele desenha uma e põe três zeros a frente negando a si criatividade e humanidade. Como se ele fosse um fotógrafo e tirasse apenas uma foto e fizesse 999 cópias.

Fathy procura ultrapassar este problema integrando os habitantes da vila no design das suas casas, no entanto, estes mesmos por não quererem mudar de local, uma vez que a sua fonte de rendimento eram os furtos efetuados ao cemitério real, sabotavam as novas casas para si contruídas.

Uma análise desta situação leva-nos a questão sobre como criar uma arquitetura culturalmente e espacialmente valida que é sensível a aspetos étnicos e tradições regionais sem permitir que imagens e valores subjetivos interfiram no processo do design?

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Hamed Said House, 1947, Cairo, Egipto

Esta casa representa um projeto importante na coleção por ser o primeiro, trabalho documentado onde aplicou-se a técnica dos tijolos de argila e ainda existe (em pé).

A primeira fase, construída em 1942, constituiu um estúdio e um “quarto” incorporando um espaço aberto para o exterior coberto com uma abóbada, por onde podia se apreciar a vegetação em volta do terreno.

A construção da casa deu-se num período em que se debatia no seio da comunidade intelectual egípcia a questão dos efeitos negativos da industrialização na tradição das culturas pelo mundo e a necessidade pela procura das origens/tradição egípcias para fazer face a esta ameaça.

A segunda fase que aconteceu quatro anos depois, focou-se na ampliação da casa e arranjo paisagístico.

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Ceramics Factory, 1950, Qina, Egipto

Foi um projeto comunitário feito a seguir a New Gourna com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de uma comunidade de artesãos jesuítas em Garagos.

O projeto para a fábrica de cerâmica, aparentemente low-tech, segue um lógico e eficiente diagrama de produção de potes cerâmicos.

Os espaços estão organizados sequencialmente de acordo com as fazes de produção dos potes até ao seu armazenamento e distribuição.

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Fouad Riad House - 1967, Gize, Egipto

É o primeiro do que pode ser considerado o período da pedra de Fathy que foi uma “reação” ao banimento do uso da argila na construção pelo governo Egípcio.

Para além de resolver todas as condicionantes funcionais do projeto e do cliente, aqui o arquiteto procura provar a irrelevância do material escolhido em relação ao sistema espacial proposto pelo arquiteto.

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Dar al-Islam Village, 1980, Abiquiu, USA

A mesquita foi construída por e para uma comunidade islâmica nos EUA, cujos membros receberam instruções de Fathy e sua equipe de construtores núbios (que viajaram para os EUA somente com o propósito de ensinar) sobre as técnicas de construção de abobadas e cúpulas usadas no Egipto.

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Francis Kéré, 1965 – Burkina Faso

“Somente aqueles que tomam parte nos processos de desenvolvimento será capaz de apreciar os seus resultados, para continuar, e para salvá-los.”

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Biografia

Diébédo Francis Kéré nasceu em 1965 na vila de Gando.

Foi o primeiro filho na aldeia a ser enviado para a escola pelo seu pai, o chefe da aldeia, que queria que ele como filho mais velho aprendesse a ler e traduzir suas cartas.

Uma vez que nenhuma escola existia em Gando, Kéré teve que deixar sua família quando ele tinha 7 anos de idade para morar com seu tio na cidade. Depois de terminar sua educação, ele se tornou um carpinteiro e recebeu uma bolsa de estudos da Sociedade Carl Duisberg para fazer um estágio na Alemanha como supervisor na ajuda ao desenvolvimento. Depois de completar o aprendizado, ele passou a estudar arquitetura na Universidade Técnica de Berlim, graduando-se em 2004.

Durante seus estudos, ele sentiu que era seu dever de contribuir para a sua família e para a comunidade que o havia apoiado, e para dar a próxima geração a oportunidade de seguir os seus passos.

Em 1998, com a ajuda de seus amigos, Kéré fundou a associação Schulbausteine für Gando, que traduz livremente como "blocos de construção para Gando", para financiar a construção de uma escola primária para a sua aldeia. Seu objetivo era combinar o conhecimento que ele tinha ganhado na Europa, com os métodos tradicionais de construção de Burkina Faso.

Ele completou seus estudos e construiu a primeira escola em Gando como o seu projecto de diploma em 2004, ao mesmo tempo, abrir o seu próprio escritório de arquitetura Kéré Arquitetura.

Seus temas

Habitação e desenvolvimento urbano, as estratégias de construção climaticamente vantajosas, a utilização sustentável de materiais, a integração da força de trabalho local, e técnicas de construção local.

Francis Kere não limita seus esforços para arquitectura. Com a ajuda de sua associação, ele tenta dar ao povo de sua terra natal com projetos de desenvolvimento inovadoras e com melhores perspectivas de futuro assim. A largura da banda de covers educação de adultos, de saúde, e apoio económico para as mulheres ostentam a maior parcela dos encargos em seu país de origem.

Seu lema

“ajuda para a auto-ajuda" Somente aqueles que tomam parte nos processos de desenvolvimento será capaz de apreciar os seus resultados, para continuar, e para salvá-los.

Ocupação

Além de sua ocupação como um planejador de self-employed Francis Kere tem trabalhado como professor na Technische Universität Berlin , Unidade de Habitat , desde 2004.

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Equipe, 2009

Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Olivier Gondouin Judith Wach Francis Kere Claudia Buhmann Galina Möller Emanuela Smiglak Ines Bergdolt.

Equipe, 2010

Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Uriol Dominguez Martinez Olivier Gondouin Francis Kere Claudia Buhmann Yasmin Bremer Galina Möller Emanuela Smiglak Ines Bergdolt Jin-Gul David junho

Equipe, 2011

Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Armin Antkoviak, Ines Bergdolt, Dominique Mayer, Hannah Kümmerle, Francis Kere , Olivier Gondouin, Dessi Slava, Claudia Buhmann.

Premios

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Regional Holcim Awards 2011 da África do Médio Oriente Projeto: Escola Secundária, Gando

BSI suíço Architectural Award Projeto: Extensão School, Gando

Prêmio Global para Arquitetura Sustentável Projeto: Escola Secundária, Dano

6 ª edição da International Sustainable Architecture Prize, uma menção especial Projeto: Escola Secundária, Dano

Chevalier de L'Ordre National des Staates Burkinischen Projeto: Extensão School, Gando

Zumtobel Prêmio Grupo para a Sustentabilidade e Humanidade no Ambiente Construído Projeto: Extensão School , Gando

Prémio Aga Khan para a Arquitectura 2004 recebeu Projeto: Escola Primária, Gando

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Projectos

Escola Primária em Gando

O projecto foi concebido em 1999. Foi o primeiro edifício do arquitecto e foi concluída enquanto ainda estava estudando.

Para alcançar a sustentabilidade, o projecto foi baseado nos princípios de concepção para o conforto climático com a construção de baixo custo, aproveitando o máximo de materiais locais e as potencialidades da comunidade locais, e adaptar a tecnologia do mundo industrializado de uma forma simples. Também foi concebido como um modelo padrão que pode ser copiado dentro da comunidade. Isso seria, aumentar a conscientização sobre os méritos de materiais tradicionais.

As considerações climáticas em grande parte determinam a forma e materiais do edifício. Três salas de aula são organizadas de uma forma linear e separados por áreas exteriores cobertas que podem ser utilizados para o ensino e lazer.

A estrutura compreende paredes tradicionais de suporte de carga feitos de estabilizado e blocos de terra compactada. Vigas de concreto executado em toda a largura do teto e barras de aço deitado sobre estes apoio também um teto feito de blocos de terra compactada.

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O telhado de metal corrugado fica em uma treliça de aço, permitindo que o ar fresco flua livremente entre o telhado e o teto. O telhado também tem uma grande saliência, que sombreia as fachadas e ajuda a garantir conforto climático. A temperatura ambiente é adicionalmente moderado pelas paredes de barro, que absorvem o calor.

A forma do telhado foi ditada por considerações práticas: não foi possível transportar elementos grandes ao local de longe, nem economicamente viável utilizando máquinas de elevação tais como guindastes. Em vez disso, o arquitecto desenvolveu um processo através do qual as barras de aço de construção comuns foram usadas para criar armações leves, com chapas de metal ondulado colocado na parte superior de modo a formar o telhado. Tudo o que era necessário era ensinar as pessoas a usar um serrote e uma máquina de solda de pequeno porte.

Todas as pessoas envolvidas na gestão do projecto eram nativas para a aldeia, e as habilidades aprendidas aqui serão aplicadas a outras iniciativas na aldeia e em outros lugares. A forma como a comunidade se organizou deu um exemplo para duas aldeias vizinhas, que, posteriormente, construíram suas próprias escolas como um esforço cooperativo. As autoridades locais também têm reconhecido o valor do projeto: não só eles têm fornecido e pago pelo corpo docente, mas eles também têm se esforçado para empregar os jovens formados em projetos públicos da cidade, usando as mesmas técnicas.

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O maior desafio foi explicar o projecto e os desenhos para as pessoas que não sabem ler nem escrever. O arquitecto enfrenta este desafio em todos os seus projetos em Burkina Faso.

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Extensão da Escola Primária

Três anos após a sua inauguração, mais de 280 alunos de Gando e as suas aldeias frequentam a escola primária. Isso significava que uma extensão era necessária.O design é baseado nos mesmos princípios climáticos como a escola original, mas é preciso uma forma diferente. No Extension School o teto é um cofre feito de CSEBs (comprimido estabilizadas blocos de terra). A extensão será completada por uma biblioteca pública, que formarão uma joint entre os dois edifícios escolares.

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Biblioteca Escolar

O edifício ainda está em construção e forma um conjunto entre o primeiro edificio da escola e da extensão e, assim, abriga a escola de ventos de leste acompanhado de poeiras.

A biblioteca estará aberta a todos, não apenas alunos da escola. Será um lugar para os idosos da aldeia transmitirem conhecimentos e tradições através das gerações. Como nos edifícios escolares, o material de construção principal é comprimido blocos de terra. A geometria da construção é no entanto diferente, em contraste com a escola rigorosamente rectangular, a biblioteca tem uma forma elíptica.

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O teto da biblioteca é um recurso inovador que faz bom uso da tecnologia local. Panelas de barro, tradicionalmente feito pelas mulheres da aldeia, foram levados para o local e corte, de modo a ser aberta na parte superior e inferior.

Os potes foram lançados no teto de concreto para criar buracos de luz e ventilação.

Um telhado de zinco retangular fica acima deste limite e se estende para além da biblioteca para criar uma área sombreada separado para estudo e lazer. À medida que a cobertura de metal aquece extrai o ar do interior da biblioteca de cima e para fora através dos furos no tecto, garantindo uma taxa de circulação de ar confortável.

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A área

retangular em torno da biblioteca é cercada por uma fachada de colunas de eucaliptos finos.

O eucalyptu é considerada como uma erva daninha em Burkina Faso, ele resseca o solo e fornece muito pouca sombra do sol, por isso normalmente é queimado como lenha. Esta planta resistente e de rápido crescimento é um material de construção apropriado para um país como o Burkina Faso, que sofre de desertificação devido ao desmatamento. Alguns dos elementos de fachada de eucalipto servem para formar alcovas para sentar e relaxar na sombra.A qualidade no interior da biblioteca e o espaço da envolvente é agradável, fresco e arejado - condições ideais para aprender, pensar e estudar.

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Mary Althoff … - Ohio

Mary Althoff

Jovem arquitecta e designer de interiores de Genebra, Ohio. Fez o Mestrado em Arquitectura na Universidade de Cincinnatis College of Design, Arquitectura, Arte e Planeamento (DAAP), com foco na sustentabilidade ambiental e participação da comunidade em projecto.Mary tem uma formação diversificada em arquitectura internacional e humanitária e tem uma extensa gama de experiência arquitetónica e habilidades.

Tongo Premier ciclo escolar

LOCALIZAÇÃO: Tongo, Mali, na África OcidentalARQUITETO: Mary AlthoffPROJETO DE TAMANHO: 6000 SFConcluídos: Novembro 2010

Tongo é uma pequena vila localizada a 50 quilômetros a sudeste de Segou no Mali. A população é de menos de mil habitantes, composta principalmente do grupo étnico Bambara. Não há eletricidade ou água corrente

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na área e a maioria das famílias sobrevivem com uma pequena renda da agricultura de subsistência de milho, milho e amendoim.

A construção da nova escola irá proporcionar aos estudantes, pela primeira vez, a oportunidade de passar para segundo ciclo do ensino médio e universitário.

Este projeto foi financiado por doações de caridade por meio do Programa de Parceria Peace Corps.

A escola consiste em duas pequenas salas de aula feitas de galhos e folhas. Uma vez que existem apenas duas salas, os alunos do primeiro e segundo grau atender na parte da manhã, enquanto os estudantes terceiro e quarto grau comparecer no período da tarde. Não há nenhuma classe da quinta série ou sexto, classe, tornando-se quase impossível para os alunos a concluir o primeiro ciclo completo, e continuar com sua educação.

O projeto incorpora tecnologias ambientalmente sustentáveis, incluindo o uso de materiais disponíveis localmente - a terra, para o fabrico de tijolos (uma tecnologia encontrada em toda a África Ocidental, com mais popularidade no Mali), e aproveitamento de águas pluviais. O telhado ondulado de metal é elevado para aumentar a ventilação cruzada e prolongadas saliências proporcionar sombra para paredes expostas ao sol.

O projeto enfatiza a da participação da comunidade na concepção e construção. Este é a primeira obra de arquitetura sustentável, a ser construído na região e servirá como um programa piloto para futuros projetos de construção, e vai, finalmente, ser usado como um programa de treinamento para apoiar o avanço desta tecnologia em projetos de construção posteriores em Mali.

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Anna Heringer, 1977 - Alemanha

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Anna Heringer

Heringer nasceu na Alemanha, estudou arquitetura na Universidade de Artes e Design industrial em Linz , na Áustria e graduando-se em 2004.

Medalhas

Aga Khan Award for Architecture (2007)Bronze para África e Oriente Médio, Regional Holcim Awards competição de 2011.Prêmio Global para Arquitetura Sustentável (2011).

“Arquitetura é uma ferramenta para melhorar a vida. A visão por trás, e motivação para o meu trabalho é explorar e utilizar a arquitetura como um meio de reforçar a confiança cultural e individual, para apoiar as economias locais e promover o equilíbrio ecológico. Alegria de viver é um processo criativo e ativo, e estou profundamente interessado no desenvolvimento sustentável da nossa sociedade e da nossa arquitetura. Para mim, a sustentabilidade é sinônimo de beleza: um edifício que é harmonioso, na sua concepção, estrutura técnica e de utilização de materiais, bem como com a localização, o ambiente, o usuário, o contexto sociocultural. Isso, para mim, é o que define o seu valor sustentável e estético. ”

Centro de treinamento para a construção sustentável

Localização: Marrakesh, MarrocosAno de construção: Janeiro 2012

A estratégia de desenho adotada para este centro de treinamento num subúrbio de Chwiter em Marrakesh utilizou-se de recursos próximos, como a mão-de-obra local, e o uso da terra como principal matéria-prima de construção. Esses princípios potencializaram-se com a combinação de um desenho inerente às sombras e baseado na ventilação natural, usando tecnologias modernas como bombas de calor (dispositivo que tem por finalidade transferir calor de uma fonte fria para uma fonte quente. Ela opera realizando um termodinâmico cujo objetivo é receber calor de um corpo a baixa temperatura e ceder calor para um corpo a alta temperatura) e painéis solares para a geração de energia elétrica, que funcionam através do uso do vento operado pela energia da terra, que transporta água resfriada aos acessos e pátios. Essas técnicas permitiram reduzir os custos energéticos que requeriam o projeto e sua construção.

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O desenho segue a tipologia das construções marroquinas, que equilibra a distribuição dos espaços exteriores e interiores incorporando-os ao entorno urbano, e de uso público, beneficiando assim a interação da comunidade. Uma parcela significativa dos jovens marroquinos enfrenta o desemprego e a falta de educação básica. O projeto do centro de treinamento procura atuar na criação de maiores possibilidades, com a geração de educação prática baseada em qualificações vocacionais. O Centro tem como principio ser um gerador de mão-de-obra qualificada, gerador de empregos a partir de práticas sustentáveis num setor em franca prosperidade construtiva.

O objetivo deste projeto é a transformação dos recursos naturais, imediatos recursos disponíveis no nível mais baixo possível da entropia, com o máximo de benefícios para a população local, em uma bela arquitetura com uma forte identidade local. O objetivo da construção é um centro de ensino para a construção sustentável. 30% dos jovens em Marrocos com a idade de 15 a 25 anos são analfabetos. A formação profissional é essencial para evitar o desemprego. O sector da construção em Marrocos está prosperando, mas há uma falta de modelos para a construção sustentável que são apropriados em tecnologia, bem como sensíveis à identidade cultural e os recursos do contexto. O Centro de Formação para a Sustentabilidade em Chwitter oferece a jovens do subúrbio de Marraquexe a possibilidade de aprender uma profissão orientada para o futuro. Analisar o contexto local, verificou-se que um grande material de construção tradicional para qualquer tipo de propósito e tamanho, terra, é hoje utilizado em cercas, muros e habitações em áreas pobres, principalmente rurais. Há falta de melhor tecnologia de construção de reinventar a terra como material de construção adequada para estruturas modernas. Neste projeto adotamos saber-fazer tradicional complementada com modernas tecnologias apropriadas, a fim de atender às necessidades em termos de segurança (incluindo terremotos) e conforto da sociedade atual. Nosso foco está em uma estratégia global para a sustentabilidade, e não em soluções técnicas sofisticadas que podem ser usados por uma minoria da população do mundo `. Queremos promover um elevado nível de sustentabilidade baseado em um uso inteligente dos recursos naturais de construção enxertados com modernas tecnologias e mecanismos de design passivo, o que motiva através de uma arquitetura forte e moderno. Todas as estruturas deste projeto são formadas a partir de terra, com uma diversidade de técnicas: técnicas simplesmente replicáveis edifício, bem como os modos de pré-fabricação, que são importantes para a indústria de construção convencional em ambos, os países industrializados e em desenvolvimento. Marrocos é um país de grande cultura na arquitetura e artesanato. A concepção do projeto quer usar e celebrar este conhecimento tradicional, a fim de manter este tesouro cultural de know-how e de valor social agregado. O masterplan mostra um equilíbrio entre as áreas interiores e exteriores. A diversidade de espaços públicos garante um amplo espectro de ambientes. A área é introduzida através de um muro de terra enorme que embaraça um espaçoso jardim. O edifício abre-se para pátios, cercados com nichos íntimos para contemplação ou troca comunicativa. Existem áreas externas para trabalho prático e uma bio horta, onde os alunos se cultivar legumes.

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Para nós, não há contradição entre a tradição e a modernidade, a poesia e a função, economia e ecologia e sustentabilidade e beleza.

Contexto e conceito estético O design é inspirado em partir de dois arquétipos marroquinas: o ksar rural, como o lugar compacto de vida da comunidade do urbano dedicado à formação dos estudantes. A escultura arquitetónica dinâmica que se rende pátios e jardins, que brinca com sol e sombras, com solidez estática e rítmica, com superfícies ásperas e as prestações brilhantes refinados. Ele mostra uma nova linguagem para um material antigo, que está profundamente encaminhado na cultura e atender as necessidades e sonhos da sociedade atual.

Aspetos sociais A área do projeto está faltando locais de reunião pública. O centro oferece uma variedade de lugares: um amplo jardim, uma sala de exposições, um café, uma biblioteca e um auditório que pode ser usado também para o público. Os visitantes vão experimentar a qualidade atmosférica, estético e tecnológico das construções e sistemas de refrigeração naturais. Desde a construção em terra é trabalhoso, muitos trabalhadores da mulher circundante, incluindo que tradicionalmente trabalham com barro, estarão envolvidos na construção.

Conceito ecológico Nenhum emissões de CO2 e de energia não fóssil é necessário para o transporte do edifício principal da Terra matéria-prima. Construção de terra é baseada no trabalho humano. As paredes podem ser recicladas com o menor nível de entropia - com água e trabalho humano ou pode ser decomposto. Um cálculo de cada material de construção mostrou que 1.700 MJ e 118 kg de CO2 por GROSS m2 energia incorporada é necessário. Simulação de provar que o consumo de energia para o uso do edifício é minimizado para 15,5 kWh/m2 por ano. 100% Da energia que é coberto por 333 m2 de painéis solares. O ar de alimentação é precondicionado no permutador de calor no solo fundações []. De lá, ele será distribuído através dos elementos da terra, núcleo oco pré-moldado. Windcatchers transportar o ar refrigerado a água em pátios e as passarelas afiliadas. A água da chuva será coletada em todas as áreas do telhado e pátios (3748 m2) que é suficiente para fornecer água para cobrir o consumo dos sistemas de refrigeração, os jardins e o serviço da sala de treinamento.

Desempenho econômico As paredes de terra pode ser construído a partir do material de escavação, que é um subproduto livre no local.Com a escolha de um material de construção de trabalho intensivo e produtos regionais de artesanato [cerâmica, tadelakt, acenando], a maior parte do lucro fica com as pessoas. O projeto é de alta influência positiva para a pequena economia local. Manutenção é minimizado através de um projeto que permite que o processo de envelhecimento das superfícies dos materiais naturais. Reparação de trabalho é fácil com artesãos locais.

O progresso do processo de construção será um treinamento para a população local. O uso da terra principal material é planejado em diferentes técnicas e escalas de tecnologia: a tradicional mão

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batendo com a melhoria da cofragem para parede de esgrima, pré-fabricada bateu elementos da terra, que incluem o apoio técnico para a têmpera dos escritórios e salas de aula, e um suporte de carga de concreto estrutura cheia de pré-moldados de terra-palha blocos, com um reboco de tadelakt para o auditório. O sombreamento necessário das paredes será feito com um elemento tradicional transformado de estruturas de barro: camadas horizontais de revestimentos cerâmicos produzidos localmente [usados como proteção contra erosão hídrica], com uma perfuração gráfica acrescentou, vai proteger a parede da luz solar direta com um ornamento ágil de constante mudança sombras - uma poética de contrapartida para as paredes de terra, matérias-estáticas.Com base em materiais de construção locais e uma síntese razoável de baixa e de alta tecnologia, a estratégia do edifício é replicável em qualquer lugar.

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Bibliografia

e-book: FATHY, Hassan, Architecture For The Poor

SARAGELDIN, Ismail, HASSAN FATHY, Biblioteca Alexandrina, Alexandria, 2007

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hassan_Fathy

http://www.arquitetonico.ufsc.br/hassan-fathy

http://www.rightlivelihood.org/fathy.html

http://www.fathihassan.com/

http://www.fathihassan.com/

http://www.adobealliance.org/hassan-fathy/

http://www.jeffspivack.com/images/csbdrawing.jpg

http://concursosdeprojeto.org/tag/africa/