apostila agente educacao

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Agente de Educação Infantil 1 Prefeitura Municipal de Campinas Agente de Educação Infantil ÍNDICE CONHECIMENTOS BÁSICOS: LÍNGUA PORTUGUESA Interpretação e produção de texto .............................................................................................................................................. 01 Ortografia Oficial ......................................................................................................................................................................... 15 Pontuação ................................................................................................................................................................................... 41 Acentuação gráfica ..................................................................................................................................................................... 16 Concordância verbal e nominal .................................................................................................................................................. 39 Intertextualidade ......................................................................................................................................................................... 01 MATEMÁTICA / RACIOCÍNIO LÓGICO Sistema de numeração decimal; adição, subtração, multiplicação e divisão de números inteiros ............................................. 01 Razões e proporções .................................................................................................................................................................. 23 Porcentagem............................................................................................................................................................................... 26 Regras de três simples e compostas .......................................................................................................................................... 25 Grandezas e medidas ................................................................................................................................................................. 24 Gráficos, tabelas, raciocínio lógico e resolução de situações problema. CONHECIMENTOS GERAIS - Matérias relacionadas à educação e cultura geral: fatos políticos, econômicos e sociais ocorridos nos últimos 12 (doze) meses e divulgados na imprensa local e nacional, contados até a data de publicação do edital de abertura deste concurso público ......................................................................................................................................................................... 01 - Estatuto do Servidor Público De Campinas - Lei Municipal Nº 1.399/55 (Artigo 15 e Artigos 182 a 204) ................................ 31 - Manual De Ética Da Prefeitura Municipal De Campinas (Páginas 4 a 27) ............................................................................... 32 - Lei Orgânica do Município de Campinas (Artigos 222 a 238) .................................................................................................. 35 Apostila Digital Licenciada para gisele cristina frungilo - [email protected] (Proibida a Revenda) - www.apostilasopcao.com.br

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Apostila Agente Educacao 2014

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  • Agente de Educao Infantil 1

    Prefeitura Municipal de Campinas

    Agente de Educao Infantil

    NDICE

    CONHECIMENTOS BSICOS:

    LNGUA PORTUGUESA

    Interpretao e produo de texto .............................................................................................................................................. 01

    Ortografia Oficial ......................................................................................................................................................................... 15

    Pontuao ................................................................................................................................................................................... 41

    Acentuao grfica ..................................................................................................................................................................... 16

    Concordncia verbal e nominal .................................................................................................................................................. 39

    Intertextualidade ......................................................................................................................................................................... 01

    MATEMTICA / RACIOCNIO LGICO

    Sistema de numerao decimal; adio, subtrao, multiplicao e diviso de nmeros inteiros ............................................. 01

    Razes e propores .................................................................................................................................................................. 23

    Porcentagem ............................................................................................................................................................................... 26

    Regras de trs simples e compostas .......................................................................................................................................... 25

    Grandezas e medidas ................................................................................................................................................................. 24

    Grficos, tabelas, raciocnio lgico e resoluo de situaes problema.

    CONHECIMENTOS GERAIS

    - Matrias relacionadas educao e cultura geral: fatos polticos, econmicos e sociais ocorridos nos ltimos 12 (doze) meses e divulgados na imprensa local e nacional, contados at a data de publicao do edital de abertura deste concurso pblico ......................................................................................................................................................................... 01

    - Estatuto do Servidor Pblico De Campinas - Lei Municipal N 1.399/55 (Artigo 15 e Artigos 182 a 204) ................................ 31

    - Manual De tica Da Prefeitura Municipal De Campinas (Pginas 4 a 27) ............................................................................... 32

    - Lei Orgnica do Municpio de Campinas (Artigos 222 a 238) .................................................................................................. 35

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  • Agente de Educao Infantil 2

    CONHECIMENTOS ESPECFICOS

    - Organizao do trabalho na unidade de educao infantil. Organizao dos espaos, do tempo e seleo de atividades de rotina e atividades para recreao. Diversificao de atividades para as crianas .................................................................... 01

    Brinquedos e materiais ao alcance das crianas ........................................................................................................................ 16

    Integrao escola X famlia e comunidade ................................................................................................................................. 28

    Cuidados com a criana: alimentao, higiene (trocar fraldas, banhar, escovar dentes, desfraldar), descansar/dormir, sade, segurana ....................................................................................................................................................................... 47

    Noes de deficincias e como atuar com a criana deficiente. Combate discriminao: de gnero, tnica, econmica, de credo ...................................................................................................................................................................................... 53

    Postura como educador: brincar junto com a criana, escutar a criana, dialogar com a criana, tom de voz, modos de falar com a criana. Trabalho em equipe. Atividades ldicas ..................................................................................................... 65

    Noes de nutrio ..................................................................................................................................................................... 87

    Noes de tica e cidadania ..................................................................................................................................................... 100

    Noes bsicas de relaes humanas ..................................................................................................................................... 111

    - LEGISLAO FEDERAL:

    Reviso das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Infantil - Constante no Documento Diretrizes Curriculares Nacionais da Educao Bsica de 2013 pginas 80 a 100 ..................................................................................................... 01

    Caderno MEC - Brinquedos e Brincadeiras de Creches ............................................................................................................. 10

    Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao Infantil ........................................................................................................ 13

    Poltica Nacional de Educao Especial na Perspectiva da Educao Inclusiva ....................................................................... 22

    Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educao das Relaes tnico-Raciais e para o Ensino de Histria e Cultura Afro-Brasileira e Africana ............................................................................................................................................... 28

    - LEGISLAO MUNICIPAL:

    Lei Municipal n 6662/91 - Conselho de Escola .......................................................................................................................... 01

    Diretrizes Curriculares da Educao Bsica para a Educao Infantil: um processo contnuo de reflexo e ao Municpio de Campinas .............................................................................................................................................................. 03

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    A Opo Certa Para a Sua Realizao

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    A Opo Certa Para a Sua Realizao

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao 1

    INTERPRETAO E PRODUO DE TEXTO.

    INTERTEXTUALIDADE

    Os concursos apresentam questes interpretativas que tm por finali-dade a identificao de um leitor autnomo. Portanto, o candidato deve compreender os nveis estruturais da lngua por meio da lgica, alm de necessitar de um bom lxico internalizado.

    As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que esto inseridas. Torna-se, assim, necessrio sempre fazer um confronto entre todas as partes que compem o texto.

    Alm disso, fundamental apreender as informaes apresentadas por trs do texto e as inferncias a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideolgica do autor diante de uma temtica qualquer.

    Denotao e Conotao Sabe-se que no h associao necessria entre significante (expres-

    so grfica, palavra) e significado, por esta ligao representar uma con-veno. baseado neste conceito de signo lingustico (significante + signi-ficado) que se constroem as noes de denotao e conotao.

    O sentido denotativo das palavras aquele encontrado nos dicionrios, o chamado sentido verdadeiro, real. J o uso conotativo das palavras a atribuio de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compreenso, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construo frasal, uma nova relao entre significante e significado.

    Os textos literrios exploram bastante as construes de base conota-tiva, numa tentativa de extrapolar o espao do texto e provocar reaes diferenciadas em seus leitores.

    Ainda com base no signo lingustico, encontra-se o conceito de polis-semia (que tem muitas significaes). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem mltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de nibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, no se est atribuindo um sentido fantasioso palavra ponto, e sim ampliando sua significao atravs de expresses que lhe completem e esclaream o sentido.

    Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente, deve-se alcanar a dois nveis de leitura: a informativa e

    de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extra-em-se informaes sobre o contedo abordado e prepara-se o prximo nvel de leitura. Durante a interpretao propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada pargrafo. Este tipo de procedimento agua a memria visual, favorecendo o entendimento.

    No se pode desconsiderar que, embora a interpretao seja subjetiva, h limites. A preocupao deve ser a captao da essncia do texto, a fim de responder s interpretaes que a banca considerou como pertinentes.

    No caso de textos literrios, preciso conhecer a ligao daquele texto com outras formas de cultura, outros textos e manifestaes de arte da poca em que o autor viveu. Se no houver esta viso global dos momen-tos literrios e dos escritores, a interpretao pode ficar comprometida. Aqui no se podem dispensar as dicas que aparecem na referncia bibliogrfica da fonte e na identificao do autor.

    A ltima fase da interpretao concentra-se nas perguntas e opes de

    resposta. Aqui so fundamentais marcaes de palavras como no, exce-to, errada, respectivamente etc. que fazem diferena na escolha adequa-da. Muitas vezes, em interpretao, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto , o que responde melhor ao questionamento proposto. Por

    isso, uma resposta pode estar certa para responder pergunta, mas no ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa.

    Ainda cabe ressaltar que algumas questes apresentam um fragmento

    do texto transcrito para ser a base de anlise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente parea ser perda de tempo. A descontex-tualizao de palavras ou frases, certas vezes, so tambm um recurso para instaurar a dvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta ser mais consciente e segura.

    Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretao de texto. Para isso, devemos observar o seguinte:

    01. Ler todo o texto, procurando ter uma viso geral do assunto;

    02. Se encontrar palavras desconhecidas, no interrompa a leitura, v at o fim, ininterruptamente;

    03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos umas trs vezes ou mais;

    04. Ler com perspiccia, sutileza, malcia nas entrelinhas;

    05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar;

    06. No permitir que prevaleam suas ideias sobre as do autor;

    07. Partir o texto em pedaos (pargrafos, partes) para melhor compre-enso;

    08. Centralizar cada questo ao pedao (pargrafo, parte) do texto cor-respondente;

    09. Verificar, com ateno e cuidado, o enunciado de cada questo;

    10. Cuidado com os vocbulos: destoa (=diferente de ...), no, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, s vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu;

    11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa;

    12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lgica objetiva;

    13. Cuidado com as questes voltadas para dados superficiais;

    14. No se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opo que melhor se enquadre no sentido do texto;

    15. s vezes a etimologia ou a semelhana das palavras denuncia a resposta;

    16. Procure estabelecer quais foram as opinies expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem;

    17. O autor defende ideias e voc deve perceb-las;

    18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito so importants-simos na interpretao do texto.

    Ex.: Ele morreu de fome.

    de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realizao do fato (= morte de "ele").

    Ex.: Ele morreu faminto.

    faminto: predicativo do sujeito, o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.;

    19. As oraes coordenadas no tm orao principal, apenas as idei-as esto coordenadas entre si;

    20. Os adjetivos ligados a um substantivo vo dar a ele maior clareza de expresso, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo Cunegundes

    ELEMENTOS CONSTITUTIVOS TEXTO NARRATIVO As personagens: So as pessoas, ou seres, viventes ou no, for-

    as naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos.

    Toda narrativa tem um protagonista que a figura central, o heri ou herona, personagem principal da histria.

    O personagem, pessoa ou objeto, que se ope aos designos do prota-gonista, chama-se antagonista, e com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano.

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao 2

    As personagens secundrias, que so chamadas tambm de compar-sas, so os figurantes de influncia menor, indireta, no decisiva na narra-o.

    O narrador que est a contar a histria tambm uma personagem, pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor-tncia, ou ainda uma pessoa estranha histria.

    Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso-nagem: as planas: que so definidas por um trao caracterstico, elas no alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem caricatura; as redondas: so mais complexas tendo uma dimen-so psicolgica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reaes perante os acontecimentos.

    Sequncia dos fatos (enredo): Enredo a sequncia dos fatos, a trama dos acontecimentos e das aes dos personagens. No enredo po-demos distinguir, com maior ou menor nitidez, trs ou quatro estgios progressivos: a exposio (nem sempre ocorre), a complicao, o climax, o desenlace ou desfecho.

    Na exposio o narrador situa a histria quanto poca, o ambiente, as personagens e certas circunstncias. Nem sempre esse estgio ocorre, na maioria das vezes, principalmente nos textos literrios mais recentes, a histria comea a ser narrada no meio dos acontecimentos (in mdia), ou seja, no estgio da complicao quando ocorre e conflito, choque de inte-resses entre as personagens.

    O clmax o pice da histria, quando ocorre o estgio de maior ten-so do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a concluso da histria com a resoluo dos conflitos.

    Os fatos: So os acontecimentos de que as personagens partici-pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o g-nero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma crnica, o relato de um drama social um romance social, e assim por diante. Em toda narrativa h um fato central, que estabelece o carter do texto, e h os fatos secundrios, rela-cionados ao principal.

    Espao: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lu-gares, ou mesmo em um s lugar. O texto narrativo precisa conter informaes sobre o espao, onde os fatos acontecem. Muitas ve-zes, principalmente nos textos literrios, essas informaes so extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos narrativo.

    Tempo: Os fatos que compem a narrativa desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste na identificao do momento, dia, ms, ano ou poca em que ocorre o fato. A temporalidade sa-lienta as relaes passado/presente/futuro do texto, essas relaes podem ser linear, isto , seguindo a ordem cronolgica dos fatos, ou sofre inverses, quando o narrador nos diz que antes de um fa-to que aconteceu depois.

    O tempo pode ser cronolgico ou psicolgico. O cronolgico o tempo material em que se desenrola ao, isto , aquele que medido pela natureza ou pelo relgio. O psicolgico no mensurvel pelos padres fixos, porque aquele que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepo da realidade, da durao de um dado acontecimento no seu esprito.

    Narrador: observador e personagem: O narrador, como j dis-semos, a personagem que est a contar a histria. A posio em que se coloca o narrador para contar a histria constitui o foco, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracteri-zado por:

    - viso por detrs : o narrador conhece tudo o que diz respeito s personagens e histria, tendo uma viso panormica dos acon-tecimentos e a narrao feita em 3a pessoa.

    - viso com: o narrador personagem e ocupa o centro da narra-tiva que feito em 1a pessoa.

    - viso de fora: o narrador descreve e narra apenas o que v, aquilo que observvel exteriormente no comportamento da per-sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra-dor um observador e a narrativa feita em 3a pessoa.

    Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de apresentar um foco narrativo, isto , o ponto de vista atravs do

    qual a histria est sendo contada. Como j vimos, a narrao feita em 1a pessoa ou 3a pessoa.

    Formas de apresentao da fala das personagens Como j sabemos, nas histrias, as personagens agem e falam. H

    trs maneiras de comunicar as falas das personagens.

    Discurso Direto: a representao da fala das personagens atra-vs do dilogo.

    Exemplo: Z Lins continuou: carnaval festa do povo. O povo dono da

    verdade. Vem a polcia e comea a falar em ordem pblica. No carna-val a cidade do povo e de ningum mais.

    No discurso direto frequente o uso dos verbo de locuo ou descendi:

    dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de travesses. Porm, quando as falas das personagens so curtas ou rpidas os verbos de locuo podem ser omitidos.

    Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas prprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. Exemplo:

    Z Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa-dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me-nos sombrios por vir.

    Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se mistura fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narrao. Exemplo:

    Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto. Quando me viram, sem chapu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensassem que estivesse doido. Como poderia andar um homem quela hora , sem fazer nada de cabea no tempo, um branco de ps no cho como eles? S sendo doido mesmo.

    (Jos Lins do Rego)

    TEXTO DESCRITIVO Descrever fazer uma representao verbal dos aspectos mais carac-

    tersticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc. As perspectivas que o observador tem do objeto so muito importantes,

    tanto na descrio literria quanto na descrio tcnica. esta atitude que vai determinar a ordem na enumerao dos traos caractersticos para que o leitor possa combinar suas impresses isoladas formando uma imagem unificada.

    Uma boa descrio vai apresentando o objeto progressivamente, vari-

    ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco.

    Podemos encontrar distines entre uma descrio literria e outra tc-

    nica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas:

    Descrio Literria: A finalidade maior da descrio literria transmitir a impresso que a coisa vista desperta em nossa mente atravs do sentidos. Da decorrem dois tipos de descrio: a subje-tiva, que reflete o estado de esprito do observador, suas prefern-cias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e no o que v realmente; j a objetiva traduz a realidade do mundo objeti-vo, fenomnico, ela exata e dimensional.

    Descrio de Personagem: utilizada para caracterizao das personagens, pela acumulao de traos fsicos e psicolgicos, pela enumerao de seus hbitos, gestos, aptides e temperamen-to, com a finalidade de situar personagens no contexto cultural, so-cial e econmico .

    Descrio de Paisagem: Neste tipo de descrio, geralmente o observador abrange de uma s vez a globalidade do panorama, para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes mais tpicas desse todo.

    Descrio do Ambiente: Ela d os detalhes dos interiores, dos ambientes em que ocorrem as aes, tentando dar ao leitor uma

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao 3

    visualizao das suas particularidades, de seus traos distintivos e tpicos.

    Descrio da Cena: Trata-se de uma descrio movimentada, que se desenvolve progressivamente no tempo. a descrio de um incndio, de uma briga, de um naufrgio.

    Descrio Tcnica: Ela apresenta muitas das caractersticas ge-rais da literatura, com a distino de que nela se utiliza um vocabu-lrio mais preciso, salientando-se com exatido os pormenores. predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanis-mos, a fenmenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc.

    TEXTO DISSERTATIVO Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertao cons-

    ta de uma srie de juzos a respeito de um determinado assunto ou ques-to, e pressupe um exame crtico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerncia e objetividade.

    A dissertao pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questo.

    A linguagem usada a referencial, centrada na mensagem, enfatizan-do o contexto.

    Quanto forma, ela pode ser tripartida em:

    Introduo: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda-mentais do assunto que est tratando. a enunciao direta e ob-jetiva da definio do ponto de vista do autor.

    Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colo-cadas na introduo sero definidas com os dados mais relevan-tes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre si, de forma que a sucesso deles resulte num conjunto coerente e unitrio que se encaixa na introduo e de-sencadeia a concluso.

    Concluso: o fenmeno do texto, marcado pela sntese da ideia central. Na concluso o autor refora sua opinio, retomando a in-troduo e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertao, cabe fazermos a distino entre fatos, hiptese e opinio.

    - Fato: o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; a obra ou ao que realmente se praticou.

    - Hiptese: a suposio feita acerca de uma coisa possvel ou no, e de que se tiram diversas concluses; uma afirmao so-bre o desconhecido, feita com base no que j conhecido.

    - Opinio: Opinar julgar ou inserir expresses de aprovao ou desaprovao pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje-tos descritos, um parecer particular, um sentimento que se tem a respeito de algo.

    O TEXTO ARGUMENTATIVO Baseado em Adilson Citelli A linguagem capaz de criar e representar realidades, sendo caracte-

    rizada pela identificao de um elemento de constituio de sentidos. Os discursos verbais podem ser formados de vrias maneiras, para dissertar ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em prticas um conjunto de referncias codificadas h muito tempo e dadas como estruturadoras do tipo de texto solicitado.

    Para se persuadir por meio de muitos recursos da lngua necessrio que um texto possua um carter argumentativo/descritivo. A construo de um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua anlise e esta dar-se- a partir do momento em que a compreenso do contedo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formao discursi-va responsvel pelo emassamento do contedo que se deseja transmitir, ou persuadir, e nele teremos a formao do ponto de vista do sujeito, suas anlises das coisas e suas opinies. Nelas, as opinies o que fazemos soltar concepes que tendem a ser orientadas no meio em que o indivduo viva. Vemos que o sujeito lana suas opinies com o simples e decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanaes renderem o convencimento do ponto de vista de algo/algum.

    Na escrita, o que fazemos buscar intenes de sermos entendidos e desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e todas as frases ou palavras articuladas produzem significaes dotadas de intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerncia de relevada importncia para a produo textual, pois nela se dar uma se-quncia das ideias e da progresso de argumentos a serem explanadas. Sendo a argumentao o procedimento que tornar a tese aceitvel, a apresentao de argumentos atingir os seus interlocutores em seus objeti-vos; isto se dar atravs do convencimento da persuaso. Os mecanismos da coeso e da coerncia sero ento responsveis pela unidade da for-mao textual.

    Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos

    verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por fora semntica, por recorrncias lexicais, por estratgias de substituio de enunciados.

    Um mecanismo mais fcil de fazer a comunicao entre as pessoas a

    linguagem, quando ela em forma da escrita e aps a leitura, (o que ocorre agora), podemos dizer que h de ter algum que transmita algo, e outro que o receba. Nesta brincadeira que entra a formao de argumentos com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicao; nisto, estes argumentos explanados sero o germe de futuras tentativas da comunica-o ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persua-so).

    Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; no tem em sua

    unidade a mono caracterstica da dominao do idioma/lngua, e sim o propsito de executar a interao do meio e cultura de cada indivduo. As relaes intertextuais so de grande valia para fazer de um texto uma aluso outros textos, isto proporciona que a imerso que os argumentos do tornem esta produo altamente evocativa.

    A parfrase tambm outro recurso bastante utilizado para trazer a um

    texto um aspecto dinmico e com intento. Juntamente com a pardia, a parfrase utiliza-se de textos j escritos, por algum, e que tornam-se algo espetacularmente incrvel. A diferena que muitas vezes a parfrase no possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetio de argu-mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes dife-rentes. A criao de um texto requer bem mais do que simplesmente a juno de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. necessrio ter na escolha das palavras e do vocabulrio o cuidado de se requisit-las, bem como para se adot-las. Um texto no totalmente auto-explicativo, da vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histrico uma relao interdiscursiva e intertextual.

    As metforas, metomnias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en-

    tram em ao inseridos num texto como um conjunto de estratgias capa-zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia tambm muito utilizada para causar este efeito, umas de suas caractersticas salientes, que a ironia d nfase gozao, alm de desvalorizar ideias, valores da oposio, tudo isto em forma de piada.

    Uma das ltimas, porm no menos importantes, formas de persuadir

    atravs de argumentos, a Aluso ("Ler no apenas reconhecer o dito, mais tambm o no-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou conceitos pr estabelecidos, sem porm com objetivos de forma clara e concisa. O que acontece a formao de um ambiente potico e sugervel, capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensao...

    Texto Base: CITELLI, Adilson; O Texto Argumentativo So Paulo SP, Editora ..Scipione, 1994 - 6 edio.

    TIPOLOGIA TEXTUAL

    A todo o momento nos deparamos com vrios textos, sejam eles verbais e no verbais. Em todos h a presena do discurso, isto , a ideia intrnseca, a essncia daquilo que est sendo transmitido entre os interlocutores.

    Esses interlocutores so as peas principais em um dilogo ou em um texto escrito, pois nunca escrevemos para ns mesmos, nem mesmo falamos sozinhos.

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    de fundamental importncia sabermos classificar os textos dos quais travamos convivncia no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gneros textuais.

    Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinio sobre determinado assunto, ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um retrato verbal sobre algum que acabamos de conhecer ou ver.

    exatamente nestas situaes corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narrao, Descrio e Dissertao.

    Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo um Editorial, no qual o autor expe seu ponto de vista sobre determinado assunto, uma descrio de um ambiente e um texto literrio escrito em prosa.

    Em se tratando de gneros textuais, a situao no diferente, pois se conceituam como gneros textuais as diversas situaes sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como exemplo, temos: uma receita culinria, um e-mail, uma reportagem, uma monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar-se-iam como: instrucional, correspondncia pessoal (em meio eletrnico), texto do ramo jornalstico e, por ltimo, um texto de cunho cientfico.

    Mas como toda escrita perfaz-se de uma tcnica para comp-la, extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta gama de textos. medida que a praticamos, vamos nos aperfeioando mais e mais na sua performance estrutural. Por Vnia Duarte

    O Conto

    um relato em prosa de fatos fictcios. Consta de trs momentos per-feitamente diferenciados: comea apresentando um estado inicial de equil-brio; segue com a interveno de uma fora, com a apario de um conflito, que d lugar a uma srie de episdios; encerra com a resoluo desse conflito que permite, no estgio final, a recuperao do equilbrio perdido.

    Todo conto tem aes centrais, ncleos narrativos, que estabelecem entre si uma relao causal. Entre estas aes, aparecem elementos de recheio (secundrios ou catalticos), cuja funo manter o suspense. Tanto os ncleos como as aes secundrias colocam em cena persona-gens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresen-tao das caractersticas destes personagens, assim como para as indica-es de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos.

    Um recurso de uso frequente nos contos a introduo do dilogo das personagens, apresentado com os sinais grficos correspondentes (os travesses, para indicar a mudana de interlocutor).

    A observao da coerncia temporal permite ver se o autor mantm a linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apresentao dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanos ao futuro).

    A demarcao do tempo aparece, geralmente, no pargrafo inicial. Os contos tradicionais apresentam frmulas caractersticas de introduo de temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...".

    Os tempos verbais desempenham um papel importante na construo e na interpretao dos contos. Os pretritos imperfeito e o perfeito predo-minam na narrao, enquanto que o tempo presente aparece nas descri-es e nos dilogos.

    O pretrito imperfeito apresenta a ao em processo, cuja incidncia chega ao momento da narrao: "Rosrio olhava timidamente seu preten-dente, enquanto sua me, da sala, fazia comentrios banais sobre a hist-ria familiar." O perfeito, ao contrrio, apresenta as aes concludas no passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala".

    A apresentao das personagens ajusta-se estratgia da definibilida-de: so introduzidas mediante uma construo nominal iniciada por um artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois substitudo pelo definido, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou apressadamente na sala de embarque e olhou volta, procurando algum

    impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romntico dos anos 40."

    O narrador uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que constituem o relato, a voz que conta o que est acontecendo. Esta voz pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos na primeira pessoa ou, tambm, pode ser a voz de uma terceira pessoa que no intervm nem como ator nem como testemunha.

    Alm disso, o narrador pode adotar diferentes posies, diferentes pon-tos de vista: pode conhecer somente o que est acontecendo, isto , o que as personagens esto fazendo ou, ao contrrio, saber de tudo: o que fa-zem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes acontecer. Estes narradores que sabem tudo so chamados oniscientes.

    A Novela

    semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior nmero de complicaes, passagens mais extensas com descries e dilogos. As personagens adquirem uma definio mais acabada, e as aes secund-rias podem chegar a adquirir tal relevncia, de modo que terminam por converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes.

    A Obra Teatral

    Os textos literrios que conhecemos como obras de teatro (dramas, tragdias, comdias, etc.) vo tecendo diferentes histrias, vo desenvol-vendo diversos conflitos, mediante a interao lingustica das personagens, quer dizer, atravs das conversaes que tm lugar entre os participantes nas situaes comunicativas registradas no mundo de fico construdo pelo texto. Nas obras teatrais, no existe um narrador que conta os fatos, mas um leitor que vai conhecendo-os atravs dos dilogos e/ ou monlogos das personagens.

    Devido trama conversacional destes textos, torna-se possvel encon-trar neles vestgios de oralidade (que se manifestam na linguagem espon-tnea das personagens, atravs de numerosas interjeies, de alteraes da sintaxe normal, de digresses, de repeties, de diticos de lugar e tempo. Os sinais de interrogao, exclamao e sinais auxiliares servem para moldar as propostas e as rplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem os turnos de palavras.

    As obras de teatro atingem toda sua potencialidade atravs da repre-sentao cnica: elas so construdas para serem representadas. O diretor e os atores orientam sua interpretao.

    Estes textos so organizados em atos, que estabelecem a progresso temtica: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada conta-to apresentado. Cada ato contm, por sua vez, diferentes cenas, determi-nadas pelas entradas e sadas das personagens e/ou por diferentes qua-dros, que correspondem a mudanas de cenografias.

    Nas obras teatrais so includos textos de trama descritiva: so as chamadas notaes cnicas, atravs das quais o autor d indicaes aos atores sobre a entonao e a gestualidade e caracteriza as diferentes cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ao. Estas notaes apresentam com frequncia oraes unimembres e/ou bimembres de predicado no verbal.

    O Poema

    Texto literrio, geralmente escrito em verso, com uma distribuio es-pacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe do relevncia aos espaos em branco; ento, o texto emerge da pgina com uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos miste-riosos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pre-tende extrair a significao dos recursos estilsticos empregados pelo poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoes, sua verso da realidade, ou para criar atmosferas de mistrio de surrealismo, relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apre-sentar ensinamentos morais (como nas fbulas).

    O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sono-ro das palavras e s pausas para dar musicalidade ao poema, parte essencial do verso: o verso uma unidade rtmica constituda por uma srie mtrica de slabas fnicas. A distribuio dos acentos das palavras que

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    compem os versos tem uma importncia capital para o ritmo: a musicali-dade depende desta distribuio.

    Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente distncia sonora das slabas. As slabas fnicas apresentam algumas diferenas das slabas ortogrficas. Estas diferenas constituem as chama-das licenas poticas: a direse, que permite separar os ditongos em suas slabas; a sinrese, que une em uma slaba duas vogais que no constitu-em um ditongo; a sinalefa, que une em uma s slaba a slaba final de uma palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais tambm incidem no levantamento das slabas do verso. Se a ltima palavra paro-xtona, no se altera o nmero de slabas; se oxtona, soma-se uma slaba; se proparoxtona, diminui-se uma.

    A rima uma caracterstica distintiva, mas no obrigatria dos versos, pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequen-te na poesia moderna). A rima consiste na coincidncia total ou parcial dos ltimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin-cidncia total de vogais e consoante a partir da ltima vogal acentuada) e a assonante (coincidncia unicamente das vogais a partir da ltima vogal acentuada). A mtrica mais frequente dos versos vai desde duas at de-zesseis slabas. Os versos monosslabos no existem, j que, pelo acento, so considerados disslabos.

    As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas dife-rentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se progresso temtica do texto: com frequncia, desenvolvem uma unidade informativa vinculada ao tema central.

    Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, atravs dos meca-nismos de substituio e de combinao, respectivamente, culminam com a criao de metforas, smbolos, configuraes sugestionadoras de vocbu-los, metonmias, jogo de significados, associaes livres e outros recursos estilsticos que do ambiguidade ao poema.

    TEXTOS JORNALSTICOS

    Os textos denominados de textos jornalsticos, em funo de seu por-tador (jornais, peridicos, revistas), mostram um claro predomnio da funo informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em que acontecem. Esta adeso ao presente, esta primazia da atualidade, condena-os a uma vida efmera. Propem-se a difundir as novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas.

    De acordo com este propsito, so agrupados em diferentes sees: informao nacional, informao internacional, informao local, sociedade, economia, cultura, esportes, espetculos e entretenimentos.

    A ordem de apresentao dessas sees, assim como a extenso e o tratamento dado aos textos que incluem, so indicadores importantes tanto da ideologia como da posio adotada pela publicao sobre o tema abor-dado.

    Os textos jornalsticos apresentam diferentes sees. As mais comuns so as notcias, os artigos de opinio, as entrevistas, as reportagens, as crnicas, as resenhas de espetculos.

    A publicidade um componente constante dos jornais e revistas, medida que permite o financiamento de suas edies. Mas os textos publi-citrios aparecem no s nos peridicos como tambm em outros meios amplamente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referiremos a eles em outro momento.

    Em geral, aceita-se que os textos jornalsticos, em qualquer uma de suas sees, devem cumprir certos requisitos de apresentao, entre os quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legvel, uma diagramao cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informa-o lingustica, incluso de grficos ilustrativos que fundamentam as expli-caes do texto.

    pertinente observar como os textos jornalsticos distribuem-se na pu-blicao para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, a primeira pgina, as pginas mpares e o extremo superior das folhas dos jornais trazem as informaes que se quer destacar. Esta localizao antecipa ao leitor a importncia que a publicao deu ao contedo desses textos.

    O corpo da letra dos ttulos tambm um indicador a considerar sobre a posio adotada pela redao.

    A Notcia

    Transmite uma nova informao sobre acontecimentos, objetos ou pessoas.

    As notcias apresentam-se como unidades informativas completas, que contm todos os dados necessrios para que o leitor compreenda a infor-mao, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo, no necessrio ter lido os jornais do dia anterior para interpret-la), ou de lig-la a outros textos contidos na mesma publicao ou em publicaes similares.

    comum que este texto use a tcnica da pirmide invertida: comea pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de trs partes claramente diferenciadas: o ttulo, a introduo e o desenvolvimento. O ttulo cumpre uma dupla funo - sintetizar o tema central e atrair a ateno do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal El Pas, 1991) sugerem geralmente que os ttulos no excedam treze palavras. A introduo contm o principal da informao, sem chegar a ser um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que no aparecem na introduo.

    A notcia redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se margem do que conta, razo pela qual no permitido o emprego da primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, alm de omitir o eu ou o ns, tambm no deve recorrer aos possessivos (por exemplo, no se referir Argentina ou a Buenos Aires com expresses tais como nosso pas ou minha cidade).

    Esse texto se caracteriza por sua exigncia de objetividade e veracida-de: somente apresenta os dados. Quando o jornalista no consegue com-provar de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas frmulas para salvar sua responsabilidade: parece, no est descar-tado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao discurso direto, como, por exemplo:

    O ministro afirmou: "O tema dos aposentados ser tratado na Cmara dos Deputados durante a prxima semana.

    O estilo que corresponde a este tipo de texto o formal.

    Nesse tipo de texto, so empregados, principalmente, oraes enunciativas, breves, que respeitam a ordem sinttica cannica. Apesar das notcias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, tambm frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela polcia; e das formas impessoais: A perseguio aos delinquentes foi feita por um patrulheiro.

    A progresso temtica das notcias gira em tomo das perguntas o qu? quem? como? quando? por qu e para qu?.

    O Artigo de Opinio

    Contm comentrios, avaliaes, expectativas sobre um tema da atua-lidade que, por sua transcendncia, no plano nacional ou internacional, j considerado, ou merece ser, objeto de debate.

    Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de anlise ou pesqui-sa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a posio adotada pelo jornal ou revista em concordncia com sua ideologia, enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opinies de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opinies divergentes e at antagnicas em uma mesma pgina.

    Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifica-o do tema em questo, acompanhado de seus antecedentes e alcance, e que segue com uma tomada de posio, isto , com a formulao de uma tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmao da posio adotada no incio do texto.

    A efetividade do texto tem relao direta no s com a pertinncia dos argumentos expostos como tambm com as estratgias discursivas usadas para persuadir o leitor. Entre estas estratgias, podemos encontrar as

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    seguintes: as acusaes claras aos oponentes, as ironias, as insinuaes, as digresses, as apelaes sensibilidade ou, ao contrrio, a tomada de distncia atravs do uso das construes impessoais, para dar objetividade e consenso anlise realizada; a reteno em recursos descritivos - deta-lhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa esto bem especificadas com uma minuciosa enumerao das fontes da informao. Todos eles so recursos que servem para fundamentar os argumentos usados na validade da tese.

    A progresso temtica ocorre geralmente atravs de um esquema de temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tpico com seus respectivos comentrios.

    Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresen-tam uma preeminncia de oraes enunciativas, embora tambm incluam, com frequncia, oraes dubitativas e exortativas devido sua trama argumentativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor da informao de base, o assunto em questo; as ltimas, para convencer o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes artigos, opta-se por oraes complexas que incluem proposies causais para as fundamentaes, consecutivas para dar nfase aos efeitos, con-cessivas e condicionais.

    Para interpretar estes textos, indispensvel captar a postura ideolgica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que circunstncias e com que propsito foi organizada a informao exposta. Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar estratgias tais como a referncia exofrica, a integrao crtica dos dados do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das entrelinhas a fim de converter em explcito o que est implcito.

    Embora todo texto exija para sua interpretao o uso das estratgias mencionadas, necessrio recorrer a elas quando estivermos frente a um texto de trama argumentativa, atravs do qual o autor procura que o leitor aceite ou avalie cenas, ideias ou crenas como verdadeiras ou falsas, cenas e opinies como positivas ou negativas.

    A Reportagem

    uma variedade do texto jornalstico de trama conversacional que, para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma figura-chave para o conhecimento deste tpico.

    A conversao desenvolve-se entre um jornalista que representa a pu-blicao e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a ateno dos leitores.

    A reportagem inclui uma sumria apresentao do entrevistado, reali-zada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o dilogo. As perguntas so breves e concisas, medida que esto orientadas para divulgar as opinies e ideias do entrevistado e no as do entrevistador.

    A Entrevista

    Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente medi-ante uma trama conversacional, mas combina com frequncia este tecido com fios argumentativos e descritivos. Admite, ento, uma maior liberdade, uma vez que no se ajusta estritamente frmula pergunta-resposta, mas detm-se em comentrios e descries sobre o entrevistado e transcreve somente alguns fragmentos do dilogo, indicando com travesses a mu-dana de interlocutor. permitido apresentar uma introduo extensa com os aspectos mais significativos da conversao mantida, e as perguntas podem ser acompanhadas de comentrios, confirmaes ou refutaes sobre as declaraes do entrevistado.

    Por tratar-se de um texto jornalstico, a entrevista deve necessa-riamente incluir um tema atual, ou com incidncia na atualidade, embora a conversao possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas destas entrevistas se ajustem a uma progresso temtica linear ou a temas derivados.

    Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, no existe uma garantia de dilogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez de quem fala, a progresso temtica no se ajusta ao jogo argumentativo de propostas e de rplicas.

    TEXTOS DE INFORMAO CIENTFICA

    Esta categoria inclui textos cujos contedos provm do campo das ci-ncias em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto nas Cincias Sociais como nas Cincias Naturais.

    Apesar das diferenas existentes entre os mtodos de pesquisa destas cincias, os textos tm algumas caractersticas que so comuns a todas suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informativos, as oraes enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem sinttica cannica (sujeito-verbo-predicado).

    Incluem frases claras, em que no h ambiguidade sinttica ou semn-tica, e levam em considerao o significado mais conhecido, mais difundido das palavras.

    O vocabulrio preciso. Geralmente, estes textos no incluem vocbu-los a que possam ser atribudos um multiplicidade de significados, isto , evitam os termos polissmicos e, quando isso no possvel, estabelecem mediante definies operatrias o significado que deve ser atribudo ao termo polissmico nesse contexto.

    A Definio

    Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que determina de forma clara e precisa as caractersticas genricas e diferenci-ais do objeto ao qual se refere. Essa descrio contm uma configurao de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir atravs de um processo de sinonmia.

    Recordemos a definio clssica de "homem", porque o exemplo por excelncia da definio lgica, uma das construes mais generalizadas dentro deste tipo de texto: O homem um animal racional. A expanso do termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gnero a que pertence, "animal", e a diferena especfica, "racional": a racionalidade o trao que nos permite diferenciar a espcie humana dentro do gnero animal.

    Usualmente, as definies includas nos dicionrios, seus portadores mais qualificados, apresentam os traos essenciais daqueles a que se referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodcimo e ltimo signo ou parte do Zodaco, de 30 de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de terminar o inverno.

    Como podemos observar nessa definio extrada do Dicionrio de La Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou introduo desenvolve-se atravs de uma descrio que contm seus traos mais relevantes, expressa, com frequncia, atravs de oraes unimembres, constitudos por construes endocntricas (em nosso exem-plo temos uma construo endocntrica substantiva - o ncleo um subs-tantivo rodeado de modificadores "duodcimo e ltimo signo ou parte do Zodaco, de 30 de amplitude..."), que incorporam maior informao medi-ante proposies subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparentemen-te antes de terminar o inverno".

    As definies contm, tambm, informaes complementares relacio-nadas, por exemplo, com a cincia ou com a disciplina em cujo lxico se inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimolgica do vocbulo ("do lat. piscis"); a sua classificao gramatical (s.p.m.), etc.

    Essas informaes complementares contm frequentemente abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras pginas do Dicionrio: Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo prprio masculino, etc.

    O tema-base (introduo) e sua expanso descritiva - categorias bsi-cas da estrutura da definio - distribuem-se espacialmente em blocos, nos quais diferentes informaes costumam ser codificadas atravs de tipogra-fias diferentes (negrito para o vocabulrio a definir; itlico para as etimologi-as, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco median-te barras paralelas e /ou nmeros.

    Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma coisa por um perodo determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer continuar em exerccio; adiar o trmino de.

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    A Nota de Enciclopdia

    Apresenta, como a definio, um tema-base e uma expanso de trama descritiva; porm, diferencia-se da definio pela organizao e pela ampli-tude desta expanso.

    A progresso temtica mais comum nas notas de enciclopdia a de temas derivados: os comentrios que se referem ao tema-base constituem-se, por sua vez, em temas de distintos pargrafos demarcados por subttu-los. Por exemplo, no tema Repblica Argentina, podemos encontrar os temas derivados: traos geolgicos, relevo, clima, hidrografia, biogeografia, populao, cidades, economia, comunicao, transportes, cultura, etc.

    Estes textos empregam, com frequncia, esquemas taxionmicos, nos quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e includas. Por exemplo: descreve-se "mamfero" como membro da classe dos vertebra-dos; depois, so apresentados os traos distintivos de suas diversas varie-dades: terrestres e aquticos.

    Uma vez que nestas notas h predomnio da funo informativa da lin-guagem, a expanso construda sobre a base da descrio cientfica, que responde s exigncias de conciso e de preciso.

    As caractersticas inerentes aos objetos apresentados aparecem atra-vs de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabea quase cnica, olhos muito juntos, boca oblqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa dos substantivos e, como possvel observar em nosso exemplo, agregam qualidades prprias daquilo a que se referem.

    O uso do presente marca a temporalidade da descrio, em cujo tecido predominam os verbos estticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de ligao - ser, estar, parecer, etc.

    O Relato de Experimentos

    Contm a descrio detalhada de um projeto que consiste em manipular o ambiente para obter uma nova informao, ou seja, so textos que descrevem experimentos.

    O ponto de partida destes experimentos algo que se deseja saber, mas que no se pode encontrar observando as coisas tais como esto; necessrio, ento, estabelecer algumas condies, criar certas situaes para concluir a observao e extrair concluses. Muda-se algo para consta-tar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condies uma planta de determinada espcie cresce mais rapidamente, pode-se colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condies de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, gua; com diferentes fertilizantes orgnicos, qumicos etc., para observar e precisar em que circunstncias obtm-se um melhor crescimento.

    A macroestrutura desses relatos contm, primordialmente, duas cate-gorias: uma corresponde s condies em que o experimento se realiza, isto , ao registro da situao de experimentao; a outra, ao processo observado.

    Nesses textos, ento, so utilizadas com frequncia oraes que co-meam com se (condicionais) e com quando (condicional temporal):

    Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, hmus, a planta crescer mais rpido.

    Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos comeam a mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade.

    Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A varivel tempo aparece atravs de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, possvel observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos ...; de advrbios ou de locues adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mesmo momento que, etc., dado que a varivel temporal um componente essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apre-senta as caractersticas dos elementos, os traos distintivos de cada uma das etapas do processo.

    O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser-vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo

    observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distncia existente entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa, do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos.

    A Monografia

    Este tipo de texto privilegia a anlise e a crtica; a informao sobre um determinado tema recolhida em diferentes fontes.

    Os textos monogrficos no necessariamente devem ser realizados com base em consultas bibliogrficas, uma vez que possvel terem como fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemunhos qualificados ou de especialistas no tema.

    As monografias exigem uma seleo rigorosa e uma organizao coe-rente dos dados recolhidos. A seleo e organizao dos dados servem como indicador do propsito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exemplo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os aspectos positivos da gesto governamental de um determinado persona-gem histrico tm maior relevncia e valor do que os aspectos negativos, teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que esta valorizao fique explcita.

    Nas monografias, indispensvel determinar, no primeiro pargrafo, o tema a ser tratado, para abrir espao cooperao ativa do leitor que, conjugando seus conhecimentos prvios e seus propsitos de leitura, far as primeiras antecipaes sobre a informao que espera encontrar e formular as hipteses que guiaro sua leitura. Uma vez determinado o tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da tcnica de resumo, o que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais estaro listadas nas referncias bibliogrficas, de acordo com as normas que regem a apresentao da bibliografia.

    O trabalho intertextual (incorporao de textos de outros no tecido do texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias atravs de construes de discurso direto ou de discurso indireto.

    Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modifica-es, tal como foi produzido. Ricardo Ortiz declara: "O processo da econo-mia dirigida conduziu a uma centralizao na Capital Federal de toda tramitao referente ao comrcio exterior'] Os dois pontos que prenunciam a palavra de outro, as aspas que servem para demarc-la, os traos que incluem o nome do autor do texto citado, 'o processo da economia dirigida - declara Ricardo Ortiz - conduziu a uma centralizao...') so alguns dos sinais que distinguem frequentemente o discurso direto.

    Quando se recorre ao discurso indireto, relata-se o que foi dito por ou-tro, em vez de transcrever textualmente, com a incluso de elementos subordinadores e dependendo do caso - as conseguintes modificaes, pronomes pessoais, tempos verbais, advrbios, sinais de pontuao, sinais auxiliares, etc.

    Discurso direto: s razes de meu pensamento afirmou Echeverra - nutrem-se do liberalismo

    Discurso indireto: 'cheverra afirmou que as razes de seu pensamento nutriam -se do liberalismo'

    Os textos monogrficos recorrem, com frequncia, aos verbos discendi (dizer, expressar, declarar, afirmar, opinar, etc.), tanto para introduzir os enunciados das fontes como para incorporar os comentrios e opinies do emissor.

    Se o propsito da monografia somente organizar os dados que o au-tor recolheu sobre o tema de acordo com um determinado critrio de classi-ficao explcito (por exemplo, organizar os dados em tomo do tipo de fonte consultada), sua efetividade depender da coerncia existente entre os dados apresentados e o princpio de classificao adotado.

    Se a monografia pretende justificar uma opinio ou validar uma hipte-se, sua efetividade, ento, depender da confiabilidade e veracidade das fontes consultadas, da consistncia lgica dos argumentos e da coerncia estabelecida entre os fatos e a concluso.

    Estes textos podem ajustar-se a diferentes esquemas lgicos do tipo problema /soluo, premissas /concluso, causas / efeitos.

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    Os conectores lgicos oracionais e extra oracionais so marcas lingus-ticas relevantes para analisar as distintas relaes que se estabelecem entre os dados e para avaliar sua coerncia.

    A Biografia

    uma narrao feita por algum acerca da vida de outra(s) pessoa(s). Quando o autor conta sua prpria vida, considera-se uma autobiografia.

    Estes textos so empregados com frequncia na escola, para apresen-tar ou a vida ou algumas etapas decisivas da existncia de personagens cuja ao foi qualificada como relevante na histria.

    Os dados biogrficos ordenam-se, em geral, cronologicamente, e, dado que a temporalidade uma varivel essencial do tecido das biografias, em sua construo, predominam recursos lingusticos que asseguram a conec-tividade temporal: advrbios, construes de valor semntico adverbial (Seus cinco primeiros anos transcorreram na tranquila segurana de sua cidade natal Depois, mudou-se com a famlia para La Prata), proposies temporais (Quando se introduzia obsessivamente nos tortuosos caminhos da novela, seus estudos de fsica ajudavam-no a reinstalar-se na realida-de), etc.

    A veracidade que exigem os textos de informao cientfica manifesta-se nas biografias atravs das citaes textuais das fontes dos dados apre-sentados, enquanto a tica do autor expressa na seleo e no modo de apresentao destes dados. Pode-se empregar a tcnica de acumulao simples de dados organizados cronologicamente, ou cada um destes dados pode aparecer acompanhado pelas valoraes do autor, de acordo com a importncia que a eles atribui.

    Atualmente, h grande difuso das chamadas "biografias no -autorizadas" de personagens da poltica, ou do mundo da Arte. Uma carac-terstica que parece ser comum nestas biografias a intencionalidade de revelar a personagem atravs de uma profusa acumulao de aspectos negativos, especialmente aqueles que se relacionam a defeitos ou a vcios altamente reprovados pela opinio pblica.

    TEXTOS INSTRUCIONAIS

    Estes textos do orientaes precisas para a realizao das mais di-versas atividades, como jogar, preparar uma comida, cuidar de plantas ou animais domsticos, usar um aparelho eletrnico, consertar um carro, etc. Dentro desta categoria, encontramos desde as mais simples receitas culi-nrias at os complexos manuais de instruo para montar o motor de um avio. Existem numerosas variedades de textos instrucionais: alm de receitas e manuais, esto os regulamentos, estatutos, contratos, instrues, etc. Mas todos eles, independente de sua complexidade, compartilham da funo apelativa, medida que prescrevem aes e empregam a trama descritiva para representar o processo a ser seguido na tarefa empreendi-da.

    A construo de muitos destes textos ajusta-se a modelos convencio-nais cunhados institucionalmente. Por exemplo, em nossa comunidade, esto amplamente difundidos os modelos de regulamentos de coproprieda-de; ento, qualquer pessoa que se encarrega da redao de um texto deste tipo recorre ao modelo e somente altera os dados de identificao para introduzir, se necessrio, algumas modificaes parciais nos direitos e deveres das partes envolvidas.

    Em nosso cotidiano, deparamo-nos constantemente com textos instru-cionais, que nos ajudam a usar corretamente tanto um processador de alimentos como um computador; a fazer uma comida saborosa, ou a seguir uma dieta para emagrecer. A habilidade alcanada no domnio destes textos incide diretamente em nossa atividade concreta. Seu emprego frequente e sua utilidade imediata justificam o trabalho escolar de aborda-gem e de produo de algumas de suas variedades, como as receitas e as instrues.

    As Receitas e as Instrues

    Referimo-nos s receitas culinrias e aos textos que trazem instrues para organizar um jogo, realizar um experimento, construir um artefato, fabricar um mvel, consertar um objeto, etc.

    Estes textos tm duas partes que se distinguem geralmente a partir da especializao: uma, contm listas de elementos a serem utilizados (lista de ingredientes das receitas, materiais que so manipulados no experimen-

    to, ferramentas para consertar algo, diferentes partes de um aparelho, etc.), a outra, desenvolve as instrues.

    As listas, que so similares em sua construo s que usamos habitu-almente para fazer as compras, apresentam substantivos concretos acom-panhados de numerais (cardinais, partitivos e mltiplos).

    As instrues configuram-se, habitualmente, com oraes bimembres, com verbos no modo imperativo (misture a farinha com o fermento), ou oraes unimembres formadas por construes com o verbo no infinitivo (misturar a farinha com o acar).

    Tanto os verbos nos modos imperativo, subjuntivo e indicativo como as construes com formas nominais gerndio, particpio, infinitivo aparecem acompanhados por advrbios palavras ou por locues adverbiais que expressam o modo como devem ser realizadas determinadas aes (sepa-re cuidadosamente as claras das gemas, ou separe com muito cuidado as claras das gemas). Os propsitos dessas aes aparecem estruturados visando a um objetivo (mexa lentamente para diluir o contedo do pacote em gua fria), ou com valor temporal final (bata o creme com as claras at que fique numa consistncia espessa). Nestes textos inclui-se, com fre-quncia, o tempo do receptor atravs do uso do dixis de lugar e de tempo: Aqui, deve acrescentar uma gema. Agora, poder mexer novamente. Neste momento, ter que correr rapidamente at o lado oposto da cancha. Aqui pode intervir outro membro da equipe.

    TEXTOS EPISTOLARES

    Os textos epistolares procuram estabelecer uma comunicao por es-crito com um destinatrio ausente, identificado no texto atravs do cabea-lho. Pode tratar-se de um indivduo (um amigo, um parente, o gerente de uma empresa, o diretor de um colgio), ou de um conjunto de indivduos designados de forma coletiva (conselho editorial, junta diretora).

    Estes textos reconhecem como portador este pedao de papel que, de forma metonmica, denomina-se carta, convite ou solicitao, dependendo das caractersticas contidas no texto.

    Apresentam uma estrutura que se reflete claramente em sua organiza-o espacial, cujos componentes so os seguintes: cabealho, que estabe-lece o lugar e o tempo da produo, os dados do destinatrio e a forma de tratamento empregada para estabelecer o contato: o corpo, parte do texto em que se desenvolve a mensagem, e a despedida, que inclui a saudao e a assinatura, atravs da qual se introduz o autor no texto. O grau de familiaridade existente entre emissor e destinatrio o princpio que orienta a escolha do estilo: se o texto dirigido a um familiar ou a um amigo, opta-se por um estilo informal; caso contrrio, se o destinatrio desconhecido ou ocupa o nvel superior em uma relao assimtrica (empregador em relao ao empregado, diretor em relao ao aluno, etc.), impe-se o estilo formal.

    A Carta

    As cartas podem ser construdas com diferentes tramas (narrativa e ar-gumentativa), em tomo das diferentes funes da linguagem (informativa, expressiva e apelativa).

    Referimo-nos aqui, em particular, s cartas familiares e amistosas, isto , aqueles escritos atravs dos quais o autor conta a um parente ou a um amigo eventos particulares de sua vida. Estas cartas contm acontecimen-tos, sentimentos, emoes, experimentados por um emissor que percebe o receptor como cmplice, ou seja, como um destinatrio comprometido afetivamente nessa situao de comunicao e, portanto, capaz de extrair a dimenso expressiva da mensagem.

    Uma vez que se trata de um dilogo distncia com um receptor co-nhecido, opta-se por um estilo espontneo e informal, que deixa transpare-cer marcas da oralidade: frases inconclusas, nas quais as reticncias habilitam mltiplas interpretaes do receptor na tentativa de conclu-las; perguntas que procuram suas respostas nos destinatrios; perguntas que encerram em si suas prprias respostas (perguntas retricas); pontos de exclamao que expressam a nfase que o emissor d a determinadas expresses que refletem suas alegrias, suas preocupaes, suas dvidas.

    Estes textos renem em si as diferentes classes de oraes. As enun-ciativas, que aparecem nos fragmentos informativos, alternam-se com as dubitativas, desiderativas, interrogativas, exclamativas, para manifestar a

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    subjetividade do autor. Esta subjetividade determina tambm o uso de diminutivos e aumentativos, a presena frequente de adjetivos qualificati-vos, a ambiguidade lexical e sinttica, as repeties, as interjeies.

    A Solicitao

    dirigida a um receptor que, nessa situao comunicativa estabelecida pela carta, est revestido de autoridade medida que possui algo ou tem a possibilidade de outorgar algo que considerado valioso pelo emissor: um emprego, uma vaga em uma escola, etc.

    Esta assimetria entre autor e leitor um que pede e outro que pode ce-der ou no ao pedido, obriga o primeiro a optar por um estilo formal, que recorre ao uso de frmulas de cortesia j estabelecidas convencionalmente para a abertura e encerramento (atenciosamente ..com votos de estima e considerao . . . / despeo-me de vs respeitosamente . ../ Sado-vos com o maior respeito), e s frases feitas com que se iniciam e encerram-se estes textos (Dirijo-me a vs a fim de solicitar-lhe que ... O abaixo-assinado, Antnio Gonzalez, D.NJ. 32.107 232, dirigi-se ao Senhor Diretor do Instituto Politcnico a fim de solicitar-lhe...)

    As solicitaes podem ser redigidas na primeira ou terceira pessoa do singular. As que so redigidas na primeira pessoa introduzem o emissor atravs da assinatura, enquanto que as redigidas na terceira pessoa identi-ficam-no no corpo do texto (O abaixo assinado, Juan Antonio Prez, dirige-se a...).

    A progresso temtica d-se atravs de dois ncleos informativos: o primeiro determina o que o solicitante pretende; o segundo, as condies que rene para alcanar aquilo que pretende. Estes ncleos, demarcados por frases feitas de abertura e encerramento, podem aparecer invertidos em algumas solicitaes, quando o solicitante quer enfatizar suas condi-es; por isso, as situa em um lugar preferencial para dar maior fora sua apelao.

    Essas solicitaes, embora cumpram uma funo apelativa, mostram um amplo predomnio das oraes enunciativas complexas, com incluso tanto de proposies causais, consecutivas e condicionais, que permitem desenvolver fundamentaes, condicionamentos e efeitos a alcanar, como de construes de infinitivo ou de gerndio: para alcanar essa posio, o solicitante lhe apresenta os seguintes antecedentes... (o infinitivo salienta os fins a que se persegue), ou alcanando a posio de... (o gerndio enfatiza os antecedentes que legitimam o pedido).

    A argumentao destas solicitaes institucionalizaram-se de tal ma-neira que aparece contida nas instrues de formulrios de emprego, de solicitao de bolsas de estudo, etc.

    Texto extrado de: ESCOLA, LEITURA E PRODUO DE TEXTOS, Ana Maria Kaufman, Artes Mdicas, Porto Alegre, RS.

    EXERCCIOS INTERPRETAO DE TEXTOS

    Ateno: As questes de nmeros 1 a 10 referem-se ao texto que se-

    gue. No corao do progresso

    H sculos a civilizao ocidental vem correndo atrs de tudo o que classifica como progresso. Essa palavra mgica aplica-se tanto inveno do aeroplano ou descoberta do DNA como promoo do papai no novo emprego. Estou fazendo progressos, diz a titia, quando enfim acerta a mo numa velha receita. Mas quero chegar logo ao ponto, e convidar o leitor a refletir sobre o sentido dessa palavra, que sempre pareceu abrir todas as portas para uma vida melhor.

    Quando, muitos anos atrs, num daqueles documentrios de cinema, via-se uma floresta sendo derrubada para dar lugar a algum empreendi-mento, ningum tinha dvida em dizer ou pensar: o progresso. Uma represa monumental era progresso. Cada novo produto qumico era um progresso. As coisas no mudaram tanto: continuamos a usar indiscrimina-damente a palavrinha mgica. Mas no deixaram de mudar um pouco: desde que a Ecologia saiu das academias, divulgou-se, popularizou-se e tornou-se, efetivamente, um conjunto de iniciativas em favor da preserva-o ambiental e da melhoria das condies da vida em nosso pequenino planeta.

    Para isso, foi preciso determinar muito bem o sentido de progresso. Do ponto de vista material, considera-se ganho humano apenas aquilo que concorre para equilibrar a ao transformadora do homem sobre a natureza e a integridade da vida natural. Desenvolvimento, sim, mas sustentvel: o adjetivo exprime uma condio, para cercear as iniciativas predatrias. Cada novidade tecnolgica h de ser investigada quanto a seus efeitos sobre o homem e o meio em que vive. Cada interveno na natureza h de adequar-se a um planejamento que considere a qualidade e a extenso dos efeitos.

    Em suma: j est ocorrendo, h algum tempo, uma avaliao tica e poltica de todas as formas de progresso que afetam nossa relao com o mundo e, portanto, a qualidade da nossa vida. No pouco, mas ainda no suficiente. Aos cientistas, aos administradores, aos empresrios, aos industriais e a todos ns cidados comuns cabe a tarefa cotidiana de zelarmos por nossas aes que inflectem sobre qualquer aspecto da quali-dade de vida. A tarefa comea em nossa casa, em nossa cozinha e banhei-ro, em nosso quintal e jardim e se estende preocupao com a rua, com o bairro, com a cidade.

    Meu corao no maior do que o mundo, dizia o poeta. Mas um mundo que merece a ateno do nosso corao e da nossa inteligncia , certamente, melhor do que este em que estamos vivendo.

    No custa interrogar, a cada vez que algum diz progresso, o sentido preciso talvez oculto - da palavra mgica empregada. (Alaor Adauto de Mello)

    1. Centraliza-se, no texto, uma concepo de progresso, segundo a qual este deve ser

    (A)) equacionado como uma forma de equilbrio entre as atividades humanas e o respeito ao mundo natural.

    (B) identificado como aprimoramento tecnolgico que resulte em ativida-de economicamente vivel.

    (C) caracterizado como uma atividade que redunde em maiores lucros para todos os indivduos de uma comunidade.

    (D) definido como um atributo da natureza que induz os homens a apro-veitarem apenas o que oferecido em sua forma natural.

    (E) aceito como um processo civilizatrio que implique melhor distribui-o de renda entre todos os agentes dos setores produtivos.

    2. Considere as seguintes afirmaes: I. A banalizao do uso da palavra progresso uma consequncia do

    fato de que a Ecologia deixou de ser um assunto acadmico. II. A expresso desenvolvimento sustentvel pressupe que haja

    formas de desenvolvimento nocivas e predatrias. III. Entende o autor do texto que a magia da palavra progresso advm

    do uso consciente e responsvel que a maioria das pessoas vem fa-zendo dela.

    Em relao ao texto est correto APENAS que se afirmar em (A) I. (B))II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III.

    3. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente uma frase do texto em:

    (A) Mas quero chegar logo ao ponto = devo me antecipar a qualquer concluso.

    (B) continuamos a usar indiscriminadamente a palavrinha mgica = seguimos chamando de mgico tudo o que julgamos sem preconcei-to.

    (C) para cercear as iniciativas predatrias = para ir ao encontro das aes voluntariosas.

    (D) aes que inflectem sobre qualquer aspecto da qualidade da vida = prticas alheias ao que diz respeito s condies de vida.

    (E)) h de adequar-se a um planejamento = deve ir ao encontro do que est planificado.

    4. Cada interveno na natureza h de adequar-se a um planejamento pelo qual se garanta que a qualidade da vida seja preservada.

    Os tempos e os modos verbais da frase acima continuaro correta-mente articulados caso se substituam as formas sublinhadas, na or-dem em que surgem, por

    (A) houve - garantiria (B) haveria - garantiu - teria sido (C) haveria - garantisse fosse (D) haver - garantisse - e (E) havia - garantiu

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    Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao 10

    5. As normas de concordncia verbal esto plenamente respeitadas na frase:

    (A)) J faz muitos sculos que se vm atribuindo palavra progresso algumas conotaes mgicas.

    (B) Deve-se ao fato de usamos muitas palavras sem conhecer seu sentido real muitos equvocos ideolgicos.

    (C) Muitas coisas a que associamos o sentido de progresso no chega a representarem, de fato, qualquer avano significativo.

    (D) Se muitas novidades tecnolgicas houvesse de ser investigadas a fundo, veramos que so irrelevantes para a melhoria da vida.

    (E) Comeam pelas preocupaes com nossa casa, com nossa rua, com nossa cidade a tarefa de zelarmos por uma boa qualidade da vida.

    6. Est correto o emprego de ambas as expresses sublinhadas na

    frase: (A) De tudo aquilo que classificamos como progresso costumamos

    atribuir o sentido de um tipo de ganho ao qual no queremos abrir mo.

    (B) prefervel deixar intacta a mata selvagem do que destru-la em nome de um benefcio em que quase ningum desfrutar.

    (C) A titia, cuja a mo enfim acertou numa velha receita, no hesitou em ver como progresso a operao qual foi bem sucedida.

    (D) A preciso da qual se pretende identificar o sentido de uma palavra depende muito do valor de contexto a que lhe atribumos.

    (E)) As inovaes tecnolgicas de cujo benefcio todos se aproveitam representam, efetivamente, o avano a que se costuma chamar pro-gresso.

    7. Considere as seguintes afirmaes, relativas a aspectos da constru-

    o ou da expressividade do texto: I. No contexto do segundo pargrafo, a forma plural no mudaram

    tanto atende concordncia com academias. II. No contexto do terceiro pargrafo, a expresso h de adequar-se

    exprime um dever imperioso, uma necessidade premente. III. A expresso Em suma, tal como empregada no quarto pargrafo,

    anuncia a abertura de uma linha de argumentao ainda inexplorada no texto.

    Est correto APENAS o que se afirmar em (A) I. (B)) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 8. A palavra progresso frequenta todas as bocas, todas pronunciam a

    palavra progresso, todas atribuem a essa palavra sentidos mgicos que elevam essa palavra ao patamar dos nomes miraculosos.

    Evitam-se as repeties viciosas da frase acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por:

    (A)) a pronunciam - lhe atribuem - a elevam (B) a pronunciam - atribuem-na - elevam-na (C) lhe pronunciam - lhe atribuem - elevam-lhe (D) a ela pronunciam - a ela atribuem - lhe elevam (E) pronunciam-na - atribuem-na - a elevam 9. Est clara e correta a redao da seguinte frase: (A) Caso no se determine bem o sentido da palavra progresso, pois que

    usada indiscriminadamente, ainda assim se faria necessrio que reflitamos sobre seu verdadeiro sentido.

    (B) Ao dizer o poeta que seu corao no maior do que o mundo, devemos nos inspirar para que se estabelea entre este e o nosso corao os compromissos que se reflitam numa vida melhor.

    (C) Nada desprezvel no espao do mundo, que no merea nossa ateno quanto ao fato de que sejamos responsveis por sua melho-ria, seja o nosso quintal, nossa rua, enfim, onde se esteja.

    (D)) Todo desenvolvimento definido como sustentvel exige, para fazer jus a esse adjetivo, cuidados especiais com o meio ambiente, para que no venham a ser nocivos seus efeitos imediatos ou futuros.

    (E) Tem muita cincia que, se sasse das limitaes acadmicas, acaba-riam por se revelarem mais teis e mais populares, em vista da Eco-logia, cujas consequncias se sente mesmo no mbito da vida prti-ca.

    10. Est inteiramente correta a pontuao do seguinte perodo: (A) Toda vez que pronunciada, a palavra progresso, parece abrir a

    porta para um mundo, mgico de prosperidade garantida. (B)) Por mnimas que paream, h providncias inadiveis, aes apa-

    rentemente irrisrias, cuja execuo cotidiana , no entanto, impor-tantssima.

    (C) O prestgio da palavra progresso, deve-se em grande parte ao modo irrefletido, com que usamos e abusamos, dessa palavrinha mgica.

    (D) Ainda que traga muitos benefcios, a construo de enormes repre-sas, costuma trazer tambm uma srie de consequncias ambientais que, nem sempre, foram avaliadas.

    (E) No h dvida, de que o autor do texto aderiu a teses ambientalistas segundo as quais, o conceito de progresso est sujeito a uma per-manente avaliao.

    Leia o texto a seguir para responder s questes de nmeros 11 a 24. De um lado esto os prejuzos e a restrio de direitos causados pelos

    protestos que param as ruas de So Paulo. De outro est o direito livre manifestao, assegurado pela Carta de 1988. Como no h frmula perfeita de arbitrar esse choque entre garantias democrticas fundamen-tais, cabe lanar mo de medidas pontuais e sobretudo de bom senso.

    A Companhia de Engenharia de Trfego (CET) estima em R$ 3 milhes o custo para a populao dos protestos ocorridos nos ltimos trs anos na capital paulista. O clculo leva em conta o combustvel consumido e as horas perdidas de trabalho durante os engarrafamentos causados por protestos. Os carros enfileirados por conta de manifestaes nesses trs anos praticamente cobririam os 231 km que separam So Paulo de So Carlos.

    A Justia o meio mais promissor, em longo prazo, para desestimular os protestos abusivos que param o trnsito nos horrios mais inconvenien-tes e acarretam variados transtornos a milhes de pessoas. adequada a atitude da CET de enviar sistematicamente ao Ministrio Pblico relatrios com os prejuzos causados em cada manifestao feita fora de horrios e locais sugeridos pela agncia ou sem comunicao prvia.

    Com base num documento da CET, por exemplo, a Procuradoria acio-nou um lder de sindicato, o qual foi condenado em primeira instncia a pagar R$ 3,3 milhes aos cofres pblicos, a ttulo de reparao. O direito livre manifestao est previsto na Constituio. No entanto, tal direito no anula a responsabilizao civil e criminal em caso de danos provocados pelos protestos.

    O poder pblico deveria definir, de preferncia em negociao com as categorias que costumam realizar protestos na capital, horrios e locais vedados s passeatas. Prticas corriqueiras, como a paralisia de avenidas essenciais para o trfego na capital nos horrios de maior fluxo, deveriam ser abolidas.

    (Folha de S.Paulo, 29.09.07. Adaptado)

    11. De acordo com o texto, correto afirmar que

    (A) a Companhia de Engenharia de Trfego no sabe mensurar o custo