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Porto | 2009 Aprendizagem na Diabetes tipo 2 – Vertente Alimentar Learning how to live with type 2 Diabetes – Nutritional Aspects Ana Filipa Ribeiro Branco Orientador: Dina Maria Belo Matias Co-orientador: Sónia Maria Azevedo Moreira Cabral Tipo de documento: Monografia

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Porto | 2009

Aprendizagem na Diabetes tipo 2 – Vertente Alimentar

Learning how to live with type 2 Diabetes – Nutritional Aspects

Ana Filipa Ribeiro Branco

Orientador: Dina Maria Belo Matias

Co-orientador: Sónia Maria Azevedo Moreira Cabral

Tipo de documento: Monografia

FCNAUP - Monografia i �

Ana Branco|2009

Dedicatória

Chegar onde cheguei a muitos devo, mas principalmente à minha Mãe.

Desde que nasci encontrou-se sempre a meu lado, criou-me, educou-me, fez de

mim a mulher que hoje sou. Não há palavras que descrevam a minha admiração

por ela.

Por tudo isso e muito mais, à minha Mãe dedico o meu trabalho.

Adoro-te mãe��

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Ana Branco|2009 �

��

Agradecimentos�

Em primeiro lugar agradeço a minha mãe, que por muito difícil que as

coisas estivessem tudo fez por mim.

Aos meus amigos, que me acompanharam ao longo do meu percurso

académico e sempre me apoiaram.

À minha orientadora (Drª Dina Matias) e à minha co-orientadora (Drª Sónia

Cabral) que muito me ensinaram e que permitiram que eu aqui chegasse.

A todas as Nutricionistas do Centro Hospitalar de Vila Nova de

Gaia/Espinho – E.P.E. que sempre se mantiveram a meu lado, me ensinaram

muito e também desempenharam um pouco o papel de meus orientadores.

A todos agradeço e jamais vos esquecerei

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Ana Branco|2009 �

���

Índice

Dedicatória ............................................................................................................... i

Agradecimentos ...................................................................................................... ii

Lista de abreviaturas .............................................................................................. iv

Resumo e Palavras-chave ...................................................................................... v

Abstract and Keywords .......................................................................................... vi

Um problema emergente ........................................................................................ 1

O que é a Diabetes Mellitus ................................................................................... 2

Alimentação na Diabetes Mellitus .......................................................................... 5

Educação Alimentar na Diabetes Mellitus tipo 2 .................................................... 7

Factores que influenciam o sucesso da Educação Terapêutica........................... 10

Metodologias da Educação Terapêutica .............................................................. 14

Consultas individuais ........................................................................................ 15

Consultas modulares/grupo .............................................................................. 17

Contagem de hidratos de carbono .................................................................... 19

Visualização prática com imagens intuitivas ..................................................... 23

Mãos – escala de quantificação ........................................................................ 25

Análise crítica e conclusões ................................................................................. 27

Referências Bibliográficas .................................................................................... 29

Índice de anexos .................................................................................................. 34

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Lista de abreviaturas

ADA – American Diabetes Association

ADO – Antidiabéticos Orais

CG – Carga Glicémica

DM – Diabetes Mellitus

DDTI – Dose Diária Total de Insulina

DPP-4 – Dipeptidil Peptidade - 4

HC – Hidratos de Carbono

IG – Índice Glicémico

INE – Instituto Nacional de Estatística

VET – Valor Energético Total

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Resumo

A Diabetes Mellitus (DM) é reconhecida como um problema de saúde

pública mundial de magnitude crescente, devido ao número de pessoas afectadas

e pelas implicações socio-económicas que determinam o controlo e o tratamento

da doença e suas complicações.

Esta é uma doença metabólica, caracterizada por níveis elevados de

glicemia, resultantes de alterações na secreção, ou na acção da insulina ou em

ambos, provocando distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono (HC),

proteínas e gordura.

O controlo da doença e a prevenção das suas complicações dependem de

modificações do estilo de vida, principalmente através da actividade física regular,

da alimentação e da farmacoterapia.

O seu tratamento é exigente, complexo e responsabiliza a pessoa para

toda a vida. Assim, existe um conjunto vasto de actividades que são importantes

para melhorar a participação dos doentes e das suas famílias na gestão da sua

doença. A esse conjunto de actividades deu-se o nome de educação terapêutica.

O grau de aceitação da doença, bem como o contexto sócio-cultural

influenciam a motivação para a aquisição de novos conhecimentos. No entanto,

existem algumas barreiras às mudanças comportamentais.

Várias são as formas de ensino para um doente com DM tipo 2, tais como:

consultas individuais; consultas modulares/em grupo; contagem de hidratos de

carbono; visualização prática com imagens intuitivas e mãos – escala de

quantificação.

Por tal, o Nutricionista tem que ser um profissional dinâmico e criativo.

Palavras-chave: Diabetes Mellitus, Alimentação, Aprendizagem

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Abstract

Diabetes Mellitus (DM) is considered a worldwide growing public health

problem, due to the number of affected people and also the social and economic

implications that determine the control and treatment of this disease and its related

problems.

This metabolic disease involves high levels of glycemia, which result from

changes in secretion, or in the action of insulin or both, thus disturbing the

metabolism of carbohydrates, proteins and fat.

Controlling this disease and preventing its problems depends on lifestyle

changes, especially through regular physical activity, nutrition and medication

therapy.

The treatment is demanding, complex and holds the individual responsible

for life. There is a wide choice of activities that are important to promote the

participation of patients and their families in the management of their own disease.

This group of activities is called patient education.

The way the disease is accepted and also the social and cultural context

influence motivation to acquire new knowledge. However, there are various types

of barriers to behavioral changes.

There are various types of patient education for a DM type 2 patient, such

as: individual appointments; module/group appointments; carbohydrate count;

practical visualization with the support of images and hands – quantification scale.

For such, the nutritionist must be a dynamic and creative professional.

Keywords: Diabetes Mellitus, Nutrition, Patient Education

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Ana Branco|2009

Um problema emergente

A Diabetes Mellitus (DM) é reconhecida como um problema de saúde pública

mundial de magnitude crescente, devido ao número de pessoas afectadas e pelas

implicações socio-económicas que determinam o controlo e o tratamento da

doença e suas complicações.(1, 2) Os dados actuais são muito preocupantes,

principalmente pelo facto de que as pessoas desconhecem que possuem a

doença, pois a DM pode evoluir sem sintomatologia, sendo apenas diagnosticada

quando aparece alguma das suas complicações.(2)

Estima-se que no ano 2000 existissem em Portugal mais de 500 mil

pessoas com DM, prevendo-se que no ano de 2025 o número se eleve para mais

de 700 mil. (3)

Muito além das previsões, o número de casos de DM está a aumentar

drasticamente, prova disso é que em 2008, Portugal já apresentava mais de 600

mil pessoas com a doença. (Tabela 1 e Gráfico 1).(4, 5)

Nº de Diabéticos em Portugal

Homens 298197

Mulheres 388118

Total 686315

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Tabela 1: Instituto nacional de Estatística (INE) - estimativa de população média para 2005, em 29

de Maio de 2008 foi feita a última actualização

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O que é a Diabetes Mellitus

A DM é uma doença metabólica, caracterizada por níveis elevados de

glicemia, resultantes de alterações na secreção, ou na acção da insulina ou em

ambos, provocando distúrbios no metabolismo dos hidratos de carbono (HC),

proteínas e gordura.(6, 7)

Existem vários tipos de DM, nomeadamente a DM tipo1, DM tipo 2, DM

gestacional, entre outros.

A DM tipo 1 surge habitualmente na infância e no início da idade adulta. É

causada por uma destruição auto-imune das células β, provocando uma

deficiência absoluta de insulina. (7)

A DM tipo 2 é responsável por 90 a 95% dos casos de diagnóstico de DM.

É caracterizada por distúrbios na acção e/ou produção de insulina, mas

permanecem desconhecidas as causas para o surgimento destas alterações (7, 8).

As evidências epidemiológicas descreviam a DM tipo 2 como sendo a mais

comum no grupo etário dos 40 aos 50 anos. Actualmente, devido ao actual estilo

de vida e ao sedentarismo que contribuem para o aparecimento da obesidade

Gráfico 1: INE - percentagens com base nas estimativas de população média para 2005, em 31 de Dezembro de 2008 foi feita a última actualização

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(epidemia do século XXI), tornou-se uma patologia frequente em adolescentes e

jovens adultos. (8)

A obesidade é a causa de DM tipo 2 mais frequente. Os maus hábitos

alimentares, associados ao sedentarismo, são os factores de risco que mais

contribuem para este tipo de DM. Os factores externos não motivam para a

adopção de hábitos e estilos de vida saudáveis,(9) contribuindo para um aumento

crescente da obesidade. Outros factores como a má-nutrição, a pancreatite e

alguns fármacos (ácido nicotínico e glucocorticoídes) também podem induzir a

DM tipo 2. (7)

Vários são os sintomas da DM podendo destacar-se a poliúria, a polidipsia,

a astenia, tonturas, visão turva e perda de peso.

A DM está associada a complicações agudas como a cetoacidose, a

hiperosmolaridade e a hipoglicemia, bem como com lesões a longo prazo

destacando-se a nefropatia, a retinopatia e a neuropatia.

O controlo da doença e a prevenção das suas complicações (10) dependem

de modificações do estilo de vida, principalmente através da actividade física

regular e da alimentação. (10)

A actividade física regular melhora a sensibilidade periférica à insulina e a

tolerância à glicose sanguínea, que contribuem para um melhor controlo

metabólico, no melhor funcionamento do sistema cardiovascular e no bem-estar

físico e mental, (6) bem como no cumprimento farmacológico.

Assim, pode-se dizer que a alimentação e a actividade física regular são

numa primeira fase da doença os dois vectores principais no tratamento da DM

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tipo 2. Em doentes com obesidade ou excesso de peso a instituição de uma dieta

hipocalórica é obrigatória, para que se verifique uma diminuição ponderal e do

perímetro da cinta. Perdas modestas de peso (5 a 10% do peso inicial) em

doentes com DM tipo 2, estão associadas a uma melhoria do controlo glicémico,

dos níveis de insulina, da glicemia em jejum, do colesterol HDL e dos

triglicerideos.(11) Contudo, por vezes estas modificações não são suficientes para

se obter um bom controlo glicémico, bem como evitar os factores de risco

associados (dislipidemia, hipertensão arterial, obesidade).

A terapêutica farmacológica, para a DM tipo 2, é:(6) metformina,

sulfonilureias, meglitinidas, inibidores das alfa-glucosidades (acarbose, miglitol,

voglibose), tiazolidinedionas e mais recentemente novos fármacos – Incretinas

(agonistas GLP-1, inibidores da dipeptidil peptidase-4 (DPP-4)), agonistas da

amilina.(12)Quando a utilização dos antidiabéticos orais (ADO) não tem resultados

eficazes no controlo glicémico, inicia-se a insulinoterapia, em exclusivo ou

associada a ADO.

Os objectivos do tratamento nutricional dos indivíduos com DM são

semelhantes aos dos indivíduos não diabéticos. Modificações do estilo de vida

através de uma educação estruturada, da cessação tabágica, da normalização

dos níveis de: glicemia (13), hemoglobina glicosilada, tensionais e do perfil lipídico,

são metas a atingir. Para tal, é necessário ter em conta as necessidades

nutricionais individuais, considerando em simultâneo as preferências pessoais e

culturais de cada doente. (14)

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A DM sendo uma doença crónica, requer educação e cuidados contínuos

ao doente e familiares de modo a que a adaptação às mudanças inerentes à nova

situação clínica possibilite o retardamento das complicações agudas e crónicas.(2)

Alimentação na Diabetes Mellitus

O tratamento nutricional da DM tem vindo a sofrer modificações

importantes ao longo do tempo. Era consenso até 1921 a recomendação do que

se denominava de “regime de fome” ou “inanição”, pois o conhecimento ainda

precário da doença e da sua resposta metabólica aos nutrientes energéticos, não

permitia uma ingestão adequada de nutrientes e de energia.

A partir de 1922, quando houve um aumento da perspectiva de

sobrevivência devido ao aparecimento da insulina exógena e do conhecimento

sobre a doença, a American Diabetes Association (ADA) estabeleceu o aporte

dos macronutrientes em 20% de HC do valor energético total (VET), 10% de

proteínas do VET e 70% de gordura do VET. Como esta conduta favorecia o

desenvolvimento de dislipidemia recomendou-se a redução da quantidade de

gordura para 40%, elevando-se as proteínas para 20% e os HC para 40%. Por

duas décadas foi essa a conduta nutricional adoptada pela maioria das

instituições de vários países até 1971, quando a ADA preconizou 45% de HC e

35% de gordura, mantendo-se as proteínas com 20%. (15) Até aos dias de hoje

estas recomendações foram sendo alteradas.

Actualmente preconiza-se 50 a 60% do VET(16) sob a forma de HC de

preferência de baixo índice glicémico (IG). (17) O IG constitui uma aproximação à

classificação dos alimentos ricos em HC, comparando o efeito glicémico

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(expresso como a área aumentada de baixo da curva após a refeição) do peso

dos HC em alimentos individuais. (18) Da percentagem de HC ingeridos uma parte

deve ser fornecida sob a forma de fibra alimentar, sendo a sua ingestão de pelo

menos 14g/1000Kcal por dia.

Polissacarídeos não amiláceos ou fibra alimentar têm demonstrado atrasar

a absorção dos HC após uma refeição e, assim diminuem a resposta da insulina a

outros HC. (19)

Actualmente, a ADA recomenda a ingestão de alimentos que contêm HC

como grãos, frutas, produtos hortícolas e com baixo teor de gordura, como parte

integrante de uma dieta saudável para pessoas com DM.

Contudo, em diversos estudos, encontrou-se uma associação mais forte da

fibra dos cereais do que da fibra proveniente de outras fontes como por exemplo,

frutas e legumes.(19)

A ADA afirma que pessoas com DM deveriam considerar a quantidade total

de HC nas refeições como mais importante para o controlo da glicemia do que a

sua fonte ou tipo.

A percentagem de gordura total deve ser inferior a 30%, sendo a

contribuição dos ácidos gordos saturados inferior a 7% e a dos ácidos gordos

polinsaturados e monoinsaturados de 10% cada do VET.(16, 19)

As gorduras polinsaturadas e monoinsaturadas parecem ser benéficas

sobre a acção da insulina, enquanto que as gorduras saturadas e uma

alimentação com elevado teor de gordura total, parecem diminuir a sensibilidade à

insulina.(19)

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A recomendação do teor proteico para indivíduos com DM e com uma

função renal normal é a mesma que para os indivíduos não diabéticos. A

recomendação preconiza 15 a 20%. (20, 21)

A ADA aconselha a redução da ingestão proteica para 0,8 a 1g/Kg peso/dia

em diabéticos com doença renal em fase inicial.(20)

O consumo de álcool pode causar tanto uma diminuição como um aumento

da glicemia, dependendo da quantidade ingerida e do tipo de alimentos que

acompanham a sua ingestão. A ADA recomenda que nos adultos a ingestão

diária seja limitada a 1 bebida padrão ou menos para a mulher e 2 ou menos para

o homem (1 bebida padrão corresponde a 17g de etanol). (20, 22)

O VET deve ser adaptado ao sexo, à idade, ao índice de massa corporal, à

actividade laboral e extra-profissional, à medicação e à existência ou não de

factores de risco.

Educação Alimentar na Diabetes Mellitus tipo 2

O tratamento da DM tipo 2 é exigente, complexo e responsabiliza a pessoa

para toda a vida.

Pretende-se que, o indivíduo com DM se envolva no tratamento e adquira

competências para assumir um papel activo na gestão da sua doença. É

necessário que tome decisões relacionadas com as tarefas do seu dia-a-dia e que

alcance o equilíbrio entre uma multiplicidade de comportamentos de auto-

cuidados quotidianos.(23)

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A colaboração da família é um pilar fundamental no apoio ao doente

diabético, uma vez que pode e deve contribuir para a adopção de estratégias

conducentes a comportamentos saudáveis.

Existe um conjunto vasto de actividades que são importantes para melhorar

a participação dos doentes e das suas famílias na gestão da doença.(24) A esse

conjunto de actividades deu-se o nome de educação terapêutica.

A educação terapêutica pode ser definida como “um processo por etapas”,

compreendendo um conjunto de actividades organizadas de sensibilização,

informação, formação, apoio psicológico e social (25). As actividades são geridas

por profissionais de saúde treinados na área da educação, construídas para

ajudar o doente (ou grupos de doentes e suas famílias) a gerir o seu tratamento e

a prevenir as complicações, enquanto mantêm ou melhoram a sua qualidade de

vida (24), favorecendo a sua autonomia. (25) Ou seja, permite-lhes obter um

crescente controlo sob a sua doença.(13)

A educação depende geralmente de uma equipa multidisciplinar que,

contribui para uma intervenção ajustada à diversidade de problemas que a DM

apresenta. (26)

Alguns estudos apontam a educação terapêutica como um elemento

essencial para a obtenção de um controlo metabólico mais eficaz. Assim, pode-se

afirmar que este tipo de intervenção é essencial no combate evolutivo da doença

e suas complicações.(26, 27)

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Na educação são utilizados programas estruturados que fornecem

informações no que respeita à alimentação, à actividade física regular e à

terapêutica farmacológica, permitindo a aquisição de competências de gestão da

doença. (13)

Uma alteração nos hábitos alimentares não é fácil para a maioria das

pessoas, por isso os doentes devem ser incentivados a falar livremente sobre as

dificuldades sentidas no cumprimento das regras alimentares.(6)

Vários hospitais demonstraram os benefícios da educação do doente na

redução do período de internamento. Esta diminui a ansiedade dos doentes com

DM, aumenta a sua satisfação e melhora a eficácia dos cuidados de saúde.(28)

A intervenção não pode ser pontual dado que desaparece com o tempo. O

programa de educação deve ser reforçado com alguma periodicidade e a

estrutura das intervenções deve ser alterada de modo a evitar a monotonia. Para

além de se reforçar o que é explicado anteriormente, é importante introduzir

conceitos inovadores.(1)

Atendendo a que a DM é uma doença crónica, os programas de educação

com vista à aprendizagem de competências e de comportamentos saudáveis são

necessários para viver, retardar as complicações e aumentar a autonomia,

permitindo assim integrar esta doença no quotidiano. (29)

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Factores que influenciam o sucesso da Educação Terapêutica

O grau de aceitação da doença, bem como o contexto socio-cultural

influenciam a motivação para a aquisição de novos conhecimentos.

A sociedade, mas principalmente a família, é o maior suporte para o

controlo e prevenção das complicações da doença. O conhecimento da doença

torna-se, portanto uma ferramenta essencial tanto para os doentes diabéticos

como para os seus familiares. No entanto, existem algumas barreiras às

mudanças comportamentais (10), tais como: cognitivas (por exemplo crenças de

que o tratamento não é efectivo); emocionais (baixa auto-estima e motivação);

sociais (falta de apoio familiar); económicas (baixos recursos económicos); e meio

envolvente.(30)

O grau de literacia é uma das barreiras na educação e auto-controlo da

DM. No entanto, alguns estudos apontam para uma minimização desta barreira

quando são utilizadas ferramentas educativas adequadas à população alvo. (31)

Os hábitos alimentares da família poderão ser um entrave para a

concretização dos objectivos traçados no tratamento nutricional do doente

diabético.(10, 32) O técnico de saúde responsável pela educação alimentar deverá

agir sempre como um facilitador, uma vez que tem por obrigação ajudar na

identificação e resolução do problema, dando novas alternativas.(30)

A tarefa dos profissionais de saúde envolvidos na educação terapêutica é a

de “descobrir” os métodos de ensino mais eficazes para os diferentes tipos de

doentes.

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Após o diagnóstico de DM, os doentes têm geralmente elevados níveis de

depressão e ansiedade. (8) O estado depressivo associa-se a uma baixa adesão

ao tratamento de qualquer patologia, nomeadamente na DM, com aumento das

comorbilidades associadas.(33) É também considerado que essa prevalência é

muito mais elevada nas mulheres do que nos homens.(8)

Quando existe motivação intrínseca, os indivíduos são autónomos, verifica-

se uma maior predisposição para a interiorização/concretização de conceitos

apreendidos na terapêutica educacional. Estas pessoas não necessitam de

receber um estímulo, fazem-no pelo prazer que a actividade de aprendizagem

oferece. Em contraste, quando são controlados sentem-se pressionados -

envolvem-se numa actividade sem prazer/vontade na aprendizagem ".

A motivação autónoma tem sido relacionada com maiores sucessos na

mudança e manutenção de comportamentos, enquanto que a motivação

controlada tem demonstrado uma relação adversa à iniciação de comportamentos

e manutenção dos mesmos.(34)

Quem proporciona os cuidados de saúde deve estabelecer um

relacionamento de autonomia com os doentes, isto é, ter em conta as suas

perspectivas, escolhas e necessidades, o que estimula a autonomia e a

competência. As pessoas consideram-se competentes e motivadas quando se

sentem capazes de controlar um resultado importante.

Saber gerir a doença tem sido positivamente associado com o controlo

glicémico e negativamente associado com a ansiedade e a depressão.(8)

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Smari e Valtysdottir(8) também demonstraram que enfrentar o problema

está associado com níveis de glicemia normais, indicativos de uma melhor

adaptação. Inversamente, os indivíduos que se focam mais na emoção estão

mais susceptíveis à ansiedade, à depressão e a um pior controlo glicémico.

Eisenberg (1992)(8) constatou que tratar a depressão através da terapia é

eficaz para indivíduos com DM, deste modo eles podem readquirir confiança e

competências para o controlo da doença, levando à melhoria da qualidade de

vida, inserção social e funcionamento fisiológico.

Com tudo isto, pode-se concluir que a motivação autónoma ajuda a aceitar

a doença, permitindo uma melhor adesão ao tratamento e um melhor controlo

metabólico.(23)

Vários estudos têm demonstrado a associação entre a DM e o potencial

risco de desenvolvimento de demência e declínio cognitivo. Um estudo realizado

por Arvantakis et al em 882 indivíduos idosos, avaliou a relação entre DM tipo 2 e

o nível da função cognitiva concluindo que esta está associada ao dano cognitivo,

especialmente ao nível da memória semântica e da rapidez de percepção (35).

Este estudo é apoiado por outros mais recentes como um realizado em 2008, no

qual se verificou que a microalbuminuria, uma das consequências do mau

controlo metabólico, era um factor de risco para esse declínio (17, 36)

A ingestão de uma refeição de baixo IG, comparativamente com uma de

elevado IG influência positivamente a memória verbal, a memória do trabalho, a

função executiva e a atenção selectiva. (37)

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Segundo Papanikolaou et al(37) uma hiperglicemia derivada da ingestão de

uma refeição normal pode ser prejudicial para a performance cognitiva em adultos

com DM tipo 2. Aliás, cada vez é mais claro que picos de glicemia podem ser

prejudiciais para a performance cognitiva em adultos com DM tipo 2.(37)

Especificamente, episódios agudos de hiperglicemia em adultos com DM

tipo 2, associados à ingestão de 50 gramas de HC de elevado IG ou da aplicação

de um clamp de hiperinsulinemia/hiperglicemia resultam numa disfunção cognitiva

transitória. Mesmo as variações normais no grau de hiperglicemia durante o dia

em adultos com DM tipo 2 parecem ter um impacto negativo nas funções

cognitivas. Assim, variações da glicemia em indivíduos com DM tipo 2,

especialmente durante o período pós-prandial, parecem ser de magnitude

suficiente para provocar deterioração da função cognitiva. (37)

De facto, os indivíduos que apresentam os maiores aumentos da glicemia

são os que manifestam os piores resultados de memória após as refeições.

Estes resultados sugerem que adultos com DM tipo 2 são susceptíveis a

pior desempenho cognitivo, especialmente em tarefas mais complexas, após

refeições, que resultam em grandes aumentos da glicose sanguínea. (37) Ou seja,

os diabéticos que têm um pior controlo metabólico, dado que este afecta

negativamente a disponibilidade e/ou a utilização de glicose no cérebro podem ter

maior dificuldade em realizar cognitivamente tarefas exigentes.(38)

Destaca-se por tudo isto, a importância de adoptar estratégias que

minimizem oscilações glicémicas.(37)

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Metodologias da Educação Terapêutica

Os profissionais de saúde sentem-se habitualmente frustrados com a

incapacidade das pessoas em realizar a modificação comportamental necessária

para o controlo efectivo e global da doença. Os doentes, por sua vez, queixam-se

da falta de tempo com o profissional de saúde para discutir as suas dificuldades.

A chave para a solução deste impasse é a educação do doente com DM, como

uma forma essencial de intervenção terapêutica. (39)

Um plano de educação do tipo participativo é melhor do que uma

intervenção tradicional pois esta tem desvantagens, uma vez que se caracteriza

por ser mais informativa do que formativa, na qual a educação é tratada de forma

autoritária.(9) As intervenções educacionais com várias componentes têm

melhores resultados do que as centradas apenas em aspectos específicos da

DM. (13)

As relações no aconselhamento individual parecem ser verticais, ou seja, a

comunicação com os profissionais de saúde é de sentido único, verificando-se

uma hierarquização na qual os técnicos se encontram num patamar superior

relativamente aos doentes. As relações no aconselhamento de grupo, em

contrapartida, aparentam ser horizontais, sendo caracterizadas pela mútua

comunicação e confiança.

Nas relações verticais, a aprendizagem pelo cumprimento e controlo

externo dos doentes leva a acreditar que a capacidade de assumir a

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responsabilidade pela sua doença se torna limitada. Já as relações horizontais

são participativas, de aprendizagem e auto-controlo, o que pode contribuir para

reforçar a ideia de que os doentes possuem a capacidade de influenciar e de

participar activamente no seu tratamento.(40)

Várias são as formas de ensino para um doente com DM tipo 2, tais como:

• Consultas individuais;

• Consultas modulares/em grupo;

• Contagem de hidratos de carbono;

• Visualização prática com imagens intuitivas;

• Mãos – escala de quantificação.

Consultas individuais

As consultas individuais são provavelmente o tipo de ensino mais comum,

dado ser a forma a que mais habituados estão os profissionais de saúde.

O profissional de saúde oferece sensivelmente os mesmos conhecimentos

que nas consultas de grupo. Explica-se aos doentes a composição nutricional dos

alimentos, os equivalentes alimentares, desmistificando-se conceitos pré-

concebidos, bem como regras de alimentação saudável. A prática regular de

actividade física regular é outro aspecto abordado.

Por fim, é elaborado um plano alimentar personalizado.

Uma boa gestão da DM não tem que colocar de lado os prazeres da vida.

Pode ser difícil estabelecer uma rotina que incorpore todos os aspectos dos

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cuidados com a DM, embora muitas pessoas achem que a rotina torna-se

“normal”, uma vez estabelecida. Horários escritos podem ajudar os doentes a

lembrar os pormenores de uma rotina até que eles estejam na memória. É

igualmente importante para gerir cuidadosamente as situações que podem

dificultar o controlo da glicemia, como em dias em que se está doente e em

férias.(22) Assim ensinar individualmente permite que a aprendizagem seja

adaptada às necessidades do doente e possibilita envolvê-lo activamente, o que

facilita a interacção profissional de saúde (nutricionista) – doente. (14)

Mas, nem tudo nesta forma de ensino é positivo. E porquê?

O doente não tem a oportunidade de interagir com outras pessoas que

também possuem DM. (14)

Neste tipo de abordagem, o ensino pode tornar-se exaustivo, e ter o efeito

contrário ao desejado.

A aprendizagem individual pode ser considerada mais dispendiosa que o

ensino realizado em grupo, mas dado que se encontra focada nas necessidades

individuais pode levar a que o tempo de assimilar os conhecimentos fique

diminuído.(14) (Tabela 2)

Vantagens Desvantagens

Personalizada Não há oportunidade de partilhar com outros DM

Baseia-se nas necessidades individuais O profissional de saúde pode transmitir informação

em demasia

Envolve activamente o doente Mais dispendioso

Estabelece metas individuais

Facilita a interacção (profissional de saúde –

doente)

Tabela 2: Resumo de vantagens e desvantagens das consultas individuais

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Consultas modulares/grupo

Realizar educação terapêutica em grupo assume cada vez mais um papel

relevante, dado que as orientações para a educação terapêutica na DM

recomendam que, sempre que possível, as sessões de grupo sejam preferíveis. A

educação de grupo atribui mais responsabilidade ao doente para dar as

informações de avaliação necessárias, avaliar resultados e decidir sobre as

mudanças da terapia. (6)

A duração média das sessões é de 60 a 90 minutos e, não deve

ultrapassar as 10/15 pessoas. O número ideal para o grupo ainda não é

conhecido, contudo se os grupos forem muito grandes limita as possibilidades de

interacção e requer mais tempo de ensino. Assim a eficácia da intervenção torna-

se mais reduzida.(41)

Os temas apresentados nestas reuniões obedecem a um plano

educacional previamente definido e adaptado ao grupo. Alimentação saudável e

estilo de vida são parte integrante destas reuniões. Conceitos básicos sobre

diferentes nutrientes (a sua digestão e absorção); a importância dos diferentes

HC, na resposta glicémica; os equivalentes alimentares e as regras básicas de

alimentação saudável, como por exemplo, o número de refeições diárias, o

método de confecção e a importância da hidratação; a leitura dos rótulos e

informação quanto a alimentos específicos para determinadas patologias, são

temas também abordados. Por fim, não podendo deixar esquecida a actividade

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física, devido à sua importância, explica-se como os doentes devem actuar antes

da sua prática.

A eficácia da educação em grupo é semelhante à efectuada

individualmente, no entanto o êxito da educação realizada em grupo leva a que a

sua continuação seja considerada tanto em termos de ensino como de custo-

eficácia.(41)

As sessões em grupo têm também grandes benefícios, pois permitem que

os doentes tenham mais autonomia, sejam mais responsáveis, proporcionando-

lhes um intercâmbio de experiências com outros doentes.(14) Por fim, é melhor em

termos de tempo e custo.(14)

Para os diabéticos, o apoio emocional obtido a partir das reuniões em

grupo é superior à aquisição do conhecimento e capacitação para o controlo da

doença.(10)

Como em tudo, as sessões em grupo possuem as suas limitações. Quem

faz as sessões tem de ser experiente para que nenhuma pessoa do grupo domine

a discussão nem que apenas o educador fale. As pessoas podem não se sentir

confortáveis para falar em grupo, existe mesmo aquelas que não participam

activamente e determinados assuntos são extremamente delicados para serem

abordados em grupo. Além disso, o ensino que não resulta em aprendizagem e

subsequentemente em mudança comportamental não é eficaz em termos de

custo. Apenas o ensino que gera melhores resultados em termos de aquisição de

conhecimentos é vantajoso em relação aos custos.(14)(Tabela 3)

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Vantagens Desvantagens

Possibilidade de partilhar as experiencia

vividas O profissional de saúde tem de ser experiente

Melhor relação custo-eficácia Os doentes podem não se sentir confortáveis

para falar em grupo

Apoio mútuo Alguns doentes não participam activamente

Determinados assuntos podem ser demasiado

delicados para se abordarem em grupo

Em anexo, encontra-se um exemplo possível de uma sessão de grupo

(Anexo 1).

Contagem de hidratos de carbono

Os HC são os nutrientes que mais afectam a glicemia, pois quase 100%

são convertidos em glicose.(16)

A incorporação diária de HC de baixo IG na refeição pode ser uma

estratégia eficaz na auto-gestão da DM.(42)

O objectivo da contagem de HC em doentes com DM tipo 2 é a promoção

de um bom controlo glicémico através da implementação de um padrão de

consumo de HC em todas as refeições.(43)

Estudos demonstram que os HC simples não necessitam de ser excluídos

como no passado. Os HC simples não-refinados, com fibra natural intacta, têm

distintas vantagens sobre as versões altamente refinadas, tal como possuírem um

menor IG.(16)

De todos os macronutrientes, os HC, são os maiores responsáveis pela

glicemia pós-prandial, evidenciando que a prioridade deve ser a quantidade total

Tabela 3: Resumo de vantagens e desvantagens das consultas grupo

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��

de HC, mais do que o seu tipo, como já foi citado. É importante, também, destacar

que os macronutrientes podem estar presentes de maneira combinada nos

alimentos e/ou refeições e, desta forma alterar a sua resposta glicémica.(16)

Contudo, uma vez que se continua a acumular evidências sobre a eficácia

do tipo de HC consumido para a melhoria da glicemia na DM, em 2005 a ADA nas

suas recomendações indicou que a "utilização do IG / carga glicémica (CG)” pode

fornecer um benefício adicional em relação à observada quando o total de HC é

considerado isoladamente.(42)

A CG determina o efeito glicémico total da dieta. Resulta da qualidade e

quantidade de HC e obtém-se através da multiplicação do IG pela quantidade de

HC dos alimentos. Quanto maior a CG, maior a elevação esperada na glicemia e

na resposta insulínica.(44)

Com tudo isto, surge então a pergunta sobre o que na realidade significa

contagem de HC.

Contagem de HC é uma ferramenta de planeamento alimentar usada em

pessoas que têm DM. Centra-se nos HC, como sendo o principal nutriente que

afecta a glicemia pós-prandial. O conceito de contagem de HC tem sido usado

desde a década de 1920, mas recebeu um interesse renovado após ter sido

utilizado como uma das quatro estratégias de abordagem da Diabetes Control and

Complications Trial (DCCT).(45, 46)

Três tipos de contagem de HC foram identificados com base em níveis

crescentes de complexidade. O nível 1, ou básico, introduz o conceito de HC e

permite identificar os alimentos com HC e fazer a distribuição diária/quantidade

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dos HC pelas refeições. O nível 2, ou intermédio, foca as relações entre os

alimentos, a terapêutica medicamentosa, a actividade física regular, os níveis de

glicose no sangue e introduz os passos necessários para gerir estas variáveis,

baseando-se nos padrões de glicemia. O nível 3, ou avançado, foi concebido para

ensinar os doentes com DM tipo 1 que se encontram com um esquema intensivo

de insulina ou com bomba de infusão de insulina.(45, 46) Incide no ajuste entre a

insulina de acção rápida e a quantidade de HC consumida a cada refeição.(45) Ou

seja, no nível 3 utiliza-se o “factor de correcção” ou “factor de sensibilidade”. Para

isso divide-se 1500 pela dose diária total de insulina (DDTI), e o resultado será o

efeito na diminuição da glicemia, em mg/dl, de 1 unidade de insulina rápida. Para

os análogos de insulina ultra-rápida o critério é o mesmo, contudo neste caso

divide-se 1800 pela DDTI. Não podemos esquecer que, a real diminuição da

glicemia de 1 unidade de insulina extra depende de muitos factores, como a

ingestão alimentar e a actividade física regular. Além disso é necessário saber

qual a relação entre a insulina e os HC, por tal realiza-se a regra dos 500, na qual

se divide 500 por DDTI. O resultado é o número de gramas de HC que 1 unidade

de insulina cobre.(17)

Dentro dos 3 níveis de contagem de HC muitos são os métodos que têm

sido utilizados sendo os mais usados a lista de equivalentes (método 1) e a

contagem em gramas de HC (método 2).

No método 1, os alimentos são agrupados para que cada porção de

alimento escolhido pelo doente corresponda a 15g de HC, classificando-os em

grupo de alimentos. Os grupos são formados com base na função nutricional e na

composição química.(16)

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A lista de equivalentes, permite substituir os alimentos uns pelos outros e

classifica-os em categorias e porções baseadas em gramas de HC. Usar a lista

de equivalentes no plano alimentar facilita a contagem de HC.

A lista de equivalentes varia de país para país, por exemplo, no Brasil, a

Sociedade Brasileira de Diabetologia considera que 1 dose de vegetais possui 5 g

de HC (16), enquanto que para a Canadian Diabetes Association não apresenta

HC. (47)

O método 2 consiste em somar as gramas de HC de cada alimento por

refeição, obtendo-se as informações em tabelas e rótulos. Pode-se, de acordo

com a preferência do doente e com os HC predefinidos por refeição, utilizar

qualquer alimento (Tabela 4). É importante lembrar que o peso do alimento (em

gramas) é diferente da quantidade total (em gramas) de HC existentes no

alimento. Por exemplo um alimento pode pesar 250g e conter apenas 15g de HC.

(16)

Alimento HC (g)

3 colheres de sopa rasas de arroz 15

1 bife pequeno (90 g) 0

3 chávenas almoçadeiras de legumes 30

1 peça de fruta 10

Total 55

Após definidas as necessidades nutricionais do doente, calcula-se a

quantidade de HC em gramas ou através da lista de equivalentes alimentares.

Tabela 4: Quantidade de hidratos de carbono por refeição

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��

Por exemplo, se um doente necessita de 1800Kcal e 50% são HC então

ele necessita de 225 g de HC durante todo o dia. Se considerarmos um pequeno-

almoço constituído por 1 chávena almoçadeira de leite (240ml) meio gordo, sem

açúcar e 1 pão observa-se pequenas diferenças entre os dois métodos (Tabela

5). No método 1 obteve-se 3 doses, logo é 3 x 15 que dá um total de 45g. Já no

método 2 apenas obtivemos 42 g.

Embora existam algumas diferenças entre os métodos o mais importante é

o sucesso do tratamento, independentemente do método utilizado.

Alimento Trocas de HC HC (g)

240 ml de leite meio gordo 1 12

1 pão 2 30

Total 3 42

Visualização prática com imagens intuitivas

O sucesso da aprendizagem prende-se à grande necessidade de esta ser

adequada à população alvo.

Muitos doentes podem não saber ler correctamente ou até mesmo não o

saber fazer. Por tal, é necessário adaptar a educação às necessidades deles. É

de grande relevância pensar-se no público-alvo dado que quem tem dificuldades

em ler:

• Não consegue adequar o que aprendeu a determinadas situações;

• Lê uma palavra de cada vez. Se as frases forem muito extensas, no fim os

doentes não se recordam do que leram no inicio;

• Rejeita palavras que são pouco frequentes no seu vocabulário;

Tabela 5: Comparação entre os métodos 1 e 2

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��

• Dificilmente percebe alguns termos técnicos habitualmente utilizados pelos

profissionais de saúde.(14) Por exemplo quando se fala em aves é importante

que fique esclarecido que o frango pertence a essa categoria, um iogurte

sólido são os que se consomem com colher.

Por todas as dificuldades enumeradas, as palavras devem ser pequenas

(sempre que possível com menos de três sílabas) e os textos não serem

demasiado longos. (14)

E como diz o velho ditado “ Uma imagem vale por mil palavras”.

Assim, uma fotografia é a forma mais simples e rápida de transmitir

conhecimentos sobre alimentação às pessoas com DM tipo 2. Através de

imagens torna-se possível compreenderem realmente quais os alimentos que

podem ser equivalentes entre si.

Este método de ensino não se ajusta apenas para as pessoas que não

sabem ler ou com dificuldades de leitura. A todas as pessoas seria importante e

benéfico visualizarem o que o profissional de saúde explica em vez de apenas o

ouvirem.

Em anexo encontram-se imagens dos equivalentes alimentares e de

exemplos de possíveis pequenos-almoços/merendas. Neste anexo é fácil de

perceber que uma imagem é muito mais realista do que todas as palavras que

possam ser ditas. (Anexo 2)

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Mãos – escala de quantificação

Nem sempre existe ao nosso dispor fotografias para mostrar aos doentes

com baixa literacia a quantidade a ingerir em cada refeição. Assim, há a

necessidade de nos adaptarmos e arranjarmos outras formas de lhes transmitir

algum conhecimento de modo a que estes compreendam.

Uma forma simples e fácil é através das nossas próprias mãos:

Hidratos de carbono � a quantidade a ingerir

deve ser igual ao tamanho dos dois punhos

quando nos referimos ao grupo dos cereais e

do tamanho de um punho para o grupo da

fruta.(48)

Proteínas � a quantidade a ingerir deve ser

equivalente à palma da mão e da espessura

do dedo mindinho.(48)

Hortícolas � a quantidade a ingerir deve ser

igual à que é possível agarrar com as duas

mãos.(48)

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Gordura � a quantidade de gordura a ingerir

deve estar limitada ao tamanho da ponta do

polegar.(48)

Distribuição no prato dos alimentos

Proteínas

Hidratos de

carbono

Hortícolas

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Análise crítica e conclusões

Muitos são os factores que influenciam a nossa vida. A nossa sociedade, a

nossa cultura, as nossas crenças e até a nossa alimentação define quem e como

somos.

Os indivíduos diabéticos bem como a sua família têm de saber lidar com

toda essa pressão de modo a permitir que tudo o que rodeia o doente lhe

possibilite ter uma vida normal.

Para tal, o Nutricionista é muito importante, pois vai demonstrar ao doente

com DM e à sua família que ele não é uma pessoa diferente, e que tem apenas

que aprender a fazer uma alimentação saudável. Assim, na educação do doente

com DM o Nutricionista é indispensável. Este vai desmistificar falsos conceitos e

explicar como pode realizar correctamente as refeições bem como agir quando se

encontra numa situação diferente do seu dia-a-dia.

Todos os tipos de educação apresentam vantagens, desde que

direccionados para a população certa. A escolha da metodologia a utilizar deve

ter em conta quer a motivação do doente/família, quer os objectivos traçados. O

mesmo diabético pode ser submetido a várias metodologias de ensino, o que é

definido pelos objectivos alcançados.

Tendo em conta, a necessidade de especificidade, urge criar grupos

profissionais multidisciplinares treinados nas diferentes vertentes da educação do

diabético, para que o domínio técnico mais alargado e aprofundado, de forma a

facilitar a transmissão e percepção da mensagem.

Uma área, que poderia e deveria ser desenvolvida, é a criação de

workshops destinados a doentes com DM e seus familiares, nos quais seriam

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utilizados alimentos reais. Tais podem ser utilizados para a noção de equivalente

alimentar ou para a contagem de HC.

Em suma, o Nutricionista tem que ser um profissional dinâmico e criativo na

adopção de estratégias de ensino com vista ao cumprimento da terapia nutricional

delineada.

É obvio que também não posso deixar de referir que na minha opinião

deveriam ser feitos mais estudos nesta área.

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Ana Branco|2009 �

��

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� � FCNAUP - Monografia�

Ana Branco|2009 �

��

Índice de anexos

Anexo 1 – Sessão de grupo………………………………………………...…………a1

Anexo 2 – Equivalentes Alimentares…………………………………………………a7

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Anexo 1 – Sessão de grupo

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Alimentação e a

Diabetes

Doença caracterizada por um aumento da

quantidade de açúcar (glicose) no sangue

O que é a diabetes

• Glicemia normal;

• Peso normal;

• Diminuir as complicações agudas e crónicas;

• Controlar o colesterol, os triglicerídeos e a hipertensão

arterial.

Objectivos do tratamento nutricional

Normal

Glicose em jejum (mg/dL) < 100

Glicose pós prandial (mg/dL) < 140

Colesterol total (mg/dL) < 200

Colesterol HDL (mg/dL) > 45 (Homens), > 55 (Mulheres)

Colesterol LDL (mg/dL) < 100

Pressão arterial (mmHg) < 130 (sistólica), < 80 (diastólica)

Valores pretendidos

Medicação/insulina

Tratamento da diabetes

• Tomar sempre o pequeno almoço;

• Não saltar refeições;

• Variar o método de confecção;

• Sopa no inicio da refeição;

• Respeitar a roda dos alimentos;

• Não comer fruta isoladamente;

• Diminuir consumo de sal, açúcar e gorduras;

• Beber 1,5 a 2 l de água;

• Respeitar os equivalentes.

Regras para uma alimentação saudável

a4 FCNAUP - Monografia ��

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Regras para uma alimentação saudável

Comer em intervalos de 3 a 3:30 horas

Fazer 5 a 6 refeições por dia

• Cozidos;

• Grelhados;

• Assados com pouca gordura;

• Estufados;

• Entre outros.

• Evitar os fritos e/ou confecções com elevado teor de gordura

Regras para uma alimentação saudável

• Saciante;

• Fácil digestão;

• Rica em vitaminas e minerais;

• Rica em fibras;

• Para todos os gostos;

• Benéfica para a saúde.

Regras para uma alimentação saudável

• Completa;

• Equilibrada;

• Variada;

• Adequada às necessidades de cada um.

Regras para uma alimentação saudável

Evitar:

• Açúcar;

• Mel;

• Doces;

• Refrigerantes;

• Fritos;

• Molhos;

• Etc.

Regras para uma alimentação saudável

Equivalentes

FCNAUP - Monografia a5 ��

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1 dose de pão = 15 g de H.C.

1 dose de leite = 12 g de H.C.

1 dose de fruta = 10 g de H.C.

a6 FCNAUP - Monografia ��

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Pequeno almoço/lanche1 doses de pão e 1 dose de leite

2 doses de pão e 1 dose de leite

2 doses de pão com 1 fatia de queijo/ fiambre e 1 dose de leite

1 dose de pão com 1 fatia de queijo/ fiambre e 1 dose de leite

2 doses de pão e 1 dose de fruta

1 dose de pão e 1 dose de fruta

2 doses de pão com 1 fatia de queijo/ fiambre e 1 dose de fruta

1 dose de pão com 1 fatia de queijo/ fiambre e 1 dose de fruta

FCNAUP - Monografia a7 ��

Ana Branco|2009 �

Anexo 2 – Equivalentes Alimentares

a8 FCNAUP - Monografia ��

Ana Branco|2009 �

FCNAUP - Monografia a9 ��

Ana Branco|2009 �

Equivalentes Alimentares

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1 dose de pão = 15 g de H.C.

a10 FCNAUP - Monografia ��

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1 dose de leite = 12 g de H.C.�

1 dose de fruta = 10 g de H.C.

FCNAUP - Monografia a11 ��

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Exemplos de possíveis pequenos-almoços/merendas através das trocas

permitidas

1 dose de pão e 1 dose de leite

2 doses de pão e 1 dose de leite

1 dose de pão com 1 fatia de queijo/ fiambre e 1 dose de leite

a12 FCNAUP - Monografia ��

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2 doses de pão com 1 fatia de queijo/ fiambre e 1 dose de leite

1 dose de pão e 1 dose de fruta

2 doses de pão e 1 dose de fruta

1 dose de pão com 1 fatia de queijo/ fiambre e 1 dose de fruta

2 doses de pão com 1 fatia de queijo/ fiambre e 1 dose de fruta