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Técnico em Administração Comportamento e Ética Profissional Instituto Federal Sul-rio-grandense Campus Pelotas - Visconde da Graça Simone Barrios 2011 Pelotas - RS

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  • Tcnico em AdministraoComportamento e tica Profissional

    Instituto Federal Sul-rio-grandense

    Campus Pelotas - Visconde da Graa

    Simone Barrios

    2011Pelotas - RS

  • Presidncia da Repblica Federativa do Brasil

    Ministrio da Educao

    Secretaria de Educao a Distncia

    Equipe de ElaboraoCampus Pelotas - Visconde da Graa /CAVG

    Coordenao InstitucionalCinara Ourique do Nascimento/CAVG

    Professor-autorSimone Barrios/CAVG

    Projeto GrficoEduardo Meneses Fbio Brumana

    Equipe TcnicaGil Velleda/CAVGIvana Patrcia Iahnke Steim/CAVGMaria Isabel Giusti Moreira/CAVGPablo Brauner Viegas/CAVGPaula Garcia Lima/CAVGRodrigo da Cruz Casalinho/CAVG

    DiagramaoMaria Isabel Giusti Moreira/CAVGPablo Brauner Viegas/CAVG

    RevisoCristiane Silveira dos Santos /CAVGMarchiori Quevedo/CAVGAngelita Hentges/CAVG

    Ficha catalogrfica

    Campus Pelotas - Visconde da Graa

    Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Campus Pelotas - Agrotcnico Vis-conde da Graa (CAVG) e o Sistema Escola Tcnica Aberta do Brasil e-Tec Brasil.

  • Amigo(a) estudante!

    O Ministrio da Educao vem desenvolvendo Polticas e Programas para

    expansoda Educao Bsica e do Ensino Superior no Pas. Um dos caminhos

    encontrados para que essa expanso se efetive com maior rapidez e eficin-

    cia a modalidade a distncia. No mundo inteiro so milhes os estudantes

    que frequentam cursos a distncia. Aqui no Brasil, so mais de 300 mil os

    matriculados em cursos regulares de Ensino Mdio e Superior a distncia,

    oferecidos por instituies pblicas e privadas de ensino.

    Em 2005, o MEC implantou o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB),

    hoje, consolidado como o maior programa nacional de formao de profes-

    sores, em nvel superior.

    Para expanso e melhoria da educao profissional e fortalecimento do Ensi-

    no Mdio, o MEC est implementando o Programa Escola Tcnica Aberta do

    Brasil (e-TecBrasil). Espera, assim, oferecer aos jovens das periferias dos gran-

    des centros urbano se dos municpios do interior do Pas oportunidades para

    maior escolaridade, melhores condies de insero no mundo do trabalho

    e, dessa forma, com elevado potencial para o desenvolvimento produtivo

    regional.

    O e-Tec resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educao Pro-

    fissionale Tecnolgica (SETEC), a Secretaria de Educao a Distncia (SED)

    do Ministrio daEducao, as universidades e escolas tcnicas estaduais e

    federais.

    O Programa apia a oferta de cursos tcnicos de nvel mdio por parte das

    escolas pblicas de educao profissional federais, estaduais, municipais e,

    por outro lado,a adequao da infra-estrutura de escolas pblicas estaduais

    e municipais.

    Do primeiro Edital do e-Tec Brasil participaram 430 proponentes de ade-

    quaode escolas e 74 instituies de ensino tcnico, as quais propuseram

    147 cursos tcnicos de nvel mdio, abrangendo 14 reas profissionais.

    Apresentao e-Tec Brasil

  • O resultado desse Edital contemplou 193 escolas em 20 unidades fede-

    rativas. A perspectiva do Programa que sejam ofertadas10.000 vagas,

    em 250 polos, at 2010.

    Assim, a modalidade de Educao a Distncia oferece nova interface para

    amais expressiva expanso da rede federal de educao tecnolgica dos l-

    timos anos: aconstruo dos novos centros federais (CEFETs), a organizao

    dos Institutos Federaisde Educao Tecnolgica (IFETs) e de seus campi.

    O Programa e-Tec Brasil vai sendo desenhado na construo coletiva e par-

    ticipaoativa nas aes de democratizao e expanso da educao profis-

    sional no Pas, valendo-se dos pilares da educao a distncia, sustentados

    pela formao continuadade professores e pela utilizao dos recursos tec-

    nolgicos disponveis.

    A equipe que coordena o Programa e-Tec Brasil lhe deseja sucesso na sua

    formao profissional e na sua caminhada no curso a distncia em que est

    matriculado(a).

    Braslia, Ministrio da Educao setembro de 2008.

  • Sumrio

    Apresentao e-Tec Brasil 3

    Sumrio 5

    Indicao de cones 7

    Palavra do professor-autor 9

    Outros - instituio validadora 11

    Apresentao da Disciplina 13

    Projeto instrucional 15

    1 Breve apresentao sobre as teorias do comportamento hu-mano 17

    1.1 Introduo 171.2 Teoria: das Relaes Humanas e a Comportamental na administrao 181.3 Origens da teoria comportamental 201.4 Fatores motivacionais 221.5 Estilos de Administrao 221.6 Teoria X e Teoria Y 22

    2 tica 25

    2.1 Conceituando tica profissional 262.2 Reflexes Sobre a tica Profissional 282.3 tica profissional, relaes sociais e individualismo 29

    Atividades de aprendizagem 31

    Referncias 32

    Currculo do Professor 33

  • Indicao de cones

    Os cones funcionam como elementos grficos utilizados para facilitar a or-

    ganizao e a leitura do texto. Veja a funo de cada um deles:

    Ateno: Mostra pontos relevantes encontrados no texto.

    Saiba mais: Oferece novas informaes que enriquecem o as-sunto como curiosidades ou notcias recentes relacionadas ao

    tema estudado.

    Glossrio: Utilizado para definir um termo, palavra ou expres-so utlizada no texto

    Midias integradas: Indica livros, filmes, msicas sites, progra-mas de TV, ou qualquer outra fonte de informao relacionada

    ao contedo apresentado.

    Pratique: Indica exerccios e/ou Atividades Complementares que voc deve realizar.

    Resumo: Traz uma sntese das idias mais importantes apresen-ta das no texto/aula.

    Avaliao: Indica Atividades de Avaliao de Aprendizagem da aula.

  • extremamente gratificante estar iniciando o trabalho da disciplina

    de Comportamento e tica profissional. Os conceitos que iremos trabalhar

    durante o desenvolvimento do contedo, iro contribuir para que se com-

    preenda a importncia da temtica apresentada.

    Iremos abordar aspectos relativos a teoria do comportamento hu-

    mano, tica, liderana, motivao e satisfao no trabalho, e o que essas

    questes podem contribuir para o efetivo desempenho do profissional de

    Administrao.

    relevante salientar que devemos observar os prazos a serem cum-

    pridos. Para isso, importante que seja desenvolvido individualmente um

    planejamento sumrio do tempo que temos disponvel para leitura e estudo

    do material didtico, bem como para resoluo dos exerccios de fixao.

    Lembro tambm que, junto com os tutores e toda a equipe NETTAD,

    estou disposio para contribuir com o esclarecimento das dvidas e con-

    sequentemente com o bom desenvolvimento da disciplina. Bom trabalho a

    todos ns!

    Palavra do professor-autor

    e-Tec BrasilComportamento e tica Profissional 9

  • Outros - instituio validadora

    e-Tec BrasilComportamento e tica Profissional 11

  • Apresentao da Disciplina

    A disciplina Comportamento e tica profissional ocorrer durante

    duas semanas. Na primeira semana, iremos trabalhar alguns conceitos so-

    bre a teoria do comportamento humano e sobre a tica profissional. Na

    segunda semana, iremos apresentar algumas consideraes sobre liderana,

    motivao e satisfao no trabalho.

    Fique atento para todas as orientaes apresentadas neste guia, pois

    elas sero fundamentais para a concluso e o sucesso dos trabalhos.

    e-Tec BrasilComportamento e tica Profissional 13

  • Instituio:

    Instituto Federal Sul-rio-grandense

    Campus Pelotas - Visconde da Graa

    Nome do Curso: Tcnico em Administrao

    Professor-autor: Simone Teixeira Barrios

    Disciplina: Comportamento e tica profissional

    PROJETO INSTRUCIONAL

    Ementa bsica da disciplina: O fator humano na famlia e nas orga-nizaes. As teorias do comportamento humano. O papel das relaes hu-

    manas na sociedade. Conceituao e aspectos sobre a tica, moral, valores e

    liberdade nas organizaes. Definies e importncia da motivao, lideran-

    a e trabalho em equipe. Aspectos que envolvem a satisfao no trabalho.

    Projeto instrucional

    Semana Aula Objetivos e aprendizagem RecursosCarga Horria (Horas)

    1

    1.Breve apresentao sobre as teorias do comportamento humano

    Apresentar e fazer uma reflexo sobre al-gumas consideraes a respeito da teoria do comportamento humano.

    Apresentar e trabalhar conceitos bsicos relativos a tica profissional.

    Textos e atividade.15 horas

    2. tica Profissional

    2

    3. Apresentao sobre conceitos relativos a liderana e motivao.

    Analisar e refletir sobre as questes relati-vas a liderana e a motivao no trabalho.

    Textos e atividade..15 horas

    4. Aspectos relativos a satisfao no tra-balho.

    Conhecer alguns tipos de liderana.Analisar alguns aspectos que envolvam a satisfao no trabalho.

    e-Tec BrasilComportamento e tica Profissional 15

  • Objetivos da aula

    Apresentar e fazer uma reflexo sobre algumas consideraes a res-

    peito da teoria do comportamento humano.

    1 Breve apresentao sobre as teo-rias do comportamento humano

    1.1 Introduo

    De acordo cm Claudia Jorge(2008), a humanidade tem assistido

    a muitas mudanas em quase todos os sentidos da vida humana. O desen-

    volvimento tecnolgico est atingindo termos jamais antes imaginados ou

    mesmo concebidos pelo ser humano. As mudanas decorrentes da evoluo

    e dos acontecimentos histricos so muito significativas e representam um

    exemplo do que pode acontecer com os esforos de criao da mente hu-

    mana.

    No campo das descobertas da medicina, da indstria, da tecnologia,

    jamais se assistiu tamanho desenvolvimento. Assistimos a um aumento de

    velocidade de produo de informaes nunca conhecido.

    Dentro do campo da relaes humanas no trabalho tambm houve

    significativas mudanas de postura e de desenvolvimento das aes, evi-

    dencia a autora. Neste sentido, vamos, ainda que de forma breve, trabalhar

    alguns questionamentos e vises apresentados nos textos de alguns autores

    sobre o assunto em questo.

    O nosso estudo ser constitudo das seguintes partes:

    1. Breve questes sobre as Teorias do comportamento-APOSTILA 1.

    2. A tica profissional- APOSTILA 1.

    e-Tec BrasilComportamento e tica Profissional 17

  • 3. Algumas consideraes sobre liderana e motivao-APOSTILA 2.

    4. E na ltima parte alguns aspectos sobre: satisfao no trabalho APOS-

    TILA 2.

    A seguir vamos ver algumas questes que perpassam sobre al-gumas teorias acerca do comportamento humano. Compreender um pouco sobre a teoria comportamental e das relaes humanas , cer-tamente nos auxiliar na escolha de nossos prprios comportamen-tos e atitudes frente a nossa profisso.

    1.2 Teoria: das Relaes Humanas e a Comportamental na administrao

    Pessoal vamos pensar agora um pouco sobre o posicionamento

    apresentado nas teorias a seguir?

    De acordo a wikipdia, a Teoria das Relaes Humanas, ou Escola

    das Relaes Humanas, um conjunto de teorias administrativas que ganha-

    ram fora com a Grande Depresso criada na quebra da bolsa de valores de

    Nova Iorque, em 1929. Com a Grande Crise todas as verdades at ento

    aceites so contestadas na busca da causa da crise. As novas idias trazidas

    pela Escola de Relaes Humanas trazem uma nova perspetiva para a recu-

    Tcnico em Administraoe-Tec Brasil 18

  • perao das empresas de acordo com as preocupaes de seus dirigentes e

    comea a tratar de forma mais complexa os seres humanos.

    Essas teorias criaram novas perspetivas para a administrao, visto

    que buscavam conhecer as atividades e sentimentos dos trabalhadores e

    estudar a formao de grupos. At ento, o trabalhador era tratado pela

    Teoria Clssica, e de uma forma muito mecnica. Com os novos estudos, o

    foco mudou e, do Homo economicus o trabalhador passou a ser visto como

    homo social. As trs principais caratersticas desses modelos so:

    O ser humano no pode ser reduzido a um ser cujo corportamento simples e mecnico.

    O homem , ao mesmo tempo, guiado pelo sistema social e pelas de-mandas de ordem biolgica.

    Todos os homens possuem necessidades de segurana, afeto, aprovao social, prestgio, e auto-realizao.

    A partir de ento comea-se a pensar na participao dos funcion-

    rios na tomada de deciso e na disponibilizao das informaes acerca da

    empresa na qual eles trabalhavam. Foram sendo compreendidoos aspectos

    ligados afetividade humana e percebeu-se os limites no controle burocr-

    tico por parte das organizaes como forma de regulamentao social.

    Com o impacto da Teoria das Relaes Humanas, os conceitos an-Com o impacto da Teoria das Relaes Humanas, os conceitos an-

    tigos, tais como: organizao formal, disciplina, departamentalizao; pas-

    sam a conviver com novos conceitos como organizao informal, liderana,

    motivao, grupos sociais, recompensas etc.

    A maior contribuio da Teoria das Relaes Humanas foi ressaltar

    a necessidade de boas relaes humanas no ambiente de trabalho, o trata-

    mento mais humano dado s pessoas, a adoo de uma administrao mais

    participativa em que as pessoas possam ter um papel mais dinmico. Como

    consequncia dessa teoria, surgem os lderes a fim de melhorar o tratamen-

    to dado s pessoas e propiciar um ambiente motivacional de trabalho mais

    favorvel e amigvel.

    Portanto, os fatores bsicos da Teoria das Relaes Humanas so:

    e-Tec BrasilComportamento e tica Profissional 19

  • organizao tratada como grupo de pessoas;

    nfase nas pessoas e grupos sociais;

    sistemas psicolgicos motivacionais;

    liberdade e autonomia do empregado e confiana nas pessoas.

    Segundo Leandro L. Lara et al(2000), no decorrer da Era Industrial

    Neoclssica, surge a Teoria Comportamental, a moderna sucessora da Teo-

    ria das Relaes Humanas.

    A Teoria Comportamental trouxe novos conceitos sobre motivao,

    liderana e comunicao, que alteravam completamente os rumos da teoria

    administrativa, tornando-a mais humana e amigvel.

    1.3 Origens da teoria comportamental

    A Teoria Comportamental representa um desdobramento da Teoria

    das Relaes Humanas, rejeitando concepes ingnuas e romnticas da Te-

    oria das Relaes Humanas.

    1- Em 1947 surge um livro que marca o incio da Teoria

    Comportamental na administrao: O Comportamento

    Administrativo, de Herbert Simon. um ataque aos prin-

    cpios da Teoria Clssica e a aceitao com os devidos

    reparos e correes das principais idias da Teoria das Relaes Humanas.

    2- A Teoria Comportamental surge no final da dcada de

    1940 com uma redefinio total dos conceitos adminis-

    trativos: ao criticar as teorias anteriores, no somente re-

    escalona as abordagens, mas amplia o seu contedo e

    diversifica a sua natureza.

    Para explicar o comportamento organizacional, diz Leandro L. Lara et al(2000), a Teoria Comportamental fundamenta-se no comportamento individual das pessoas. Para explicar como as pessoas se comportam, estudase

    Tcnico em Administraoe-Tec Brasil 20

  • a motivao humana. Estudiosos da rea verificaram que o administrador precisa conhecer as necessidades humanas para melhor compreender o comportamento e a motivao como poderosos meios para melhorar a qualidade de vida dentro das organizaes.

    Preste ateno agora nas consideraes apresentadas nas teorias a seguir:

    1.3.1 Teoria dos Dois Fatores de Herzberg

    Pessoal quem foi FREDERICK HERZBERG? Foi um psiclogo clnico norte-americano, e um dos primeiros investigadores a tomar em considera-

    o as opinies dos trabalhadores nas pesquisas acerca das condies de tra-

    balho, tendo resumido as suas concluses no livro The Motivation to Work.

    Ele provou que a motivao dos trabalhadores no tem origem ape-

    nas em fatores monetrios, mas no desenvolvimento e satisfao pessoais e

    no reconhecimento da sua performance.

    Portanto, Frederick Herzberg (formulou a teoria dos dois fatores para

    explicar o comportamento das pessoas em situao de trabalho. Para ele

    existem dois fatores que contribuem para o comportamento das pessoas:

    fatores higinicos e fatores motivacionais.

    Esses dois fatores so independentes mas se vinculam entre si. Os

    fatores responsveis pela satisfao profissional das pessoas so totalmente

    desligados e distintos dos fatores responsveis pela insatisfao profissional.

    O oposto da satisfao profissional no a insatisfao, mas ausncia de

    satisfao profissional.

    A teoria dos dois fatores de Herzberg pressupe os seguintes aspec-

    tos:

    A satisfao no cargo depende da presena dos fatores motivacionais ou satisfacientes: o contedo ou atividades desafiantes e estimulantes do

    cargo desempenhado pela pessoa.

    A insatisfao no cargo depende dos fatores higinicos ou insatisfacien-tes: o mau ambiente de trabalho, salrio ruim , benefcios no rece-

    bidos, superviso autoritria , colegas sem tica e contexto geral que

    envolve o cargo ocupado.

    e-Tec BrasilComportamento e tica Profissional 21

  • 1.4 Fatores motivacionais

    Para proporcionar continuamente motivao no trabalho, Herzberg

    prope o enriquecimento das tarefas ou enriquecimento do cargo:

    consiste em substituir as tarefas simples e elementares do cargo por tarefas

    mais complexas. O enriquecimento de tarefas depende do desenvolvimen-

    to de cada indivduo e deve adequar-se s suas caractersticas individuais

    em mudana. O enriquecimento de tarefas pode ser vertical (eliminao de

    tarefas mais simples e acrscimo de tarefas mais complexas) ou horizontal

    (eliminao de tarefas relacionadas com certas atividades e acrscimo de

    outras tarefas diferentes, mas no mesmo nvel de dificuldade). Voc j havia

    pensado nisso?

    O enriquecimento de tarefas provoca efeitos desejveis, como o au-

    mento da motivao, aumento da produtividade, reduo do absentesmo e

    reduo da rotatividade do pessoal. Com tudo, pode gerar efeitos indesej-

    veis, como o aumento de ansiedade face a tarefas novas e diferentes quan-

    do no so bem sucedidas nas primeiras experincias, aumento do conflito

    entre as expectativas pessoais e os resultados do trabalho nas novas tarefas

    enriquecidas, sentimentos de explorao quando a empresa no acompa-

    nha o enriquecimento de tarefas com o enriquecimento da remunerao,

    reduo das relaes interpessoais devido maior concentrao nas tarefas

    enriquecidas.

    1.5 Estilos de Administrao

    As organizaes so projetadas e administradas, ainda que

    inconscientemente,de acordo com certas teorias administrativas. Cada te-

    oria administrativa baseia-se em convices sobre a maneira pela qual as

    pessoas se comportam dentro das organizaes.

    1.6 Teoria X e Teoria Y

    Quem foi Mc Gregor? Foi economista e professor universitrio esta-dunidense, um dos pensadores mais influentes na rea das relaes huma-

    Absentesmo: faltas e atrasos ao servio.

    Tcnico em Administraoe-Tec Brasil 22

  • nas.

    Assim, Mc Gregor compara dois estilos opostos e antagnicos de

    administrar: de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional, mecanicista

    e pragmtica (a que deu o nome de Teoria X), e, de outro, um estilo baseado

    nas concepes modernas a respeito do comportamento humano (Teoria Y).

    1.6.1 Teoria X

    a concepo tradicional de administrao e baseia-se em convic-

    es errneas e incorretas sobre o comportamento humano, a saber:

    O homem indolente e preguioso por natureza; Falta-lhe ambio; O homem egocntrico e seus objetivos pessoais opem-se, em ge-ral, aos objetivos da organizao;

    Resiste s mudanas; A sua dependncia torna-o incapaz de autocontrole e autodisciplina.

    A Teoria X reflete um estilo de administrao duro, rgido e autocrti-

    co. As pessoas so visualizadas como meros recursos ou meios de produo.

    Para a Teoria X, a administrao caracteriza-se pelos seguintes aspectos:

    A administrao promove a organizao dos recursos da empresa no interesse exclusivo de seus objetivos econmicos;

    A administrao um processo de dirigir os esforos das pessoas, incentiv-las, controlar suas aes e modificar o seu comportamento

    para atender s necessidades da empresa;

    As pessoas devem se persuadidas, recompensadas, punidas, coagidas e controladas: as suas atividades devem ser padronizadas e dirigidas

    em funo dos objetivos da empresa;

    1.6.2 Teoria Y

    a moderna concepo de administrao de acordo com a Teoria Com-

    portamental. A Teoria Y baseia-se em concepes e premissas atuais e sem

    preconceitos a respeito da natureza humana, a saber:

    As pessoas no tm desprazer inerente de trabalhar; As pessoas no so passivas ou resistentes s necessidades da em-

    e-Tec BrasilComportamento e tica Profissional 23

  • presa;

    As pessoas tm motivao, potencial de desenvolvimento, padres de comportamento adequados e capacidade para assumir responsa-

    bilidades.

    A Teoria Y desenvolve um estilo de administrao aberto, dinmico

    e democrtico, atravs do qual administrar torna-se um processo de criar

    oportunidades, liberar potenciais, remover obstculos, encorajar o cresci-

    mento individual e proporcionar orientao quanto a objetivos. A adminis-

    trao segundo a Teoria Y caracteriza-se pelos seguintes aspectos:

    A motivao, potencial de desenvolvimento, capacidade de assumir responsabilidade, de dirigir o comportamento para os objetivos da

    empresa, todos estes fatores esto presentes nas pessoas;

    A tarefa essencial da administrao criar condies organizacionais e mtodos de operao atravs dos quais as pessoas possam atingir

    melhor os objetivos pessoais.

    A Teoria Y prope um estilo de administrao participativo e baseado

    nos valores humanos e sociais. Enquanto a Teoria X a administrao atravs

    de controles externos impostos s pessoas, a Teoria Y a administrao por

    objetivos que reala a iniciativa individual. As duas teorias so opostas entre si.

    Segundo McGregor, a Teoria Y aplicada nas empresas atravs de

    um estilo de direo baseado em medidas inovadoras e humanistas, a saber:

    a) Descentralizao das decises e delegao de responsabilidades;

    b) Ampliao do cargo para maior significado do trabalho;

    c) Participao nas decises e administrao consultiva;

    d) Auto-avaliao do desempenho.

    Tcnico em Administraoe-Tec Brasil 24

  • A fonte em que buscamos trazer nesta parte de Cladia Jor-

    ge(2008) publicada no site Webartigos:

    O que quer dizer tica?? tica vem do grego ethos e significa comportamento.

    Vamos a partir de agora seguir a idia apresentada por Cladia Jorge

    2008) que inicia dizendo que historicamente, a tica sempre foi orientada

    pela religio e pela razo. Podemos observar grandes filsofos como, Scra-

    tes, Plato, Aristteles, Santo Agostinho, Toms de Aquino, Hobbes, Hume,

    Hegel, Kant, Brgson, Heidegger, Habermas, cada um a seu modo, buscan-

    do o estabelecimento de cdigos de tica vlidos universalmente.

    Tendo a tica como cincia da conduta, podemos observar duas con-

    cepes:

    cincia que trata do fim que deve orientar a conduta dos homens e

    dos meios para atingir tal fim. o ideal formulado e perseguido pelo homem

    Objetivos da aula

    Apresentar e trabalhar conceitos bsicos relativos a tica profissional.

    2 tica

    e-Tec BrasilComportamento e tica Profissional 25

  • por sua natureza e essncia.

    cincia que trata do mvel da conduta humana e procura determinar esse

    mvel visando dirigir a prpria conduta. Liga-se ao desejo da sobrevivncia.

    (ABBAGNANO, 2000; BOFF, 2003).

    2.1 Conceituando tica profissional

    Para Rosana Glock et al (2000), extremamente importante saber

    diferenciar a tica da Moral e do Direito. Estas trs reas de conhecimento se

    distinguem, entretanto tm grandes vnculos e at mesmo sobreposies.

    A Moral estabelece regras que so assumidas pela pessoa independente das fronteiras geogrficas e garante uma identidade entre pessoas que

    mesmo sem se conhecerem utilizam este mesmo referencial moral co-

    mum.

    O Direito estabelece o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. As leis tm uma base territorial, pois elas valem ape-

    nas para aquela rea geogrfica onde determinada populao ou seus

    delegados vivem. Alguns autores afirmam que o Direito um subconjun-

    Tcnico em Administraoe-Tec Brasil 26

  • to da Moral. Esta perspectiva pode gerar a concluso de que toda a lei

    moralmente aceitvel.

    Muitos autores definem a tica profissional como sendo um conjunto de normas de conduta que devero ser postas em prtica no exerccio de qualquer profisso. Sendo assim, a ao reguladora da tica que inter-fere no desempenho das profisses, faz com que o trabalhador respeite seu semelhante quando no exerccio da sua profisso.

    Em geral, as profisses apresentam a tica firmada em questes rele-

    vantes que ultrapassam o campo profissional em si, como o aborto, pena de

    morte, seqestros, eutansia, AIDS, e outros, que so questes morais que

    se apresentam como problemas ticos, pois pedem uma reflexo profunda

    e assim, um profissional, ao se debruar sobre elas, no o faz apenas como

    tal, mas como um pensador, um filsofo da cincia, ou seja, da profisso

    que exerce. Desta forma, a reflexo tica entra na moralidade de qualquer

    atividade profissional humana.

    A tica inerente vida humana de suma importncia na vida profis-sional, assim para o profissional a tica no lhe somente inerente, mas indispensvel. Na ao humana o fazer e o agir esto interliga-dos. O fazer diz respeito competncia, eficincia que todo profis-sional deve possuir para exercer bem a sua profisso. O agir se refere conduta do profissional, conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profisso.

    A tica baseia-se em uma filosofia de valores compatveis com a na-

    tureza e o fim de todo ser humano.

    O agir da pessoa humana est condicionado a duas premissas con-

    sideradas bsicas pela tica: o que o homem e para que vive, logo

    toda capacitao cientfica ou tcnica precisa estar em conexo com os prin-

    cpios essenciais da tica. (MOTTA, 1984, p. 69)

    Constatamos assim o forte contedo tico presente no exerccio pro-

    fissional.

    e-Tec BrasilComportamento e tica Profissional 27

  • 2.2 Reflexes Sobre a tica Profissional

    As reflexes realizadas no exerccio de uma profisso devem ser ini-

    ciadas bem antes da prtica profissional. A deciso por uma profisso op-

    tativa, mas ao escolh-la, o conjunto de deveres profissionais passa a ser

    obrigatrio.

    Toda a fase de formao profissional, abrangendo o aprendizado

    das competncias e habilidades que se referem prtica especfica numa

    determinada rea, deve incluir a reflexo. Ao completar a graduao em

    nvel superior, a pessoa faz um juramento, que significa sua adeso e com-

    prometimento com a categoria profissional onde formalmente ingressa, o

    que caracteriza o aspecto moral da chamada tica Profissional.

    O fato de uma pessoa trabalhar numa rea que no escolheu livre-

    mente como emprego por precisar trabalhar, no a isenta da responsabi-

    lidade de pertencer a uma classe, no a eximindo tambm dos deveres a

    cumprir. Algumas perguntas podem guiar a reflexo, at esta tornar-se um

    hbito incorporado ao dia-a-dia, como por exemplo, perguntar a si mesmo

    se est sendo bom profissional, se est agindo adequadamente e ainda se

    est realizando corretamente sua atividade.

    fundamental ter sempre em mente que h uma srie de atitudes

    que no esto descritas nos cdigos de todas as profisses, mas que so co-

    muns a todas as atividades que uma pessoa pode exercer, gostando do que

    se faz, sem perder a dimenso de que preciso sempre continuar melho-

    rando, aprendendo, experimentando novas solues, criando novas formas

    de exercer as atividades, estando aberto a mudanas, mesmo nos pequenos

    detalhes, que podem fazer uma grande diferena na sua realizao profis-

    sional e pessoal. Isto tudo pode acontecer com a reflexo tica incorporada

    a seu viver.

    Tcnico em Administraoe-Tec Brasil 28

  • 2.3 tica profissional, relaes sociais e individualismo

    Seguindo a idia apresentada por Rosana Glock et al(2000) as leis de

    cada profisso so elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, a

    categoria e as pessoas que dependem daquele profissional, mas h muitos

    aspectos no previstos especificamente e que fazem parte do comprometi-

    mento do profissional em ser eticamente correto, ou seja, fazer a coisa certa.

    Outra referncia que tem sido objeto de estudo de muitos estudiosos

    parece ser a tendncia do ser humano de defender, em primeiro lugar, seus

    interesses e, quando esses interesses so de natureza pouco recomendvel,

    ocorrem srios problemas.

    O valor tico do esforo humano varivel em funo do seu alcan-

    ce, em face da comunidade. Se o trabalho executado s para auferir renda,

    tem em geral seu valor restrito. Se, por outro lado, os servios realizados, vi-

    sam ao benefcio de terceiros, com a conscincia do bem comum, o trabalho

    passa a ter uma expresso social.

    Aquele que s se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter

    menor conscincia de grupo e a ele pouco importa o que ocorre com a sua

    comunidade e muito menos com a sociedade.

    Voc j pensou na seguinte situao?

    O nmero dos que trabalham visando primordialmente ao rendimen-

    to muito grande, fazendo assim com que as classes procurem defender-se

    contra a dilapidao de seus conceitos, tutelando o trabalho e zelando para

    que uma luta encarniada no ocorra na disputa dos servios, pois ficam

    vulnerveis ao individualismo.

    A conscincia de grupo tem surgido mais por interesse de defesa do

    que por altrusmo, pois garantida a liberdade de trabalho, se no se regular e

    tutelar a conduta, o individualismo pode transformar a vida dos profissionais

    em reciprocidade de agresso.

    Tal luta quase sempre se processa em virtude da ambio de uns em

    e-Tec BrasilComportamento e tica Profissional 29

  • cima de outros, e que em nome dessas ambies, podem ser praticadas, por

    exemplo, quebras de sigilo.

    A tutela do trabalho processa-se pelo caminho da exigncia de uma

    tica imposta atravs dos conselhos profissionais. As normas devem ser con-

    dizentes com as diversas formas de prestar o servio de organizar o profis-

    sional para esse fim.

    A conduta profissional, muitas vezes, pode tornar-se agressiva e in-

    conveniente e esta uma das fortes razes pelas quais os cdigos de tica

    quase sempre buscam maior abrangncia. Assim, ao nos referirmos classe,

    ao social, no nos reportamos apenas a situaes isoladas ou modelos parti-

    culares, mas a situaes gerais.

    O egosmo desenfreado de poucos pode atingir um nmero expres-

    sivo de pessoas e at mesmo influenciar o destino de naes, partindo da

    ausncia de conduta virtuosa de minorias poderosas, preocupadas apenas

    com seus lucros.

    Sabemos que a conduta do ser humano pode tender ao egosmo,

    mas, para os interesses de uma classe, de toda uma sociedade, preciso que

    se acomode s normas, porque estas devem estar apoiadas em princpios de

    virtude, assim a tica tem sido o caminho justo e adequado, para o benefcio

    geral.

    Mediante o exposto se voc fosse propor um cdigo de tica de sua futura profisso, como o faria? Que aspectos seriam indispensveis na sua opinio? Pense nisso...

    Tcnico em Administraoe-Tec Brasil 30

  • Aluno/a l com calma e ateno cada questo proposta an-tes de colocar a resposta! Todas as questes apresentadas esto no contedo estudado! (Cada questo ter o valor de 3,0- somando 15 pontos).

    LEMBRETE!!! No esquea da data de entrega !!!

    Dessa forma, coloca V para as questes verdadeiras e F para as fal-

    sas:

    1. ( ) De acordo com o estudado, alguns autores afirmam que o Direito

    um subconjunto da moral. Dessa forma eles concluem que toda lei

    moralmente aceitvel .

    2. ( ) importante lembrar que em nossas anotaes e estudos ficou

    claro que o fazer e o agir esto interligados. No fazer, temos como

    exemplo a competncia e no agir conduta do profissional.

    3. ( ) Retomando o que foi estudado no correto dizer e quanto menos

    afirmar que a teoria comportamental representa um desdobramento da

    Teoria das relaes humanas com a diferena de que rejeita as concep-

    es ingnuas e romnticas apresentadas por esta ltima.

    4. ( ) Parte de autores e/ou estudiosos da rea definem a tica profissional

    como: conjunto de normas de conduta que devero ser colocados em

    prtica no exerccio de qualquer profisso.

    5. ( ) Conforme o que estudamos, a maior contribuio da teoria das

    relaes humanas foi ressaltar no ambiente de trabalho o tratamento

    mais humano dado s pessoas.

    Atividades de aprendizagem

    e-Tec BrasilComportamento e tica Profissional 31

  • Referncias

    BERGAMIN, Ceclia W. & CODA, Roberto. Psicodinmica da Vida Organizacional. So Paulo: Atlas, 1997. pp.323-326.

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    ______________________. Gerenciando pessoas. So Paulo: Makron Books,1994, 3 ed., pp.167-181.

    GLOCK, Rosana.GOLDIM,Jos Roberto. tica profissional e compromisso social. Mundo Jovem(PUCRS),POA 2000 XL 335;2-3.

    JORGE, Cladia. tica profissional. Publicado em 23/09/2008 em WWW.webartigos.com acesso em fevereiro de 2011.

    LARA, Leandro L. LUCCA, Rodrigo F.,PIVA, Sivio Ricardo. Liderana e Motivao no Ambiente Organizacional . Monografia apresentada no curso de Organizao, Sistemas e Mtodos das Faculdades Integradas Campos Salles, sob orientao do Professor Mauro M. Laruccia(Disponvel na rede desde novembro de 2000).

    MINICUCCI, Agostinho. Psicologia Aplicada Administrao. So Paulo: Atlas, 1995, pp.213-246, 285-329.

    MONTANA, Patrick J. & CHARNOV, Bruce H. Administrao. So Paulo: Saraiva, 1999. pp.204-236.

    MOTTA, Nair de Souza. tica e vida profissional. Rio de Janeiro: mbito Cultural Edies, 1984.

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    ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. So Paulo: Atlas, 1998, 8 ed., pps.109-142.

    Tcnico em Administraoe-Tec Brasil 32

  • Currculo do Professor

    Simone Teixeira Barrios possui graduao em Pedagogia- habilitao Fundamentos da Educao: Psicologia, Filosofia e Sociologia da Educao. Tem Mestrado em Educao pela Universidade Federal de Pelotas. Participa como aluna especial do Doutorado em educao da UFPEL. Tem experincia em ensino superior como professora de Metodologia da Pesquisa e orientadora de monografia no curso de Ps- Graduao em Administrao nas Faculdades Atlntico Sul- Pelotas. Desde 1991 trabalha como professora de Psicologia da Educao na rede estadual de ensino e desde 1997 na escola IEEAB. orientadora educacional desde 2010 no Instituto Federal Sul-Rio-Grandense, campus CAVG. E com muita satisfao em maro de 2011 ministrar no curso de Tcnico em Administrao do programa e-Tec Brasil a disciplina Comportamento e tica profissional.

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