apostila gestão financeira
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Manual do participante do Módulo de Curso de Gestão Financeira do Curso de Formação de ConsultoresTRANSCRIPT
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CURSO DE
FORMAÇÃO DE
CONSULTORES
MÓDULO 2
GESTÃO
FINANCEIRA
REF.: NOVEMBRO/2013
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A.G. TAVARES – C.N.P.J. 05.009.571/0001-00
Alameda Serrano, 39 • 68.900-097 • Macapá - AP.
Tel.: (096) 3225-2591 • Cel: (096) 9972-2830
E-mail: [email protected]
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Consultor Responsável: Alberto Gomes Tavares
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INTRODUÇÃO
Para uma empresa sobreviver e se manter num mercado cada vez mais competitivo,
torna-se necessário que o empresário tome suas decisões apoiadas em informações
precisas e atualizadas. Evidentemente que nesse curso estamos enfocando a área
financeira, no entanto, as outras áreas da empresa merecem toda a atenção por parte do
empresário.
Para gerenciar com eficiência a área financeira de qualquer empresa torna-se necessário
implantar alguns relatórios gerenciais, como alguns indicadores de desempenho para que
se faça o acompanhamento periódico da sua performance.
Os principais relatórios gerenciais da área financeira são os seguintes:
Controle das Vendas Realizadas
Apuração dos Resultados da Empresa
Controle de Caixa do Movimento Realizado
Fluxo de Caixa
Balanço Gerencial
E os principais indicadores financeiros são:
Lucratividade sobre as vendas
Rentabilidade dos negócios
Poder de pagamento da empresa
Nível de endividamento da empresa
Margem de Contribuição
Ponto de Equilíbrio
Aproveitem e participem ativamente de todas as atividades propostas. Sejam bem vindos!
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1 – AS ÁREAS DA GESTÃO FINANCEIRA.
Há três áreas na empresa que merecem atenção especial, visto desempenharem funções
de captação e aplicação de recursos. São elas: área financeira, compras e vendas.
Área financeira: entende-se que sua função é administrar o fluxo de recursos
monetários da empresa suprindo as necessidades e aplicando os excedentes, além de
suas atividades de cobrança e tesouraria.
Área de compras: a área de compras pode ser entendida como um captador de
recursos monetários quando ao negociar prazos com fornecedores, propicia ou não à
área financeira um “empréstimo” a uma determinada taxa.
Área de vendas: vendas, por sua vez, funcionam como um aplicador na empresa,
ao conceder prazos aos clientes. Pode-se pensar que, ao invés de realizar uma
aplicação no mercado financeiro, a empresa aplica as contas a receber.
2 – LUCRO, LUCRATIVIDADE E RENTABILIDADE
Lucro - Sendo conceituado de uma forma simplificada, nada mais é do que o resultado
positivo deduzido das vendas os custos e despesas.
Lucratividade - É a relação do valor do lucro com o montante de vendas, ou seja,
divide-se o valor do lucro pelo volume de vendas (lucro líquido/vendas).
Rentabilidade - Refere-se ao resultado que possibilita a análise do retorno sobre o
investimento realizado na empresa.
O lucro, portanto, é a base para a análise das decisões de investimentos.
A primeira pergunta que se faz é qual o lucro ideal?
É obvio que quanto maior, melhor! Entretanto, o retorno de investimento é uma
recompensa equivalente a todo o investimento e não apenas aos lucros gerados nos
períodos iniciais, ou de um período específico.
Um investimento pode proporcionar altas taxas de lucros em determinados períodos, e
até prejuízos em outros; neste caso deve prevalecer o retorno médio obtido no período
considerado.
Para análise correta da lucratividade, as considerações são as seguintes: quanto maior,
melhor para a empresa; a mesma deverá ser comparada com média do setor em que a
empresa atua; e deverá atender a expectativa do empreendedor.
Normalmente os lucros gerados por uma empresa revelam três situações distintas:
Podem estar gerando recursos insuficientes para manter a empresa;
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Podem estar gerando recursos mínimos para manter a sua sobrevivência;
Podem estar gerando recursos para empresa sobreviver e crescer.
Uma empresa que esteja gerando recursos para sobreviver e crescer deve observar o
seguinte:
Normalmente tem fluxo de caixa positivo;
Obtém ganho financeiro;
Investe recursos na atualização do seu imobilizado; procura manter seus funcionários
treinados e atualizados;
Investe recursos constantemente em marketing;
Gera recursos para manter o capital de giro e proporcionar o retorno desejado pelos
investidores.
Toda empresa necessita gerar lucros para sobreviver e crescer. Todo empreendedor,
quando aplica os seus recursos financeiros em qualquer negócio, tem expectativa de
obter retorno o mais rapidamente possível e com segurança. E para que isto aconteça é
preciso a empresa apresentar não somente resultados positivos quantitativos, mas
também resultados positivos qualitativos.
3 – ESTUDO DE CASO
O CASO DO MINI BOX DO SEU JOÃO
Seu João, proprietário de um Mini Box, tem observado nos últimos meses que sua
empresa não tem apresentado resultados satisfatórios, ou seja, sua conta corrente no
banco está negativa, e, em alguns casos, não está conseguindo pagar os seus
fornecedores em dia.
Depois de consultar alguns amigos e familiares, resolveu buscar ajuda em uma
CONSULTORIA. Lá encontrou a Consultora Ana Maria, com a qual teve o seguinte diálogo:
– Bom dia Ana Maria!
– Bom dia, Seu João! Tudo bem? Como andam os negócios?
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– Eu não sei o que está realmente acontecendo com as finanças da minha loja. Estou
usando o limite do cheque especial, e ainda encontro dificuldade para liquidar algumas
contas.
– Seu João, gostaria de saber mais sobre a sua empresa...
– Tenho um Mini Box na periferia da Cidade, onde vendo gêneros alimentícios diversos. A
minha empresa já tem três anos de funcionamento. Sabe de uma coisa, Ana Maria
durante dois anos e meio aproximadamente, os negócios estavam caminhando bem.
Consegui nesse período ampliar o meu negócio. Nesse tempo aumentei os meus estoques
de mercadorias, reformei totalmente o prédio e estava tendo uma retirada mensal
equivalente a dez salários mínimos. Acontece que, nos últimos seis meses, a situação
financeira do Mini Box começou a ficar complicada.
– Gostaria que o senhor me fornecesse algumas informações financeiras da sua empresa.
Preciso saber qual é o seu faturamento médio, o montante das despesas mensais da loja,
o valor das suas compras mensais e a sua margem de lucro.
E seu João explicou:
– No ano passado, as vendas médias da minha loja eram de R$ 18.000,00 por mês.
Atualmente está faturando R$ 12.000,00 por mês, as despesas da loja são de R$
4.000,00, a minha retirada mensal é de R$ 2.000,00, as compras que eu faço ultimamente
têm sido no valor de R$ 8.500,00 por mês e a margem de lucro é de 60%. Pelas contas
que fiz teria que sobrar um lucro líquido de R$ 1.200,00 por mês. Mas acontece que estou
com a conta bancária negativa, tenho atrasado o pagamento de alguns fornecedores...
Estou bastante preocupado com a situação da empresa.
– Precisamos refazer alguns cálculos e analisar a situação econômica e financeira da sua
empresa, seu João! Normalmente, quando uma empresa está sem caixa para pagar seus
compromissos, provavelmente está tendo prejuízos. Mas, para termos certeza da real
situação da empresa, é necessário coletar outras informações, analisar todos os dados
disponíveis e, em seguida, diagnosticar a situação financeira da empresa. Está bem assim,
seu João?
E, seu João, bastante pensativo, desabafou:
– D. Ana Maria, eu só tenho o meu mini box como fonte de renda e gosto muito do que
faço. Desejo muito salvá-la dessa situação complicada e difícil. Portanto, Ana Maria, faça o
que for preciso, que da minha parte prometo seguir as orientações sugeridas.
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Depois de efetuar alguns cálculos por meio das informações fornecidas pelo seu João, a
Consultora Ana Maria quis mais informações sobre a margem de lucro da loja.
– Ana Maria, o cálculo que eu faço para calcular o preço de venda e determinar o lucro
bruto da minha empresa é o seguinte. Um produto que compro a R$ 10,00, por exemplo,
aplico 60% e o vendo por R$ 16,00. Esse cálculo é feito com a maioria dos produtos
comercializados. Se vendo R$ 12.000,00 por mês, o meu lucro bruto mensal é de R$
7.200,00 (60% de R$ 12.000,00), deduzindo as despesas da loja de R$ 4.000,00, mais as
minhas despesas pessoais de R$ 2.000,00 sobram $1.200,00 de lucro líquido. Mas,
infelizmente, não sei pra onde está indo esse dinheiro!
– Agora sei por que seu Mini Box não tem caixa para pagar os compromissos em dia... O
prejuízo mensal de sua empresa, de acordo com os números fornecidos, é de R$
1.500,00.
Espantado, seu João falou:
– Gostaria de entender como foi que a senhora encontrou esse prejuízo de R$ 1.500,00
por mês. Se isso for verdade, tenho que tomar providências urgentes.
– Perfeitamente, seu João! Lhe mandarei um relatório detalhado da situação financeira da
sua empresa.
Portanto, Seu João e demais participantes do Curso, vocês estão convidados a
acompanhar nossas orientações com o objetivo de melhorar a Gestão Financeira de uma
atividade comercial de pequeno porte.
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RELATÓRIOS GERENCIAIS DA ÁREA FINANCEIRA I
4 - CONTROLE FINANCEIRO NA EMPRESA
A seguir serão apresentados os principais controles financeiros que podem ser utilizados
em uma pequena Empresa para que possa ser praticada a gestão financeira do
empreendimento.
Esses controles poderão ser feitos manualmente ou com a ajuda da informática.
A) CONTROLE DE VENDAS REALIZADAS
Normalmente, o proprietário de um pequeno comércio conhece o valor das vendas
realizadas no mês. No entanto, conhecer apenas o montante vendido do mês encerrado, é
uma informação incompleta, pois se torna necessário conhecer qual foi o lucro gerado,
como a margem de ganho nas vendas realizadas. Tais informações são necessárias para
facilitar a análise do desempenho da empresa com relação às suas vendas, custos e lucro.
Neste curso, estamos sugerindo um relatório gerencial denominado “Controle de Vendas
Realizadas”, que tem por objetivo informar as vendas diárias realizadas, os custos das
mercadorias vendidas, o lucro bruto e a margem de lucro sobre as vendas registradas. É
recomendado que esse controle seja feito diariamente até o término do mês.
O objetivo desse relatório é informar as vendas diárias realizadas, os custos das
mercadorias vendidas, o lucro bruto e margem bruta sobre as vendas de um determinado
período, normalmente um mês.
B) APURAÇÃO DO RESULTADO DA EMPRESA
O objetivo deste relatório é apurar o resultado líquido mensal da empresa.
O resultado líquido mensal é o valor das vendas menos o custo das mercadorias vendidas
e as despesas da empresa. Ressaltamos que a retirada dos sócios (pró labore) se constitui
numa despesa da empresa, não devendo ser confundido com o lucro líquido.
O objetivo deste relatório é apurar o resultado operacional da empresa. Este controle
financeiro deverá ser elaborado mensalmente.
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C) CONTROLE DE CAIXA DO MOVIMENTO REALIZADO.
O objetivo do Controle de Caixa é registrar as entradas e saídas realizadas de recursos
financeiros e apurar o saldo disponível. Este controle financeiro deverá ser feito
diariamente.
5 - CONTROLE FINANCEIRO NA EMPRESA
Vamos voltar novamente para a Empresa do Seu João! Você deverá implantar esses
controles na Empresa desse Empresário. Depois, caso desejem, também podem aplicar na
sua empresa.
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RELATÓRIOS GERENCIAIS DA ÁREA FINANCEIRA II
Assim como ocorreu anteriormente, a seguir serão apresentados outros controles
financeiros que podem ser utilizados em uma pequena Empresa para que possa ser
praticada a gestão financeira do empreendimento.
Esses controles poderão ser feitos manualmente ou com a ajuda da informática.
A) FLUXO DE CAIXA
O objetivo do Controle de Caixa é registrar as entradas e saídas previstas de recursos
financeiros e apurar o saldo disponível previsto. Este controle financeiro deverá ser feito
diariamente.
B) BALANÇO GERENCIAL
O objetivo do Balanço Gerencial é demonstrar onde os recursos financeiros foram
aplicados na empresa (Ativo), como também as fontes de recursos financeiros (Passivo +
Patrimônio Líquido). O Ativo é composto por bens e direitos da empresa. O Passivo
representa dívidas com terceiros e o Patrimônio Líquido (PL) os recursos financeiros dos
sócios ou proprietários investidos na empresa.
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6 – PROJETANDO O FUTURO DA EMPRESA
TEXTO - FLUXO DE CAIXA TODA EMPRESA NECESSITA
Fluxo de caixa é uma ferramenta gerencial para ser usada em todas as atividades
empresarias com o objetivo de facilitar e tornar mais sólidas as decisões de cada
empresário.
Com o fluxo de caixa projetado para um período mais curto possibilita acompanhar de
perto as receitas e despesas, calcular melhor os custos e o volume das compras para não
acabar no banco, em busca de crédito para financiar o capital de giro.
A empresa precisa fazer o controle minucioso das entradas e saídas para ganhar fôlego e
poder expandir no mercado. Afinal, o acompanhamento das contas a pagar e a receber é
fundamental não só para calcular o capital de giro como também para definir, da melhor
forma possível, as datas adequadas para pagamentos, recebimentos, retirada de lucros e
pró-labore e realização de promoções para desova de estoques.
O fluxo de caixa pode ser montado, através de planilhas de Excel, softwares de gestão
financeira ou até manualmente. Seja qual for à forma, é importante ficar atento a alguns
procedimentos, como, por exemplo, registrar separadamente as entradas e saídas
previstas e efetivas, discriminando a origem das receitas e o destino das despesas. Faça
também a distinção das diversas formas de recebimento nas entradas de caixa.
De nada adianta se munir de um fluxo de caixa se você não alimentá-lo com números
realistas. Um dos erros mais comuns é a estimativa exagerada das vendas. Para não cair
nessa armadilha, é importante analisar com cuidado a carteira de clientes, o histórico do
caixa da empresa, fatores sazonais e dados do mercado.
Atenção redobrada deve-se aos extratos bancários para não contabilizar como dinheiro
em conta cheques devolvidos ou pagamentos não realizados. O empresário não pode
esquecer que a empresa pode estar com um bom saldo bancário, mas pode não estar em
uma boa situação financeira e vice-versa.
Um das funções do fluxo de caixa é permitir o controle das atividades do ciclo da
empresa e tem como objetivo primordial acompanhar o fluxo de entradas e saídas
previstas de dinheiro.
Enfim, o fluxo de caixa é um instrumento capaz de fornecer o conhecimento dos
momentos exatos em que surgem as insuficiências de caixa, possibilitando ainda que a
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empresa recorra às fontes de capital para sanar falhas com bastante antecedência, ou
mesmo resolver algum acidente de percurso.
TEXTO: 6 DICAS PARA MELHORAR O FLUXO DE CAIXA DA EMPRESA
Um dos desafios do dia-a-dia da pequena empresa é lidar com o paradoxo abundância-
escassez. E não me refiro apenas ao fluxo de negócios, mas também ao fluxo de caixa da
empresa. Por isso, reuni sete idéias para melhorar o fluxo de caixa da pequena empresa.
A) FATURE PRONTAMENTE
Você fica tão ocupado em tocar a empresa e cumprir prazos que não consegue encontrar
tempo para faturar os clientes regularmente? Acredite, você não é o único. Um
empresário conhecido meu às vezes adia o envio de faturas de pequenos serviços de
reformas residenciais até chegar próximo ao prazo do pagamento dos tributos mensais da
empresa, e é nessa hora que ele percebe não ter dinheiro suficiente para cobrir suas
obrigações.
Se você ainda não implantou um sistema, comece (ou atribua um funcionário para
começar) a faturar projetos regularmente. Ao aceitar projetos longos, negocie
antecipadamente pagamentos regulares em vez de deixar o montante devido se acumular
até a conclusão do contrato.
B) CRIE INCENTIVOS PARA QUE O CLIENTE PAGUE MAIS RÁPIDO
Algumas pequenas empresas podem reduzir significativamente o tempo de espera do
pagamento oferecendo desconto para pagamento antecipado. Já recebi faturas de
fornecedores que ofereciam descontos de 1% ou 2% para pagamento em 10 dias. Se eu
tivesse mesmo que pagar a fatura em 30 dias, provavelmente assinaria logo um cheque
para conseguir aquele desconto extra. Bom para meus objetivos de negócios, bom para o
fluxo de caixa também.
C) EVITE DESDE LOGO CLIENTES QUE DEMORAM A PAGAR OU QUE NÃO
PAGAM
A melhor forma de evitar problemas de fluxo de caixa pela falta de recebimento de
pagamento é nem fazer negócio com o tipo de cliente que não paga ou que demora a
pagar. Assim, se você tiver algum grande cliente à vista, faça seu trabalho de casa antes.
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Peça referências de crédito e não esqueça de conferi-las. Entre em contato com outras
empresas que trabalham com aquele cliente. Também é uma boa idéia contratar serviços
de verificação de crédito de organizações como a CheckExpress que pode ter seus
serviços acessados diretamente dos aplicativos do Office.
D) PREFIRA PERMUTA A DINHEIRO
É possível reduzir o impacto no caixa imediato se você precisar de produtos ou serviços
de alguém e conseguir permutar por seus próprios produtos ou serviços. Obs.: Esta não é
uma forma de redução de obrigações tributárias - ainda é necessário relatar o valor da
transação de permuta na declaração de imposto.
E) ORGANIZE SEU ESTOQUE
Tudo bem, você não consegue implantar o sistema de gerenciamento de estoque 'just-in-
time' que muitas indústrias adotaram. Que tal tentar um 'just-in-time júnior'? Dinheiro
gasto em estoque é dinheiro que não está produzindo juros nem dividendos para você.
Muitas vezes, reduzir o estoque pode ser muito simples. Já vi restaurantes diminuírem o
tamanho de suas adegas, concentrando-se na qualidade dos vinhos de algumas poucas
regiões em vez de tentar agradar todos os comensais com vários tipos da bebida. Se o
cliente ainda tiver boas opções na carta de vinhos, talvez nem perceba que há menos
variedades que antes.
F) CONSIDERE CONSOLIDAR SEUS EMPRÉSTIMOS
Sei que quase sempre é difícil para a pequena empresa pedir dinheiro emprestado. Mas
fico surpreso com a quantidade de pretextos usados pelos empresários para tomar um
empréstimo. Conheço um pequeno empresário que tem apenas um funcionário mas
possui quatro empréstimos diferentes relacionados à empresa: um para equipamento,
outro para o carro, uma linha de crédito empresarial e um cartão de crédito empresarial.
Se você também tem vários empréstimos atrelados ao seu negócio, reveja as taxas e
termos de cada um deles. Talvez você consiga consolidar dois ou mais empréstimos em
uma conta a juros mais baixos e assim melhore seu fluxo de caixa. Não sou fã da
dilatação do prazo de empréstimos, mas se você estiver pensando em conversar com o
financiador para tentar consolidar os empréstimos existentes em um novo empréstimo,
pode ser uma boa ideia escolher um prazo mais longo em troca de prestações mensais
menores.
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7 - INDICADORES FINANCEIROS
Os indicadores financeiros são índices apurados com os valores da empresa, com o
objetivo de auxiliar o gestor ou proprietário da loja de confecção a fazer um
acompanhamento da situação econômica e financeira num determinado momento.
O gestor ou proprietário de uma loja de confecção, por meio dos indicadores financeiros,
poderá tomar as decisões gerenciais necessárias, visando corrigir os desvios que estão
prejudicando a performance dos negócios sob o ponto de vista financeiro.
Existe uma grande quantidade de indicadores financeiros, no entanto iremos demonstrar
aqueles que julgamos necessários para uma boa gestão financeira de uma Empresa.
A) LUCRATIVIDADE SOBRE AS VENDAS
Esse indicador tem como objetivo demonstrar qual é a lucratividade da empresa, ou seja,
o poder de ganho da empresa comparando o seu lucro líquido com relação ao seu
montante de venda. Para calcular o índice de lucratividade sobre as vendas precisamos
das informações contidas no relatório Apuração de Resultado da Empresa.
A fórmula para calcular o índice de lucratividade é a seguinte:
Fórmula: Resultado Líquido/Vendas
B) RENTABILIDADE DOS NEGÓCIOS
Todo e qualquer empresário, independentemente do ramo de atividade empresarial,
quando investe seus recursos financeiros num negócio, tem uma expectativa de obter um
retorno o mais rápido possível dos seus investimentos. O indicador Rentabilidade dos
Negócios tem a finalidade de demonstrar para o gestor ou proprietário de uma loja qual é
o seu poder de ganho, ou retorno, sobre o capital investido na empresa.
Um outro detalhe importante com relação à rentabilidade (poder de ganho) dos negócios
é que existem dois pontos de vista sobre essa questão, ou seja, podemos determinar a
rentabilidade da empresa, como a rentabilidade dos proprietários do negócio. Para
sabermos o poder de ganho da empresa, ou seja, a sua rentabilidade, basta dividirmos o
resultado líquido (lucro líquido) pelo total do Ativo da empresa. Utilizando os valores
contidos nos relatórios gerenciais apresentados, iremos determinar a rentabilidade da
empresa.
Fórmula: Resultado Líquido / Ativo Total
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C) PODER DE PAGAMENTO DA EMPRESA
O indicador referente ao poder de pagamento da empresa está relacionado com a sua
liquidez, ou seja, este indicador revela se a empresa tem condições de honrar os seus
compromissos assumidos com terceiros em dia. Podemos analisar a liquidez (poder de
pagamento) de uma empresa periodicamente através do relatório gerencial Fluxo de
Caixa.
Uma outra forma de analisar o poder de pagamento (liquidez) de uma empresa é por
meio de alguns indicadores financeiros que iremos apresentar a seguir.
Podemos analisar a liquidez (poder de pagamento) de uma empresa adotando o seguinte
procedimento:
Liquidez = (Disponível + Contas a Receber + Estoques) / Total do Passivo
D) NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO DA EMPRESA
A finalidade desse indicador é demonstrar qual é a dependência da empresa com relação
aos recursos tomados de terceiros. Quanto mais a empresa depende de recursos de
terceiros, quer dizer de bancos, mais aumentam suas despesas financeiras (juros pagos).
Quando o endividamento da empresa está fora de controle, poderá provocar a quebra da
mesma. Portanto, o cálculo e o acompanhamento desse indicador é de suma importância
para o gestor ou proprietário de uma empresa.
Para saber o nível de endividamento da empresa, precisamos das informações contidas no
relatório gerencial denominado Balanço Gerencial, e, em seguida, fazer o seguinte cálculo:
Fórmula - Nível de endividamento da empresa = Total do Passivo / Total do Ativo
E) MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO
A margem de contribuição é a diferença entre o lucro bruto menos as despesas variáveis.
O montante da margem de contribuição deverá ser superior às despesas fixas e
financeiras para gerar o lucro.
Margem de Contribuição = Preço de Venda (-) Gastos Variáveis
Portanto, uma empresa necessita conhecer a Margem de Contribuição dos seus principais
produtos comercializados, como também identificar qual a participação desses produtos
no faturamento da empresa. Comparando a Margem de Contribuição Percentual de cada
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produto com a porcentagem de participação desse item no faturamento da empresa
iremos encontrar a Margem de Contribuição Ponderada.
F) PONTO DE EQUILÍBRIO
Toda empresa necessita de um certo montante de vendas para cobrir todos os seus custos
e despesas para não ter prejuízo. Portanto, quando as vendas se igualarem com os custos
e despesas totais, dizemos que a empresa encontra-se no Ponto de Equilíbrio. No entanto,
a empresa não tem lucro nem prejuízo.
Ponto de Equilíbrio Vendas = Custos + Despesas Totais
O cálculo do Ponto de Equilíbrio poderá ser feito de várias maneiras. Uma das maneiras de
calcular o Ponto de Equilíbrio de uma empresa é utilizando os valores constantes no
relatório gerenciais Apuração de Resultados da Empresa. O cálculo é bastante simples,
basta somar as despesas fixas mais as despesas financeiras e dividir pela porcentagem da
margem de contribuição.
O cálculo do Ponto de Equilíbrio pode ser feito antes, durante e após as atividades
operacionais da empresa. Quando o cálculo do Ponto de Equilíbrio é feito antes tem a
finalidade de prever o volume necessário de vendas para que a empresa não tenha
prejuízo e, nesse caso, trata-se de uma ferramenta que auxilia no planejamento das
vendas. Quando o cálculo for realizado durante as atividades operacionais da empresa tem
como objetivo acompanhar a evolução das vendas e dos custos e despesas do período. E
feito após serve para comparar o volume de vendas planejado com o realizado e tomar as
decisões necessárias caso haja algum tipo de distorção.
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ATIVIDADES EXTRAS
1. Uma determinada empresa apresenta em 1º de Janeiro os seguintes dados:
1. Custo Unitário do Produto: R$60,00
2. Preço Unitário para Venda: R$80,00
3. Prazo de Recebimento das Vendas: 30 dias
4. Características de produção: a empresa produz por mês a quantidade prevista para
as vendas estimadas do mês seguinte
5. Características das Compras: a empresa paga à vista os fornecedores.
6. Estimativa de Vendas:
Meses Vendas em Unidades
Janeiro 400
Fevereiro 500
Março 600
Abril 700
7. Outros dados:
a. Caixa: R$12.000,00
b. Estoque: R$18.000,00
c. Contas a Receber: R$24.000,00
Tomando como base os dados acima, podemos afirmar se a situação dessa empresa é boa
ou ruim. Qual a sua opinião?
Demonstrativo de Resultado Simplificado:
MESES RECEITA CUSTO LUCRO LUCRO ACUMULADO
JAN
FEV
MAR
ABR
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Fluxo de Caixa Simplificado:
JAN FEV MAR ABR
Saldo Inicial
+ Entradas
- Saídas
Saldo Final
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2. Os dados abaixo são projeções para o final de dezembro extraídas do Balanço
Patrimonial da empresa Comercial SA, que atua no segmento de varejo:
Saldo em 31 de Dezembro Em R$
Ativo Circulante Passivo Circulante
Disponibilidades 16.000 Financiamentos 10.000
Caixa 1.000
Bancos 15.000 Fornecedores 18.000
Contas a Receber 17.000
Estoques 5.000 Salários/Encargos 30.000
Após estudos de mercado, o gerente comercial previu os volumes de vendas e
compras para os meses de Janeiro a Abril do ano seguinte:
Em R$
Previsão de Vendas Previsão de Compras
Janeiro 77.500 Janeiro 40.000
Fevereiro 85.000 Fevereiro 55.000
Março 98.000 Março 60.000
Abril 103.000 Abril 70.000
O Gerente Financeiro necessita agora adequar a melhor política financeira para a
empresa, avaliando a lucratividade e a geração de caixa. Estuda duas possibilidades: a
primeira considerando o prazo de recebimento das vendas em 30 dias e o prazo de
pagamento das compras à vista.
A outra possibilidade considera que a partir de janeiro 50% das vendas serão
recebidas à vista, oferecendo um desconto de 5% sobre o valor total (vendas de
dezembro serão recebidas 100% em 30 dias, sem variação). As compras serão pagas em
30 dias, mas com acréscimo de 10%.
Outros dados apurados:
Salários e Encargos: não há previsão de contratação de novos funcionários e
nem de demissões, o que leva ao custo mensal permanecer constante.
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Financiamento: esse empréstimo foi realizado mediante necessidade de capital
de giro. O pagamento será em 4 parcelas iguais – de janeiro a abril – acrescido
de juros de 5% a.m. sobre o saldo devedor, com cálculo pela Tabela Price.
Qual será a melhor estratégia financeira? Com base nos dados apresentados
verifique as duas opções e dê o seu parecer com base no DRE e nos Fluxos de Caixa.
Demonstração de Resultados
Meses Receita Custos/Despesas Lucro Acumulado
Fornecedores Financiamentos Salários/Encargos
JAN
FEV
MAR
ABR
Fluxo de Caixa – Estratégia 1
JAN FEV MAR ABR
S. Inicial
Entradas
Vendas 30 dias
Saídas
Fornecedores
Financiamentos
Salários/Encargos
S. Final
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Fluxo de Caixa – Estratégia 2
JAN FEV MAR ABR
S. Inicial
Entradas
Vendas à vista
Vendas 30 dias
Saídas
Fornecedores (30 dias)
Financiamentos
Salários/Encargos
S. Final
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3. Os dados abaixo são projeções para o final de dezembro extraídas do Balanço
Patrimonial de uma micro-empresa que atua no segmento de varejo:
Saldo em 31 de Dezembro Em R$
Ativo Circulante Passivo Circulante
Disponibilidades 12.000 Financiamentos 6.000
Caixa 2.000
Bancos 10.000 Fornecedores 15.000
Contas a Receber 23.000
Estoques 3.500 Salários/Encargos 20.000
Após estudos de mercado, foram previstos os volumes de vendas e compras para
os meses de Janeiro a Abril do ano seguinte:
Em R$
Previsão de Vendas Previsão de Compras
Janeiro 45.000 Janeiro 18.000
Fevereiro 54.000 Fevereiro 29.000
Março 60.000 Março 32.000
Abril 63.000 Abril 32.000
O Gerente Financeiro necessita agora adequar a melhor política financeira para a
empresa, avaliando a lucratividade e a geração de caixa. A idéia é realizar os
recebimentos em três parcelas iguais, com a entrada sendo à vista (as vendas de
dezembro serão recebidas em duas vezes, sendo a entrada à vista). As compras serão
pagas 50% à vista e o restante em 30 dias.
Outros dados apurados:
Salários e Encargos: não há previsão de contratação de novos funcionários e
nem de demissões, o que leva ao custo mensal permanecer constante.
Financiamento: esse empréstimo foi realizado, com carência até o final
dezembro mediante necessidade de capital de giro. O principal será pago em 4
parcelas iguais – de janeiro a abril – acrescido de juros de 1% a.m. sobre o
saldo devedor, utilizando o Sistema de Amortização Constante.
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Investimento de R$10.000 para compra de micro-computadores a ser pago em
4 parcelas iguais, sem juros.
A estratégia financeira é viável? Com base nos dados apresentados verifique com base no
DRE e no Fluxo de Caixa.
Demonstração de Resultados
Meses Receita Custos/Despesas Lucro Acumulado
Fornecedores Financiamentos Salários/Encargos
JAN
FEV
MAR
ABR
Fluxo de Caixa
JAN FEV MAR ABR
S. Inicial
Entradas
A Vista
30 dias
60 dias
Saídas
Fornecedores - a vista
Fornecedores - a prazo
Financiamentos
Salários/Encargos
Investimentos
S. Final
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4. A Prolimp Ltda, fabricante de produtos de limpeza, precisa simular seu fluxo de caixa
para os próximos 4 meses. Para tanto, recorreu ao balanço projetado de dezembro e
as previsões da área comercial.
Saldo em 31 de Dezembro Em R$
Ativo Circulante Passivo Circulante
Disponibilidades 40.000 Financiamentos 0
Caixa 10.000
Bancos 30.000 Fornecedores 150.000
Contas a Receber 120.000
Estoques 60.000 Salários/Encargos 60.000
Em R$
Previsão de Vendas Previsão de Compras
Janeiro 150.000 Janeiro 70.000
Fevereiro 210.000 Fevereiro 140.000
Março 240.000 Março 100.000
Abril 102.000 Abril 75.000
Sabe-se ainda:
Condições de Recebimentos: vendas de dezembro em duas parcelas iguais,
sendo a primeira em janeiro. Vendas estimadas de janeiro a abril em três
parcelas iguais, sendo a primeira uma entrada à vista.
Prazo médio de pagamento de fornecedores 30 dias.
Salários e Encargos: a partir de março a folha aumenta em R$5.000.
Financiamento: será feita uma captação de R$90.000 para giro em dezembro,
sendo que o depósito será realizado no primeiro dia útil de janeiro. Será pago
em 4 parcelas iguais, de janeiro a abril, ao final de cada mês, com juros de 1%
a.m e cálculo realizado pela Tabela Price.
Investimento: R$24.000 em abril na compra de um veículo que será pago à
vista.
Elabore as simulações utilizando o DRE e o Fluxo de Caixa.
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DRE - Simplificada
Meses Receita Custos/Despesas Lucro Acumulado
Fornecedores Financiamentos Salários/Encargos
JAN
FEV
MAR
ABR
Fluxo de Caixa
JAN FEV MAR ABR
S. Inicial
Entradas
A Vista
30 dias
60 dias
Captações - Financiam.
Saídas
Fornecedores - a prazo
Financiamentos
Salários/Encargos
Investimentos
S. Final
5. Ao perceber que a estratégia acima poderia gerar algum transtorno, um analista
financeiro propôs, dentre algumas alternativas:
a. Receber as vendas de janeiro a abril em até duas vezes, sendo a entrada à
vista.
b. Receber as vendas de dezembro totalmente em 30 dias, porém com desconto
de 20%.
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c. Não realizar nenhum empréstimo.
d. Manter as outras alternativas.
Considerando esses fatores como ficaria o fluxo de caixa? Será mais interessante?
Fluxo de Caixa
JAN FEV MAR ABR
S. Inicial
Entradas
A Vista
30 dias
60 dias
Captações - Financiam.
Saídas
Fornecedores - a prazo
Financiamentos
Salários/Encargos
Investimentos
S. Final