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 1 Universidade Federal de Campina Grande - UFCG Unidade Acadêmica de Engenharia Química - UAEQ Professor: André Luiz Fiquene de Brito , D r .  Curso de Especialização em Gestão na Indústria Sucroalcooleira  Módulo: VI I  Responsável : P ro f. An d ré Lui z Fi q ue n e d e Br i to 1  , Dr .  Carga Horária:  45ho ras  Período : 1 5/ 01/2010a13/02/20 1 0 Patrocinador Apoio Realização 1  Doutor em Engenharia Ambiental pela UFSC. Professor Adjunto II da UFCG.  Disciplina: Gestão Ambiental da Cadeia Produtiva da Cana de Açúcar

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Universidade Federal de Campina Grande - UFCG

Unidade Acadêmica de Engenharia Química - UAEQ

Professor: André Lu iz Fiquene de Brito,D r .  

Curso de Especialização em Gestão na IndústriaSucroalcooleira 

Módulo: VII  

Responsável: Prof. André Luiz Fiquene de Brito1 , Dr. Carga Horária: 45 horas 

Período : 15/01/2010 a 13/02/2010  

Patrocinador Apoio Realização

1 Doutor em Engenharia Ambiental pela UFSC. Professor Adjunto II da UFCG.  

Disciplina:Gestão Ambiental da Cadeia Produtiva da Cana de Açúcar

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SUMÁRIO

SUMÁRIO ...............................................................................................................................2 

LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................4 

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................4 

PRE-TESTE DO MÓDULO VII...........................................................................................5 

CAPÍTULO 1 ..........................................................................................................................6 

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................6 

CAPÍTULO 2 ..........................................................................................................................7 

2. INDÚSTRIA SUCRO ALCOOLEIRA: POLUIÇÃO E CADEIA PRODUTIVA DACANA DE AÇÚCAR ..............................................................................................................7 

CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................10 

3. GESTÃO AMBIENTAL ..................................................................................................10 

3.1. Conceitos iniciais............................................................................................................10 

3.2. Gestão Ambiental – ISO 14000 e 14001 .......................................................................12 

3.2.1. Normas da Série ISO 14000 .....................................................................................13 

3.2.2. Enfoque Organizacional: SGA (ABNT NBR ISO 14.001: 2004) ............................16 

3.3. Roteiro de Implantação do SGA e Elaboração do SGA.............................................19 

3.3.1. Roteiro de Implantação de um SGA (ISO 14.001) ...................................................19 

3.3.2. Elaboração do Plano de Gestão - SGA .....................................................................26 

CAPÍTULO 4 ........................................................................................................................27 

4. AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA – ISO 14.040 ......................................................27 

4.1. FASES DA ACV ............................................................................................................27 

4.1.1. Objetivo e Escopo .....................................................................................................28 

4.1.2. Análise do Inventário ................................................................................................31 

4.1.3. Avaliação de Impactos ..............................................................................................32 

II - Problemas ambientais ...................................................................................................34 

4.1.4. Interpretação dos Resultados ....................................................................................35 

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CAPÍTULO 5 ........................................................................................................................37 

5. ANÁLISE MULTICRITÉRIO: FERRAMENTA DE APOIO NA ACV....................37 

5.1. Conceitos Elementares ..................................................................................................37 

5.2. Princípios básicos de análise multicritério ..................................................................38 

5.3. Agregação dos critérios. ................................................................................................39 

5.4. Métodos Multicritério – Abordagem Multi Atributo .................................................39 

CAPÍTULO 6 ........................................................................................................................44 

6. ESTUDO DE CASO: INDÚSTRIA SUCRO ALCOOLEIRA .....................................44 

6.1. Avaliação do Perfil: 1ª Etapa ........................................................................................45 

6.2. Avaliação do Produto: 2ª Etapa ...................................................................................46 

6.3. Plano de Gestão Ambiental ...........................................................................................51 

6.3.1. Roteiro de implantação de um SGA (ISO 14.001) ...................................................51 

6.3.2. Elaboração do Plano de Gestão: SGA (ISO 14.001) ................................................54 

REFERENCIAS....................................................................................................................57 

RESPOSTA DO PRE-TESTE DO MODOLO VII ...........................................................58 

PÓS-TESTE DO MODOLO VI ..........................................................................................60 

CURRICULUM VITAE RESUMIDO DO AUTOR .........................................................62 

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Etapas de gestão ambiental ........................................................................................ 11  

Figura 2. Comitês e subcomitês técnicos .................................................................................. 12 

Figura 3. Estrutura da gestão ambiental .................................................................................... 12  

Figura 4. Exemplo de Implantação de um SGA ........................................................................ 19  

Figura 5 - Representação esquemática de balanço de massa........ ......... ......... ........ ......... ........ ... 20 

Figura 6 - Sistema conservativo em equilíbrio. ............. ......... ........ ......... ........ ......... ........ ......... 21 

Figura 7 - Exemplo 1................................................................................................................ 22  

Figura 8. Fases da ACV ........................................................................................................... 28 

Figura 9. Sistema relacionado ao produto e sua vizinhança ........ ......... ........ ......... ........ ......... .... 30 

Figura 10. Etapas operacionais ................................................................................................. 31  

Figura 11 - Roteiro de implantação do sistema de gestão ........ ......... ........ ......... ........ ......... ....... 51 

Figura 12 - Produção de etanol a partir da cana-de-açúcar: ........ ......... ........ ......... ........ ......... .... 60 

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Principais componentes para elaboração de um plano de gestão - SGA ........... ......... . 26 

Tabela 2 - Potencial de aquecimento global em um horizonte de 100 anos........ ........ ......... ....... 34 

Tabela 3 - Potencial de acidificação equivalente (PAE) .............. ......... ......... ........ ......... ........ ... 34 

Tabela 4 - Potencial de redução da camada de ozônio......... ........ ......... ......... ........ ......... ........ ... 35 

Tabela 5. Matriz de avaliação multicritério ........ ........ ......... ........ ......... ......... ........ ......... ........ ... 40 

Tabela 6 - Dados iniciais: Mudança de Sensibilidade....... ......... ........ ......... ........ ......... ........ ...... 42 

Tabela 7. Dados modificados: Mudança de escala .......... ........ ......... ........ ......... ........ ......... ....... 42 

Tabela 8. Dados iniciais – Mudança de escala .......................................................................... 42  

Tabela 9. Primeiro conjunto de dados ....................................................................................... 43 

Tabela 10 . Segundo conjunto de dados .................................................................................... 43 

Tabela 11 - Inventário para a produção de 1 L de Álcool ........ ......... ........ ......... ........ ......... ....... 47 

Tabela 12 - Plano de Ação........................................................................................................ 54 

Tabela 13 – Dados para 03 processos de produção de álcool......... ........ ......... ........ ......... ......... . 61 

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO NA INDÚSTRIASUCROALCOOLEIRA

PRE-TESTE DO MÓDULO VII

Professor Responsável:  Dr. André Luiz Fiquene de Brito 

1)  Quais os principais aspectos positivos da indústria sucroalcooleira brasileira?

2)  Quais as oportunidades tecnológicas que o setor sucroalcooleiro pode apresentarcom Protocolo de Kyoto? Por que a redução de CO2 pode contribuir para reduçãoda poluição?

3)  O que é ISO - International Standardization Organization?

4)  Qual o objetivo central da série de normas ISO 14000?

5)  Como a gestão ambiental pode ser aplicada no setor sucroalcooleiro?

6)  Cite vantagens da implantação do sistema de gestão ambiental no setor

sucroalcooleiro.

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CAPÍTULO 1

1. INTRODUÇÃO

Este módulo tem como objetivo apresentar e discutir aspectos da gestão ambiental nocontexto da agroindústria sucroalcooleira no Brasil com ênfase no sistema de gestãoambiental.

A agroindústria sucroalcooleira é um dos principais segmentos econômicos a colaborar como dinamismo da economia brasileira neste período inicial do século XXI. Mantémparticipação acima de 30% no mercado internacional de açúcar, com receita de mais de doisbilhões de dólares.

A Gestão ambiental pode ser definida como um sistema que inclui a estruturaorganizacional, atividades de planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos,processos e recursos para desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter apolítica ambiental.

Pode-se afirmar que a gestão ambiental é a forma pela qual a organização se mobiliza,interna e externamente, para a conquista da qualidade ambiental desejada. Ela consiste emum conjunto de medidas que visam ter controle sobre o impacto ambiental de uma atividade.No caso específico do setor sucroalcooleiro, serão abordados os aspectos da geração deresíduos assim como a sua gestão.

Praticamente todos os resíduos da agroindústria canavieira são reaproveitados. A torta defiltro, formada pelo lodo advindo da clarificação do caldo e bagacilho, é muito rica emfósforo e é utilizada como adubo para a lavoura de cana-de-açúcar. A vinhaça, que é osubproduto da produção de álcool, contém elevados teores de potássio, água e outrosnutrientes, sendo utilizada para irrigar e fertilizar o campo.

Este material está dividido em seis capítulos. No capítulo 1, está apresentada uma breveintrodução sobre o tema; no capítulo 2 é apresentado um perfil do setor sucroalcooleiro e nocapítulo 3 uma visão geral da gestão ambiental. No capítulo 4 está apresentada a avaliaçãodo ciclo de vida, como ferramenta de gestão ambiental. Nos capítulos 5 e 6 será mostrado ediscutido a forma de avaliar impactos do setor e apresentar estudo de caso específico do

setor.

Neste contexto, este material pode contribuir para o mlehor entendimento da gestãoambiental no setor sucroalcooleiro, além de contribuir com a formação no Curso deEspecialização em Gestão na Indústria SucroAlcooleira.

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CAPÍTULO 2

2. INDÚSTRIA SUCRO ALCOOLEIRA: POLUIÇÃO E CADEIA PRODUTIVA DACANA DE AÇÚCAR

Praticamente todos os resíduos da agroindústria canavieira são reaproveitados. A torta defiltro, formada pelo lodo advindo da clarificação do caldo e bagacilho, é muito rica emfósforo e é utilizada como adubo para a lavoura de cana-de-açúcar. A vinhaça, que é osubproduto da produção de álcool, contém elevados teores de potássio, água e outrosnutrientes, sendo utilizada para irrigar e fertilizar o campo.

A indústria sucroalcooleira apresenta características positivas e negativas.

•  Aspectos Positivos: 

•  Alto potencial de produção do setor sucroalcooleiro e energético – Usina deenergia;

•  Álcool: combustível de fonte renovável, alternativo, menos poluente que osfósseis durante a combustão, estratégico para o Brasil.

•  Aspectos Negativos:

•  Impactos ambientais negativos: queimada, uso indiscriminado da vinhaça,agrotóxicos, contaminação de aqüíferos, perda de biodiversidade, problemasde saúde etc;

•  Perdas energéticas: queimadas.

 

A cana-de-açúcar é uma planta que pertence ao gênero Saccharum L.. Há pelo menos seisespécies do gênero, sendo a cana-de-açúcar cultivada um híbrido multiespecífico, recebendoa designação Saccharum spp. As espécies de cana-de-açúcar são provenientes do SudesteAsiático. A planta é a principal matéria-prima para a fabricação do açúcar e álcool (etanol).No último capítulo deste material será mostrado um exemplo de como se calcular o impactoambiental da produção do etanol apartir de cana-de-açucar.

É uma planta da família Poaceae, representada pelo milho, sorgo, arroz e muitas outrasgramas. As principais características dessa família são a forma da inflorescência (espiga), ocrescimento do caule em colmos, e as folhas com lâminas de sílica em suas bordas e bainhaaberta.

É uma das culturas agrícolas mais importantes do mundo tropical, gerando centenas demilhares de empregos diretos. É uma importante fonte de renda e desenvolvimento. Ointerior paulista, principal produtor mundial de cana-de-açúcar, é uma das regiões maisdesenvolvidas do Brasil, com elevados índices de desenvolvimento urbano e renda  per capita muito acima da média nacional. Embora o sobredito desenvolvimento não se deva

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exclusivamente ao cultivo dessa gramínea, sendo resultado de uma conjunção histórica deinteresses de capitais privados. Por outro lado, o estabelecimento dessa monocultura emregiões do litoral nordestino brasileiro, desde o século XVI, não garantiu o mesmodesenvolvimento observado para algumas regiões do estado de São Paulo.

A principal característica da indústria canavieira é a expansão através do latifúndio,resultado da alta concentração de terras nas mãos de poucos proprietários, mormenteconseguida através da incorporação de pequenas propriedades, gerando por sua vez êxodorural. Geralmente, as plantações ocupam vastas áreas contíguas, isolando e/ou suprimindo aspoucas reservas de matas restantes, estando muitas vezes ligadas ao desmatamento denascentes ou sobre áreas de mananciais.

Os problemas com as queimadas, praticadas anteriormente ao corte para a retirada das folhassecas, são uma constante nas reclamações de problemas respiratórios nas cidades

circundadas por essa monocultura. Ademais, o retorno social da agroindústria como umtodo, é mais pernicioso que benéfico para a maioria da população.

Em 1993, a mecanização da produção dos canaviais não atingia 0,5% do total da produção.Em 2003, aproximadamente 35% da produção brasileira já era mecanizada. A intensamecanização dos canaviais tem gerado algum atrito político e social. Tem havido grandeperda de empregos no setor, que usa mão-de-obra intensiva e que a princípio não requernenhuma qualificação formal: os chamados bóias-frias. Essa ainda é a única ocupaçãodisponível para populações inteiras no interior do Brasil, mesmo diante dos baixos salários edas péssimas condições de trabalho.

A cana colhida é processada com a retirada do colmo (caule), que é esmagado, liberando ocaldo que é concentrado por fervura, resultando no mel, a partir do qual o açúcar écristalizado, tendo como subproduto o melaço ou mel final. O colmo é às vezes consumidoin natura (mastigado), ou então usado para fazer caldo de cana e rapadura.

O caldo também pode ser utilizado na produção de etanol, através de processo fermentativo,além de bebidas como cachaça ou rum e outras bebidas alcoólicas, enquanto as fibras,principais componentes do bagaço, podem ser usadas como matéria prima para produção de

energia elétrica, através de queima e produção de vapor em caldeiras que tocam turbinas, eetanol, através de hidrólise enzimática ou por outros processos que transformam a celuloseem açucares fermentáveis(NASCIMENTO, 2005).

A agroindústria sucroalcooleira é um dos principais segmentos econômicos a colaborar como dinamismo da economia brasileira neste período inicial do século XXI. Mantémparticipação acima de 30% no mercado internacional de açúcar, com receita de US$2,64bilhões em divisas em 2004. Também possibilitou ao Brasil ser um dos dois países maioresprodutores de álcool, com exportações de 2,2 bilhões de litros em 2004, US$ 520 milhões.

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Na safra 2004/05, a cana-de-açúcar para indústria ocupou 3,52 milhões de hectares em SãoPaulo e produziu 244,5 milhões de toneladas. Isso significa a geração de demanda de 247mil postos de trabalho somente na atividade agrícola, considerando a estimativa de 7,01ocupações a cada 100 hectares, algo equivalente a 23% da população trabalhadora naagricultura paulista em 2004, ou 1,058 milhão de pessoas (BAPTISTELLA, 2005).

O setor conta também, com o surgimento de novo mercado representado pela utilização deálcool na produção de bio-combustivel, em substituição o derivado de petróleo. No futuro,além disso, poderá surgir outro mercado, a viabilizar-se a rota tecnológica que substituiálcool pela gasolina no processo de produção de hidrogênio em células de combustível 

(NASCIMENTO, 2005).

Complementarmente à co-geração de energia via bagaço de cana, ainda pode aproveitar-sedas oportunidades criadas no Protocolo de Kyoto, com o mercado de carbono. É previsto umvolume de negócios em torno de US$110 milhões anuais, à base de US$5 a tonelada decarbono.

A utilização de tecnologia instalada numa planta típica de unidade industrial de tamanhomédio pode aumentar a eficiência da co-geração de energia, chegando a um potencial deprodução de 291 KWh.t-1 de cana e uma redução, em CO2 equivalente, de 151 kg CO2.t-1 decana (MACEDO, 2005).

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CAPÍTULO 3

3. GESTÃO AMBIENTAL

A gestão ambiental na cadeia produtiva da cana de açúcar pode ser entendida, como etapasque visam avaliar ambientalmente a indústria em todo o ciclo produtivo e implantar osistema de gestão ambiental.

A seguir são apresentados alguns conceitos importantes sobre gestão ambiental.

3.1. Conceitos iniciais

Os conceitos estão baseados com Coimbra (1985); ABNT NBR ISO 14.001 (2004) e Soares(2006):

§   Meio-Ambiente: “tudo que envolve” ou o meio no quais os seres vivos se

desenvolvem. Coimbra (1985) define Meio Ambiente como: “o conjunto de elementos

físico-químicos, ecossistemas naturais e sociais em que se insere o homem, individual e

socialmente, num processo de interação que atenda ao desenvolvimento das atividades

humanas, à preservação dos recursos naturais e das características essenciais do entorno,

dentro de padrões de qualidade definidos”.

§  Ecologia: ciência dos ecossistemas estuda as relações dos seres vivos entre si e com

o meio;

§   Avaliação ambiental: avaliação de sistemas baseada fundamentalmente na variável

ambiental, ou seja, para sistemas que cumprem uma mesma função, a avaliação ambiental

consistirá na definição de um conjunto de critérios que agregados convenientemente podem

fornecer uma posição relativa do desempenho ambiental destes sistemas.

§  Poluição: Introdução em um sistema de agentes químicos, físicos ou biológicos em

quantidade suficiente para provocar anomalias do ecossistema considerado ou a deterioração

física de bens materiais.

§  Poluição crônica local: Está associada com pequenas doses localizadas de poluentes,

porém de modo continuado. Ex. lançamento contínuo de efluentes em uma lagoa ou no solo,

exposição contínua a pequenas doses de radioatividade, etc.

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§  Poluição crônica global: Se refere àquelas emissões contínuas cuja repercussão se dá

muito além do ponto emissor. Por exemplo, emissão de gases a efeito estufa, gases que

degradam a camada de ozônio, etc.

§  Poluição acidental (ou aguda): Emissão de uma grande dose de poluente em umcurto intervalo de tempo. Ex, desastre com um petroleiro,

§   Impacto ambiental: Modificação identificável e mensurável, benéfica ou adversa, das

condições ambientais de referência. O impacto ambiental pode ser caracterizado por um

efeito (direto) ou soma de efeitos (diretos e indiretos) com relação a um alvo específico.

§  Gestão ambiental: sistema que inclui a estrutura organizacional, atividades de

planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos paradesenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental.

A gestão ambiental é a forma pela qual a organização se mobiliza, interna e externamente,para a conquista da qualidade ambiental desejada. Ela consiste em um conjunto de medidasque visam ter controle sobre o impacto ambiental de uma atividade. A Figura 1 mostra que agestão inclui a medição, reflexão, planejamento e execução das atividades numa organização(ABNT NBR ISO 14.001, 2004).

Figura 1. Etapas de gestão ambientalFONTE: Soares, 2006.

As estratégias para uma gestão eficiente do meio ambiente incluem as atividades a montantee a jusante do sistema considerado, entre as quais se destacam o consumo de matérias-primas, a produção de resíduos (sólidos, líquidos e gasosos), a modificação do ambientenatural, as perturbações (ruído, temperatura...), emissões eletromagnéticas, radioativas, etc.

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3.2. Gestão Ambiental – ISO 14000 e 14001

O que é ISO? A ISO (International Standardization Organization) é uma organização não

governamental que foi fundada em 1947 e sediada em Genebra na Suíça. É o fórum

internacional de normalização, harmonizando as diversas agências nacionais, em que mais

de 100 membros representantes vários países. O Brasil é representado pela ABNT

(Associação Brasileira de Normas Técnicas).

A estrutura da ISO está apresentada abaixo, com o Comitê Técnico (207) e com vários

subcomitês (SC).

Figura 2. Comitês e subcomitês técnicos

A série ISO 14.000 está voltada para a organização e para o produto, como mostrada abaixo:

Figura 3. Estrutura da gestão ambiental

SC 1

Sistemas

RU

Princípios(França)

Diretrizes(EUA)

SC 2

Auditoria

Holanda

Princípios(Canadá)

Procedimento(EUA)

Qualificação(RU)

Pesquisas(Holanda)

SC 3

Rotulagem

Austrália

Princípios(Suécia)

Reclamações(Canadá)

Diretrizes(EUA)

SC 4

DesempenhoAmbiental

EUA

Genérico(EUA)

Indústria(Noruega)

SC 5

Ciclo de vida

França

Princípios(França)

Inventário(Alemanha)

Inv. Especif.(Japão)

Aval. Impacto(Suécia)

Melhoria(França)

SC 6

Definições

Alemanha

ISO/CT 207Canadá

Gestão

Ambiental

 

Gestão

Ambiental

Produto

Análise do ciclo de vidaRotulagem ambiental

 

Produto

Análise do ciclo de vidaRotulagem ambiental

Organização

Sistema de gestão ambientalÍndices AmbientaisAuditoria Ambiental

 

Organização

Sistema de gestão ambientalÍndices AmbientaisAuditoria Ambiental

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A Figura 3 mostra que a gestão ambiental apresenta as seguintes normas:

1.  Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001 e 14004);

2.  Auditoria Ambiental (ISO 14010, 14011, 14012);

3.  Rotulagem ambiental (ISO/DIS 14020, 14021, 1424);

4.  Avaliação do desempenho ambiental (ISO/DIS 14031);

5.  Análise do ciclo de vida (ISO 14040, ISO/DIS 14041 e 14050).

 No Brasil a norma ISO 14001 foi adotada pela ABNT sob a designação de ABNT NBR

 ISO 14.001.

Para implantar a ISO 14.001, deve-se levar em consideração os seguintes aspectos:

1.  Ela é voluntária e orientadora;

2.  Não impõe limites;

3.  A certificação deve ser feita por entidade especializada reconhecida junto a um órgão

de credenciamento;

4.  A certificação ambiental depende:

o  Implantação de um sistema de gestão ambiental;

o  Cumprimento da legislação ambiental local;

o  Cumprimento de um compromisso de melhoria contínua.

3.2.1. Normas da Série ISO 14000

Na sua concepção a série de normas ISO 14000 tem como objetivo central um Sistema de

Gestão Ambiental que auxilie as empresas a cumprirem suas responsabilidades com respeito

ao meio ambiente. Como objetivos decorrentes, criam sistemas de certificação, tanto das

empresas como de seus produtos, possibilitando identificar aquelas que atendem á legislação

e cumprem os princípios do desenvolvimento sustentável.

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As normas as série ISO 14.000 não substituem, portanto, a legislação ambiental vigente no

local onde está instalada a empresa. Na realidade a reforçam, ao exigirem o cumprimento

integral dessa legislação local para que possa ser concedida a certificação da empresa.

Tomando por base o Sistema de Gestão Ambiental que propõem, as normas também vãoestabelecer, quando inteiramente implantadas, as diretrizes para auditorias ambientais,

avaliação do desempenho ambiental, rotulagem ambiental e análise do ciclo de vida dos

produtos, exigindo assim a total transparência da empresa e de seus produtos com relação

aos aspectos ambientais. As normas da série ISO 14.000 deverão, portanto, servir de modelo

para a implantação desses programas no âmbito da empresa, possibilitando harmonizar os

procedimentos e diretrizes aceitos internacionalmente, com a experiência e a tradição

empresarial local.

A abrangência da série de normas ISO 14.000 é bem maior que sua equivalente para gestão

da qualidade, a ISO 9000, pois esta apenas certifica sistemas e linha de produção, porém não

certifica os produtos propriamente ditos. Já a série de normas ISO 14.000 tem um âmbito de

atuação que alcança toda a sociedade, pois ao certificar produtos estará atingindo e

influenciando diretamente o consumidor final.

A estruturação da série de normas ISO 14.000, tal como foi desenvolvida pelo comitê TC

207, sua amplitude dos temas a serem cobertos pelas normas já permite antever o grande

impulso que as questões ambientais receberão quando todo o sistema estiver implantado.

Haverá, seguramente, maior conscientização e maturidade da sociedade com relação aos

temas ambientais, provocando um efeito positivo no comportamento das empresas e gerando

atitudes pós-ativas em favor da qualidade ambiental.

Hoje, espera-se que a mesma importância dedicada á qualidade, disseminada pela série de

normas ISO 9000 de Gestão da Qualidade, se repita com relação aos temas ambientais, com

a adoção das normas ISO 14.000 de Gestão Ambiental.

O grande mérito de um sistema de normalização abrangente, como é a série de normas ISO

14.000, consiste em proteger o produtor responsável contra concorrentes predadores que, por

não respeitarem as leis e os princípios da conservação ambiental, produzem mais barato, não

internalizando alguns custos que acabam sendo arcados pela sociedade (VALLE, 1995).

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A grande vantagem incorporada no programa de normalização da série ISO 14000 é a

uniformização das rotinas e procedimentos necessários para uma empresa certificar-se,

cumprindo um mesmo roteiro-padrão de exigências que será válido internacionalmente. As

dificuldades atualmente encontradas por empresas que são obrigadas a comprovar a correção

ambiental de seus produtos e a cumprir exigências burocráticas em cada país para onde

exportam ficam, assim, superadas ou, pelo menos, bastante reduzidas (VALLE, 1995).

Segundo Valle (1995), a seqüência a ser seguida para obter a certificação nas normas ISO

14.000 deverá obedecer, basicamente, às seguintes fases:

1ª fase ? Deverá ser implantada os compromissos e princípios gerenciais, os

procedimentos a serem seguidos e deverá ter início o treinamento do pessoal, no que se

pode chamar de fase preparatória;

2ª fase ? Uma segunda fase, de diagnóstico ou pré-auditoria, permitirá identificar, com

o auxílio de consultores, os pontos vulneráveis existentes;

3ª fase ? A empresa se submeterá a uma auditoria ambiental que deverá comprovar sua

conformidade com os padrões de qualidade exigidos pela legislação e pelos manuais de

qualidade utilizados pela empresa.

A série ISO 14.000 não é apenas uma norma técnica, mas sim um sistema de normas

gerenciais e administrativas que contêm um leque de alternativas, entre os quais se inclui a

possibilidade de certificação dos produtos da empresa. Para obter essa certificação de um

produto existem, contudo, dois temas de grande importância a serem considerados – o Ciclo

de Vida e a Reciclagem Ecológica (VALLE, 1995).

A série de normas ISO 14.000 tem como objetivo central um Sistema de Gestão Ambiental

que auxilie as empresas a cumprirem suas responsabilidades com respeito ao meio ambiente.Como objetivos decorrentes, criam sistemas de certificação, tanto das empresas como de

seus produtos, possibilitando identificar aquelas empresas que atendem à legislação

ambiental e cumprem os princípios do desenvolvimento sustentável (VALLE, 1995).

Conforme afirma Vale (1995), as normas da série ISO 14.000 não substituem a legislação

ambiental vigente no local onde está sendo instalada a empresa. Na realidade a reforçam, ao

exigirem o cumprimento integral dessa legislação local para que possa ser concedida a

certificação da empresa. As normas também vão estabelecer, quando inteiramente

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16

implantadas, as diretrizes para auditorias ambientais, avaliação do desempenho ambiental,

rotulagem ambiental e análise do ciclo de vida dos produtos, exigindo assim a total

transparência da empresa e de seus produtos com relação aos aspectos ambientais.

As normas da série ISO 14.000 deverão, portanto, servir de modelo para a implantaçãodesses programas no âmbito da empresa, possibilitando harmonizar os procedimentos e

diretrizes aceitas internacionalmente, com a experiência e a tradição empresarial local.

3.2.2. Enfoque Organizacional: SGA (ABNT NBR ISO 14.001: 2004)

Neste contexto, surge uma pergunta importante: O QUE É UM SISTEMA DE GESTÃO

 AMBIENTAL (SGA)?

Para responder este questionamento nos reportemos à definição da ABNT NBR ISO 14.001

de 2004:

“É a parte do Sistema de Gestão Global que inclui estrutura organizacional, atividades de

  planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos, processos e recursos para

desenvolver, implementar, atingir, analisar criticamente e manter a política ambiental ”

(ABNT NBR ISO 14.001, 2004).

As organizações, para manter e melhorar a qualidade de seus serviços e produtos necessita

reavaliar continuamente os seus procedimentos e comportamentos. Isto se aplica as

variáveis, incluindo a ambiental. Entretanto, a maior parte das organizações ainda se

concentra na busca somente da redução de impactos ambientais (procedimento reativo).

Neste caso, o gerenciamento ambiental é baseado na adequação à legislação, à redução de

custos e à melhoria da imagem (SOARES, 2006).

Por outro lado, para organizações mais modernas com comportamento pró-ativo, o meio

ambiente é uma estratégia de negócio e fator de sucesso, assim como programas de

qualidade, de segurança e de custos. A cultura da organização é voltada para o

desenvolvimento sustentável. Em vez de programas institucionais visando externalidades, os

recursos são direcionados à prevenção e à minimização de impactos. O meio ambiente passa

a ser visto também como uma oportunidade (SOARES, 2006).

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A passagem do primeiro procedimento comportamental para o segundo requer

evidentemente uma mudança cultural de todos os colaboradores da organização. E a

consolidação de uma empresa pró-ativa passa, entre outros, pelo planejamento e implantação

de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) apropriado às suas características (SOARES,

2006).

A elaboração de um SGA passa pelo diagnóstico e análise ambiental da organização. Para

tal finalidade, as técnicas mais utilizadas são:

i.  Análise de Risco (AR);

ii.  Estudo de Impacto Ambiental (EIA);

iii.  Auditoria Ambiental;

iv.  Avaliação do Desempenho Ambiental;

v.  Avaliação do Ciclo de Vida (ACV).

De modo mais detalhado, o desenvolvimento e a implantação de um SGA em organizações

produtivas passam por uma série de etapas contínuas, que podem ser assim resumidas

(SOARES, 2006):

i.  Estabelecimento de princípios e compromissos ambientais;

ii.  Revisão inicial das condições ambientais;

iii.  Estabelecimento da política ambiental;

iv.  Organização e pessoal;

v.  Comunicação às partes interessadas;

vi.  Inventário de leis, normas e regulamentações;

vii.  Análise de conformidade;

viii.  Elaboração do sistema de gestão ambiental;

ix.  Manual, documentação e registros de gestão ambiental;x.  Controle operacional;

xi.  Ações corretivas e preventivas;

xii.  Auditorias internas;

xiii.  Revisões gerenciais.

É importante ressaltar que a elaboração de um SGA é baseada nos preceitos estabelecidos

pelas normas ABNT NBR ISO 14.001 (ABNT, 2004).

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Com a ISO 14.001 a organização apresentará as seguintes características:

i.  Melhoramento da imagem de marca;

ii.  Efeitos pró-ativos em favor do meio ambiente;

iii.  Passo para alcançar a qualidade total;iv.  Abertura de mercados (derrubada de barreiras);

v.  Redução de custos operacionais (programas de redução de perdas);

vi.  Sobrevivência futura.

O que a ISO 14.001 requer?

--  CCoommpprroommiissssoo ccoo mm aa mmeellhhoorr iiaa ccoo nntt í í nnuuaa;;  -  CCoommpprroommiissssoo ccoo mm aa pprreessee rrvvaaççããoo ddaa ppoolluuiiççããoo ;;

-  CCoommpprroommiissssoo ccoo mm oo ccuummpprriimmeennttoo ddaa lleeggiiss llaaççããoo ee oo uuttrrooss rreeqq uuiiss iittooss..

Observações importantes sobre a ISO 14.001:

1.  NNÃÃOO EEXXIIGGEE AA AADDOOÇÇÃÃOO DDAA MMEELLHHOORR TTEECCNNOOLLOOGGIIAA DDIISS PPOONNÍÍVVEELL!!

2.  NNÃÃOO SSIIGGNNIIFFIICCAA AATTEESS TTAADDOO DDEE ““ EEXXCCEELLÊÊNNCCIIAA”” AAMMBBIIEENNTTAALL!!

Ou seja, para a implantação da ISO 14.001, não é necessário à organização adotar oudesenvolver a melhor tecnologia existente, não é necessário modificar o layout de produçãoe comprar as máquinas mais modernas. Não é necessário a organização ser a número um naquestão ambiental.

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3.3. Roteiro de Implantação do SGA e Elaboração do SGA

O roteiro de implantação e elaboração de um SGA são aspectos importantes na gestãoambiental.

3.3.1. Roteiro de Implantação de um SGA (ISO 14.001)

A Figura 4 mostra um exemplo com o roteiro de implantação com etapas eresponsabilidades para implantação de um SGA.

Figura 4. Exemplo de Implantação de um SGA

Na Figura 4, o roteiro serve de exemplo para ser adaptado para diversas organizações, taiscomo indústria sucroalcooleira, curtume, laticínio, cerveja e outras.

ETAPA 1:

A organização tem como compromisso principal implantar um SGA visando reduzir os

impactos ambientais causados por suas atividades, para manter e melhorar a qualidade de

seus serviços. Nesta etapa é importante que a organização assuma o compromisso de

implantar e acompanhar todo o processo.

FEV/00

JJUULL//0000 

NNOOVV//0000 

Compromissoda Organização

Responsabilidade

ETAPA 4

Alta Admin COORDENAÇÃO GERÊNCIAS CONSULTORIA

Documentação

TreinamentoAuditoriaInterna

Ajustes

ETAPA 1  

ETAPA 2 

ETAPA 3

ETAPA 5

ETAPA 6

Diagnóstico eAvaliação Inicial

FormaçãoBásica

Aspectos,Impactos eLegislação

Política,Objetivos e

MetasPlano de Ação

Avaliação Final

CERTIFICAÇÃOFEV/01

AABBRR//0000 

DDEEZZ//0000 

JJAANN//0011 

ETAPAS

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Nesta etapa é realizado também o diagnóstico e avaliação inicial da organização, ou seja, o

perfil poluidor da empresa é avaliado em todas as suas fases de produção.

Segundo Soares (2006), qualquer atividade de gestão passa primeiramente pelo

conhecimento das variáveis que regem o sistema analisado. No caso do estudo derepercussões ambientais de uma atividade, o conhecimento do fluxo de matéria (ou balanço

de massa) envolvido é o procedimento primordial para a tomada de decisões.

Tradicionalmente, em se tratando de matéria, nada se cria nada se elimina. Tudo setransforma (Apesar de que em reações nucleares massa pode ser convertida em energia).

As fronteiras do sistema devem estabelecer uma distinção entre os elementos que ocompõem dos elementos pertencentes ao ambiente. O ambiente representa um sistema de

ordem mais elevada no qual o aquele que está sendo examinado é uma parte e, asmodificações nos elementos do primeiro podem acarretar mudanças diretas nos valores doselementos contidos no sistema sob exame.

Sendo identificadas as fronteiras do sistema, é estabelecido o fluxograma das operações epode-se começar a avaliar o fluxo (e eventual acumulação) de materiais no interior destas(figura 5). Esta avaliação, em função do grau de conhecimento das variáveis envolvidas,poderá seguir um dos dois modelos citados anteriormente.

Figura 5 - Representação esquemática de balanço de massa

Fonte: SOARES (2006).

As substâncias que entram no sistema têm três destinos possíveis: sair inalteradas, acumularno sistema ou serem convertidas em outras substâncias. Assim sendo, pode-se representarmatematicamente o balanço de massa pela equação (1).

(Taxa de entrada) = (Taxa de saída) + (Taxa de decaimento) + (Taxa de acumulação) (1)

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Nesta equação, a conceito de taxa está associado ao fluxo de matéria em um dado período detempo. O decaimento apresentado não implica na violação da lei de conservação das massas.Ele indica uma modificação (e não eliminação) da substância original.

A equação (1) pode ser considerada para duas condições: sistemas conservativos e sistemas

não conservativos. A simplificação mais comum resulta quando o sistema é consideradoconservativo e em equilíbrio (O estado de estabilidade ou equilíbrio é atingido quando aimportação e a exportação de matéria e energia forem equacionadas por meio doajustamento das formas do próprio sistema, permanecendo constantes enquanto não sealterarem as condições externas)

Neste caso nada muda com o tempo. A concentração de poluentes é constante. A taxa deacumulação é considerada nula e não há decaimento (radioativo decomposição biológica oureações químicas). Em outras palavras, a quantidade de matéria que entra no sistema é amesma que sai.

No que se refere ao decaimento, pode-se citar como exemplo de substâncias consideradascom taxa de decaimento igual a zero, os sólidos totais dissolvidos ou CO2 no ar (substânciasque se mantêm estáveis ao longo do tempo).

Um sistema conservativo em equilíbrio pode ser representado como na equação 2:

Taxa de entrada = Taxa de saída (2)

Na Figura 6 existe um fluxo de matéria, esgoto doméstico, por exemplo, com vazão QS(volume/tempo), e com concentração em poluente de CS (massa/volume). A outra entradapode ser um efluente industrial (indústria coro alcooleira) com vazão QR e concentração depoluente CR. A saída do sistema é uma mistura com vazão QM e concentração CM. Se osistema é considerado conservativo e em equilíbrio, o balanço de massa poderá ser escritosegundo a equação (3).

CSQS + QRCR = CMQM (3)

Onde QM pode ser considerado como igual a QS + QR.

Figura 6 - Sistema conservativo em equilíbrio.

Fonte: SOARES(2006)

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Uma tubulação industrial tem uma vazão de 10,0 m3.s-1 e uma concentração de cloretos de20 mg.L-1. Esta tubulação recebe a contribuição de um outro duto, cuja vazão é de 5,0 m3.s-1 e a concentração em cloretos é de 40 mg.L-1 (Figura 7).

Considerando o cloreto como uma substância conservativa e admitindo uma mistura

completa entre as duas vazões, qual a concentração de cloretos na saída do sistema ?

Figura 7 - Exemplo 1Fonte: SOARES (2006).

ETAPA 2:

Nesta etapa são realizadas e definidas as seguintes ações:

  Aspectos ambientais: São elementos das atividades, produtos ou serviços de umaorganização que pode interagir com o meio ambiente (ABNT NBR ISO 14.000, 2004), tais

como:1.  Emissões atmosféricas (CO, SO2, CO2);

2.  Lançamentos de contaminantes em corpos d'água (matérias sólidas inorgânicas,DBO, metais pesados etc);

3.  Uso de matérias-primas e recursos naturais (jazidas, aditivos, água, etc);

4.  Uso da energia;

5.  Resíduos e subprodutos.

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 Impactos ambientais: Mudanças no meio ambiente, prejudiciais ou benéficas, que resultemtotal ou parcialmente dos aspectos ambientais (ABNT NBR ISO 14.000, 2004).

1.  Aquecimento global;

2.  Acidificação;

3.  Toxicidade;

4.  Poluição do rio;

5.  Esgotamento de matérias-primas;

6.  Contribuição ao esgotamento de recursos naturais.

Legislação Ambiental: É o conjunto de normas jurídicas que se destinam a disciplinar aatividade humana para torná- la compatível com a proteção do meio ambiente.

A legislação ambiental varia de acordo com o local onde está instalada a empresa. Asnormas da série ISO 14.000 não a substituem, na realidade a reforçam, ao exigirem ocumprimento integral dessa legislação local para que possa ser concedida a certificação daempresa.

É necessário conhecer a legislação ambiental vigente no local onde está instalada aorganização, para em seguida, definir a política, os objetivos e as metas ambientais daempresa.

No Brasil podem ser seguidas as recomendações do CONAMA (Conselho Nacional doMeio Ambiente). No estado brasileiro que adotar uma política ambiental, pode seguir a

legislação específica como: São Paulo (CETESB), Rio de Janeiro (FEEMA), Santa Catarina(FATMA), Paraíba (SUDEMA), etc.

  Política ambiental da organização: A organização deve definir a sua política ambientaladotando por exemplo:

1.  Adequar-se à legislação para reduzir multas e penalidades;

2.  Racionalizar o uso de energia e água;

3.  Reciclar resíduos e subprodutos;

4.  Reciclar água;

5.  Fazer parcerias institucionais na tentativa de vincular a empresa a uma imagem“ecologicamente correta”.

Objetivos ambientais da empresa: baseado no perfil poluidor a organização deve definiros seus objetivos, tais como:

1.  Controlar as emissões gasosas;

2.  Reduzir a poluição do rio;

3.  Reduzir a geração de resíduos sólidos.

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  Meta ambiental da empresa: As metas são a quantificação dos objetivos em termos deredução, tais como:

1.  Reduzir em 20% a poluição atmosférica;

2.  Reduzir em 35% a poluição líquida a ser lançada no rio;

3.  Reduzir em 50% a geração de resíduos sólidos industriais.

ETAPA 3:

 Documentação: Nesta etapa todas as atividades devem ser expressas formalmente em umúnico documento contendo os seguintes tópicos:

1.  Os princípios e compromissos ambientais da organização;

2.  A política ambiental e o programa de gestão ambiental da organização;3.  As normas da função gestão da qualidade ambiental;

4.  A legislação nacional e internacional pertinente às atividades e processos típicos daorganização assim como requisitos internos de funcionamento;

5.  A estrutura orgânica da função;

6.  As atribuições da função gestão ambiental e os responsáveis;

7.  Os padrões de desempenho e de resultados da organização;

8.  A descrição dos equipamentos e sistemas, existentes e previstos, que passarão a sergeridos pela função;

9.  Os indicadores e variáveis ambientais de monitoração, indicando a periodicidade dasaferições, o responsável pelas aferições, e os meios de divulgação dos resultados;

10. A descrição do relatório de desempenho ambiental;

11. A descrição dos processos de ações corretivas.

Treinamento:

Todos da organização têm que estar envolvidos desde o início do processo de implantaçãodo plano de ação, visando à futura certificação (a empresa é certificada por uma auditoria).

 Auditoria Interna:

As auditorias ambientais são processos de inspeções e levantamentos detalhados acerca donível de conformidade atingindo pela organização e dos impactos ambientais delaresultantes, ocorrentes e previstos. Têm-se assim as auditorias de conformidade legal e asauditorias de impactos ambientais.

Uma auditoria interna (através de equipes próprias) deve ser realizada com a finalidade de:

1.  Determinar se as atividades do SGA estão em conformidade com o programaambiental aprovado e se estão sendo implementados de maneira eficiente;

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2.  Determinar a eficiência do SGA no cumprimento da Política Ambiental daOrganização;

3.  Treinar todo o pessoal da empresa.

ETAPA 4:

 Avaliação Final:

As atividades para implementação de SGA serão propostas e colocadas em ação, de modo aatender os requisitos propostos pela legislação ambiental vigente no local onde está instaladaa empresa. O Plano de Ação do SGA proposto pode ser executado conforme a PolíticaAmbiental da empresa, já que as metas e os objetivos serão implementados visando obter, nofuturo, resultados ambientais positivos.

Com a implantação do SGA a indústria se compromete em atender os requisitos pré-estabelecidos pela Norma ISO 14001, já que a mesma pode provocar um grande impactoambiental negativo. Geralmente as indústrias além de utilizar um grande volume de água,geram efluentes de alta carga poluidora constituídos por matéria orgânica, substânciastóxicas e metal pesado. 

As principais razões para a implementação de um SGA não estão só relacionadas com apressão legislativa, mas também são devidas a uma combinação de fatores, tais como:exigências de clientes, melhoramento e recuperação da imagem no sentido deresponsabilidade com a comunidade, investimento ético e política de grupo.

Um SGA pode ser implantado em qualquer empresa, independentemente da natureza da sua

atividade ou do seu tamanho, permitindo que a mesma atinja o nível de desempenhoambiental por ela determinado e promova sua melhoria ao longo do tempo. Após aimplementação do SGA, a empresa pode solicitar a sua certificação pela ISO 14001. 

ETAPA 5:

Nesta etapa são realizados os ajustes de implantação dos SGA em função das atividadesanteriores.

ETAPA 6:

Certificação

A certificação ambiental vem se revelando um importante instrumento de política ambientaldoméstica. Auxilia o consumidor, na escolha de produtos menos nocivos ao meio ambiente,servindo de um instrumento de marketing para as empresas que diferenciavam seus produtosno mercado, atribuindo-lhes uma qualidade a mais. A eco compatibilidade dos produtospassa a ser, então, uma informação adicional ao preço na escolha da cesta de consumoambiental das organizações. A certificação não é concedida pela ISO, que é uma entidadenormalizadora internacional, mas sim por uma entidade de terceira parte devidamentecredenciada.

No Brasil, foi estabelecido pelo CONMETRO (Conselho Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial) o Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade,

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tendo sido o Inmetro designado por aquele Conselho como organismo credenciador oficialdo Estado brasileiro.

Uma certificação feita no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade temque necessariamente ser realizada por organismo credenciado pelo Inmetro. Como a Norma

ISO 14001 tem caráter voluntário, as certificações podem ser feitas fora do SistemaBrasileiro de Avaliação da Conformidade por organismos credenciados ou não pelo Inmetro.

Independentemente da certificação ser feita dentro ou fora do Sistema Brasileiro deAvaliação da Conformidade, quando realizada por organismo credenciado pelo Inmetro, amesma é conduzida com base nos mesmos requisitos e metodologia.

3.3.2. Elaboração do Plano de Gestão - SGA

A elaboração de um plano de gestão ambiental pode ser realizada aplicando os componentesda Tabela 1.

Tabela 1- Principais componentes para elaboração de um plano de gestão - SGA Aspectos

 Ambientais  Impactos

 Ambientais  Requisitos

 Legais Critérios

 Desempenho

(internos)

Objetivo   Meta   Prazo  Custo   Responsável 

EmissõesLíquidas 

EmissõesGasosas 

EmissõesSólidas  

Na Tabela 1 as emissões líquidas, gasosas e sólidas apresentam respectivamente os aspectos

ambientais, os impactos ambientais.

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CAPÍTULO 4

4. AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA – ISO 14.040

Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica para avaliação dos aspectos ambientais e

dos impactos ambientais associados a um produto, compreendendo etapas que vão desde a

retirada da natureza de matérias-primas elementares que entram no sistema produtivo

(berço) a disposição do produto final (túmulo) (CHEHEBE 1998).

A ACV trata-se de uma ferramenta relativamente nova no mundo e, atualmente, está sendo

introduzida no Brasil, embora o país ainda não possua um banco de dados público

disponível as consultas para estudos de ACV.

A maneira como é definida a Análise do Ciclo de Vida (ACV) nos dias atuais demonstram

cada vez mais a sua importância nas avaliações de impactos ambientais, sendo normalizadas

pelas:

i. ISO 14040 Gestão Ambiental – Avaliação do Ciclo de Vida: Princípios e Estruturas.

ii. ISO 14041 Gestão Ambiental – Avaliação do Ciclo de Vida: Definição de objetivo,

análise do inventário e escopo.

iii. ISO 14042 Gestão Ambiental – Avaliação do Ciclo de Vida: Análise de impostos

associados ao ciclo de vida.

iv. ISO 14043 Gestão Ambiental – Avaliação do Ciclo de Vida: Interpretação.

A Avaliação do Ciclo de Vida tem se mostrado uma ferramenta importante nas questões de

economia, qualidade e preservação do meio ambiente, pois concede informações

importantes na elaboração de novos produtos bem como melhoramentos significativos nos

processos atuais de funcionamento das empresas que a empregam como ferramenta

gerencial (CHEHEBE 1998).

4.1. FASES DA ACV

Com base na ABNT NBR ISO 14040 (ABNT 2004) a metodologia com técnica de ACV

inclui quatro fases principais, inter-relacionadas entre si, como estão mencionadas abaixo:

1.  Definição do objetivo e escopo da análise;

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2.  Inventário dos processos envolvidos, com enumeração das entradas e saídas do

sistema;

3.  Avaliação dos impactos ambientais associados às entradas e saídas do sistema

(cálculos);

4.  Interpretação dos resultados das fases de inventário e avaliação, levando-se em

conta os objetivos do estudo.

A ISO 14.040 estabelece que a Análise do Ciclo de Vida de Produtos deve incluir adefinição do objetivo e do escopo do trabalho, uma análise do inventário, uma avaliação deimpacto e a interpretação dos resultados, como mostrado na Figura 8.

Figura 8. Fases da ACVFonte: Chehebe(1998)

4.1.1. Objetivo e Escopo

Na ACV, o primeiro passo a ser seguido é a definição do objetivo do estudo, e segundo

Ferrão (1998), deve considerar as seguintes questões:

i.  Quais razões levam à realização do estudo?

ii.  Qual objetivo do estudo?

iii.  Que produto ou função pretende-se estudar?

iv.  A quem se destina os resultados?

FASES DA ACV

•  Entrada e Saída•  Coleta de Dados•  Aquisição de

Matéria Prima eEnergia,Manufatura e

Transportes 

OBJETIVO

INTERPRETAÇÃOANÁLISE DOINVENTÁRIO

AVALIAÇÃO

DE IMPACTO•  Propósito•  Escopo•  Unidade Funcional•  Definição dos

Requisitos de

Qualidade

•  Classificação: SaúdeAmbiental, SaúdeHumana, Exaustão dosRec. Naturais

•  Caracterização•  Valoração

•  IdentificaçãoDos PrincipaisProblemas

•  Avaliação•  Análise de

sensibilidade•  Conclusões

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O segundo passo em um estudo de ACV constitui o escopo da análise, o qual definirá o

sistema, os limites do sistema, os requisitos de dados, as pressuposições e as limitações

(quando conhecidos).

De acordo com Reis (1996) o objetivo de um estudo deve ser definido, incluindo-se umadeclaração clara e inequívoca do motivo pelo qual a ACV será conduzida, o(s) uso(s)pretendido(s) para os resultados, o público-alvo, as metas iniciais de qualidade dos dados e otipo de processo de revisão critica a ser utilizado.

Segundo Reis (1996) o escopo de um estudo definirá o sistema, os limites do sistema, osrequisitos de dados, as pressuposições e as limitações (quando conhecidas).

Na prática, de acordo com Chehebe (1998) é recomendado que inicialmente seja gasto

relativamente pouco tempo formulando o escopo quando se inicia uma ACV A experiênciaadquirida na busca de informações fará com que sejam necessários a reformulação e oajustamento do escopo do estudo.

Na definição do objetivo e do escopo do estudo de ACV devem ser considerados:

•  O sistema a ser estudado.

O sistema a ser estudado pode ser qualquer produto ou processo industrial desde que sedefina qual tipo de informações se deseja conhecer. Ex: indústria têxtil de um modo geral ouapenas o processo de coloração do tecido.

•  A definição dos limites do sistema.

Os limites do sistema serão determinados de acordo com a confiabilidade dos dados e a suarespectiva utilização. Ex: processo total ou parte dele, como acima descrito.

•  A definição das unidades de processo.

Determinação de cada parte do processo de produção. Ex: transporte, moagem de material.

•  O estabelecimento da função e da unidade funcional do sistema.A unidade funcional é uma das etapas mais importantes, sendo que serve de comparaçãopara cada parte do processo. Ex: kg de sabão por kg de roupa limpa, ou kg de sabão porlitros de água.

•  Os procedimentos de alocação.

Quando se estuda a reutilização de subprodutos no processo. Ex: água de moagem pararesfriamento dos fornos ou para remoção de particulados na chaminé.

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•  Os requisitos dos dados.

Verifica-se a validade dos dados bem como sua origem e ano de estudo.

•  As hipóteses e limitações.

Os estudos de ACV são amplos, pode-se estender o estudo ao local ou até ao âmbito globalo que se torna inviável.

•  Se for realizadas Avaliação de Impacto e a metodologia a ser adotada.

A avaliação de impacto deve ser quantificada e qualificada.

•  Se for realizadas a fase de Interpretação e a metodologia a ser adotada.

Avaliar qual impacto no meio ambiente merece priorização.

•  O tipo e o formato do relatório necessário ao estudo.

O relatório deve ser de fácil interpretação e utilização conforme onde os resultados serãoaplicados. Ex: laboratório de análises, para o governo.

•  A definição dos critérios para a revisão crítica, se necessária.

Deve-se rever todo o estudo para poder avaliar sua validade e utilização. A Figura 9 mostrao sistema relacionado ao produto e sua vizinhança. Onde os fluxos elementares são asentradas ou passagens de matérias primas e outros materiais no processo, ou saídas de

materiais para outras indústrias, no caso de subprodutos.

TRANSPORTE

EXTRAÇÃO DEMAT-PRIMAS

PRODUÇÃO

OUTROSSISTEMAS

RECICLAGEMREUSO

USOENERGIA

TRATAMENTODE RESIDUOS

OUTROSSISTEMAS

FLUXO ELEMENTAR

FLUXO ELEMENTAR

FLUXO ELEMENTAR

FLUXO ELEMENTAR

FLUXO ELEMENTAR

FLUXO ELEMENTAR

FLUXO DOPRODUTO

FLUXO DOPRODUTO

LIMITES DO SISTEMA

 

Figura 9. Sistema relacionado ao produto e sua vizinhançaFonte: CHEHEBE (1998)

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4.1.2. Análise do Inventário

Segundo Chehebe (1998) uma vez que o objetivo e o escopo do estudo foram estabelecidos,a próxima fase da ACV é o Inventário. A definição do objetivo e do escopo do estudofornece um planejamento inicial sobre a forma como o estudo será conduzido, O Inventário

do Ciclo de Vida de um produto refere-se à coleta de dados e aos procedimentos de cálculos.Em tese, o inventário é semelhante a um balanço contábil-fínanceiro, só que medido emtermos energéticos ou de massa. O total do que entra no sistema em estudo deve ser igual aoque sai.

De uma forma geral deve-se organizar a fase de análise do inventário de acordo com asseguintes atividades: preparação para a coleta de dados, coleta de dados, refinamento doslimites do sistema, determinação dos procedimentos de cálculo e procedimentos dealocação.

Como essas atividades devem ser realizadas em acordo com o objetivo e o escopo do estudoe devem obedecer a uma série de parâmetros estabelecidos na norma ISO 14041 estabelecealguns princípios que devem ser seguidos durante a fase de inventário. A figura 10 mostra asetapas operacionais que devem ser feitas durante esta fase.

Figura 10. Etapas operacionaisFonte: CHEHEBE (1998)

DEFINIÇÃO DOSOBJETIVOS E METAS

ALOCAÇÃO ERECICLAGEM

Folhas de dados

PREPERAÇÃO PARA ACOLETA DE DADOS

TABELA DE DADOS

VALIDAÇÃO DE DADOS

RELACIONANDO OS DADOSÁS MEDIDAS DO PROCESSO

RELACIONANDO OS DADOSA MEDIDA FUNCIONAL

AGREGAÇÃO DE DADOS

REFINAMENTO DOSLIMITES DO SISTEMA

Dados coletados

Dados validados

Dados validados porunidade de processo

Dados validados por

unidade funcional

Inventário calculadoDados adicionais ouunidades de processorequeridas

Folhas de dadosrevisados

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4.1.3. Avaliação de Impactos

O resultado da etapa anterior é uma tabela de inventário para o sistema estudado: uma longalista de dados com intervenções ambientais que podem ser de difícil interpretação,especialmente quando se comparam produtos.

O texto ISO CD 14042, aprovado em Kioto (Japão), em maio de 1997, propõe que oprocesso de avaliação de impacto seja composto, no mínimo, dos seguintes elementos:

a) Seleção e definição das categorias — onde são identificados os grandes focos depreocupação ambiental, as categorias e os indicadores que o estudo utilizará.

b) Classificação — onde os dados do inventário são classificados e grupados nas diversascategorias selecionadas (relacionadas a efeitos ou impactos ambientais conhecidosaquecimento global, acidificação, saúde humana, exaustão dos recursos naturais, etc).

c) Caracterização — onde os dados do inventário atribuídos a uma determinada categoriasão modelados de forma a que os resultados possam ser expressos na forma de um indicadornumérico para cada categoria

Os dados são classificados e agrupados nas diversas categorias selecionadas como oaquecimento global, acidificação, etc. Pode-se classificar em:

ü  Meios receptores;

ü  Problemas Ambientais.

Atribuição de pesos — Alguns técnicos poderão desejar atribuir pesos aos resultados daavaliação de impacta. Como a ponderação é um processo baseado em valores e podeenvolver critérios subjetivos, essa etapa e considerada por grande parte dos especialistascomo não-científica, altamente subjetiva e sujeita a distorções de caráter político-ideológico.

Segundo Soares (2006), o desempenho ambiental de um produto ou processo passaprimeiramente pela definição de um conjunto de critérios que possam descrevê-lo, segundoa justificativa dos implicados no processo, como por exemplo, consumo de matérias-primas,

contribuição à produção de chuvas ácidas, etc.. Seguindo os termos anteriormente citados,os fatores de impacto (fluxo de matéria) levantados durante o inventário devem serclassificados ou agrupados em categorias, que são os grandes focos de preocupaçãoambiental.

Esta classificação pode considerar dois enfoques, utilizada independentemente ou de formacomplementar:

I ) Em função dos meios receptores nos quais os poluentes são rejeitados;

II) Em função dos problemas ambientais: neste caso cada fator de impacto vai ser analisadocom relação às conseqüências que ele tem sobre o ambiente.

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Para caracterizar os impactos ambientais segundo a abordagem dos meios receptores, seráapresentada uma proposição que considera as emissões no ar e na água pela utilização devolumes críticos e uma proposição que considera os volumes de diferentes resíduos sólidosproduzidos e destinados a aterro sanitário (SOARES, 2006).

I - Meios Receptores

Volume crítico do ar e da água

Este procedimento suíço se apóia sobre os valores regulamentares de concentração derejeitos no ar e na água: atribui-se a cada fator de impacto regulamentado (poeiras, cloro,chumbo, compostos orgânicos, etc.) a quantidade de água ou de ar que seria necessária para"diluir" e atingir o limite de concentração limite (volume crítico = emissão/valor limite)(SOARES, 2006).

Por exemplo, se uma regulamentação autoriza um rejeito no ar de 8 mg/m3 de CO, o ciclo devida de 1 kg de vidro produz 78 mg de CO. Isto produz um volume crítico de 9,75 m3 de ar(78/8) para o monóxido de carbono. O mesmo cálculo é repetido para os demais poluentes.O volume crítico para um determinado sistema é dado pela equação a seguir:

Volume crítico = S (rejeitado mi/Norma mi)

O volume crítico é um artifício matemático que permite simplesmente a comparação entre

os impactos dos diferentes materiais na água e no ar, e mesmo assim, o usuário deveconsiderar os seguintes aspectos:

• As normas não são necessariamente científicas;• As normas são variáveis de uma região a outra;• Aplicável para rejeitos regulamentados;• Não considera efeitos de sinergia e antagonismo.

Produção de resíduos sólidos

Pode-se considerar, por exemplo, o volume de resíduos de Classe I, Classe II A e II B, anecessidade de tratamentos específicos, etc. No caso de volume, pode-se recorrer à equaçãoa seguir:

(5)

Onde,mi: massa do resíduo iFi: fator de compactação do resíduo

?i: massa específica do resíduo i

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II - Problemas ambientais

i) Esgotamento de matérias-primas

Consumo de matéria-prima

m = Smi (6)

Onde:mi: massa da matéria-prima i utilizada

ii) Potencial de aquecimento global: (PAG ou GWP de Global Warming Potential)

Faz a medida em relação ao efeito de 1 kg de CO2.

Tabela 2 - Potencial de aquecimento global em um horizonte de 100 anos

iii) Potencial de acidificação equivalente (PAE)

É a unidade escolhida para a medida da contribuição de uma substância gasosa àacidificação.

O PAE (potential acid equivalent) que é igual a massa molar da substância x/ número demoles de H+ liberáveis por mol de S(enxofre). A tabela 3 apresenta alguns valores de PAE.

Tabela 3 - Potencial de acidificação equivalente (PAE)

iv) Potencial de redução da camada de ozônio (PRCO ou ODP de Ozone DepletionPotential)

É a medida em relação ao efeito de 1 kg de CFC-11.

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Tabela 4 - Potencial de redução da camada de ozônio

Estes índices significam que, por exemplo, no caso do aquecimento global deve-se convertera contribuição de todos os gases que causam o aquecimento do planeta tomando-se o CO2 como substância de referência (SOARES, 2006).

Em outras palavras, o efeito de aquecimento do metano é expresso em termos da quantidade

equivalente de CO2 que causaria o mesmo efeito de aquecimento global.

v) Potencial de eutrofização:

É a medido em relação a 1 kg de fosfato

- Neste enfoque, uma mesma substância pode contribuir em mais de uma classe de impacto,participando da pontuação final.

- Os critérios aqui apresentados, como já mencionados, não constituem uma lista exaustiva.Outros podem fazer parte da avaliação como, por exemplo, ruído, odor, toxicologia,

ecotoxicologia, etc..

4.1.4. Interpretação dos Resultados

Hipóteses estabelecidas durante a Análise do Ciclo de Vida de um Produto afetam seuresultado final. Necessita-se, portanto, realizar, ao término do trabalho, antes do relatóriofinal, uma avaliação dos resultados alcançados e dos critérios adotados durante suarealização.

Os resultados da ACV devem ser relatados à audiência pretendida de forma justa, completae precisa. O tipo e o formato do relatório devem ser definidos na fase de escopo do estuda.Dois conceitos básicos são importantes na apresentação dos resultados de um estudo deACV.

•  TRANSPARÊNCIA — Os resultados, dados, métodos, hipóteses e limitações devem serapresentados de forma transparente e com um grau de detalhamento suficiente parapermitir ao leitor uma completa compreensão das complexidades e trocas inerentes a umestudo de ACV.

•  DESAGREGAÇÃO — A desagregação dos dados é necessária a fim de facilitar a

interpretação dos resultados.

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Deve-se apresentar a ACV como uma ferramenta de avaliação ambiental, para asseguraruma maior eficácia da solução proposta, identificar e responsabilizar os diferentes atoresenvolvidos.

A ACV é uma ferramenta de avaliação do impacto ambiental que tem como meta

(SOARES, 2005):

•  Melhorar a compreensão dos aspectos ambientais associados aos processosprodutivos;

•  Avaliar a seleção de diferentes materiais e processos;•  Permitir a seleção de indicadores ambientais e avaliação do perfil ambiental;•  Auxiliar o processo de tomada de decisões;•  Avaliar os impactos para a implantação de SGA - ISO 14001.

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CAPÍTULO 5

5. ANÁLISE MULTICRITÉRIO: FERRAMENTA DE APOIO NA ACV

A Análise de multicritério será uma ferramenta usada para auxiliar na tomada de decisão na

avaliação do ciclo de vida.As Metodologias Multicritério de Apoio à Decisão (Multicriteria Decision Aid  – MCDA)objetivam auxiliar analistas e decisores em situações nas quais há a necessidade deidentificação de prioridades sob a ótica de múltiplos critérios, o que ocorre normalmentequando coexistem interesses em conflito (Gomes, 1999).

5.1. Conceitos Elementares

Em um problema multicritério vários agentes são atuantes. É preciso notar que sua definição

é meramente didática, muitas vezes confundindo-se entre si. Os componentes básicos de umproblema de decisão multicritério são:

Decisores – São os indivíduos que fazem escolhas e assumem preferências, como umaentidade única, chamada de decisor, agente ou tomador de decisão.

Analista – É a pessoa encarregada de interpretar e quantificar as opiniões dos decisores,estruturar o problema, elaborar o modelo matemático e apresentar os resultados para adecisão. Deve atuar em constante diálogo e interação com os decisores, em um processo deaprendizagem constante. Embora não seja recomendável, é comum que o analista seja um

dos decisores.

Modelo – É o conjunto de regras e operações matemáticas que permitem transformar aspreferências e opiniões dos decisores em um resultado quantitativo

Alternativas – Alternativas são ações globais, ou seja, ações que podem ser avaliadasisoladamente. Podem representar diferentes cursos de ação, diferentes hipóteses sobre anatureza de uma característica, diferentes conjuntos de características etc.

Critérios – Os critérios são as ferramentas que permitem a comparação das ações em

relação a pontos de vista particulares (Roy, 1985). Bouyssou (1990) define um critério maisprecisamente como uma função de valor real no conjunto  A das alternativas, de modo queseja significativo comparar duas alternativas a e b de acordo com um particular ponto devista, ou seja, é a expressão qualitativa ou quantitativa de um ponto de vista utilizado naavaliação das alternativas. Cada alternativa possui um valor segundo cada critério.

A cada critério está associado um sentido de preferência (indica se o valor é tanto melhorquanto mais elevado – maximização – ou se o valor é tanto melhor quanto mais baixo –minimização); uma escala (por exemplo, ótimo = 3; bom = 2; ruim = 1); uma estrutura depreferências.

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5.2. Princípios básicos de análise multicritério

O apoio à decisão caracteriza-se por ser um processo desenvolvido em etapas. Quando esteprocesso apresenta um grande número de decisores com posições divergentes, este passa a

ser uma negociação, exigindo certo formalismo, a fim de manter a estrutura do processo(Maystre e col, 1994).

De um modo geral, os processos de apoio à decisão baseados em análise multicritériopassam pelas seguintes etapas (SOARES, 2006):

Formulação do problema. De um modo bastante simplista, corresponde, a saber, sobre oque se quer decidir.

Determinação de um conjunto de ações potenciais . O problema estando formulado, osatores envolvidos na tomada de decisão deve constituir um conjunto de ações (alternativas)que atendam ao problema colocado. Por exemplo, áreas para implantação de um aterrosanitário, materiais para produção de uma embalagem, processos para eliminação deresíduos, etc.

Elaboração da uma família coerente de critérios .

Definição de um conjunto de critérios que permita avaliar os efeitos causados pela ação aomeio ambiente. Esta etapa passa por um processo de definição do sistema e quantificaçãodos elementos intervenientes no mesmo, em geral, baseados em uma unidade funcional Aquantificação/medição desta função identificada e realizada é chamada unidade funcional.Ela é a referência a qual são relacionadas às quantidades mencionadas no inventário(balanço de massa). Ela considera simultaneamente uma unidade de produto e uma unidadede função.

Determinação de pesos dos critérios e limites de discriminação. Os pesos exprimem dealguma maneira, através de números, a importância relativa de cada critério. A ponderaçãode critérios pode ser realizada por meio de diversas técnicas (hierarquização de critérios,notação, distribuição de pesos, taxa de substituição, regressão múltipla, jogos de cartas, etc.).

Os valores dos critérios podem ser expressos basicamente em escalas ordinais e cardinais. A

escala ordinal é caracterizada por permitir apenas a aplicação das relações: maior que (>),menor que (<) ou igual a (=) sobre seus valores. As classificações, escores, rankings, notasescolares, são exemplos de escalas ordinais, mesmo que sejam expressas através denúmeros.

A experiência tem demonstrado (Maystre e Bollinger, 1999) que a construção de umafamília coerente de critérios, caracteriza-se por ser uma tarefa longa com sucessivasaproximações, entre os objetivos desejados e a possibilidade de atendimento com osrecursos financeiros, tempo e conhecimentos disponíveis. Neste sentido, a construção de

uma família coerente de critérios exige que sejam respeitados três princípios:

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- Não Redundância: Obriga a excluir critérios que estejam avaliando características jáavaliadas por outro critério. Requer que não se possa retirar nenhum critério da família decritérios sem afetar as duas primeiras condições. Bouyssou (1990) cita ainda duasimportantes qualidades de uma família de critérios: legibilidad e, isto é, uma família deveconter um número suficientemente pequeno de critérios de modo que o acesso a informaçõesinter critérios seja facilitado na implementação de um procedimento de agregação;operacionalidad e, isto é, a família deve ser considerada por todos os atores com uma basepara a continuidade do processo de apoio à decisão.

- Exaustividade: Impõe a necessidade de descrever o problema levando em conta todos osaspectos relevantes. Segundo Roy e Bouyssou (1993), o axioma da exaustividade implicaem considerar como indiferentes duas alternativas que apresentam desempenhos iguais emtodos os critérios. Na exaustividade todos os pontos de vista devem ser levados emconsideração;

- Coerência: Obriga à correta análise de quais são os critérios de maximização e quais os deminimização. Supõe que se a alternativa a apresenta desempenhos iguais aos da alternativab, excetuando-se o desempenho em um critério  j em que a é melhor que b, então a nãopoderá ser considerada pior que a alternativa b, para todos os critérios.

5.3. Agregação dos critérios.

Consiste em associar, após o preenchimento da matriz de avaliação e segundo um modelomatemático definido, as avaliações dos diferentes critérios para cada ação. As ações serão

em seguida comparadas entre si por um julgamento relativo do valor de cada ação.

Com relação à maneira de proceder à agregação dos critérios, dois métodos podem serutilizados: a agregação total e a agregação parcial. Na agregação total as ações sãocomparadas em conjunto, através de uma operação única, enquanto que a agregação parcialpermite a comparação par a par das ações estabelecendo relações de superação entre asmesmas.

A seguir são apresentados alguns métodos utilizados para a realização de análisemulticritério (sem intenção de serem referências). São eles a soma ponderada, o produto

ponderado e a média ponderada modificada.

5.4. Métodos Multicritério – Abordagem Multi Atributo

Pode ser dividido em: Métodos de Eliminação Seqüencial ou Métodos Elementares e emMétodos de Ponderação.

Os Métodos de Eliminação Seqüencial estão decididos em   Métodos Conjuntivos e Disjuntivos, Método de Dominância e Método Lexicográfico.

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Os métodos de ponderação estão divididos em Método de Tradeoffs, Método AHP (Analytic

 Hierarchy Process), Método UTA (Utilité Additive) e O método MACBETH (Measuring Attractiveness by a Categorical Based Evaluation Technique).

Os métodos mais utilizados são aqueles nos quais as preferências são agregadas de maneira

aditiva e podem ser classificados como Métodos de Agregação por uma Função de Síntese. 

Neste contexto será estudado apenas o método de ponderação: soma ponderada.

Soma Ponderada:

Após a elaboração da matriz de avaliação (tabela 5), a soma ponderada consiste em atribuirpesos para cada critério e em seguida, para cada ação, realizar um somatório do produto dopeso pela avaliação do critério. O somatório obtido é divido pela soma dos pesos atribuídos.

A seguir é mostrado um exemplo conforme Soares (2006):

Tabela 5. Matriz de avaliação multicritérioC1 C2 Cm 

  p1 p1. PM  

A1 E11 E1

2 E1m 

A2 E21 E2

2 E2m 

An En En Enm 

Legenda: Ci: Critério; Ai: Opção ou ação; pj: Coeficiente de ponderação; Ei: Avaliação (valor) docritério i para ação j.

Atenção: Os pesos pj permitem “relativizar” os critérios entre si segundo a importância quelhes é dada pelas partes envolvidas.

(7)

Sj: Soma ponderada da ação j

Por exemplo, para um conjunto de 3 critérios, a soma ponderada de uma ação j seria :

Sj = (C1.p1 + C2.p2 + C3.p3)/(p1 + p2 + p3)

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Se a soma dos pesos (Spi) for igual a 1, a soma ponderada será facilitada, pois haveráredução do número de operações matemáticas, de acordo com a equação 8 a seguir:

(8)A melhor opção entre as ações analisadas será aquela que apresentar o maior ou menor valor(de acordo com a notação utilizada) Para que o resultado não seja matematicamentedistorcido há necessidade de que as avaliações de todos os critérios tenham o mesmo sentidode preferência. Em outras palavras, se para um critério quanto maior a sua avaliação pior odesempenho da ação, então este sentido deve ser usado para os demais critériosconsiderados.

Por exemplo, supor hipoteticamente a avaliação de uma ação pelos critérios emissão de

particulados e eficiência de remoção de odores. Se para o primeiro quanto menor o valormelhor o desempenho ambiental, para o segundo a situação é invertida.

Neste caso, se os critérios forem mantidos, a solução está em multiplicar as avaliações deum dos critérios por um fator negativo. Assim, para o segundo critério, quanto menor onúmero (negativo), melhor será a eficiência do processo.

O método da soma ponderada busca a sintetização de vários critérios em um critério único(agregação total transitiva) eliminando qualquer tipo de incomparabilidade e garantindo umordenamento das ações (procedimento ?) Para os problemas de gestão ambiental, a somaponderada na sua forma mais simples apresenta algumas limitações, dentre as quais sepodem citar a sensibilidade à mudança de escala e a compensação entre critérios.

Sensibilidade à mudança de escala

Considere um exemplo hipotético de escolha de um equipamento para realizar umadeterminada atividade. 3 opções, que realizam a função desejada, são pré-selecionadas (A, Be C).

Definiu-se que a escolha do equipamento dar-se-á pela análise de dois critérios ambientais:consumo de energia (kWh/ano) e massa de resíduos produzidos (ton/ano). Para o primeirocritério a comissão julgadora atribuiu uma importância de 80% e para o segundo, 20%.

A escolha deverá recair sobre a ação que consumir a menor quantidade de energia eigualmente produzir a menor quantidade de resíduos. Através de soma ponderada aalternativa C é a que melhor sintetiza as condições estabelecidas, de acordo com a tabela 6.

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Tabela 6 - Dados iniciais: Mudança de Sensibilidade

Fonte: Soares (2006)

Considere agora que a produção de resíduos seja expressa não mais em toneladas, mas emquilogramas. Esta mudança de escala é uma operação simples e totalmente aceitável, porexemplo, por conveniências de cálculo.

Os novos dados e resultados são apresentados na tabela 7.

Tabela 7. Dados modificados: Mudança de escala

Fonte: Soares (2006)

Constata-se que a classificação das ações foi alterada. Portanto, a mudança de escala,influencia os resultados da soma ponderada Num segundo caso considere, por exemplo, aescolha da área mais apta para um aterro sanitário dentre as opções A, B e C. Esta definiçãoserá feita baseada nos critérios 1, 2, 3 e 4 (tabela 8).

Tabela 8. Dados iniciais – Mudança de escala

Fonte: Soares (2006)

Percebe-se novamente a alteração da classificação final entre as alternativas analisadas emfunção da sensibilidade à mudança de escala, mesmo que, matematicamente a operação nãoesteja incorreta.

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Compensação entre critérios

Um segundo inconveniente da soma ponderada refere-se à compensação de critérios: umprojeto, sofrendo uma avaliação muito negativa sobre um critério, pode compensá-la poravaliações mais positivas sobre outros critérios.

Suponha por exemplo que dois alunos de primeiro grau sejam comparados com relação aquatro disciplinas. As notas variam de 0 a 10 sendo a média de aprovação geral seja igual a6.

Na tabela 9 é constatado que o aluno 1 apresenta globalmente um melhor rendimento que oaluno 2. Ele tem um desempenho ligeiramente superior ao segundo nas três primeirasdisciplinas e nitidamente inferior na quarta disciplina (menos importante é verdade).

Na tabela 10, a situação é ainda mais problemática. Novamente, o aluno 1 é globalmente

preferível ao aluno 2, entretanto o aluno 2 foi aprovado em todas as disciplinas, enquantoque o aluno 1, mesmo com média global superior, foi reprovado em uma disciplina.

Para que esta situação ocorra, na maior parte das escolas a média ponderada dos resultados éreforçada por notas mínimas de admissibilidade.

Tabela 9. Primeiro conjunto de dados

Fonte: Soares (2006)Tabela 10. Segundo conjunto de dados

Fonte: Soares (2006)

Este fenômeno de compensação é particularmente constrangedor em gestão ambiental.

As deficiências da soma ponderada são graves, sobretudo quando os critérios consideradossão de caráter geral e buscam representar o universo mental dos atores. Neste caso, acompensação de avaliações conduz a uma traição dos pontos de vista. Por outro lado, a somaponderada é um instrumento cômodo, quando se trata de critérios diretamente associados aum fenômeno observável, ou mensurável (Maystre e col., 1994).

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CAPÍTULO 6

6. ESTUDO DE CASO: INDÚSTRIA SUCRO ALCOOLEIRA

O setor SUCRO ALCOOLEIRO apresenta características que podem ser divididas emsistema ambiental e em relação às atividades. O sistema ambiental apresenta um subsistemaambiental dividido em atmosférico, terrestre, aquático e sócio-econômico/cultural.Apresenta ainda o componente ambiental e o fator ambiental. Com relação às atividades,pode-se dividir em preliminares, agrícolas e pós industriais.

Quadro 1 - Características do setor coro alcooleiro

No Quadro 1 o sinal (–) e (+) representam respectivamente o efeito negativo e positivo dosetor coro alcooleiro. Baseado no Quadro 1, pode-se fazer um estudo do setor em termos deimpacto ambiental causado. Neste caso, considere hipoteticamente que: Uma indústriaSUCRO ALCOOLEIRA produz etanol e apresenta o seguinte perfil:

1.  DBO5: 2350 mg.L-1(Rio)2.  DQO: 7250 mg.L-1 3.  Vazão(Qin) : 27 m3.s-1 4.  Resíduos Sólidos: 8,8 t5.  Poluição atmosférica: 525 µg.m-3 de SO3 

55.000 µg.m-3 de CO6.  Não há reciclagem de água

Addad

Sistem a Am biental Principais atividades do sucroalcooleiroSub-sistema Ambiental

Componente Ambiental

Fator Ambiental

 AtivPrelimin.

 Ativ. Agrícolas

 Ativ. Ind. epós-ind.

1 2 3 5 6 7 8 9 10 11 12 13 A A B

 AtmosféricoMeio Atm.

 

ClimaQualidade do Ar - - - - - - - - -+ +

-+

Fauna

GeomorfologiaSolos

Erosão

Geologia

Uso e Ocupação

 Aptidão Agrícola

 Vegetação

 AqüíferosBiologia AquáticaSistema ViárioUso de Água

População

Nível de Emprego

 Águas Superf.

Rel. Pol. / Inst.

Setor TerciárioSetor Secundário

Setor PrimárioMigração

Saúde

Patrim. Pais./ Hist./ Cult

Educação

TerrestreMeio Físico

Meio Biol.

 Aquático Meio Fís./Quím./Biol.

Sócio -

Econômico -

Cultural

 Ativ.Econômicas

Demografia

Infra-estrutura

Nível de Vida

-

-

---

---

- -

-

-----

-

- ---

-----

--

--

-----

--

-

-

-+

-+

-+

-+

-+-+ -+

-+-+-+

+

++

++

+

++++

+

+

+

+

+

-+

-+

---

---+

--

-

+

+

--

-

-

-

+-

-

+

+++

+

+

+++

+++

-

--------

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4 B

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Para avaliar o impacto causado pela usina que produz álcool e adotar um sistema de gestãoambiental, deve-se fazer a avaliação do perfil da usina, do perfil do produto e o plano degestão ambiental.

6.1. Avaliação do Perfil: 1ª Etapa

Sabendo-se que a indústria lança seus efluentes num RIO Classe III de água doce com vazão(Qrio) = a 1000 m3.s-1.

Avalie o potencial poluidor desta indústria para futuras ações corretivas e/ou até mesmo aimplantação de um SGA.

a)  Qual a concentração de matéria orgânica (DBO) no Rio Classe III, quando misturadocom o efluente lançado pela indústria SUCRO ALCOOLEIRA?

b)  Com base no resultado da concentração na mistura, o rio está poluído pela indústria?

Considere o limite máximo permissível para a Classe deste Rio igual a 10 mg.L-1.c)  Qual a sugestão para o tipo de tratamento na indústria SUCRO ALCOOLEIRA, com

base nos valores de DBO e DQO ?

Primeiramente, deve-se calcular a concentração de matéria orgânica (DBO) no Rio ClasseIII, quando misturado com o efluente lançado pela indústria coro alcooleiro da seguinteforma:

O Sistema é conservativo, logo se deve usar a equação abaixo:

Taxa de entrada = Taxa de saída

Qin x DBO5(in) = Qrio x CDBO(rio) (9)

Onde:

Qin: Vazão da indústriaDBO5(ind) : Demanda Bioquímica de Oxigênio da indústriaQrio: Vazão do RioCDBO(rio): Demanda Bioquímica de Oxigênio do Rio

CDBO5 (Rio)= Qin x DBO5(in) / Qrio CDBO5 = 27 x 2345/1000

CDBO5 = 63,45 mg. L-1

Com base no resultado da concentração na mistura (CDBO5 = 63,45 mg. L-1), concluí-se que orio está sendo poluído pela usina, já que o limite máximo permissível para a Classe desteRio é igual a 10 mg. L-1. Neste caso, será necessário implantar um SGA para obtenção demelhoria contínua dos produtos e serviços.  

A sugestão para o tipo de tratamento na usina de álcool é dada a partir da razão do valor daDBO pelo valor da DQO. Assim, temos: 

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DBO/DQO = 2350/7250 = 0,32

Como DBO / DQO < 0,5, ou seja, a DBO/DQO = 0,32 < 0,5. Neste perfil a matéria orgânica

predomina. 

Logo o tratamento a ser adotado na usina( se não houver problema com a parcela refratária),o uso da decantação simples seguida de tratamento biológico convencional poderá serempregada.

6.2. Avaliação do Produto: 2ª Etapa

A avaliação ambiental será efetuada utilizando a Avaliação do Impacto do Ciclo de Vidapara a produção de 70 L de álcool.

Consideramos que para produzir 70 litros de álcool (70 L) é consumido 1 T de cana-de-açúcar e que um automóvel percorre em média 560 km com 70 Litros.

As categorias de impactos adotadas serão: volume crítico da água; volume crítico deemissões gasosas; aquecimento global; acidificação e energia. Para isso, utilizam-se osseguintes dados:

§  Limites máximos permissíveis para efluentes líquidos:

i.  Materiais sólidos inorgânicos: 1g/Lii.  Fenol: 2 x 10-4 g/L

iii.  MES: 8 x 10-3 g/Liv.  Fluoreto (F-): 0,01 g/Lv.  Hg: 5 x 10-6 g/Lvi.  DBO: 0,06 g/L

§  Limites máximos permissíveis para efluentes gasosos:

i.  Poeira: 240 µg/m3

ii.  CO: 40 000 µg/m3 iii.  NOx: 320 µg/m3

iv.

  SO2: 365 µg/m

3

v.  Hg (material particulado): 150 µg/m3

§  Fatores de Caracterização: PAG, PAE, RCO.

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A Tabela 11 mostra o inventário para produção de 1L de álcool. Os valores apresentados sãovalores aproximados.

Na prática, deve-se realiza um balanço de massa na indústria, pois, cada usina apresentacaracterísticas diferentes em termos de matéria prima e tecnologia. Os números são apenas

ilustrativos para exemplificar o impacto ambiental.

Tabela 11 - Inventário para a produção de 1 L de ÁlcoolMatéria – Prima

Cana de açúcar 14,3 kgAditivos 0,07 kgÁgua 80 L

Subproduto 5 kgMelaçoAçúcar escuro

Efluentes LíquidosMatérias Sólidas inorgânicas 8,7 gDBO 5,2 g

Emissão GasosaCO 40 gSO2 35 gCO2 33 g

Energia Consumida 150 whCarvãoÓleoGás

Eletricidade

De acordo com a tabela 11, deve-se inicialmente encontrar:

§  A Unidade Funcional.

i) Considerar que: Cana-de-açúcarà 70 litros – 1000 Kg de cana-de-açúcarii) Função: Produzir álcooliii) Unidade de Função: Produzir 70 litros de combustível com cana de açúcariv) Performance: P= 1000/70 .: 14,3 kg de cana/L álcoolv) Fluxo de referência: Cana-de-açúcar: 1000 de cana-de-açúcar para produzir 70 litros

§  Critérios Ambientais.

ü  Matéria – Primas;ü  Matérias sólidas inorgânicas;ü  Aquecimento Global (CO, CO2);ü  Acidificação (SO2);ü  Toxicidade (DBO);ü  Energia.

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§  Balanço para produzir 70 L.

ü  Cana de açúcar:

14,3 kg — 1 L

x — 70 L .: x = 1000 kg de cana-de-açúcar

ü  Aditivos:0,07 kg — 1 L

x — 70 kg .: x = 4,9 kg de Aditivos

ü  Água:80 L — 1 kgx — 70 L .: x = 560 L

ü  Subprodutos:

5 kg — 1 Lx — 70 L .: x = 350 kg de Subprodutos

ü  Materiais Sólidos Inorgânicos:

0,0087 — 1 kgx — 70 kg .: x = 0,609 kg de Materiais Sólidos Inorgânicos

ü  DBO:

0,0052 kg — 1 Lx — 70 kg .: x = 0,360 kg de DBO

ü  CO2:

0,033 g — 1 Lx — 70 L .: x = 2,31 kg de CO2

ü  CO:0,04 kg — 1 L

X — 70 L .: x = 2,8 kg

ü  SO2:

0,035 kg — 1 Lx — 70 L .: x = 2,45 kg de SO2

ü  Energia Consumida:

150 Wh — 1 Lx — 70 L .: x = 10.500 Wh de Energia Consumida

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§  Alocação.

A (%) =

A (%) = 70 L / 350 .: A = 0,2 ou 20%

ü  cana-de-açúcarà1000 x 20% = 200 kg

ü  Aditivosà4,9 x 20% = 0,98 kg

ü  Águaà560 x 20% = 112 L

ü  Subprodutosà 350 x 20% = 70 kgü  Materiais Sólidos Inorgânicosà0,609 x 20% = 0,1218 kg

ü  DBOà 0,364 x 20% = 0,0728 kg

ü  COà 2,8 x 20% = 0,56 kg

ü  SO2à 2,45 x 20% = 0,49 kg

ü  CO2à 2,3 x 20% = 0,462 kg

ü  Energia Consumidaà 10500 x 20% = 2100 Wh

§  Impactos Ambientais Negativos.

Transformar as categorias de impactos ambientais em impactos propriamente ditos.

1.  Volume Crítico: VC =

•  Emissões Líquidas:

i.  VCMSI = 121,8/1 .: 121,8 L (São necessários 121,8 L para diluir o efe ito dos MSI) 

ii.  VCDBO = 72,80 / 0,06 .: 1213,3 L(São necessários 1213,8 L de água para diluir o efeitoda demanda bioquímica de oxigênio) 

iii.  Volume Crítico Total:

VCTOTAL = i + ii .: VCTOTAL = 121,8 + 1213,8 .: VCTOTAL = 1335.6 L

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•  Emissões Gasosas:

i.  VCCO = 0,560 g/40.000 µm3 .: VCCO = 5,6 x 108 /40.000 = VCCO = 14000m3 

ii.  VCSO2 = 0,49 g/365 µm3 .: VCCO = 49 x 104 /365 = VCCO = 1342,5 m3

iii.  Volume Crítico Total

VCTOTAL = i + ii .: VCTOTAL = 15.342,45 m3

2.  Aquecimento Global:

•  AGCO =

AGCO = 2 x 560 g .: AGCO = 1,12 kg

•  AGCO2 =

AGCO2 = 1 x 0,462 kg .: AGCO2 = 0,462 kg CO2 

3.  Acidificação:

•  PASO2 =

PASO2 = 1 x 0,49 kg.: PASO2 = 0,49 kg de SO2 

Obs1.: Quando se utiliza a AICV, devem-se comparar produtos entre si. Neste exemploa avaliação ficará completa quando comparar, por exemplo: o álcool combustível comgasolina, ou ainda dois tipos de álcool combustível, ou seja, álcool da cana-de-açúcarcom o álcool produzido por outro tipo de cultura.

Obs2.: O impacto total deve ser calculado usando a análise multicritério conformeCapítulo 5.

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6.3. Plano de Gestão Ambiental

O plano de gestão ambiental pode abranger 03 etapas:

6.3.1. Roteiro de implantação de um SGA (ISO 14.001)

O Roteiro de implantação do sistema de gestão para a usina de álcool segue as etapasapresentadas na Figura 11.

Figura 11 - Roteiro de implantação do sistema de gestão

ETAPA 1:

A usina produz 8,8 ton de resíduos sólidos, 5500 µg. m-3 de SO2, 53000 µg. m-3 de CO e

não recicla água. De acordo com o item 6.1 (Avaliação do Perfil: 1ª etapa),

diagnosticou-se que a concentração de matéria orgânica no rio Classe III, quando

misturada com o efluente lançado pela usina é:

CDBO = 63,45 mg/L

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Comparando esse resultado com limite máximo permissível para a classe deste rio LMP

= 10mg/L), concluímos que a indústria está realmente poluindo o rio provocando

impactos ambientais negativos.

ETAPA 2:

Aspectos ambientais: Elemento das atividades, produtos ou serviços de uma

organização que pode interagir com o meio ambiente.

1.  Emissões atmosféricas tais como CO, SO2, CO2 lançadas pela usina de álcool;

2.  Lançamentos em corpos d'água: matérias sólidas inorgânicas e DBO, além de

toda carga poluidora contendo o vinhoto;

3.  Uso de matérias-primas e recursos naturais, como cana-de-açúcar, aditivos,

água;

4.  Uso da energia;

5.  Resíduos(bagaço) e subprodutos(melaço e açúcar).

Impactos ambientais: Mudanças no meio ambiente, prejudiciais ou benéficas, queresultem total ou parcialmente dos aspectos ambientais.

1.  Aquecimento global;

2.  Acidificação;

3.  Toxicidade;

4.  Poluição do rio;

5.  Esgotamento de matérias-primas;

6.  Contribuição ao esgotamento de recursos naturais.

Legislação Ambiental: Conjunto de normas jurídicas que se destinam a disciplinar aatividade humana para torná- la compatível com a proteção do meio ambiente.

A legislação ambiental varia de acordo com o local onde está instalada a empresa. Asnormas da série ISO 14000 não a substituem, na realidade a reforçam, ao exigirem o

cumprimento integral dessa legislação local para que possa ser concedida a certificaçãoda usina. É necessário conhecer a legislação ambiental vigente no local onde está

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instalada a organização, para em seguida, definir a política, os objetivos e as metasambientais da usina de álcool.

Geralmente são seguidas as recomendações do CONAMA (Conselho Nacional do Meio

Ambiente).

Política ambiental da empresa:

1.  Adequar-se à legislação para reduzir multas e penalidades;

2.  Racionalizar o uso de energia e água;

3.  Reciclar resíduos e subprodutos;

4.  Reciclar água;

5.  Fazer parcerias institucionais na tentativa de vincular a empresa a uma imagem

“ecologicamente correta”.

Objetivos ambientais da empresa:

1.  Controlar as emissões líquidas, sólidas e gasosas;

2.  Reduzir a poluição do rio, evitando o lançamento de elevada DBO, MSI e

vinhoto.

Meta ambiental da empresa:

1.  Reduzir em 20% a poluição do rio e a poluição atmosférica.

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6.3.2. Elaboração do Plano de Gestão: SGA (ISO 14.001)

Plano de ação:

A Tabela 12 mostra o plano de ação proposto para a usina de cana-de-açúcar noexemplo, de gestão ambiental.

Tabela 12 - Plano de Ação

   A  s  p  e  c   t  o  s

   A  m   b   i  e  n   t  a   i  s

   I  m  p  a  c   t  o  s

   A  m   b   i  e  n   t  a   i  s

   R  e  q  u   i  s   i   t  o  s   L  e  g  a   i  s

   C  r   i   t   é  r   i  o  s

   D  e  s  e  m  p  e  n   h  o

   (   i  n   t  e  r  n  o   )

   O   b   j  e   t   i  v 

   M  e   t  a

   P  r  a  z  o

   R  e  s  p  o  n  s  a   b   i   l   i   d  a   d  e

EmissõesLíquidas

Contaminaçãodo Rio

devido aDBO evinhoto.

Obedecer aoslimites

máximospermissíveis

para asemissões

líquidas, comoDBO, DQO

e vazão.

Dependendoda função daclasse dos

meiosreceptores

adequarem osefluentes

produzidos

Tratar osefluentes

paraatingir ameta deredução.

Reduzir em20% a

poluiçãodo rio

usandotratamentobiológico

1 ano Engenheiros:Químicos,Mecânicos,Produção;Agrícolas;agrônomos

etc.

Emissões

Gasosas (CO,SO2, CO2)

Poluição do ar Atender a

padrões dequalidade doar, reduzindo

emissões comode CO2

Seguir padrões

nacionais einternacionaisde qualidade

ambiental quenormalizam as

emissões

Controlar as

emissõesgasosas de

modo aatender as

metasestabelecidas

Reduzir em

20% apoluição

atmosférica

10 meses Setor

Responsável

ETAPA 3:

Documentação:

A gestão ambiental, a ser implantada na usina será expressa em um único documento

contendo os seguintes tópicos:

1.  Os princípios e compromissos ambientais da organização;

2.  A política ambiental e o programa de gestão ambiental da organização;

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3.  As normas da função gestão da qualidade ambiental;

4.  A legislação nacional e internacional pertinente às atividades e processos típicos

da organização assim como requisitos internos de funcionamento;

5.  A estrutura orgânica da função;

6.  As atribuições da função gestão ambiental e os responsáveis;

7.  Os padrões de desempenho e de resultados da organização;

8.  A descrição dos equipamentos e sistemas, existentes e previstos, que passarão a

ser geridos pela função;

9.  Os indicadores e variáveis ambientais de monitoração, indicando a periodicidade

das aferições, o responsável pelas aferições, e os meios de divulgação dos

resultados;

10. A descrição do relatório de desempenho ambiental;

11. A descrição dos processos de ações corretivas.

Treinamento:

Todos da organização têm que estar envolvidos desde o início do processo deimplantação do plano de ação, visando a futura certificação (a empresa é certificada pelaauditoria de acordo com a Norma ISO 14001:2004).

Auditoria Interna:

As auditorias ambientais são processos de inspeções e levantamentos detalhados acercado nível de conformidade atingindo pela organização e dos impactos ambientais delaresultantes, ocorrentes e previstos. Têm-se assim as auditorias de conformidade legal eas auditorias de impactos ambientais.

Foi realizada na empresa (usina) uma auditoria interna (através de equipes próprias),com a finalidade de:

1.  Determinar se as atividades do SGA estão em conformidade com o programa

ambiental aprovado e se estão sendo implementadas de maneira eficiente;

2.  Determinar a eficiência do SGA no cumprimento da Política Ambiental da

Organização;

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3.  Treinar todo o pessoal da empresa.

ETAPA 4:

Avaliação Final:

As atividades para implementação de SGA serão propostas e colocadas em ação, de

modo a atender os requisitos propostos pela legislação ambiental vigente no local onde

está instalada a usina.

O Plano de Ação do SGA proposto pode ser executado conforme a Política Ambiental

da empresa, já que as metas e os objetivos serão implementados visando obter, no

futuro, resultados ambientais positivos.

CONCLUSÕES  

Com a implantação do SGA a usina se compromete em atender os requisitos pré-estabelecidos pela Norma ISO 14.001, já que a mesma provoca um grande impactoambiental negativo. A usina de álcool, além de utilizar um grande volume de água, éuma das indústrias mais poluidoras que se conhece, pois gera efluentes de alta cargapoluidora constituídos por matéria orgânica.  

As principais razões para a implementação de um SGA não estão só relacionadas com apressão legislativa, mas também são devidas a uma combinação de fatores, tais como:exigências de clientes, melhoramento e recuperação da imagem no sentido deresponsabilidade com a comunidade, investimento ético e política de grupo.

Um SGA pode ser implementado em qualquer empresa, independentemente da naturezada sua atividade ou do seu tamanho, permitindo que a mesma atinja o nível dedesempenho ambiental por ela determinado e promova sua melhoria ao longo do tempo.Após a implementação do SGA, a empresa pode solicitar a sua certificação pela ISO14.001.

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REFERENCIAS

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COIMBRA, J. A. O outro lado do meio ambiente. São Paulo : Cetesb, 1985.

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GOMES, E.G. Integração entre Sistemas de Informação Geográfica e Métodos Multicritério noApoio à Decisão Espacial. 1999. Tese (Mestrado em Engenharia de Produção), COPPE/UFRJ,Rio de Janeiro.

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO NA INDÚSTRIASUCROALCOOLEIRA

RESPOSTA DO PRE-TESTE DO MODOLO VII

 Professor responsável: Dr. André Luiz Fiquene de Brito

A seguir são apresentadas as respostas dadas pelo professor responsável pelo módulo.Confira agora suas respostas coma a dele e faça uma auto-avaliação.

1.  Quais os principais aspectos positivos da indústria sucroalcooleirabrasileira?

Solução:

Aspectos Positivos: •  Alto potencial de produção do setor sucroalcooleiro e energético – Usina

de energia;•  Álcool: combustível de fonte renovável, alternativo, menos poluente que

os fósseis durante a combustão, estratégico para o Brasil.

 

2.  Quais as oportunidades tecnológicas que o setor sucroalcooleiro podeapresentar com Protocolo de Kyoto? E por que a redução de CO2 podecontribuir para redução da poluição?

Solução:Complementarmente à co-geração de energia via bagaço de cana, ainda podeaproveitar-se das oportunidades criadas no Protocolo de Kyoto.

Com o mercado de carbono. É previsto um volume de negócios em torno de US$110milhões anuais, à base de US$5 a tonelada de carbono.

A utilização de tecnologia instalada numa planta típica de unidade industrial detamanho médio pode aumentar a eficiência da co-geração de energia, chegando a umpotencial de produção de 291 KWh.t-1 de cana e uma redução, em CO2 equivalente, de151 kg CO2.t-1 de cana.

Com a redução de CO2, pode reduzir a poluição em termos de diminuição doaquecimento global.

3.  O que é ISO - International Standardization Organization?

Solução:É uma organização não governamental que foi fundada em 1947 e sediada em Genebrana Suíça. É o fórum internacional de normalização, harmonizando as diversas agências

nacionais, em que mais de 100 membros representantes vários países. O Brasil érepresentado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

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4.  Qual o objetivo central da série de normas ISO 14000?

Solução:

O objetivo da série é obter um Sistema de Gestão Ambiental que auxilie as empresas acumprirem suas responsabilidades com respeito ao meio ambiente. Como objetivosdecorrentes, criam sistemas de certificação, tanto das empresas como de seus produtos,possibilitando identificar aquelas que atendem á legislação e cumprem os princípios dodesenvolvimento sustentável.

5.  Como a gestão ambiental pode ser aplicada no setor sucroalcooleiro?

Solução:

A gestão ambiental na cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro pode ser entendida,como etapas que visam avaliar ambientalmente a indústria em todo o ciclo produtivo eimplantar o sistema de gestão ambiental.

6.  Cite vantagens da implantação do sistema de gestão ambiental no setorsucroalcooleiro.

Solução:- Vantagem competitiva;- Melhoria da imagem perante os clientes e a sociedade;- Contribuição com a redução de impactos ambientais negativos, como redução doaquecimento global e redução da toxicidade de corpos receptores; etc

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO NA INDÚSTRIASUCROALCOOLEIRA

PÓS-TESTE DO MODOLO VI

 Professor responsável : André Luiz Fiquene de Brito, Dr.  

1 ª) Uma indústria de álcool despeja seus efluentes num determinado rio. A vazão datubulação da indústria com o despejo é igual a 20 m3.s-1 e a concentração docontaminante é igual a 10 mg.L-1. Qual a concentração do contaminante no rio apósmistura (efluente + rio) sabendo-se que o contaminante é uma substância conservativa evazão do rio igual 10 m3.s-1.(1,5 pontos).

2ª) Porque a questão ambiental está se tornado assunto cada vez mais obrigatório nasagendas dos executivos do setor sucroalcoole iro? (1,5 pontos).

3ª) A Uma indústria sucroalcooleira deseja reduzir o impacto ambiental negativo daprodução de etanol. A indústria visa, também, certificação pela ISO 14.001. Para tanto,o centro de P&D está desenvolvendo 03 processos para produção do etanol. O Fluxoabaixo mostra a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar(2,0 pontos).:

Figura 12 - Produção de etanol a partir da cana-de-açúcar:

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a)  Faça a formulação do problema a ser resolvido;

b)  Determine o conjunto de ações potenciais, ou seja, o que vai ser comparado;

c)  Elabore uma família coerente de critérios (com seus pesos);

d)  Faça a agregação dos valores para os processos A, B e C;

e)  Faça avaliação ambiental. Qual o processo que menos causa impacto ambiental

NEGATIVO?

Tabela 13 – Dados para 03 processos de produção de álcoolProcesso A Processo B Processo C

 Matéria–prima (kg): 1000 Matéria–prima (kg): 800 Matéria–prima (kg): 900

Resíduo Sólido (kg): 250 Resíduo Sólido (kg): 170 Resíduo Sólido (kg): 200

Efluentes(L): 1000 Efluentes(L): 600 Efluentes(L): 900

Água (L): 1000 Água (L): 650 Água (L): 850

Energia (Wh): 1000 Energia (Wh): 400 Energia (Wh): 800

4º) Você acha que as normas ISO 14.000 substituem a legislação vigente? Explique a

sua resposta(1,5 pontos).

5º) A implementação de um SGA na indústria é reflexo do aumento da consciência

ambiental do empresariado ou da pressão exercida por organismos governamentais e

não governamentais ou do mercado? Explique(1,5 pontos).

6º) Na sua visão, ISO 14001 é uma forma de barreira comercial(2,0 pontos).?

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CURRICULUM VITAE RESUMIDO DO AUTOR

Prof. Dr. André Luiz Fiquene de Brito – [email protected];

WWW.labger.pro.br 

Possui graduação em Química pela Universidade Federal da Paraíba (1989),

Especialização em Inovação e Difusão Tecnológica pela Universidade Federal da

Paraíba(1997), Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento pela Universidade

Federal da Paraíba (1999) e Doutorado em Engenharia Ambiental pela Universidade

Federal de Santa Catarina (2007). Atualmente é professor adjunto II da Universidade

Federal de Campina Grande. Tem experiência na área de Engenharia Ambiental, comênfase em tratamento de resíduos sólidos industriais e urbanos, atuando principalmente

nos seguintes temas: tratamento biológico de resíduos e tratamento físico-químico de

resíduos. Ministra as seguintes disciplinas: Química Analítica; Gestão Ambiental e

Planejamento e Otimização de Experimentos.