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  • 1. Apostila de NsAPOSTILAS DE NS ESPECIALIDADE AR-381. Fundamentos O desbravador deve saber fazer ns, pois eles so essenciais para as atividades de acampamento e tambm para a vida no dia a dia. O conhecimento bsico de um bom grupo de ns, em situaes de risco, poder ser um fator determinante para ajudar a salvar vidas. Considera-se, geralmente, que os ns realmente teis tm como caractersticas bsicas: Serem fceis de fazer Serem fceis de desfazer No cederem sob carga A maioria dos ns pode ser feita de mais de uma maneira. Portanto uma maneira no melhor que outra contanto que o resultado final seja o mesmo. A maioria dos ns simtricos (aqueles que se espelham da direita para a esquerda ou de cima para baixo) tem mais mritos que os demais. Adicionar voltas (ou cotes) extras pode ajudar em muitos casos. Por exemplo, usar trs cotes (em vez de dois) na Volta Redonda quando utilizar material escorregadio. Um conjunto de 10 ns bsicos serve muito bem para a maioria das situaes se voc for criativo na utilizao deles. Adicione outros na medida em que surgirem as necessidades. Um n mais til quando feito com facilidade e sem muito esforo. A nica maneira de atingir esse resultado atravs de prtica, prtica e mais prtica. Voc consegue fazer seus ns com os olhos fechados? Conhecimento de resistncias de cordas essencial quando a segurana estiver em jogo. Tente conseguir pelo menos um livro sobre o assunto para a sua biblioteca.2. Constituio das cordas 2.1. Cordas de fibra de origem natural As fibras de origem natural mais utilizadas no fabrico de cordas so: manilha, sisal, juta, algodo e cnhamo. Geralmente as cordas de fibra natural levam o nome da planta da qual a fibra foi obtida. Com o objetivo de aumentar a durabilidade da corda, so impregnadas com leo durante sua manufatura, o que lhes confere um aumento de 10% no peso.2.2. Cordas de Fibra de Origem SintticaCorda de PolisterAs fibras sintticas mais utilizadas na confeco de Cordas so: polister, poliamida, polietileno e o polipropileno, polmeros derivados de petrleo. As cordas de fibra sinttica, quando comparadas as cordas de fibra natural de mesmo dimetro, apresentam maior resistncia, maior elasticidade e duram mais.1 de 8

2. Apostila de Ns2.3. Caractersticas Polister: grande resistncia e excelente compatibilidade com outras fibras. Corda esttica. Sisal: spera, usada em construo civil e, pelos desbravadores, para fazer pioneirias. Nylon: corda resistente e malevel, com filamentos longos; se degrada em contato com o sol. Polipropileno: resistente a agentes qumicos, elasticidade, no retm gua e algumas podem flutuar. Quanto a trama, podem ser: Torcidas: normalmente no apresentam elasticidade, sendo, portanto consideradas estticas. Tranadas: apresentam coeficiente varivel de elasticidade e, na maioria das vezes, so dinmicas. 2.4. Cordas esttica e dinmica Nas cordas estticas, os fios da alma so lisos, dando-lhe a elasticidade natural do Nylon (1 ou 2% quando submetido ao peso mdio de uma pessoa). J nas cordas dinmicas os fios so um conjunto de cordinhas, torcidas ou tranadas, e este o segredo para a absoro de choques, com a elasticidade de cerca de 6 a 10%, ao peso de uma pessoa normal. A corda esttica no tem elasticidade, o que no desejvel numa escalada, onde a pessoa pode cair e, com o impacto da queda com a corda, quebrar ossos. J com a corda dinmica, a elasticidade minimiza o risco. Num transporte de carga, a corda esttica melhor justamente por no ter elasticidade, o que indesejvel nesta situao. 2.5. Principais termos utilizados no manejo de cordas e a na especialidade de ns a) Ala: uma volta ou curva em forma de U realizada em uma corda. b) Ala de azelha ou laada com n: n simples que forma uma ala. c) Amarra: utilizada para fazer mveis de acampamento com madeiras e cordas. d) Chicote ou ponta de trabalho: parte da corda que utilizada no manuseio para fazer o n. e) Corda: conjunto de cordes produzidos com fibras naturais ou sintticas, torcidos ou tranados entre si. f) Corda restante ou ponta fixa: parte do cabo que no usada como ponta de trabalho. g) Curva ou dobra: formao paralela da corda, aplicada a qualquer parte dela. h) Falcaa: arremate realizado no extremo de uma corda, para que a mesma no desacoche. a unio dos cordes dos chicotes da corda por meio de um fio, a fim de evitar o seu destorcimento. Nas cordas de fibra sinttica pode ser feita queimando-se as extremidades dos chicotes. i) N superior: n principal dado no momento em que se realiza a amarra. j) Ponta corredia ou vivo: a ponta com a qual formamos o n. k) Seio ou laada: volta em que as partes de uma mesma corda se cruzam. O n corredio representa melhor a laada. l) Unio de cordas: juno de cordas atravs de dobras, e no das pontas (fixa ou vivo). m) Volta ou lao: quando a corda envolve completamente um objeto voltando a estar prxima de si mesma. 2.6. Cuidados com as cordas A corda, como todo equipamento ou material se desgasta com o tempo, pelo uso. Por envolver risco vida e para a preveno de acidentes, a corda deve ser utilizada somente se estiver em boas condies, oferecendo confiabilidade e segurana para quem a estiver utilizando. Para que a corda tenha uma longa durao, ela deve ser bem cuidada. Abaixo tem algumas maneiras de se cuidar bem de uma corda. Na prtica de rapel: No desa o rapel muito rpido, pois gera calor desnecessrio nos mosquetes e danifica a corda. No raspe a corda em rvores, utilize uma proteo prpria ou improvisada (tecido ou papelo), pois danifica o caule e suja a corda, podendo desfi-la em alguma farpa ou espinho. Em cantos ou quinas de rocha proteja a corda com protetores prprios ou improvisados (tecido, papelo). Evite molhar a corda, pois aumenta o seu fator de queda ficando mais pesada e causa muito mais atrito na rocha, desgastando-se mais rapidamente. Nos demais casos: O primeiro passo para manter sua corda bem conservada mant-la limpa. A limpeza fundamental para prolongar sua vida til e resistncia. Sempre que possvel no deixe a corda no solo. A poeira e partculas de sujeira tm efeito abrasivo. 2 de 8 3. Apostila de NsEvite pisar no equipamento. Isso pressionar as partculas abrasivas para o interior da corda. Evite expor a corda qualquer produto qumico/degradvel, que possa provocar desgastes. Evite marcar a corda com canetas que no sejam especficas para este fim. Os produtos qumicos da tinta podem danific-la. No exponha a corda a temperaturas altas, como coloc-la no cap de um carro em dia de sol. A corda deve ser lavada no tanque, escovando as partes sujas da capa e agitando-a bem para tirar a sujeira da alma. Use apenas sabo de cco ou neutro e gua fria. Enxge bem e deixe secar na sombra. Nunca use mquinas de lavar e secadoras. No enrole a corda para guardar, guarde-a solta e sem ns. A corda pode criar pontos fracos se permanecer sempre dobrada nos mesmos pontos por muito tempo.3. NS 3.1. Ns terminais, usados no final das cordas So ns feitos geralmente na ponta de cordas (chicotes). Servem para impedir que o cabo corra num olhal. H muitas situaes nas quais voc vai precisar de um n desses. Cada aplicao ter suas exigncias especiais com relao s propriedades do n. Voc ter que escolher com cuidado. Voc pode fazer um n de Bloqueio para evitar que a ponta do cabo se desmanche, mas evite faz-lo. N simples ou meia volta Usado para evitar escorregadas ou roadas, fazer um n na ponta da linha de costura, passando pelo cadaro dos sapatos e at em embrulhos. Esse o mais simples dos ns. Mas no resistente e voc no poder us-lo em situaes onde se esperem grandes foras. Esse n tambm reduz a resistncia do cabo em aproximadamente 50%. O N Duplo ou N Dobrado Esse um belo n, mais grosso que o Meio-n, embora no seja mais forte. chamado de "N do Sangue", quando feito na ponta de chicotes. Uma vez apertado, muito difcil de se desfazer. Se voc puser um objeto pelo buraco marcado com "x", ele funcionar como um lao. N de Frade Se voc fizer mais do que duas voltas no N Duplo ele ficar mais grosso e ser conhecido por "N de Frade". Lembre-se de que ele no ficar nem um pouco mais resistente. Em corda (torcida ou tranada) importante montar o n com cuidado, para evitar vincos e diminuir ainda mais a resistncia dela. N Oito ou Volta do Fiador Esse n maior, mais resistente e mais fcil de desfazer do que os ns anteriores. Alm disso, no danifica tanto a corda. No a toa que os marinheiros o preferem na maioria das situaes!3 de 8 4. Apostila de Ns3.2. Ns de ligas ou de unio (para juno de cordas) So ns feitos geralmente nos chicotes para unir ou "ligar" dois cabos. N Direito No escorrega nem aperta, sendo fcil de desatar, pode ser usado para amarrar embrulhos, valioso em primeiros socorros, etc. Para emendar ataduras e emendar cabos com o mesmo dimetro, mesma espessura. N Direito alceado Variao do N Direito, tem como caracterstica principal o fato de poder ser desfeito mais facilmente. N de Escota um n muito apreciado. Geralmente associado unio de cabos de bitolas diferentes. Voc tem que ter cuidado quando o fizer com chicotes soltos, pois poder fazer outro n, mais fraco e indesejvel. Se o chicote estiver preso fazendo um olhal, no importa para que lado seja feito. Ele tambm conhecido como "n da bandeira", pois ele que se usa para atar a adria para o hasteamento da bandeira. N de Escota Duplo Mesma utilizao do N de Escota, proporcionando, entretanto mais firmeza da unio.Ordinrio ou ncora Utilizado para unir cabos grossos. Tambm conhecido como N de Marinheiro, provavelmente o mais perfeito n de unio que existe. No escorrega facilmente, mesmo com corda molhada, sempre fcil de desfazer, mesmo aps uma carga pesada. Tenha cuidado para no errar a trana: os chicotes terminam em lados opostos e o entrelaado simtrico. Quando usar em cabos grossos, os chicotes devem ficar presos para evitar desgaste. N de Pescador Muito utilizado para ligar cabos finos, meio duros ou molhados, como linhas de pesca, cordas corredias, delgadas, rgidas, cabos metlicos e at cabos de couro. Pode ser armado de duas formas diferentes. Ambas funcionam igualmente. Com dois meios-ns ele fica simtrico e provavelmente a verso mais conhecida. Com dois meiosns apostos ele fica mais bonito (tem que trabalhar bem o n). N de Pescador Duplo ou Dobrado Mesma utilidade do pescador. Fornece maior segurana, sendo, portanto mais seguro.4 de 8 5. Apostila de NsOito Dobrado Esse n provavelmente um dos melhores ns de unio: forte, bonito, no trava o N de Oito usado como unio.3.3. Ns de engates para unir cordas a objetos So ns feitos geralmente nos chicotes para unir cordas a objetos, como um poste, argola ou outro objeto (ou outro cabo de maior espessura e esticado em sentido perpendicular). Volta Singela Utilizado para atar uma corda a uma forquilha ou gancho. Se a carga aliviada, o n se desfaz imediatamente com uma pequena sacudidela. Os pescadores usam-no para comear a enrolar a linha na agulha de rede.Meio Cote Esse n mais estvel que o Volta Singela, e quase to simples de fazer. muito til para amarrar cargas leves e que tenham que ser liberadas com rapidez. Os marinheiros costumavam us-lo para pendurar mantimentos, fora do alcance dos ratos. Volta Redonda, Dois Cotes ou Fateicha til por ser fcil de executar e no fugir sob qualquer esforo. Serve para prender um cabo a uma argola. o n que se faz para firmar um cabo em uma barra, num anel, para amarraes firmes, ou para prender a fateicha, que uma ncora pequena como argola. O n consiste em uma volta redonda com cotes, passando o primeiro por uma volta, para no apertar. Volta do Fiel N inicial ou final de amarras. No corre lateralmente e suporta bem a tenso. Permite amarrar a corda a um ponto fixo. usado para amarrar as cordas das barracas, usa-se ainda para amarrar um cabo a uma estaca. Para amarrar o cabo vara de madeira nos trabalhos de Pioneiria. Sem apoio externo no confivel. Lembre-se de nunca tracionar longitudinalmente numa ponta s. Magnus ou Volta do Fiel Duplo Tambm conhecido como volta estivada. o melhor n de engate para trao longitudinal. Deve ser trabalhado com cuidado e apertado antes de aplicar a carga. No deve ser usado para trao transversal, pois se desfaz. Volta da Ribeira Tambm chamado "Engate do Lenho". Usado para arrastar troncos. um n que aperta medida que a carga aplicada, mas se desfaz muito facilmente quando se d uma folga. Excelente para iniciar amarras.5 de 8 6. Apostila de NsVolta do Salteador Utilizado para prender uma corda a um basto, com uma ponta fixa e outra que quando puxada desata o n. Se utilizado para descer uma rvore, lembre-se de utilizar a ponta fixa.3.4. Olhais e laadas Olhal um tipo de lao que no corre (aperta). Os laos geralmente so feitos de tal forma que apertam a carga ao serem tracionados. Lais de Guia ou Bolina Usado para salvamento, para prender a pessoa quando h necessidade que a laada no aperte. Para prender uma pessoa ou animal quando h necessidade, como quando se desce algum de um prdio incendiado ou quando se puxa um animal guia. um n que no corre, nem aperta e tem grande valor. provavelmente o olhal mais conhecido no mundo. Entretanto, caso a carga seja muito pesada, esse no o n mais adequado. Como regra geral, deixe que a ponta solta tenha o comprimento de cerca de 12 vezes o dimetro do cabo, por segurana. Lais de Guia Holands Os marinheiros holandeses usam essa variante da Bolina. Naturalmente, acham que mais segura que a verso comum. Dizem que a ponta solta no to facilmente empurrada para dentro acidentalmente. Provavelmente apenas uma questo de cultura. No esquea da regra: deixe que a ponta solta tenha cerca de 12 vezes o dimetro do cabo, por segurana. Balso pelo Seio Tambm conhecido como Lais de Guia Duplo. Utilizado em aes de salvamento. Os dois laos que se formas so do mesmo dimetro; sendo um para sentar-se e o outro para apoiar as costas.Oito Dobrado O Oito Dobrado a forma preferida dos alpinistas fazerem um olhal. , certamente, mais seguro que a Bolina. H discusso a respeito de haver ou no a necessidade de um n de parada na ponta solta. A rapidez com que se desfaz um n tambm um fator de segurana. Borboleta um n excelente para se fazer um lao que no corre no meio de uma corda.. Responde bem a trao e seguro mesmo quando as foras nas duas pontas mais forte do que a carga no olhal.6 de 8 7. Apostila de NsArns ou Artilheiro Mesma utilidade do borboleta. Uma forma fcil e prtica de se fazer um lao no meio de um cabo. No to forte quanto o Borboleta, mas um pouco mais rpido de fazer e desmanchar. Como o nome sugere, era usado pelos soldados para pendurar seus mosquetes no ombro. Use-o como n temporrio para carregar coisas. N Aselha utilizado para fazer uma ala fixa no meio de um cabo.3.5. Outros ns no classificados nos grupos anteriores Corredio Este n caracterstico por ter um lao corredio, quanto mais tencionado, mais ele aperta o lao. Pode ser feito na ponta da corda, como no meio dela. til para amarrar pacotes, pois de ajuste fcil. Laada Corredia Mesmas caractersticas do corredio. Pode ser aumentada ou diminuda conforme a necessidade, muito utilizada como esticador de barraca. N de Cirurgio Difere do n direito por ter uma dupla laada na primeira passada. Isto permite suficiente frico para prender at que a segunda laada se complete. Cirurgies encontram nele utilidade especial. BACHMANN: N blocante, utilizado para ascenso ou bloqueamento.MACHARD: N blocante, utilizado para ascenso ou bloqueamento.7 de 8 8. Apostila de NsPRUSSIK N ideal para atar uma corda a um cabo estilado ou tronco vertical. Utilizado para ascenso ou bloqueamento.N DE FORCA: N bastante til pra fazer um bonito acabamento naquelas cordinhas que prendemos em facas, canivetes, chaveiros, lanternas, etc. Tambm utilizado para encurtar cordas longas.Catau Utiliza-se para reduzir o comprimento de uma corda sem cort-la. Serve tambm para isolar alguma parte danificada da corda, sem deix-la sob tenso.Cadeira de Bombeiro N utilizado para resgate e fins decorativos. Como o Lais de Guia Duplo, proporciona dois laos que podem carregar uma pessoa inconsciente.No Carioca ou de Caminhoneiro mais do que um n. Talvez uma amarra. Os motoristas usam essa amarra para prender o cabo da lona sobre a carroceria da carreta. Uma das vantagens poder esticar-se o cabo e prend-lo sem perder tenso ao finalizar a amarra. A principal vantagem a tenso que se consegue em um cabo, usando-se este super-n. Ideal para esticar cordas e cabos que exigem muita presso.4. Bibliografia Manual para desbravadores Ns e amarradas (de amigo guia) 1999, Ed. Sobre Tudo. Curso Tcnico Ns e Amarras Unio dos Escoteiros do Brasil / Regio So Paulo. Na Trilha da Aventura 2, Remo Daz 2009. Pesquisas em diversos sites da internet (imagens). Material preparado Ivaldo Nunes de Magalhes Abril/2007. 1 Reviso e Atualizao Novembro/2009. A utilizao deste material para qualquer fim liberada pelo autor, desde que seja citada a fonte. 8 de 8