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Literatura Latina - Lírica Universidade Regional do Cariri - URCA

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Page 1: Apresentação Seminário

Literatura Latina - Lírica

Universidade Regional do Cariri - URCA

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A ORIGEM DE CARMINA BURANA

• O latim medieval da canção dos viajantes eruditos é penetrado pela antiga concepção de que a vida humana está submetida aos caprichos da roda-da-fortuna, e que a Natureza, o Amor, a Beleza, o Vinho e a Exuberância da vida estão à mercê da eterna lei da mutabilidade. O homem é visto sob uma luz dura, não sentimental; como um joguete de forças impenetráveis e misteriosas. Esse ponto-de-vista é plenamente característico da atitude antirromântica da obra.

Page 4: Apresentação Seminário

PERÍODO DAS ORIGENS OU PRÉ-HELENÍSTICO

• O latim era, de início, uma língua de camponeses.• Os Latinos conheceram a escrita desde bastante cedo.• Manifestações literárias populares orais• Carmina Saliorium (preces e hinos dos sacerdotes de

Marte).• Carmina Convivalia (elogios aos antepassados.)• Carmina Triunphalia (improvisados em dias de

triunfo).

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PERÍODO DE FORMAÇÃO, ARCAICO OU HELENÍSTICO (COMEÇO DA INFLUÊNCIA GREGA)

• As conquistas romanas fizeram aumentar o influxo de literatura grega em Roma.

• As famílias de Roma tomavam escravos gregos para preceptores: os servi docti:

• Lívio Andronico: traduz a “Odisseia” de Homero e nove tragédias gregas para o latim.

• Névio: escreve uma epopeia latina narrando a primeira Guerra Púnica; tentou nacionalizar a tragédia escrevendo duas tragédias de assunto romano, Romulus e Clastidum.

• Énio: primeiro escritor orignal latino, ensaia a poesia trágico-cómica nas saturae e a épica em Annales, onde introduz o hexâmetro datílico grego.

• Pacúvio e Ácio: cultivaram a tragédia de assunto grego (fabula palliata) e de assunto romano (fabula praetexta ou togata).

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PERÍODO DE MATURIDADE• Período clássico, áureo ou de perfeição (da prosa e da poesia)• Período áureo da prosa (época de Cícero):• O desenvolvimento da prosa deveu-se às sucessivas lutas políticas entre

dois partidos que disputavam o poder: partido senatorial e partido popular.• As ideias dos oradores divergiam e também as escolas.• César seguia a escola dos Neo-Áticos (culto da sobriedade).• Cícero seguia a escola de Rodes, adoptando uma posição intermédia entre

os Neo-Áticos e os Asiátios (cultores da oratória enfática. Distinguiu-se nas seguintes obras: discursos, tratados de oratória, epitolografia e obras filosóficas.

• Na historiografia distinguiram-se: César, Salústio, Cornélio Nepos, Lucrécio (acérrimo adversário da religião, o destruidor de mitos), Catulo (iniciador do lirismo – poesia íntima, expressiva dos sentimentos do autor – defendeu o princípio da “arte pela arte”.

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ÉPOCA DE AUGUSTO PERÍODO ÁUREO DA POESIA

• A Pax Romana e a sábia administração do imperador Otávio Augusto, permitiu o renascimento da literatura, sobretudo da poesia.

• O príncipe e homens de grande riqueza protegiam os literados (Mecenato).

• Virgílio, Horácio e Ovídio eram poetas oficiais encarregados de promover a preservação da religião, do mos maiorum, de uma aurea mediocritas enraizada no caráter camponês do povo romano.

• Estes poetas elevaram a poesia ao mais alto grau.• Poesia: Virgílio, Horácio, Ovídio, Tibulo e Propércio.• Historiografia: Tito Lívio.

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PERÍODO ARGÊNTEO

• Literaturas palacianas, gosto do preciosismo e da ênfase.

• Os melhores escritores deste período são da Hispânia.• Séneca deixou uma extensa obra: tratados éticos,

cartas, tragédias e sátiras.• Autores: Lucano, Marcial, Pérsio, Juvenal, Fedro,

Quinto Cúrcio Rufo, Tácito (historiador de espírito científico e imparcial), Suetónio, Quintiliano (insurgiu-se contra a tendência palaciana), Plínio, o Antigo, Plínio, o Moço, Petrónio.

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PERÍODO DE DECADÊNCIA

• Surgem escritores cristãos entre escritores pagãos.

• O Cristianismo apropria-se da cultura romana, assimilando-a, e, ao mesmo tempo, transmitindo-a às gerações futuras.

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LIRICA GREGA E LIRICA LATINA

OS GREGOS• A lírica grega surgiu como

gênero no século VII a.C, ou seja, mais cedo dentro do desenvolvimento da Literatura Grega.

• Foi o canal de expressão da individualidade nascida com a πόλις (pólis), uma nova realidade política.

OS ROMANOS• A lírica latina é um

gênero literário tardio na Literatura Romana; surgiu no final do século II a.C.

• Foi a expressão literária da crise sociopolítica que levou ao fim da Republica.

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CARACTERÍSTICAS GERAIS DA LÍRICA

• Poesia breve, ao contrario das longas tiradas narrativas do gênero épico.

• Poesia reflexiva: a estrofe• Poesia do “eu”: o poeta expressa sua

experiência, deixa de ser anônimo e costuma colocar seu selo. (σφαγις - carimbo).

• Poesia da liberdade: variedade temática e formal.

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LÍRICA ARCAICA GREGAsubgêneros

ELEGIA: o dístico elegíaco, a estrofe da reflexão política e moral.Tirteo – Solon - Teognis

IAMBO: o ritmo da disputa verbal e ofensiva; no sentido de atacar palavras; se refere a um tipo de verso composto de uma

sílaba curta e uma sílaba longa.Arquíloco – Semônides – Hiponacte

LÍRICA MONÓDICA: o canto individual, a experiência intima.Safo – Alceu – Anacreonte

LÍRICA CORAL: o canto patriótico, a complexa dissecação da vitória.

Alcman – Íbico - Píndaro

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LÍRICA ALEXANDRINASéculos III – II a.C

O Helenismo, quer dizer, o mundo que se configurou trás as conquistas de Alexandre Magno, produziu uma transformação estética que propiciou a reinterpretação dos antigos gêneros líricos e a parição de outros novos em desenvolvimento dessa reinterpretação.

O centro criativo mais importante dessa reinterpretação, embora não seja único, foi a Alexandria do Egito, onde os Ptolomeus haviam instalado o “Templo das Musas” (o Museu com sua famosa biblioteca), onde poetas-filólogos estudavam a poesia antiga e produziam suas próprias obras.

A reinterpretação antiga deu origem a três subgêneros que teriam um papel decisivo na gênesis da lírica em Roma:

EPIGRAMA: uma elegia pequena. Calímaco e as Antologias.EPÍLIO: uma épica romântica pequena.IDÍLIO: a original criação de Teócrito, o nascimento da poesia pastoril.

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PRAENEOTERICIOs primeiro líricos romanos

• Os primeiros poetas líricos latinos escreveram ao final do século II a.C.

• Se tratava de nobres romanos desencantados das glorias militares próprias de Roma, mantidos em círculos de amigos e incorporados a florescente lírica grega alexandrina com seu mundo privado de amor, vinho e paixões privadas.

• Se menciona o “Círculo de Q. Lutácio Catulo” como o primeiro e mais importante destes círculos.

• Agora, o primeiro livro de poemas líricos escrito em latim foi os Erotopaegnia, título grego que significa Jogos de Amor, de Levio (Laevius).

• A todos estes poetas eles podem denominar “preneotéricos”, já que são a geração anterior ao grupo chamado por Cícero “neotéricos”.

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POETAE NOVI ou ‘NEOTEROI’• Grupos de poetas do inicio do século I a.C que constituíram o

desenvolvimento da lírica em latim.• Deu-lhe o nome de Cícero, o grande orador e estadista romano

representante das velhas formas estéticas, que via com receio os experimentos poéticos destes poetas modernos de gostos helenísticos.

• Νεώτεροι, em letras latinas ‘Neoteroi’, não é outra coisa que ‘Poetae Novi”, ou seja, ‘Poetas Novos’ ou ‘Poetas Modernos’.

• As poesias dos Poetae Novi recriaram em latim os gêneros EPIGRAMA e EPILIO da poesia alexandrina.

• Seu estilo estava carregado de sutilezas verbais e métricas: era um poema para conhecedores.

• O elenco é grande: Helvio Cinna e Furio Bibáculo, Catulo.

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Gayo Valerio CatuloC. Valerius Catullus Veronensis

(84 - 54 a. C.)

Nascido em Verona no Norte da Itália e faleceu em Roma.

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Catulo

• Catulo é autor de uma coleção de poesias Liber Catulli.

• São 116 poemas em distintos metros que trazem uma espécie de crônica de vida.

• Incluem-se epilios e epigramas• A linha argumental mais importante é a que

constitui sua peripécia amorosa com uma nobre romana, Clodia, a quem deu-lhe o nome de Lésbia, temo evocativo de Safo, a poetisa lésbia, e de métrica igual ao nome verdadeiro.

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Catulo

Suposto retrato do poeta encontrado em sua região de origem

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CATULO

• Odi et Amo - Catulo Carmen 85

• Metro: Distico elegiaco.

Odi et amo. Quare id faciam fortasse requiris.

Nescio, sed fieri sentio, et excrucior.

Eu a odeio e a amo, não me perguntem por quê?

É a maneira que sinto. Isto é tudo e lastimo.

Catulo

Page 20: Apresentação Seminário

CATULOA produção poética dos neotéricos, e de Catulo em especial, deu origem a um gênero literário especificamente romano de grande importância

A ELEGIA ROMANAPoesia lírica que recupera a antiga forma da lírica grega arcaica, mas para dar uma orientação temática centrada nos amores do poeta, uma crônica normalmente dedicada, como a de Catulo com Lésbia. Três representantes:

• Aulo Tibulo• Sexto Porpercio• Publio Ovídio Nason

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QUINTO HORÁCIO FLACOQuintus Haratius Flacus Venusinus

Nasceu na localidade de Venusis (hoje Venosa) em 65 a.C e morreu em Vila Sabina em 8 a.C

Vila Sabina

Venusia

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HORÁCIO• Escreveu um livro de Epodos (iambi) ao estilo de Clímaco,

recuperando o gênero arcaico do “jambo”.• Sua maior produção lírica está constituída por seus quatro livros de

Odes (Carmina), 103 composições de métricas variadíssima que representam a cúpula da lírica latina.

• Nas odes horacianas não só se continua a tradição romana que enlaça com lírica alexandrina, sendo que se revive de maneira muito pessoal a lírica arcaica grega com todas suas nuances, desde a reflexão moral da elegia ou o poema amoroso da lírica monódica com o eco da elegia amorosa romana, acima do canto patriótico da lírica coral.

• Augusto encomendou a composição do poema comemorativo do “ Novo Século” o Carmen Saeculare.

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HORÁCIOPoesia Reflexiva

Carminum liber primus – Carmen XI – Carpe Diem

Tu ne quaesieris—scire nefas—quem mihi, quem tibifinem di dederint, Leuconoë, nec Babyloniostemptaris numeros. ut melius, quicquid erit, pati!seu plures hiemes, seu tribuit Iuppiter ultimam,quae nunc oppositis debilitat pumicibus mareTyrhenum. Sapias, vina liques, et spatio brevispem longam reseces. dum loquimur, fugerit invidaaetas: carpe diem, quam minimum credula postero.

Page 24: Apresentação Seminário

TRADUÇÃOColha o dia, confia o mínimo no amanhã.Não perguntes, saber é proibido, o fim que os deuses darão a mim ou a você,Leuconoe, com os adivinhos da Babilônia não brinque.É melhor apenas lidar com o que cruza o seu caminho.Se muitos invernos Júpiter te dará ou se este é o último, que agora bate nas rochas da praia com as ondas do mar.Tirreno: seja sábio, beba seu vinho e para o curto prazo reescale suas esperanças.Mesmo enquanto falamos, o tempo ciumento está fugindo de nós.Colha o dia, confia o mínimo no amanhã.Podemos sempre ser melhores. Basta pensarmos melhor.

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TRADIÇÃO CLÁSSICA NA LITERATURA PORTUGUESA

Literatura latina e literaturas modernas* As literaturas modernas ocidentais herdaram as seguintes características da literatura latina:* Padrões formais;* Processos estilísticos (metáfora, personificação, aliteração, hipálage, onomatopeia, ironia, antítese, trocadilho);* Humanismo = interesse e simpatia pelo humano.* O substrato civilizacional e linguístico romano é denominador comum das culturas das nações da Europa Ocidental.

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INFLUÊNCIAS DOS ESCRITORES LATINOS SOBRE A LITERATURA PORTUGUESA

* Séneca:D. Pedro• Cícero:Rodrigues Lobo• Plauto + TerêncioCamões• VirgílioCamões (aproximação ideológica e formal das bucólicas do poeta mantuano nas éclogas; na estrutura interna e externa, adornos estilísticos e certos episódios d’ Os Lusíadas)• HorácioRicardo Reis, Odes (Fernando Pessoa).• OvídioCamões (mecanismo mitológico n’Os Lusíadas)Sá de Miranda• Tito LívioJoão de Barros (concepção da narrativa, estilo e estruturação em décadas)

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REFERÊNCIAS

• NOVAK, Maria da Glória. O lirismo de Caio Valério Catulo. Uma leitura de seus poemas sobre um barco(carm. IV) Língua e Literatura.n22P137-153, 1996.

• CATULO, Caio Valério - O Cancioneiro de Lésbia - Tradução e introdução Paulo Sergio de Vasconcelos) editora hucitec : São Paulo,1991.

• CATULO, Caio Valério, O livro de Catulo (trad. Introdução e notas de João Ângelo Oliva Neto). Edusp: São Paulo, 1996.

• FUNARI, Pedro Paulo - Grécia e Roma. Editora Contexto: São Paulo,2001.• VEYNE, paul. A elege erótica Romana. Editora Brasiliense: São Paulo, 1985.• PARATORE, Calouste Gulbenheiam. História da Literatura Latina.. Lisboa, 1987.• D’ONÓFRIO, Salvatore. Literatura Latina. In: Literatura Ocidental – Autores e• Obras Fundamentais. São Paulo. Ática, 2004.• www.wikipedia.org/miki/catulo• www.terra.com• www.das.ufsc.br