antropologia e arte

5
1 ANTROPOLOGIA E ARTE Optativa Complementar 1º Ciclo – Licenciatura em Antropologia Ano Lectivo 2009/ 10 1º Semestre Docente: Maria João Mota ([email protected] ; gabinete D314) 1.Objectivos Esta cadeira tem como objectivo principal a reflexão em torno de abordagens antropológicas sobre práticas artísticas, bem como, questionar o conceito de arte, enquanto fundamento de um campo de estudo, autónomo e interdisciplinar. Atendendo à história da antropologia, aprofundar-se-á os paradigmas, as orientações e os debates principais que, no passado e actualmente, analisam o domínio artístico, em particular as artes plásticas. Através de exemplos concretos de diversos contextos culturais procura- se demonstrar que a arte, os objectos e as imagens não se esgotam na sua materialidade, nem numa percepção estritamente estética e sensorial. Certos objectos caracterizam-se ainda pelos discursos (sobre significados, autenticidade, legitimidade, críticos, etc.), efeitos, usos e tipo de consumo que suscitam. 2. Sistema de Trabalho e Avaliação O tempo lectivo distribuir-se-á entre aulas expositivas e aulas de interpretação de textos e/ou de exemplos etnográficos relacionados com as aulas teóricas. A avaliação contínua pressupõe a participação nas aulas, debates e discussões de trabalhos e consta de dois momentos de avaliação, cujas datas serão agendadas definitivamente em reunião de Conselho de Ano: a) resumo analítico de um texto, com ponderação de 25% para a nota final; b) teste (ou trabalho), com ponderação de 75%. 3. Tópicos programáticos 1 – História da Antropologia e arte 1.1. “Arte primitiva”/ “Arte civilizada” 1.2. “Primitivismo” e “Modernismo” 1.3. Antropologia cultural, antropologia social e etnologia: perspectivas sobre práticas artísticas

Upload: pedro-alex-rodrigues-viana

Post on 29-Nov-2014

111 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

1

ANTROPOLOGIA E ARTE Optativa Complementar

1º Ciclo – Licenciatura em Antropologia Ano Lectivo 2009/ 10 1º Semestre

Docente: Maria João Mota ([email protected] ; gabinete D314)

1.Objectivos

Esta cadeira tem como objectivo principal a reflexão em torno de abordagens

antropológicas sobre práticas artísticas, bem como, questionar o conceito de arte,

enquanto fundamento de um campo de estudo, autónomo e interdisciplinar. Atendendo

à história da antropologia, aprofundar-se-á os paradigmas, as orientações e os debates

principais que, no passado e actualmente, analisam o domínio artístico, em particular as

artes plásticas. Através de exemplos concretos de diversos contextos culturais procura-

se demonstrar que a arte, os objectos e as imagens não se esgotam na sua materialidade,

nem numa percepção estritamente estética e sensorial. Certos objectos caracterizam-se

ainda pelos discursos (sobre significados, autenticidade, legitimidade, críticos, etc.),

efeitos, usos e tipo de consumo que suscitam.

2. Sistema de Trabalho e Avaliação

O tempo lectivo distribuir-se-á entre aulas expositivas e aulas de interpretação de

textos e/ou de exemplos etnográficos relacionados com as aulas teóricas. A avaliação

contínua pressupõe a participação nas aulas, debates e discussões de trabalhos e consta

de dois momentos de avaliação, cujas datas serão agendadas definitivamente em reunião

de Conselho de Ano:

a) resumo analítico de um texto, com ponderação de 25% para a nota final; b) teste (ou trabalho), com ponderação de 75%. 3. Tópicos programáticos

1 – História da Antropologia e arte 1.1. “Arte primitiva”/ “Arte civilizada” 1.2. “Primitivismo” e “Modernismo” 1.3. Antropologia cultural, antropologia social e etnologia: perspectivas sobre práticas artísticas

2

2 – Interdisciplinaridade e artes plásticas 2.1. Abordagens etno-estéticas 2.2. Arte como meio de comunicação e sistema simbólico 2.3. Paradigmas institucionais e relações interculturais 2.4. Antropologia e arte contemporânea 3 – Da antropologia da arte à cultura visual 3.1. Arte como meio de acção e de apropriação de poder 3.2. Questões em torno da comercialização de objectos artísticos 3.3. Cultura material e visual: autenticidade, aculturação e inovação 3.4. Interacções culturais e disciplinares actuais 3.5. Contextos etnográficos, criatividade e mediação social 4. Bibliografia

Becker, Howard S., (1982), Art Worlds, Berkeley, University of California Press. Belting, Hans, (2001) 2004, Pour une Anthropologie des images, Paris, Éditions

Gallimard. Blier, Suzanne Preston, 1998, The Royal Arts of Africa: The Majesty of Form, London,

Perspectives Prentice Hall, Inc. Boas, Franz, (1927) 1996, Arte Primitiva, Lisboa, Fenda. Bourdieu, Pierre, 1979, La Distinction. Critique Sociale du Jugement, Paris, Editions de

Minuit. Bourdieu, P. & Wacquant, Loic J. D., 1992, Réponses. Pou une anthropologie réflexive,

Paris, Éditions du Seuil. Campbell, Shirley F., 2002, The Art of Kula, Oxford & New York, Berg. Cardinal, Roger, (1972) 1979, Outsider Art, New York & Washington, Praeger

Publishers. Connelly, Frances S., 1995, The Sleep of Reason. Primitivism in Modern European Art

and Aesthetics 1725-1907, Pennsylvania, Pennsylvania State University. Coote, Jeremy & Shelton, Anthony (eds.), 1995, Anthropology, Art and Aesthetics,

Oxford, Oxford University Press. Coquet, Michéle, 1998, Arts de Cour en Afrique Noire, Paris, Adam Biro. Coquet, M.; Derlon, Brigitte & Jeudy-Ballini, Monique (eds.), 2005, Les Cultures à

l’œuvre – Rencontres en art, Paris, Biro Éditeur – Éditions de la Maison des Sciences de l’Homme.

Danto, Arthur, 1988, “Artifact and Art”, Vogel, Susan (ed.), Art/ Artifact: African Art in

Anthropology Collections, New York, Prestel, (pp. 18-32).

3

Danto, Arthur, 1998, “The Artworld and its outsiders”, Wertkin, Gerard C.; Longhauser, Elsa; Szeemann, Harold & Kogan, Lee (orgs.), Self-Thaught Artists

of 20th

Century. An American Anthology, New York, Museum of American Folk Art.

Edwards, Steve (ed.), 1999, Art and its Histories: A Reader, New Haven & London,

Yale University Press & The Open University. Errington, Shelly, 1998, The Death of Authentic Primitive Art and Other Tales of

Progress, Berkeley & London, University of California Press. Fabian, Johannes, 1998, Moments of Freedom. Anthropology and Popular Culture,

Charlothesville & London, University Press of Virginia. Freedberg, David, 1989, The Power of Images, Chicago, University of Chicago Press. Firth, Raymond, (1936), Art and Life in New Guinea, London, The Studio Ltd. Forge, Anthony. (ed.), 1973, Primitive Art and Society, London, Oxford University

Press. Foster, Hall, 1994, “The Artist as Ethnographer?”, Ficher, J. (ed.), Global Visions.

Towards a New Internationalism in the Visual Arts, London, Kala Press, (pp. 12-19).

Geertz, Clifford, 1999, O Saber Local. Novos ensaios em antropologia interpretativa,

Petrópolis, Editora Vozes. Geertz, Hildred, 1995, Images of Power: Balinese paintings made for Gregory Bateson

and Margaret Mead, Honolulu, University of Hawaii Press. Gell, Alfred, 1998, Art and Agency: towards a new anthropological theory, Oxford,

Clarendon Press. Graburn, Nelson (ed.), 1976, Ethnic and Tourist Arts: Cultural Expressions from the

Fourth World, Berkeley, University Press of California. Heinich, Nathalie, 1998, Le Triple Jeu de L’Art Contemporain: Sociologie des Arts

Plastiques, Paris, Les Éditions de Minuit. Heinich, Nathalie, 1999, “Art contemporain et fabrication de l’inauthentique“, Terrain

33 – Authentique?, Septembre 1999, (pp.5-16). Hiller, Susan (org.), 1991, The Myth of Primitivism, London & New York, Routledge. Karp, Ivan & Lavine, Steven D. (eds.), 1991, Exhibiting cultures: the poetics and

politics of museum display, Washington & London, Smithsonian Institution Press.

4

Lavie, Smadar & Rosaldo, Renato (eds.), 1993, Creativity/ Anthropology, Ithaca & London, Cornell University Press.

Layton, Robert, 1991, A Antropologia da Arte, Lisboa, Edições 70. Lévi-Strauss, Claude, 1958, Anthropologie Structurale, Paris, Plon. Lévi-Strauss, C., 1979 (1975), La voie des masques, Paris, Plon. Mackenzie, A. Maurren, 1991, Androgynous Objects: String bags and gender in

Central New Guinea, Paris, Philadelphia & Melbourne, Harwood Academic Publishers.

Marcus, George E. & Myers, F. R. (eds.), 1995, The Traffic in Culture. Refiguring Art

and Anthropology, Berkeley, University of California Press. Miller, Daniel, 1987, Material Culture and Mass Consumption, Oxford, Blackwell. Morphy, Howard, 1994, “The Anthropology of Art”, Ingold, Tim (ed.), Companion

Encyclopedia of Anthropology, London & New York, Routledge, (pp. 648-685). Phillips, Ruth B. & Steiner, Christopher B. (eds.), 1999, Unpacking Culture. Art and

Commodity in Colonial and Postcolonial Worlds, London & Berkeley, University of California Press.

Price, Sally, 1989, Primitive Art in Civilized Places, Chicago & London, University of

Chicago Press. Rubin, William, (1984), ‘Primitivism’ in 20

th Century Art – Affinity of Tribal and the

Modern, New York, Museum of Modern Art. Schneider, Arnd, 1996, “Uneasy Relations. Contemporary Artists and Anthropology”,

Journal of Material Culture, Vol. 1, nº 2, 1996 (pp. 183-210). Schneider, A. & Wright, C. (eds.), 2005, Contemporary Art and Anthropology, New

York & Oxford, Berg. Steiner, Christopher B., 1994, African Art in Transit, Cambridge, Cambridge University

Press. Tilley, Christopher; Keane, Webb; Kruchler, Susanne; Rowlands, Mike; Spyer, Patricia

(eds.), (2006), Handbook of Material Culture, London, Thousand Oaks & New Delhi, Sage Publications.

Thomas, Nicholas, 1991, Entangled Objects. Exchange, Material Culture and

Colonialism in the Pacific, London, Harvard University Press. Thomas, N. (ed.), 1999, Double Vision, Cambridge, Cambridge University Press.

5

Velho, Gilberto & Kuschnir, Karina (orgs.), 2001, Mediação, Cultura e Política, Rio de Janeiro, Aeroplano Editora.

Vogel, Susan (ed.), 1988, Art/ Artefact, New York, The Center for African Art. Warbug, Aby M., (1923) 1995, Images from the Region of the Pueblo Indians of North

America, Ithaca & London, Cornell University Press. Zoldberg, Vera L. & Cherbo, Joni M. (eds.), (1997), Outsider Art. Contesting

boundaries in contemporary culture, Cambridge, Cambridge University Press.