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Jornal do Conselho Regional de Química IV Região (SP) Ano 21 - Nº 114 Mar/Abr 2012 ISSN 2176-4409 Selo é apresentado em encontro sobre qualificação Reunião organizada pela Abiquim discutiu planos para evitar apagão de mão de obra Pág. 16 Interesse por curso de RT supera expectativas Demanda leva CRQ-IV a anunciar novas turmas e a iniciar preparativos para levar treinamento para o Interior Pág. 8 Inquérito da PF apura uso de diplomas “frios” Falsos Técnicos tentaram se registrar com documentos emitidos por escolas fantasmas Pág. 2 Guia de montagem e operação de laboratório para o ensino ganha nova edição Elaborada pela Comissão de Ensino Técnico, obra inclui atualização de normas e já pode ser baixada do site Pág. 15

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Jornal do ConselhoRegional de Química

IV Região (SP)Ano 21 - Nº 114Mar/Abr 2012

ISSN 2176-4409

Selo é apresentado emencontro sobre qualificação

Reunião organizada pela Abiquim discutiuplanos para evitar apagão de mão de obra

Pág. 16

Interesse por curso deRT supera expectativas

Demanda leva CRQ-IV a anunciar novasturmas e a iniciar preparativos para

levar treinamento para o InteriorPág. 8

Inquérito da PF apurauso de diplomas “frios”

Falsos Técnicos tentaram se registrar com documentos

emitidos por escolas fantasmas

Pág. 2

Guia de montagem e operaçãode laboratório para o ensino

ganha nova ediçãoElaborada pela Comissão de EnsinoTécnico, obra inclui atualização de

normas e já pode ser baixada do sitePág. 15

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20122

PRESIDENTE: MANLIO DEODOCIO DE AUGUSTINIS

VICE-PRESIDENTE: HANS VIERTLER

1º SECRETÁRIO: LAURO PEREIRA DIAS

2º SECRETÁRIO: DAVID CARLOS MINATELLI

1º TESOUREIRO: ERNESTO HIROMITI OKAMURA

2º TESOUREIRO: SÉRGIO RODRIGUES

CONSELHEIROS TITULARES: DAVID CARLOS MINATELLI,ERNESTO H. OKAMURA, HANS VIERTLER,JOSÉ GLAUCO GRANDI, LAURO PEREIRA DIAS,NELSON CÉSAR FERNANDO BONETTO,REYNALDO ARBUE PINI, RUBENS BRAMBILLA

E SÉRGIO RODRIGUES

CONSELHEIROS SUPLENTES: AIRTON MONTEIRO,AELSON GUAITA, ANA MARIA DA COSTA FERREIRA,ANTONIO CARLOS MASSABNI,

Os artigos assinados são de exclusivaresponsabilidade de seus autores e podem

não refletir a opinião desta entidade.

Conselho Regional de Química - IV RegiãoEEEEE

Expediente

Rua Oscar Freire, 2.039 - Pinheiros - CEP 05409-011 - São Paulo - SP - Tel. (11) 3061-6000 - Fax (11) 3061-5001Internet: www.crq4.org.br – twitter.com/crqiv – facebook/crqiv – e-mail: [email protected]

O Informativo CRQ-IV é uma publicação bimestral. Tiragem desta edição: 90 mil exemplares

CARLOS ALBERTO TREVISAN, CLÁUDIO DI VITTA, GEORGE

CURY KACHAN, JOSÉ CARLOS OLIVIERI

E MASAZI MAEDA

CONSELHO EDITORIAL: MANLIO DE AUGUSTINIS

E JOSÉ GLAUCO GRANDI

JORNALISTA RESPONSÁVEL: CARLOS DE SOUZA (MTB 20.148)

ASSIST. COMUNICAÇÃO: ANA CRISTINA VELASCO (MTB) 43.167 MARI MENDA (MTB 4606)

PRODUÇÃO: PÁGINAS & LETRAS EDITORA E GRÁFICA LTDA.TEL.: (11) 3628-2144 - FAX: (11) 3628-2139

EEE

Editorial

Pela portados fundos

Ao longo de 2011 e nos primeirosmeses deste ano, o CRQ-IV detectou pelomenos 40 casos de pessoas que fizeramuso de diplomas e históricos escolaresfalsos para se registrar como profissio-nais da química. Já sob investigação daPolícia Federal, essas fraudes envolveminstituições de ensino de fachada, insta-ladas em cidades como Londrina (PR),Ribeirão Preto e Sorocaba. Mês passa-do foram detectados dois diplomas expe-didos por uma escola de Bebedouro quejá manteve curso na área química, masque encerrou suas atividades há anos.

A descoberta dessas ações crimino-sas levou a entidade a redobrar os cuida-dos na recepção e análise dos documen-tos entregues para registro profissional.Os casos cujas dúvidas não puderem sersanadas pelos métodos usuais de con-ferência serão automaticamente repassa-dos para averiguação da Polícia Federal.Constadada a fraude, os implicados esta-rão sujeitos a penas de até seis anos deprisão e pagamento de multa.

Informações extraoficiais indicama existência de uma ou mais quadrilhasagindo fortemente, em todo o País, nomercado de diplomas falsos de profis-sões regulamentadas. Além daquelesdestinados à área química, já teriamsido descobertos documentos “frios” decursos técnicos em enfermagem, radio-logia e transações imobiliárias.

Em virtude de a investigação e o pro-cesso envolvendo os casos constatadosno Conselho estarem tramitando sobsegredo de Justiça, o Informativo ficaimpedido de divulgar detalhes, em quepese já possuir os nomes das supostasinstituições de ensino, das pessoas quetentaram entrar na profissão pela portados fundos e também dos “fabricantes”dos documentos. Espera-se que tais re-velações possam ser feitas em breve.

Espaço Sinquisp

SINQUISP já dá os primeiros passospara as conquistas coletivas 2012/2013

As informações deste espaço são de responsabilidade do Sindicato dos Químicos,Químicos Industriais e Engenheiros Químicos de São Paulo (Sinquisp). Dúvidas:11 3289-1506 ou [email protected]

São muitos os benefícios que osprofissionais gostariam de receber nasempresas em que trabalham: aumentosalarial, auxílio alimentação de maiorvalor, plano de saúde, entre tantosoutros.

O SINQUISP, para defender taisinteresses, anualmente realiza as-sembleias com profissionais para dis-cutir e elaborar as pautas de reivin-dicações, que contém pontos sugeri-dos pela categoria. Neste ano não serádiferente.

Desde o início de março, estãosendo elaboradas as pautas que serãoenviadas às entidades para negocia-ção e assinatura por meio do con-senso entre as partes. Assim, após aassinatura do acordo ou da convençãocoletiva, os profissionais cujas empre-

sas estão ligadas à entidade terãodireito aos pontos ali contidos.

Mais uma vez, o SINQUISP temse empenhado para que a conquistade benefícios e direitos seja aindamais justa e, para isso, conta com aaprovação das pautas enviadas àsseguintes entidades patronais: Com-panhia Ambiental do Estado de SãoPaulo (Cetesb), Sindicato da Micro ePequena Indústria do Estado de SãoPaulo (Simpi), Sindicato Nacional dasEmpresas de Arquitetura e EngenhariaConsultiva (Sinaenco) e Federaçãodas Indústrias do Estado de São Pau-lo (Fiesp).

É o SINQUISP lutando pelos seusdireitos, ansiando por melhores con-dições de vida e trabalho para os pro-fissionais da química.

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20123

rêmio CRQ-IV

Estudantes buscam reconhecimento

Na reta final para o anúncio, previstopara maio, dos ganhadores do PrêmioCRQ-IV, o Informativo CRQ-IV con-versou com alguns concorrentes parasaber as razões que os levaram a se ins-crever e suas expectativas em relaçãoao concurso. A possibilidade de teremos esforços reconhecidos pelo órgão re-gulador da profissão foi o principal mo-tivo apontado.

Alberto Teixeira Penteado, do Cen-tro Universitário do Instituto Mauá deTecnologia, de São Caetano do Sul, in-tegra um grupo que disputa a moda-lidade Engenharia da Área Química. Elecontou que o fato de sua orientadora, aprofessora Ana Magda Piva, ter sido pre-miada na edição de 2008 “acabou sendoum incentivo para nós. Mas ganhar o prê-mio será uma coroação para o nossotrabalho, feito durante o ano passado”.Além de Penteado, o grupo que produ-ziu o trabalho Reciclagem mecânicade elastômeros de poliuretano é com-posto por Bianca Calazans D’AquinoBaroni, Diana Kai, Fábio Augusto Sico-ne e Louise Perozzi.

A professora Ana Magda Piva disseque a maior motivação para participardo Prêmio CRQ-IV vem por parte doConselho. “Eu sempre motivo meus alu-nos. Faço de tudo para que eles pro-

Thais e o professor Silvio, da Universidade Santa Cecília (Santos)

duzam um bom trabalhode conclusão de curso”.Piva avalia que os alu-nos, ao mandarem seustrabalhos para avaliaçãodo CRQ-IV, esperam umreconhecimento da dedi-cação que tiveram.

O professor Silvio Jo-sé Valadão Vicente, daUniversidade Santa Ce-cília, de Santos, foi só elo-gios para sua orientanda,Thais Pereira Dias Gus-

mão. “Ela é uma aluna muito dedicadae diferenciada. Estou confiante e na tor-cida para que seu trabalho ganhe o Prê-mio CRQ-IV”, afirmou. Também con-corrente na modalidade Engenharia daÁrea Química, Thais é autora do traba-lho Reação não descrita entre epóxi-dos de baixo peso molecular e águado mar.

A professora Magali Canhamero jáse destacou nesta edição do PrêmioCRQ-IV por orientar o maior númerode trabalhos: foram três dos cinco ins-critos por alunos da ETEC Julio de Mes-quita, de Santo André. Os outros dois ti-veram a orientação do professor JhonnyFrank Sousa Joca. Ambos concorremna modalidade Química de Nível Médio,que tem o maior número de inscrições(9). “A política da ETEC é disseminar

os trabalhos para o maior número possí-vel de concursos”, disse Magali, acres-centando que essa estratégia visa fazero aluno sentir que pode ir mais longe:“o aluno percebe que o trabalho dele,feito com tanta dedicação e esforço, po-de ter reconhecimentos além dos mu-ros da escola”, assinalou a professora.

“Meu trabalho é estimular os alu-nos”, disse Silvia Helena Fernandes,professora na ETEC Getúlio Vargas, dacapital, e orientadora das alunas Ales-sandra C. de Souza, Thais S. Pinheiroe Thais T. Pinto, que também concor-rem na modalidade Química de NívelMédio. Silvia disse que ganhar o prêmiolegitimará o esforço das meninas e teresta possibilidade em mente é um gran-de incentivo.

Magali orientou a produção de três trabalhos

PPP

P

Divulgação

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20124

LLL

Literatura

Participe do sorteio de livros sobreefluentes, bioquímica e biorrefinarias

Por conta de doações feitas pelos autores e retomando a parceria com a Editora Cengage, o Informativoirá sortear três livros entre os profissionais e estudantes em situação regular no CRQ-IV. Serão dois exemplares doManual de tratamento de efluentes industriais – 2º edição ampliada, dois da obra Biorrefinarias: cenários e

perspectivas e um do livro Introdução à bioquímica - Tradução da 9ª edição norte-americana.Os interessados deverão enviar e-mail para a Assessoria de Comunicação do Conselho ([email protected])

até o dia 21 de maio contendo nome completo, nº de registro e cidade onde reside. No campo assunto do e-mail escreva“Sorteio” e o nome do livro de interesse. Caso queria concorrer aos três títulos, mande e-mails separados. O resultado

será publicado nas seções “Noticiário” e “Sorteios” do site (www.crq4.org.br). Os livros podem ser consultados naBiblioteca do CRQ-IV, que atende de segunda a sexta-feira, das 9h30 às 15h.

Manual de tratamento de efluentesindustriais – 2ª edição ampliada éuma atualização do livro lançado em2009 pelo Engenheiro Químico JoséEduardo Wanderley de AlbuquerqueCavalcanti, que também foi divulgadopelo Informativo. Esta nova ediçãocontém 40 novas páginas e ilustraçõesimpressas em cores. Seus 18 capítulosabordam as diferentes fases que envol-vem o tratamento de efluentes indus-triais, além de várias informações sobreas potencialidades e limitações da depu-ração dos vários tipos de águas residuaise industriais. O manual custa R$ 120,00.Pedidos devem ser feitos pelo [email protected].

Biorrefinarias – cenários e perspecti-vas, de Silvio Vaz Jr, traz um resumodas apresentações feitas durante o ISimpósio Nacional de Biorrefinas, reali-zado em 2011, em Brasília, pela Em-brapa. São abordados temas como ma-térias-primas, produtos químicos, bio-química, química verde e sustentabi-lidade. O conceito de biorrefinas, diz oautor, é recente e possui um objetivoousado: substituir produtos e proces-sos baseados em fontes de energia não-renováveis por outros que utilizem abiomassa como matéria-prima. O livropode ser solicitado gratuitamente peloe-mail [email protected]. Introdução à bioquímica – 9ª edição

fornecer diversos conceitos básicos dequímica geral e orgânica para só entãodiscutir efetivamente a bioquímica, ciên-cia que estuda as interações químicasencontrada no corpo humano. Traduçãoda obra dos autores norte-americanosFrederick Bettelheim, William Brown,Mary Campbell e Shawn Farrell, a ediçãobrasileira teve revisão técnica do Bacharele Licenciado em Química Gianluca Az-zellini e foi publicada pela Cengage Lear-ning. O livro custa R$ 71,90, mas osprofissionais e estudantes ligados aoCRQ-IV que fizerem a compra pelo sitewww.cengage.com.br/crq.do terão 30%de desconto (promoção válida até maiode 2012).

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20125

AIQAIQAIQ

AIQEscolas de São Paulo voltam areceber programa de palestras

Oitenta alunos do ColégioDoze de Outubro, da cidadede São Paulo, foram os pri-meiros estudantes beneficia-dos com o Programa de Pa-lestras CRQ-IV em 2012. Lan-çada no ano passado, em co-memoração ao Ano Interna-cional da Química, a iniciativafez tanto sucesso que preci-sou ser estendida para 2012para que pudessem ser atendi-das as escolas que solicitaram

tra foi interessante e explicativa: “Es-clareceu muita coisa sobre a química”.Gabriel Tendolin disse que a palestramudou o que ele pensava sobre a ciên-cia. “Achei muito interessante quandoele falou que você não é um bicho deoutro mundo se gosta de química”, co-mentou Julia Candelária. “Achei muitobom, muito interativo, explicaram bemas perguntas feitas e deram muitosexemplos, fáceis de entender”, avaliouRafael Dejosé. “Mostrou que a químicanão é o que eu imaginava, é algo nor-mal”, completou Gabriela Belati.

KIT – A professora Maria de FátimaFurriel afirmou que o evento foi per-

tinente: “os alunos estão co-meçando a ver química e asinformações da palestra po-derão ajudar a conter resis-tências ao estudo dessa ciên-cia”, comentou.

No final, os alunos rece-beram um folheto explicativosobre a profissão e uma re-vista com jogos e brincadei-ras. Já a professora Maria deFátima recebeu um kit comreagentes para que a escola

apresentações.A primeira palestra foi apresentada

no dia 5 de março por Valdemir Lima deSouza Júnior, Licenciado em Química efuncionário do Conselho, para alunos do9º ano do ensino fundamental. Ao longode 40 minutos de exposição, foram exi-bidos um vídeo e slides para demonstrara presença da química no cotidiano. Opalestrante respondeu perguntas, des-tacou a importância do uso conscienteda água e falou sobre a atuação dos pro-fissionais da química nos diversos se-tores da indústria e na pesquisa.

Os alunos, que começam a estudarquímica este ano, gostaram da expe-riência. Daniel Laube disse que a pales-

participe do pH do Planeta, um progra-ma de âmbito mundial em que alunosde todas as partes do mundo são incen-tivados a medir o pH da água de fontespróximas à sua escola. Os resultadossão divulgados na internet.

Até agora, outras 37 palestras em25 escolas já estão agendadas na cidadede São Paulo e nos municípios de Cotia,Diadema, São Bernardo do Campo, San-to André e Guarulhos. O número de pa-lestras aumentará, pois os escritóriosdo CRQ no Interior começaram a con-tatar as escolas que se inscreveram enão puderam ser atendidas em 2011. OConselho não está mais aceitando ins-crições para este programa.

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Artigo

Diferenças entre atividades privativase afins das diversas profissões

por Catia Stellio Sashida

Um dos direitos fundamentais dohomem é o direito ao trabalho, sobretu-do, ao livre exercício profissional, ga-rantido pela Constituição Federal, quedeve-se coadunar com o Princípio daIgualdade. Por isso, qualquer distinçãodiscriminatória entre trabalho manual,técnico ou intelectual entre profissio-nais é combatida pela nossa Carta Mag-na, o que implica ser inaceitável tambéma discriminação entre integrantes deprofissões diferentes, quando possuematribuições afins ou comuns.

Devemos lembrar que, quandoexistente Lei que regulamente determi-nada profissão, o titular deve exercê-lano limite das atribuições delineadaspela Lei: não é uma simples questãode “saber fazer”.

Os inúmeros cursos de formaçãotécnica e de graduação superior surgi-dos nos últimos anos nos dão noção daespecificidade e dos desdobramentosdas profissões tradicionais.

Os profissionais da química, porexemplo, estão inseridos em aproxima-damente 200 habilitações. São quase 400títulos que vão da Engenharia Químicaà Engenharia de Alimentos; do Tecnó-logo em Açúcar em Álcool ao Tecnó-logo em Laticínios; do Químico Indus-trial ao Bacharel em Ciências - HabilitaçãoQuímica; do Técnico em Química aoTécnico em Meio Ambiente etc.

ATRIBUIÇÕES AFINS

Imagine, por outro lado, o alto graude afinidade existente entre algumasprofissões de áreas diferentes, como porexemplo, o Fisioterapeuta com o profis-sional de Educação Física; o Engenheiro

de Alimentos com o Nutricionista; oAdministrador de Empresas com o Eco-nomista; o Profissional da Química como Farmacêutico etc.

Sobre este último exemplo foi publi-cado artigo na última edição deste Infor-mativo que noticia uma decisão judicialtransitada em julgado (disponível paradownload) que dirimiu conflitos de atri-buições profissionais entre Químicos eFarmacêuticos. Apesar de serem profis-sões distintas há uma afinidade entreelas. Não há como negar que ambascontemplam conhecimentos técnicospara atuar na industrialização de medi-camentos, porém cada uma delas con-tribui na proporção de seus conheci-mentos, ora em exercício de “atribui-ções privativas” ou de “atribuiçõesafins” definidas em Lei para cada cate-goria profissional regulamentada.

Deixando qualquer corporativismode lado, não é concebível usar a retóri-ca, no caso abordado, de ser uma pro-fissão mais importante do que a outrapara o desenvolvimento do segmentofarmacêutico ou químico. Ambos pro-fissionais possuem o direito ao trabalhonesses segmentos, sendo ilegal qualquerimposição ou coação de qualquer órgãono que tange à admissão, demissão, re-manejamento ou substituição de profis-sionais em detrimento de outra profis-são, se os cargos ou funções exercidasestiverem na seara das atribuições afinsou comuns definidas na Lei da res-pectiva profissão.

Atividades afins (comuns) são aque-las que não são exclusivas (privativas)de determinada profissão, ou seja, maisde uma profissão pode exercer a “mes-ma” atividade, o que difere das atividades

privativas (exclusivas) quando somenteuma profissão pode exercê-la. Refiro-meaqui à profissão em sentido lato sensu.

ATRIBUIÇÕES PRIVATIVAS

É a Lei que determina o que o pro-fissional poderá exercer privativamenteou com afinidade a outras profissões,não se tratando de uma escolha discri-cionária de um ou outro ConselhoFederal, ainda que curricularmente oprofissional estude a respectiva discipli-na no seu curso de formação técnica

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20127

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Artigo

ou acadêmica. O fato de um profissionalter conhecimento de determinada atri-buição e saber executá-la não significaque possa exercê-la se for intitulada co-mo privativa de outra profissão na Leique a regulamentou.

Tomando como base o currículo deformação dos profissionais da química,estão inseridos, por exemplo, conteú-dos de Economia, Contabilidade e Di-reito. Isso não significa, porém, que osQuímicos estariam habilitados a exerce-rem atividades como os Economistas,Contadores ou Advogados. O inversotambém é verdadeiro: o fato de algumasdisciplinas de Química integrarem ocurrículo de um curso de Farmácia nãopermite ao Farmacêutico exercer a pro-fissão de Químico.

Infelizmente, o que tem ocorrido éque alguns Conselhos Federais têm sedigladiado, desrespeitando as Leis deregência de determinadas profissões.Por meio de Resoluções Normativas,têm abarcado ilegalmente uma série deatribuições que são claramente defini-das em Lei como privativas ou afins deoutras profissões, usurpando compe-tências profissionais destas.

Há um patente desrespeito, sobre-tudo, ao exercício das atividades afinsou comuns entre profissões diferentes,sendo sempre lesado o hipossuficientena relação, ou seja, o profissional. E opior, às vezes, até roubando-lhe o di-reito de exercer atividades que lhe sãoprivativas pela Lei.

DEMAIS PROFISSÕES

Vivenciamos uma época que, cadavez mais, a incidência de conflitos deatribuições profissionais faz parte docotidiano. Se o Fisioterapeuta ou o pro-fissional de Educação Física pode aplicarginástica laboral ou se o Engenheiro deAlimentos ou o Nutricionista pode con-duzir a produção de alimentos em escalaindustrial, são alguns exemplos.

A verdade é que deve haver um sen-so amigável entre os Conselhos Profis-sionais, sobretudo os Federais, a fimde que as profissões que possuam afi-nidades de atribuições possam harmo-nicamente conviver, respeitando o quecada uma pode executar com afinidade,interpretando e aplicando as suas legis-lações de regência com imparcialidadee distante de qualquer corporativismo,pois o Judiciário não tem sido a melhoropção para dirimir estas questões, poisalém de demorados desfechos nemsempre são efetivos e saudáveis.

A autora é gerente doDepartamento Jurídico do CRQ-IV.

Contatos podem ser feitos peloe-mail juridico@crq4. org.br.

EDITAL – ADVERTÊNCIA PÚBLICA EM PUBLICAÇÃOOFICIAL – PENA DISCIPLINAR APLICADA AOTÉCNICO EM QUÍMICA LEANDRO AUGUSTO

PIRIZZOTTO SCARAMUCCI – CRQ-IV Nº 04405009

O Conselho Regional de Química – IV Região, no uso de suas atribuiçõesconferidas pela Lei 2.800/56, consoante Acórdão de fls. 218/219 exaradono Processo Ético nº 165.473, vem executar a pena de ADVERTÊNCIAPÚBLICA imposta ao Técnico em Química – CRQ-IV nº 04405009, porter restado provado que o referido profissional agiu com conduta antiéticana sua atuação profissional, incorrendo nas infrações da Resolução nº927 de 11.11.70 do CFQ:

“ITEM II - Diretrizes – 1. Procedimento devido. O profissional da químicadeve: - instruir-se permanentemente; - manter elevado o prestígio de suaprofissão; - examinar criteriosamente sua possibilidade de desempenhosatisfatório de cargo ou função que pleiteie ou aceite;

ITEM III - O profissional em exercício - 1. Quanto à responsabilidadetécnica. 1.1 A responsabilidade técnica implica no efetivo exercício daatividade profissional; 2. Quanto à atuação profissional. 2.5. Deve exigirde seu contratante o cumprimento de suas recomendações técnicas,mormente quando estas envolverem problemas de segurança, saúde oudefesa da economia popular”.

São Paulo-SP, 17 de março de 2012

Manlio de AugustinisPresidente

Waldemir Menezes/CRQ-IV

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20128

RRR

Responsabilidade Técnica

Curso desperta forte interesseBem avaliado, treinamento terá novas edições e poderá ser levado ao Interior

Os primeiros três dias de curso so-bre Responsabilidade Técnica (RT)contaram, ao todo, com a presença de115 profissionais da química. Gratuitos,os cursos foram ministrados nos dias14, 15 e 16 de março, na sede do Con-selho. A procura ficou bem acima doesperado, com as vagas sendo preen-chidas em poucas horas. Em razão doforte interesse, o Conselho promoveránovas turmas para São Paulo e, se hou-ver demanda, em cidades do Interior.Os interessados deverão preencher, atéo dia 18/05, formulário que já está dis-ponível no site (www.crq4.org.br).

Ministrados por funcionários daGerência de Fiscalização do CRQ-IV,os cursos dos dias 14 e 16 tiveram seishoras de duração e se concentraram nadiscussão, em âmbito geral, da Respon-sabilidade Técnica na indústria, comér-cio e prestação de serviços. Foram

Wagner Contrera Lopes, gerente de Fiscalização do CRQ-IV, foi um dos palestrantes dos treinamentos que tiveram a participação de 115 profissionais

Fotos: CRQ-IV

enfatizados os aspectos éticos, legais eresponsabilizações jurídicas.

Já o curso do dia 15, com carga deoito horas, teve a apresentação divididacom integrantes da Comissão Técnicade Saneantes do Conselho e detalhou oexercício da função em empresas dessesetor. Além dos aspectos éticos e asimplicações legais, foram abordadasquestões como Boas Práticas de Fabri-cação, Gerenciamento de Risco, Legis-lação Sanitária, Ficha de Informaçõesde Segurança de Produto Químico(Fispq) e Meio Ambiente.

Chamaram a atenção os estudos decaso discutidos nos dias 14 e 16. Foicomentado o caso de um incêndio numafábrica de solventes e analisadas suascausas, os erros que levaram ao acidentee as medidas preventivas que deveriamter sido tomadas pelo Responsável Téc-nico. Outro caso foi o de uma empresa

autuada por distribuir vinho fora dospadrões de qualidade. A penalizaçãoresultou de falhas do Responsável Técni-co, que não exigiu análises da matéria-prima, do produto final e nem observouos padrões de qualidade para este tipode bebida. As causas e consequênciasda explosão de uma fábrica de tintas edo vazamento de amônia numa proces-sadora de pescados foram as outrasocorrências estudadas.

“Há profissionais que assumem aResponsabilidade Técnica sem possuirconhecimento de questões básicas, co-mo a abrangência e as implicações legaisdo cargo”, disse Wagner Contrera Lo-pes, um dos palestrantes. Ele classifi-cou como positiva a aceitação curso ea participação dos profissionais, afir-mando que no decorrer das aulas foramfeitas várias perguntas. “Quando fize-mos os estudos de casos, várias pes-

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/20129

RRR

Responsabilidade Técnica

soas se depararam com questões queencontram no dia a dia de suas empre-sas”, afirmou.

AVALIAÇÕES - Participantes entrevis-tados elogiaram os cursos e ressaltarama importância de conhecerem mais so-bre o assunto. A Bacharel Katia LuciaFernandes, da Rudolf Soft, considerouo curso muito bom porque tirou váriasdúvidas. A Técnica em Química TatianeTorres de Sá disse que o curso foi útil:“Eu já fui responsável por uma empre-sa, mas não tinha noção do que era serResponsável Técnico. Abrangeu mui-tos assuntos que eu não sabia”, disse.“O curso foi ótimo, muito abrangente.Trabalho em uma indústria metalúrgicado ramo automotivo, aproveitei a opor-tunidade e vim porque tinha muitas dú-vidas. As informações que eu precisavaforam esclarecidas”, disse o QuímicoIndustrial Armando Calio Junior, daMetalsa Brasil.

Depois de assistir ao curso de RT naárea de saneantes, o Bacharel emCiências com Habilitação em QuímicaGeraldo João Soares Junior, da AAFCBrasil Importação e Comércio de Antio-xidantes, disse que sempre teve interes-se em conhecer mais sobre o tema. “Ocurso foi excelente. As palestras abor-daram os principais tópicos, como le-gislação e documentação. Assuntos

burocráticos, mas que merecem toda aatenção”, concluiu. “Por ser o primeirodesta área específica [saneantes], acheique o curso foi bem conduzido”, avaliouo Químico Industrial Ricardo Cândidode Souza, da Higmash Chemicals.

Os participantes fizeram várias su-gestões ao responderem as pesquisasfeitas ao final de cada treinamento. Entreelas, a de que sejam criados cursossobre Responsabilidade Técnica emtodas as áreas da química, como tintas,tratamento de água e galvanoplastia.Outra ideia proposta foi a de que, nofuturo, o curso seja obrigatório paraquem quiser ser Responsável Técnico.

Com relação aos cursos específi-cos, além daquele já realizado para o

setor de saneantes, o CRQ-IV já progra-mou outros para as áreas de cosméticos(24/4 e 25/9), alimentos (24/05 e 25/10)e mais um para a de saneantes (23/8).Estes setores foram escolhidos porquepossuem legislação específica definidapela Agência Nacional de Vigilância Sa-nitária. Por causa desta particularidade,nestes treinamentos as questões rela-cionadas à RT são abordadas de formaresumida, razão pela qual os partici-pantes são orientados a também se ins-creverem para o curso geral sobre RT.Para quem atua em outros setores, oCRQ-IV avalia que, no momento, o cur-so geral cumpre os objetivos.

REMUNERAÇÃO - Algumas pessoas tam-bém esperavam que os cursos discutis-sem a remuneração dos responsáveistécnicos. Mesmo estando fora do esco-po, o tema foi tratado e a informaçãopassada foi que o parâmetro a ser se-guido é a Lei 4.950/A, que fixa o pisosalarial para os profissionais de NívelSuperior. Já os técnicos de Nível Médiotêm seu piso fixado em negociação en-tre o Sinquisp, representando os profis-sionais, e os sindicatos patronais. Hádois anos, um acordo feito com o Sindi-cato das Micro e Pequenas Empresaspreviu que as associadas pagassem umadicional de 20% sobre o salário brutode quem passasse a atuar como RT.Geraldo queria saber mais sobre o tema Dúvidas foram esclarecidas, afirmou Armando

Curso tirou muitas dúvidas, avaliou Katia Tatiane desconhecia vários aspectos da função

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Informativo CRQ-IV Mar-Abr/201210

SSS

Seminário

Fotos: CRQ-IV

Especialistas debatem uso da águaOrganizado pelo Conselho, evento teve apoio da FAAP e do Sinquisp

Com o tema Água - Química daVida, a Comissão Técnica de Meio Am-biente do CRQ-IV organizou um seminá-rio no dia 22 de março para comemoraro Dia Mundial da Água. Realizado noauditório da Fundação Armando ÁlvaresPenteado, na capital paulista, o eventoreuniu especialistas, professores, estu-dantes e convidados. Ao redor de 100pessoas assistiram as apresentações fei-tas ao longo das 13 horas de duração. Oencontro teve o apoio da Faculdade deEngenharia e do Centro de Estudos deEnergia e Sustentabilidade, ambos daFAAP, e do Sindicato dos Químicos, Quí-micos Industriais e Engenheiros Quími-cos de São Paulo (Sinquisp).

Ao fazer a abertura do seminário, opresidente do CRQ-IV, Manlio de Au-gustinis, lembrou que a data era espe-cial, pois comemorava exatos 20 anosda divulgação, pela Organização dasNações Unidas (ONU), da DeclaraçãoUniversal dos Direitos da Água. Se-gundo avaliou, trata-se de um documen-to que estimula a sociedade e os gover-

nantes a “refletirem e adotarem medidasefetivas em defesa desse precioso bemnatural”. Augustinis afirmou que, dentrodos objetivos idealizados pela ONU, háanos o CRQ-IV tem dedicado o dia 22de março para debater o tema. Tambémdiscursaram o diretor da Faculdade deEngenharia da FAAP, Francisco CarlosPaletta, e Aelson Guaita, presidente doSinquisp.

A desembargadora federal ConsueloYoshida, do Tribunal Regional Federalda 3ª Região, abordou o tema “Gover-nança e Política de Recursos Hídricos”.Ela citou a legislação brasileira sobre oassunto, aspectos da Constituição quetratam de sustentabilidade e o estudodo procurador federal Alexandre Cama-nho relatando as preocupantes lacunasexistentes na definição de políticas deuso dos recursos hídricos no País. Adesembargadora afirmou que São Pauloé o estado brasileiro mais avançado emrelação à questão dos recursos hídri-cos, tendo leis específicas para estaárea desde 1991.

O engenheiro civil Paulo MassatoYoshimoto, Diretor Metropolitano daSabesp, falou de questões relativas aofornecimento de água e tratamento deesgotos na Grande São Paulo, explican-do como a estatal tem direcionado seusinvestimentos para atender à crescentedemanda por água à medida que a man-cha urbana se amplia. Yoshimoto co-mentou sobre o programa de reduçãode perdas que está sendo desenvolvidopela empresa e das ações destinadas areduzir o consumo. Citou, ainda, dadossobre o programa de reúso da água,que tem como principais clientes asprefeituras de Santo André, São Cae-tano, São Paulo e Barueri.

“Água: Acesso Decrescente e Im-portância Crescente” foi o tema da pa-lestra do Bacharel em Química, profes-sor da Faculdade de Engenharia daFAAP e pesquisador do Instituto de Pes-quisas Energéticas e Nucleares, AfonsoRodrigues de Aquino. Ele abordou ques-tões como os problemas na captaçãode água, as mudanças no regime de chu-vas e a complexidade crescente dos pa-râmetros regulamentadores das normasde qualidade da água. Aquino lembrouque o maior consumo de água não é o

Augustinis destacou iniciativa da ONU

Realizado no auditório da FAAP, seminário durou 13 horas e reuniu cerca de 100 pessoas

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Seminário MMM

Meio Ambiente

direto, ou seja, o da água usada pelaspessoas para beber e fins de higiene,mas sim nos processos produtivos. Aprodução de um quilo de arroz demanda1.500 litros de água, exemplificou.

CONFLITOS - “A água vai ser em breveo insumo mais importante deste planeta,vai superar todos os outros, dada suarelevância para todos os processos, nãosó os produtivos, mas também os degeração de energia, além de ser um bemessencial para a vida humana”, afirmouAquino. Ele considerou o seminário mui-to importante porque reuniu três ato-res fundamentais: a educação, repre-sentada pela FAAP, o órgão reguladorda profissão, representado pelo CRQ-IV, e o que congrega os profissionais,que é o sindicato. O pesquisador desta-

cou como pontos mais relevantes doencontro a discussão de conceitos no-vos, como a pegada hídrica e a químicaverde. “Também discutimos as políticasna área ambiental e a atuação de órgãosestatais, como a Sabesp”. Na opiniãodele, o seminário trouxe à luz as preo-cupações e uma visão global da questãoda água não só do País, mas do mundo,e antecipou situações: “a gestão da águatem que ser muito bem conduzida, por-que ela pode redundar em graves con-flitos: entre municípios, entre povos, en-tre nações e pode gerar um grupo de ex-cluídos, que seriam os sem-água”, aler-tou o especialista.

Outros temas discutidos no semi-nário foram a “Pegada Hídrica”, por Al-bano Henrique de Araujo, do The NatureConservancy; “Química Verde”, porReinaldo Bazzito, professor do Institutode Química da USP; “Preservação de Re-cursos Hídricos”, com o professor Re-nato Sanches, também do IQ-USP; “Im-pactos com a Nova Portaria de Potabi-lidade da Água”, com Márcia Moriebe,da Sabesp, Elayse Hachich e Denise Pi-res, da Companhia Ambiental de SãoPaulo (Cetesb); e “Acidentes ambientaiscom Produtos Químicos”, com Jorge LuizGouveia, também da Cetesb.

O seminário foi encerrado poucoantes das 22 horas, após o debate “Po-tabilidade e Emergências Ambientais”,conduzido pela Comissão Técnica deMeio Ambiente do CRQ-IV.

Aquino: escassez de água poderá gerar conflitos

Cidade debateráprodução + limpaSerá promovida no dia 8 de maio,

no Memorial da América Latina, a 11ªConferência de Produção Mais Limpae Mudanças Climáticas da Cidade deSão Paulo. Será o evento oficial de SãoPaulo preparatório para a Rio+20,marcada para junho, e terá como tema“Governança para Sustentabilidaderumo à Rio+20”. O CRQ-IV é um dosapoiadores da iniciativa municipal.

A programação começa com umamesa de abertura com autoridades doâmbito estadual e municipal e uma pa-lestra magna que será apresentadapor Carlos Alberto Muniz, vice-pre-feito, secretário do Meio Ambiente doRio de Janeiro e presidente do Grupode Trabalho da Rio+20. Em seguida,três painéis debaterão os temas go-vernança ambiental internacional,transição para economia de baixocarbono e justiça social. O objetivoda conferência paulistana é promoverum amplo debate sobre os conceitos,experiências e produção limpa nasempresas dos setores público e pri-vado, nas indústrias, no comércio enos serviços.

A participação é gratuita, median-te o preenchimento de uma ficha deinscrição disponível em http://anggulo.com.br/p%2Bl/ ou www.natalini.com.br, site do vereador Gilberto Natalini,proponente e presidente da conferênciapaulistana.

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Artigo

Química Verde: histórico e suainserção na agenda brasileira

por Vânia G. Zuin e Arlene G. Corrêa

Historicamente, a Química cumpriuum importante papel com a introduçãode inúmeros produtos essenciais à hu-manidade. Com a explosão do cresci-mento global, de maneira marcante apartir do século passado, a indústriaquímica sintética tem produzido bilhõesde toneladas por ano de mais de 70 milcompostos comerciais para os mais va-riados propósitos, desde os diversoscombustíveis aos mais complexos me-dicamentos. Se por um lado a pesquisae a produção química têm levado àindiscutíveis avanços tecnológicos eproporcionado melhorias na qualidadede vida, por outro ela também tem gera-do problemas relacionados à poluição.Tal constatação vem, já há alguns anos,motivando as indústrias e os profissio-nais da química a aprimorarem os pro-cessos e a desenvolverem produtos quecontinuem atendendo às necessidadesdas pessoas e que, ao mesmo tempo,sejam cada vez menos prejudiciais aomeio ambiente.

Considerando a necessidade de umcontínuo desenvolvimento econômico,social e ambiental sustentável, com vis-tas à manutenção e melhoria da quali-dade de vida em todo o globo, torna-seimperiosa uma nova conduta químicapara o aprimoramento de técnicas e me-todologias, com a geração cada vez me-nor de resíduos e efluentes tóxicos.Esta filosofia, conhecida como Quími-ca Sustentável ou Química Verde, podeser definida como a criação, o desen-volvimento e a aplicação de produtos eprocessos químicos para reduzir ou eli-minar o uso e a geração de substânciasnocivas à saúde humana e ao ambien-te. Objetiva-se a redução do risco pormeio da minimização ou mesmo elimi-nação da periculosidade associada àssubstâncias tóxicas, em detrimento darestrição de exposição às mesmas. Da-do que a Química Verde visa o desen-volvimento de tecnologias e materiaisincapazes de causar poluição, idealmen-te, a sua aplicação pode promover a pas-sagem da abordagem tradicional de“comando e controle” à desejável “pre-venção” de poluição, tornando desne-cessárias as remediações dos impactosambientais observados atualmente.

Os conceitos fundamentais da Quí-mica Verde começaram a ser definidosna última década do século XX, no bojode um movimento maior caracterizadopela determinação, enfrentamento e pro-postas de resolução dos problemas am-bientais. Em 1991, após a publicação daLei de Prevenção à Poluição dos EUA, aagência ambiental norte-americana (En-vironmental Protection Agency - EPA)lançou o programa “Rotas Sintéticas

Alternativas para Prevenção de Poluição”para apoiar o desenvolvimento de pes-quisas que objetivam prevenir a poluiçãoquando da produção de compostossintéticos. Em 1993, com a inclusão deoutros tópicos como solventes ambien-talmente corretos e compostos inócuos,houve a expansão e renomeação desteprograma, que a partir de então adotouoficialmente o nome de Química Verde.Em 1995 foi instituído o programa pre-sidencial norte-americano de premiaçãoDesafio em Química Verde (The Pre-sidential Green Chemistry ChallengeAwards), com o objetivo de reconhecerinovações em pesquisa, desenvolvimentoe implementação industriais de tecnologiaspara a redução da produção de resíduosna fonte. Outros países como Japão, Ingla-terra, Itália, Austrália e Alemanha tambémtêm adotado premiações semelhantes.

Em 1993, na Itália, foi estabelecidoo Consórcio Universitário Química parao Ambiente (INCA, na sigla em inglês),com o intuito de reunir pesquisadoresenvolvidos com as questões químicase ambientais para a disseminação dosprincípios e tópicos de interesse da quí-mica mais limpa ou ambientalmente cor-reta. Todos os anos, o INCA promovea Escola Internacional de Verão em Quí-mica Verde, que tem a participação deestudantes de mais 20 de países.

Em 1997 foi criado o Instituto deQuímica Verde, que, desde 2001, temparceria com a Sociedade Americana deQuímica. A Sociedade Britânica deQuímica lançou, em 1999, o periódicoGreen Chemistry, com um índice de im-pacto bastante relevante (5,472) e criouuma linha de publicações de livros cujo

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Artigo

País sediará conferência mundialPela primeira vez, o

Brasil sediará um even-to oficial da União In-ternacional de QuímicaPura e Aplicada (IUPAC,sigla em inglês) sobreQuímica Verde. Trata-seda 4th International IUPAC Conferenceon Green Chemistry (4th ICGC). Orga-nizado pela Comissão de Química Verdeda Sociedade Brasileira de Química(SBQ), o encontro ocorrerá de 25 a 29 deagosto deste ano, em Foz do Iguaçu (PR),e terá o CRQ-IV como um de seus apoia-dores institucionais.

A 4th ICGC tem como meta promovere estreitar o debate entre os setores aca-dêmico, industrial, governamental e não-governamental sobre os processos e pro-dutos químicos verdes. A ideia é apro-

fundar a discussão so-bre este emergente mo-vimento no campo ci-entífico da Química eEngenharia Química. Se-rão tratados assuntoscomo a síntese e os pro-

cessos benignos, a Química Verde na pro-dução de energia, os produtos derivadosde fontes renováveis, Engenharia Quími-ca e educação em Química Verde.

O evento será presidido pela pro-fessora Arlene Corrêa e terá a secreta-ria-geral sob a responsabilidade da pro-fessora Vânia Zuin, ambas da Universi-dade Federal de São Carlos e autoras doartigo publicado nesta página. Informa-ções adicionais podem ser obtidas peloe-mail [email protected] ou no site daconferência: www.ufscar.br/icgc4.

enfoque relaciona-se à Química Verde.Neste mesmo período, em 2001, a UniãoInternacional de Química Pura e Aplicada(IUPAC, sigla em inglês) aprovou a cria-ção do Subcomitê Interdivisional de Quí-mica Verde e, em 2006, apoiou a realiza-ção de um simpósio internacional sobresustentabilidade na Índia. Em 2004, den-tro da série de textos Green Chemistryda IUPAC/INCA, foi editado o livro Qui-mica Verde en Latinoamerica.

A POSIÇÃO NACIONAL - No Brasil, os con-ceitos da Química Verde começaram aser difundidos recentemente. No meioacadêmico, por exemplo, o Departa-mento de Química da Universidade Fe-deral de São Carlos (DQ-UFSCar) pro-moveu a sua 26ª Escola de Verão noinício de 2006. Com foco na QuímicaVerde, teve a participação de pesquisa-dores nacionais e internacionais de reno-me neste campo. Vale ressaltar que asedições seguintes da Escola de Verão emQuímica do DQ-UFSCar incluíram vá-rias atividades relacionadas a esta temá-tica. Em janeiro de 2007 foi realizada,

no Instituto de Química da Universidadede São Paulo (IQ-USP), a primeira Es-cola de Verão em Química Verde e, emnovembro daquele mesmo ano, ocor-reu o primeiro Workshop Brasileiro sobreQuímica Verde, em Fortaleza, onde foianunciada a instalação da Rede Brasileirade Química Verde (RBQV).

A RBQV pretende ser o elemento ins-titucional de promoção das inovaçõestecnológicas para as empresas nacio-nais, com o apoio da comunidade cien-tífica e o suporte de agências governa-mentais e órgãos correlatos. A rede temprocurado integrar profissionais de vá-rios setores e organizado encontros egrupos de trabalho, com o apoio do Cen-tro de Gestão e Estudos Estratégicos edo Ministério da Ciência, Tecnologia eInovação, que culminaram na publicaçãodo livro Química Verde no Brasil:2010-2030. Segundo esta obra, bem co-mo diversas outras publicações veicula-das nas revistas da Sociedade Brasileirade Química, há temas prioritários queprecisam ser contemplados na agendabrasileira e que incluem: biorrefinarias,

alcoolquímica, oleoquímica, sucroquí-mica, bioprodutos, conversão de CO2,energias alternativas, dentre outros as-suntos transversais e interdisciplinares,que se relacionam às dimensões sociaise econômicas mais amplas.

A Associação Brasileira da IndústriaQuímica (Abiquim) pretende, por meiodo Pacto Nacional da Indústria Quími-ca, elevar a posição do setor industrialbrasileiro no ranking mundial (5º nomundo), por meio de uma ação estraté-gica de tornar o País líder em QuímicaVerde. Para isso, a indústria químicadeve, dentre outras medidas, investirmaciçamente em inovação (previsão deUS$ 167 bilhões até 2020), o que sig-nifica um grande potencial para o esta-belecimento de parcerias.

Como se depreende, os programaspara a inserção da Química Verde nocontexto brasileiro têm enfatizado acrescente necessidade da integraçãodos variados setores – indústria, acade-mia e instituições governamentais – parase potencializar a geração de conheci-mentos de forma científica, técnica, éti-ca e socialmente comprometida.

As autoras são professoras doDepartamento de Química daUniversidade Federal de São

Carlos e organizadoras da 4thInternational IUPAC Conferenceon Green Chemistry (veja box ao

lado). As referênciasbibliográficas estão na versão

on-line desta edição.

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Notas

Química forense teráciclo de palestras

A contribuição da química na investigação e esclarecimentode crimes será o foco do “Ciclo de Palestras em QuímicaForense”, programado para três sábados (26/5, 02/6 e 16/6),das 9h às 17h, na sede do Conselho, em São Paulo. A coor-denação científica será do Bacharel em Química Antonio CarlosMassabni, Conselheiro do CRQ-IV e ex-diretor do IQ-Unesp/Ara-raquara. A também Bacharel em Química Regina Branco, do Institutode Criminalística de São Paulo e autora do livro Química Forense sob olhareseletrônicos, divulgado pelo Informativo, responderá pela coordenação técnica.

Na palestra de abertura, Massabni falará sobre a relação do Profissional daQuímica com a química forense. No mesmo dia, Henri Eisi Toma, do Instituto deQuímica da USP e ganhador, em 2001, do Prêmio Fritz Feigl, outorgado peloCRQ-IV, falará sobre a nanotecnologia aplicada à química forense. A seguir, ociclo terá apresentações de Alberi Espíndula, que explicará as funções do perito edo assistente técnico num processo judicial, e de Norberto da Silva Gomes, daOAB de São Paulo, que fará a palestra Perícia e Justiça Brasileira.

A química como ferramenta da criminalística, a metodologia utilizada paraconstatação de falsificação ou adulteração de medicamentos, os métodos analíticosutilizados em análises periciais e a necessidade do conhecimento químico naanálise de documentos falsos (documentoscopia) serão os assuntos discutidosno dia 02/06. Essas apresentações serão feitas, respectivamente, por Regina Branco,Maria de Fátima Pedroso, Adilson Pereira e Letícia Poço, todos do Instituto deCriminalística de São Paulo (IC).

O ciclo será encerrado no dia 16/6 com as palestras A química do fogo:constatação de incêndio de natureza criminosa (por Jayme Telles - IC), Detecçãode resíduos de disparo de arma de fogo (Jorge Sarkis - Ipen/SP) e a apresentaçãode dois estudos de casos: Averiguação de crime contra o meio ambiente, comPatrícia Eloin Moreira, e Crime contra a pessoa – homicídio doloso, apresentadopor Cristina Pumeda e Déa Morellato, todas especialistas do IC.

O evento se destina apenas a profissionais da química de nível superior. Ataxa de inscrição é de R$ 450,00 e inclui o fornecimento de coffee-breaks e

certificado de participação emitido peloConselho. Serão sorteadas três bolsasintegrais entre os que recolherem ataxa de inscrição e forem registradosno CRQ-IV.

Os interessados em participar de-vem preencher o formulário cujo acessodeve ser feito a partir da versão on-line desta edição do Informativo, emwww.crq4.org.br. Dúvidas deverão serenviadas exclusivamente pelo for-mulário que também se encontra nomesmo endereço. Não serão prestadasinformações por telefone, e-mail oupessoalmente.

Peritos: acaba ocadastramentoFoi encerrada no dia 30 de mar-

ço a campanha feita pelo CRQ-IVpara ampliar o cadastro de profissio-nais interessados em atuar como peri-tos. A campanha foi anunciada emoutubro de 2011 e o prazo para cadas-tramento, que terminaria em novem-bro, foi prorrogado para permitirmaior participação.

No total, 422 profissionais preen-cheram o formulário que ficou dis-ponível no site. Destes, 222 foram pré-aprovados e já começaram a ser con-tatados por e-mail para que enviemdocumentos que comprovem os dadosinformados no formulário. Eles terãoaté o dia 15/5 para responder.

As inscrições dos outros 200 pre-tendentes foram recusadas por duasrazões: ou estão registrados como Téc-nicos apesar de terem informado quecursaram faculdade, ou não possuemqualquer registro no Conselho. As pes-soas que estiverem nesse grupo rece-berão um comunicado do CRQ-IV in-formando os motivos de suas inscri-ções terem sido indeferidas.

O Conselho deverá concluir aanálise dos currículos dos pré-apro-vados até o final de maio. A estimativaé que a cartilha contendo os integran-tes do Banco de Peritos seja publica-da e enviada ao Judiciário até junho.

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Aprimoramento

Chileno dirige consultoriaResponsável pela revisão da nova

edição do Guia de Laboratório, oBacharel em Química Freddy Santia-go Cienfuegos Petricic afirma que oengenheiro deve elaborar um projetobaseado em especificações de umprofissional que vivencia o dia a diade um laboratório, pois só assim épossível a construção de um ambienteseguro e funcional.

Formado em 1971 pela Universi-dade do Chile, Cienfuegos está no Bra-sil desde 1977. Depois de trabalhar por

muitos anos na Polibrasil, em 1995 fun-dou e até hoje dirige a empresa C&CCursos e Consultorias, que oferece ser-viços nas áreas de elaboração de pro-jetos de laboratório, desenvolvimentode métodos analíticos e realização de au-ditorias, além de ministrar cursos. En-tre seus clientes estão companhias co-mo a Suzano Petroquímica, Varian, Po-lietilenos União e a Rio Polímeros.

Ele tem três livros publicados: Se-gurança em laboratório, Tabelas Quí-micas e Análise Instrumental.

Guia de Laboratóriopassa por atualizaçãoMaterial auxilia escolas na instalação, montagem,

manutenção e operação de unidades voltadasao ensino da Química

A Comissão de Ensino Técnico doCRQ-IV lançou, em março, a segundaedição do Guia de Laboratório parao Ensino de Química: instalação,montagem e operação. A primeiraedição saiu em 2007 e desde entãopassou a integrar o Selo de Qualida-de, programa criado pelo Conselhopara certificar cursos de formação deTécnicos da área química. Além darevisão e atualização da legislação per-tinente, a nova edição inclui informa-ções adicionais sobre segurança e pro-curou adotar uma linguagem que facilitea compreensão pelos usuários. Gratuito,o guia já está disponível para downloadno site do Conselho.

A produção do guia se justificou emfunção da carência de literatura espe-cífica voltada à montagem de labora-tórios de química com finalidade edu-cacional. Se por um lado o trabalho pro-

curou não se distanciar da realidade deuma escola, por outro foi criterioso aoembasar suas orientações em normasda ABNT e do Ministério do Trabalho.Contou, ainda, com a supervisão téc-nica do Bacharel em Química FreddySantiago Cienfuegos Petricic, profissio-nal com vasta experiência na área. Alémde trabalhar atualmente como consultor,ele publicou três livros relacionados àsatividades desenvolvidas em laboratório(veja box).

O guia contém orientações sobre pro-jetos (edificação e instalações elétricas ehidráulicas), segurança (sinalização, equi-pamentos de emergência e de proteçãoindividual), rotulagem de soluções e le-gislação sobre efluentes e descarte deresíduos. Também inclui três anexos so-bre estrutura para funcionamento de umlaboratório de ensino técnico, lista dosprincipais grupos de substâncias e rela-

ção das incompatibilidades de produtose as reações que o armazenamento in-correto pode provocar.

Segundo explicou a Engenheira Quí-mica Andrea de Batista Mariano, daGerência de Fiscalização do CRQ-IV eCoordenadora da Comissão de EnsinoTécnico, o guia contém explicações so-bre o trabalho consciente dentro de umlaboratório, começando com regras bá-sicas de segurança, como o uso de aven-tal longo de mangas compridas sobre aroupa. É importante que sejam obser-vados cuidados como o uso de óculosde segurança, de colocação de touca porquem tem cabelos cumpridos, não portaranéis ou outros acessórios que possamenroscar nos equipamentos como tam-bém, nos casos de joias feitas de ouroou prata, reagir com determinadosprodutos: o ouro é sensível ao cloro e aobromo; a prata oxida quando expostaao ozônio, gás sulfídrico ou ar com en-xofre, salientou. De acordo com a coor-denadora da comissão, é recomendávelque o laboratório tenha as instruções,procedimentos e normas de segurança emlocal visível e que os professores, alunose instrutores tenham conhecimento ple-no de seu conteúdo.

Chileno dirige consultoria

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Qualificação

Entidades traçam planos paraevitar apagão de mão de obra

Abiquim organizou encontro para discutir melhorias na formação profissional

Iniciativa fortalece Selo de QualidadeO presidente do CRQ-IV, Manlio de

Augustinis, afirmou que a preocupaçãoda Abiquim com a busca de alternativaspara melhorar a qualificação dos pro-fissionais da área pode ser entendidacomo uma comprovação de que o Con-selho acertou ao investir no Selo deQualidade. “Nós já tínhamos progra-mado fazer uma campanha para expli-car às indústrias os objetivos do nossoprograma e sugerir que, em seus pro-cessos seletivos, olhassem com maisatenção os candidatos vindos de escolascertificadas com o nosso Selo”, disse.

De acordo com Augustinis, o Conselhoplaneja enviar às empresas material dedivulgação do Selo.

Encontros regionaisexplicarão o programa

O Conselho realizará em breve en-contros em várias cidades para detalharo programa Selo de Qualidade paraescolas que mantém cursos técnicosna área química. As instituições serãoconvidadas por ofício. A programaçãoestará no site do CRQ-IV.

A qualidade da mão de obra foi otema de uma reunião promovida pelaAssociação Brasileira da Indústria Quí-mica (Abiquim), no dia 9 de março, como objetivo de estabelecer estratégias pa-ra atender à crescente demanda por pro-fissionais da química. Estimativas daentidade indicam que, nos próximosdez anos, o setor gerará mais de 2 mi-lhões de empregos diretos e indiretos.Além da necessidade de preencher es-sas vagas, a indústria também está preo-cupada com a qualidade da formaçãodesses colaboradores. O encontro tevea participação de várias entidades, en-tre elas o CRQ-IV, que na oportunidademostrou o Programa Selo de Qualida-de, criado para estimular a montagemde cursos técnicos de excelência.

O Selo é um instrumento de identifi-cação e certificação das escolas com-prometidas com a qualidade de ensino,explicou o Engenheiro Wagner ContreraLopes, que representou o Conselho na

reunião. Integrante da Comissão que ela-borou o programa, Lopes também é ge-rente de Fiscalização da entidade. Durantea apresentação, ele salientou que o pro-grama, lançado em 2007, define parâ-metros a partir dos quais as escolas po-dem se autoavaliar, fazer ajustes e assimproporcionar uma melhor qualificaçãoaos seus alunos.

Lopes classificou como positiva ainiciativa da Abiquim de reunir dife-rentes entidades para debater a quali-ficação profissional. O CRQ-IV for-necerá os dados que possui e auxiliaráno mapeamento e identificação das de-ficiências, assegurou.

Fernando Figueiredo, presidente-executivo da Abiquim, disse que as in-formações fornecidas pelos participan-tes começariam a ser analisadas pelaComissão de Recursos Humanos daassociação e poderão subsidiar os pro-jetos a serem trabalhados. A comissãoagendará outros encontros para dar con-tinuidade ao assunto.

Também participaram da reuniãoGustavo Leal Sales Filho, diretor nacio-nal de operações do Senai, Junia Motta,da Agência Brasileira de Desenvolvi-mento Industrial, Wagner Brunini, vice-presidente de Recursos Humanos da Basf,e representantes da Confederação Na-cional da Indústria, Braskem, Oxiteno,Basf e Rhodia Poliamida e dos sindicatosdos trabalhadores nas indústrias quími-cas de São Paulo e do ABC.

Reunião organizada pela associação da indústria química reuniu representantes de várias entidades

Iniciativa fortalece Selo de Qualidade

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