apresentação alcar 2015

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Sassá Mutema: a construção de personagens protagonistas na teledramaturgia, a partir da Hermenêutica de Profundidade Poliana Lopes Doutoranda e Mestre em Processos e Manifestações Culturais Universidade Feevale/RS 10º Encontro Nacional de História da Mídia 2015 GT de História da Mídia Audiovisual e Visual

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Sassá Mutema: a construção de personagens protagonistas na teledramaturgia, a partir da Hermenêutica de Profundidade - trabalho apresentado no GT de História da Mídia Audiovisual e Visual, integrante do 10º Encontro Nacional de História da Mídia (2015)

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  • Sass Mutema: a construo de personagens protagonistas na teledramaturgia, a partir da Hermenutica de ProfundidadePoliana LopesDoutoranda e Mestre em Processos e Manifestaes CulturaisUniversidade Feevale/RS10 Encontro Nacional de Histria da Mdia 2015 GT de Histria da Mdia Audiovisual e Visual

  • Objetivo geralVerificar e analisar a relao entre as personagens protagonistas da teledramaturgia brasileira com o contexto histrico de sua poca de produo e veiculao, a partir da Hermenutica de Profundidade

    Objeto da anliseSass Mutema personagem protagonista da telenovela O Salvador da Ptria, produzida e exibida em 1989 - ano da primeira eleio direta para Presidente ps Regime Militar

  • A televiso no Brasil

    Desde 1950

    ...papel de agregadora social, oferecendo s pessoas informao, educao e entretenimento. (MALCHER, 2009)

    Penetrao: 97,2% dos lares (MIDIA DADOS, 2014)

  • Rede Globo

    Penetrao: 98,56% dos municpios e 99,6% dos domiclios com televiso;maior share individual - mdia de 38,68% dos aparelhos ligados das 7h s 24h;insero comercial mais cara R$ 595 mil por 30 segundos na novela das 21h.

    (MIDIA DADOS, 2014)

  • A telenovelaSua histria e seu papel socioculturalPrincipal produto de entretenimento da tv brasileira;

    Trabalha o imaginrio do receptor; (FERNANDES, 1997)

    So recorrentes nas novelas a identificao entre personagens de fico e figuras pblicas reais(LOPES, 2003, p. 25-26)

  • A telenovelaSua histria e seu papel socioculturalA telenovela fundamentalmente uma macronarrativa que se estende ao longo de quatro mil pginas somando, s vezes, 180 a 200 captulos [...] Temas importantes podem e devem ser debatidos enquanto tiverem uma funo clara no enredo da trama que se monta, pois, antes de tudo, uma telenovela entretenimento.

    (CALZA, 1996, p.7; 13/14)

  • A telenovelaSua histria e seu papel socioculturalRoteiro-base:- a grande histria de amor, com conflitos familiares; - um mistrio que normalmente revelado no final; - atos do passado que influenciam no presente dos personagens; - o paralelo entre os sonhos e realizaes de uns contra a decadncia e tristeza de outros; - e o choque de classes sociais.

    (FERNANDES, 1997)

  • Entendendo a personagem de ficoPersonagem: elemento fundamental para o desenvolvimento da narrativa seriada - sem ela, no h ao. (FIELD, 2001)

    Seres humanos de contornos definidos e definitivos, em ampla medida transparentes, vivendo situaes exemplares de um modo exemplar. (CANDIDO, 1998, p.44)

    Recria os traos fundamentais das pessoas, segundo critrios do autor. (PALLOTTINI, 1989)

  • Entendendo a personagem de ficoProtagonista: personagem principal, o centro da histria; em funo dele que a narrativa existe e se desenvolve .(LOPES, REIS, 2002)

    Heri - caractersticas e qualificaes superiores s outras personagens. (BRAIT, 1985)

    Anti-heri - apesar de ter caractersticas inferiores s demais personagens, est em destaque em relao a elas.(GANCHO, 2000)

    Maior identificao do telespectador, que torce pelo desenrolar da histria e seu sucesso ao final da narrativa.

  • Desenvolvida por John B. Thompson.Interpreta formas simblicas - aes, falas, textos - enquanto construes que podem ser compreendidas. Considera que a forma est inserida em um contexto histrico e social que influencia sua elaborao e compreenso. dividida em trs fases: anlise scio-histrica, anlise formal-discursiva e interpretao/re-interpretao.

    Do ficcional ao real: anlise a partir da Hermenutica de Profundidade (HP)

  • Do ficcional ao real: anlise a partir da Hermenutica de ProfundidadeO Salvador da Ptria

    De Lauro Csar Muniz, Alcides Nogueira e Ana Maria Moretzsohn; 9 de janeiro a 12 de agosto de 1989, em 186 captulos;

    baseada no Caso Especial O Crime do Z Bigorna (Globo, 1974).

  • Do ficcional ao real: anlise a partir da Hermenutica de ProfundidadeAnlise scio-histrica reconstruir as condies sociais e histricas em que as formas simblicas so produzidas, transmitidas e recebidas.

    Dcada de 1980Abertura PolticaEconomia caticaFim do Regime MilitarDiretas J 1983/84Eleio Sarney - 1985Constituinte 1988Eleio Direta para Presidente - 1989

  • Do ficcional ao real: anlise a partir da Hermenutica de ProfundidadeAnlise formal-discursivaformas simblicas so construes atravs das quais se diz ou expressa algo.

    Protagonista Sass Mutema centro da narrativa (BRAIT, 1985) Anti-heri: falas e atitudes inferiores - mesmo sem competncia para tanto o heri da histria. (GANCHO, 2000)Severo Blanco - antagonista se ope ao protagonista; vilo. (GANCHO, 2000)

  • Do ficcional ao real: anlise a partir da Hermenutica de ProfundidadeAnlise formal-discursiva

    nova forma de vestir, falar e posicionar-se perante as outras pessoas, especialmente as pessoas importantes prefeito, poltico.Manuteno do carter (conceitos de certo e errado), ndole inabalada: caracterstica essencial da personagem. (PALOTTINI, 1989)

  • Do ficcional ao real: anlise a partir da Hermenutica de ProfundidadeAnlise formal-discursiva

    Poltica trfico de drogasManuteno da proposta de um debate pblico: essencial em uma telenovela (LOPES, 2003)

    Um veculo que capta e expressa a opinio pblica sobre padres legtimos e ilegtimos de comportamento privado e pblico, produzindo uma espcie de frum de debates sobre o Pas. (LOPES, 2003, p.26)

  • Do ficcional ao real: anlise a partir da Hermenutica de ProfundidadeInterpretao /Re-interpretao

    Explicao interpretativa do que est representado ou do que dito(THOMPSON, 2000, p.375)

    Sass MutemaBoia-friaCriminoso?Ascenso socialEssncia da pureza/simplicidade

  • Do ficcional ao real: anlise a partir da Hermenutica de ProfundidadeInterpretao /Re-interpretao

    1989 a questo polticaIdentidade e diferena na narrativaIdentidade e diferena X realidadeEconomia e sociedadeCollor e Lula

  • Consideraes finaisAplicao da HP confirma a relao entre personagens protagonistas da teledramaturgia e o contexto histrico

    Entreter X formar: as narrativas no so recebidas por um consumidor passivo e podem colaborar com a formao de conceitos e temas de debate, em mbitos micro e macrossociais.

    A televiso constitui-se como um dos fortes elos entre o pblico e o privado, oferecendo a milhes de pessoas informao, educao e entretenimento. (MALCHER, 2009, p.10)