armazém da agricultura familiar é uma conquista dos empreendimentos solidários

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Realização Apoio Os grupos de produção, também chamados de empreendimentos econômicos solidários, da Região do Sisal e demais regiões de todo o Estado da Bahia conquistaram no ano de 2013 um espaço importante de comercialização, o Armazém da Agricultura Familiar – ARCO Sertão Central, situado na entrada no município de Serrinha. O Armazém tem reunido uma diversidade de produtos que estão disponíveis para a comercialização a varejo, mas o principal objetivo é atender os mercados institucionais como PAA e PNAE que fornecem para a alimentação escolar dos municípios. Quem começa contanto essa história é Eleneide Alves Cordeiro, cearense que mora na Bahia há 28 anos, há 12 se dedica ao trabalho de organização dos grupos através da Agência Regional de Comercialização (ARCO Sertão). “Um dos objetivos da ARCO Sertão quando surgiu há 12 anos era comercializar os produtos da agricultura familiar e economia solidária, porém como é associação não podia comercializar. Diante disso criamos uma central de cooperativas, a ARCO Central, buscamos projetos e parcerias. Em 2010 começamos a preparar a implantação do armazém. Os principais parceiros são os empreendimentos, depois vem o MOC, SUDIC, CAR, SETRE, SUAF, que auxiliaram na estruturação. Hoje são 45 empreendimentos filiados. Quem não é filiado, tem que buscar uma associação ou cooperativa para se filiar a ARCO Sertão ou a Arco Central. É preciso ter esse vínculo para trazer os seus produtos para venda e fornecer para os editais que o armazém concorre”, conta Leninha, como é conhecida. “Hoje tanto os empreendimentos como as pessoas já descobriram que para chegar a algum lugar tem que estar vinculado em rede. Hoje trabalhamos com as cooperativas filiadas ao armazém e já fornecemos para a alimentação escolar de Serrinha, Ichu, Biritinga, Nova Fátima, Capela, Lamarão. As escolas da rede estadual também estão pegando alimentação através do armazém”. Leninha explica que para ser bem aceito os produtos precisam ter qualidade. “É preciso ter regularidade e qualidade nos produtos para ganhar credibilidade. O nosso objetivo é o acesso ao PAA e o PNAE, pois nós identificamos a carência nos municípios. Muitos deles não dão conta de atender a demanda. O objetivo não é comercializar a varejo e sim para a alimentação escolar em grande escala”. As cooperativas estão ocupando o espaço do armazém A cooperativa que Regina Dantas de Carvalho faz parte no município Barra do Joça, na região de Vitória da Conquista, é uma dessas que já comercializam no armazém. O produto principal da COPERBAC é o café, ela conta sobre a boa aceitação. “Nosso carro- chefe é a produção de café da agricultura familiar, de grãos selecionados, dos nossos cooperados, uma produção agroecológica, especial, as pessoas logo percebem a diferença. Pra gente é uma vitória conseguir registrar uma marca de café da agricultura familiar”, diz Dona Regina Dantas. No município de Serrinha existe a COPAF, cooperativa que vem comercializando diversos produtos como a geleia, a polpa de frutas, os sequilhos, ovos e temperos para alimentação escolar do município e que também é filiada da ARCO Central. “Toda sexta uma cooperada coloca uma barraca da agricultura familiar aqui no armazém, com hortaliças e verduras para serem vendidas. Esse espaço é importante por que traz produtos da região toda, não é só de Serrinha, está sendo um novo incentivo para a agricultura familiar da região comercializar”, afirmou Angelita Miranda, uma das cooperadas da COPAF Serrinha. Outra filiada que tem seus produtos comercializados no armazém é a COPOAFS, do município de Manuel Vitorino, região Sudoeste da Bahia. “Comercializamos tudo o que vem da agricultura, mas a prioridade é o umbu, fazemos doces e derivados. Também trabalhamos com outras frutas e hortaliças. Temos muita dificuldade para comercializar lá, muita burocracia e a questão do rótulo. A gente sempre participa das feiras e exposições. Estamos sempre nos encontrando com outros empreendimentos, vim conhecer e trouxe meus produtos. A aqui no armazém a venda é em consignação, depois que vende o produto a gente recebe. É muito importante para fortalecer a agricultura, as cooperativas e o nosso trabalho”, contou Marilda dos Santos cooperada COPOAFS. O trabalho de comercialização no armazém é uma experiência nova, mas segundo Leninha vem mostrando que chegou para dar certo. “As pessoas achavam que era uma loucura, mas tá dando certo. Semana passada recebemos a encomenda de 16 mil bolinhos, dividimos para 10 mulheres, elas se reuniram para fazer. O grupo produz e nós fazemos a entrega, temos um carro. É preciso que as cooperativas venham e digam o que elas possuem e tragam para aqui. Nosso papel é procurar os editais, as chamadas, concorremos, e encaminhamos a produção para os grupos. É recente o tempo de trabalho, mas está fluindo”.

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Page 1: Armazém da Agricultura Familiar é uma conquista dos empreendimentos solidários

Realização Apoio

Os grupos de produção, também chamados de empreendimentos econômicos solidários, da Região do Sisal e demais regiões de todo o Estado da Bahia conquistaram no ano de 2013 um espaço importante de comercialização, o Armazém da Agricultura Familiar – ARCO Sertão Central, situado na entrada no município de Serrinha. O Armazém tem reunido uma diversidade de produtos que estão disponíveis para a comercialização a varejo, mas o principal objetivo é atender os mercados institucionais como PAA e PNAE que fornecem para a alimentação escolar dos municípios. Quem começa contanto essa

história é Eleneide Alves Cordeiro, cearense que mora na Bahia há 28 anos, há 12 se dedica ao trabalho de organização dos grupos através da Agência Regional de Comercialização (ARCO Sertão).

“Um dos objetivos da ARCO Sertão quando surgiu há 12 anos era comercializar os produtos da agricultura familiar e economia solidária, porém como é associação não podia comercializar. Diante disso criamos uma central de cooperativas, a ARCO Central, buscamos projetos e parcerias. Em 2010 começamos a preparar a implantação do armazém. Os principais parceiros são os empreendimentos, depois vem o MOC, SUDIC, CAR, SETRE, SUAF, que auxiliaram na estruturação. Hoje são 45 empreendimentos filiados. Quem não é filiado, tem que buscar uma associação ou cooperativa para se filiar a ARCO Sertão ou a Arco Central. É preciso ter esse vínculo para trazer os seus produtos para venda e fornecer para os editais que o armazém concorre”, conta Leninha, como é conhecida.

“Hoje tanto os empreendimentos como as pessoas já descobriram que para chegar a algum lugar tem que estar vinculado em rede. Hoje trabalhamos com as cooperativas filiadas ao armazém e já fornecemos para a alimentação escolar de Serrinha, Ichu, Biritinga, Nova Fátima, Capela, Lamarão. As escolas da rede estadual também estão pegando alimentação através do armazém”. Leninha explica que para ser bem aceito os produtos precisam ter qualidade. “É preciso ter regularidade e qualidade nos produtos para ganhar credibilidade. O nosso objetivo é o acesso ao PAA e o PNAE, pois nós identificamos a carência nos municípios. Muitos deles não dão conta de atender a demanda. O objetivo não é comercializar a varejo e sim para a alimentação escolar em grande escala”.

As cooperativas estão ocupando o espaço do armazém

A cooperativa que Regina Dantas de Carvalho faz parte no município Barra do Joça, na região de Vitória da Conquista, é uma dessas que já comercializam no armazém. O produto principal da COPERBAC é o café, ela conta sobre a boa aceitação. “Nosso carro-chefe é a produção de café da agricultura familiar, de grãos selecionados, dos nossos cooperados, uma produção agroecológica, especial, as pessoas logo percebem a diferença. Pra gente é uma vitória conseguir registrar uma marca de café da agricultura familiar”, diz Dona Regina Dantas.

No município de Serrinha existe a COPAF, cooperativa que vem comercializando diversos produtos como a geleia, a polpa de frutas, os sequilhos, ovos e temperos para alimentação escolar do município e que também é filiada da ARCO Central. “Toda sexta uma cooperada coloca uma barraca da agricultura familiar aqui no armazém, com hortaliças e verduras para serem vendidas. Esse espaço é importante por que traz produtos da região toda, não é só de Serrinha, está sendo um novo incentivo para a agricultura familiar da região comercializar”, afirmou Angelita Miranda, uma das cooperadas da COPAF Serrinha.

Outra filiada que tem seus produtos comercializados no armazém é a COPOAFS, do município de Manuel Vitorino, região Sudoeste da Bahia. “Comercializamos tudo o que vem da agricultura, mas a prioridade é o umbu, fazemos doces e derivados. Também trabalhamos com outras frutas e hortaliças. Temos muita dificuldade para comercializar lá, muita burocracia e a questão do rótulo. A gente sempre participa das feiras e exposições. Estamos sempre nos encontrando com outros empreendimentos, vim conhecer e trouxe meus produtos. A aqui no armazém a venda é em consignação, depois que vende o produto a gente recebe. É muito importante para fortalecer a agricultura, as cooperativas e o nosso trabalho”, contou Marilda dos Santos cooperada COPOAFS.

O trabalho de comercialização no armazém é uma experiência nova, mas segundo Leninha vem mostrando que chegou para dar certo. “As pessoas achavam que era uma loucura, mas tá dando certo. Semana passada recebemos a encomenda de 16 mil bolinhos, dividimos para 10 mulheres, elas se reuniram para fazer. O grupo produz e nós fazemos a entrega, temos um carro. É preciso que as cooperativas venham e digam o que elas possuem e tragam para aqui. Nosso papel é procurar os editais, as chamadas, concorremos, e encaminhamos a produção para os grupos. É recente o tempo de trabalho, mas está fluindo”.