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ANO XVIII - Nº 601 - REGIÃO OESTE - BAHIA - BRASIL - 21/09/2010 - DISTRIBUIÇÃO 100% DIRECIONADA - Denúncias de irregularidades do Cidade Mãe abarrotam o MP local As denúncias foram o resultado de documen- tos recolhidos durante a exposição das contas públicas no período de 18 de abril a 18 de ju- nho, e protocoladas por um grupo de cidadãos barreirenses que se de- terminaram a dar trans- parência aos atos da gestão pública de Bar- reiras, referente ao exercício financeiro de 2009. As contas ficaram a disposição da popula- ção para consultas du- rante 60 dias, no prédio da Câmara de Vereado- res da cidade. Uma reportagem da revista Veja causa re- buliço em Barreiras, não só com o ego do pequeno mundo burguês empresarial, mas em diversos setores da socieda- de local. O problema foi causado por- que o conteúdo da reportagem não se limitou em apenas descrever o quanto a cidade é fértil para aqueles que buscam oportuni- dade de enriquecer, o texto ironiza e satiriza os ricos de Barreiras por, segundo o texto, serem desprovidos de etiqueta e finesse. Novamente discriminação e o preconceito, não! Pág. 03 Págs. 10 e 11 “Os políticos da região têm uma visão maniqueísta do processo político: quem defende a emancipação da região é do bem, quem não defende é do mal” Págs. 04 e 05 “Trabalhar é minha vocação, servir ao povo é minha obrigação” Págs. 08 e 09 Foto Tenório de Sousa Foto Tenório de Sousa Entrevista com Loro Neves, candidato a deputado Federal/PPS Entrevista com Ailton Florêncio, candidato a deputado estadual/PT A Embasa mente e deturpa ao esclarecer denúncias Págs. 06 e 07

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Page 1: ANO XVIII - Nº 601 - REGIÃO OESTE - BAHIA - BRASIL - … · bilidade no Porto de Suape, por que não existem cursos de profissionalizarão para faixa etária do pós 50 anos? Por

ANO XVIII - Nº 601 - REGIÃO OESTE - BAHIA - BRASIL - 21/09/2010- DISTRIBUIÇÃO 100% DIRECIONADA -

Denúncias de irregularidades doCidade Mãe abarrotam o MP local

As denúncias foram oresultado de documen-tos recolhidos durantea exposição das contaspúblicas no período de18 de abril a 18 de ju-nho, e protocoladas porum grupo de cidadãosbarreirenses que se de-terminaram a dar trans-parência aos atos dagestão pública de Bar-reiras, referente aoexercício financeiro de2009. As contas ficarama disposição da popula-ção para consultas du-rante 60 dias, no prédioda Câmara de Vereado-res da cidade.

Uma reportagem da revista Veja causa re-buliço em Barreiras, não só com o ego dopequeno mundo burguês empresarial,mas em diversos setores da socieda-de local. O problema foi causado por-que o conteúdo da reportagem nãose limitou em apenas descrever oquanto a cidade é fértil paraaqueles que buscam oportuni-dade de enriquecer, o textoironiza e satiriza os ricos deBarreiras por, segundo otexto, serem desprovidosde etiqueta e finesse.

Novamente discriminação e o preconceito, não!

Pág. 03Págs. 10 e 11

“Os políticos da região têmuma visão maniqueísta doprocesso político: quemdefende a emancipação daregião é do bem, quem nãodefende é do mal”

Págs. 04 e 05

“Trabalhar é minha vocação, servirao povo é minha obrigação”

Págs. 08 e 09

Foto

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Sous

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Sous

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Entrevista com Loro Neves, candidatoa deputado Federal/PPS

Entrevista com Ailton Florêncio,candidato a deputado estadual/PT

A Embasa mente e deturpaao esclarecer denúncias

Págs. 06 e 07

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Fonte: Secretaria de Imprensa daPresidência da República

O PRESIDENTE RESPONDE

COLUNA SEMANAL DO PRESIDENTE LULA02 - Ano XIX - nº 601 - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2010

Jorge Henriques, 55 anos,aposentado de Teresópolis(RJ) - O problema de saúde pú-blica, direito fundamental detodo o cidadão, bandeira has-teada dia-a-dia pela OMS,enfrenta situação caótica e,quiçá, tenha piorado nos últi-mos tempos. O que fazer?

Presidente Lula - Jorge, aprópria Organização Mundialda Saúde (OMS) publicou, nodia 8 deste mês, um informemundial com elogios aos avan-ços no sistema público de saú-de brasileiro. O informe dizque o Brasil avançou a caminhode atender toda a população,com destaque para a Estraté-gia de Saúde da Família, quehoje já conta com mais de 30mil equipes e atende mais de97 milhões de brasileiros. Odocumento destaca também,entre outros avanços, as cam-panhas de prevenção e progra-mas como o Farmácia Populare o Programa Nacional de Imu-nizações, com mais de 130 mi-lhões de doses/ano aplicadas.A ressalva do documento épara o subfinanciamento dasaúde pública. No final de2007, o governo federal ten-tou colocar R$ 24 bilhões amais no SUS. Esse avanço foiimpedido por parlamentaresda oposição no Senado, que searticularam e derrubaram aCPMF. Sem os recursos da con-tribuição, que somavam R$ 40bilhões e seriam aplicados naSaúde, não foi possível daruma nova base de financia-mento para a rede pública. Aoposição não criou um proble-ma para o governo como pre-tendia, mas prejudicou grave-mente a saúde pública e, por-tanto, o povo brasileiro.

Fernando A.Vidal de Sou-

za, 49 anos, comerciário deOlinda (PE) - Dentro dos pro-gramas voltados à emprega-bilidade no Porto de Suape,

por que não existem cursos deprofissionalizarão para faixaetária do pós 50 anos? Por quenão dar oportunidade a paisde famílias desempregadospor causa da idade?

Presidente Lula - Fernan-do, a questão que você levan-ta é importante e merece todaatenção. Com o aumento daexpectativa de vida do brasi-leiro e, ao mesmo tempo,com o crescimento da ofertade emprego no país, os pro-fissionais acima de 50 anos sesentem cada vez mais moti-vados e entrarem na disputapor uma vaga. Eles estão cer-tos. Isso é bom para o País,mas, ao mesmo tempo, é umdesafio para os governos. Im-portante dizer que hoje nãoexiste qualquer restrição àcapacitação de profissionaisacima de 50 anos, nem emPernambuco nem em outrosestados. Os programas dequalificação social e profissi-onal voltados para os empre-endimentos do ComplexoPortuário de Suape, porexemplo, exigem apenas queos alunos deverão ter a idademínima de 18 anos. Os pro-gramas do Ministério do Tra-balho visam qualificar cercade 366 mil trabalhadores dequalquer idade em diversoscursos, como construção civil,turismo e agentes de crédi-to. Na verdade, já é possívelconstatar que vem crescendoa admissão pelas empresasde trabalhadores mais ve-lhos, mais experientes. Se-gundo o IBGE, em 2004, osempregados com mais de 50anos eram 17,97% da popula-ção brasileira empregada e,em 2009, já tinham subidopara 20,59%.

Tânia Isabel de AlmeidaBarufa, 49 anos, estudantede nutrição de Santos (SP) -Estou fazendo um trabalho

em Nutrição sobre cárie den-tal e gostaria de saber o queo governo está fazendo arespeito. Que medidas estãosendo tomadas para tentar,se não erradicar o problema,ao menos diminuir o máxi-mo possível.

Presidente Lula - Temossim uma atenção especialpara esta área desde 2004,quando lançamos, pela pri-meira vez, uma política públi-ca para cuidar da saúde bucaldos brasileiros. Hoje o Pro-grama Brasil Sorridente é ummarco no país. Estima-se queos tratamentos evitaram aextração de três milhões dedentes por cáries e outrosproblemas. O investimentona área cresceu dez vezes,chegando, em 2009, a R$643,2 milhões. Entre 2008 e2009, foram distribuídos 72,6milhões de kits com escova ecreme dental, destinados àsEquipes de Saúde Bucal e àsescolas da rede pública. Asquase 20 mil equipes contamcom o apoio de 858 Centrosde Especialidades Odontoló-gicas e 664 Laboratórios Re-gionais de Próteses. O progra-ma oferece orientação, pré-diagnóstico, prevenção eatendimento especializado.Além disso, Tânia, houve tam-bém um aumento da fluore-tação das águas das centraisde abastecimento público,com 603 novos sistemas im-plementados. Os resultadossão animadores. Segundo aPesquisa Nacional por Amos-tra de Domicílios (PNAD), oacesso da população ao den-tista cresceu três vezes entre2003 e 2008.

PAUTA LIVRE

Como autêntica barreirense, repudio a matéria publicada na re-vista Veja edição 2180 - ano 43 - nº 35, de 1º de setembro de 2010, àsfls. 100, intitulada “O CERRADO DOMESTICADO” a qual mostra atotal falta de conhecimento do jornalista sobre a nossa cidade e seusfilhos ilustres.

Muito antes de o senhor Sérgio Santos, proprietário da Confrariada Cerveja, chegar a Barreiras, a sociedade barreirense já degustavaexcelentes vinhos. Afinal, a cidade recebeu dois presidentes da Repú-blica Federativa do Brasil: Eurico Gaspar Dutra e Getúlio Vargas, am-bos, levados pelo “filho ilustre de Barreiras”, Geraldo Rocha, além domais, a cidade já contava, na década de 80, com restaurantes de cozi-nha internacional – francesa e portuguesa – o La Rose e o CantinhoLusitano.

Barreiras é berço de personalidades notáveis que passearam pe-los campos da política, das relações internacionais, do jornalismo edas artes, os quais, projetaram a cidade e o estado da Bahia nacionale internacionalmente.

O senhor Leonardo Coutinho saberia dizer quem foi o DoutorFrancisco Joaquim da Rocha? Além de prefeito, foi deputado federale diretor geral da Caixa Econômica do Brasil. E a professora “Jovi-nha”? Que superando as barreiras do preconceito contra a mulher, noinício do século passado, tornou-se uma grande autodidata e intelec-tual - mulher guerreira, à frente do seu tempo, por cujas mãos forma-doras e mutiplicadoras do saber, passaram Antônio Balbino de Car-valho, Ministro da Educação e Governador da Bahia; Tarcilo Vieira deMello, Deputado Federal, considerado até os dias atuais, o maiororador que o Congresso Nacional já teve. Foi líder da maioria nogoverno Juscelino Kubitschek e irmão do embaixador Arnaldo Vieirade Melo (pai do ilustre e respeitado embaixador da Organização dasNações Unidas, Sérgio Vieira de Melo) – e irmão do então presidentedo Teatro Muncipal do Rio de Janeiro, Antônio Vieira de Melo. E o quedizer de Folk Rocha? Foi um destacado político local, professor e inte-lectual; e a historiadora Ignês Pitta? E a professora Guiomar da RochaPorto? Primeira professora com formação normalista na cidade. Foieducadora de Hildon Rocha, jornalista, escritor, crítico literário e chefede censura no Governo JK.

Saberia o jornalista dizer quem foi dona “Iazinha”? Mulher deste-mida, que ao romper preconceitos, tornou-se um dos principais balu-artes de nossa cultura musical, mestra de notável artista de nossacidade - Alcivando Luz que teve suas canções tocadas e cantadaspelos mais nobres ícones da música popular brasileira (João Gilberto,e a saudosa Maysa Matarazzo); além de dos artistas Reginaldo, Rive-lino, Hamilton Pamplona, Edgard Pita, Tatiana Farias e vários outros.

E quem foi Marlan Rocha? Idealizador da Escola Agrotécnica deBarreiras e da Biblioteca Folk Rocha. Ninguém menos que Marlanidealizou o Projeto de Decreto Legislativo de Criação do Estado do RioSão Francisco, apresentado pelo constituinte, Deputado José Fernan-des. Até o último suspiro de sua vida, Marlan lutou para erigir estaregião como estado membro da República Federativa do Brasil.

Os verdadeiros barreirenses como José Luis Dias de Lima, advo-gado, foi secretário de Estado do Tocantins, Irlam Rocha Lima, con-ceituado crítico musical do Jornal Correio Braziliense, Francisco Boli-var Machado, pós-doutor em física e professor da Unicamp e mui-

tos outros, ao deixarem sua terra,o fizeram com o propósito de al-çar outros voos os quais os céusde Barreiras não mais o compor-tavam. Mas todos sempre conhe-ceram, conhecem, degustaram edegustam excelentes vinhos pro-duzidos no Brasil, na América La-

tina, na Europa e nos Campos Neozelandeses.

Cerrado domesticado

ADMINISTRAÇÃO/REDAÇÃOAv. Presidente Vargas, 342-Centro

(77) 3611-2258 / 3021-1711CEP 47 800-000- Barreiras-BA

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Uma publicação daEDITORA OESTE S/C LTDA

EDITOR: Tenório de SousaCHEFE DE REDAÇÃO: Rose Cerqueira

REDAÇÃO/CORREÇÃO: Ana CedroDEPTO. COMERCIAL: 3611-2258

IMPRESSÃO: Gráfica Irmão Ribeiro (3614-1201)Artigos assinados não expressa a opinião daeditoria do jornal. Direitos reservados de textos,fotos e ilustrações da Editora Oeste.

Por Anamélia Lima Rocha

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Ano XIX - nº 601 - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2010 - 03

O Promotor de Justiça Dr.Eduardo Bittencourt Filho, Ti-tular da 1ª Promotoria Públi-ca de Justiça de Barreiras, re-cebeu na tarde do dia 14, ter-ça-feira, representantes daimprensa local para prestaresclarecimentos sobre às di-versas denúncias contra oprimeiro ano de gestão daprefeita de Barreiras, Jusma-ri Oliveira (PR).

As denúncias foram o re-sultado de documentos reco-lhidos durante a exposiçãodas contas públicas no perío-do de 18 de abril a 18 de ju-nho, e protocoladas por umgrupo de cidadãos barreiren-ses que se determinaram adar transparência aos atos dagestão pública de Barreiras,referente ao exercício finan-

DENÚNCIA / CORRUPÇÃO / BARREIRAS

Denúncias de irregularidades do Cidade Mãeabarrotam o Ministério Público local

ceiro de 2009. As contas fica-ram a disposição da popula-ção para consultas durante 60dias, no prédio da Câmara deVereadores da cidade.

“A partir do dia 18 de abril,essas representações começa-ram a chegar ao MinistérioPúblico relatando possível prá-

tica de inúmeras irregularida-des, que uma vez confirmadaspodem vir a caracterizar ato deimprobidade administrativaque envolvem diversos ocu-pantes de cargos da prefeitu-ra municipal de Barreiras”, ex-plicou Dr. Eduardo.

Segundo Dr. Eduardo, es-tão instaurados mais de 30 in-quéritos civis válidos. “Aomesmo tempo em que vouinstaurando os inquéritos ci-vis, começamos a fazer requi-sição da documentação, agente começa um trabalhoinvestigativo e a movimenta-ção desses inquéritos civistambém demanda tempo edocumentos”.

A quantidade de docu-mentos é tamanha que a mai-or parte que já chegou ao MP,não está na sala do promotorpor falta de espaço físico, es-tando na sala de reuniões doMinistério Público.

Questionado sobre as pos-síveis sanções, caso sejamconfirmadas as denúncias, Dr.Eduardo foi bastante enfático.

“Temos sanções tanto naárea cível, quanto na área ad-ministrativa e também crimi-nal. Isso depende muito dotipo de irregularidade que vierser caracterizada nesses inqu-éritos. Genericamente os en-volvidos podem sofrer san-ções administrativas, dentroda própria gestão pública, no

caso de advertência, censura,suspensão e até demissão doserviço público. Civilmente,temos repercussão, até emcaso de ressarcimento integraldo erário, e também a práticade improbidade administrati-va com sanções específicas dalei, como perda do cargo pú-blico, suspensão dos direitospolíticos, multas, entre ou-tros”, ressaltou.

Indagado sobre a descren-ça da população com relação ajustiça em casos como o queestava sendo exposto, osquais ocasionam lentidão econsequente sensação de im-punidade aos infratores, Dr.Eduardo garantiu que dará pri-oridade as investigações e arespectiva apuração dos casos,que da sua parte, não estavaali para perder tempo. Se fos-se para fazer brincadeira nãoestaria nem atendendo a im-prensa, estaria muito prova-velmente, fazendo qualqueroutro tipo de coisa.

“Na verdade estou aquiimerso em documentos e comtoda boa vontade em prestaresclarecimentos à população,através dos meios de impren-sa que vocês representam. En-tão, se ninguém aqui está debrincadeira, se a imprensa nãoestá aqui para brincar, muitomenos o Ministério Público”,finalizou o promotor.

A quantidade de documentos é tamanha que falta espaço físico. Parte delase encontra na sala do promotor e em outras salas da entidade. Segundo o

promotor, sua maior parte fica amontoada na sala de reuniões.

Por Ana Cedro

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04 - Ano XIX - nº 601 - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2010ENTREVISTA / POLÍTICA / ELEIÇÕES 2010 Por Ana Cedro

“Os políticos da região têm uma visãomaniqueísta do processo político:

quem defende a emancipação da regiãoé do bem, quem não defende é do mal”

Essa é a primeira vez que osr. concorre a uma vaga na As-sembléia Legislativa daBahia. Quais motivos o levoua querer representar o povo dooeste?

Sim, é a primeira vez. E es-tou procurando buscar oapoio da região oeste daBahia face à necessidade deincluir a perspectiva de re-presentação da agriculturafamiliar do oeste, que é umcomponente forte do desen-volvimento regional, naagenda política do Estado.

É necessário lutar para tra-zer para o Oeste da Bahia aampliação das oportunidadesde ensino, técnico e universi-tário, bem como a instalaçãode unidades de pesquisas.

Quais principais propostaspara sua legislatura e de queforma irá convencer o eleitorde que o sr. é um dos melhores

ENTREVISTA...

Com uma proposta de cunho meramente social, o Novo-este dá continuidade à série de entrevista com os postulan-tes ao cargo de deputado federal e estadual, principalmen-te os da região, no intuito de auxiliar o leitor do Novoeste adecidir seu voto no próximo dia 03 de outubro. O entrevista-do dessa edição é Ailton Florêncio, candidato a deputadoestadual pela Coligação a “Força Que Vem Da Nossa Terra.”

Ailton Florêncio eé casado e natural de Jequié. Saiu daroça, juntamente com sua família, atrás de mais oportuni-dades na cidade. Estudante de escola pública, concluiu aEscola Técnica Agrícola Federal e se formou em Economiapela Universidade de Feira de Santana.

Foi secretário de formação da CUT (Central Única dos Tra-balhadores), é militante do PT desde os anos 80, do movimen-to sindical e cooperativista. Foi superintendente de Agricultu-ra Familiar. Chegou a morar em Angola, onde apoiou projetosde agricultores atingidos pelas guerras às suas terras.

Ailton dedicou-se completamente ao trabalho de forta-lecimento das organizações da sociedade civil no âmbitoda Agricultura Familiar, da Economia Solidária, e CulturaPopular. Com esse vasto currículum, Ailton Florêncio se dizcredenciado para assumir uma vaga na Assembléia Legisla-tiva da Bahia. Confira quais posicionamentos com relaçãoa diversos assuntos e suas propostas para a região.

estaduais?A economia baiana tem se

desenvolvido de forma ace-lerada no Governo Wagner. Éum dos maiores crescimentosdo Brasil. Nesse contextoprecisa-se abordar de formaclara a questão da inserçãoprodutiva de assentamentos,quilombos, a agricultura fami-liar. As nossas cidades não su-portariam mais um ciclo demigração campo-cidade. Énecessário dar dignidade aohomem do campo através demais políticas públicas volta-das para a ampliação da pro-dução, da produtividade, doprocesso de beneficiamentoe comercialização. Mais ren-da no campo implica em maisriquezas para os municípios,para o Estado.

Segundo os registros decandidaturas no TSE temos naregião cerca de 20 candidatos

a deputado estadual. Qual oseu diferencial com relaçãoaos demais?

Nenhum deles sabe osinstrumentos e políticas ne-cessárias para o desenvolvi-mento da agricultura famili-ar. Nenhum deles poderápautar o desenvolvimento domunicípio de Barreiras, assimcomo os demais, face às ne-cessidades do homem docampo. Além disso, devemosnos voltar para a instalação daUniversidade Federal do

Oeste da Bahia, assim comoampliar o campus e os cursosda UNEB, bem como os cur-sos profissionalizantes naárea de processamento de ali-mentos, sobretudo, e indús-tria de um modo geral.

Fale sobre a criação do es-tado do Rio São Francisco e oque o sr. diz a respeito dessescandidatos que estão usandocomo bandeira de campanha?

Quem pauta uma campa-nha baseada nesse eixo é por

absoluta falta de proposta.Quer, através de um senti-mento, muitas vezes justifica-do, do eleitor do oeste daBahia, aproveitar para chamara atenção como se a criação deuma burocracia estatal, maisdeputados, governador, etc.,pudesse vir a implicar na am-pliação do desenvolvimentodo oeste da Bahia.

Com os investimentos queo Governo Wagner estar fazen-do, juntamente com o Gover-no Federal, cuja jóia da coroa éa ferrovia, Barreiras e as de-mais cidades do oeste da Bahiase tornarão o eixo de produ-ção de produtos alimentíciosprocessados para exportarpara o Brasil e para o mundo.Devemos jogar energias paraaprofundar esse ciclo de inves-timento que esta em cursopara termos mais desenvolvi-mento com inclusão social.

Nas andanças pelo oestecomo tem sido a receptivida-de da sua candidatura?

Muito boa. Temos feitocampanha com trabalhadoresdo campo e da cidade. Em co-munidades e assentamentos,em porta de fábrica e no co-mércio. Há uma ótima expec-tativa em relação ao apoio daregião oeste a nossa campa-nha, o que retribuiremos commuito trabalho.

Barreiras e região não con-seguem ter representativida-de política. Em sua opinião,por que isso acontece?

Representativa de políticaé construída em cima de ba-

Continua...

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Ano XIX - nº 601 - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2010 - 05ENTREVISTA / POLÍTICA / ELEIÇÕES 2010 ...continuação

ses sólidas cujo eixo são pro-postas que norteiam o desen-volvimento econômico, soci-al, cultural da região. Os polí-ticos da região têm uma visãomaniqueísta do processo po-lítico: quem defende a eman-cipação da região é do bem,que não defende, é do mal.Essa dicotomia não agrega ab-solutamente nada no cotidi-ano de vida da economia, dacultura, do progresso socialda região.

Por exemplo, o municípiode Barreiras já poderia ter umComplexo Esportivo pujante,poderia já ter times de fute-bol participando de formaevidente nos campeonatos,mas isso não ocorre. Poderiater um centro de pesquisa fe-deral, junto com uma Univer-sidade Federal avançados.Poderia já ter uma industriaalimentícia avançada. Os po-líticos que até então vêmsendo eleitos não buscam agirem cima de temas estratégi-cos para o desenvolvimento.Felizmente o GovernadorWagner, com o compromissoque tem com toda a Bahia,tem feito investimentos vul-tosos, como o saneamento deBarreiras, além da recupera-ção de estradas, da ferrovia,do aeroporto, da rede de saú-de, da estrutura de educa-ção, dentre outros.

Que mensagem o sr. dariaao eleitor que vota naquelescandidatos que vêm na regiãosomente “catar” votos equando se elegem só aparecedepois de quatro anos?

Pensar duas vezes antes delevar o dedo na urna. Há aque-

les que buscam o voto alician-do o eleitor. E há o eleitor quefica a espreita para ser alicia-do. Isso leva a desconstruçãodos valores democráticos,além de zerar o papel do cida-dão no processo de escolhaadequado dos candidatos quepossam melhor representaros interesses legítimos da so-ciedade. Assim, diria, pensemelhor, e de uma oportunida-dê a mais para a cidadania.

Em muitos casos, políticosassumem a Assembléia Le-gislativa e dois anos depoisusam como ponte em buscado executivo municipal, comisso, deixa a sua representa-tividade na mão de outro quenão tem nada haver com aregião e muito menos foi elei-to por ela. Se o sr. for eleitocumprirá integralmente seumandato ou o usará comopalanque para futura dispu-ta para prefeito?

Certamente. E teremosuma representação parlamen-tar, baseada em Barreiras, vo-lante, para atender a região.

Você acredita que o Brasilprecisa de sangue novo e fi-chas limpas na política? Porquê?

Infelizmente, o que deveser obrigação da classe políti-ca, que é a honestidade, pre-cisou agora de uma lei parapoder ser cumprida a risca.Enfim, que assim seja para verse melhora. Quanto ao sanguenovo, a sociedade deve aten-tar para o fato que na rua, naassociação de bairro, no jogode futebol, no sindicato, emtodos os ambientes sociais

coletivos devemos primarpela renovação, como princí-pio. Acho inclusive, que nocaso de deputados, deveriatambém ter limitação de nú-mero de mandatos. A funçãoparlamentar acabou virandoprofissão. A sociedade deverever isso.

Os reclames do eleitoradoé que os políticos depois deeleitos não devolvem aopovo, em forma de trabalho,a votação recebida. Caso o sr.

seja eleito como prestará con-tas do seu mandato?

Teremos um escritório emBarreiras de portas abertas,tanto para discutir priorida-des, como para apresentar oque está sendo realizado.

Com relação aos gastos dacampanha, quanto o sr. achaque vai gastar?

Até agora gastamos cercade cinqüenta mil reais. Não vaificar muito longe disso. Traba-lhamos com a militância que

O bacharel em Direito epós-graduado em DireitoPúblico, Vanderlei Mar-ques, mais conhecidocomo Vanderlei do Sindi-cato, coordenador Geraldo SINTIAB (Sindicato dosTrabalhadores das Indús-trias de Alimentos no Oes-te apóia o candidato a de-putado estadual pelo PT,Ailton Florêncio.

Segundo Vanderlei, issoocorre por conta de váriosmotivos. “O primeiro delesé porque Ailton se identifi-ca com o sentimento dostrabalhadores do campo, ele mostrou isso,quando ocupou a pasta da Agricultura Fa-miliar. Segundo, a gente vê que ele tem dadocontinuidade à política do governo Lula edo governo Wagner. Terceiro, porque con-

Vanderlei apóia Ailton Florênciotribuiu muito com relaçãoà agricultura familiar, aspequenas indústrias, inclu-sive na região oeste”, ex-plicou.

Sobre a quantidade decandidatos pelo Partido naregião, Vanderlei explicaque “a democracia internado partido permite que aspessoas que são filiadasapóiem determinados can-didatos e por isso o parti-do é construído de tendên-cias. Dentro do PT há pes-soas ligadas a várias cate-gorias, como educação,

saúde, homem do campo, rodoviários. As-sim, é bom que há espaço para todos. Ail-ton Florêncio o qual nos dedicamos nessacampanha tem recebido o apoio de diver-sas pessoas do partido aqui na região.”

acredita na política para trans-formar a vida das pessoas.

Sua mensagem. Por que oeleitor deve votar no Sr?

Porque temos história deluta relacionada aos direitosdos trabalhadores rurais e ur-banos. Porque temos experiên-cia e saberemos buscar açõesque impactarão no desenvolvi-mento dos municípios, atravésde um processo acentuado deinclusão econômica e social dasfamílias do campo, sobretudo.

ABANDONO DE EMPREGOAirton Gorgen (Fazenda Barcelona I), empresa situada a rua Vinte e Seisde Maio, nº 156, Edifício Chaplin, Centro, Barreiras, Bahia, CEI nº0426300142/81, solicita o comparecimento do funcionário Carlos Alber-to Butke, portador da CTPS nº 21616, série 00015-RS, RG nº 1039161508SSP/RS. O não comparecimento do citado fica caracterizado como ABAN-DONO DE EMPREGO, conforme Artigo 482, Letra “I”, da Consolida-ção das Leis Trabalhista.

Airton Gorgen (Fazenda Barcelona I)Proprietário

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06 - Ano XIX - nº 601 - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2010 Ano XIX - nº 601 - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2010 - 07

Em resposta a matéria publicada no Jornal Novoeste, dia 17/08/2010: “Execução mal-feita: às pressas e sem planejamento; inércia do poder público e das autoridades”.

A obra de esgotamento sanitário de Barreiras está cumprindo o cronograma previs-to e seguindo conforme o seu planejamento. Já foram assentados 30 mil metros derede coletora e aproximadamente 4 mil metros de ramais prediais. A obra começoupela chamada Bacia B, que compreende a Vila Rica, Vila Amorim e Vila dos Funcionári-os, bairros que sempre tiveram problemas de infraestrutura e não contam com o siste-ma de macrodrenagem.

Em muitas ruas a Embasa fez a terraplenagem e aterrou buracos para poder come-çar a operar, pois não era possível sequer a passagem de veículos. Podemos citar o casoda Rua Buenos Aires, na Vila Rica, antes das obras a rua era intransitável, depois dasintervenções a situação melhorou consideravelmente, agora os veículos transitam semdificuldades. As ruas foram filmadas antes e depois das intervenções físicas.

A compactação das ruas está sendo feita em camadas de 20 cm de solo, com com-pactador mecânico. O material utilizado que é proveniente da vala é tecnicamenteapropriado para compactação do solo onde foi implantada a tubulação. Se a Embasaestivesse utilizando algum material inadequado, estaria colocando em risco o própriosistema que irá operar. Portanto, a compactação das ruas está sendo feita de formaapropriada e fiscalizada por profissionais da área.

Quanto a fiscalização da obra, a Embasa contratou uma empresa terceirizada e,além disso, tem uma equipe própria de fiscalização que é composta por: um engenhei-ro, dois técnicos, um topógrafo e uma assistente social, todos residentes em Barreiras.A perspectiva é ampliar essa equipe quando a obra estiver em estágio mais avançado.

Apresentação do projeto - Ao contrário do que foi dito na matéria o projeto deexecução foi apresentado publicamente, no dia 06 de maio de 2010, data em que aEmbasa promoveu uma Reunião Pública, que apresentou o Projeto de Implantação doSistema de Esgotamento Sanitário de Barreiras. A reunião mostrou o projeto técnicoda obra (intervenções físicas) seus objetivos, metas, princípios e metodologia do Tra-balho Técnico Social, enfatizando a importância da adesão ao sistema e da participaçãoda população nas atividades propostas. A reunião foi aberta ao público e o espaçopossibilitou que os presentes tirassem suas dúvidas e conhecessem o projeto técnicoda implantação do esgotamento sanitário em Barreiras.

A citada Comissão de Acompanhamento de Obra – CAO, que se reúne mensalmen-te solicitou a apresentação do projeto na reunião ocorrida em julho e a mesma foiprontamente apresentada em agosto. O teor de todas as reuniões consta em ata. ACAO foi criada como instrumento de controle social na implantação do sistema deesgotamento sanitário. A Comissão visa garantir a participação e a representatividadedo público de interação no acompanhamento da obra e do projeto social; contribuircom o processo de disseminação das informações, além de discutir e avaliar as ques-tões ambientais locais, sugerindo encaminhamentos.

A Comissão é composta por representantes do Ministério Público, Embasa, prefei-tura municipal, organizações sociais e associações de moradores. No próximo dia 13,os membros da CAO irão fazer uma visita in loco nas ruas onde estão acontecendo asobras de esgotamento sanitário.

Reclamações - Caso as intervenções da Embasa estejam causando algum tipo detranstorno a população pode fazer reclamações através do número (77) 3613-0045. Aequipe de fiscalização providenciará uma visita ao local e se for constatada responsa-bilidade da obra os reparos serão providenciados imediatamente.

Pronunciamento da Embasa - A Redação do Jornal Novoeste, só entrou em contatocom a Unidade Regional da Embasa, por volta das 14h do dia 17 de agosto, o gerente daregional, Francisco Andrade, estava em reunião, não havendo assim, tempo hábil paraque a empresa se pronunciasse.

Cristiane Barilli de Figueirêdo. Assessoria de Comunicação Social da Embasa

DIREITO DE RESPOSTA / ESGOTAMENTO SANITÁRIO / BARREIRAS

Esclarecimentos sobre a obrade esgotamento sanitário

A Embasa mente e deturpa ao esclarecer denúnciasO direito de resposta ou retifica-

ção é reconhecido constitucional-mente como direito fundamental noArt. 5, Inc. V da Constituição Federale, encontrava-se regulamentado naLei da Imprensa n. 5.250/67, arts. 29 a36, hoje revogada. Assim, constitui-se como direito que assiste a todapessoa, física ou jurídica, objeto deuma notícia publicada por um órgãode comunicação social, de ver difun-dido gratuitamente um desmentido,uma defesa ou uma retificação deinformações nela contidas.

Assim, quem leu o texto de es-clarecimentos da Embasa rebatendoas denúncias sobre a execução daobra de saneamento básico no Bair-ro Vila Rica, percebe que o seu intui-to é somente deturpar a veracidadedos fatos e, simplesmente, despres-tigiar a redação do jornal e os profis-sionais das rádios que estiveram inloco vendo a execução e os proble-mas causados pela obra, é dizer queos moradores inventam os proble-mas sofridos por eles no dia-a-diadurante e depois da execução daobra, é subestimar a capacidade dosespecialistas* e do secretário de In-fraestrutura do município que ques-tionaram a forma como a obra esta-va sendo executada.

Vale ressaltar que o Jornal No-voeste foi apenas o meio de propa-gação das denúncias e dos questio-namentos quanto à execução daobra. Mesmo assim, o jornal publi-ca o texto de esclarecimentos daEmbasa (à esquerda). Quem lerverá o tamanho do desrespeito queela tem para com a população e comoutras instituições de Barreiras.

CONSIDERANDO QUE:- A redação do Novoeste esteve

no local das obras para certificar àqueixas dos moradores da localida-de, segundo eles não sabiam mais aquem recorrer;

- A forma como estava sendoexecutada a obra, o material usa-do, a sua compactação e a falta defiscalização foram denúncias dospróprios moradores. Para checar averacidade das denúncias foram

consultados três especialistas noassunto, inclusive o próprio secre-tário de infraestrutura da prefeitu-ra municipal, logo depois, reafir-mou ao vivo suas declarações nasrádios locais, foi taxativo quandodisse que estava ali para fazer asdenúncias como obrigação de cida-dão e pouco se importava se fosseexonerado do cargo;

- As denúncias não chegaram so-mente à redação do Novoeste, mastambém às rádios locais que checa-ram "in loco" a veracidade das de-núncias;

- A má execução e a falta de fis-calização da obra, além da malver-sação do dinheiro público, foramembasadas também por três mem-bros da Comissão de Acompanha-mento de Obra - CAO, que segundoum deles, e logo depois confirma-do pelos demais, a comissão estavasofrendo certos descasos, prova dis-so é que eles não sabiam de nada,as discussões das reuniões eram emcima das obras já executadas e atéa cópia do projeto da obra que ti-nha sido solicitado pela comissão,nunca tinha sido entregue;

- Se tivesse alguém fiscalizan-do ou ouvindo os reclames da soci-edade no local onde a obra estásendo implantada, perceberia osnotórios transtornos causados porela e não precisaria a população fi-car ligando para fazer reclamações.Quando qualquer comunidade ape-la para a imprensa é porque nãotem mais a quem recorrer.

- Na conta de agosto do telefone3611-2258 (foto abaixo), fixo da OI,indicado apenas para receber liga-ções, 04 (quatro) ligações foram fei-

tas para a Embasa, no telefone 3612-9300. Todas no período de produçãoda matéria. A primeira no dia 03/08,às 14:58:20, a segunda dia 16/08, às17:46:03, a terceira e a quarta no dia17/08, às 14:26:03 e 16:01:21. Comose ver, no dia 17/08 não foi só umaligação como diz a Embasa, foramduas, respectivamente. Sem falarque no 3021-1711, telefone fixo daEmbratel próprio da redação do jor-nal, possivelmente foram feitas ou-tras ligações para a Embasa, penaque a sua conta detalha apenas li-gações para celulares, portanto nãodá para saber no momento quantasforam feitas.

- Conforme foi comprovado aci-ma, os esclarecimentos da Embasatem o único intuito de deturpar averacidade dos fatos imputando àsdenúncias como inverídicas, apenaspara desprestigiar os profissionaisde imprensa e sair como empresaeficiente. Em momento algum elareconhece o erro ou pede desculpaa população. Simplesmente, reba-te o fato afirmando que a obra sem-pre cumpriu o cronograma e o pla-nejamento previsto, se houvessealguém prejudicado com os trans-tornos da obra teria reclamado e osreparos teriam sidos providencia-dos imediatamente.

Para finalizar as considerações,a exploração de águas e esgotos deBarreiras é um negócio extrema-mente lucrativo, tanto que estadobrigou feio na justiça com o municí-pio para continuar explorando osserviços. Lamentavelmente, quan-do houve mudança de gestão doexecutivo municipal, a Embasa aca-bou ficando de mão beijada com os

serviços. A prefeitura renuncioucerca de R$ 600.000,00 líquido, queentraria nos cofres do município pormês, segundo estudos do InstitutoGetúlio Vargas, realizados na gestãopassada. Esta seria a receita só coma exploração dos serviços de água,com os serviços de esgotos teria umacréscimo de 80%, ficaria estimadoem R$ 1.080.000,00 por mês.

É como lamentou um dos mem-bros* da Comissão de Acompanha-mento de Obra - CAO.

"É quase uma certeza, ou seja, aEmbasa vai executar a obra de es-gotamento sanitário e tirar do povode Barreiras a chance de trabalharcom as próprias pernas na explora-ção de tratamento d’águas e do es-goto da cidade, que é uma mina deouro. Os poucos meses que a SANABadministrou os serviços teve a opor-tunidade de gerar líquido mais deum milhão de reais/mês, imaginehoje quanto deve está este fatura-mento com as majorações sofridaspelos serviços e o que se vai faturarno futuro com o acréscimo de 80%dos serviços de esgoto".

A verdade é que Barreiras, a suapopulação não tem noção do queestá perdendo, sem falar que a ima-gem da Embasa é péssima peranteos barreirenses e ela pouco está selixando para isso, senão não faltacom a verdade nos problemas quecausa a população e demonstrariatransparência em suas ações.

* Os especialistas citados nestae na matéria da edição 599, pedi-ram que não fossem citados seusnomes. Ficou acordado que seriamrevelados somente perante a justi-ça, caso fosse necessário.

No início da década de1960, o barreirense DoglasEvangelista Ramos (foto),hoje com 67 anos, filho doSr. Adelino e de D. OtáviaEvangelista Ramos e netodo Sr Lucas E. Ramos e deD. Otávia Moreira, tradici-onal família de agriculto-res, sediados próximo aoRiacho de Areia, na Fazen-da Passagem do Pau, àsmargens da estrada Barreiras - São Desi-dério, seguiu o caminho já antes trilhadopor muitos conterrâneos: Deixou Barrei-ras para buscar meios de cursar estudosuniversitários, pois aqui, então, só haviapossibilidades de se estudar até o segun-do grau, no Colégio Padre Vieira. Sua irmã,Alda Evangelista Ramos, conhecida comoProfa. Aldinha, após diplomar-se norma-lista, lecionou aqui por vários anos, antesde também dirigir-se a Brasília, a fim deter acesso à Universidade.

Apesar de no início da década de 1960ainda não haver-se iniciado o processocivilizatório aqui detectado recentemen-te pela revista Veja e que consiste em nãocolocar adoçante no vinho seco e em so-mente consumir cortes de carnes vindosda Argentina, Uruguai e da região Sudes-te, o jovem Doglas, após ter trabalhadocomo sapateiro, foi para Brasília com seudiploma de 2º grau e ali conseguiu em-prego nas lojas Brasília S/A, como auxiliarde escritório. Em seguida, no ano de 1963,aos 20 anos, tornou-se servidor da Justiçado DF: ingressou no Cartório do 2º Ofíciodo Registro Civil e Casamentos, Títulos eDocumentos e Pessoas Jurídicas, ondelogo sua capacidade de trabalho foi reco-nhecida, sendo nomeado Escrevente Ju-ramentado, ao tempo em que era Presi-dente da República o Sr. Humberto deAlencar Castelo Branco.

Sempre trabalhando e estudando as-siduamente, o barreirense, que nuncaperdeu o contato com sua família e suaterra, diplomou-se em Direito na Univer-sidade de Brasília. Em Porto Velho, Ron-dônia, tornou-se Juiz de Direito da 1ª VaraCriminal e Juiz de Tribunal Eleitoral. EmMacapá, capital do Amapá foi Juiz de Di-reito da 1ª Circunscrição Eleitoral, exer-cendo outras variadas funções, até che-gar ao cargo de Desembargador e primei-

Filho do Cerrado Domesticadoassume Governo do Amapá

ro Presidente do Tribunalde Justiça do Estado doAmapá, estando agora emseu segundo mandato.

Governador doAmapá

Devido à prisão do Go-vernador do Amapá, seuVice e ao afastamento docargo, por razão eleitoral,do Presidente da Assem-

bléia Legislativa do Amapá, conforme aConstituição Federal, coube ao Presiden-te do Tribunal de Justiça do Estado, Dr.Doglas Evangelista Ramos, assumir inte-rinamente o governo, que exerceu porum prazo de 15 dias.

Os barreirenses nos orgulhamos de vermais esse conterrâneo galgar o cargo degovernador de Estado, função já antesexercida pelo também barreirense forma-do em Direito, Dr. Antônio Balbino de Car-valho, que foi governador da Bahia, ha-vendo feito uma brilhante administração,apontada como a que colocou a Bahia nostrilhos da modernidade.

Os familiares do Dr. Doglas, como seuprimo carnal, João Evangelista Ramos, sen-tem-se felizes, pois os que aqui permane-ceram sempre tentaram manter a tradiçãoda família, que teve quase toda a área daFazenda Passagem do Pau desapropriadapor preço irrisório, pela CODEVASF, comoaconteceu com todas as outras, expropria-das na década de 1970, para a implantaçãodo Projeto de Irrigação São Desidério, en-tre São Desidério e Barreiras. Com umapequena área, longe do rio, que escapou àdesapropriação, anexada a outra, que con-seguiu comprar, João Evangelista Ramosmantém a tradição da família agricultora,embora trabalhando e residindo em Bar-reiras. Lá na fazenda organizou um peque-no museu, para preservar os utensílios eobjetos de uso e trabalho das antigas famí-lias agricultoras barreirenses e continuapromovendo anualmente a Festa do Divi-no, como seu avô Lucas fazia na antiga Fa-zenda Passagem do Pau, embora nunca te-nha ganho 150 milhões de reais anualmen-te, com apregoa o citado artigo da revistaVeja, recebidos apenas, também conformea revista, "só por quem tem coragem e per-sistência e é capaz de vencer as enormesdificuldades."

Por Ignez Pitta de AlmeidaPAUTA LIVRE

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08 - Ano XIX - nº 601 - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2010ENTREVISTA / POLÍTICA / ELEIÇÕES 2010 Por Ana Cedro

“Trabalhar é minha vocação,servir ao povo é minha obrigação”

Faltando pouco menos de duas semanas para as eleições, o Novoeste dar prossegui-mento à série de entrevistas com os candidatos que postulam uma vaga na AssembléiaLegislativa da Bahia e Câmara dos Deputados Federais. Nessa edição mudamos o perfildo entrevistado, buscando também, apresentar aos leitores as propostas dos candida-tos que não são domiciliados na região. Por meio de um sorteio, Lorivaldo Neves,candidato a deputado federal pelo PPS, foi o contemplado.

Loro Neves, como todos o chamam, 54, é natural de Riacho de Santana – BA. Élicenciado em Ciências Contábeis pela UNICIB (Universidade Cidade de São Paulo) ebacharel em Direito pela UNIP (Universidade Paulista), é pós - graduado em controla-doria e auditoria fiscal pela UNIB (Universidade Ibirapuera).

Loro Neves é empresário do ramo hoteleiro e agronegócios nas regiões de Caetité,Guanambi, Riacho de Santana e Barreiras. Atua ainda no cargo de Agente Fiscal deRendas. Loro tem como principal proposta para o oeste, buscar solução definitiva paraa problemática do saneamento básico de Barreiras e cidades circunvizinhas. Confira naentrevista ainda, o que Loro pensa a respeito da criação do novo estado, projeto FichaLimpa, entre outros.

ENTREVISTA...

Quais suas principais pro-postas para essas eleições ecomo irá convencer o eleitorde que o Sr. é melhor dentre osdemais candidatos?

A minha proposta é objeti-va e simples: Se eleito, meucompromisso é buscar meioseficientes e rápidos para so-lucionar um dos maiores trau-mas da população, que é o sa-neamento básico. Como for-ma de convencimento, de-monstrarei que, com o sanea-mento básico a comunidadeterá mais vida e saúde e, con-sequentemente o Estado gas-tará menos com saúde públi-ca. Pretendo, ainda, dispensaruma atenção especial à edu-cação, principalmente quantoà implementação de cursostécnicos e superiores na for-mação dos nossos jovens parao mercado de trabalho. Tenhotambém como proposta parao Oeste baiano a luta para queo agronegócio se torne de fatouma realidade para os peque-nos, médios e grandes produ-tores, gerando, assim, maisoportunidade de empregos erendas com novos postos de

trabalho formal. Para que issose torne viável, aposto na ins-talação de um Parque Indus-trial forte e competitivo, fe-chando a cadeia produtiva doalgodão e soja, além de outrosprodutos aqui produzidos, é oque chamamos de agregar va-lores. Também não podemosdeixar de fortalecer a lutapelo turismo sustentável a fimde torná-lo fonte de rendapara a população de Barreirase cidades circunvizinhas, apartir do momento que pas-sar a figurar no cenário turísti-co do país, com a certificaçãodo Rio de Ondas, Cachoeiras eGrutas, uma vez que esta re-gião é abençoada com rique-zas naturais valiosíssimas.

Com relação à criação donovo Estado, o que você podedizer a respeito desses candi-datos que estão usando comobandeira na campanha?

A criação do Estado do SãoFrancisco não passa apenaspela vontade de uns ou outrose não deve ser tratada comobandeira eleitoreira. Pensoque o processo de criação de

um novo estado, em especialcomo o do São Francisco, re-quer ampla discussão com aparticipação irrestrita de todosos cidadãos baianos. Antes detudo, temos que fortalecer po-liticamente a região e “arrumara casa”, daí passar a criar meioseficientes e concretos para al-cançar a independência de quetodo estado exige, a final decontas quase tudo que aquiproduzimos – soja, algodão,

milho, feijão, café etc – é envi-ado para fora “in natura”. Ex-plico: se a nossa produção desoja e algodão, por exemplo,fosse industrializada aqui, sómandaríamos para fora o pro-duto final e, com isso geraría-mos mais riquezas, empregose receitas e aí sim, poderíamospensar na criação de um novoestado, até mesmo porque,todo esse processo dependeda existência de força políticae independência econômicade quem pretende caminharcom as próprias pernas, maisuma razão pela qual sou candi-dato a Deputado Federal, à dis-posição para o debate e ações.

O sr. conhece a história daregião oeste? O Senhor é a fa-vor ou contra a criação donovo estado? Por quê?

Eu conheço e desde meus

tempos de garoto, pois o meuavô materno Geminiano Car-doso foi liderança política naregião de Bom Jesus da Lapa eRiacho de Santana e muito li-gado ao então GovernadorAntônio Balbino. Além domais, há muito tempo venhoacompanhando de perto o de-senvolvimento e prosperida-de do Oeste baiano, que,como nenhuma outra regiãoacolhe de braços abertos to-dos aqueles que aqui se ins-talam na busca de novas opor-tunidades. Foi com essa cer-teza que adquiri uma proprie-dade rural na região de Ria-chão das Neves, na certeza deque este é o primeiro de inú-meros outros investimentos,ressaltando que aqui tenhoirmãos e demais familiares,além de inúmeros amigos.

Continua...

“No momento vejo ain-da como utopia a cria-ção de um novo esta-

do, até mesmo porqueBarreiras, a sua maiorcidade, necessita, comurgência, de uma refor-ma política e adminis-

trativa, pois, infeliz-mente está endividada,sem credibilidade algu-ma, o patrimônio públi-co foi sucateado, o po-der legislativo inope-

rante, e, por conta dis-so, o seu povo está de-cepcionado e descren-

te com os políticos”.

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Ano XIX - nº 601 - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2010 - 09

Quanto à criação de umnovo estado, como acima dito,não se trata de ser contra ou afavor, apenas penso que deveser feita uma discussão maisampla, clara e irrestrita com asociedade e, acima de tudoprocurarmos o fortalecimen-to político e econômico. Nomomento vejo ainda comoutopia a criação de um novoestado, até mesmo porque asua maior cidade – Barreiras –necessita, com urgência, deuma reforma política e admi-nistrativa, pois, infelizmenteeste Município esta endivida-do, sem credibilidade alguma,o patrimônio público foi suca-teado, o poder legislativo ino-perante, e, por conta disso,com razão, o seu povo está de-cepcionado e descrente comos políticos, tudo isso por con-ta da irresponsabilidade admi-nistrativa e social da SenhoraPrefeita e de seu marido can-didato que tenta se eleger aqualquer custo, ressaltandoque são campeões de limina-res na Justiça.

Qual o seu diferencial comrelação aos demais?

Pretendo criar uma relaçãode muito trabalho em prol des-ta região, em especial na ela-boração e execução de Proje-tos para viabilidade dos com-promissos acima assumidos,além de dar uma atenção es-pecial as associações e coope-rativas, bem como aos municí-pios, através de seus repre-sentantes, desde que compro-metidos com a ética e o bemcomum. Também gostaria deressaltar que, o meu maior pa-trimônio é o meu nome, jun-tamente com a minha condutapessoal como cidadão, sempresustentado pelos princípioséticos e de independência.

Em sua opinião, porqueBarreiras e região não conse-guem ter representatividadepolítica?

Peço permissão ao leitorpara responder essa pergun-

ta com outras perguntas:Quem são os nossos repre-sentantes? Nossos supostosrepresentantes prestaramcontas à população dos seusmandatos?

Observem que, nas últimasdécadas praticamente todosos Prefeitos de Barreiras exer-ceram mandato de DeputadoFederal, com exceção de um.Se analisarmos o mandato decada um como deles, não de-veríamos ter confiado o votoaos mesmos. Para tanto, bas-ta observamos, a título ilustra-tivo, um pequeno exemplo:quantas e quais as emendasque apresentaram em bene-fício da região? Será que foisuficiente? Será que esgota-ram todos os seus esforços,como deveriam, em prol daregião? Penso que não!

Em muitos casos, políticosassumem o legislativo e doisanos depois usam como pon-te em busca do executivo, comisso, deixa a sua representati-vidade na mão de outro quenão tem nada haver com a re-gião e muito menos foi eleitopor ela. Se o Senhor for eleitocumprirá integralmente seumandato ou o usará comopalanque para futura disputapara prefeito?

Não tenho pretensão algu-ma ao cargo de Prefeito. Entre-tanto, vou apoiar uma frentepolítica nova e comprometidacom a cidade de Barreiras, for-mada por partidos políticos querealmente desejam a renova-ção na próxima eleição muni-cipal. Pretendo exercer meumandato até o fim, inclusive,defenderei Projeto de Lei paraque no mandato de deputadoseja permitida uma única ree-leição, da mesma forma comose dá no Poder Executivo (Pre-sidente da República e Prefei-to Municipal), isso para queoutras pessoas possam contri-buir com suas idéias e traba-lho a construção do bem co-mum, além do fortalecimentoda renovação.

Os reclames do eleitoradoé que os políticos depois deeleitos não devolvem aopovo, em forma de trabalho,a votação recebida. Caso o Se-nhor seja eleito como presta-rá contas do seu mandato?

Pretendo criar escritóriopolítico e de apoio em Barrei-ras visando atender a região,em especial as associações,cooperativas, Prefeitos, vere-adores, lideranças políticas,enfim a todos da região oes-te. Neste escritório, daremoscondições à comunidade e aoeleitor de cobrar e acompa-nhar todo o trabalho que de-senvolverei na Câmara Fede-ral, inclusive abrindo a discus-são sobre os anseios de todos,acolhendo sugestões e idéias.

O Sr. acredita que o Brasilprecisa de sangue novo e defichas limpas nas políticas?Por quê?

Sangue novo é relativo,pois, pelo que percebo mui-tos candidatos não têm prepa-ro, experiência de vida e detrabalho para apresentar edefender Projetos de interes-se da sociedade. Nas campa-nhas televisivas de todos osestados do Brasil e no site doTSE, podemos verificar quemuitos deles não alcançaramsequer o ensino fundamental.

Já em relação à ficha limpapenso que deve ser aplicadana íntegra, sem qualquer ex-ceção, inclusive como requi-sito essencial para pretensãode qualquer cargo eletivo, issoporque candidato que tem fi-cha suja não é exemplo pararepresentar o povo ou quemquer que seja. Espero que oeleitor, nas urnas, com seuvoto elimine este tipo de po-lítico. Se eleito, defenderei oProjeto Ficha Limpa, inclusiveapresentando critérios bemmais rigorosos para banir devez a improbidade administra-tiva do nosso meio, inclusivepara banir aqueles que se di-zem políticos dessa região e

que se sustentam no poderapenas graças às liminares.

Penso que, qualquer can-didato deve prestar contas àsociedade e à justiça e, só apóso julgamento final poderáconcorrer a um cargo eletivo.  

A ampliação e reforma doaeroporto, o emperramentodo anel viário e da estrada queliga São Desidério a região deSanta Maria da Vitória e deoutras obras, promessas nãocumpridas. A que se deve essafalta de atenção por parte dosgovernos para com a região?

Nessas questões o que fal-ta é uma representação polí-tica mais ativa e realmentecomprometida com os ansei-os da população. Devemosressaltar que a estrada de SãoDesidério a Santa Maria estasendo concluída, até mesmoporque dependia de soluçãode questão ambiental junto aoIBAMA. Quanto ao aeroporto,recentemente estive com re-presentantes do grupo “cami-nhada pela paz”, juntamentecom um representante do go-verno federal, onde foramdiscutidas propostas viáveis eque poderão ser implementa-das, assim que houver a con-clusão do Projeto Final e de-mais providencias de praxe. Jáo anel viário, a questão é bemmais delicada, pois é fato queessa obra está emperrada.Uma vez eleito, faço compro-misso de cobrar solução defi-nitiva, afinal de contas o trá-fego de veículos pesados nocentro da cidade, além de cau-sar inúmeros transtornos paraa população e comercio local,já vitimou muitas pessoas emacidentes fatais. Esse é umponto a se ver de perto e porquem tem representatividadepara cobrar resultados.

Com relação aos gastos dacampanha, quanto o senhoracha que vai gastar?

Cumprindo a minha obriga-ção e velando pela transpa-rência dos atos de quem pre-

tende alcançar a vida pública,informo que se encontra dis-ponível na internet, no siteoficial do TSE a minha decla-ração de bens, bem como aprevisão de gastos com a cam-panha eleitoral, da mesmaforma se dará com a prestaçãode contas final, à disposiçãode todos.

Não devemos esquecer,contudo, que essa campanhanão é só minha, há aliançascom vários candidatos a depu-tado estadual em diversosmunicípios, inclusive no Oes-te, além de inúmeras pessoasvoluntárias trabalhando emprol da nossa candidatura, fatoque ameniza o ônus da cam-panha eleitoral.

Sua mensagem. Por que oeleitor deve votar no Senhor?

O eleitor brasileiro amar-ga sentimento de grande de-cepção com os seus represen-tantes políticos e aqui não édiferente. Entretanto, nãodevemos esquecer a impor-tância desse momento na vidado país, já que o CongressoNacional é a maior represen-tação política na consolidaçãoda democracia através da cri-ação das leis que regulam nos-sas vidas em sociedade, inclu-sive leis que permitem a prá-tica de atos pela administra-ção pública. Assim, é de extre-ma importância a participaçãode todos na escolha de seus fu-turos representantes. Devemosanalisar cuidadosamente aspropostas e condutas de cadaum dos candidatos, em se es-quecer da sua vida pregressa.Com isso, coloco o meu nomepara apreciação da populaçãodo Oeste, com apresentação depropostas novas, sérias e com-prometidas, detalhadas no site:www.loroneves.com.br. E con-cluo com a seguinte mensa-gem: trabalhar é minha voca-ção e servir ao povo é minhaobrigação. Aqui firmo, maisuma vez, compromisso com opovo do oeste baiano e peçoseu voto.

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10 - Ano XIX - nº 601 - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2010

Mais uma vez o povo deBarreiras foi alvo de discrimi-nação. Detalhe: contrariando alógica social perversa, o alvonão se trata da classe trabalha-dora que derrama seu suor edoa seu sangue para construiresse município e fazer dele odestaque que é no cenário na-cional e que, por sua vez, fre-quenta os humildes bares ebutecos de seus bairros e vi-las. A vítima da impáfia e so-berba foi a alta burguesia fre-quentadora de ambientes dotipo Confraria da Cerveja.

A revista Veja, na edição2.180, de 1º de setembro de2010 destacou as nova cidadesdo Brasil que despontamcomo palco de concentraçãode riquezas. Na reportagemintitulada “O CERRADO DO-MESTICADO”, Barreiras estádentre as vinte cidades esco-lhidas, a única na Bahia apre-sentada como uma das cida-des de porte médio “aonde ofuturo já chegou”.

A reportagem da revistaVeja causou rebuliço em Bar-reiras, não só com o ego dopequeno mundo burguêsempresarial, mas em diver-sos setores da sociedade lo-cal. O problema foi causado

NOTA DE REPÚDIO

Novamente discriminação e o preconceito, não!

porque a coluna Especial Ci-dades: “onde o Brasil maiscresce” não se limitou emapenas descrever o quanto acidade é fértil para aquelesque buscam oportunidadede enriquecer, o texto ironi-za e satiriza os ricos de Bar-reiras por, segundo o texto,serem desprovidos de eti-queta e finesse.

No texto, um dos entrevis-

tados, o paulista Sérgio San-tos, proprietário da Confrariada Cerveja, declara que, hásete anos, quando abriu o res-taurante para oferecer refei-ções aos notáveis do agrone-gócio, ficou chocado com a nãoaceitação do vinho seco e comos pedidos para colocar ado-çante na bebida.

Mas adiante, disse ter sidoobrigado a contratar um chef

belga perito em carnes argen-tinas e uruguaias e cortes dosmelhores fornecedores do Su-deste para que aos poucos osenriquecidos pelas commodi-ties produzidas na região pas-sassem a frequentar seu esta-belecimento. Isso, referindo-se a uma suposta falta de pa-ladar da burguesia barreiren-se para apreciar carnes.

As declarações polêmicasde Sérgio não se limitou ape-nas em expor a “incapacidadede seus clientes em apreciar aarte culinária”. Desrespeitandosua clientela e munido de ar-rogância e prepotência, decla-rou não ter desistido do “pro-cesso civilizatório”, se autoin-titulando uma espécie de Je-suíta, que chegou a cidade coma missão de domar selvagens.

Continua...

Por Tenório de Sousa

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Ano XIX - nº 601 - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2010 - 11

O assunto é sério e me-rece reflexão. Os temposmudaram, mas a discrimi-nação e o preconceito ain-da não foram apagados damentalidade de adventíci-os que escolheram Barrei-ras para viver ou ganhar di-nheiro. Infelizmente, al-guns deveriam no mínimodemonstrar respeito pelapopulação que aqui habitae que os acolheu.

Barreiras sempre viveuo descaso por partes dosgovernos da Bahia, que porsua vez, nunca cumpriramo dever legal, moral e éti-co de assegurar melhorescondições de vida à popu-lação oestina. E, se para oDicionário Aurélio, futuroé o tempo que está por virou acontecer, Barreiras,que tem por mérito a pro-dução de riquezas e a ofer-ta de serviços, desde oBrasil colonial, forçosa-mente tem que ter umapopulação culta e à alturadessa produção.

Basta lembrarmos que,mais importante que qual-quer produção, é o pólouniversitário hoje aquiexistente e que, em ne-nhum momento foi menci-onado pelo repórter. Temostambém problemas? Ecomo, principalmente to-das as dores do crescimen-to! Só mesmo o tempo nosdirá qual o futuro que nosespera, se não houver co-nexão entre os poderespúblicos, a sociedade civilorganizada, empresários e,até mesmo da própria po-pulação, para que a cidadeseja planejada de maneiraque tome o rumo certo dedesenvolvimento.

É preciso entender que areportagem não escancaraapenas o comportamento àmesa da elite barreirense,precisa ir além disso. Ele es-cancara uma região onde adistribuição da riqueza é algoextremamente desigual. De-clarar que o futuro chegouaqui em nossa região e emnosso município, é admitirque o futuro é desumano ecom forte tendência a proli-feraçao da miséria e degrada-ção humana.

É preciso também enten-der que não existe “futuro” emlugar nenhum do planeta ondeo poder econômico abrace ape-nas uma pequena parcela dasociedade. O futuro de uma ci-dade não é apenas a centrali-zação de sua riqueza econômi-ca e um pequeno rol de res-taurantes de comidas estran-geiras, concessionárias de car-ros caros e importados e reven-dedoras de rede de móveisplanejados direcionados aosricos. O futuro e o desenvolvi-mento deve ser entendidocomo qualidade de vida para asociedade como um todo e nãoo privilégio de poucos.

Não: Barreiras é muitomais! É o maior centro regio-nal de serviços públicos e pri-vados, além dos de saúde eeducação, destacando-se tam-bém no comércio; está entreas mais prósperas da agricultu-ra nacional, tem empresáriosdo agronegócio, como o para-naense Walter Horita, que apa-rece na reportagem, afirman-do ter montado um conjuntode fazendas que engloba maisde 30.000 hectares na região,colecionando recordes de pro-

Também merece reflexãodutividade e obtendo um fa-turamento anual de 150 mi-lhões de reais.

Precisamos fazer com quepequena parte de todas as ri-queza produzidas, fruto da ex-ploração da nossa terra, denossos rios e de nossa mão-de-obra, seja investida naprópria região. Por mérito,qualquer cidade deve se de-senvolver economicamente,mas com sustentabilidade,cuidando dos rios e da sua bi-odiversidade: flora e fauna;com distribuição igualitária esocial de sua riqueza econô-mica e com um Estado quecumpra suas obrigações paracom os cidadãos, que é fazerpolíticas públicas para o bemestar coletivo. Este sim, é ofuturo que todos, que amame vivem neste torrão, quereme desejam.

Agricultores como Horita,em vez de alimentar o egomostrando seu poderio debens e de lucros exorbitantes,deveriam também aproveitaressas reportagens nacionaissobre a região para falar sobresuas ações pelas questões so-ciais e ambientais. Verdadei-

ramente, serão elas que farãoo “futuro” dessa região e ser-veriam até de exemplo paraos demais.

Voltando à reportagem darevista Veja, o paranaenseacertou quando disse que “ointerior do Brasil guarda opor-tunidades infindáveis”, masfoi muito infeliz em dizer que“só quem tem coragem e per-sistência é capaz de vencer asenormes adversidades”, comose somente ele e os poucosque ganham dinheiro com oagronegócio na região fossemos únicos que deram e dão oduro para conseguir o quetêm. De nada vale a corageme a persistência se o Estado forausente, se nao haver políti-cas públicas de incentivo fi-nanceiro, e a garantia a edu-cação e a saúde. Nem mesmoos ricos conseguiriam sem oapoio do governo.

Isso merece também refle-xão. A região oeste e o muni-cípio de Barreiras não foramconstruidos apenas por umaburguesia fútil descrita na re-portagem. Aqui também exis-te pessoas dignas, que nuncanegou a raça e a força de tra-

balho, apenas não tiveramoportunidades e muito menosobtiveram terras e mãos – de- obra baratas, além de eleva-dos financiamentos com jurossubsidiados, e que às vezestêm até os pagamentos anis-tiados! Não tiveram fortunapara investir e enriquecer nes-ta terra e ter o conforto quemerecem.

Essa gente também mere-ce destaque por talvez ser asúnicas responsáveis pelo realdesenvolvimento dessa re-gião. Pois, foram elas que abri-ram caminhos para gentecomo o paranaense acumulare centralizar riquezas. Desbra-vadores que nunca teve o va-lor e o mérito das autoridadeslocais e muito menos o reco-nhecimento dos que se auto-denominam “Jesuítas”.

Esses nordestinos, sulistase tantos outros de origens di-versas é gente que se orgulhaem morar na “Capital do Agro-negócio”, porque aqui resol-veram estabelecer seus des-cendentes. São cidadãos e ci-dadãs que não nasceram aqui,mas que carregam no peito amarca e o cheiro dessa terra.

Da última vez que opreconceito cau-sou rebuliço, aspalavras surgiramde uma proprietáriade revista que tam-bém servia ao agro-negócio. Imputou ospobres como os grandes causadores das ma-zelas e do subdesenvolvimento do Brasil echocou pelas formas discriminatórias e pre-conceituosas contra o ser humano.

Na época, em sessão extraordinária reali-zada na Câmara Municipal de Vereadores dacidade de Luís Eduardo, foi feita uma Moçãode Repúdio à forma discriminatória e precon-ceituosa da autora e ela se reportou, tantoaos vereadores como às pessoas que contes-taram sobre o conteúdo do seu artigo, em

Quem não lembra do “Zé Povinho”?parte alguma ela pediu des-culpa ao povo que tantoofendeu.

Aqui em Barreiras, aCâmara ainda não se ma-nifestou, continua omis-sa tanto com relação àmatéria veiculada na re-

vista VEJA como nas palavras do senhor Sér-gio Santos, proprietário da Confraria.

Mesmo assim, a imprensa local está deolho nesses que ainda insistem em dizer “têmmais sulista do que gente em Barreiras”. Elesque tomem cuidado com a discriminação e opreconceito para com os nativos e os pobresdesta terra e se convençam de que acabarcom as desigualdades é bom para o conjuntoda sociedade barreirense e, enfim, tambémpara eles.

Por Tenório de SousaNOTA DE REPÚDIO ...continuação

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12 - Ano XIX - nº 601 - Região Oeste - Bahia - Brasil - 21/09/2010

A vida é melhor com amor e ternuraA vida de qualquer trabalhador,

quer seja ele empregado, executivo,profissional liberal, pequeno ou médioempresário, é marcada por altos e bai-xos psicológicos e estresse. Nestestempos modernos, de muita competi-ção pela melhor posição social, econô-mica, enfim por status, a sociedade, àsvezes até de forma hipócrita, exigemuito dos que, de uma forma ou de ou-tra, exercem posição de liderança, des-taque, é alvo das atenções. Estou nes-te grupo, na condição de modesto em-presário-jornalista-editor. Porém, pou-co me importo com estas convenções,muitas vezes ridículas e limitantes.Como dissera o genial Charles Chaplin:“Não sois máquinas! Homens é quesois!”, de “O Último Discurso”.

Nunca hesitei em procurar as maisbelas manifestações de amor e ternuraonde menos se espera. Quem pensa eage assim já deve ter se enlevado comas flores que brotam do cerrado apósuma longa estiagem, geralmente segui-da de um incêndio; com as peraltices eternura dos filhotes de qualquer ani-mal; com a vaidade nata, desde os pri-meiros passos, da mulher; com os deli-ciosos banhos de chuva; com o rolarfeito criança no chão, entre outrasações que nos fazem felizes, mesmoindo contra as convenções sociais.

Com certeza, sabendo desta minhapersonalidade, o Homem lá do maisAlto, aquele que criou todas as coisasneste mundo dilapidado por suas cria-turas, colocou em minha vida cinco ma-ravilhosos filhos que, desde crianças, mederam inúmeros momentos de ternurae felicidade. Cresceram e continuaramassim, principalmente as três filhas, Isis,Cáritas e Tatiane, que me deram três lin-dos netos: o Pedro Henrique, a Ana Lui-za e, a partir do dia em que escrevo estacrônica - 04/09/2010 -, o Lucas.

A generosidade do Grande Arqui-teto de Universo não parou por ai e,sabe lá por quais motivos e o que querde nós, colocou em minha vida, há maisde quatro anos, a ternura, meiguice,caráter, beleza física e moral em for-ma de menina-moça-mulher: a minhamuito querida Simonny. Com ela, nes-tes últimos quatro anos, tenho vivido,entre os altos e baixos de todo tipo derelação, os mais doces momentos de

PAUTA LIVRE

alegria, ternura e meiguice; com elaaprendi a ver, ainda mais, beleza nasmais simples coisas, até nos mais fei-os e minúsculos besouros que, comsua sensibilidade, deve ser retiradode nossas roupas ou parabrisas do car-ro com todo o cuidado para não os fe-rir; com ela aprendi que não basta gos-tar de cães, como ela. Tem que ter maispaciência e aprender muito com eles.Dos compositores de “Pareço um me-nino”, conhecida na interpretação deFábio JR, Piska e Cesar Augusto, buscoa expressão a seguir para definir o meuestado de espírito com esta relação deamizade, com jeito de almas afins, em-bora tenhamos estopim curto e nari-zes empinados - cada um acha que émelhor do que o outro no que fazemjuntos. A citação: “Sou homem madu-ro, mas na suja frente não sou maisque um menino”.

Nestes últimos dias em que, tantoela quanto eu - parceiros em um em-preendimento -, atravessamos umaturbulência no campo profissional -como maioria dos micro e pequenosempresários neste Brasil sobrecarre-gado de responsabilidades fiscais -,esta pequena companheira de ideaise de jornada tem me proporcionado,como sempre, ternos e bem humora-dos momentos que amenizam o meuestresse que já passa dos limites. Tudoem torno dela se torna mais belo paratodos os que têm o privilégio de suacompanhia.

Há uma semana, fomos a um com-promisso familiar em sua terra natal,Barreiras, no oeste da Bahia. Saímos, deGoiânia, eu, ela e nossa cadelinha Silla,uma graciosa pintchen de corpo todobranco e cabeça preta - doce compa-nheira de nossas viagens, nestes últi-mos três anos -, em horário não revela-do para nossas mães, para evitar preo-cupação das duas - uma lá e outra aqui,em Goiânia-, às dez da noite para ama-nhecermos o dia lá em Barreiras. Pro-curávamos ganhar tempo por causa donosso trabalho e da faculdade dela. Osdois, como de praxe, dividindo a dire-ção do carro. Ela, que aprendeu comi-go, querendo, como sempre, ser me-lhor do que eu na condução de veículo.

Lá pelas seis horas da manhã, a cer-ca de duas horas de Barreiras, ao fa-

zermos uma parada, no acostamentoda rodovia, o carro arriou a bateria e,assim, não dava partida. Disse a ela queprecisávamos dar um “tranco” no veí-culo. Ela empurraria e eu ficaria no vo-lante, porque dificilmente alguém pa-raria para nos dar uma “mãozinha”.Com seu jeitinho vaidoso, olhou paramim, cruzou os braços e disparou:“Ôxe, você acha que eu nasci para em-purrar carro?”. Depois da minha insis-tência, ela resolveu botar força, paralogo mais cruzar os braços e, com ar de“arretada”, disparou novamente: “Eunão vou empurrar carro mais não. Mi-nha mãe disse que dá varizes”.

Aí, foi eu que me “arretei”: “Ta, tudobem. Estou apressado para chegar maiscedo em Barreiras certo do sempre far-to café-da-manhã que seus pais colo-cam para nós, com aqueles pasteizinhosquentinhos, todas as vezes que chega-mos lá e você fica ai, com sua vaidade.Tudo bem, vamos sentar à beira do ca-minho a espera de um socorro”. Entreipara o carro e cruzei os braços. Monny,como é carinhosamente chamada poruma legião de tios e primos, pensou ra-pidinho, fez mais uma birrinha, mas sepôs a empurrar o carro, até que chegás-semos a uma pequena ladeira, que,para ela, nunca chegava. Antes de che-gar a esta rampa natural, quem cansoufoi eu e quis parar, até passar um filhode Deus que nos ajudasse. Mas ela, tal-vez com o pensamento na satisfaçãodos pais em nos receber com a mesafarta - ou só na mesa farta -, insistia emempurrar o carro. Sorte que, já exaus-tos antes da ladeira, três voluntários,trabalhadores de alguma fazenda naregião, parou o carro em que estavampara nos ajudar.

Um imprevisto que incomoda amuitos - menos em quem vê descon-tração, humor, alegria e ternura aténestes momentos. Menos para quemtem uma companhia como a de Si-monny. Na casa de seus pais, o ocorri-do foi motivo de muitas risadas paraseus pais e irmã. E para nós, mais ummomento de felicidade.

Mas o melhor, o mais doce dessaviagem nós presenciamos na casa deseus pais e envolve o amor, o carinhoe a dedicação de um ser humano pe-los animais.

Há quase dois anos, eu comprei umfilhote de labrador para Simonny eque, também, faria companhia paranossa cadelinha. Porém, a Hanney,nome que dei a nossa nova compa-nheira, estava crescendo demais, nãopoderia ficar mais no andar de cimado sobrado onde morávamos, tão pou-co queria ficar no quintal. A exemploda Silla, queria estar sempre ao ladoda Simonny.

Já que tínhamos que doá-la, que fi-casse em família. A presenteamos aopai de Monny, Alcivano, ou simples-mente Sivone.

Pai de família exemplar, amante deanimais, principalmente de pássarose de cães - estes por força do amor quesua filha sempre teve por estes qua-drúpedes - Sivone adorou o presentee tem se dedicado muito ao animal,mesmo com a resistência da Sakura,uma cadelinha em idade bem avança-da, remanescente dos doze que Si-monny criava no quintal de casa e queforam morrendo de velhice.

O lado humano, amoroso e ternodesta última narração:

Hanney sofreu paralisia nas duas pa-tas traseiras e não anda mais. Nenhumdos dois ou três veterinários que a tra-taram conseguiu reverter a situação emuito menos sabem que mal a atingiu.

Hanney está prostada, não andamais. Contudo, não lhe faltam aten-ção, cuidados e carinho. A Sakura, quea detestava, por ciúme, passou a cui-dar dela, inclusive ajeitando meiospara que a até então intrusa se sintabem confortada.

Desenganada pelos veterinários,Hanney não se acabou com o sacrifícioda eutanásia. Sivone não tem lhe fal-tado com seus carinhos e cuidados ecom duas enfermeiras para lhe fazeros curativos diários em suas feridas(escaras). Está até providenciandomeios mecânicos para que ela possase locomover, continuar dando e ten-do alegria até quando esgotar todasas suas forças.

Três sentimentos que muitos des-prezam e até faz pouco caso de quemos têm, mas que nos deixam cada vezmais convictos de que não somos má-quinas, sim seres humanos criados porQuem é só amor, carinho e ternura.

Por Antônio Oliveira