apresentação do powerpointdiocesedeguarulhos.org.br/wp-content/uploads/2019/... · participando...

34
A TRADIÇÃO DA ORAÇÃO

Upload: others

Post on 07-Jul-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

A TRADIÇÃO

DA ORAÇÃO

“Porque todavia segundo a ordem da divina providência se atribui a cada um o modo de alcançar seu fim segundo a conveniência de sua natureza, concedeu-

se também aos homens um modo congruente de obter o que esperam de Deus, segundo a disposição da condição humana. E por isso se impôs ao homem a

oração, pela qual os homens obtêm de Deus o que esperam alcançar por ele. [...] Com efeito, ao orarmos, não intentamos manifestar nossas necessidades ou

desejos a Deus, que é conhecedor de todas as coisas. A vontade divina tampouco se dobra a palavras humanas para querer o que antes não queria.

Mas a oração para obter de Deus é necessária ao homem por causa daquele que ora, ou seja, para que ele mesmo considere seus defeitos, dobre seu ânimo para desejar ferventemente e piamente o que pela oração espera obter. A oração que lançamos a Deus nos faz familiares a Deus, enquanto nossa mente se eleva até ele, e conversa com Deus por certo afeto espiritual adorando-o em espírito e

verdade, e tal afeto familiar prepara para o orante uma porta para que ore novamente com mais confiança”

Santo Tomás de Aquino, séc. XIII

NAS FONTES DA ORAÇÃO

“O Espírito é a água viva que ensina os filhos de Deus a orar”

A PALAVRA DE DEUS

A Igreja «exorta com ardor e insistência todos os fiéis [...] a que

aprendam "a sublime ciência de Jesus Cristo" (Fl 3, 8) pela

leitura frequente das divinas Escrituras [...]. Lembrem-se, porém,

de que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de

oração, para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem,

porque "a Ele falamos, quando rezamos, a Ele ouvimos, quando

lemos os divinos oráculos"» (4). (CIC. 2650)

Os Padres espirituais, parafraseando Mt 7, 7, resumem assim as

disposições do coração, alimentado pela Palavra de Deus na

oração: «Procurai na leitura e achareis na meditação; batei à

porta na oração e ela abrir-se-vos-á na contemplação» (5).

(CIC. 2651)

A LITURGIA DA IGREJA

2655. A missão de Cristo e do Espírito Santo que, na liturgia sacramental da Igreja anuncia, atualiza e comunica o mistério da salvação, prossegue no coração de quem ora. Os Padres espirituais comparam, por vezes, o coração a um altar. A oração interioriza e assimila a liturgia, durante e depois da sua celebração. Mesmo quando vivida «no segredo» (Mt 6, 6), a oração é sempre oração da Igreja; é comunhão com a Santíssima Trindade (6). (CIC. 2655)

AS VIRTUDES TEOLOGAIS

ESPERANÇA

CARIDADE

FÉ Entra-se na oração como se entra na liturgia: pela porta

estreita da fé. Através dos sinais da sua presença, é a face

do Senhor que nós buscamos e desejamos, é a sua Palavra

que nós queremos escutar e guardar. (CIC. 2656.)

ESPERANÇA O Espírito Santo, que nos ensina a celebrar a liturgia na expectativa do regresso de

Cristo, educa-nos para orar na esperança. E vice-versa, a oração da Igreja e a prece

pessoal nutrem em nós a esperança. Particularmente os salmos, com a sua

linguagem concreta e variada, ensinam-nos a fixar em Deus a nossa esperança:

«Esperei no Senhor com toda a confiança, e Ele atendeu-me. Ouviu o meu clamor»

(Sl 40, 2). «Que o Deus da esperança vos encha de toda a alegria e paz na fé, para

que transbordeis de esperança pela força do Espírito Santo» (Rm 15, 13).

(CIC. 2657)

CARIDADE «A esperança não engana, porque o amor de Deus foi

derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos

foi dado» (Rm 5, 5). A oração, formada pela vida litúrgica, vai

haurir tudo no amor com que fomos amados em Cristo e que

nos dá a graça de Lhe corresponder, amando como Ele amou.

O amor é a fonte da oração; quem bebe dessa fonte atinge os

cumes da oração: (CIC. 2658)

“Meu Deus, eu vos amo, e meu único desejo é amar-vos até o último suspiro de minha vida. Meu Deus infinitamente

amável, eu vos amo e preferiria morrer amando-vos a viver sem vos amar. Senhor, eu vos amo, e a única graça que vos peço é amar-vos eternamente... Meu Deus, se minha língua não pode dizer a cada instante que eu vos amo, quero que meu coração vo-lo repita tantas vezes quantas eu respiro”

São João Maria Vianney, séc. XIX.

HOJE

“Oxalá ouvísseis hoje a sua voz! Não

endureçais vossos corações”

(Sl 95,8)

O CAMINHO DA ORAÇÃO

A

ORAÇÃO

AO PAI

“Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo a Palavra da

verdade e o Espírito santificador, revelastes o vosso

inefável mistério. Fazei que, professando a verdadeira

fé, reconheçamos a glória da Trindade e adoremos a

Unidade onipotente. Por nosso Senhor Jesus Cristo,

vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”

Solenidade SS. Trindade

“Pedimos, pois, que esse nome seja santificado. Não que

caiba aos homens desejar o bem a Deus, como que

alguém lhe possa dar qualquer coisa. Ou que Deus passe

necessidade, sem os nossos votos. Mas é muito

conveniente que Deus seja bendito em todo tempo e

lugar pelo homem” Tertuliano, séc. III

A

ORAÇÃO

A JESUS

“Senhor Jesus Cristo, neste admirável sacramento nos

deixastes o memorial da vossa paixão. Dai-nos venerar

com tão grande amor o mistério do vosso Corpo e do

vosso Sangue, que possamos colher continuamente os

frutos da vossa redenção. Vós, que sois Deus com o Pai,

na unidade do Espírito Santo”

Solenidade Corpus Christi

A ORAÇÃO

AO

ESPÍRITO

“O Espírito Santo, ao contrário, torna os

corações capazes de compreender as línguas de

todos, porque restabelece a ponte da

comunicação autêntica entre Terra e Céu. O

Espírito Santo é Amor” Papa Bento XVI

A ORAÇÃO À MÃE DE DEUS

E AOS SANTOS

Se Deus-Trindade é o fim último

de toda oração, é correto “orar”

à Virgem Maria

e aos santos?

Ninguém é santo como o Senhor (1Sm 2,2),

Cristo é verdadeiramente o único Mediador entre Deus e homens

(1Tm 2,5),

Após a Ressurreição, muitos foram santificados

(Mt 27,52), isto é, vieram a partilhar a santidade de Deus,

participando da vida divina.

O testemunho está em Paulo quando chama os cristãos de “santos”

(Fl 1,1), pois estes estão EM CRISTO, Cristo é Deus, e Deus é santo.

Participamos da natureza de Deus porque Ele aceitou participar da

nossa natureza humana (2Pd 1,4).

O corpo de Cristo é o novo Templo, é a Igreja, onde todos são seus membros.

Esses membros estão em Cristo, e Cristo está neles. Nos tornamos santos no

único Santo: Deus; porque passamos a partilhar da natureza divina de Cristo na

vida da Igreja, nos sacramentos. É pelo Batismo que passamos a viver em

Cristo. Portanto, nenhum de nós vive sozinho com Deus, mas juntos, como

Igreja, somos portadores de Deus e de todas as “coisas santas”. Nesta

COMUNHÃO existe uma relação entre os santos que já alcançaram a plenitude

no Céu e os fiéis que militam sobre a Terra. Nesta relação de vida plena e amor

em Cristo, há uma comunhão de bens espirituais entre os batizados. Os que

estão “mortos” rezam a Deus por aqueles que ainda estão na Terra

(Ap 6,9-10)...

“À vossa proteção

recorremos, Santa Mãe

de Deus.

Não desprezeis as

nossas súplicas em

nossas necessidades,

mas livrai-nos sempre

de todos os perigos, ó

Virgem gloriosa e

bendita.

Amém!”

séc. III

O ROSÁRIO “Ó Rosário bendito de Maria, doce cadeia que nos prende a Deus,

vínculo de amor que nos une aos Anjos, torre de salvação contra os

assaltos do inferno, porto seguro no naufrágio geral, não te

deixaremos nunca mais. Serás o nosso conforto na hora da agonia.

Seja para ti o último beijo da vida que se apaga. E a última palavra

dos nossos lábios há de ser o vosso nome suave, ó Rainha do

Rosário de Pompeia, ó nossa Mãe querida, ó Refúgio dos

pecadores, ó Soberana consoladora dos tristes. Sede bendita em

todo o lado, hoje e sempre, na terra e no céu”

Carta Rosarium Virginis Mariae, S. João Paulo II

SERVIDORES DA ORAÇÃO

REZANDO COM OS

SALMOS

Os salmos eram para Israel a resposta do povo às intervenções de Deus na sua

história: êxodo, deserto, dom da terra, eleição de Davi e Sião. Os salmos nascem do

desejo de comunhão. O uso que a Igreja faz dos salmos foi herdado da oração

judaica. Como judeus, Jesus, Maria, os apóstolos e os primeiros cristãos rezavam os

salmos. Existindo, inclusive, uma grande influência dos salmos no NT.

Os salmos ocupam na Sagrada Escritura o lugar que a liturgia ocupa na vida da

Igreja. Para nós cristãos, os salmos cantam, celebram e alimentam esse diálogo

entre Deus e o povo em que Cristo é o Mediador: Cristo é a chave de interpretação

dos salmos.

Os salmos entram na composição de todos os livros litúrgicos. Eles fazem parte da

Palavra que ao encarnar se torna Sacramento. São necessários à liturgia, e portanto,

a oração cristã.

Em razão de sua origem, os salmos têm a virtude de elevar até Deus a mente das

pessoas, despertar nelas piedosos e santos afetos, ajudá-las maravilhosamente a

agradecer na prosperidade e dar-lhes, na adversidade, consolo e fortaleza de ânimo.

FONTES

• Sagrada Escritura

• Catecismo da Igreja – IV Parte

• Liturgia dos sacramentos e liturgia das horas

• A vida e o ensinamento dos santos

• Tratados e escritos teológicos sobre oração

• Espiritualidade devocional e popular