ano 3, nº 20, fevereiro/março de 2012 • preço: … jornal de oleiros 2012 fevereiro / marÇo....

16
PRESIDENTE JOSÉ SANTOS MARQUES DEVE LUTAR POR NOVO CONCELHO Jornal de OLEIROS www.jornaldeoleiros.com · Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 Preço: 0,01€ (inclui IVA) Edição Bimestral INFLUENTE NA REGIÃO DO PINHAL INTERIOR SUL, BEIRA INTERIOR SUL E COVA DA BEIRA Director e Fundador: Paulino B. Fernandes Redactor-Chefe (Europa): Tony Teixeira LOURANTUNES, Lda Rua do Ramalhal, Bloco 1, r/c, esq Tel/Fax: 272 682 464 Telemóveis: 966 092 649 e 964 785 156 PÁGINA 2 PÁGINA 3 Editorial Paulino B. Fernandes “De olho na Educação” Dra. Manuela Marques PÁGINA 11 Beirões reunem dia 17 de Março em S. Pedro de Muel PÁGINA 2 “Debate sobre o futuro autárquico“ “Potenciali- dades” Engª Inês Martins “Reinventar Portugal” Prof. Fernando Caldeira Silva PÁGINA 5 PÁGINA 9 A Amiga Eliane junta-se ao esforço de nos propagar pelo mundo. Ficamos mais fortes e melhor informados. Obrigado Eliane. Oleirenses que se evidenciam: José Antunes Mendes O Jornal de Oleiros nos EUA com Eliane Brick PÁGINA 4 Tony Teixeira, Presidente da Editora Voz de Portugal, Sarl., junta-se à equipa para liderar a projecção europeia em crescendo.

Upload: lydien

Post on 30-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

Presidente José santos Marques

deve lutar Por novo ConCelho

Jornal deoleiroswww.jornaldeoleiros.com · Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: 0,01€ (inclui IVA) • Edição Bimestral

influente na região do Pinhal interior sul, Beira interior sul e Cova da Beira

Director e Fundador: Paulino B. FernandesRedactor-Chefe (Europa): Tony Teixeira

LOURANTUNES, LdaRua do Ramalhal, Bloco 1, r/c, esq

Tel/Fax: 272 682 464 Telemóveis: 966 092 649 e 964 785 156

Página 2

Página 3

EditorialPaulino B. Fernandes

“De olho na Educação”Dra. Manuela Marques

Página 11

Beirões reunem dia 17 de Março em S. Pedro de Muel

Página 2

“Debate sobre o futuro autárquico“

“Potenciali-dades”Engª Inês Martins

“Reinventar Portugal”Prof. Fernando Caldeira Silva

Página 5

Página 9

a amiga eliane junta-se ao esforço de nos propagar pelo mundo.ficamos mais fortes e melhor informados. obrigado eliane.

Oleirenses que se evidenciam: José Antunes Mendes

O Jornal de Oleiros nos EUA com Eliane Brick

Página 4

Tony Teixeira, Presidente da Editora Voz de Portugal, Sarl., junta-se à equipa para liderar a projecção europeia em crescendo.

Page 2: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

2 Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO

. País em “roda livre”

Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições impostas pela Tróika, desumanas e desarticula-doras para um país que procura futuro, o Governo, nomeadamente o Primeiro-Ministro, insiste em que não pedirá mais tempo para pagar ou mais dinheiro para financiar a economia.

Em que país estará a viver o Primeiro-Ministro?

Com o desemprego e os desencan-tados e desistentes a atingirem já 1,2 milhões, com as falências diárias, para onde caminhamos?

Seguramente para um “porto não se-guro”.

. Um Presidente que era neces-sário neste momento…

…mas, que por culpa própria, eventu-almente também mau aconselhamento, delapidou todo o capital de credibilidade que ainda merecia e se recolhe agora no palácio que habita, deixando o Governo à mercê de todo o tipo de críticas, não se percebendo já se estamos perante falta de solidariedade política, ou se pelo contrá-rio, é mesmo um pré-abandono de cena, uma abdicação prestes a acontecer.

Não é nada de bom, muito menos oportuno, mas as leituras são várias e todas preocupantes.

. Uma edição que nos orgulha

A edição que agora damos à estampa, reforça a qualidade habitual, interfere na discussão política local, toma posi-ção e apresenta artigos vários que apon-tam rumos para o futuro, também uma das nossas obrigações enquanto jornal influente e que pretende influir ainda mais, por isso alargamos horizontes, chegamos a outras partes do mundo, aumentamos o número de Colabora-dores sem nunca abdicar da qualidade existente no leque inicial.

Desejamos que os nossos Leitores e Amigos o possam confirmar. n

Paulino B. Fernandes Director Email: [email protected]

FAÇA A SUA

ASSINATURA

Apoie o Seu jornal. Ficha nesta edição

na pag 14

O Seu Jornal de Oleiros à distância de um CLIC

Clic em: www.jornaldeoleiros.com

Acompanhe-nos diáriamente

e promova junto de Amigos

Escreva-nos também para:

[email protected]

EDITORIAL

Alda Barata Salgueiro

(Este texto não segue as regras do novo acordo ortográfico)

a senhora Merkel e o futuro

Parece que a chanceler alemã, senhora An-gela Merkel, teve o desplante de afirmar que Portugal não soube aplicar adequadamente os Fundos Estruturais que a Comunidade tem disponibilizado, referindo-se em espe-cial à derrapagem apresentada pela Região Autónoma da Madeira.

Esta afirmação originou, nos nossos po-líticos, uma enérgica atitude de repúdio pela injustíssima ofensa que, dizem eles, só serve para denegrir a imagem do País, sen-do absolutamente urgente que o governo reaja contra tal afronta.

Claro que ninguém gosta ser chamado à atenção, e muito menos de incompetente, sobretudo pelo representante de um país que, em menos de um século provocou duas guerras mundiais, razão defendida por algu-mas correntes de opinião de que não se lhe reconhece autoridade moral para liderar um projecto europeu.

Seja como for, quem se considera credor sente-se no direito de exigir, mas também é óbvio que, quando alguém é apontado por se portar mal ou por faltar às suas obrigações, também tem direito a defender-se refutando com os argumentos de que pode dispor, se os tiver. Neste caso o visado, o poder político português, também reagiu, mas defendeu-se mal, melhor seria nada ter dito, em vez de ter-se manifestado ofendido pela injustiça de: Mau gestor dos dinheiros comunitários!

Pois é, mas aí está, sempre se viu que a supremacia dos poderosos se sobrepõe á fraqueza dos pobres que têm de ouvir coi-sas de que não gostam, mesmo que sejam injustas, o que não é o caso.

Senhores políticos e comentadores, não

percam tempo com coisas que nada resolvem, apresentem maturidade e sejam honestos, ao menos agora! No momento em que o País pre-cisa de gente com cabeça fria e bom discerni-mento, unam-se e mostrem, a nós e à restante Europa, de que são capazes de ser solidários! Pensem por vós próprios sem se sentirem su-jeitos a uma obediência cega aos vossos parti-dos. Porque é vossa obrigação criar e consoli-dar um projecto de dignificação nacional - o Povo, legitimamente, assim o exige!

Alguém com a mente sã e a cabeça no seu devido lugar, acreditaria que a Comunidade nos ia oferecer tudo em troca de nada? Ou se é ingénuo ou se sofre de apetência para o deslumbramento irracional e, parece-me que os negociadores da entrada na Comunidade apresentaram mais sintomas de ingenuidade do que deslumbramento acreditando que, na prática, tudo se iria processar linearmen-te - preto no branco - o que afinal, como era previsível, não veio a acontecer...

Ao fim de cerca de 25 anos (após a nossa entrada na Comunidade Europeia), regista-se aqui algumas situações, entre muitas outras, que contribuíram para à actual situação:

A medida que iam entrando fundos comu-nitários destinados ao desenvolvimento do País, vilãos cobiçosos enriqueciam com nego-ciatas marginais.

. A forte demagogia dos sindicatos incitando a greves desastrosas que conduziram á debili-dade e, até mesmo à falência, de algumas das mais importantes empresas do nosso País.

. A fraqueza dos governos sem força política para se impor.

. O espírito cobiçoso dos partidos, sempre que se encontravam na oposição, prontos a

apontar o dedo ao outro, não para fazer me-lhor mas sim para lhe ocupar o lugar.

O compadrio incompetente em importan-tíssimos lugares de decisão.

Não ignoramos que, neste período, tanto o Continente como as Regiões Autónomas, sobretudo a da Madeira, tiveram importan-tes benefícios com os Fundos Estruturais, fo-ram construídos: hospitais, estradas, pontes, túneis que melhoraram substancialmente a vida das populações, contudo a oportunida-de criada por estes grandes empreendimen-tos, fizeram com que os seus custos finais ficassem muitíssimo acima dos inicialmente previstos. E assim, se foi desbaratando grande parte do dinheiro que deveria ser canalizado para investimentos que criassem riqueza ne-cessária para uma desejável competitividade económica, base sustentável da soberania de um país.

Entretanto foi esquecido de que, além das importantes obras de «fachada», o cidadão comum precisa, diariamente, de pão para vi-ver e a Comunidade lembrou que não se pode dar ao luxo de sustentar pobres que não sa-bem ou não querem deixar de o ser.

Por estas e outras razões encontramo-nos, hoje, reféns daquela instituição a quem hipo-tecámos a nossa soberania e, como ao filho indisciplinado e esbanjador, há que fazer re-preensões. A senhora Merkel representante de um país rico, considerou agora oportuno e legítimo fazer a sua. Será que a próxima vem do senhor Sarkosy? n

[email protected]

No momento em que se debate a nova Lei que regula as eleições autárquicas, nomeadamente a li-mitação de mandatos, o Jornal de Oleiros, decidiu ouvir os interes-sados, munícipes e os seus Cola-boradores sobre a matéria.

Nas eleições de 2013, 153 autar-cas não podem voltar a candida-tar-se no município que lideram.

Aparentemente é normal. Saiem e dão lugar a outros.É apenas aparente, pois, na rea-

lidade assim não é.Reconhece-se que em muitos

casos, a saída será considerada normal, são autarcas que deixam municípios endividados, pos-suem pouca notoriedade ou, em muitos casos, notoriedade negati-va, pois estiveram envolvidos em casos polémicos. Esses devem sair de vez.

Mas há casos bem diferentes, exemplos de boa gestão e práticas correctas, obra feita, notoriedade alargada a uma região mais am-pla que o próprio concelho que lideram, ainda na plenitude da idade e com uma experiência que deve ser aproveitada.

O nosso jornal está imune a

interpretações políticas desde a primeira hora – não dependemos de câmaras, de partidos políticos e não queremos agradar particu-larmente a um sector, mas antes, a toda uma população, por isso podemos opinar, tomar posição, cumprindo plenamente o Estatuto Editorial.

Haverá seguramente outros ca-sos de autarcas que justificariam uma nota, mas, compreensível-mente, detemo-nos no Concelho (Oleiros) que nos “empresta o nome” e na capital do Distrito (Castelo Branco), apoiando expli-citamente José Santos Marques e Joaquim Morão que em nossa opinião deverão apresentar-se a uma câmara na região que bem conhecem, continuando a prestar o serviço público que todos lhes reconhecem.

O único critério que deve ser valorado é a sua própria vontade, essa sim, decisiva. n

Paulino B. Fernandes Director Email: [email protected] www.jornaldeoleiros.com

“debate sobre o futuro autárquico“

–Cabeleireiro–ManiCure–PediCure––dePilação–unhas de Gel–

Praça da República - Oleiroswww..gloss-cabeleireico.com

Telefone 272 682 150

Page 3: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

Jornal de OLEiROS 32012 FEVEREiRO / MaRÇO

DE “OLhO” nA EDUCAçãO

Manuela Marques

o anjo, o demónio e o MeCAo abrirmos um mo-

tor de busca da internet e procedermos a uma bus-ca pela página oficial do MEC (Ministério da Edu-

cação e Ciência) somos imediatamente surpreendidos por um cenário moderno, com as fotografias dos nossos líderes minis-teriais, com a nossa bandeira, símbolo da pátria, parecendo a vela de um navio, à deriva, cujo vento enfunando mostra um escudo minúsculo que cada vez mais vai perdendo o signifi-cado e a importância de outros tempos. Quantos já lutaram, neste país, à beira do mar esquecido, para contrariar esta ten-dência, gravosa, da superficialidade, da imagem que vende, em detrimento do essencial.

No seguimento da visita à página do MEC, mesmo ao lado da segunda foto do senhor ministro (Deus meu! Como vende a fotografia…) aparecem, então, duas pequenas interrogações: “Quem somos? e “O que fazemos?”.

Desde logo, apetece-me dizer que, dependendo do visitan-te, assim a ideia que aflora imediatamente ao pensamento de cada um. A mim, que sou docente, invadem-me reações pró-ximas do humor, da comédia e do riso puro, sarcástico, não

maledicente, uma vez que nem precisarei de consultar o “Ler mais+…” para saber o que por ali vai…E o pior ainda está por abrir. A segunda questãozinha (em tudo igual à primei-ra), involuntariamente, causa-nos uma sensação de frustra-ção de algo irremediavelmente perdido. “ O que fazemos?”, nada que jeito tenha…Responderia prontamente qualquer um dos meus companheiros de viagem, nesta autêntica bar-ca do Purgatório (referenciando o grande comediógrafo Gil Vicente) ou mesmo qualquer outro entendido em matérias da educação.

Embora a tendência seja não ligar de todo àqueles “Ler mais+…”, a curiosidade matou o rato, faz formigueiro nos de-ditos e lá pegamos no ratinho para clicar à procura da bendita excelência.

Primeiramente, aparecem as prioridades que o governo de Portugal teceu para a educação, destacando-se meia dezena de balelas, apesar de uma delas surgir com características verdadeiramente sebastianistas, como a busca de um império que se foi abandonando e perdendo: “Apostar na excelência para reforçar a ciência”. Esta não é, sem dúvida, uma busca qualquer, é como ir em busca do “velo de ouro” da educação. Não é decididamente uma ideia de asinus, não senhora…Po-

rém, tudo aquilo que lá se lê, para quem percebe do assunto, é bonito, mas utópico e será ineficaz enquanto se continuar a pensar «…tendo como referência as melhores práticas inter-nacionais.» Mais uma vez o nosso primoroso lírico, Camões, está coberto de razão, quando afirma: «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades/ Continuamente vemos novidades/Diferentes em tudo da esperança/Do mal ficam as mágoas na lembrança/E do bem, se algum houve, as saudades.»

Este governo de Portugal “atualizado” seria mote interes-sante para uma moralidade do grande Gil Vicente. Como docente de Língua Portuguesa, abordando as matérias da língua-madre, na sua vertente linguística e formal, mas tam-bém na sua vertente histórico-literária, doutrino o texto vi-centino, no 9º ano de escolaridade, especificamente o Auto da Barca do Inferno. Neste momento e já que estou na onda de apetites literários, sinto uma vontade enlouquecida de tentar acrescentar uma figura-tipo, mais, ao texto referido (que me perdoe Gil Vicente por esta intrusão, jamais pretendo apro-ximar-se que seja da mestria de tão distinto talento e quem não conhece o indicado texto, aqui fica recomendado). E se de repente surgisse o MEC… Vamos, pois, fazer um esforço e imaginá-lo a acercar-se da barca demoníaca…

Diabo: Oulá! Oulá!Mas que estranha personagem…

MEC: Barqueiro, para onde é a viagem?

Diabo: Ah! És tu…Para ti, que longe é… Fica para lá do tempo, Na ilha que jaz no vento! Entra, põe aqui o pé.

MEC: Logo eu, ilustre figura?!Trata-me lá com brandura.Eu que tanto laborei Em prol da educação,Tentei dar-lhe um safanão,Políticas para a ciência, hei, heiEm busca da excelência andei.

Diabo: Que preciosa intençãoEssa da “inducação”Isso tudo é fantasia,Aqui não há cortesia.

MEC: Dá-me licença que explique:Parece que tive um chiliqueCom tanto que me importeiFoi ciência, excelência, foi também avaliaçãoForam provas e exames, problemas até mais nãoFoi da “outra” que tudo herdei…Estava um caos a educaçãoVirar a página, tentei!

Diabo: Entrai, meu senhor, entrai.Não quero demais saber,Julgo que já me está a aborrecer!

MEC: E só aqui resta esta barca?Oh! Que coisita tão parca…Não entrarei para jáOutra barca parece que há!

Assim, tenta o MEC conhecer a outra barca, a do paraíso, que leva à glória eterna.

MEC: Hou da bela caravela!

Querereis levar-me nela?Sou ilustre, sou doutor.Olhe que lhe faço um favor!

Anjo: Esta barca que aqui vês,Não é para tua rês…Vai, vai, lembra-te o quanto pecasteE tudo quanto sonhaste…

MEC: Ó meu anjo de ternura,Tenho na alembraduraSó o bem!Que fiz e que perdura…Não me trates com desdém!

Anjo: Que fizeste tu, então, merecedor desta viagem?

MEC: Oh! Não sabes? As metas de aprendizagem.E mais e mais…coisa e talRevisão curricular, avaliaçãoDe referência internacional, Futuro da Educação…E os professores e o seu desempenho?!Que alívio na alma tenho!Acabei com a papelada,Dei-lhes nova avaliação,A outra era uma estopada,Esta, sem dúvida, não…Fiz tudo com alegriaAté esbanjei autonomia!Mas também guardei tostão,Fiz muita economia.Pus muitos no desemprego,E nunca lhes mostrei medo…

Anjo: Isso tudo que fizesteTe pesa no coração.Saíste cá uma peste!Nesta barca não mereces ir, não.

MEC: Rogo-te, anjo do céu, etéreoDesejo, bem lá no fundo,Retornar ao outro mundoCuidar de meu ministério…

Anjo: Essoutra barca daliTe pode dizer se si…

Entretanto, o pobre MEC volta à barca dos danados, com um pedido ao diabo.

Diabo: Então, vossa senhoria,Vem tão aperreado…Entre cá, remaremos à porfia.

MEC: Ai! Se tu quisessesVoltaria ao outro mundoEmendar o mal profundoO Anjo já prometeuPode ser que ganhe o céu…

Deste modo, o Diabo farto deste MEC, atira, do alto da sua barca… Diabo: Ó barqueiro divinal,

Tenho aqui um serviçal.Não quer ir ao meu quintal,Também não o quero levar.Desejo que fique a aguardar…

Anjo: Belzebu, que bem tu falasE a língua não entalas.Esse pobre finou em má horaÉ certo que se vá embora,Que volte ao outro lado,Que tente mudar o Fado…Veremos se aproveitaráO que a sorte agora lhe dá!

E assim volta, contra todas as expetativas, o MEC ao mundo dos vi-vos, de modo a finalizar o que já vai tão extenso, num modo tão dife-rente do habitual. Resta aguardar o que está no segredo dos deuses…As metas virão em Março e aos poucos as restantes mudanças, parti-cularmente a revisão curricular, a avaliação dos docentes e tudo o mais que passar nas cabecinhas das excelências, para promover a ciência, blá, blá, blá.

Que o anjo da glória vele por nós e o barqueiro infernal vá re-lembrando a tal ilha perdida que jaz no vento, para que o mal seja menor! n

“ARCOleiros” necessitava de refrescar “o ambiente” e Ramiro Roque, Presiden-te, foi feliz na decisão sempre difícil. Ir buscar um atleta ímpar da “casa” era uma decisão de coragem. Impressiona ver o David jogar, pela dedicação, pela dádiva e a equipa precisava de um Ho-mem destes para se galvanizar, o que vai

acontecer.Destacamos a coragem do Amigo Da-

vid, pois entrar em situações difíceis, nem todos aceitam. Ele aceitou.

Esperamos agora que a população de OLEIROS responda e acorra em massa aos jogos. O “ARCO”, o DAVID e a Equi-pa precisam do nosso apoio.

“arColeiro s” responde forte à crise de resultados

Page 4: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

4 Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO

Sítio das PlantasComercialização de Plantas, Lda.

Dispomos de serviço de Restaurante e Residencial Pôr do Sol 2com Salas para todos os tipos de eventos (incluindo casamentos e batizados)

Sítio dos Poços, EN n.º 366, Azambuja, 2050-145 Aveiras de Cima

Venda

ao Público

e Revenda

José Antunes Mendes, um Amigo certo, nasceu a 16 de Se-tembro de 1942 em Oleiros.

Entrou para a Filarmónica aos 16 anos tendo feito a sua estreia por altura da Semana Santa de 1958.

Começou por tocar trompa, tendo aprendido com o Regente José Augusto, mais conhecido por “Zé do Moucho”, e passou para Cornetim por altura da 1ª vez que a Nossa Senhora de Fá-tima esteve em Oleiros.

Durante 7 anos, altura em que esteve na Tropa e trabalhou numa empresa fora de Oleiros, apenas ajudava nas procissões e em algumas festas.

Neste momento toca trompete.Ja ocupou vários cargos nos

orgãos sociais, onde neste mo-mento pertence à Direccção, es-tando empenhado naquele que é o grande desafio da Sociedade Filarmónica Oleirense, a constru-ção da nova Sede, que irá permi-tir dinamizar e desenvolver os vários projectos da Filarmónica.

Dois filhos integraram por vários anos a Filarmónica, quer como executantes quer em car-gos directivos, tendo neste mo-mento a companhia de 1 dos seus filhos e ainda de dois netos (Diogo e Rita) como executantes.

José Antunes Mendes cons-truiu uma Família proeminente e interventiva na sociedade Olei-rense e merece o nosso destaque, também por ser o “mais expe-riente membro da Filarmónica” em actividade. n

oleirenses que se evidenciam

João Tomaz, 17 anos, estudante de Humanidades foi eleito Presidente da JS de Oleiros.Rita Maria Folgado, também estudante, foi eleita Presidente da Assembleia Geral.A ambos e restante equipa, o Jornal de Oleiros apresenta cumprimentos e formula Votos de bom trabalho.

Destaque ainda para a presença de Artur Patuleia, Presidente da JS de Castelo Branco e de João Geraldes da JS de Idanha no acto de posse. n

Juventudes políticas organizam-se em oleiros

Page 5: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

Jornal de OLEiROS 52012 FEVEREiRO / MaRÇO

POTEnCIALIDADES

Inês Martins Engenheira Agrónoma

o melhor pescado do mundo é português

Numa altura crucial para a afirmação do nosso país, é fun-damental valorizarmos os nossos tesouros nacionais. Neste mo-mento, Portugal prepara-se para reclamar o melhor pescado do mundo. A atestar este facto, por todo o planeta, o peixe capturado no nosso país é considerado um produto da mais elevada qualida-de, pelo que os maiores chefs elo-giam o nosso pescado e os mais exclusivos restaurantes, da Rús-sia aos Estados Unidos, da Suíça à Itália, só querem peixe portu-guês. A reforçar tudo isto, o mais famoso chef do mundo, o catalão Ferran Adrià, assume que o ma-risco português é o melhor.

Parece que o mundo inteiro anda atrás do pescado nacional e que este tem algo de diferente e de exclusivo. Talvez o seu “pro-fundo e reconhecido gosto a mar, ou esse sabor algífero ligeiramen-te iodado; aliado à carne branca, firme e lascada; lhe confiram uma sapidez única e particular, onde espécies selvagens permitem de-

talhar troços magníficos que sim-ples mas cuidadosamente grelha-dos, estufados no forno ou mesmo apenas cozidos, proporcionam ao gourmet, momentos exaltantes da mais alta gastronomia”.

Desde a Antiguidade que o pei-xe das nossas costas é apreciado por conhecedores. Os romanos es-colhiam-no para preparar o mais faustoso garum (ainda podem ser visitadas as tulhas de Setúbal). Fundos marinhos arenosos, úni-cos para a criação de pregados e linguados (como na Figueira e Cascais), contrastam com fossas abissais (como o conhecido “Ca-nhão da Nazaré”) que banhadas por correntes a temperaturas ade-quadas, transportadoras do ma-ravilhoso plâncton, constituem um berço único e irrepetível no mundo, como afirmam os cientis-tas, para a reprodução e criação de espécies piscícolas bastante apreciadas como o robalo (de Sa-gres), o peixe galo (de Peniche), o salmonete (de Armação de Pêra) ou o cherne dos Açores.

Por seu lado, o marisco portu-guês é também definido por gas-trónomos exigentes como estu-pendo. O camarão de Espinho ou de Quarteira, de gosto inconfun-dível; a lagosta de Peniche, base da fabulosa receita portuguesa da “Lagosta suada”; as santolas que podem vir já recheadas; os lagos-tins de Cascais; os percebes das Berlengas ou de Sagres; o linguei-rão da costa alentejana e as amêi-joas cristãs da Ria Formosa; são só alguns dos mais apreciados. Com um sem fim de incríveis sabores e aromas a mar, a algas, a iodo e aos rochedos das nossas costas, o marisco português foi sempre uma referência gastronómica ex-traordinariamente valorizada por quem nos visita.

Se temos o melhor pescado do mundo, porque não fazer de Portugal um destino gastronó-mico de excelência, associado ao seu consumo? O nosso país tem a vantagem de poder oferecer pescado com elevados índices de qualidade e frescura em qua-

se todo o seu território, uma vez que o interior de Portugal se situa apenas a poucas horas do litoral.

A acrescentar a tudo isto, refi-ram-se as vantagens de ingerir peixe e os seus reconhecidos be-nefícios para a saúde, como por exemplo: a ingestão de ácidos gordos polinsaturados (como o ómega 3), a diminuição do risco de doenças cardiovasculares e de acidentes vasculares cerebrais (AVC´s), a redução da pressão ar-terial e do colesterol, a sua ação anti-inflamatória; a ingestão de proteínas de alta digestibilida-de e elevada qualidade (devido à abundância em aminoácidos essenciais). Do mesmo modo, o peixe é conhecido por ser uma fonte importante de vitaminas e minerais.

Este é evidentemente um ali-mento bastante nutritivo que deve ser consumido, pelo menos, duas vezes por semana. Por ou-tro lado, é um repasto versátil e de fácil preparação que pode ser consumido assado, ensopado,

cozido, grelhado, frito, panado, a incorporar molhos e até mesmo cru (muito utilizado pela cozinha japonesa).

Da mesma forma, o pescado português pode ser adquirido nas mais variadas formas, como em conserva (como é o caso dos enlatados), refrigerado, congela-do, salgado (muito utilizado no bacalhau) e fumado (como no caso do salmão).

Por todos os motivos apresen-tados, o aumento do consumo de peixe apresenta-se como uma boa atitude para beneficiar a nossa saúde individual e para fomentar o desenvolvimento económico do país, nomeadamente em dois setores económicos nos quais nos podemos afirmar: as pescas (se soubermos lutar pela nossa po-sição, defendendo as quotas de pesca que nos pertencem por di-reito) e o turismo. Saudemos pois esta riqueza incomparável e pres-temos-lhe a devida homenagem, deliciando-nos com o seu expres-sivo e inconfundível sabor. n

A JuveBombeiro - Núcleo de Oleiros, organizou neste Domingo dia 5 de Fevereiro, um passeio BTT no qual participaram cerca de 30 pessoas.

Entre os quais bombeiros de to-das as idades, filhos de bombeiros e alguns amigos de bombeiros.

Foi um passeio muito celebrado tendo saído as 9h do quartel dos

bombeiros, e pelas 11h procedeu-se ao pequeno almoço na locali-dade de Eirigo (perto do Caniçal/Braçal). Acabando pelas 13h com uma sopa de pedra, na cozinha do já referido quartel.

Soubémos ainda pelo Amigo Duarte Domingos - a partir desta data enviará actualizações - que a Juve Bombeiro dos Bombeiros Vo-

luntários de Oleiros, tem em vista para o ano de 2012 um baile de Pás-coa com Leonel Nunes, uma noite de fados, um torneio de sueca, ses-sões de geocaching pelo concelho de Oleiros, entre outras actividades que surgirão futuramente. n

* Apoio Duarte Domingos

núcleo de oleiros da JuveBombeiro

em grande actividade

Mais um ano, e a tradição conti-nua. A matança à moda antiga de novo recreada no Roqueiro.

A Associação voltou a organi-zar e o povo e os amigos do Ro-queiro disseram presente a este evento. As novas instalações da

sede da Associação (ainda em recuperação) já foram utilizadas dando mais conforto. O convívio que durou todo o dia foi animado pelos nossos amigos do Grupo Seca Adegas e pelo nosso amigo e acordeonista João Alves. n

amigos do roqueiro em festa

Page 6: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

6 Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO

O FAROL

António Graça

Nota: O Farol nunca segue as regras do NAO (Novo Acordo Ortográfico)

o que dizer de Portugal?

Senhor António, o que o senhor pensa de Portugal?

A pergunta foi-me feita há alguns dias por uma pessoa amiga, pessoa simples, emigrante, que vive do seu trabalho e que tem a responsabili-dade de cuidar de uma família.

Confesso que a pergunta me co-lheu desprevenido, não por vir de quem vinha, mas porque a resposta não é fácil de dar e exige um exercí-cio de meditação.

Esta pergunta, e outras seme-lhantes, são, decerto, formuladas por uma larga maioria da popula-ção portuguesa.

De facto;- Que dizer de um país no qual

o futuro passou a ser algo de in-certo, deixando de abrir perspecti-vas consistentes para grande parte da população, sobretudo para os jovens, uma vez que os governos manipulam as regras da sociedade conforme lhes dá jeito , ou melhor, conforme convém aos grupos de in-teresses que patrocinam a sua subi-da ao poder, e, mais recentemente, conforme exigem os credores que permitem a continuidade do fun-cionamento do país?

-Que dizer de um país, no qual o Estado obriga os cidadãos a entre-gar-lhe parte dos seus salários com o compromisso de, mais tarde, lhes assegurar a existência de uma re-forma de valor correspondente aos descontos efectuados, quando esse mesmo Estado decide alterar unila-teralmente as regras de cálculo das referidas reformas, e, vem agora apropriar-se de parte ou mesmo da totalidade dos montantes que deve-

ria entregar a quem nele foi obriga-do a confiar. Estamos perante uma situação que em tudo se assemelha ao velho “conto do vigário”, a um abuso de confiança e a uma quebra unilateral de contrato?

E, se acrescentarmos a este abuso de confiança o confisco das presta-ções salariais que são legalmente devidas a quem trabalha, teremos de classificar a actuação do estado com termos mais severos como roubo ou extorsão.

Evidentemente, tudo isto é feito em nome do chamado interesse nacional, um conceito que ninguém conseguiu ainda definir com serie-dade, mas que parece ser suficien-temente elástico para nele se encai-xarem todas estas barbaridades.

É verdade que a situação actual se deve às governações delirantes praticadas por governos anteriores, as quais, para além de propósitos eleitoralistas serviram para encher os cofres dos “amigos do regímen”, que, frequentemente, têm repre-sentantes dos seus interesses nos órgãos de decisão, nomeadamente nos elencos governativos.

-Que dizer de um país no qual os julgamentos dos grandes cri-mes económicos, de corrupção e que envolvem nomes sonantes se arrastam inaceitavelmente, à custa de expedientes processuais buro-cráticos e caducos, com o objectivo de se atingir a tão desejada, pelos arguidos e seus defensores, prescri-ção. Ou seja, não interessa provar a inocência, interessa é impedir que se condene a culpa.

- Que dizer de um país no qual

o sistema fiscal, para além de in-justo é instável, e, por isso mesmo, desencorajador da iniciativa priva-da, limitando-se a ser um caçador da pouca riqueza criada por quem trabalha no país? Citando Eça de Queirós

“O país perdeu a inteligência e a consciência moral… Já não se crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progres-sivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria… O Estado é considerado na sua ac-ção fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo.”

Embora escritas há cerca de 140 anos, as palavras de Eça parecem escritas hoje.

- Que dizer de um país que tem uma constituição retrógrada, foi feita a pensar no passado, ou seja, influenciada pelos traumas e com-plexos induzidos pelo regímen de-posto pelo golpe militar de 25 de Abril, constituição essa que, para além de ter aspectos anti-democrá-ticos, como seja a orientação do país para o socialismo, é em si mesma, pelos motivos atrás referidos, e não só, um obstáculo à modernização e ao desenvolvimento do país?

- Que dizer de um país, no qual a classe política, que se apoderou dele, tem como objectivo principal a sua perpetuação no poder e asse-gurar a sua remuneração futura à custa do esforço dos contribuintes?

- Que dizer de um país que, em pleno século XXI, vê crescer assus-tadoramente o número de pobres e de desempregados?

- Que dizer de um país no qual

um regímen que se proclama de democrático se transformou numa espécie de feudalismo do século XXI?

- Que se poderia dizer deste país;- Se uma lufada de ar fresco trou-

xesse, para os centros de decisão e do poder, gente com pensamento e objectivos mais éticos e, realmente, empenhada em servir o país e não em servir-se dele?

- Se a justiça fosse rápida, justa e igual para todos?

- Se o estado fosse uma pessoa de bem e não se comportasse como um viciado que rouba a família para sustentar o seu vício?

Provavelmente, se isso fosse uma realidade, eu poderia responder com mais satisfação à pessoa que me fez a pergunta.

Faroladas finaisUma palavra de apreço para o

trabalho da senhora ministra da justiça, no sentido de eliminar situa-ções lesivas dos interesses do estado criadas por antecessores seus e de dar passos importantes para acabar com a utilização das prescrições.

Outra palavra de saudação para o Dr. Vasco Graça Moura e para a ad-ministração do Centro Cultural de Belém, que deu instruções aos ser-viços do CCB para não aplicarem o aberrante Acordo Ortográfico (AO) e para que os conversores - ferramenta informática que adapta os textos ao AO - sejam desinstalados de todos os computadores da instituição.

O FMI e a Comissão europeia es-tão, finalmente, a chegar à conclu-são que as medidas de austeridade, por si só, não resolvem a crise, antes

podem contribuir para o seu agra-vamento. Não é sem tempo. Aliás, não se percebe como é que gente tão qualificada para ocupar cargos de tanta importância demorou tan-to tempo a chegar a cesta conclu-são. Ou será que não são assim tão qualificados? Naturalmente não são, basta ver os indivíduos que ex-portámos para essas instituições.

Entretanto, numa altura em que a Europa se encontra em crise, a Co-missão Europeia abriu um processo contra Portugal por infracção ao di-reito comunitário, por não ter adop-tado as novas normas de produção de galinhas poedeiras destinadas a melhorar o seu bem-estar. Com toda a consideração que temos pelas galinhas, até porque somos apreciadores de ovos estrelados, lamentamos que estes burocratas, cuja inteligência será semelhante à das aves em questão, não sejam mais úteis à Europa e caiam no ri-dículo com estas atitudes.

Um sem abrigo foi condenado, por um tribunal do Porto, pela ten-tativa de furto de uma embalagem de champô e outra de polvo, no va-lor total de cerca de 26€.

Moral da história:“Quem se mete com o polvo …

leva!”Para chegar a esta condenação

o estado teve custos na ordem dos 2.000€.

Entretanto, os casos do BPN e BPP, continuam impunes e os res-ponsáveis pelas situações respec-tivas, em liberdade, como se nada fosse com eles.

Até Breve n

António Justo

Segundo os dados, agora ofi-cialmente, vindos a público, os islamistas ganharam as eleições parlamentares no Egipto, atingin-do 70,4 dos mandatos.

As listas do braço político da influente Irmandade Muçulma-na ?Partido da Liberdade e Jus-tiça? (PLJ) conseguiram 45,7% dos assentos no parlamento. Em segundo lugar ficou o ?Partido da Luz ?(Hizb al-Nur) aliados dos Salafistas do Al-Nur que conse-guiu 24,6% dos lugares. O parti-do Wassat (islamitas moderados) conseguiu 8,4% e o partido liberal ?Aliança Egípcia? 6,6%.

Os Salafistas do Al-Nour pre-tendem a destruição de monu-

mentos históricos, (p. ex. as Pi-râmides dos Faraós) porque não dão testemunho do islão. Esta exigência não é nova. Já no Afega-nistão islamistas tinham arruina-do grandes estátuas de Buda que eram património mundial.

Aqueles que saudaram o derru-be do regime do presidente Mu-barak equivocaram-se. Não conta-ram que, geralmente, a situação no mundo árabe só tem possibilitado a escolha entre a cólera ou a peste.

Grande parte do povo egípcio sofre porque não tem pão, nem formação, nem voz. O clero islâ-mico é fiel ao sistema, encontran-do-se sempre do lado do poder. A gloriosa excepção é a Turquia

de Ataturk enquanto garantida pelo poder militar. De resto os governantes encontram-se na de-pendência da bonomia das mes-quitas que às sextas-feiras tomam muitas vezes posição. A aceitação de radicais na população também se deve ao facto de alguns grupos de islamistas se empenharem pe-los mais pobres e também os aju-darem com dinheiros vindos da Arábia Saudita.

A imprensa ocidental aquando das rebeliões na África do Norte, no entusiasmo do acontecimento, estoirou todos os foguetes antes da festa. Agora que a realidade vem à tona, os mesmos jornalistas conten-tam-se com informação tipo nota

encavacada nalguma esquina do jornal. Quem, durante a primavera árabe, com sangue frio, apontava para a realidade, e para o equívoco da comunicação social, era consi-derado desmancha-prazeres.

A imprensa europeia, ordina-riamente, quando informa sobre questões árabes, discrimina-a pela positiva. Isto tem muito a ver com a dependência europeia do óleo ára-be e com a fraternidade estrutural comum ao islão e ao comunismo.

O árabe só concebe a liberdade dentro do sistema islâmico en-quanto o ocidente a concebe aber-ta, também fora dele. Enquanto para o ocidente também ?o pró-ximo? faz parte do sistema, para

o árabe só o crente islâmico faz parte dele. Por isso a liberdade e a mudança que vem de fora consti-tui uma ameaça ao sistema.

A revolta não foi gerada no seio do povo, foi fruto de ideo-logias masculinas contra ideolo-gias masculinas. O ideário árabe é extremamente masculino. Uma mudança para melhor só será possível quando a feminidade fi-zer parte dele.

O busílis dos problemas árabes está no facto de religião, paz e li-berdade serem qualidades femini-nas. n

[email protected]

Egipto nas Mãos dos Islamistas

a liberdade é feminina por isso não se dá no deserto

Page 7: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

Jornal de OLEiROS 72012 FEVEREiRO / MaRÇO

Serafim Marques Economista

CRÓnICAS DE LISBOA

os donos das empresas públicas

Desde há séculos que o desen-volvimento económico da socie-dade assenta na combinação dos recursos naturais, no trabalho, nos capitais e na gestão, gerando a riqueza que tem permitido ao homem investir nas outras ciên-cias e no seu bem estar. A huma-nidade não teria evoluído se esta combinação não tivesse sido pro-gressivamente adoptada e desen-volvida. O agricultor, o pescador e o artesão tiveram que recorrer ao mercador para que este distribu-ísse os seus produtos pelos mer-cados mais alargados e distantes. A empresa, como célula base da actividade económica e que com-bina os factores económicos com vista a atingir os seus objectivos, corporizou a combinação dos fac-tores de produção e foi-se desen-volvendo ao longo dos séculos e até ao estádio que hoje conhece-mos e que a globalização deu a ex-pressão máxima do seu papel nas sociedades modernas. A evolução e as economias de escala foram-se sucedendo.

Obviamente que existem em-presas de diferentes grandezas, desde as micro até à grandes multinacionais, mas todas elas combinando esses recursos, nor-malmente escassos. Na cultura ocidental, mais nuns países do que noutros, os conflitos de interes-ses entre patrões e trabalhadores existem, porque ambos procuram maximizar os seus ganhos. Os pa-trões tentando pagar salários mais baixos e os trabalhadores reivindi-cando o oposto e demais regalias. Se estas duas classes possuíssem um nível elevado de civismo e ci-dadania, seria fácil encontrar um ponto de equilíbrio e no qual am-bos ganhariam, mas isso raramen-te acontece, pelo que o papel do Estado, na sua função regulado-ra, é muito importante na gestão desses conflitos. Além disso, essa “empresa utópica” estaria sujei-ta à concorrência de outras onde essa igualdade não existisse ou de empresas de países onde o desní-vel salarial é muito grande. Neste conflito de interesses quem é o elo mais fraco? Os trabalhado-res ou os patrões? Porque ambos precisam uns dos outros, pode-mos dizer que ambos têm fragi-lidades, mas também “armas de arremesso” que usam contra o

seu “inimigo” (greves, desloca-lizações, etc). Há, contudo, uma verdade insufismável de que são as empresas que criam emprego e riqueza e sem estas o país e os ci-dadãos sofrem as consequências, reflectindo-se no nível de vida. O Estado e as autarquias também geram emprego mas não riqueza “produtiva”, pois que servem-se dos impostos para cumprirem as suas funções (educação, saúde, segurança, etc), através da presta-ção de serviços aos cidadãos. Uti-liza também a figura empresarial (empresas públicas ou de capitais públicos), em sectores de serviço público que, normalmente são ac-tividades com elevado déficie de exploração e que é coberto pelos nossos impostos. Nestas empre-sas, a eficácia, a eficiência e a eco-nomia de meios ficam, muitas ve-zes, em segundo plano, pois são empresas excessivamente partida-rizadas e é nestas, cujos sindicatos têm muita força, que se sucedem greves por vários motivos (greves conjuntas, de solidariedade,etc).

O Governo, como “dono” das empresas públicas (EP) de trans-portes, anunciou medidas de re-estruturação no sector, impostas pela “Troika”, como actos de ges-tão da competência do “empresá-

rio Estado”, mas logo despoletou a reacção dos trabalhadores, aliás, na linha das contestações às refor-mas impostas pela troika, com o objectivo de bloquear as mudan-ças e conservar privilégios adqui-ridos. Esta tomada de posição dos sindicatos é legal e ética, porque se trata duma medida de gestão? Afinal, quem manda numa em-presa? Não pode o empresário tomar decisões da sua competên-cia, estas de racionalidade e de sobrevivência da sua empresa, assumindo as suas responsabili-dades perante os trabalhadores afectados? É assim no sector pri-vado e não o pode ser no sector público, cujos donos são os con-tribuintes? É este o eterno confli-to entre trabalhadores e patrões, queixando-se aqueles quando os empresários não criam emprego e riqueza. Afinal, os empresários e os capitais são ou não necessários numa economia moderna, como o foi desde os primórdios? Só um cego ou um alienado a ideologias caducas e atitudes de cidadania condenáveis dirá o contrário. A estes, junta-se o egoísmo de algu-mas classes profissionais, normal-mente com salários acima da mé-dia e que não hesitam em afundar a nossa economia, em defesa de

interesses corporativistas. Se sim, por que são tão atacados os em-presários pelos sindicatos e pela esquerda política, normalmente tão liberal a distribuir a riqueza que não existe, como foram as po-líticas destes últimos anos e que nos conduziram a esta terrível si-tuação económica e financeira em que o nosso país mergulhou?

Os sindicatos, que defendem os trabalhadores que têm em-prego, tardam em assumir uma postura moderna, mantendo-se agarrados a ideologias e práti-cas do passado, em vez de serem parceiros proactivos dum todo que é a economia, como centro das e para as pessoas, pois estas dedicam a maior parte das sua vidas a angariar e a dispor dos recursos para a sua subsistência e bem estar. Sem boas empresas, nada disto se consegue, pois só a economia gera riqueza e é esta que permite o desenvolvimento e o bem estar dos cidadãos. Os sindicatos têm que entender que a reestruturação de muitas EPs é um acto de sobrevivência e a for-ma de estancar os déficie de ine-ficiência, pagos com os impostos de todos nós. O contribuínte não tem direitos? Custa a entender isso? n

Nenhum de nós chamou esta malvada Crise.

Ela chegou e instalou-se como quis na nossa vida de todos os dias.

De nada adianta praguejar, chamar-lhe nomes, fazer de conta que não a vemos. Assim, ela não sai e ficaremos todos mal, cada vez pior.

Claro que temos de protestar e de lutar. Não podemos ignorar que houve e há culpados por ela existir. Não podemos permitir que, em nome da Crise, passe a valer tudo. Isso não!

Claro que alguém lhe abriu a porta e não a impediu de entrar, mas disso falaremos depois.

Por ora, vamos tentar aprender a lidar com esta Crise, enquanto ela estiver por cá. Não podemos gostar dela, mas temos de apren-der a viver com ela.

Façamos de conta que ela é uma espécie de parenta afastada, muito feia, vesga, sem escrúpu-los, mal-educada, mal cheirosa,

glutona, metediça, impertinente, mas tão poderosa que nos pode dar cabo da vida. Por azar nosso, decidiu vir passar uns tempos cá a casa (ao nosso país) e não a po-demos mandar embora sem mais nem menos.

Dizem por aí que temos de fa-zer melhor com menos meios. Estou de acordo, pois muitos de nós nada de jeito ainda fizeram na vida, mesmo com meios sufi-cientes.

Muitos trabalhadores ainda não perceberam que, se o patrão tiver prejuízo, eles também não ficam a ganhar. Muitos patrões, também não querem entender que, sem o trabalho devidamente remunera-do dos trabalhadores, nada feito.

Igualmente, muitos funcioná-rios públicos também ainda pen-sam que o Estado não tem de dar lucro, que não é preciso esforça-rem-se e que o dinheiro não se acaba. É falso. Se o Estado só der prejuízo, anos a fio, de onde virá o dinheiro para os vencimentos, para as reformas, para os serviços e para as obras?

Muitos alunos e muitos pais dos alunos, pensam que a esco-la é um passatempo, que é uma chatice, que não é preciso estudar e que todos têm muitos direitos e

poucos deveres. Muita da Crise que temos, é uma crise de valores e de respeito pelos outros.

Em suma, é preciso, em primei-ro lugar, trabalhar, produzir, sa-ber gastar e saber poupar.

Vemos por aí, de norte a sul de Portugal, hectares e hectares de terrenos agrícolas abandonados. Até parece que temos alimentos em excesso quando, na verdade, compramos ao estrangeiro mais de metade do que comemos.

Porque não aproveitamos, en-quanto cá temos a Crise e volta-mos a pôr essas terras a dar mi-lho, trigo, batatas, feijão e tudo o que elas possam dar? Talvez ela se dê mal com a fartura e se vá embora.

Vemos, bem perto de nós, imensos terrenos ardidos. Ao longo dos anos, a mãe Natureza vem fazendo o que pode. Nascem fetos, silvas, estevas, acácias e mi-lhares de pinheirinhos amontoa-dos, tudo ao acaso e sem ordem. Dificilmente esta “floresta” será rentável na nossa geração. Porque é que não se colocam máquinas e operadores, projectos e árvores para plantar à disposição das autarquias, das associações ou dos proprietários? Não seria um gasto, mas sim um investimento

a bem do país e do ambiente. Tal-vez a Crise não gostasse de ver de novo a floresta a tomar jeito e se fosse embora.

Não quero ofender ninguém, mas acho que muitos oleirenses, embora sejam trabalhadores, hu-mildes, hospitaleiros e solidários, não têm muita iniciativa nem muita ambição. Penso que a Crise se dá muito bem com esta gente, o que é muito mau para nós to-dos. Querem alguns exemplos?

1- Em Oleiros funcionam qua-tro talhos, mas nenhum deles é de um oleirense.

2- Temos uma tradição riquís-sima no fabrico caseiro de enchi-dos, de maranho, de queijo de cabra...mas não conheço nenhu-ma unidade de produção destes produtos, que os venda para todo o país. Preferimos comprar o que os outros fazem, até mesmo as imitações do que é nosso.

3- Já cheguei a fazer quase du-zentos quilómetros para ir a ban-quetes de casamentos de pessoas de Oleiros. Porque é que não se funcionam cá instalações seme-lhantes? Temos terrenos, paisa-gens lindíssimas, sossego...Só fal-

ta alguém que consiga fazer o que outros fazem aqui à roda. Lá tam-bém há Crise mas, quase todos os fins-de-semana é afugentada.

4- Adoramos o excelente ca-brito assado, “estonado” ou não. Temos um clima adequado e ex-celentes pastagens para o gado caprino. Porque é que não pro-duzimos cabritos aos milhares, como outros produzem e vendem leitões ou frangos ou vitelas?

Já imaginaram a pobre Crise ro-deada de chouriços, queijos, ma-ranhos, cabritos, presuntos, broa de milho...tudo servido num belo salão, com uma boa paisagem, salão de jogos, salas de estar, sala de brinquedos para as crianças....ali à beira do rio ou da ribeira? Eu acho que essa Crise de um raio era capaz de se dar mal.

Era bem feito que, por cau-sa desta Crise, nos tornássemos mais inteligentes, mais audazes, mais produtivos, menos esbanja-dores e mais fortes.

Tinha graça se ainda viéssemos a dizer: “Bendita Crise”, ainda bem que vieste.

A terminar: O que é que cada um de nós já fez para mandar esta crise embora? n

Bendita Crise

Fernando Dias Professor

Page 8: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

8 Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO

SERTã

Os Corpos Sociais da Casa da Comarca da Sertã (CCS) para o biénio 2012/2013 foram empossa-dos na Assembleia-Geral realiza-da no pretérito, dia 25 de Janeiro.

A referida cerimónia teve lugar no Salão Nobre da CCS, após a aprovação por unanimidade do relatório de actividades e contas referente ao biénio anterior.

À Mesa da Assembleia - Geral preside o advogado Dr. Manuel Farinha, ao Conselho Fiscal o Sr. Martinho Mendes de Oliveira e à Direcção o Engº. Pedro Amaro, fa-zendo ainda parte do elenco direc-tivo o Dr. Nuno Barata-Figueira, Vice-Presidente, o Sr. Carlos Amíl-car Dias, Secretário, o Sr. Armindo Ramos, Vice-Secretário, a Drª. Ana Paula Antunes, Tesoureira, e o Sr. Augusto da Silva Henriques e a Dra. Teresa Leal, Vogais.

O Conselho Regional, órgão consultivo da CCS, manteve a sua composição. Presidido pelo Presi-dente da Direcção, é ainda com-

posto por um representante de cada um dos municípios da CCS: Sr. Manuel Cunha, por Oleiros, Engª. Irene Fernandes Cardoso, por Proença-a-Nova, Sr. Virgílio Costa Silva, pela Sertã, e Dr. Alber-to da Silva Barata, por Vila de Rei.

Marcaram presença, nomeada-mente, o Dr. Jorge Farinha, Ve-reador a Câmara Municipal da Sertã, o General Mendes Dias, Presidente da Assembleia Muni-cipal de Vila de Rei, a Dra. Hele-na Almeida Santos, em represen-tação do Vereador Manuel Brito da Câmara Municipal de Lisboa, o Presidente do Instituto Euro-peu de Ciências da Cultura Padre Manuel Antunes, o Presidente da Associação das Colectividades do Concelho de Lisboa e represen-tantes da Casa do Concelho de Pampilhosa da Serra e da Casa da Galiza, bem como os presidentes da Liga de Amigos da Freguesia de Amieira e da Liga de Amigos da Freguesia de Isna.” n

“Corpos sociais da Casa da Comarca da sertã para biénio 2012-2013“ - (quem é quem)

Realizado no âmbito do módulo “A procura turística”, da disciplina de Turismo e Técnicas de Gestão, os alunos do 1º ano do Curso Pro-fissional de Técnico de Turismo Ambiental e Rural da ETPS (Es-cola Tecnológica e Profissional da Sertã) percorreram algumas ruas da Vila da Sertã, no passado dia 7

de Fevereiro, para a elaboração de inquéritos a população local, as-sim como aos comerciantes locais. Esta iniciativa, realizada numa pe-quena escala, pretendeu sensibili-zar a comunidade local e regional para o património, recolhendo a opinião dos cidadãos sobre o Cas-telo, e que eventos poderiam ser

realizados, de forma a envolver a comunidade local no desenvol-vimento cultural e económico do monumento. Apesar de ter sido realizado a uma pequena escala, os alunos irão analisar os resulta-dos obtidos, desenvolvendo novas ideias para a dinamização do Cas-telo da Sertã. n

etPs sensibiliza população para o Castelo e o seu

património

Agência de OleirosPraça do Município, 30

Telefone 272680000 - Fax 272680007

Contabilidade . salários . irs/irC . Pocalrua Cabo da devesa, 6160-412 oleiros

email: [email protected] • Telefone 272 682 795

Direcção Técnica: Dra Maria Odete da Conceição Guerra

Rua dos Bombeiros Voluntários - OleirosTelefone 272 681 015 . Fax 272 681 016

Page 9: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

Jornal de OLEiROS 92012 FEVEREiRO / MaRÇO

Uma das raíses mais marcantes da cultura ocidental é sem dúvida o Cristianismo com o seu impacto filosófico, espiritual e ético mas também organizacional. Isto é especialmen-te verdade relativamente ao desenvolvimen-to político, económico e social.

Introdução ao

Cristianismo PrimitivoDepois de algum tempo regressamos ao

nosso tema REINVENTAR PORTUGAL: Raíses da cultura ocidental, desta vez para nos debruçarmos sobre uma das raízes mais vivamente marcantes da cultura oci-dental. Naturalmente teremos de analizar primeiro o cristianismo primitivo para entendermos exatamente o modo como se estabeleceu na Península Ibérica e na Lusi-tânia em particular. Porque é claro que des-de o momento que o cristianismo alastrou por todo o império romano nunca deixou de exercer uma influência profunda sobre a sociedade ocidental. De todos os agentes que conspiraram para determinar o curso e o caráter da história moderna o Cristianis-mo e a Igreja são de importância maior.

No seu livro Discussions in History and Theology1 George P. Fisher menciona três estágios consecutivos fundamentais do de-senvolviemnto da Igreja Cristã. São eles: o estágio da Igreja Judaica que entretanto quase desapareceu; o estágio da Igreja Gre-ga que acabou por adquirir um caráter dis-tinto; e o estágio da Igreja Latina que ocu-pou o espaço político deixado vago pelo desaparecimento do Império Romano no Ocidente. Estes ramos do cristianismo es-tabeleceram-se entre as nações da Europa e passaram por desenvolvimentos particula-

res, sendo o estu-do dos últimos dois de maior im-portância devido aos segmentos te-ológicos e eclesiás-ticos que represen-tam. O cristianismo latino teve no en-tanto ainda maior impacto na forma-ção da cultura oci-dental por eventu-almente assumir a liderança dos desti-nos europeus, cheio de vitalidade, e entran-do como um dos elementos principais na formação da civilização europeia.

Breve história do Cristianismo: As garantias da fé cristã

O remanescente judaico aguardava a che-gada do Messias que se cumpriu com a vinda de Jesus à terra. De acordo com o livro de Da-niel Rops A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires2

– historiador católico romano – a corrente messiânica regava a melhor consciência ju-daica. Assim que Jesus nasceu em Belém e foi consagrado a Deus no templo em Jeru-salém passados oito dias, muitos dos dessa corrente messiânica O aceitaram como o Messias prometido como o sacerdote Si-mão e a profetiza Ana. A Sua vida e minis-tério haviam de provocar um impacto im-pressionante nos Seus seguidores por todo o mundo. A princípio os Seus seguidores não entenderam o significado da Sua mor-te na cruz. Mas tinham recebido garantias que lhes asseguravam a certeza da sua fé.

A primeira garantia era que a morte de Jesus na cruz assegurava a realidade e validade do Novo Concerto com Deus, e o Novo Testa-mento substituía o Velho. Os cristãos acredi-tavam verdadeiramente que Deus tinha feito um novo pacto com os seguidores de Jesus – Filho de Deus – que era válido através da Sua morte. Esta convicção inabalável dava-lhes força interior para enfrentar qualquer contrariedade que ameaçasse a sua fé.

A segunda garantia era o carácter sobrena-tural do destino da vida e ministério de Jesus confirmado pelo esplendor da Sua ressurrei-ção. Rops informa que a ressurreição de Cris-to ocupava um lugar decisivo e central no edifício doutrinário da Igreja Primitiva. Os crentes tinham imensa alegria em serem tes-temunhas da ressurreição de Jesus porque lhes dava uma visão clara de esperança na vida eterna. Como Rops afirma, a ressurrei-ção estabelecia na alma dos fiéis a certeza da vitória eterna. Como a promessa que Jesus tinha feito aos discípulos de que ressuscitaria ao terceiro dia se cumpriu – e que era a mais improvável – todas as outras promessas ha-via de cumprir-se também. Especialmente aquela em que Ele afirmou que “venceria o mundo”3 e que viria outra vez à terra mani-festando a Sua glória.

De acordo com Rops, a terceira garantia da sua fé era a ascenção de Jesus ao céu à vista de mais de quinhentos irmãos. Essa manifes-tação espantosa acabava por ser apoteótica perante os olhos de todos os presentes qua-renta dias após a Sua ressurreição e várias aparições aos discípulos. Que sinal extraor-dinário vê-Lo ascender ao céu até ser oculta-do pelas núvens e depois ouvir e ver os anjos que falavam aos discípulos acerca Dele.

A quarta garantia da sua fé foi o cum-primento do derramamento do Espírito

Santo no dia de Pentecostes. No alto ce-náculo estavam 120 discípulos de Jesus, que aguardavam por algo que não sabiam exatamente o que seria. Era a promessa de Deus Pai mencionada por Jesus em São Lu-cas no capítulo 24 versículo 49. De repente e sem ninguém esperar, a sala onde esta-vam reunidos encheu-se dum vento vee-mente e impetuoso e foram vistas sobre todos línguas como que de fogo, e todos foram cheios do Espírito Santo e sobrena-turalmente começaram a falar línguas que desconheciam.

Esta era a prova final que os discípulos precisavam para desafiarem o mundo de então com a men-sagem divina do Evangelho eterno. Como Rops afirma, para compreender-mos exatamente o sentido deste mis-tério é necessário nos reportarmos à tradição proféti-ca judaica da qual aqueles homens e mulheres estavam impregnados. A efusão do Espírito devia ser o último dos sinais da era messiânica. O Ungido sempre tinha sido concebido como o Mensageiro do Espírito Santo que havia de ser aspergido e espalhado ao re-dor sobre todos os seguidores de Cristo, chamando os seres humanos à santidade e à separação da impiedade e da maldade para uma nova vida de heroísmo espiri-tual consagrado, que transformaria radi-calmente a ética e a cultura do mundo. Exatamente como tinha sido profetizado pelos profetas Ezequiel e Joel.4 n

1Fisher, George P., Discussions in History and Theology, (Gar-land Publishing, Inc. New York & London. 1987), p.162. 2Rops, Daniel, A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires, (Livraria Tavares Martins, Porto. Portugal.1956), p. 13. 3Rops, Daniel, Ibid, p.19.

4Rops, Daniel, Ibid, pp. 19-20.

Por Fernando C. da Silva Teólogo, historiador

Cidade de Jerusalém

Provável Sepulcro de Jesus

REINVENTAR PORTUGAL 10: Raízes da Cultura Ocidental

Breve história do Cristianismo (1)

Nascimento de Jesus em Belém

Cristo morreu na cruz mas ressuscitou

Dia de Pentecostes

Dr. Fernando Caldeira da Silva

As Praias Fluviais do Penedo Furado e Fernadaires estão entre as 70 pré-finalistas ao concurso 7 Maravilhas - Praias de Portugal.

Terminada a fase de candidaturas, um painel de 70 especialistas seleccionou as 70 praias pré-finalistas, 10 em cada uma das sete diferentes categorias. As Praias Fluviais do Penedo Furado e de Fernandaires foram assim escolhidas para figurar entre as dez melhores na categoria de “Praias de Albufei-ras e Lagoas”.

Um conjunto de 21 personalidades de vá-rios quadrantes da sociedade portuguesa vai agora revelar, a 6 de Maio, quais as 21 praias

fluviais finalistas que poderão depois ser vo-tadas pelo público a fim de serem consagra-das as 7 Maravilhas - Praias de Portugal.

Para a Presidente da Câmara Municipal de Vila de Rei, Irene Barata, “a participação de duas praias fluviais no concurso 7 Ma-ravilhas - Praias de Portugal, e a sua conse-quente passagem para o lote das semi-fina-listas, é uma importante forma de promover as praias Vilarregenses, que apresentam um pape fulcral no turismo do nosso Concelho, atestando toda a sua qualidade mas também toda a beleza de um Concelho que é uma jóia no Centro de Portugal.” n

Penedo furado e fernandaires são pré-finalistas a concurso de 7 Maravilhas

VILA DE REI

Page 10: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

10 Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO

Já ninguém sabe o que pensar.Particularmente nos tempos

que atravessamos, sendo de es-perar que todo e qualquer discur-so ou declaração de responsáveis políticos se paute por uma abso-luta sobriedade e responsabilida-de, continuamos a deparar com uma oratória que, infelizmente, apenas envergonha quem a pro-fere e se revela, em última análi-se, como um insulto aos destina-tários.

Outras palavras não consigo encontrar que melhor traduzam o que penso de recentes afirma-ções de Cavaco Silva e Passos Co-elho. Sobre este assunto já muito se escreveu e rescreveu. Apesar de tudo, não queria deixar passar a oportunidade de verter, neste jornal, a minha opinião.

Há umas semanas atrás, re-ferindo-se aos cortes nas refor-mas, afirmava Cavaco Silva que, apesar de ainda não ter feito as contas, certamente que o que iria receber não lhe chegaria para as despesas. Acto contínuo, todos nós antevimos a precária situa-ção económica a que este país irá conduzir o Sr. Professor: mais dia menos dia terá de contentar-se com uma módica refeição de um caldinho de castanha pilada ou uns carapauzitos requentados. Haja Deus!!!

Cavaco Silva certamente não ignora que todo o país conhece os montantes da sua reforma e das “modestas” poupanças que até agora conseguiu.

Apesar de tudo, inexplicavel-mente, não se inibiu de dizer o que disse.

Se se tratou de uma piada pre-tendendo referir que também ele, apesar do cargo que ocupa e da situação privilegiada em que se encontra, terá de reformular os gastos domésticos, então a dicho-te foi de péssimo gosto porquan-to raia o humor negro. Não deve nem pode brincar com situações tão sérias quanto esta, sabendo das dificuldades que a enormís-sima maioria da população atra-vessa, dos sacrifícios que já tem de fazer e de outros que ainda lhe vão ser impostos.

Se falou a sério então a situação é mais grave, porquanto colide com o mais elementar

bom senso. Pondo em causa as suas, feriu sem dó nem pie-dade a seriedade e dignidade da enormíssima maioria dos portu-gueses. Tentando posteriormen-te justificar o injustificável, mais valia ter-se calado. Há textos aos quais ninguém consegue dar a volta…

Fica-nos na memória este tris-tíssimo episódio e a seu tempo a história encarregar-se-á de fazer justiça.

Mais recentemente, há escas-sos dias a esta parte, Passos Co-elho quis também dar um ar da sua graça, mostrando-nos o seu sentido de oportunidade de in-tervenção e o quanto se encontra atento à realidade portuguesa. Falando sobre exigência, compla-

cência e pieguice, afirmou: “…os portugueses têm de ser mais exigentes, menos complacentes e menos piegas”.

O seu a seu dono. Façamos justiça a esta afirmação, pois rela-tivamente a dois destes predica-dos, Passos Coelho acaba, sem o saber, por ter absoluta razão.

Faltou-lhe, no entanto, termi-nar a frase e ter adiantado relati-vamente a quê e a quem. O que de facto deveria ter acrescentado e não acrescentou, foi que os portugueses devem ser muitíssi-mo mais exigentes e muitíssimo menos complacentes… relativa-mente às políticas e aos políticos deste país. Isso não pensou e muito menos disse. No entanto, se o tivesse feito, colheria o nosso aplauso.

Vamos à pieguice, o terceiro predicado desta afirmação.

Então o Dr. Passos Coelho acha que depois dos sacrifícios que já nos foram exigidos e impostos, apenas caucionados por promes-sas que todos os dias nos são re-petidas, serão motivo para aplau-dir, comer e chorar por mais?

Que é feito da prometida redu-ção drástica dos custos do apare-lho de estado, da reavaliação das parcerias, do fim das fidalguias e nomeações pela cor política e compadrio, da responsabilização e incriminação dos responsáveis pela situação a que chegámos?

A todos esses, que estão aqui tão perto, nada lhas doeu. Nós, os “mouros”, somos agora apeli-

dados de piegas.A grande maioria, aquela a

quem até agora tem sido exigi-do o pagamento da factura desta prolongada festança para a qual nunca foi convidada, ainda leva o epíteto de piegas?

Haja tino e dignidade. Como bem se diz na minha terra, valha-nos um burro aos coices e outro aos pinotes…

Agradaria por certo a V. Exª que todos nós, os até agora in-felizes contemplados, numa de patriotismo e ingénua credibili-dade, num uníssono de vozes ao céu virado, gritássemos a fôlego inteiro: “ Oh Passos, só levas isto?

E porque não o dobro? Se levares tudo já de pouco importa!!! Ser-ve-te à vontade…

Apenas desabafos… Impor-tante, mesmo importante, foi a ridícula afirmação que ora os motiva. Uma vez mais, a história se encarregará de julgar.

Os joguetes de plateia e jogos de palavras a que vamos estan-do habituados deviam excluir, por uma questão de dignidade e racionalidade, assuntos tão sérios quanto este.

Com o fogo não se brinca. n

António Romão de Matos

figuras tristes…

Fernando Carvalho

O espaço rural foi caracterizado historicamente por uma actividade económica predominantemente agrícola que tinha como função principal a produção de alimentos. Porém, esta característica mudou radicalmente nas últimas décadas, constatando-se hoje uma predomi-nância evidente de um “rural” não agrícola, nomeadamente nas re-giões do interior. Trata-se de uma transformação que começou a ve-rificar-se progressivamente a partir da década de sessenta, provocada por alterações de ordem social e cultural, pela optimização da pro-dução agrícola e por via da difusão de várias inovações tecnológicas, que vieram permitir uma maior eficiência da produção e facilitar a mobilidade de pessoas e bens.

Através desta análise é possível concluir que o despovoamento que hoje se regista, de forma cada vez mais acentuada, no interior do território é mais uma consequência desta alteração de paradigma do espaço rural do que uma causa.

Para contrariar estas alterações têm sido promovidas diversas

políticas específicas de desenvol-vimento para dinamização dos espaços rurais, que se viram des-providos do seu maior significado anterior. Trata-se de uma “recon-ceptualização” do mundo rural, que visa gerar actividades com-plementares como a caça, o turis-mo, a venda de produtos agrícolas tradicionais, o artesanato, o lazer, entre outras. Este novo paradigma assenta também numa valorização da natureza como objecto de dese-jo e lazer, emergindo as tendências da conservação dos valores natu-rais, da procura da autenticidade e da genuinidade, preocupações que valorizam as identidades e memórias genuínas, num mundo cada vez mais globalizado e homo-geneizado.

Contudo, apesar dos esforços significativos da maioria dos mu-nicípios, não se prevê que seja pos-sível inverter esta tendência, pelo menos no curto e médio prazo. São medidas que têm um efeito quase marginal quando confrontadas com o actual modelo de desen-volvimento, que privilegia a con-centração de pessoas nos grandes centros urbanos.

As recentes políticas restritivas ajudam a acentuar essa tendência,

nomeadamente nas áreas da Saú-de, da Educação e da Justiça, com o encerramento de diversos serviços públicos nas zonas rurais. Do pon-to de vista puramente económico talvez pareça insustentável man-ter aqueles serviços, muito caros, por falta de procura significativa. Contudo, há factores a considerar que deveriam prevalecer, nome-adamente porque estas medidas contrariam todo o esforço que está a ser feito no combate ao despovo-amento. A preservação daqueles serviços não contribui, só por si, para a resolução do problema, mas não é aceitável que o Estado “aban-done” o interior nesta fase funda-mental.

“PINHAL INTERIOR” – QUE FUTURO?

Tomando como exemplo a evo-lução da população na região do ”Pinhal Interior”, onde se integra o concelho de Oleiros (entre 19 concelhos dos distritos de Coim-bra, Leiria, Castelo Branco e San-tarém), constata-se que perdeu quase 10 % da população nos úl-timos dez anos. De acordo com o “censos” de 2011 a região tem ago-ra uma população aproximada de 170 000 habitantes e estima-se que em 2025 esse número seja inferir a

150 000. Sendo uma das regiões do país com maiores dificuldades de reconversão, com fenómenos de desertificação e envelhecimento populacional muito acentuados, é ainda penalizada pelo facto de não dispor de centros populacio-nais relevantes à escala nacional, que sejam capazes de exercer a mesma atractividade dos centros urbanos do litoral.

Estes dados evidenciam que as políticas adoptadas e aplicadas à escala local, ainda que pertinen-tes e necessárias, são insuficien-tes para resolver os problemas de despovoamento. Com efeito, só com estratégias e políticas de or-denamento e desenvolvimento à escala nacional é possível comba-ter esta situação, que é transversal à generalidade do território. É ne-cessário ganhar um efeito de esca-la nas políticas e criar sinergias na resolução de problemas que são comuns.

Assim, para além da obrigação que o Estado tem em garantir as condições adequadas no acesso das populações aos serviços bá-sicos que são da sua competência e das iniciativas dos organismos locais, deverá ser adoptada uma política nacional de incentivo à

produção, tendo em conta as es-pecificidades de cada região e suas potencialidades.

No caso concreto da região do “Pinhal Interior”, vista como um todo com base nos pressupostas enunciados, poderão ser identi-ficados recursos naturais impor-tantes, nomeadamente a floresta e a água, com potencial para serem as alavancas do desenvolvimento. Com efeito, trata-se de uma região que tem todas as condições para se tornar numa das grandes flores-tas da Europa e o aproveitamento do potencial florestal poderá ser a grande oportunidade para imple-mentar uma actividade industrial, nas mais diversas vertentes que esta fileira permite.

Trata-se de um recurso de gran-de importância económica, deven-do a sua exploração articular-se através de orientações estratégicas que tenham em conta sustentabi-lidade e a diversificação das acti-vidades económicas baseadas nos espaços florestais, tornar a floresta mais resistente aos incêndios, me-lhorar o seu valor ambiental e o seu contributo para a conservação dos recursos naturais, promovendo o aproveitamento energético dos re-cursos florestais. n

o espaço rural – novos Paradigmas de desenvolvimento

Page 11: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

Jornal de OLEiROS 112012 FEVEREiRO / MaRÇO

O nosso jornal é media partner deste acontecimento como não podia deixar de ser.

A todos os que se juntem, um anorme abraço.O Director do Jornal de Oleiros fez já a proposta de que em 2013

o almoço seja em Oleiros. n

Beirões reunem dia 17 em s. Pedro de Muel

A desertificação no interior do país, resultado do êxodo migratório dos anos sessenta e setenta, tem-se acentuado nos últimos anos com a deslocação da pouca mão-de-obra existente para as pequenas cidades de província.

Em todas as campanhas eleitorais, e no início dos novos mandatos governamen-tais, há promessas e vontades para contra-riar essa tendência. No entanto, até agora, não têm passado de meras intenções. Esta situação está a ter implicações muito ne-gativas no interior do país porque não es-tão a ser criadas as condições necessárias que possibilitem o regresso das pessoas às terras de origem. Com efeito, as condições de segurança, nomeadamente ao nível das estruturas de saúde e transportes, são um desincentivo para que se rompam os laços em relação à actual residência e, com o perpetuar da situação, a vivência entre as pessoas e as famílias tendem a esbater-se e os laços fundamentais de coesão social, cultural e familiar serão postos em causa.

Dado que as políticas assumidas pelo Estado não surtem efeitos, têm surgido algumas iniciativas da sociedade civil, através do agrupamento de cidadãos em forma de associação de âmbito local, que contribuem para alguma coesão social e cultural e promovem o bem-estar das co-munidades.

Estas iniciativas inserem-se naquele que hoje se designa como o “Terceiro Sector”, que nem é público nem privado, e que para Ruth Cardoso (1) é uma forma de revolução nos papéis sociais tradicionais. No seu conceito este sector “descreve um espaço de participação e experimentação de novos modos de pensar e agir sobre a realidade social. A sua afirmação tem o grande mérito de romper a dicotomia entre público e privado, na qual público era sinónimo de estatal e privado de em-presarial. Estamos a assistir ao surgimen-to de uma esfera pública não estatal e de

iniciativas privadas com sentido público. Isso enriquece e complexifica a dinâmica social” (Cardoso, 1997).

É neste contexto que surge a Associação Desportiva Recreativa e Cultural da Pó-voa da Ribeira, formada em 2002, através da iniciativa de um grupo de cidadãos com vínculo à terra. Este organismo tem como objectivo fomentar a cultura e divul-gar as potencialidades endógenas, a defe-sa dos interesses comuns e colectivos dos associados, bem como da localidade e da freguesia.

Para consolidar estes objectivos a Asso-ciação criou, com o apoio das Entidades locais, as condições logísticas que per-mitem a realização de diversos eventos distribuídos durante o ano, que promo-vem o convívio entre os seus associados e amigos. Estes eventos permitem dar a conhecer o melhor que a terra e a região têm para oferecer.

De entre os eventos anuais referidos faz parte a Assembleia-Geral da Associação, a última realizou-se no passado dia 21 de Janeiro. À semelhança do ano anterior, foi seguida de almoço-convívio, que se pro-longou pela tarde e noite dentro. Contou com os contributos de vários associados que, de forma voluntária e empenhada, deram o seu melhor na organização do evento, na confecção das iguarias e na oferta de diversos produtos para compor a mesa e proporcionar bons momentos de convívio. Um pouco na base em que “cada um dá o que pode”….

Para concretização de alguns dos seus objectivos, tem sido preocupação da Asso-ciação que todas as iniciativas a realizar apresentem produtos regionais, podendo afirmar-se que tem sido uma embaixado-ra na divulgação da sua cozinha, nomea-damente da chanfana, da broa de milho, do pão de trigo, das filhoses, do queijo, da tigelada, do arroz doce, do vinho e da aguardente de medronho.

Fig. 1- Pão de trigo servido no almoço de 21.01.2012

Fig. 2 – Filhoses para o lanche da Assembleia-Geral de 21.01.2012

O convívio contou com a presença de cerca de sessenta pessoas entre associados, familiares e amigos.

A animação esteve a cargo do grupo mu-sical “Banza”, ao qual se juntaram os nossos conhecidos Carlos Agostinho e Artur que, de forma espontânea, proporcionaram um ex-celente espectáculo de “fado à desgarrada”!

Fig.3 – Carlos Agostinho e o acordeonista Carlos

Farropas (grupo Banza)

Apesar da localidade ter actualmen-te apenas sete habitantes permanentes, a Associação possibilitou uma dinâmica que envolveu toda a população. O facto de ocorrerem visitas mais frequentes, as quais obrigam a uma maior permanência, foi necessário criar as condições de aloja-mento adequadas. De alguma forma, foi esta motivação que incentivou à recupe-ração das habitações degradadas e ou à construção de novas habitações. Por essa razão, é hoje frequente que permaneçam na povoação alguns dos habitantes não residentes por períodos mais ou menos longos que, durante a sua estadia se ocu-pam do cultivo de pequenas propriedades agrícolas, apesar de pouco relevante, con-tribui para diminuir as idas ao supermer-cado! Ainda que de forma incipiente, pro-move a produção local e por consequência a diminuição das importações de alguns produtos. Contudo, se extrapolado para nível nacional, talvez não seja assim tão pouco relevante.

Porém, o impacto da introdução das portagens na A 23 pode vir a ter efeitos significativos na retracção nas desloca-ções. Esperamos, contudo, que a nova ligação entre a Sertã e Oleiros possa col-matar esses efeitos negativos e contribua para manter ou até aumentar as visitas às terras de origem, de modo a desenvolver e intensificar os laços e o interesse por aqui que também é seu.

A dinâmica criada pela sociedade ci-vil e pelas instituições oficiais, associada à actual crise e a alguma disponibilidade pelo afastamento da vida profissional, po-derão representar um virar de página e o retorno de alguns, por períodos sazonais, dando vida aos lugares e uma mais valia para o interior. n

* Maria da Conceição D. N. Rocha

“o regresso às origens” *

Page 12: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

12 Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO

Sobre Seguros, Mediação de Seguros, LdaPortela, nº 6, 6160-401 Oleirosemail: [email protected]

Telefone 272 682 090 - Fax 272 682 088

e-mail: [email protected].: 272 688 058

Agora com pagamento de facturas domésticas e carregamento de telemóveis

Carne de qualidadePraça do Município . Oleiros

Telefone 962567362

Bar Calado: [email protected]. nac. 238, alverca, oleiros

Telefone 936 355 742 (Frente à zona indústrial)

APOIE OS BOMBEIROS

DE OLEIROS

Faça-se Sócio

Page 13: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

Jornal de OLEiROS 132012 FEVEREiRO / MaRÇO

Realizaram-se no passado dia 22 de feve-reiro, no Orvalho, os festejos em honra de S. Sebastião, numa atividade dinamizada pelo Grupo de Amigos Incondicionais do Orvalho (GAIO) que teve inicio com uma procissão para a Igreja Matriz, seguindo-se a missa e regresso da imagem do Santo

à capela. Durante a tarde, a animação foi constante e espontânea com a venda de ofertas e lanche para toda a população, não faltando um concerto da Filarmónica Pam-pilhosense na sede da Junta de Freguesia de Orvalho, para satisfação de todos os presentes. n

aconteceu em oleiros

Foi inaugurada, no passado dia 7 de feve-reiro, a exposição “A paleta de cores em movi-mento”, da autoria do oleirense Rodolfo Lu-cas. A mostra, dedicada às artes decorativas, vai estar patente no Posto de Turismo Muni-cipal até ao dia 29 de fevereiro e evidencia vá-rias técnicas de pintura decorativa, tais como: o fresco, a representação de várias texturas, a imitação de materiais e de embutidos em madeira ou o Trompe d´oeil; mas também a cerâmica, o douramento ou o pó japonês.

Recorde-se que o autor, também conhecido artisticamente pelo nome Rael, tirou o curso de Pintura Decorativa, no Instituto de Artes e Ofícios da Fundação Ricardo Espírito Santo Silva (FRESS), em Lisboa, o que lhe deu uma vasta experiência no âmbito da pintura e res-tauro, nomeadamente ao nível de técnicas

de douramento com ouro fino. Para além de muitos imóveis particulares, também a ala pediátrica do Hospital de Santa Marta (em Lisboa), várias alas do Palácio da Cidadela de Cascais, do Palácio de Seteais (em Sintra), da Quinta dos Condes (em Carnide) e o Hotel Altis Avenida (em Lisboa), foram alvo de in-tervenções de recuperação, pintura e restauro por parte do autor.

Do seu portfólio fazem ainda parte pinturas murais emblemáticas, como uma representa-ção do concelho de Oleiros, situada no interior do edifício das Piscinas Municipais, em Oleiros, ou a imagem em Tromp lóeil, situada na facha-da do edifício UCCLA (União das Cidades Ca-pitais Luso-Afro-Américo-Asiáticas), na Rua de São Bento, em Lisboa, a qual é considerada uma das obras mais relevantes do autor. n

“a paleta de cores em movimento” em Oleiros até ao final do mês

Desfile de Carnaval Oleiros 2012O habitual desfile carnavalesco promovi-

do pelo Município de Oleiros está agendado para o dia 19 de fevereiro, pelas 14,30 horas. A grande novidade deste ano será a mudan-ça da data de realização deste acontecimento de terça-feira para domingo de carnaval, pre-tendendo assim reunir ainda mais pessoas a assistir ao divertido desfile de participantes.

Quem quiser participar, poderá inscrever-se até ao dia 17 de fevereiro, diretamente na

Casa da Cultura ou telefonicamente através do 272 680 230. Espera-se a comparência das mais diversas entidades, as quais têm participado anualmente com imaginativos carros alegóricos e outras representações.

O mote está lançado; tome nota na sua agenda e venha até Oleiros viver dias de folia e animação. Aproveite para se deliciar com a mais genuína e apelativa gastrono-mia tradicional da Beira Baixa. n

torneio de ténis de oleiros arranca a 22 de fevereiro

Os jogos do I Torneio de Ténis promovi-do pelo município de Oleiros vão ter início no próximo dia 22 de fevereiro. A iniciati-va irá decorrer no court de Ténis do com-plexo desportivo das Piscinas Municipais. Recorde-se que esta é uma infraestrutura

que integra ainda um circuito de manuten-ção, piscinas exteriores e interiores, ginásio e campo de futebol de 7. Para mais infor-mações, os interessados deverão contactar aqueles serviços, pelo 272 681 062 ou atra-vés do e-mail [email protected]. n

Está a decorrer até ao dia 21 de março, na Casa da Cultura de Oleiros, a iniciativa “Escrita à Solta…era uma vez sem fim”. Para o efeito, cada munícipe poderá ir à Casa da Cultura de Oleiros dar a sua con-tribuição para a elaboração de uma histó-ria…basta escrever uma pequena parte. Com esta atividade, pretende-se editar um

conto escrito pela população Oleirense.Os interessados em participar, deverão diri-

gir-se à Casa da Cultura de Oleiros. A iniciati-va é dirigida a todos aqueles que (em grupo ou individualmente) desejam desenvolver e apli-car o seu potencial criativo, pretendendo assim estimular a escrita e divulgar o pensamento, os sentimentos, as ideias e as emoções. n

escrita à solta em oleiros

eleições na Pinhal totalRealizou-se no passado dia 5 de feve-

reiro, pelas 14h30, a Assembleia Geral da associação Pinhal Total. Reunidos na nova sede, os associados presentes puderam apreciar e aprovar o relatório de ativida-des e contas relativo a 2011. De seguida, foram realizadas eleições para os corpos diretivos, tendo sido apresentada a sufrá-gio uma lista única, a qual foi eleita por unanimidade.

Os corpos diretivos eleitos são:ASSEMBLEIA GERAL

Presidente: Alfredo de Jesus Martins Vice-presidente: Cláudio Miguel Facucho Lopes Secretário: Nelma Joana Ventura Antunes

CONSELHO FISCAL Presidente: Jorge Manuel Cordeiro Rodri-gues

Vogal-relator: Carlos Manuel Garcia Costa Vogal: Amélia Regina Fernandes Ribeiro

DIREÇÃO Presidente: Carlos Manuel da Piedade Lourenço Vice-presidente: João Paulo Fernandes Ribeiro Vice-presidente: Paulino José Antunes Mendes Secretário: António José Lopes Luis Vogal-secretário: Nuno Alexandre Men-des Fernandes Tesoureiro: António Jorge Fernandes Antunes Vogal-tesoureiro: José Eduardo Mendes Alves Vogal: Emanuel Teotónio Pedroso dos Reis Matias Vogal: Sérgio Lopes Batista n

espaço internet de oleiros promoveu ação de formação

O Espaço Internet de Oleiros promoveu mais uma Ação de Formação de Iniciação à Internet direcionada a todos aqueles que pretendam iniciar-se no mundo das novas Tecnologias da Informação e Comunicação. A formação compreendeu um total de dura-ção de 10 horas, numa ação de formação gra-tuita que pretendeu dotar os formandos de competências básicas adequadas para uma utilização correta de hardware e software. n

gaio dinamizou festividades do são sebastião

Page 14: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

14 Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO

DESPORTO

“Qual é o teu valor de mercado, mãe? Desculpa escrever-te uma pe-quena carta, mas estou tão confuso que pensei que escrevendo me ex-plicava melhor.

Vi ontem na televisão um senhor de cabelos brancos, julgo que se cha-ma Catroga, a explicar que vai ter um ordenado de 639 mil euros por ano na EDP, aquela empresa que dava muito dinheiro ao Estado e que o governo ofereceu aos chineses.

Pus-me a fazer contas e percebi que o senhor vai ganhar 1750 eu-ros por dia. E depois ouvi o que ele disse na televisão. Vai ganhar muito dinheiro porque tem o seu valor de mercado, tal como o Cris-tiano Ronaldo. Foi então que fiquei a pensar. Qual é o teu valor de mer-cado, mãe?

Tu acordas todos os dias por volta das seis e meia da manhã, antes de saíres de casa ainda preparas os nos-sos almoços, passas a ferro, arrumas a casa, depois sais para o trabalho e demoras uma hora em transportes, entra e sai do comboio, entra e sai do autocarro, por fim lá chegas e traba-lhas 8 horas, com mais meia hora agora, já é noite quando regressas a casa e fazes o jantar, arrumas a casa e ainda fazes mil e uma coisas até te deitares quando já eu estou há mui-to tempo a dormir.

O teu ordenado mensal, contaste-me tu, é pouco mais de metade do que aquele senhor de cabelos brancos

ganha num só dia. Afinal mãe qual é o teu valor de mercado? E qual é o valor de mercado do avozinho? Co-meçou a trabalhar com catorze anos, trabalhou quase sessenta anos e tem uma reforma de quinhentos euros, muito boa, diz ele, se comparada com a da maioria dos portugueses. Qual é o valor de mercado do avô, mãe? E qual é o valor de mercado desses portugueses todos que ainda recebem menos que o avô? Qual é o valor de mercado da vizinha do an-dar de cima que trabalha numa em-presa de limpezas?

Ontem à tardinha ela estava a conversar com a vizinha do tercei-ro esquerdo e dizia que tem dias de trabalhar catorze horas, que não almoça por falta de tempo, que costumava comer um iogurte no autocarro mas que desde que o motorista lhe disse que era proibi-do comer nos transportes públicos se habituou a deixar de almoçar. Hábitos!

Qual é o valor de mercado da vizinha, mãe? E a minha prima Ana que depois de ter feito o mestrado trabalha naquilo dos te-lefones, o “call center”, enquanto vai preparando o doutoramento? Ela deve ter um enorme valor de mercado! E o senhor Luís da mer-cearia que abre a loja muito cedo e está lá o dia todo até ser bem de noite, trabalha aos fins de semana e diz ele que paga mais impostos

que os bancos?Que enorme valor de mercado

deve ter! O primo Zé que está de-sempregado, depois da empresa onde trabalhava há muitos anos ter encerrado, deve ter um valor de mercado enorme! Só não perce-bo como é que com tanto valor de mercado vocês todos trabalham tanto e recebem tão pouco! Tam-bém não entendo lá muito bem – mas é normal, sou criança – o que é isso do valor de mercado que dá milhões ao senhor de cabelos brancos e dá miséria, muito traba-lho e sofrimento a quase todas as pessoas que eu conheço!

Foi por isso que te escrevi, mãe. Assim, a pôr as letrinhas num papel, pensava eu que me enten-dia melhor, mas até agora ainda estou cheio de dúvidas. Afinal, mãe, qual o teu valor de merca-do? E o meu?” n

qual é o teu valor de mercado?

Francisco Queirós

A cegueira e a obstinação dos homens lembra-me às vezes a ce-gueira e a obstinação das varejeiras enfrenizadas contra as vidraças. Bastava um momento de serenidade, dez-réis de bom senso, e em qualquer fresta estava a liberdade.

Mas o demónio da mosca, quanto mais a impossibilidade se lhe põe diante, mais teima.

O resultado é cair morta no peitoril.Não se pode fazer ideia da maravilha de criança que era a filha

de um poeta de meia tigela que hoje me lia versos impossíveis, a empurrá-la enfastiado com a mão esquerda, quando ela graciosa-mente o interrompia.

A canção enluarada, a quadra perfeita, o soneto verdadeiro que justificavam aquele homem estavam ali, a brilhar nos olhos da pe-quenita; e o desgraçado às turras à janela, a zumbir e a magoar-se, sem ver que tinha diante de si o verdadeiro caminho da salvação!

Miguel TorgaMoramos num mundo controlado pela economia. Mas quase nin-

guém entende por completo o sistema económico presente em nos-sas vidas.

Inflação, o salário mínimo, os preços de alimentos, produtos im-portados, impostos, multas e juros -- cada um destes ítens estão a controlar a nossa vida

A razão para esta estranha situação é intencional. Os economistas trabalham e escrevem para alguns empressários, os milionários. A ignorância e confusão sobre assuntos financeiros por parte do povo vai resultar em liberdade deles para acumular mais riquezas. Eles não gostam do fortalecimento e participação da cidadania nos as-suntos económicos. Eles não gostam do conceito de democracia eco-nómica. Quando as pessoas se encontram em verdadeira pobreza, sem as mínimas necessidades básicas de vida, como pode funcionar a democracia?

Quando os políticos estão influenciados e controlados pelos milio-nários e banqueiros com seus poderes económicos, como podemos ter um governo honesto?

Democracia verdadeira necessita de justiça social para todos.Esta sim a verdadeira situação, enquanto isto não se alterar e as

varejeiras continuarem obstinadas sem um momento de serenidade e bom senso, jamais encontraremos o Caminho da Salvação!

Sem duvidas uma via sacra difícil mas ao nosso alcance!!“Nunca pensem que mesmo um grupo pequeno de indivíduos

altamente dedicados não pode mudar o mundo.Na verdade, estes são os únicos que sempre mudaram.” n

o Caminho da salvação

* Carlos Fernandes

Decorreu ontem pelas 17h no Museu do Cargaleiro, a apresenta-ção à Comunicação Soc, do RALI CIDADE CASTELO BRANCO. A mesma contou com a presença do Sr. Presidente da Câmara Muni-cipal de Castelo Branco, Joaquim

Morão, do Presidente da Escuderia Castelo Branco, António Sequeira e do Diretor de Prova, Luís Carame-lo que resumiu como irá decorrer a próxima prova do Campeonato Open de Ralis - Rali Cidade Caste-lo Branco. n

rali de Castelo Branco em 9 e 10 de Março

Na pretérita quinta-feira, 9 de Fevereiro, a Associação de Juristas de Pampilhosa da Serra efetuou o lançamento da revista jurídica, da-quela Associação, “Terra de Lei”.

A sessão realizada em Lisboa, no Auditório do Metropolitano, contou com a presença de vários e ilustres juristas deste concelho da Beira Serra. Destes destaca-se o vice-presidente do STJ, juiz conselheiro António Henriques Gaspar, a juiza desembargadora no Tribunal da Relação de Évora, Ana Brito, entre outros. Para além destes também estiveram presen-tes o Presidente do STJ, Noronha do Nascimento e o deputado e ex-ministro da justiça, Alberto

Martins.A apresentação desta revista

jurídica ficou a cargo do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa que no seu discurso elancou vários juris-tas oriundos da Pampilhosa e fez uma resenha histórica sobre a ele-vação da vila a Concelho.

De realçar, segundo o Profes-sor catedrático da Universidade Clássica de Lisboa, a “execeção” desta revista semestral, onde “a qualidade é enorme, o que dei-xa elevadas expectativas sobre o próximo número”.

No evento usaram ainda da pa-lavra o Presidente da AJPS, juiz desembargador Luís Lameiras, que referiu ser mais uma das fina-

lidades desta Associação levar o concelho de Pampilhosa da Serra mais longe. Sem querer aprofun-dar muito o estudo sobre o novo ordenamento judicial, referiu que a AJPS irá lutar para que o Tribunal daquela Vila não seja encerrado, acrescentando que vê “com preo-cupação a possível extinção do Tri-bunal de Pampilhosa da Serra”.

Finda a apresentação a sessão de lançamento foi brindada com a actuação da Filarmónica Frater-nidade Pampilhosense, da qual se deslocaram diversos jovens daque-le concelho à capital. n

Apoio: Dr. Armando Ramos

associação de Juristas de Pampilhosa da serra lança revista Jurídica

Page 15: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

Jornal de OLEiROS 152012 FEVEREiRO / MaRÇO

www.jornaldeoleiros.com

Ficha técnica

Cupão de Assinatura

q Nacional 10,00€ q Apoio (valor livre)q Europa 20,00€

Nome.................................................................................................

Morda....................................................................................................

Localidade..................................Código Postal .......... - .....................

Contr. nº. ...................................... Telefone ...................................

Data ......./............. /...................

Novo ...... Renovação............. Nº. Assinante...................................

Quero pagar por: Numerário q Cheque q para o endereço abaixo

Transferência bancária q para o NIB: 0045 4111 4023 172359 643

para o IBAN: PT50- 0045 4111 4023 172359643

Ass.....................................................................................................___________________________________________________________Enviar para: Rua 9 de Abril, 531, 1º Dtº, 2765-543 S. Pedro do Estoril E-mail: [email protected] Telefone: (00351) 922 013 273

Director: Paulino B. Fernandes • Fundador: Paulino B. Fernandes • Redactor-Chefe (Europa): Tony Teixeira • Presidente do Conselho Edi-torial: Dra Manuela Marques • Registo legal: ERC nº 125 751 • Proprietário: Paulino B. Fernandes • Periodicidade: Mensal • Sede: Rua 9 de Abril, 531, 1º Dtº., 2765-543 S. Pedro do Estoril • www.jornaldeoleiros.com • email da redacção: [email protected] • Telefone: 922 013 273 • Site: www.jornaldeoleiros.com • Tiragem: 5 000 exemplares • Redacção: Oleiros • Distribuição: Massiva através dos CTT nas residências e postos de venda • Colaboradores: João H. Santos Ramos*, Fernanda Ramos, Inês Martins, António Mendes, Manuela Marques, António Romão de Matos, Rui Pedro Brás, Ana Maria Neves, Ivone Roque, Hugo Francisco, António Moreira, Miguel Marques, Soraia Tomaz, Augusto Matos, António Lopes Graça, Cristina Ferreira de Matos, Cátia Afonso, Ana Faria, Carlos N de Carvalho, Nelson Leite- New Jersey - EUA, Eliane Brick, Estados Unidos da América • Correspondentes: Silvino Potêncio (Natal, Brasil) • Fernando Caldeira da Silva (África Austral) • Correspondente em Castelo Branco: Rui Manuel Almeida Nunes (www.ruianunes.no.sapo.pt) • Catarina Fer-nandes (Lisboa) • Paginação e Impressão: Coraze, Oliveira de Azeméis

CONTACTOS ÚTEIS

• Jornal de Oleiros - 922 013 273• Agrupamento de Escolas

do concelho de Oleiros – 272 680 110

• Bombeiros Voluntários de Oleiros – 272 680 170

• Centro de Saúde – 272 680 160

• Correios – 272 680 180• G.N.R – 272 682 311

Farmácias

• Estreito – 272 654 265• Farmácia – Oleiros – 272 681 015• Farmácia – Orvalho – 272 746 136

Postos de Abastecimento

• Galp (Oleiros) – 272 682 832• Galp (Ameixoeira) – 272 654 037• Galp (Oleiros) – 272 682 274• António Pires Ramos

(Orvalho) – 272 746 157

Infra-Estruturas

• Câmara Municipal – 272 680 130

• Piscinas Municipais/ /Ginásio – 272 681 062

• Posto de Turismo/Espaço net – 272 681 008

• Casa da Cultura/ /Biblioteca – 272 680 230

• Campo de Futebol – 272 681 026

• Pavilhão Gimnodesportivo (Oleiros) – 272 682 890

UTILIDADES

(Até 2 linhas 5 euros)

Electrodomésticos

Automóveis

Reparações várias

EmpREgooferta

procura

ImobILIáRIo

Vende-se

Compra-se

pRoFISSÕES LIbERAISoferecem-se

procuramos

A partir da próxima edição, os nossos Leitores, por um pequeno custo de 5 euros/Linha podem divulgar mensa-gens úteis, recrutar, oferecer serviços, etc. estamos seguros apreciarão. As mensagens podem ser enviadas aos emails:

Suiça: [email protected] - Portugal: [email protected]

novo seCtor de Pequenos anÚnCios

(deixou-nos)Casado com Adelaide Peixoto Estevão, separa-se também de 3 filhos

e quatro netos e de Seu Irmão Edmundo Vasquez, um Amigo que du-rante cerca de 30 anos exerceu as funções de enfermeiro no Centro de saúde de Oleiros.

“trocas-te o sofrimento da terra, pela glória e felicidade do Céu“ diz Seu irmão que acrescenta: “As lágrrimas que nos nossos olhos conti-nuam a surgir e o luto que vestimos, são o sinal do nosso AMOR”.

Foram celebradas Missas de 7º dia nas Igrejas Matriz de Oleiros e de Chaves.

O Jornal de Oleiros e o seu Director apresentam condolências à Fa-milia Amiga.

Joaquim vasquez estevão

* João Ramos, Magistrado, infelizmente falecido, foi o primeiro Presidente do Conselho Editorial do Jornal de Oleiros.

Garagens em Condomínio de prestígio, junto ao Estádio do Dragão no Porto, alugam-se, Tf (+)41794170733

Loja estupenda na Figueira da Foz, junto à praia, aluga-se, Tf (+)41794170733

LEIA

ASSINE

E DIVULGUE

O JORNAL

DE OLEIROS

Page 16: Ano 3, Nº 20, Fevereiro/Março de 2012 • Preço: … Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO. País em “roda livre” Com todo o mundo a clamar por renegociação das condições

16 Jornal de OLEiROS 2012 FEVEREiRO / MaRÇO

Realizou-se no passado dia 5 de Fevereiro pelas 14h30 a Assem-bleia Geral da associação Pinhal Total.

Reunidos na nova sede, os associados presentes apreciaram e apro-varam o relatório de actividades e contas relativo a 2011.

De seguida foram realizadas eleições para os corpos diretivos, tendo sido apresentada a sufrágio uma lista única, que foi eleita por unanimidade.

Foram ainda debatidos outros assuntos do interesse da associação e aprovado um voto de louvor aos corpos diretivos cessantes.

Os corpos diretivos ora eleitos são:

ASSEMBLEIA GERAL Presidente: Alfredo de Jesus Martins Vice-presidente: Cláudio Miguel Facucho Lopes Secretário: Nelma Joana Ventura Antunes

CONSELHO FISCAL Presidente: Jorge Manuel Cordeiro Rodrigues Vogal-relator: Carlos Manuel Garcia Costa Vogal: Amélia Regina Fernandes Ribeiro

DIRECÇÃO Presidente: Carlos Manuel da Piedade Lourenço Vice-presidente: João Paulo Fernandes Ribeiro Vice-presidente: Paulino José Antunes Mendes Secretário: António José Lopes Luis Vogal-secretário: Nuno Alexandre Mendes Fernandes Tesoureiro: António Jorge Fernandes Antunes Vogal-tesoureiro: José Eduardo Mendes Alves Vogal: Emanuel Teotónio Pedroso dos Reis Matias Vogal: Sérgio Lopes Batista

Nota do Jornal de Oleiros: Endereçamos as nossas saudações e formulamos Votos de sucesso para as actividades que desenvolvem sempre com enorme sucesso e interesse para as populações. n

Pinhal total elege nova direcção

O passado da exploração mineira em Oleiros re-monta à antiguidade e ter-se-á iniciado antes do Perí-odo Romano, em minas hoje lendárias como a Cova da Moura do cimo da Serra do Cabeço Rainha.

Mais recentemente, já no século XX, destacam-se as Minas do Cavalo, onde se explorou volfrâmio (antigas concessões Fragas n.º1 e Fragas n.º2), com actividade entre 1910 e 1957. A região do Geopark Naturtejo teve 27 concessões mineiras para volfrâ-mio, no entanto, muitas das 110 concessões minei-ras requeridas em todo o território desde 1887 dão notícia da descoberta e exploração de volfrâmio, so-bretudo durante a II Guerra Mundial. As concessões para este minério distribuíram-se temporalmente entre 1901 e o final das décadas de 40 a 60, período em que praticamente todas as empresas mineiras no território, então em laboração, pediram a suspensão de lavra e o abandono das concessões. As antigas Minas do Cavalo são as mais representativas para esta tipologia no Geopark Naturtejo. Os trabalhos desenvolveram-se ao longo de 150 m de encosta, com numerosas galerias e poços, impressionantes escombreiras de xisto e quartzo. Locais como este foram palco de importantes momentos da História Universal contemporânea, documentando a explo-ração de um recurso mineral essencial à macroeco-nomia global durante os conflitos bélicos do século XX, para a qual contribuíram os mineiros e as gen-tes desta região que viveram na primeira pessoa os tempos fervilhantes do volfrâmio em Portugal.

Entre 1937 e 1944 foi explorado estanho em Álvaro, nas aluviões das margens do rio Zêzere. A exploração era feita através da lavagem das areias em caleiras, de onde se separava o estanho, e por vezes até ouro.

No Borralhal (Vilar Barroco) explorou-se cobre entre 1953 e 1957, em galerias subterrâneas, restando actualmente galerias alagadas e escombreiras.

Antigas concessões mineiras em Oleiros: 1 – Fragas n.º1 e Fragas n.º 2 (volfrâmio), 2 – Álvaro (estanho), 3 – Borralhal (cobre). Vestígios de antiga vagoneta na mina do Borralhal.

O presente destas antigas minas está cingido a al-guns edifícios arruinados, galerias e poços inunda-dos, galerias abatidas, escombreiras contaminadas ou mascaradas pela vegetação. Os objectos e ma-quinaria desapareceram ou foram quase totalmen-te desmantelados. Nas Minas do Cavalo resta uma paisagem profundamente transformada pela activi-dade mineira, com a encosta marcada pelas escom-breiras em degraus e pelas bocas de mina, algumas das quais ainda parcialmente intactas; restam filões não explorados na totalidade e ruínas da lavaria, dos

escritórios e de armazéns. Além dos documentos oficiais sobre a actividade das minas, subsistem ain-da as memórias dos que viveram na primeira pessoa os difíceis tempos da “Febre do Ouro Negro”, que conviveram com a dura realidade daqueles tempos. O Geopark Naturtejo e o Município de Oleiros estão empenhados em recuperar os testemunhos de anti-gos mineiros, marteleiros, funcionárias da lavaria e habitantes das aldeias vizinhas que podem ajudar a escrever a História das Minas do Cavalo.

No presente estão concessionadas duas áreas no concelho para a pesquisa de ouro, à empresa Mi-naport – Minas de Portugal, dado o aumento ex-ponencial da cotação deste minério. A prospecção destina-se à avaliação dos recursos de modo a saber a rentabilidade de uma possível exploração, através do cálculo de reservas e de teores.

Para o futuro o Geopark Naturtejo e o Município de Oleiros pretendem preservar o Património Ge-omineiro de Oleiros, material e imaterial, existente e passível de salvaguarda, nomeadamente objec-tos, documentos, fotografias antigas, fotografias de estruturas em risco de ruína, amostras, e testemu-nhos orais de intervenientes. A partir desta recolha pretende-se preparar ferramentas de divulgação, à semelhança do folheto já lançado “Minas das Fra-gas do Cavalo: Património Geomineiro de Oleiros”, para dar a conhecer aos habitantes e turistas este património desconhecido de muitos mas tão im-portante do ponto de vista histórico e geopolítico. Por outro lado, seria importante apresentar o Patri-mónio Geomineiro de Oleiros com acções junto do público, nomeadamente através de visitas temáticas guiadas às Minas do Cavalo, palestras e exposições sobre o tema, envolvendo também o público escolar nesta temática transversal que envolve a História, a Geografia e as Ciências Naturais.

Quanto à possibilidade da abertura de novas ex-plorações mineiras na região de Oleiros, a legislação portuguesa mudou assim como a escala dos investi-mentos e os teores em minérios que os justifiquem. Nos dias de hoje, já não são abertas minas de peque-na escala como as Fragas do Cavalo ou o Borralhal. O panorama de aproveitamento dos recursos me-tálicos em Portugal continua a ser muito limitado, restringindo-se a Neves-Corvo, Panasqueira e, com dificuldades de vária ordem, Aljustrel. Há que espe-rar pelo resultado dos estudos de prospecção que se irão realizar em Oleiros, mas há que considerar que as cotações oscilam e que o seu incremento fez dis-parar o aumento de pedido de concessões em Por-tugal em 2011. Mas, para que se concretizem con-cessões em explorações é necessário que os jazigos se mostrem rentáveis face aos custos de exploração versus cotação de mercado e impacte ambiental, que no caso de minas de ouro implicam teores elevados e o equilíbrio das cotações elevadas do ouro durante o período de alguns anos. n

Joana Rodrigues e Carlos Neto de Carvalho Geólogos Geopark Naturtejo

exploração mineira em oleiros: passado, presente e futuro…