apresentação do powerpoint - universidade de coimbra

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Transportadores ABC como marcador adicional na monitorização da resposta em LMC – Estudo Preliminar – 1 – Biologia Molecular Aplicada e Clínica Universitária de Hematologia, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra; 2 - CIMAGO – Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra; 3 – CNBC – Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbra; 4- Instituto de Imunologia, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra; 5 – Serviço de Hematologia, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra; 6 – Serviço de Hematologia, Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E.. Raquel Alves 1,2,3 , Ana Cristina Gonçalves 1,2,3 , Patrícia Couceiro 4 , Paulo Rodrigues-Santos 3,4 , Paulo Freitas- Tavares 5 , Letícia Ribeiro 2,5 , António Almeida 6 , Ana Bela Sarmento-Ribeiro 1,2,3,5 Introdução Material e Métodos Objectivos Resultados Discussão e Conclusão Os objectivos deste trabalho foram avaliar os níveis de expressão dos transportadores ABC, nomeadamente da PgP e BCRP, em doentes com LMC e correlacioná-los com os níveis de expressão de BCR-ABL. A Leucemia mielóide crónica (LMC) caracteriza-se pela presença do gene de fusão BCR-ABL, que codifica uma oncoproteína com actividade de tirosina cinase desregulada. Além da oncoproteína constituir o principal alvo terapêutico nesta patologia, os níveis de BCR-ABL são o marcador utilizado na monitorização da resposta à terapêutica. Apesar do elevado sucesso do tratamento com Imatinib e outros inibidores de tirosina cinase (TKI), tem-se verificado um aumento do número de doentes com respostas incompletas ou resistentes aos TKI. As células estaminais hematopoiéticas possuem transportadores de efluxo na membrana celular da família ABC (ATP Binding Cassette), os quais funcionam como mecanismo de protecção contra agentes terapêuticos e/ou xenobióticos. A presença destes transportadores nas células estaminais leucémicas pode contribuir para a falência da terapêutica em doentes com LMC. A glicoproteína P (PgP) e a BCRP são os transportadores ABC mais associados ao efluxo dos TKI. No entanto, a relação entre os transportadores ABC e a resposta à terapêutica em doentes com LMC ainda não está totalmente elucidada. Os doentes sem BCR-ABL detectável (negativos) apresentam uma maior percentagem de células CD34 + em relação aos doentes positivos para o gene fusão. Em 80% dos doentes BCR-ABL negativos (n=16) observou-se expressão membranar de PgP e/ou BCRP. Cerca de 52,6% destes doentes apresentaram quantificação de BCR-ABL positiva nos primeiros 6 meses e 75% ao final de um ano. Contudo, só o aumento da amostra permitirá a confirmação destes resultados bem como avaliar a sua relevância clínica. Financiamento O trabalho foi financiado pelo CIMAGO, com o projecto número 18/12, e pela FCT com a bolsa FCT - SFRH/BD/51994/2012 Tempo para uma quantificação positiva BCR-ABL Número de doentes (n=16) % Cumulativa 6 meses 9 56,25 % 12 meses 3 75 % 18 meses 2 87,5 % sem Follow-UP 2 - Estes resultados sugerem que a presença de transportadores ABC nas células CD34 + de doentes sem níveis detectáveis de BCR-ABL poderá constituir um marcador precoce de perda de resposta e eventualmente servir como marcador adicional de monitorização em doentes com LMC. Fig. 2 – Distribuição dos doentes com base nos níveis de expressão de BCR-ABL. O estudo foi realizado em sangue periférico de 46 doentes com LMC em tratamento com TKI: A expressão dos transportadores ABC, PgP e BCRP, nas células CD34 + , foi avaliada por citometria de fluxo. Os níveis de BCR-ABL foram determinados de acordo com as guidelines internacionais para a monotorização da LMC. Fig. 1 – Vias de sinalização celular activadas pelo BCR-ABL e mecanismos de transporte do Imatnib. (adaptado de Chávez- González, A. et al. Hematopoietic Stem Cells in Chronic Myeloid Leukemia. 2013) Tabela I – Monitorização de resposta em doentes BCR-ABL - /ABC + % de células CD34+ BCR-ABL + BCR-ABL - 0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 % de células CD34+ ABC + ABC - 0.00 0.02 0.04 0.06 0.08 0.10 % de células CD34+ ABC+ ABC- 0.00 0.05 0.10 0.15 BCR-ABL Negativos Fig. 3 – Percentagem (%) de células CD34 + de acordo com a expressão de BCR-ABL (A) e dos transportadores ABC (B). A percentagem (%) de células CD34 + , que expressam transportadores ABC – PgP e BCRP - foi determinado por citometria de fluxo no SP de doentes com LMC. A monitorização dos níveis de expressão de BCR-ABL foi determinado de acordo com as guidelines internacionais. Os resultados representam a média SD. Fig. 4 – Transportadores ABC em doentes BCR-ABL negativos. Em (A) está representada a distribuição dos doentes de acordo com a expressão de transportadores ABC (ABC + e ABC - ) e em (B) a percentagem de CD34 + em cada subgrupo de doentes (BCR-ABL - /ABC + e BCR-ABL - /ABC - ). Os resultados representam a média SD. A B A B

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Page 1: Apresentação do PowerPoint - Universidade de Coimbra

Transportadores ABC como marcador adicional na

monitorização da resposta em LMC

– Estudo Preliminar –

1 – Biologia Molecular Aplicada e Clínica Universitária de Hematologia, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra; 2 - CIMAGO – Centro de Investigação em Meio Ambiente, Genética e Oncobiologia, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra; 3 – CNBC – Centro de Neurociências e Biologia Celular, Universidade de Coimbra; 4- Instituto de Imunologia, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra; 5 – Serviço de Hematologia, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra; 6 – Serviço de Hematologia, Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil, E.P.E..

Raquel Alves1,2,3, Ana Cristina Gonçalves1,2,3, Patrícia Couceiro4 , Paulo Rodrigues-Santos3,4, Paulo Freitas-Tavares5, Letícia Ribeiro2,5, António Almeida6, Ana Bela Sarmento-Ribeiro1,2,3,5

Introdução

Material e Métodos

Objectivos

Resultados

Discussão e Conclusão

Os objectivos deste trabalho foram avaliar os níveis de expressão dos transportadores ABC, nomeadamente

da PgP e BCRP, em doentes com LMC e correlacioná-los com os níveis de expressão de BCR-ABL.

A Leucemia mielóide crónica (LMC) caracteriza-se pela presença do gene de fusão BCR-ABL, que codifica uma

oncoproteína com actividade de tirosina cinase desregulada. Além da oncoproteína constituir o principal alvo

terapêutico nesta patologia, os níveis de BCR-ABL são o marcador utilizado na monitorização da resposta à

terapêutica. Apesar do elevado sucesso do tratamento com Imatinib e outros inibidores de tirosina cinase

(TKI), tem-se verificado um aumento do número de doentes com respostas incompletas ou resistentes aos TKI.

As células estaminais hematopoiéticas possuem transportadores de efluxo na membrana celular da família

ABC (ATP Binding Cassette), os quais funcionam como mecanismo de protecção contra agentes terapêuticos

e/ou xenobióticos. A presença destes transportadores nas células estaminais leucémicas pode contribuir para

a falência da terapêutica em doentes com LMC. A glicoproteína P (PgP) e a BCRP são os transportadores ABC

mais associados ao efluxo dos TKI. No entanto, a relação entre os transportadores ABC e a resposta à

terapêutica em doentes com LMC ainda não está totalmente elucidada.

• Os doentes sem BCR-ABL detectável (negativos) apresentam uma maior percentagem de células CD34+ em relação aos doentes positivos

para o gene fusão.

• Em 80% dos doentes BCR-ABL negativos (n=16) observou-se expressão membranar de PgP e/ou BCRP. Cerca de 52,6% destes doentes

apresentaram quantificação de BCR-ABL positiva nos primeiros 6 meses e 75% ao final de um ano.

• Contudo, só o aumento da amostra permitirá a confirmação destes resultados bem como avaliar a sua relevância clínica.

Financiamento O trabalho foi financiado pelo CIMAGO, com o projecto número 18/12, e pela FCT com a bolsa FCT - SFRH/BD/51994/2012

Tempo para uma quantificação positiva BCR-ABL

Número de doentes (n=16)

% Cumulativa

6 meses 9 56,25 %

12 meses 3 75 %

18 meses 2 87,5 %

sem Follow-UP 2 -

Estes resultados sugerem que a presença de transportadores ABC nas células CD34+ de doentes sem níveis detectáveis de BCR-ABL poderá

constituir um marcador precoce de perda de resposta e eventualmente servir como marcador adicional de monitorização em doentes com LMC.

Fig. 2 – Distribuição dos doentes com base nos níveis de expressão de BCR-ABL.

O estudo foi realizado em sangue periférico de 46 doentes com LMC em tratamento com TKI:

• A expressão dos transportadores ABC, PgP e BCRP, nas células CD34+, foi avaliada por citometria de fluxo.

• Os níveis de BCR-ABL foram determinados de acordo com as guidelines internacionais para a monotorização da LMC.

Fig. 1 – Vias de sinalização celular activadas pelo BCR-ABL e mecanismos de transporte do Imatnib. (adaptado de Chávez-González, A. et al. Hematopoietic Stem Cells in Chronic Myeloid Leukemia. 2013)

Tabela I – Monitorização de resposta em doentes BCR-ABL-/ABC+ % d

e cé

lula

s C

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BCR-ABL + BCR-ABL -0.00

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% d

e cé

lula

s C

D3

4+

ABC+ ABC-0.00

0.05

0.10

0.15

BCR-ABL Negativos

Fig. 3 – Percentagem (%) de células CD34+ de acordo com a expressão de BCR-ABL (A) e dos transportadores ABC (B). A percentagem (%) de células CD34+, que expressam transportadores ABC – PgP e BCRP - foi determinado por citometria de fluxo no SP de doentes com LMC. A monitorização dos níveis de expressão de BCR-ABL foi determinado de acordo com as guidelines internacionais. Os resultados representam a média SD.

Fig. 4 – Transportadores ABC em doentes BCR-ABL negativos. Em (A) está representada a distribuição dos doentes de acordo com a expressão de transportadores ABC (ABC+ e ABC-) e em (B) a percentagem de CD34+ em cada subgrupo de doentes (BCR-ABL-/ABC+ e BCR-ABL-/ABC-). Os resultados representam a média SD.

A

B

A

B