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FUNDAMENTOS A REDES DE COMPUTADORES Cabeamento de Redes (Cabling) Nos últimos anos muito se tem discutido e falado sobre as novas tecnologias de hardware e software de rede disponíveis no mercado. Engana-se, porém, quem pensa que estes produtos podem resolver todos os problemas de processamento da empresa. Infelizmente, o investimento em equipamentos envolve cifras elevadas, mas é preciso que se dê também atenção especial à estrutura de cabeamento, ou *cabling*, uma das peças-chave para o sucesso de ambientes distribuídos. Conforme pesquisas de órgãos internacionais, o cabeamento hoje é responsável por *80%* das falhas físicas de uma rede, e oito em cada dez problemas detectados referem-se a cabos mal-instalados ou em estado precário. Tipos de Cabeamento CABO COAXIAL O primeiro tipo de cabeamento que surgiu no mercado foi o cabo coaxial. Há alguns anos, esse cabo era o que havia de mais avançado, sendo que a troca de dados entre dois computadores era coisa do futuro. Até hoje existem vários tipos de cabos coaxiais, cada um com suas características específicas. Alguns são melhores para transmissão em alta frequência, outros tém atenuação mais baixa, e outros são imunes a ruídos e interferências. Os cabos coaxiais de alta qualidade não são maleáveis e são difíceis de instalar e os cabos de baixa

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apostila de redes para estudantes da area de redes muitos conteudos interessantes uma apostila completa para quem busca conhecimento nessa area nao deixe de ler a apostila pois tem um rico conhecimento da area de redes e afins possui 53 paginas passando por determinados topicos

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Page 1: Apostila de Fundamentos a Redes de Computadores Unepi

FUNDAMENTOS A REDES DE COMPUTADORES

Cabeamento de Redes (Cabling)

Nos últimos anos muito se tem discutido e falado sobre as novas tecnologias de hardware e software de rede disponíveis no mercado.

Engana-se, porém, quem pensa que estes produtos podem resolver todos os problemas de processamento da empresa. Infelizmente, o investimento em equipamentos envolve cifras elevadas, mas é preciso que se dê também atenção especial à estrutura de cabeamento, ou *cabling*, uma das peças-chave para o sucesso de ambientes distribuídos. Conforme pesquisas de órgãos internacionais, o cabeamento hoje é responsável por *80%* das falhas físicas de uma rede, e oito em cada dez problemas detectados referem-se a cabos mal-instalados ou em estado precário.

Tipos de Cabeamento

CABO COAXIAL

O primeiro tipo de cabeamento que surgiu no mercado foi o cabo coaxial.

Há alguns anos, esse cabo era o que havia de mais avançado, sendo que a troca de dados entre dois computadores era coisa do futuro.

Até hoje existem vários tipos de cabos coaxiais, cada um com suas características específicas. Alguns são melhores para transmissão em alta frequência, outros tém atenuação mais baixa, e outros são imunes a ruídos e interferências. Os cabos coaxiais de alta qualidade não são maleáveis e são difíceis de instalar e os cabos de baixa qualidade podem ser inadequados para trafegar dados em alta velocidade e longas distâncias.

Ao contrário do cabo de par trançado, o coaxial mantém uma *capacidade* *constante* e baixa, *independente do seu comprimento*, evitando assim vários problemas técnicos. Devido a isso, ele oferece velocidade da ordem de megabits/seg, não sendo necessário a regeneração do sinal, sem distorção ou eco, propriedade que já revela alta tecnologia. O cabo coaxial pode ser usado em ligações ponto a ponto ou multiponto. A ligação do cabo coaxial causa reflexão devido a impedância não infinita do conector. A colocação destes conectores, em ligação multiponto, deve ser controlada de forma a garantir que as reflexões não desapareçam em fase de um valor significativo. Uma dica interessante: em uma rede coaxial tipo BUS - também conhecida pelo nome de rede coaxial varal , o cabo deve ser casado em seus extremos de forma a impedir reflexões.

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A maioria dos sistemas de transmissão de banda base utilizam cabos de impedância com características de 50 Ohm, geralmente utilizados nas TVs a cabo e em redes de banda larga. Isso se deve ao fato de a transmissão em banda base sofrer menos reflexões, devido às capacitâncias introduzidas nas ligações ao cabo de 50 Ohm.

Os cabos coaxiais possuem uma maior imunidade a ruídos eletromagnéticos de baixa frequência e, por isso, eram o meio de transmissão mais usado em redes locais.

PAR TRANÇADO

Com o passar do tempo, surgiu o cabeamento de par trançado. Esse tipo de cabo tornou-se muito usado devido a falta de flexibilidade de outros cabos e por causa da necessidade de se ter um meio físico que conseguisse uma taxa de transmissão alta e mais rápida. Os cabos de par trançado possuem dois ou mais fios entrelaçados em forma de espiral e, por isso, reduzem o ruído e mantém constante as propriedades elétricas do meio, em todo o seu comprimento.

A *desvantagem* deste tipo de cabo, que pode ter transmissão tanto analógica quanto digital, é sua suscetibilidade às *interferências* a ruídos (eletromagnéticos e radiofrequência). Esses efeitos podem, entretanto, ser minimizados com blindagem adequada.

Vale destacar que várias empresas já perceberam que, em sistemas de baixa frequência, a imunidade a ruídos é tão boa quanto a do cabo coaxial.

O cabo de par trançado é o meio de transmissão de *menor custo* por comprimento no mercado. A ligação de nós ao cabo é também extremamente simples e de baixo custo. Esse cabo se adapta muito bem às redes com topologia em estrela, onde as taxas de dados mais elevadas permitidas por ele e pela fibra óptica ultrapassam, e muito, a capacidade das chaves disponíveis com a tecnologia atual. Hoje em dia, o par trançado também está sendo usado com sucesso em conjunto com sistemas ATM para viabilizar o tráfego de dados a uma velocidade extremamente alta: 155 megabits/seg.

FIBRA ÓPTICA

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Quando se fala em tecnologia de ponta, o que existe de mais moderno são os cabos de fibra óptica. A transmissão de dados por fibra óptica é realizada pelo envio de um sinal de luz codificado, dentro do domínio de frequência do infravermelho a uma velocidade de 10 a 15 MHz. O cabo óptico consiste de um filamento de sílica e de plástico, onde é feita a transmissão da luz. As fontes de transmissão de luz podem ser diodos emissores de luz (LED) ou lasers semicondutores. O cabo óptico com transmissão de raio laser é o mais eficiente em potência devido a sua espessura reduzida. Já os cabos com diodos emissores de luz são muito baratos, além de serem mais adaptáveis à temperatura ambiente e de terem um ciclo de vida maior que o do laser.

Apesar de serem mais caros, os cabos de fibra óptica *não sofrem* *interferências* com ruídos eletromagnéticos e com radiofrequências e permitem uma total isolamento entre transmissor e receptor.

Portanto, quem deseja ter uma rede segura, preservar dados de qualquer tipo de ruído e ter velocidade na transmissão de dados, os cabos de fibra óptica são a melhor opção do mercado.

O cabo de fibra óptica pode ser utilizado tanto em ligações ponto a ponto quanto em ligações multiponto. A exemplo do cabo de par trançado, a fibra óptica também está sendo muito usada em conjunto com sistemas ATM, que transmitem os dados em alta velocidade. O tipo de cabeamento mais usado em ambientes internos (LANs) é o de par trançado, enquanto o de fibra óptica é o mais usado em ambientes externos.

Apenas para complementar: segundo livros que eu tenho falando sobre o assunto, um cabeamento de fibra ótica teria uma largura de banda típica em torno de 1ghz, o suficiente para utilizar-se os serviços mais corriqueiros da Internet ( FTP, e-mail, Web, videoconferência etc... ) com muita folga, assumindo-se um comprimento máximo de 1,5 KM.

INTRODUÇÃO A REDES

A arquitetura TCP/IP surgiu com a criação de uma rede patrocinada pelo Departamento de Defesa do governo dos Estados Unidos da América (DoD - Department of Defense). Uma das tarefas essenciais dessa rede seria manter comunicados, nem que fosse apenas uma parte, órgãos do governo e universidades, no caso de ocorrência de guerras ou catástrofes que afetassem os meios de comunicação daquele país. Dessa necessidade, surgiu a ARPANET, uma rede que permaneceria intacta caso um dos servidores perdesse a conexão.

A ARPANET necessitava então de um conjunto de protocolos que assegurasse tal funcionalidade esperada, mostrando-se confiável, flexível e de fácil implementação. É então desenvolvida a arquitetura TCP/IP, que se torna o conjunto de protocolos padrão.

Para encorajar os pesquisadores universitários a adotar o padrão TCP/IP, o DARPA (Defense Advansed Research Projects) criado para administrar o projeto, fez uma implementação de baixo custo, integrando o TCP/IP ao Sistema Operacional Unix da Universidade de Berkeley (BSD) já em uso em várias universidades americanas.

A ARPANET cresceu e tornou-se a rede mundial de computadores – Internet, devido a utilização da arquitetura TCP/IP pelos fabricantes de outras redes, com a finalidade da conectividade com a Arpanet.

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A normalização do TCP/IP chegou após a sua utilização em massa. Hoje, quando se menciona TCP/IP, vem imediata a associação com a Internet, ocorrendo de modo idêntico o inverso: a Internet está diretamente relacionada à arquitetura TCP/IP.

O TCP/IP é um conjunto de protocolos projetado para a comunicação entre computadores que se tornou padrão na indústria e principalmente na Internet. Para um computador comunicar-se com outro na Internet, deve ter o TCP/IP instalado. Existem implementações TCP/IP para diversos sistemas operacionais tais como UNIX e Sistemas operacionais microsoft.

Instalando e Configurando o TCP/IP no Windows

Para instalar e configurar o TCP/IP no Windows NT 4.0, siga os seguintes passos:

1. Do menu INICIAR, selecione Configurações, Painel de Controle

2. Duplo click na Rede ( Network)

3. Click em Protocolos (Protocols)

4. Click em Adicionar (Add)

5. Selecione Protocolo TCP/IP (TCP/IP Protocol) e Click OK

6. Tipo de caminho aparece, click em Continue

7. A instalação é feita

8. Click Close, as propriedades do Microsoft TCP/IP aparecem na caixa de diálogo.

9. Entre com o Endereço IP, Máscara de sub-rede e Default gateway

10. Click ok, as modificações são assumidas e é pedido para “resetar” o computador.

11. Click Sim (Yes).

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Endereçamento IP - Lógico

Cada computador em uma rede TCP/IP é identificado por um endereço lógico, o endereço IP. Um endereço IP é requisitado para cada máquina ou componente de rede que se comunica utilizando o TCP/IP.

O endereço IP identifica a localização de um componente de rede da mesma forma que o endereço da rua e o número da casa identifica uma casa em uma cidade. Da mesma forma que o nome da rua e o número da casa identifica uma única residência, o endereço IP deve ser único.

Cada endereço IP define o endereço da rede ( nome da rua na cidade) e o endereço da máquina ( numero da casa na rua).

O endereço de rede identifica os componentes que estão localizados no mesmo segmento físico de rede. Todos os componentes no mesmo segmento físico devem ter o mesmo endereço de rede. A identificação de rede deve ser única, ou seja só existe uma rede com esta identificação.

O endereço de host identifica as estações de trabalho, servidores, roteadores, ou outros hosts TCP/IP dentro de um segmento de rede. Uma identificação de host deve ser única em uma identificação de rede.

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O endereço IP possui 32 bits e é composto por 4 campos de 8 bits (1 byte ) chamados de octetos.

Os octetos representam números decimais que variam de 0 à 255.

Atribuição de uma identificação de Rede

Um endereço de rede identifica hosts TCP/IP que estão localizados no mesmo segmento físico de rede.

Todos os hosts no mesmo segmento físico de rede devem possuir o mesmo endereço de rede para poderem comunicarem-se uns com os outros.

Se suas redes estão conectadas por roteadores, uma única identificação de rede é exigida para cada rede de conexão .

• Redes 1 e 3 representam duas redes roteadas.

• Rede 2 representa uma rede de conexão entre dois roteadores. A rede 2,por tanto, também exige uma identificação de rede.

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Nota : Se você planeja conectar sua rede a Internet , deve obter uma identificação de rede, de forma a garantir que a identificação da mesma seja única na Internet.

Atribuição de uma identificação de Host

Uma identificação de host identifica um host dentro de uma rede e deve ser único para a identificação de rede.

Todos os hosts TCP/IP, incluindo interfaces de roteadores requerem identificação de rede única.

O identificação da interface do roteador é o endereço IP configurado como gateway default quando o TCP/IP é instalado. Por exemplo, para o host na rede 1 com um endereço IP 124.0.0.27. o endereço IP do gateway default é 124.0.0.1.

Os seguinte tabela lista o range válido de identificação de host para uma rede privada.

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Endereço MAC - Físico

São também chamados de endereços físicos, de hardware ou de enlace. Os dispositivos de um mesmo segmento de rede comunicam-se diretamente uns com os outros, utilizando o protocolo de camada de enlace de dados (ou seja, a Ethernet).

São endereços únicos no mundo, estabelecidos pelo IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers) que possuem 6 bytes em hexadecimal e são codificados por hardware na placa de rede (Ethernet, Token Ring ...) dos dispositivos pertencentes à rede .

Quando um endereço MAC é utilizado como endereço de destino num pacote, este só será codificado pela estação que possuir aquele endereço específico.

Exemplo de endereço MAC : 00-00-1D-00-26-A3

00-00-1D - Identifica o fabricante

00-26-A3 - Identifica o número de série

Existe um endereço MAC de Broadcast (difusão) que é utilizado por certos protocolos para comunicação com todos os nós de um mesmo segmento de rede . Seu valor é : FF-FF-FF-FF-FF-FF

Tecnologias de Camada de Interface de Rede

As seguintes tecnologias LAN são suportadas pelo IP (Internet Protocol): IP sobre tecnologias

LAN e IP sobre tecnologias WAN

IP sobre tecnologias LAN

Tecnologias LAN suportadas pelo TCP/IP incluem a Ethernet, Token Ring, ArcNet e FDDI

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IP sobre tecnologias WAN

Há duas grandes categorias de tecnologias WAN suportadas pelo TCP/IP: serial Lines e packet switched networks. Serial Lines incluem dial-up analógico, linhas digitais e linhas alugadas. e Packet switched networks incluem Frame-relay, X.25 e ATM

Como exemplos de protocolos de serial lines temos o PPP e SLIP.

Conceito de Rede

Uma rede consiste no mínimo em dois computadores conectados um ao outro por um cabo para que possam compartilhar recursos (dados, aplicativos e periféricos).

As redes tiveram seus inícios na década de 60, principalmente na Universidade do Havaí, onde a rede foi chamada de rede ALHOA.

Em 1975 a Xerox lançou primeira versão da Ethernet (esquema de cabeamento e sinalização ).

Inicialmente projetada com um cabo de 1 kilometro, ligando 100 computadores a 2,94 Mbps.

A Xerox, Intel e DEC elaboraram o padrão Ethernet de 10 Mbps.

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Tipos de redes

Ponto a Ponto

Não existe servidor dedicados entre estes computadores

_ Em média 10 computadores

_ Simplicidade (menor custo)

_ Alguns Sistemas Operacionais gerenciam sem precisar de software especifico para rede, porem de desempenho e segurança menor

_ Computadores na mesa de trabalho, usuários atuam como administradores.

_ Menos de 10 usuários, localizados na mesma área, segurança não é importante, crescimento limitado.

Baseada em Servidor

Apresenta um computador dedicado, para garantir compartilhamento, desempenho e segurança.

_ Os servidores podem ser: de arquivo, impressão, aplicativo, correio, fax e de comunicação.

_ Servidor potente

_ Vantagens : centralização, numero maior de usuários, computador do usuário pode ser mais simples.

_ Aplicação: depende do tamanho da empresa, nível de segurança requirido, intensidade do tráfego na rede, orçamento e preço da rede, etc.

Topologias de redes

A forma com que os cabos são conectados - a que genericamente chamamos topologia da rede - influenciará em diversos pontos considerados críticos, como flexibilidade, velocidade e segurança.

Da mesma forma que não existe "o melhor" computador, não existe "a melhor" topologia. Tudo depende da necessidade e aplicação. Por exemplo, a topologia em estrela pode ser a melhor na maioria das vezes, porém talvez não seja a mais recomendada quando tivermos uma pequena rede de apenas 3 micros.

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Topologia Linear (Barramento).

Na topologia linear (também chamada topologia em barramento), todas as estações compartilham um mesmo cabo. Essa topologia utiliza cabo coaxial, que deverá possuir um terminador resistivo de 50 ohms em cada ponta, conforme ilustra a Figura 1. O tamanho máximo do trecho da rede está limitado ao limite do cabo, 185 metros no caso do cabo coaxial fino, conforme vimos na aula sobre cabos. Este limite, entretanto, pode ser aumentado através de um periférico chamado repetidor, que na verdade é um amplificador de sinais.

Como todas as estações compartilham um mesmo cabo, somente uma transação pode ser efetuada por vez, isto é, não há como mais de um micro transmitir dados por vez. Quando mais de uma estação tenta utilizar o cabo, há uma colisão de dados. Quando isto ocorre, a placa de rede espera um período aleatório de tempo até tentar transmitir o dado novamente. Caso ocorra uma nova colisão a placa de rede espera mais um pouco, até conseguir um espaço de tempo para conseguir transmitir o seu pacote de dados para a estação receptora.

A conseqüência direta desse problema é a velocidade de transmissão. Quanto mais estações forem conectadas ao cabo, mais lenta será a rede, já que haverá um maior número de colisões (lembre-se que sempre em que há uma colisão o micro tem de esperar até conseguir que o cabo esteja livre para uso).

Outro grande problema na utilização da topologia linear é a instabilidade.

Como você pode observar na Figura 1, os terminadores resistivos são conectados às extremidades do cabo e são indispensáveis. Caso o cabo se desconecte em algum ponto (qualquer que seja ele), a rede "sai do ar", pois o cabo perderá a sua correta impedância (não haverá mais contato com o terminador resistivo), impedindo que comunicações sejam efetuadas - em outras palavras, a rede pára de funcionar. Como o cabo coaxial é vítima de problemas constantes de mau-contato, esse é um prato cheio para a rede deixar de funcionar sem mais nem menos, principalmente em ambientes de trabalho tumultuados.

Voltamos a enfatizar: basta que um dos conectores do cabo se solte para que todos os micros deixem de se comunicar com a rede.

E, por fim, outro sério problema em relação a esse tipo de rede é a segurança. Na transmissão de um pacote de dados - por exemplo, um pacote de dados do servidor de arquivos para uma determinada estação de trabalho -, todas as estações recebem esse pacote. No pacote, além dos dados, há um campo de identificação de endereço, contendo o número de nó de destino. Desta forma, somente a placa de rede da estação de destino captura o pacote de dados do cabo, pois está a ela endereçada.

Nota: Número de nó (node number) é um valor gravado na placa de rede de fábrica (é o número de série da placa). Teoricamente não existe no mundo duas placas de rede com o mesmo número de nó.

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Se na rede você tiver duas placas com o mesmo número de nó, as duas captarão os pacotes destinados àquele número de nó. É impossível você em uma rede ter mais de uma placa com o mesmo número de nó, a não se que uma placa tenha esse número alterado propositalmente por algum hacker com a intenção de ler pacotes de dados alheios. Apesar desse tipo de "pirataria" ser rara, já que demanda de um extremo conhecimento técnico, não é impossível de acontecer.

Portanto, em redes onde segurança seja uma meta importante, a topologia linear não deve ser utilizada.

Para pequenas redes em escritórios ou mesmo em casa, a topologia linear usando cabo coaxial está de bom tamanho.

Topologia em Anel

Na topologia em anel, as estações de trabalho formam um laço fechado, conforme ilustra a Figura 2. O padrão maisonhecido de topologia em anel é o Token Ring (IEEE 802.5) da IBM.

No caso do Token Ring, um pacote (token) fica circulando no anel, pegando dados das máquinas e distribuindo para o destino. Somente um dado pode ser transmitido por vez neste pacote.

Topologia em Estrela

Esta é a topologia mais recomendada atualmente. Nela, todas as estações são conectadas a um periférico concentrador (hub ou switch), como ilustra a Figura 3.

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Topologia em Estrela.

Ao contrário da topologia linear (Barramento) onde a rede inteira parava quando um trecho do cabo se rompia, na topologia em estrela apenas a estação conectada pelo cabo pára. Além disso temos a grande vantagem de podermos aumentar o tamanho da rede sem a necessidade de pará-la. Na topologia linear, quando queremos aumentar o tamanho do cabo necessariamente devemos parar a rede, já que este procedimento envolve a remoção do terminador resistivo.

Importante notar que o funcionamento da topologia em estrela depende do periférico concentrador utilizado, se for um hub ou um switch.

No caso da utilização de um hub, a topologia fisicamente será em estrela (como na Figura 3), porém logicamente ela continua sendo uma rede de topologia linear. O hub é um periférico que repete para todas as suas portas os pacotes que chegam, assim como ocorre na topologia linear. Em outras palavras, se a estação 1 enviar um pacote de dados para a estação 2, todas as demais estações recebem esse mesmo pacote. Portanto, continua havendo problemas de colisão e disputa para ver qual estação utilizará o meio físico.

Já no caso da utilização de um switch, a rede será tanto fisicamente quanto logicamente em estrela. Este periférico tem a capacidade de analisar o cabeçalho de endereçamento dos pacotes de dados, enviando os dados diretamente ao destino, sem replicá-lo desnecessariamente para todas as suas portas. Desta forma, se a estação 1 enviar um pacote de dados para a estação 2, somente esta recebe o pacote de dados. Isso faz com que a rede torne-se mais segura e muito mais rápida, pois praticamente elimina problemas de colisão.

Além disso, duas ou mais transmissões podem ser efetuadas simultaneamente, desde que tenham origem e destinos diferentes, o que não é possível quando utilizamos topologia linear ou topologia em estrela com hub.

VANTAGENS E DESVANTAGENS ENTRE OS TIPOS DE TOPOLOGIAS

Periféricos

A seguir iremos ver os principais periféricos que podem ser utilizados em redes locais.

Repetidor

Usado basicamente em redes de topologia linear, o repetidor permite que a extensão do cabo seja aumentada, criando um novo segmento de rede (vide Figura 4).

Figura

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Uso de um repetidor para aumentar a extensão da rede.

O repetidor é apenas uma extensão (um amplificador de sinais) e não desempenha qualquer função no controle do fluxo de dados. Todos os pacotes presentes no primeiro segmento serão compulsoriamente replicados para os demais segmentos. Por exemplo, se a estação 1 enviar um pacote de dados para a estação 2, esse pacote será replicado para todas as máquinas de todos os segmentos da rede.

Em outras palavras, apesar de aumentar a extensão da rede, aumenta também o problema de colisão de dados.

Ponte (Bridge)

A ponte é um repetidor inteligente, pois faz controle de fluxo de dados. Ela analisa os pacotes recebidos e verifica qual o destino. Se o destino for o trecho atual da rede, ela não replica o pacote nos demais trechos, diminuindo a colisão e aumentando a segurança. Por analisar o pacote de dados, a ponte não consegue interligar segmentos de redes que estejam utilizando protocolos diferentes.

Há duas configurações que podem ser utilizadas com a ponte: a configuração em cascata (Figura 5) e a configuração central (Figura 6).

No caso da configuração em cascata, as pontes são ligadas como se fossem meros repetidores. A desvantagem dessa configuração é que, se uma estação do primeiro segmento quiser enviar um dado para uma estação do último segmento, esse dado obrigatoriamente terá de passar pelos segmentos intermediários, ocupando o cabo, aumentando a colisão e diminuindo o desempenho da rede.

Configuração em cascata.

Já na configuração central, as pontes são ligadas entre si. Com isso, os dados são enviados diretamente para o trecho de destino. Usando o mesmo exemplo, o dado partiria da estação do primeiro segmento e iria diretamente para a estação do último segmento, sem ter de passar pelos segmentos intermediários.

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Configuração central.

Hub (Concentrador)

Apesar da rede estar fisicamente conectada como estrela, caso o hub seja utilizado ela é considerada logicamente uma rede de topologia linear, pois todos os dados são enviados para todas as portas do hub simultaneamente, fazendo com que ocorra colisões. Somente uma transmissão pode ser efetuada por vez.

Em compensação, o hub apresenta diversas vantagens sobre a topologia linear tradicional. Entre elas, o hub permite a remoção e inserção de novas estações com a rede ligada e, quando há problemas com algum cabo, somente a estação correspondente deixa de funcionar.

Quando um hub é adquirido, devemos optar pelo seu número de portas, como 8, 16, 24 ou 32 portas. A maioria dos hubs vendidos no mercado é do tipo "stackable", que permite a conexão de novos hubs diretamente (em geral é necessário o pressionamento de uma chave no hub e a conexão do novo hub é feito em um conector chamado "uplink"). Portanto, você pode ir aumentando a quantidade de hubs de sua rede à medida em que novas máquinas forem sendo adicionadas.

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Switch (Chaveador)

Podemos considerar o switch um "hub inteligente". Fisicamente ele é bem parecido com o hub, porém logicamente ele realmente opera a rede em forma de estrela. Os pacotes de dados são enviados diretamente para o destino, sem serem replicados para todas as máquinas. Além de aumentar o desempenho da rede, isso gera uma segurança maior. Várias transmissões podem ser efetuadas por vez, desde que tenham origem e destino diferentes.

O Switch possui as demais características e vantagens do switch.

Roteador (Router)

O roteador é um periférico utilizado em redes maiores. Ele decide qual rota um pacote de dados deve tomar para chegar a seu destino. Basta imaginar que em uma rede grande existem diversos trechos. Um pacote de dados não pode simplesmente ser replicado em todos os trechos até achar o seu destino, como na topologia linear, senão a rede simplesmente não funcionará por excesso de colisões, além de tornar a rede insegura (imagine um pacote de dados destinado a um setor circulando em um setor completamente diferente).

Existem basicamente dois tipos de roteadores: os estáticos e os dinâmicos.

Os roteadores estáticos são mais baratos e escolhem o menor caminho para o pacote de dados. Acontece que esses roteadores não levam em consideração o congestionamento da rede, onde o menor caminho pode estar sendo super utilizado enquanto há caminhos alternativos que podem estar com um fluxo de dados menor. Portanto, o menor caminho não necessariamente é o melhor caminho.

No caso dos roteadores dinâmicos, eles escolhem o melhor caminho para os dados, já que levam em conta o congestionamento da rede. Talvez o pacote de dados siga por um caminho até mais longo, porém menos congestionado que, no final das contas, acaba sendo mais rápido.

Alguns roteadores possuem compressão de dados, que fazem aumentar a taxa de transferência.

Qual topologia devemos usar?

Em redes pequenas e médias, geralmente usamos somente um tipo de topologia, como a topologia linear para redes pequenas e a topologia em estrela com hub para redes médias.

Dica: Dissemos que a rede de topologia linear é recomendada para redes pequenas com poucas máquinas.

Se no projeto dessa rede você decidir que ela poderá algum dia aumentar de tamanho, o melhor a ser feito é instalar uma rede de topologia em estrela com hub logo de uma vez, economizando dinheiro no futuro.

Você deve Ter percebido que talvez a “melhor” topologia seja a estrela usando switches. Acontece que o switch é um periférico extremamente caro e talvez esse projeto não seja financeiramente viável por não haver custo/benefício para a empresa. Portanto, no caso de redes maiores (ou menores com possibilidade de expansão), podemos utilizar redes mistas, onde utilizamos diversos tipos de solução misturadas.

É muito comum em redes corporativas a utilização de um backbone de alta velocidade utilizando fibra ótica conectando os diversos setores da empresa. No setor

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propriamente dito, um switch com “uplink” para fibra é responsável por distribuir as diversas estações em par trançado.

Além disso, como switches são bem mais caros do que hubs, podemos fazer uma topologia mista utilizando, na porta dos switches, hubs para aumentar o número de máquinas por porta do switch. É claro que isso faz o desempenho cair, porém é bem melhor do que montar uma rede grande formada apenas por hubs.

Enfim, a possibilidade de conexões é imensa. Tudo depende do projeto da rede, levando em conta principalmente o estudo de como essa rede irá crescer e a relação custo/benefício.

Placas de redes

Existem basicamente dois tipos de placas de rede: ISA e PCI. A diferença fica por conta da taxa de transferência máxima que pode ser obtida. A comunicação em placas de rede ISA chega a somente 10 Mbps, enquanto em placas de rede PCI a comunicação pode atingir até 100 Mbps.

No caso de você optar por utilizar placas PCI, tome cuidado com o tipo de cabo e outros periféricos que serão utilizados (como hubs), já que nem todos trabalham com taxas acima de 10 Mbps. Por exemplo, há hubs que trabalham somente a 10 Mbps. Mesmo que sua rede seja composta somente por micros com placas de rede PCI, a taxa ficará limitada pela taxa do hub de 10 Mbps. Da mesma forma, há cabos do tipo para trançado (por exemplo, categoria 3 ou categoria 4) que não são indicados a trabalhar a 100 Mbps.

Além disso, devemos adquirir placas de rede de acordo com o tipo de cabo a ser utilizado. Na Figura 1 você observa uma placa de rede ISA contendo 3 conectores. Nem todas as placas possuem todos esses conectores.

Você pode encontrar em placas de rede basicamente três tipos de conectores:

Conector RJ-45: Para a conexão de cabos do tipo par trançado.

Conector AUI: Permite a conexão de transceptores (transceivers), para a utilização de cabo coaxial do tipo grosso (10Base5) ou outras mídias.

Conector BNC: Para a conexão de cabos do tipo coaxial.

Placa de rede ISA contendo todos os conectores.

Quando você for comprar uma placa de rede, ela deverá vir obrigatoriamente com manual e um disquete contendo seus drivers. No caso de placas de rede com conector BNC, elas vêm também com um conector BNC do tipo "T".

Que software utilizar ?

Comparação entre diversos softwares de rede Windows 9x Windows NT /2000 / XP /2003 Novell Linux

Fácil instalação Instalação mais complicada Exige qualificação técnica Exige qualificação técnica Valor software baixo Valor alto software Valor alto software Valor baixíssimo software Nível baixo de segurança Nível alto segurença Nível alto segurança Nível alto de segurança Exige muitos aplicativos Exige muitos aplicativos Quantidade aplicativos regular Poucos aplicativos Até 10 terminais Varios terminais + depende de licença Varios terminais + dep.licenças Numero ilimitado Servidor internet fraco Bom servidor de internet Médio servidor de internet Muito bom serv. Internert Estes são os

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softwares para redes existentes hoje no mercado, cada um tem a suas vantagens e desvantagens, mas quem deve optar pelo tipo de rede a ser utilizada no seu ambiente é a pessoa que vai adquirir o produto, não o técnico que irá executar a instalação, o técnico deve mostrar ao cliente custo beneficio de cada software.

Nesta apostila iremos explicar e exemplificar cada um destes aplicativos. Mas antes temos que conhecer alguns itens importantes para instalação de qualquer tipo de rede.

Montando pequenas redes

Qualquer usuário que tenha mais de um micro em casa ou no escritório já deve ter pensando em montar uma pequena rede para aumentar a produtividade do trabalho. Há várias vantagens em se montar uma pequena rede de dois ou três micros, como o aumento da produtividade (ou seja, o seu trabalho acaba saindo mais rápido) e, principalmente, a diminuição de custos.

Dois problemas básicos levam os usuários a pensarem em montar uma pequena rede: a troca de arquivos e o uso da impressora.

No caso dos arquivos, é muito comum termos de ficar levando disquetes para lá e para cá com textos e planilhas para poder trabalharmos em outro micro. Com uma pequena rede montada, você será capaz de ler os arquivos armazenados no disco rígido de outro micro diretamente, sem a necessidade de ficar usando disquetes. Com isso, certamente o seu trabalho terminará mais cedo.

A impressora é outro ponto de destaque. Em vez de você ter de comprar uma impressora para cada micro, você poderá imprimir a partir de qualquer micro de sua casa ou escritório. Com isso, você gastará menos dinheiro com equipamentos. É claro que, para montar uma pequena rede, você necessitará comprar placas e cabos, mas, com certeza, o custo para montar uma pequena rede é bem menor que o custo de uma boa impressora.

Outro ponto interessante e que muitas vezes passa despercebido é a possibilidade de compartilhamento também do fax modem. Em vez de ter uma placa de fax modem em cada micro, você poderá ter apenas uma placa instalada em um dos micros. Essa comunicação poderá ser compartilhada com todos os micros da rede e, com isso, todos poderão navegar na Internet simultaneamente. Além disso, todos poderão passar fax sem problemas.

Tipos de rede

O tipo de rede que estaremos ensinando é chamado ponto-a-ponto. Nesse tipo de rede, não há muita "frescura" para configurar os recursos de rede. Além disso, o Windows 3.11 e o Windows 9x trazem suporte a esse tipo de rede junto com o sistema, o que significa que você não precisará de nenhum software adicional para colocar a sua rede ponto-a-ponto funcionando (a exceção fica por conta do compartilhamento do fax modem, que necessita da instalação e configuração de um programa).

Por ser de fácil instalação, a rede ponto-a-ponto não é tão segura quanto redes cliente-servidor (outro tipo de rede existente). Porém, a maioria das pessoas que montam uma rede ponto-a-ponto não estão preocupadas com segurança, já que a rede provavelmente será montada em um mesmo escritório ou ambiente de trabalho onde todas as pessoas podem ter acesso aos recursos da rede indistintamente.

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A rede ponto-a-ponto é baseada em compartilhamento, especialmente de arquivos, impressoras e fax modems, como estamos vendo. No tocante aos arquivos, é preciso ter em mente que através desse tipo de rede só é possível compartilhar dados - como arquivos contendo textos, planilhas, etc -, não sendo possível compartilhar programas que necessitem de instalação (como processadores de texto, aplicativos gráficos, etc).

Dessa maneira, a rede ponto-a-ponto parte do princípio que você possui micros "completos", que funcionam sem que exista uma rede instalada.

Outro tipo de rede que existe é a cliente-servidor, que necessita de sistemas operacionais clienteservidor, como o Windows NT, o Unix ou o Netware. Como esse tipo de rede é muito mais complexa e muito mais complicada de se instalar e configurar, não falaremos sobre ela.

Placas e cabos

Para montar a sua rede você precisará que todos os micros possuam uma placa de rede. Será com o uso placa que todos os micros conseguirão comunicar-se, através de um cabo apropriado.

Você encontrará no mercado diversos tipos e marcas de placas. O ideal, para facilitar a montagem e configuração da rede, é que todas as placas sejam iguais, isto é, da mesma marca e modelo.

Você encontrará no mercado placas de rede ISA e PCI. Em redes pequenas, onde geralmente não temos preocupação com o desempenho, pode-se usar placas de rede ISA sem problemas.

A questão fundamental na escolha do modelo de placa de rede está no tipo de cabo que você pretende utilizar, pois você terá de comprar uma placa de rede compatível. Na Figura 1 vemos a ilustração de uma placa de rede ISA típica, contendo três conectores:

RJ-45: Esse conector, que é parecido com o conector de um aparelho telefônico, é utilizado por cabo do tipo par trançado.

AUI: Esse conector não é utilizado em redes de pequeno porte. Através desse conector é possível instalar um transceptor para a utilização de outros tipos de cabo, como cabo coaxial grosso e fibra óptica.

BNC: Já esse conector é utilizado por cabo coaxial fino.

Hoje em dia as placas de rede não trazem tantos conectores. A maioria das placas que existem hoje no mercado traz somente um conector RJ-45 ou então um conector RJ-45 e um conector BNC.

Dessa forma, você deve escolher uma placa de rede de acordo com o tipo de cabo que você pretende utilizar:

Par trançado: Também chamado UTP ou 10BaseT, esse tipo de cabo pode ter até 100 metros de extensão. Caso você possua mais do que 2 micros para serem conectados, você necessitará de um periférico chamado hub (concentrador), o que aumenta o custo de sua rede.

Cabo Coaxial: Também chamado cabo coaxial fino (ou easynet ou cheapernet ou 10Base2), esse cabo pode ter até 165 metros de comprimento. Pode ser utilizado diretamente por até 30 micros.

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O que comprar?

O tipo de cabo a ser escolhido depende de algumas condições. Se você estiver pensando em futuramente migrar sua pequena rede para uma estrutura cliente-servidor, o tipo de cabo mais apropriado é o par trançado, utilizando hub.

No caso de você querer conectar apenas dois micros e não há absolutamente nenhum plano para o aumento do número de máquinas nessa rede, então o cabo mais apropriado é o par trançado, utilizando um padrão de pinagem chamado cross-over, que dispensa o uso do hub e barateia o custo de sua pequena rede. Essa é a configuração mais barata de ser feita, pois esse cabo é muito barato.

Caso você queira manter sua rede apenas como ponto-a-ponto (ou seja, o padrão de rede do Windows 9x) porém conectando mais do que dois micros (ou então você tem planos para a conexão de mais micros futuramente), o tipo de cabo mais apropriado é o cabo coaxial fino. Além de comprar o cabo, você necessitará de dois terminadores resistivos de 50 ohms (esses terminadores são vendidos em lojas que comercializam produtos para redes).

Montando a rede

A instalação da placa de rede no micro não é muito difícil: basta você abrir o micro (com ele desligado, é claro) e instalar a placa em um slot disponível da placa-mãe, compatível com o modelo de placa de rede (ISA ou PCI). Como todas as placas de rede hoje em dia são plug and play, provavelmente você não encontrará problemas em sua instalação e configuração.

Ao ligar o micro, se o sistema operacional de seu micro for Windows 9x, ele automaticamente detectará a placa e pedirá o disquete contendo os seus drivers. Basta inserir na unidade de disquete o disco que acompanha a placa, informando a localização exata dos drivers (normalmente eles ficam em um subdiretório chamado \WIN9X ou \WIN95).

Após a instalação dos drivers e reinicialização do micro, confira se a placa está ou não apresentando algum tipo de conflito. Para isso, vá até o Gerenciador de Dispositivos (ícone Sistema do Painel de Controle) e verifique, na chave Adaptadores de Rede se a sua placa de rede aparece listada sem problemas, isto é, sem apresentar nenhum ponto de exclamação amarelo ou "xis" vermelho. Caso isso ocorra, significa que a placa está em conflito com algum outro dispositivo. Normalmente esse é um conflito de interrupção e, para solucioná-lo, basta alterar a interrupção utilizada pela placa. Para isso, basta dar um duplo clique sobre a placa e alterar a sua configuração através da guia Recursos da janela que aparecerá. Desabilite a caixa "Utilizar configurações automáticas" e altere manualmente a interrupção para um outro valor que não cause conflitos.

Após ter instalado as placas de rede nos micros, o próximo passo é a instalação dos cabos. A seguir mostraremos como você deverá montar cada configuração de cabo.

Caso 1 - Apenas dois micros usando par trançado

Se você pretende conectar somente dois micros em rede e não há planos de se instalar mais micros, a configuração mais barata é conectar esses dois micros através de um cabo par trançado.

Esse cabo poderá ter até 100 metros de extensão. Você terá de preparar um cabo do tipo crossover ou então você pode pedir para o próprio pessoal da loja onde você

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comprar o cabo prepará-lo para você. Se você quiser preparar o cabo sozinho, você precisará de um alicate para crimp e dois plugues do tipo RJ-45, para instalar nas pontas do cabo.

O cabo par trançado possui oito fios e a ligação deverá ser feita da seguinte maneira:

Caso 2 - Mais de dois micros usando par trançado

Se você quiser utilizar mais de dois micros utilizando o par trançado, você precisará de um periférico chamado hub. Você precisará de um cabo para cada micro (cada cabo poderá ter até 100 metros), que deverá conectar cada micro ao hub. Você poderá comprar os cabos prontos ou fazer você mesmo. Para isso, você precisará de dois plugues RJ-45 por cabo e de um alicate para crimp. Os fios do cabo deverão ser conectados aos plugues RJ-45 utilizando o seguinte padrão, chamado T568A:

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Crimpando os cabos

A ferramenta básica para crimpar os cabos é o alicate de crimpagem. Ele "esmaga" os contatos do conector, fazendo com que as facas-contato perfurem a cobertura plástica e façam contato com os fios do cabo de rede:

É possível comprar alicates de crimpagem razoáveis por pouco mais de 50 reais, mas existem alicates de crimpagem para uso profissional que custam bem mais. Existem ainda "alicates" mais baratos, com o corpo feito de plástico, que são mais baratos, mas não valem o papelão da embalagem. Alicates de crimpagem precisam ser fortes e precisos, por isso evite produtos muito baratos.

Ao crimpar os cabos de rede, o primeiro passo é descascar os cabos, tomando cuidado para não ferir os fios internos, que são bastante finos. Normalmente, o alicate inclui uma saliência no canto da guilhotina, que serve bem para isso. Existem também descascadores de cabos específicos para cabos de rede, que são sempre um item bem-vindo na caixa de ferramentas:

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Os quatro pares do cabo são diferenciados por cores. Um par é laranja, outro é azul, outro é verde e o último é marrom. Um dos cabos de cada par tem uma cor sólida e o outro é mais claro ou malhado, misturando a cor e pontos de branco. É pelas cores que diferenciamos os 8 fios.

O segundo passo é destrançar os cabos, deixando-os soltos. Para facilitar o trabalho, descasque um pedaço grande do cabo, uns 5 ou 6 centímetros, para poder organizar os cabos com mais facilidade e depois corte o excesso, deixando apenas a meia polegada de cabo (1.27 cm, ou menos) que entrará dentro do conector.

O próprio alicate de crimpagem inclui uma guilhotina para cortar os cabos, mas operá-la exige um pouco de prática, pois você precisa segurar o cabo com uma das mãos, mantendo os fios na ordem correta e manejar o alicate com a outra. A guilhotina faz um corte reto, deixando os fios prontos para serem inseridos dentro do conector, você só precisa mantê-los firmes enquanto encaixa e crimpa o conector.

Existem dois padrões para a ordem dos fios dentro do conector, o EIA 568B (o mais comum) e o EIA 568A. A diferença entre os dois é que a posição dos pares de cabos laranja e verde são invertidos dentro do conector.

Existe muita discussão em relação com qual dos dois é "melhor", mas na prática não existe diferença de conectividade entre os dois padrões. A única observação é que você deve cabear toda a rede utilizando o mesmo padrão. Como o EIA 568B é de longe o mais comum, recomendo que você o utilize ao crimpar seus próprios cabos.

Uma observação é que muitos cabos são certificados para apenas um dos dois padrões; caso encontre instruções referentes a isso nas especificações, ou decalcadas no próprio cabo, crimpe os cabos usando o padrão indicado.

No padrão EIA 568B, a ordem dos fios dentro do conector (em ambos os lados do cabo) é a seguinte:

1- Branco com Laranja

2- Laranja

3- Branco com Verde

4- Azul

5- Branco com Azul

6- Verde

7- Branco com Marrom

8- Marrom

Os cabos são encaixados nessa ordem, com a trava do conector virada para baixo, como no diagrama:

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Ou seja, se você olhar o conector "de cima", vendo a trava, o par de fios laranja estará à direita e, se olhar o conector "de baixo", vendo os contatos, eles estarão à esquerda. Este outro diagrama mostra melhor como fica a posição dos cabos dentro do conector:

O cabo crimpado com a mesma disposição de fios em ambos os lados do cabo é chamado de cabo "reto", ou straight. Este é o tipo "normal" de cabo, usado para ligar os micros ao switch ou ao roteador da rede. Existe ainda um outro tipo de cabo, chamado de "cross-over" (também chamado de cabo cross, ou cabo cruzado), que permite ligar diretamente dois micros, sem precisar do hub ou switch. Ele é uma opção mais barata quando você tem apenas dois micros.

No cabo cruzado, a posição dos fios é diferente nos dois conectores, de forma que o par usado para enviar dados (TX) seja ligado na posição de recepção (RX) do segundo micro e vice-versa. De um dos lados a pinagem é a mesma de um cabo de rede normal, enquanto no outro a posição dos pares verde e laranja são trocados. Daí vem o nome cross-over, que significa, literalmente, "cruzado na ponta":

Esquema dos contatos de envio e recepção em um cabo cross-over

Para fazer um cabo cross-over, você crimpa uma das pontas seguindo o padrão EIA 568B que vimos acima e a outra utilizando o padrão EIA 568A, onde são trocadas as posições dos pares verde e laranja:

1- Branco com Verde

2- Verde

3- Branco com Laranja

4- Azul

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5- Branco com Azul

6- Laranja

7- Branco com Marrom

8- Marrom

A maioria dos switches atuais são capazes de "descruzar" os cabos automaticamente quando necessário, permitindo que você misture cabos normais e cabos cross-over dentro do cabeamento da rede. Graças a isso, a rede vai funcionar mesmo que você use um cabo cross-over para conectar um dos micros ao hub por engano.

Este cabo cross-over "clássico" pode ser usado para ligar placas de 10 ou 100 megabits, onde as transmissões são na realidade feitas usando apenas dois dos pares dos cabos. Placas e switches Gigabit Ethernet utilizam os quatro pares e por isso precisam de um cabo cross-over especial, crimpado com uma pinagem diferente. Usando um cabo cross convencional, a rede até funciona, mas as placas são forçadas a reduzir a velocidade de transmissão para 100 megabits, de forma a se adaptarem ao cabeamento.

Para fazer um cabo cross-over Gigabit Ethernet, você deve utilizar o padrão EIA 568B (Branco com Laranja, Laranja, Branco com Verde, Azul, Branco com Azul, Verde, Branco com Marrom, Marrom) de um dos lados do cabo, como usaria ao crimpar um cabo normal. A mudança vem ao crimpar o outro lado do cabo, onde é usada a seguinte pinagem:

1- Branco com Verde

2- Verde

3- Branco com Laranja

4- Branco com Marrom

5- Marrom

6- Laranja

7- Azul

8- Branco com Azul

Muitos switches e também algumas placas Gigabit podem ser ligados diretamente usando cabos straight, pois os transmissores são capazes de ajustar a transmissão via software, recurso chamado de Auto-MDI/MDI-X. Entretanto, nem todos os dispositivos suportam o recurso, de forma que os cabos cross-over ainda são necessários em diversas situações.

Revisando, os padrões para os três tipos de cabos são:

Cabo strainght (10, 100 ou 1000 megabits):

1 – Branco com laranja 1 – Branco com laranja

2 – Laranja 2 – Laranja

3 – Branco com verde 3 – Branco com verde

4 – Azul 4 – Azul

5 – Branco com Azul 5 – Branco com Azul

6 – Verde 6 – Verde

7 – Branco com Marrom 7 – Branco com Marrom

8 - Marrom 8 - Marrom

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Cabo cross over (10 ou 100 megabits):

1 – Branco com laranja 1 – Branco com verde

2 – Laranja 2 – Verde

3 – Branco com verde 3 – Branco com laranja

4 – Azul 4 – Azul

5 – Branco com Azul 5 – Branco com Azul

6 –Verde 6 – Laranja

7 – Branco com Marrom 7 – Branco com Marrom

8 – Marrom 8 – Marrom

Cabo cross over para Gigabit Ethernet(10 ou 100 megabits):

1 – Branco com laranja 1 – Branco com verde

2 – Laranja 2 – Verde

3 – Branco com verde 3 – Branco com laranja

4 – Azul 4 – Branco com Marrom

5 – Branco com Azul 5 – Marrom

6 –Verde 6 – Laranja

7 – Branco com Marrom 7 – Azul

8 – Marrom 8 – Branco com Azul

Ao crimpar, você deve retirar apenas a capa externa do cabo e não descascar individualmente os fios, pois isso, ao invés de ajudar, serviria apenas para causar mau contato, deixando frouxo o encaixe com os pinos do conector.

A função do alicate é fornecer pressão suficiente para que os pinos do conector RJ-45, que internamente possuem a forma de lâminas, esmaguem os fios do cabo, alcançando o fio de cobre e criando o contato:

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Como os fios dos cabos de rede são bastante duros, é preciso uma boa dose de força para que o conector fique firme, daí a necessidade de usar um alicate resistente. Não tenha medo de quebrar ou danificar o alicate ao crimpar, use toda a sua força:

É preciso um pouco de atenção ao cortar e encaixar os fios dentro do conector, pois eles precisam ficar perfeitamente retos. Isso demanda um pouco de prática. No começo, você vai sempre errar algumas vezes antes de conseguir.

Veja que o que protege os cabos contra as interferências externas são justamente as tranças. A parte destrançada que entra no conector é o ponto fraco do cabo, onde ele é mais vulnerável a todo tipo de interferência. Por isso, é recomendável deixar o menor espaço possível sem as tranças. Para crimpar cabos dentro do padrão, você precisa deixar menos de meia polegada de cabo (1.27 cm) destrançado. Você só vai conseguir isso cortando o excesso de cabo solto antes de encaixar o conector, como na foto:

Outra observação é que, além de ser preso pelos conectores metálicos, o cabo é preso dentro do conector através de uma trava plástica, que é também presa ao crimpar o cabo. A trava prende o cabo através da cobertura plástica, por isso é importante cortar todo o excesso de cabo destrançado, fazendo com que parte da cobertura plástica fique dentro do conector e seja presa pela trava. Sem isso, os contatos podem facilmente ser rompidos com qualquer esbarrão, tornando a rede como um todo menos confiável.

Além do cabo e do conector RJ-45, existem dois acessórios, que você pode ou não usar em seus cabos, conforme a disponibilidade. O primeiro são as capas plásticas (boots), que são usadas nas pontas dos cabos para melhorar o aspecto visual. Por estarem disponíveis em várias cores, elas podem ser também usadas para identificar os cabos, mas com exceção disso elas são puramente decorativas, não possuem nenhuma outra função. Para usá-las, basta colocar a capa antes do conector:

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Boots

O segundo são os inserts, que são um tipo de suporte plástico que vai dentro do conector. Depois de destrançar, organizar e cortar o excesso de cabo, você passa os 8 fios dentro do insert e eles os mantêm na posição, facilitando o encaixe no conector.

Os conectores RJ-45 projetados para uso em conjunto com o insert possuem um espaço interno maior para acomodá-lo. Devido a isso, os inserts são fornecidos em conjunto com alguns modelos de conectores e raramente são vendidos separadamente:

Insert

O primeiro teste para ver se os cabos foram crimpados corretamente é conectar um dos micros (ligado) ao switch e ver se os LEDs da placas de rede e do hub acendem. Isso mostra que os sinais elétricos enviados estão chegando até o switch e que ele foi capaz de abrir um canal de comunicação com a placa.

Se os LEDs nem acenderem, então não existe o que fazer. Corte os conectores e tente de novo. Infelizmente, os conectores são descartáveis: depois de crimpar errado uma vez, você precisa usar outro novo, aproveitando apenas o cabo. Mais um motivo para prestar atenção ;).

Existem também aparelhos testadores de cabos, que oferecem um diagnóstico muito mais sofisticado, dizendo, por exemplo, se os cabos são adequados para transmissões a 100 ou a 1000 megabits e avisando caso algum dos 8 fios do cabo esteja rompido. Os mais sofisticados avisam inclusive em que ponto o cabo está rompido, permitindo que você aproveite a parte boa.

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Testador de cabos

Esses aparelhos serão bastante úteis se você for crimpar muitos cabos, mas são dispensáveis para trabalhos esporádicos, pois é muito raro que os cabos venham com fios rompidos de fábrica. Os cabos de rede apresentam também uma boa resistência mecânica e flexibilidade, para que possam passar por dentro de tubulações. Quase sempre os problemas de transmissão surgem por causa de conectores mal crimpados.

Existem ainda modelos mais simples de testadores de cabos, que chegam a custar em torno de 20 reais. Eles realizam apenas um teste de continuidade do cabo, checando se o sinal elétrico chega até a outra ponta e, verificando o nível de atenuação, para certificar-se de que ele cumpre as especificações mínimas. Um conjunto de 8 leds se acende, mostrando o status de cada um dos 8 fios. Se algum fica apagado durante o teste, você sabe que o fio correspondente está partido. A limitação é que eles não são capazes de calcular em que ponto o cabo está partido, de forma que a sua única opção acaba sendo trocar e descartar o cabo inteiro.

Uma curiosidade com relação aos testadores é que algumas placas-mãe da Asus, com rede Yukon Marvel (e, eventualmente, outros modelos lançados futuramente), incluem um software testador de cabos, que pode ser acessado pelo setup, ou através de uma interface dentro do Windows. Ele funciona de uma forma bastante engenhosa. Quando o cabo está partido em algum ponto, o sinal elétrico percorre o cabo até o ponto onde ele está rompido e, por não ter para onde ir, retorna na forma de interferência. O software cronometra o tempo que o sinal demora para ir e voltar, apontando com uma certa precisão depois de quantos metros o cabo está rompido.

Outra dica é que no padrão 100BASE-TX são usados apenas os pares laranja e verde para transmitir dados. Você pode tirar proveito disso para fazer um cabo mini-crossover para levar na sua caixa de ferramentas, usando apenas os pares laranja e verde do cabo. De um lado a pinagem seria: branco com laranja, laranja, branco com verde, nada, nada, verde, nada, nada; e do outro seria: branco com verde, verde, branco com laranja, nada, nada, laranja, nada, nada:

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Cabo cross de emergência, feito com apenas dois dos pares do cabo

Este é um cabo fora do padrão, que não deve ser usado em instalações, mas, em compensação, ocupa um volume muito menor e pode ser útil em emergências.

Outro componente que pode ser útil em algumas situações é o conector de loopback, que é usado por programas de diagnóstico para testar a placa de rede. Ele é feito usando um único par de fios, ligado nos contatos 1, 2, 3 e 6 do conector, de forma que os dois pinos usados para enviar dados sejam ligados diretamente nos dois pinos de recepção, fazendo com que a placa receba seus próprios dados de volta:

Conector de loopback

A pinagem do conector de loopback é:

1- Branco com laranja

2- Laranja

3- Branco com laranja (retornando)

4- nada

5- nada

6- Laranja (retornando)

7- nada

8- nada

Ao plugar o conector na placa de rede, você notará que o link da rede é ativado. Ao usar o comando "mii-tool" no Linux, por exemplo, você teria um "eth0: no link" com o cabo de rede desconectado e passaria a ter um "eth0: negotiated 100baseTx-FD, link ok" depois de encaixar o conector de loopback.

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Tomadas e emendas

Continuando, uma boa opção ao cabear é usar tomadas para cabos de rede, ao invés de simplesmente deixar os cabos soltos. Elas dão um acabamento mais profissional e tornam o cabeamento mais flexível, já que você pode ligar cabos de diferentes tamanhos às tomadas e substituí-los conforme necessário (ao mudar os micros de lugar, por exemplo). Existem vários tipos de tomadas de parede, tanto de instalação interna quanto externa:

O cabo de rede é instalado diretamente dentro da tomada. Em vez de ser crimpado, o cabo é instalado em um conector próprio (o tipo mais comum é o conector 110) que contém lâminas de contato. A instalação é feita usando uma chave especial, chamada, em inglês, de punch down tool:

A ferramenta pressiona o cabo contra as lâminas, de forma a criar o contato, e ao mesmo tempo corta o excesso de cabo. Alguns conectores utilizam uma tampa que, quando fechada, empurra os cabos, tornando desnecessário o uso da ferramenta (sistema chamado de tool-less ou auto-crimp). Eles são raros, justamente por serem mais caros.

O próprio conector inclui o esquema de cores dos cabos, junto com um decalque ou etiqueta que indica se o padrão usado corresponde ao EIA 568A ou ao EIA 568B. Se você estiver usando o EIA 568B no restante da rede e o esquema do conector corresponder ao EIA 568A, basta trocar a posição dos pares laranja e verde no conector.

Outro conector usado é o keystone jack, uma versão fêmea do conector RJ-45, que é usado em patch panels (veja a seguir) e pode ser usado também em conectores de parede, em conjunto com a moldura adequada. Os cabos são instalados da mesma forma que nos conectores de parede com o conector 110, usando a chave punch down:

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Existem também emendas (couples) para cabos de rede, que consistem em dois conectores RJ-45 fêmea, que permitem ligar diretamente dois cabos, criando um único cabo mais longo:

O problema é que quase todas as emendas baratas que vemos à venda aqui no Brasil são destinados a cabos de voz (como a emenda amarelo-fosco da foto à esquerda) e não a cabos de rede. Isso significa que eles não atendem às especificações dos cabos cat5 ou cat5e e causam uma grande atenuação do sinal quando usadas.

Elas geralmente funcionam sem grandes problemas quando usados em conjunto com cabos curtos em redes de 100 megabits, mas causam graves problemas de atenuação em redes gigabit, desconectando a estação, ou fazendo com que as placas chaveiem para um modo de transmissão mais lento, de forma a manter a conexão.

Emendas destinadas a cabos de rede são quase sempre rotuladas com a categoria à qual atendem com uma etiqueta ou decalque (como a emenda prateada da foto à direita), mas são mais caras e mais difíceis de encontrar.

Na falta de uma, o correto é substituir os dois cabos por um único cabo maior ou fazer uma extensão, usando um cabo com um conector RJ-45 crimpado de um lado e um keystone jack (ou uma tomada de parede) do outro.

Configurando a rede

Agora que você já instalou a sua pequena rede fisicamente, chegou a hora de fazer os ajustes necessários no sistema operacional, para que a sua rede possa funcionar. Para isso, você deverá dar um duplo clique no ícone Rede do Painel de Controle. Os procedimentos mostrados a seguir deverão ser executados em todos os micros que fizerem parte de sua rede.

Na janela que aparecerá, selecione a guia Identificação, como mostra a Figura 1. Você deverá preencher os campos existentes da seguinte forma:

Nome do computador: coloque aqui um nome para o micro que está sendo configurado. Será através desse nome que ele será conhecido na rede. Sugerimos que o nome tenha somente até 8 caracteres sem espaços em branco, para facilitar.

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Grupo de trabalho: o nome de sua rede. Para ficar mais fácil, sugerimos que você utilize um mesmo nome em todos os micros. Em nosso exemplo (Figura 1) escolhemos o nome "Workgroup", mas você poderia colocar um nome mais sugestivo como "rede". Da mesma forma, recomendamos que o nome tenha até 8 caracteres.

Descrição do computador: Coloque uma breve descrição do micro que está sendo configurado.

Deve ser uma frase curta que descreva a função do micro, por exemplo "Micro do Gerente" ou "Micro da Contabilidade".

Após a configuração da identificação, não reinicie o micro ainda. Você deverá configurar o protocolo e os serviços de rede a serem utilizados. Para isso, selecione a guia Configuração.

Provavelmente aparecerá listada a placa de rede instalada no micro. Caso o driver da placa não esteja instalado, você deverá instalá-lo durante o processo descrito a seguir.

Clique na caixa Adicionar na janela apresentada (Figura 2). A janela da Figura 3 será apresentada.

Caso o driver da placa de rede não tenha sido instalado ainda, clique em Adaptador, escolhendo o modelo da lista que aparecerá. O procedimento correto a ser adotado é clicar na caixa Com disco da janela que aparecerá e instalar o driver do disquete que vem com a placa de rede. O driver da placa estará armazenado em um diretório chamado a:\win95 ou a:\win9x. Além da placa de rede, você deverá adicionar o item Cliente para Redes Microsoft, o Serviço Compartilhamento de arquivos e impressoras para redes Microsoft e o protocolo de rede.

Caso você não pretenda compartilhar a placa fax modem, instale o procolo NetBEUI da Microsoft, pois ele não exige nenhum tipo de configuração especial. Caso você pretenda compartilhar o fax modem para ter acesso à Internet através dos outros micros da rede, então você terá de instalar o protocolo TCP/IP.

Você deverá repetir esse processo de instalação em todos os micros de sua rede. Após reiniciar todos os micros, você poderá conferir se a rede está ou não funcionando explorando a sua rede através do ícone Ambiente de Rede existente na área de trabalho. Você verá listado todos os micros conectados em rede. Caso isso não ocorra, confira todos os passos da instalação de sua rede.

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Configurando a identificação do micro.

Configurando a rede.

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Adicionando componentes da rede.

Compartilhando a impressora

Agora que sua pequena rede já está montada e configurada, deveremos configurar a impressora que você pretende compartilhar, isto é, tornar acessível para todos os demais micros da rede.

Para compartilhar a impressora, basta, no micro onde ela está fisicamente instalada, você selecioná-la (através do ícone Impressoras existente em Meu Computador) e clicar com o botão direito do mouse sobre ela. Em seguida, escolha a opção Compartilhamento do menu que aparecerá. A janela da Figura 1 será apresentada. Você deverá selecionar "Compartilhado como" e preencher os campos existentes:

Nome do compartilhamento: O nome pelo qual a impressora será conhecida pelos outros micros na rede. Recomendamos que seja um nome curto, com até 8 caracteres, sem espaços em branco.

Comentário: Uma frase para lembrá-lo a função da impressora, por exemplo "Impressora jato de tinta", "Impressora laser", etc.

Senha: Você pode definir uma senha para a impressora e somente os usuários que souberem a senha poderão utilizá-la.

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Compartilhando a impressora.

Clique em Ok para habilitar o compartilhamento. Repare que o ícone da impressora passará a ter o desenho de uma "mãozinha", indicando que o compartilhamento está habilitado.

Após você ter habilitado o compartilhamento da impressora, você deverá instalá-la em todos os demais micros. A maneira mais fácil de se fazer isso é explorando através do ícone Ambiente de Rede. Através desse ícone, abra o micro onde a impressora está fisicamente instalada.

Automaticamente será aberta uma janela mostrando os dispositivos compartilhados pelo micro, no caso, a impressora. Observe o exemplo da Figura 2, onde o micro onde a impressora estava instalada chamava-se "Pentium" e, a impressora, "hp690".

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Procurando a impressora.

Dê um duplo clique sobre a impressora. O Windows automaticamente iniciará um assistente para a instalação de impressoras, que a instalará automaticamente em seu micro. No Windows 95, você precisará dos disquetes ou CD-ROM contendo os drivers da impressora, caso o sistema operacional não traga os drivers para o modelo de impressora instalado. Já o Windows 98 copia automaticamente os drivers que estão instalados no outro micro, facilitando bastante o processo de instalação.

Após a impressora ter sido instalada, ela passará a ser listada como sendo um dispositivo conectado ao micro, como você pode observar na Figura 3. As impressões poderão ser feitas normalmente através de qualquer programa, como se a impressora estivesse fisicamente instalada ao micro.

Impressora de rede corretamente instalada.

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Compartilhando diretórios

Você pode configurar os micros de sua pequena rede para o compartilhamento de diretórios, permitindo que outros micros possam ler e gravar dados em discos localizados em outros micros.

Muito interessante notar que qualquer dispositivo de armazenamento de dados pode ser compartilhado, isto é, o diretório compartilhado não precisa ser necessariamente do disco rígido. Dessa maneira, você pode compartilhar também unidades de CD-ROM, Zip-drives, etc.

Nesse tipo de rede do Windows 9x, você só pode utilizar outros diretórios para ler arquivos de dados, ou seja, documentos de processador de textos, planilhas, etc. Você não pode utilizar esse recurso para executar um programa que esteja instalado em outra máquina.

Isso ocorre porque todo programa quando é instalado, faz modificações no sistema operacional (por exemplo, no Registro do Windows e em seus arquivos INI), além de copiar arquivos do próprio programa para o diretório do Windows (tipicamente arquivos com extensão DLL). Como essas modificações são efetuadas somente na máquina onde o programa foi instalado, você não conseguirá rodá-lo a partir de outro micro.

Compartilhar diretórios é tão simples quanto compartilhar impressoras. No micro que possui diretórios ou discos a serem compartilhados com os demais micros da rede, faça o seguinte: em Meu Computador (ou no Windows Explorer), selecione o diretório a ser compartilhado. Em seguida, clique com o botão direito do mouse sobre o diretório e escolha a opção Compartilhamento do menu que aparecerá. A janela da Figura 1 será mostrada, onde você configurará o compartilhamento. Selecione a opção Compartilhamento e faça as seguintes configurações:

Nome do Compartilhamento: Será o nome pelo qual o disco (ou diretório) será conhecido por todos os micros da rede. Sugerimos um nome curto, com até 8 caracteres.

Comentário: Uma pequena descrição do conteúdo ou função do disco ou diretório.

Tipo de Acesso: Você pode configurar se os demais micros terão ou não o privilégio de gravar dados no diretório ou, ainda, definir que essa ação depende de senha.

Senhas: Aqui você poderá configurar senhas para o acesso ao diretório ou disco que está sendo compartilhado.

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Configurando o compartilhamento do disco.

Uma boa dica é compartilhar o disco inteiro, assim você não precisará ficar compartilhando cada diretório do disco individualmente. Para isso, basta compartilhar o diretório raiz do disco (disco rígido, CD-ROM, Zip-drive, etc).

Nos micros onde você deseja ler os discos ou diretórios compartilhados, basta procurar pelo compartilhamento através do ícone Ambiente de Rede da Área de Trabalho. Clicando no ícone do micro onde os recursos estão disponíveis, aparecerá uma lista de impressoras e diretórios disponíveis, como mostra a Figura 2. Clicando sobre o diretório compartilhado, você poderá ver o seu conteúdo e ter acesso aos arquivos.

Visualizando os dispositivos disponíveis.

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Para tornar tudo ainda mais fácil, você pode definir letras de unidades (D:, E:, F:, etc) para cada disco ou diretório compartilhado. Para isso, selecione o diretório que você deseja definir uma letra.

Clique com o botão direito do mouse sobre ele e escolha a opção Mapear Unidade de Rede do menu que aparecerá. Será apresentada a janela da Figura 3, onde você define uma letra para o diretório (por exemplo, F:). Após esse procedimento, basta acessar essa letra de unidade para ter acesso ao disco ou diretório compartilhado. Você terá acesso a essa unidade inclusive através do prompt do DOS.

Definindo uma letra de unidade ao diretório compartilhado.

MONTANDO UMA REDE FISÍCAMENTE

CABEAMENTO.

Antigamente as redes eram montadas a partir de cabos coaxiais de 50 ohms. Hoje , eles foram substituídos por cabos de par trançado, os UTP (Unshielded Twisted Pair ou Par Trançado sem Blindagem) e STP (Shielded Twisted Pair Par Trançado com Blindagem).

Este cabo, par trançado, tem um custo baixo e fácil de se manusear, porém não oferecem uma proteção muito grande contra ruídos (interferências).

Os cabos UTP/STP são divididos em categorias de acordo com a frequência suportada, conforme abaixo:

Categoria 1 (CAT 1) – Voz (cabo telefônico)

Categoria 2 (CAT 2) – Dados a 4 Mbps (Megabit por segundo)

Categoria 3 (CAT 3) – Dados até 10Mbps (Megabit por segundo)

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Categoria 4 (CAT 4) – Dados até 20Mbps (Megabit por segundo)

Categoria 5 (CAT 5) – Dados até 100Mbps (Megabit por segundo)

Categodia 5e (CAT 5e) – Dados até 1000Mbps (Gigabit por segundo)

Categoria 6 (CAT 6) – Dados acima de 1000Mbps (Gigabit por segundo)

Categoria 7 ( CAT 7) – Dados acima de 1000Mbps (Gigabit por segundo)

Os cabos mais utilizados atualmente são os de categoria 5e (CAT 5e) são cabos que suportam redes baseadas em gigabit (1000 Mbps), melhor que o CAT 5 por ter mais tranças e ser fabricado com maior qualidade de material.

Cabos CAT 6 apesar de já estarem disponíveis no mercado, seu custo é bem mais alto que o da CAT 5e, sendo mais utilizado por grandes corporações, os cabos de CAT 7 ainda estão sendo testados.

INTERFERENCIA EM CABEAMENTO METÁLICO:

Ruído Elétrico

Os problemas de energia elétrica são as principais causas de defeitos em redes de computadores, são chamadas de interferências eletromagnéticas (EMI) e interferência de rádio freqüência (RFI).

Causadores de ruídos elétricos: Descarga atmosférica (raios), motores elétricos, equipamentos industriais, transmissores de rádio, relés, termostatos, luzes fluorescentes.

MÉTODOS PARA REDUZIR NÍVEIS DE RUIDOS ELÉTRICOS EM SISTEMAS DE

CABEAMENTOS:

Balancear os níveis de tensão nas extremidades dos cabos.

Blindagem na estrutura de passagem dos cabos.

Aterramento elétrico.

TÉCNICAS DE PROTEÇÃO:

Blindagem

Utilização de cabo STP (blindado) funciona como uma barreira para os sinais de interferência , obviamente a trança ou malha aumenta o diâmetro e o custo do cabo.

MONTANDO UM CABO PAR TRANÇADO:

Para iniciarmos a montagem do cabo, necessitamos de ferramenta adequada, que são: alicate de crimpagem , conector RJ-45, teste de cabo ou cabling test e o cabo UTP.

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Até aqui aprendemos como preparar o material para podermos montar os cabos de uma rede, agora iremos ver qual a melhor estrutura para se fazer a passagem destes cabos nos vários ambientes para a conexão dos equipamentos.

ESTRUTURAS DE CABEAMENTO PARA REDES:

Cabeamento não estruturado:

É aquele que não tem um planejamento prévio e não considera modificações ou expansões futuras. Utiliza cabos dedicados cada aplicação especifica, como, cabo para voz , dados , etc.... A instalação física do cabeamento não estruturado apresenta vantagens iniciais de custo relativamente baixo e um tempo de implantação pequeno se

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comparado ao cabeamento estruturado. Funciona bem em ambientes que não sofrem alterações constantes no layout físico, os usuários raramente mudam de posição.

Outras características de rede não estruturada:

Passagem dos cabos é feita em estrutura já existente, nem sempre adequada (sistema elétrico).

Não utiliza qualquer tipo de organizador de cabos ( Path panel).

Não envolve obras civis, quando os dutos não são suficientes, utilizam-se caminhos adicionais (canaletas).

Pouca ou nenhum flexibilidade.

Não oferecem documentação adequada.

Cabeamento estruturado:

Atualmente é a estrutura ideal para uma infra-estrutura de redes locais. Baseia-se em previsão adequada para atender quaisquer exigências de expansão ou alteração na infra-estrutura física da rede.

Outras características da rede estruturada:

Passagem de cabos em estrutura planejada e adequada ( calhas de piso ou piso elevado).

Utiliza organizadores de cabos, racks , patch panel.

Alta flexibilidade.

Exige documentação adequada.

O propósito de uma rede estruturada é montar uma base sólida para o bom desempenho de uma rede, nessa estrutura diferente da anterior, temos centralizado os sistemas de informações, com dados, voz, imagem etc..., que devido aos dispositivos padronizados, podem ser facilmente redirecionados entre quaisquer pontos da rede.

Como Montar uma Rede Sem Fio sem Usar um Roteador de Banda Larga

Introdução

Muita gente não sabe que com o Windows XP ou o Windows Vista é possível montar uma rede sem fio em casa ou no escritório sem usar um roteador de banda larga ou um ponto de acesso (access point), fazendo com que você economize uma grana. Neste tutorial nós mostraremos a você um guia passo-a-passo de como montar este tipo de rede, também conhecida como ad-hoc.

Mais e mais pessoas estão dispostas a montar suas próprias redes sem fio e isto se deve principalmente à popularização e padronização dos equipamentos de redes sem fio. Com uma rede sem fio configurada em casa ou no escritório você pode compartilhar arquivos, usar uma impressora e acessar a Internet sem a necessidade de conectar um cabo de rede em seus computadores. Isto é muito bom caso seus computadores estejam em um local que dificulte a passagem de cabos de rede ou caso você queira liberdade para acessar sua rede e a Internet através do seu notebook a partir de qualquer lugar da casa ou do escritório: você pode transportar seu notebook do quarto ou do escritório para a sala de estar, por exemplo, e ainda assim estará conectado à Internet sem a necessidade de cabos.

Claro que estamos falando de notebooks com a capacidade para redes sem fio – praticamente todos os notebooks vendidos atualmente têm placa de rede sem fio

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integrada. Se você está usando computadores ou notebooks sem capacidade de rede sem fio precisará primeiro comprar uma placa de rede sem fio e instalar em cada computador que você deseja incluir na rede.

Para montar sua própria rede sem fio você precisará dos seguintes itens:

· Uma conexão de Internet banda larga;

· Uma placa de rede sem fio instalada em cada computador que deseja conectar à rede sem fio;

· Um roteador de banda larga sem fio (opcional).

Normalmente um roteador de banda larga sem fio ou um ponto de acesso (access point) são necessários. Neste tutorial ensinaremos a você a configurar uma rede sem fio sem este equipamento, permitindo assim que você economize algum dinheiro. No entanto, você precisa saber primeiro quais são as desvantagens de não se ter um roteador sem fio:

· O computador que tem a conexão com a Internet precisará estar ligado o tempo todo. Se você desligá-lo os outros computadores da rede perderão a conectividade com a Internet.

· Sua rede será menos segura, já que os roteadores de banda larga possuem um firewall baseado em hardware integrado.

· A criptografia usada por uma conexão ad-hoc é mais “fraca” do que a usada nos roteadores

de banda larga sem fio, o que facilita um hacker com muito tempo livre quebrar a sua senha (ainda é seguro o suficiente para usuários domésticos que se preocupam apenas em evitar que seus vizinhos “roubem” o sinal e naveguem na Internet de graça, mas nós não recomendamos esta solução para pessoas que trabalhem com dados confidenciais; neste caso é mais vantajoso comprar um roteador).

· A taxa de transferência da sua rede será limitada a 11 Mbps, mesmo que você use placas de 54 Mbps em sua rede.

Você pode ainda configurar uma rede ad-hoc mesmo que já tenha um roteador de banda larga sem capacidade de rede sem fio. Se este for o seu caso, esqueça o segundo item listado acima, mas os outros itens ainda serão válidos. Além disso, existe algo muito importante caso você tenha um roteador de banda larga já instalada em sua rede: você precisará mudar a faixa de endereços IP da sua rede caso ela esteja configurada para usar o faixa 192.168.0.x para 192.168.1.x porque o serviço de compartilhamento de conexão com a Internet do Windows também usa a faixa 192.168.0.x e você terá endereços IP conflitantes em sua rede. Esta configuração é feita no programa de configuração do roteador (normalmente acessando o endereço http://192.168.0.1 a partir de qualquer computador da rede).

Placas de Rede Sem Fio

Como mencionamos, você precisará comprar uma placa de rede sem fio para cada computador que deseja incluir na rede. Placas de rede sem fio são compatíveis com pelo menos um protocolo IEEE

802.11. Existem vários protocolos e os mais comuns são o IEEE 802.11b, 802.11g, e 802.11a. A partir de agora iremos nos referenciar a esses protocolos simplesmente como b, g e a, respectivamente. A principal diferença entre eles é a velocidade: o b pode

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transferir dados a até 11 Mbps, enquanto que o g e o a podem transferir dados a até 54 Mbps (a diferença entre o g e o a é a faixa de frequência em que eles operam). O próximo protocolo a ser lançado será o n, com uma taxa de transferência máxima de 540 Mbps.

Algumas placas de rede são rotuladas como tendo uma taxa de transferência de 108 Mbps, mas elas são na verdade placas de 54 Mbps usando uma técnica de compressão de dados. Para que elas obtenham esta velocidade o seu roteador sem fio e a placa instalada no computador devem ter esta tecnologia e devem ser do mesmo fabricante, caso contrário elas trabalharão como placas b, g ou a comuns. Esta tecnologia não funciona em redes ad-hoc, ou seja, em redes que não usem um roteador.

Em teoria o melhor cenário é ter todos os seus computadores usando placas de 54 Mbps (ou 108 Mbps). No entanto, você é limitado à velocidade da sua conexão com a Internet. Portanto se você não usar sua rede para transferir arquivos entre os computadores, comprar placas de 54 Mbps não faz sentido simplesmente porque a velocidade da sua conexão com a Internet será muito menor. Por exemplo, se você tem uma conexão com a Internet de 1 Mbps, você terá uma rede capaz de transferir dados 54 vezes mais rápido do que sua conexão com a Internet. Uma rede de 11 Mbps funcionará bem para você (e ainda será 11 vezes mais rápida do que sua conexão com a Internet).

Assim você economiza algum dinheiro comprando placas de 11 Mbps – elas funcionarão bem para a maioria dos usuários. Além disso, redes ad-hoc são limitadas a 11 Mbps e usar placas de 54 Mbps neste tipo de rede é simplesmente desperdício de dinheiro. Se você realmente quer ter a capacidade de 54 Mbps (ou 108 Mbps) precisará obrigatoriamente montar sua rede sem fio usando um roteador.

Só para esclarecer, se você tem uma conexão com a Internet de 1 Mbps ou 2 Mbps, você ainda navegará com esta velocidade usando placas de redes sem fio de 11 Mbps ou 54 Mbps.

Se mesmo com nossa dica você decidir comprar uma placa de rede de 54 Mbps, certifique-se de comprar uma compatível com o padrão 802.11b para que você possa montar sua rede sem o uso de um roteador, já que redes ad-hoc só funcionam a 11 Mbps. É também interessante que você compre todas as placas usando o mesmo padrão de 54 Mbps (a ou g), assim se no futuro você quiser dar uma incrementada em sua rede instalando um roteador sem fio, todas as placas serão capazes de transferir dados a 54 Mbps.

Existem dois tipos de placas de rede sem fio disponíveis: USB e avulsa. Normalmente as placas de rede avulsa são mais estáveis. As placas de rede avulsas para computadores são instaladas em um slot PCI convencional (provavelmente no futuro existirão placas PCI Express x1) e as placas avulsas para notebooks são oferecidas através de um cartão PC Card (também chamado PCMCIA) ou de um Express Card. Se o seu notebook não tem rede sem fio integrada você precisará verificar se ele tem um slot de expansão (PC Card ou Express Card) e comprar uma placa de rede sem fio avulsa para ele (uma placa PC Card provavelmente será a melhor escolha, já que os slots Express Card também aceitam dispositivos PC Card).

Você pode ver uma placa de rede sem fio avulsa PCI para computadores de mesa, na Figura 2 uma placa de rede sem fio USB, que pode ser usada tanto por computadores de mesa quanto por notebooks, e na Figura 3 uma placa de rede sem fio PC Card para notebooks.

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Configurando o Computador Servidor

Agora você precisará configurar o computador “servidor”, isto é, o computador que tem a conexão banda larga com a Internet. Se você está compartilhando sua conexão com a Internet usando um roteador comum (sem rede sem fio) qualquer computador conectado ao roteador pode ser configurado como servidor. Como já mencionamos, você não pode desligar este computador ou todos os demais perderão a conectividade com a Internet.

Simplesmente siga o passo-a-passo abaixo.

1. Clique no menu Iniciar, Painel de Controle, Conexões de Rede. Clique com o botão direito sobre a conexão sem fio (normalmente chamada “Conexão de Rede sem fio”) e selecione propriedades.

2. Na janela que aparecerá clique no guia Redes sem fio, como pode ser visto.

Certifique-se de que nenhuma rede sem fio está sendo listada em Redes Preferenciais. Se você vir redes listadas nesta área, remova uma a uma.

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3. Clique no botão Avançado e a janela mostrada na Figura acima aparecerá. Selecione “Apenas redes de computador a computador (ad-hoc)” e clique no botão Fechar.

4. A janela mostrada clique em Adicionar é através desta janela que criaremos nossa rede sem fio. Você precisa preencher o seguinte:

· Nome da Rede (SSID): Este será o nome da sua rede, ou seja, o nome pelo qual a sua rede será chamada por seus computadores. Em nosso caso chamamos nossa rede de “MinhaCasa”.

· Autenticação de Rede: Aberta.

· Criptografia de dados: WEP.

· Desmarque a opção “Chave fornecida automaticamente”.

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· Configure sua chave de rede. Esta é a senha que será usada para criptografar os dados transferidos na sua rede, evitando que seus vizinhos naveguem pela Internet através da sua conexão e também para evitar que pessoas vejam e apaguem seus arquivos, caso o compartilhamento de arquivos esteja habilitado na sua rede. Você deve preencher estecampo. A chave precisa ter obrigatoriamente cinco caracteres alfanuméricos.

Configurando o Computador Servidor (Cont.)

5. Após clicar no botão Ok, você verá sua rede listada em Redes Preferenciais, como você pode ver na Figura 8. Sua rede ainda será listada com um “x” vermelho, isto é absolutamente normal.

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6. Agora você precisa compartilhar sua conexão com a Internet. Preste atenção pois isto é feito na placa de rede que está conectada à Internet e não na placa de rede sem fio. Vá até Conexões de rede (Iniciar, Painel de Controle), clique com o botão direito do mouse na placa onde sua conexão com a Internet está conectada e clique em Propriedades. Na janela que aparecerá clique na guia Avançado.

Feito isto, marque a opção “Permitir que outros usuários da rede se conectem pela conexão deste computador à Internet” e certifique-se de que a opção “Permitir que outros usuários da rede controlem ou desativem o compartilhamento da conexão com a Internet” esteja desmarcada, como você pode ver na Figura.

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7. Clique em Ok e agora você verá “Compartilhada” abaixo do nome da conexão de rede onde sua Internet de banda larga está conectada (normalmente chamada “Conexão Local”), como você pode ver na Figura. Sua conexão de rede sem fio ainda estará listada como “Não Conectada”; isto é absolutamente normal. Ela só será listada como “Conectada” quando algum outro computador entrar na rede.

8. Agora que seu computador servidor está corretamente configurado você precisa configurar os outros computadores que terão acesso à sua rede sem fio.

Configurando os Demais Computadores

Agora que você já configurou o computador servidor, é hora de configurar os outros computadores que terão acesso à sua rede. Esta configuração é muito simples, basta seguir os passos abaixo:

9. Se você configurou seu computador servidor corretamente sua rede sem fio será listada na lista das redes disponíveis de todos os computadores que tem uma placa de rede sem fio dentro do alcance da placa instalada em seu computador servidor. Simplesmente clique no ícone da conexão de rede sem fio disponível na barra de tarefas ou dê um duplo clique na sua conexão de rede em Conexões de Rede (menu Iniciar, Painel de Controle) para ver a lista das redes sem fio disponíveis.

Como você pode ver na Figura 11, nós temos várias redes disponíveis (de todos os nossos vizinhos, por isso a importância de habilitar a criptografia de dados). Tudo o que precisamos fazer é clicar em nossa conexão (MinhaCasa em nosso caso).

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10. Após ter clicado duas vezes sobre sua rede, o Windows pedirá a chave de criptografia da rede (que nós configuramos no passo 4), veja na Figura.

11. Após clicar em Ok, o status da sua rede será listado como “Adquirindo endereço de rede” e então mudará para “Conectado”, veja na Figura.

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Configurando os Demais Computadores (Cont.)

12. Após este ponto você terá acesso à Internet usando a conexão disponível em seu computador servidor. Teste sua rede abrindo seu navegador (Internet Explorer, Firefox, etc) e tente abrir um site conhecido qualquer, como o Google.

13. Agora no computador servidor sua conexão sem fio também aparecerá como “conectado”, veja na Figura. Como dissemos antes a conexão de rede sem fio no computador servidor aparecerá como “conectado” apenas quando outros computadores estiverem conectados a ele.

14. Para evitar problemas de instabilidade em sua rede sem fio nós recomendamos que você remova todas as outras redes que podem aparecer listadas em Redes Preferenciais em todos os computadores. Isto pode ser feito clicando com o botão direito sobre conexão de rede sem fio em Conexões de Rede (Iniciar, Painel de Controle), selecionando Propriedades, e então na janela que aparecerá clique na guia Redes sem fio. Remova todas as outras redes listadas em Redes Preferenciais, exceto sua própria rede, como mostrado na Figura.

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15. Agora que sua Internet está compartilhada sem fio entre todos os seus computadores, você pode configurar sua rede para compartilhar impressoras e arquivos. O legal sobre o compartilhamento é que os arquivos e impressoras que você quer compartilhar não precisam estar localizados no computador servidor, eles podem estar localizados em qualquer um dos computadores presentes na sua rede (entretanto, se você está compartilhando uma impressora nós sugerimos que você a conecte no computador servidor já que ele terá que de ligado o tempo inteiro de qualquer forma; caso contrário o computador que tem a impressora terá que ficar ligado quando você quiser imprimir algo de outro computador). Para fazer isto, leia nosso tutorial Como Compartilhar Pastas e Impressoras na sua Rede.