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CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
JOÃO GUSTAVO SANTOS LINDOSO DE ASSIS RUESLEY EWERTON QUEIROZ BARBOSA
ANÁLISE DO PLANEJAMENTO LOGÍSTICO EM DOIS CANTEIROS DE OBRA NA PARTE BAIXA DO MUNICÍPIO
DE MACEIÓ-AL
MACEIÓ/AL 2018.1
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JOÃO GUSTAVO SANTOS LINDOSO DE ASSIS RUESLEY EWERTON QUEIROZ BARBOSA
ANÁLISE DO PLANEJAMENTO LOGÍSTICO EM DOIS CANTEIROS DE OBRA NA PARTE BAIXA DO MUNICÍPIO
DE MACEIÓ-AL
Trabalho apresentado como requisito final, para a conclusão de curso de engenharia civil do centro universitário cesmac, sob a orientação da professora MSc. Roseneide Honorato dos Santos.
MACEIÓ/AL 2018.1
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REDE DE BIBLIOTECAS CESMAC
A848a Assis, João Gustavo Santos Lindoso de
Análise do planejamento logístico em dois canteiros de obra na parte
baixa do Município de Maceió-AL / João Gustavo Santos Lindoso de Assis,
Ruesley Ewerton Queiroz Barbosa
. -- Maceió: 2018
36 f.: il.
TCC (Graduação em Engenharia civil) - Centro Universitário
CESMAC, Maceió - AL, 2018.
Orientador: Roseneide Honorato dos Santos
1. Análise. 2. Planejamento. 3. Logístico.
4. Canteiro. 5. Obra.
I. Santos, Roseneide Honorato dos. II. Título.
CDU: 624(813.5)
Evandro Santos Cavalcante
Bibliotecário CRB-4/1700
4
JOAO GUSTAVO SANTOS LINDOSO DE ASSIS RUESLEY EWERTON QUEIROZ BARBOSA
ANALISE DO PLANEJAMENTO LOGISTICO EM DOIS CANTEIROS DE OBRA NA PARTE BAIXA DO
MUNICÍPIO DE MACEIO-AL
Trabalho apresentado como requisito final, para a conclusão de curso de engenharia civil do centro universitário cesmac, sob a orientação da professora MSc. Roseneide Honorato dos Santos.
APROVADO (A) EM: 23 / 05 / 2018 .
BANCA EXAMINADORA
ora: MS oseneide Honorato dos Santos
Avaliador Interno: Antônio Ev EVEVEEv
5
AGRADECIMENTOS
À Deus, por me permitir trilhar esse caminho e por me guiar nas estradas da
vida, me acompanhando em cada momento. À professora Roseneide, orientadora
deste trabalho, minha gratidão pelos valiosos ensinamentos, orientação e apoio. Aos
meus amigos que além da ajuda com trocas de experiência, ficaram na torcida para
que tudo desse certo. Aos meus pais, agradeço pelo amor, incentivo e dedicação para
me verem vencer na vida. À minha namorada, pelo incentivo e amor, onde me
fortaleceu em momentos difíceis, o meu singelo obrigado.
Primeiramente à Deus, por me conceder o dom da vida. Aos meus pais e
familiares, por sempre me apoiar e incentivar. À minha esposa, pelo amor e carinho,
muito obrigado.
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ANÁLISE DO PLANEJAMENTO LOGÍSTICO EM DOIS CANTEIROS DE OBRA NA PARTE BAIXA DO MUNICÍPIO DE MACEIÓ-AL
ANALYSIS OF LOGISTICAL PLANNING IN TWO WORK SITES IN THE LOW PART OF MACEIÓ-AL MUNICIPAL
João Gustavo Santos Lindoso de Assis Graduando do Curso de Engenharia Civil
[email protected] Ruesley Ewerton Queiroz Barbosa
Graduando do Curso de Engenharia Civil [email protected]
Roseneide Honorato dos Santos Mestre em Engenharia Civil
RESUMO
Sabemos que a falta de adequação do espaço de trabalho vem a ser uma das causas centrais da redução da produtividade, qualidade, prejuízos expressivos e frequentes retrabalhos. Uma vez que muitas medidas precisam ser adotadas antes de ser determinado o terreno em que a edificação será construída, para que o canteiro tenha organização e estrutura eficientes. O objetivo deste trabalho consiste em analisar o planejamento logísticos de dois canteiros de obra e suas fases e estudar as diferenças existentes em canteiros de obras restritos e amplos. Inicialmente foi feita uma pesquisa bibliográfica, em seguida foi realizada um estudo de campo, mostrando os avanços que uma obra obteria com o investimento na pesquisa de um planejamento logístico incluso no canteiro de obras, apontando as melhorias atingidas e seu vínculo com o planejamento da logística e layout do canteiro. Apresentando ainda resultados da importância do investimento no planejamento e estudo anterior ao cumprimento da obra, já que é a maneira mais adequada de diminuir resíduos, reduzir o tempo com mão de obra, ampliar a produtividade dos empregados, prevenir incidentes e acidentes.
PALAVRAS-CHAVE: Análise. Planejamento. Logístico. Canteiros. Obra
ABSTRACT
We know that the lack of adequacy of the workspace is one of the central causes of reduced productivity, quality, significant losses and frequent rework. Since many measures need to be taken before the land on which the building will be built is determined, so that the site has an efficient structure and structure. The objective of this work is to analyze the logistical planning of two construction sites and their phases and to study the differences existing in large and restricted construction sites. Initially a bibliographical research was carried out, then a field study was carried out, showing the advances that a work would obtain with the investment in the research of a logistic planning included in the construction site, pointing out the improvements achieved and its link with the logistics planning and layout of the construction site. It also presents results of the importance of investment in the planning and study prior to completion of the work, since it is the most appropriate way to reduce waste, reduce time with labor, increase employee productivity, prevent accidents and accidents.
KEYWORDS: Analysis. Planning. Logistic. Flower beds. Work
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Índice de respostas dos itens 1, 2, 3 e 4 propostos na enquete.............. 28
Gráfico 2 - Índice de Desperdício ocasionado pelo não planejamento de layout ...... 29
Gráfico 3 - Índice de respostas dos itens 6, 7, 8 propostos na enquete. .................. 30
Gráfico 4 - Índice de resposta do item 9 proposto na enquete. ................................ 31
Gráfico 5- Índice de resposta do item 10 proposto na enquete ................................ 32
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Exemplo de canteiro de obras. ................................................................. 14
Figura 2 - Canteiro de obras de edifício no bairro de Santo Amaro, Recife .............. 15
Figura 3 - Obras do campus da UNILA em Foz do Iguaçu-PR ................................. 16
Figura 4 - Obras do gasoduto entre as cidades de Ipiaú e Brumado ........................ 16
Figura 5 - Posto de Carpintaria ................................................................................ 17
Figura 6 - Pátio de amarração .................................................................................. 17
Figura 7 - Pátio de estocagem ................................................................................. 18
Figura 8 - Central de Argamassa ............................................................................. 18
Figura 9 - Transporte horizontal de carga ................................................................ 18
Figura 10 - Transporte vertical de cargas ................................................................. 19
Figura 11 - Desperdício de material por armazenamento impróprio ......................... 20
Figura 12–Caracterização de um canteiro de obras com planejamento de logística e
layout ....................................................................................................................... 21
Figura 13 - Canteiro de obras com acessibilidade .................................................... 23
Figura 14 - Transporte de materiais ......................................................................... 24
Figura 15 - Armazenamento de materiais ................................................................ 24
Figura 16 - Sinalização e conforto ............................................................................ 25
Figura 17 - Canteiros de obras ................................................................................. 25
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 10
1.1 Tema ............................................................................................... 10
1.2 Problema ........................................................................................ 11
1.3 Objetivos ........................................................................................ 11
1.3.1 Objetivo Geral: ................................................................................ 11
1.3.2 Objetivos Específicos ...................................................................... 11
1.4 Justificativa.................................................................................... 11
1.5 Descrição dos Capítulos ............................................................... 12
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................ 13
2.1 Definição de Logística aos Longo dos Séculos .......................... 13
2.2 Contextualização Histórica no Mundo ......................................... 13
2.3 O Canteiro de Obras e sua definição ........................................... 14
2.4 Modelos de Canteiro ..................................................................... 15
2.5 Componentes de um Canteiro de Obras ..................................... 17
2.6 As dificuldades cotidianas em um canteiro sem planejamento de logística e layout das instalações............................................................. 19
2.7 Planejamento da logística e layout do canteiro de obras ........... 21
3 METODOLOGIA ............................................................................... 27
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................... 28
5 CONCLUSÃO ................................................................................... 34
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 36
APÊNDICES ................................................................................................ 39
APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO ................................................................ 39
10
1 INTRODUÇÃO
A realidade de um canteiro de obras no Brasil é bem variável de acordo com a
estrutura da construtora responsável pelo empreendimento. Porém, de forma geral,
os canteiros são apertados e mal organizados. A falta de espaço e a pressa são os
grandes vilões que dificultam o bom funcionamento logístico dos canteiros.
É pertinente a realização deste trabalho que tem como um dos objetivos
apresentar uma breve análise da logística em canteiros de obras, pois, sabe-se que o
planejamento do canteiro de obras é um dos componentes mais ignorados por grande
número de empresas na área da Construção Civil. As medidas corretivas são
estabelecidas conforme os problemas vão se apresentando, uma vez que estas
seguem um planejamento específico.
As etapas de planejamento, concepção e elaboração do projeto de canteiros
de obras visa proporcionar aos colaboradores mobilidade segura, rapidez na
execução dos serviços, aumentando a produtividade da obra e, como consequência,
redução de despesas com colaboradores, atrasos na obra e segurança da equipe de
trabalho.
Quão maior a experiência do engenheiro incumbido pelo planejamento,
maiores as possibilidades da execução da obra ocorrer conforme especificações.
Dificilmente há uma diretriz perfeita a ser adotada, para a acomodação do canteiro,
cada evento precisa ser avaliado isoladamente até que se defina uma ação ideal para
ocasião.
Para este trabalho, serão consideradas como critério de avaliação, duas obras.
A primeira trata-se de um edifício residencial, em uma área com um grande número
de edificações vizinhas, que representará as obras verticais. A segunda é a de um
complexo educacional, localizado em uma região menos populosa, com menor
densidade de edificações se comparada à primeira, e que representará as obras
horizontais.
1.1 Tema
Este trabalho visa realizar uma análise do planejamento logístico de um
canteiro de obra restrito (comum em obras verticais, como prédios e edifícios) e amplo
11
(comum em obras horizontais, como em pequenas instituições educacionais) e
verificar o que pode ser feito para melhorar a eficiência de ambas as obras.
1.2 Problema
A falta de planejamento em obras na construção civil no Brasil tem sido um dos
fatores a contribuir para a elevação dos custos e adiamento dos prazos de entrega,
em especial as obras públicas que tem com fator agravante a burocracia do serviço
público. Esses problemas, que por muitas vezes é identificado pela ineficiência do
processo construtivo, também pode vir a acontecer associado à má execução dos
serviços ou a acidentes de trabalho, que muitas vezes ocorrem pelo cumprimento dos
prazos em virtude da falta de planejamento inicial.
Percebe-se que dentre os problemas citados, o principal deles é a ineficiência
dos serviços prestados, levando consigo à atrasos e elevação dos custos da obra, que
originou esta investigação.
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral:
O objetivo desse trabalho consiste em analisar o planejamento logístico de dois
canteiros de obra e suas fases e estudar as diferenças existentes em canteiros de
obras restrito e amplo.
1.3.2 Objetivos Específicos
• Analisar os fundamentos básicos da logística da obra;
• Estudar as diferenças entre os canteiros de obras restritos e amplos;
• Verificar o planejamento, implementação e layout dos canteiros de obra
estudados.
1.4 Justificativa
Segundo reportagem “O Custo da Burrice” da Revista EXAME no ano de 2015,
no Brasil, apenas 20% do tempo da obra é empregado no planejamento da mesma,
enquanto que outros países como Japão e Alemanha, o tempo empregado no
planejamento das obras são em torno de 40% no primeiro e quase 50% no segundo.
Dados como esses mostram que a cultura enraizada no Brasil quanto aos processos
12
realizados para a previsão de todas as etapas e de todas as variáveis desta é
extremamente curto, minando assim a eficiência de todo o sistema.
Portanto, justifica-se pesquisar sobre planejamento logístico em canteiros de
obras em função da necessidade de reduzir as despesas geradas na obra em
decorrência do descumprimento de metas e prazos, além de ser um dos principais
fatores que contribuem para segurança daqueles que atuam nos canteiros de obras.
1.5 Descrição dos Capítulos
No capítulo 2 foi realizada uma introdução sobre os elementos abordados no
trabalho, com enfoque na definição histórica da logística, conceitos, classificações e
dificuldades encontradas nos canteiros de obras usualmente utilizadas no Brasil.
No capítulo 3 foi apresentada a metodologia utilizada neste trabalho na qual
foram obtidos os resultados relevantes à pesquisa e que estarão no capítulo seguinte.
Nessa metodologia, busca-se utilizar os mesmos critérios para a avaliação dos
canteiros de obras analisados, de maneira a obter-se uma maior confiabilidade nos
resultados apresentados.
No capítulo 4 foram apresentados os resultados e discussões das análises dos
canteiros, assim como um esboço do layout de ambos, as rotinas empregadas, além
de apresentar sugestões para a melhoria dos processos, desde que sejam adequadas
e viáveis tanto do ponto de vista prático como do ponto de vista econômico.
No capítulo 5 foram apresentadas as conclusões do trabalho, assim como as
avaliações obtidas por meio dos resultados do capítulo 4 e como esses resultados
podem vir a agregar no melhor do planejamento logístico de outros canteiros de obras
similares aos estudados neste trabalho.
13
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Definição de Logística aos Longo dos Séculos
Segundo estudiosos, é possível que o surgimento das primeiras significações
de logística tenham sido desenvolvidas em ambiente militar, sendo a do Barão
Antoine-Henri Jomini a mais conhecida. De acordo com o Lustosa et al (2008, p.355)
logística pode ser expressa como.
A arte prática de movimentar os exércitos, compreendendo não apenas os
problemas de transporte, como também o trabalho de estado maior, as medidas
administrativas e as atividades de reconhecimento e de informação necessários para
o deslocamento e a manutenção de forças militares organizadas.
2.2 Contextualização Histórica no Mundo
A logística marca presença na História Antiga, sendo Alexandre, o Grande um
notável estrategista que utilizava suas técnicas para a vitória em guerras. O rei da
Macedônia usava sua habilidade para acelerar o transporte e a movimentação de seu
exército, surpreendendo inimigos e ganhando batalhas. “Junto com ele trabalhavam
contramestres e engenheiros a fim de aprimorar os planejamentos para a ofensiva,
gerenciamento de terras e conquistas” (CHRISTOPHER, 2002).
Ainda conforme este autor, “Napoleão foi outro dirigente de combates bem-
sucedidos com o uso da logística, governou grande parte do continente europeu por
meio de uma associação de táticas, fazendo uma alteração em suas tropas”,
substituindo os mercenários por civis nacionais e unindo-os a um estudo de fluxo
rápido, obtendo uma logística bem elaborada e apropriada para cada ação de seus
exércitos e artilharia.
Após décadas de desuso, a estratégia de logística teve recomeço ao longo da
Segunda Guerra Mundial, sendo utilizada em batalhas pelo exército americano. A
logística foi primordial no planejamento no abastecimento de mantimentos e armas,
além de alocar as tropas em pontos estratégicos.
Sendo possível destacar, segundo Christopher (2002):
14
“Destaca-se que para a conquista do sucesso da aplicação da logística, o
principal fator foi a presença de uma grande disciplina dos militares, de modo que, a
divulgação deste modelo possibilitou a difusão dos métodos e, consequentemente, da
busca pela eficiência dos serviços realizados.”
2.3 O Canteiro de Obras e sua definição
Diversos significados são atribuídos para canteiro de obra, segundo a
NBR12284 (ABNT, 1991) – Área de Vivência em canteiro de obras, possuí a seguinte
definição: “canteiro de obras são conjuntos de áreas destinadas à execução e apoio
dos trabalhos da indústria da construção, dividindo-se em áreas operacionais”.
Já na NR-18 - Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da
Construção Civil (BRASIL, 2015), o determina como “área de trabalho fixa e
temporária, onde se desenvolve operações de apoio a execução de uma obra”.
Para um melhor entendimento do conceito de canteiro de obra e suas
atividades, é preciso saber que se refere a uma estrutura provisória, formada por
diversos componentes que possibilitam uma construção a ser realizada nos moldes
estabelecidos em normas, além de sua flexibilidade.
Logo, canteiro de obras pode ser entendido como o espaço de execução,
vinculado aos serviços de espaços temporário, constituído por ambientes de
convivência, depósito, escritório, alojamento, almoxarifado, vestiários, entre outros,
como pode ser verificado na reprodução exibida pela Figura 1.
Figura 1 - Exemplo de canteiro de obras.
Fonte: O Autor, 2018
15
2.4 Modelos de Canteiro
Faz-se necessário a identificação da tipologia do canteiro de obra antes mesmo
da preparação do seu projeto. Para isso, é preciso a definição dos projetos da
construção e o espaço a ser construído. De acordo com Illingworth (1993), existem
três modelos de canteiro, sendo os restritos, amplos e longos.
O restrito é um tipo de canteiro que tem uma maior ocorrência em construções
localizadas nos centros urbanos, em obras que objetivam ampliações e reformas, uma
vez que o espaço para construção da obra é restrito (FRANKENFELD, 1990).
Este tipo de canteiro caracteriza-se pela presença de tapumes que delimitam o
local da construção e de poucas entradas de acesso ao canteiro, necessitando ainda
mais que seja realizado um planejamento logístico adequado para a realização das
atividades.
Comumente esses modelos de canteiro são empregados em pontos que
acumulam determinadas dificuldades para realização de uma obra, onde em seu
entorno localizam-se domicílios e zona comercial com ampla movimentação de
automóveis e pedestres, prejudicando ainda mais o acesso para o andamento da
obra.
Figura 2 - Canteiro de obras de edifício no bairro de Santo Amaro, Recife Fonte: G1, 2015
Denomina-se canteiro amplo aqueles estabelecidos em espaços que contém
uma ampla área, onde a construção não preencherá todo o terreno e sim uma parcela
dele. “Frequentemente é adotado em obras distantes das regiões centrais das
cidades, como construção de condomínios horizontais, hidrelétricas, barragens, entre
outras” (GOMES, 2004).
16
Esses tipos de canteiro caracterizam-se pela presença de grandes máquinas e
equipamentos devido à realização de suas atividades, que em geral são de grande
porte, como dito anteriormente. Além disso possuem diversas entradas de acesso e
por diversas ocasiões realizam interações com órgãos municipais e estaduais de
modo a não afetar as atividades cotidianas em sua volta.
Figura 3 - Obras do campus da UNILA em Foz do Iguaçu-PR Fonte: UNILA, 2012
No canteiro longo (ou longitudinal) há restrição apenas em um sentido,
ocasionando na dificuldade de acesso. Esses canteiros são localizados em obras de
construção de estradas e oleodutos, caracterizando-se por uma difícil locomoção de
máquinas e pessoal dentro do canteiro em razão do espaço reduzido nas laterais e
das grandes extensões longitudinais do mesmo.
Figura 4 - Obras do gasoduto entre as cidades de Ipiaú e Brumado
Fonte: Achei Sudoeste, 2016
Faz-se necessária a definição do tipo de canteiro que melhor se adequa a obra,
por ser possível antever as facilidades e dificuldades que possam ocorrer ao redor do
17
terreno, assim, prevendo o nível de complexidade que se apresentará no início do
planejamento do canteiro.
2.5 Componentes de um Canteiro de Obras
Segundo Souza (2000), “alguns componentes do canteiro de obra têm
intervenção direta na produtividade dos trabalhadores, deste modo, o cuidado deve
ser aumentado ao se projetar um layout e uma logística de tais componentes”. Esses
elementos e seu local adequado de ocupação são:
• Posto de Carpintaria: área utilizada para a produção de diversos cortes e
fôrmas de madeira.
Figura 5 - Posto de Carpintaria Fonte: UFRGS, 2011
• Pátio de armação: zona destinada a corte e dobra do aço para produção de
armaduras utilizadas na obra;
Figura 6 - Pátio de amarração Fonte: Téchne, 2014
• Estocagem: zona para estocar os materiais a serem utilizados na construção.
Tendo cada material um modo diferente de armazenar ou de ser armazenado;
18
Figura 7 - Pátio de estocagem Fonte: CONTRUÇÃO MERCADO, 2011
• Central de argamassa: local em que são produzidas argamassas para toda a
construção. Algumas empresas fazem uso de mais de uma betoneira, para que
o fornecimento de insumos seja o mais ágil possível;
Figura 8 - Central de Argamassa Fonte: SECIL ARGAMASSAS
• Transporte horizontal: compõe de empilhadeira, retroescavadeira,
carregadeira;
Figura 9 - Transporte horizontal de carga Fonte: Treinatec
19
• Transporte vertical: são as gruas, guinchos, etc.
Figura 10 - Transporte vertical de cargas Fonte: Locminas
Por fim, “cada componente mencionado tem seu dimensionamento alterado
conforme o tamanho da obra, podendo ser menor ou maior, estando sujeito a
necessidade em cada etapa construtiva” (REIS, 2009). Neste caso, compreende-se o
valor de aliar as informações apresentadas anteriormente, para que possa alocar
todos os departamentos no local mais apropriado.
2.6 As dificuldades cotidianas em um canteiro sem planejamento de logística e
layout das instalações
De acordo com Vieira (2006) ‘‘um fluxo de serviços bem planejado, provido
adequadamente de suas ferramentas básicas, que são materiais e mão-de-obra, irá
resultar em redução de tempo improdutivo, perdas e retrabalhos”. Deste modo,
enfatiza-se a relevância do bom planejamento, com o propósito de evitar problemas
relativos ao layout.
Segundo Formoso e Saurin (2006), ‘’um planejamento inadequado do layout do
canteiro referente ao local de armazenagem impróprio dos materiais e deslocamento,
trazem danos à companhia, como perda de material e desperdício’’.
Tendo como base a literatura sobre a questão, apresenta-se a seguir alguns
exemplos das dificuldades cotidianas, conforme Formoso e Saurin (2006), referente a
uma aplicação inadequada do layout compreendendo elementos essenciais em uma
construção:
20
• Depósitos - localizados afastados do almoxarifado, estando fora do controle do
mesmo, fazendo com que o almoxarife tenha que se deslocar até outra região
para que possa viabilizar o material necessário, ou pela realização de um
armazenamento intermediário. Esse procedimento é denominado por Formoso
e Saurin (2006) como “duplo manuseio” e é considerando um dos fatores que
contribuem para os desperdícios da obra e que em determinados canteiros é
inevitável, sendo apenas seus efeitos minimizados por meio de um
planejamento adequado;
• Almoxarifados - dispostos em um local de difícil acesso, ocasionando
problemas na distribuição dos materiais;
• Guincho - com o surgimento de novas tecnologias, é possível posicionar os
guinchos modernos nos poços de elevadores, visto que se encontram em
pontos mais centrais, mostrando-se como uma vantagem frente aos modelos
mais antigos, que são reservados no espaço externo, danificando o curso da
composição da fachada, intervindo no atraso da construção e impedindo o
acesso e arranjo de materiais;
• Instalações sanitárias - quando dimensionada para uma determinada
quantidade de empregados e a obra apreende um número não antevisto,
excedendo o dimensionamento mínimo da NR-18 (NR, 2015).
• Sala de engenharia - alocada em zona próxima a atividades barulhentas,
fazendo com que os componentes da parte administrativa fiquem improdutivos
ou incomodados com o barulho;
Figura 11 - Desperdício de material por armazenamento impróprio
Fonte: O Autor, 2018
21
Perante tais problemas, é visto que no cotidiano de muitas obras surgem essas
circunstâncias que podem ser impedidas com um estudo prévio e um layout bem
elaborado da construção a ser realizada.
2.7 Planejamento da logística e layout do canteiro de obras
Ao analisar o emprego da logística no canteiro de obra, não se pode desprezar
o planejamento do layout, que é indispensável na composição do ambiente de
trabalho. O armazenamento de materiais, instalações temporárias, movimentação de
equipamentos e trabalhadores, precisam estar ligados para que os abastecimentos
de insumos e os processos construtivos aconteçam com o menor número de
interferência possível.
Figura 12–Caracterização de um canteiro de obras com planejamento de logística e layout Fonte: Comunidade da Construção, 2016
Segundo Vieira (2006), uma construção que apresente um bom projeto de
canteiro, com logística e planejamento bem elaborado, obtém diversas melhorias no
procedimento de execução do empreendimento, tais como:
• Diminuição no consumo de tempo de mão de obra com circulações
indevidas e retrabalhos;
• Acréscimo de horas proveitosas para o profissional, conseguindo o
empenho e a satisfação do mesmo;
• Os serviços podem ser realizados com mais segurança;
• Há uma minoração no desperdício de materiais, uma vez que estes
deixam de ser armazenados e dispostos em ambientes indevidos e que
tragam interferências em futuros serviços;
22
• Impede que equipamentos e máquinas sejam obstruídos, ocasionando
a improdutividade dos mesmos;
• Obtém a zona de trabalho organizada e limpa, erguendo a moral dos
trabalhadores.
Para preparar um layout de canteiro de obra, necessita-se compatibilizar o
projeto da obra, o canteiro e os processos construtivos. Os projetos da obra devem
ser cuidadosamente examinados, sobretudo os dos pilotis e subsolo, pois são os
níveis onde o curso de circulação e armazenagem são maiores. Os demais projetos,
como o do pavimento tipo, tem igualmente sua importância, por ser o primeiro passo
para serem medidos os quantitativos da maior parte dos serviços a serem feitos. Ainda
de acordo com Vieira (2006):
O canteiro de obra é bastante ativo e flexível e cada um tem sua particularidade,
sendo assim, cada tipo de obra e de canteiro terá sua organização própria, pois
existem vários métodos de transporte, tipos de armazenamento de material,
quantidade de operários para circulação, tipos de máquinas e equipamentos e
diferentes disposições físicas para a construção.
Dos componentes aludidos, o que mais aflige os profissionais incumbidos para
a preparação do layout é o espaço físico que a obra proporciona para a locação do
canteiro, pois quão menor for o ambiente para o implante da extensão designada a
dar suporte às tarefas da construção, maior será o número de interferências durante
o cumprimento das atividades do canteiro.
Primeiramente, os técnicos indicados a projetar a organização do canteiro
necessitam de informações simples como:
• O estabelecimento da quantidade de funcionários que a obra terá em
seu menor, cerca de 20 operários, e maior ritmo, mais de 100 operários;
• Trabalhos que serão feitos, como terraplenagem, fundações, alvenaria,
superestrutura, dentre outros;
• Determinação das etapas de execução;
• Qualidade de entrada à obra, como largura das ruas e calçamento, de
maneira a possibilitar a entrada de todos os suprimentos e
equipamentos para a obra sem gerar transtornos ou paralisação da
mesma;
23
• Nível de piso que a obra atingirá, assim como a presença ou não de
subsolo e o número de subsolos que a obra possuirá;
• Materiais a serem armazenados e consumidos, como cimento,
argamassas, agregados, revestimento cerâmico, ferramentas, etc.;
• Conduta do entorno, como fluxo pessoas e carros que passam na rua,
de modo a possibilitar o transporte de equipamentos para a obras sem
afetar o trânsito no entorno da mesma, sendo esta a razão do porquê
de estruturas e equipamentos de grande porte serem transportadas
para o canteiro apenas durante a madrugada, especialmente nos
centros urbanos, onde os impactos provocados por este transporte
serão mínimos;
• Utensílios que serão instalados e usados na obra e modelo de obra que
será edificada e todos os projetos, como o estrutural, arquitetônico e
elétrico.
Depois reunir todas as informações, inicia-se a o estágio criativo - determinar a
disposição física do canteiro de obra. Por não conter um padrão fixo e uniformizado
para ser praticado, o arranjo apropriado no canteiro é realizado a partir da criatividade
e da experiência que os projetistas possuam. Todavia, existem determinados
parâmetros que os construtores e engenheiros podem aderir, conforme Maia e Souza
(2003), são os seguintes:
• Acessibilidade: implantação de diferentes entradas para materiais e mão de
obra e extensão dedicada para estoque próxima ao acesso);
Figura 13 - Canteiro de obras com acessibilidade Fonte: Acessibilidade de Petrolina, 2013
24
• Facilitar a passagem de materiais: aderir aberturas específicas para
movimentação de mão de obra com e sem material e reduzir o afastamento
entre o local de ida e volta do material, adotando o pensamento que o menor
percurso entre os pontos é em linha reta);
Figura 14 - Transporte de materiais Fonte: Gonçalves Junior, 2015
• Facilidade para circulação de pessoas: reduzir o percurso dos funcionários com
relação aos refeitórios, sanitários, etc.;
• Qualidade de estocagem: facilitar a entrada e a saída do insumo do local,
produzir proteções para os tipos de material contra os agentes externos e medir
a região de maneira associada com a encomenda de materiais a serem
realizados;
Figura 15 - Armazenamento de materiais Fonte: Engenharia ao Cubo, 2016
25
• Conforto e segurança para os servidores: cumprir as normas
regulamentadoras, determinar percurso de movimentação e criar uma boa
sinalização;
Figura 16 - Sinalização e conforto Fonte: O Autor, 2018
• Flexibilidade: permitir alterações no canteiro, fazendo um estudo de
dimensionamento de um local para que o mesmo possa ser reorganizado
conforme as várias etapas da obra;
Figura 17 - Canteiros de obras Fonte: Casa inteligente ICF, 2016
• Gastos: fazer uma pesquisa da viabilidade do canteiro programado.
26
Por fim, para que o planejamento seja cumprido com eficácia é indispensável
juntar o máximo número de dados e critérios citados acima e uni-los a conhecimento
do projetista, pois cada obra tem sua particularidade e necessita ser elaborada a partir
de suas previsões.
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3 METODOLOGIA
Para uma melhor compreensão e relevância deste tema, o presente trabalho
foi desenvolvido mediante a realização de pesquisas bibliográficas, com finalidade de
colocar o pesquisador em contato com o que já se produziu e registrou a respeito do
tema em questão.
Em segundo momento para melhor examinar a realidade do conteúdo, foram
desenvolvidas uma pesquisa de campo como coleta de dados, por meio de entrevistas
de caráter qualitativo. Foram realizadas essas entrevistas, por dois estudantes de
engenharia civil, contendo, nas entrevistas, 10 perguntas objetivas, todas com 2
alternativas, aplicadas no período de setembro de 2017 a janeiro de 2018, envolvendo
6 profissionais da área da construção civil.
Foram entrevistados 2 engenheiros, 2 mestres de obras e 2 técnicos de
segurança do trabalho das duas obras, sendo a primeira vertical (um edifício
residencial) e a segunda horizontal (um complexo educacional); ambas na parte baixa
do município de Maceió, com faixa etária entre 30 a 55 anos, e com experiência de
mais de 10 anos com canteiro de obras. Com isso, foi possível analisar os diversos
pontos de vista, segundo a opinião desses profissionais anteriormente citados. Isto
possibilitou conhecer a realidade de quem planeja layout de canteiro e quem, em
seguida, o executa.
A partir desses dados e informações coletados foram criados gráficos,
apresentando percentuais onde determinam as dificuldades e facilidades encontradas
por esses profissionais em suas áreas de trabalho. As perguntas foram moldadas com
o intuito de realizar um diagnóstico da realidade dos canteiros de obras verticais e
horizontais da parte baixa do município de Maceió.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A realidade de um canteiro muda conforme a organização e a perspectiva da
construtora encarregada pela obra. Todavia, frequentemente os canteiros têm pouco
espaço e são desorganizados, como os canteiros longos, que devido ao seu caráter
mais específico quanto à utilização, os tornam menos comuns quando comparados
aos demais. A pressa e o aperto são o estopim das principais dificuldades que
atrapalham o bom andamento logístico do canteiro de obras.
Portanto, os resultados abaixo apresentados abordam questões aplicadas aos
entrevistados, onde será possível constatar que logo de início no Gráfico 1 os mesmos
apresentaram um elevado número de ocorrências dos contratempos que vem
ocorrendo com mais frequências nos canteiros de obras. Obtendo os seguintes
resultados:
Gráfico 1 - Índice de respostas dos itens 1, 2, 3 e 4 propostos na enquete
Fonte: O Autor, 2018.
Os itens mostrados no gráfico 1 apresentam elevado número de ocorrências
dos contratempos mais frequentes nos canteiros de obras, em que a localização do
almoxarife e a distância entre ele e o depósito chegaram a causar problemas a 60%
dos entrevistados.
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É visto que o planejamento de layout se dá com baixo índice e o de logística
não existe, o que provavelmente pode ter ocasionado as dificuldades exibidas nas
perguntas 3 e 4.
Neste caso é possível observar que o método usado para alocação dos
ambientes é realizado aleatoriamente, portanto é provável que ocorra uma maior
relocação do almoxarifado e depósitos até a construção da obra, acrescendo o
período de deslocamento do funcionário a localidade da ocupação.
De acordo com Coutinho et al (1994), ‘’o desperdício pode representar perdas
de 25% a 30% do custo total da obra. A falta de projetos adequados e, principalmente,
de planejamento contribui com 70% deste problema, provocando erros, falhas,
serviços desfeitos e refeitos, ou seja, um constante retrabalho’’.
No Gráfico 2, a indagação foi se houve algum gasto ou desperdício de materiais
devido ao inadequado ou o não planejamento de layout? Obtendo o seguinte
resultado:
Gráfico 2 - Índice de Desperdício ocasionado pelo não planejamento de layout
Fonte: O Autor, 2018.
Pode-se observar a partir do gráfico 2, que problemas como o desperdício de
materiais são frequentes, uma vez que abrange aproximadamente 53% dos
pesquisados. O que se destaca é como a ausência de planejamento e layout do
canteiro influenciam nessas perdas de insumos, corroborando a necessidade de
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produção de um planejamento adequado. Destarte, é interessante se ponderar o valor
de empregar um planejamento de layout e de logística no arranjo físico do canteiro.
Segundo Saurin (1997), ‘’O planejamento logístico estabelece, por exemplo, as
condições de armazenamento de cada material, o tipo de mobiliário colocado nas
instalações provisórias ou as instalações de segurança de um guincho (tela,
campainha, etc.)’’.
O planejamento da logística necessita complementar-se ao planejamento do
layout, assegurando o abastecimento de todos os requisitos indispensáveis de
infraestrutura para a completa atividade dos procedimentos associados à disposição
de canteiro de obras.
Conforme Ballou (2003), ‘’A gestão logística gerencia e supervisiona todas as
atividades envolvidas na movimentação de bens como o transporte de materiais,
pessoas e recursos para o lugar certo no momento certo; por conta disso, é
considerada como a arte de administrar o fluxo de materiais e produtos da fonte até
os usuários’’.
A partir do (Gráfico 3) foram indagadas questões sobre almoxarifados, locais
para refeições, vestuário e instalações sanitárias. Obtendo os seguintes resultados:
Gráfico 3 - Índice de respostas dos itens 6, 7, 8 propostos na enquete.
Fonte: O Autor, 2018.
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Os dados do gráfico 3 apontam alguns dos problemas encontrados devido à
ausência de planejamento de logística no canteiro. Houveram problemas na
distribuição de materiais para 60% dos pesquisados e cerca de 67% no
armazenamento do mesmo.
Outro dado levantado no gráfico 3 foi sobre a movimentação de pessoas e
insumos no canteiro, onde 73% tiveram dificuldades nessa atividade. Logo, tais
índices apontam a necessidade do estudo de logística e a aplicação dela na
construção civil, objetivando o sincronismo entre a destinação de materiais,
funcionários e equipamentos e os departamentos operacionais.
O gráfico 4 apresenta o resultado quanto a questão da importância do estudo
e planejamento de layout e logística no canteiro de obras, obtendo tais resultados:
Gráfico 4 - Índice de resposta do item 9 proposto na enquete.
Fonte: O Autor, 2018.
As informações contidas no gráfico 4 apontam que os engenheiros
entrevistados (visto que os autores têm a convicção que é a partir deles a tomada de
decisões) têm a ciência da importância do estudo e planejamento de layout e logística
no canteiro de obras, mesmo não os implementando em suas construções. Por meio
das respostas obtidas, pode-se observar que há a falta de interesse por parte dos
profissionais da área na implementação de tal planejamento.
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Neste último gráfico no qual será apresentado logo abaixo, (Gráfico 5) ficou a
questão do planejamento simultâneo do layout e logística, chegou ao seguinte
resultado:
Gráfico 5- Índice de resposta do item 10 proposto na enquete
Fonte: O Autor, 2018.
O gráfico 5 expõe que nenhum dos profissionais (engenheiros, mestres de
obras e técnicos de segurança do trabalho) desta pesquisa teve o planejamento
simultâneo do layout e logística. Exibindo, novamente, a necessidade de
conscientização da importância do estudo da logística.
A quantidade de profissionais envolvidos na pesquisa foi pequena, porém eram
as pessoas que tinham condições contribuir com esta investigação.
As indagações realizadas foram elaboradas com o intuito de identificar de forma
generalizada, como estes profissionais tem percepção de canteiro planejado e o não
planejado.
Os resultados apresentados atestam a importância do planejamento dos
canteiros para a evolução das obras. É de conhecimento para os engenheiros,
técnicos e mestres de obra, no entanto, os entrevistados afirmaram que em nenhuma
obra em que eles trabalham ou trabalharam foi realizado algum tipo planejamento,
demonstrando assim que, mesmo conhecendo-se da importância do planejamento, o
mesmo, por alguma razão, vem sendo renegado nas obras civis da região estudada.
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Além disso, os mesmos resultados vêm a ratificar a presença de desperdício
de tempo e material nos canteiros, onde influenciam nos custos financeiros da obra,
demonstrando assim que a realização de um planejamento promove diversos
benefícios para a obra, desde uma melhor eficiência financeira como ergonômica dos
operários, ambas de interesse do construtor responsável.
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5 CONCLUSÃO
Com as pesquisas realizadas verificou-se que o investimento no planejamento
da logística do canteiro de obra é de grande importância para a construtora que queira
ser competitiva no mercado, já que o planejamento origina inúmeros benefícios para
obra, como: diminuição expressiva no desperdício de materiais, menores gastos com
mão de obra, planejamento e gestão da produção, planejamento e gestão do canteiro
de obras, provisão de materiais e equipamentos, fluxo de informações eficiente
associado a uma TI (Tecnologia de Informação) compatível, componentes esses que
interferem diretamente no orçamento final de uma edificação.
Todavia, é comum a contratação de equipes especializadas em logística para
assessorarem ou até mesmo conduzirem o recebimento, estocagem e distribuição dos
insumos. Deste modo, engenheiros ou construtoras que derem importância à logística
e ao layout ligado às execuções das normas regulamentadoras obterão satisfação dos
clientes e ganhos.
O suprimento de material, se bem gerenciado não causará atraso nos serviços
nem desperdícios nos custos. Um estoque controlado, que se preocupa com as curvas
de variação de estoque e com os níveis de reposição não terá problemas com
interrupção de um serviço por conta de um atraso de entrega. Para tal, o gestor deve
estar sempre atento ao ponto de reposição para fazer o pedido de compra e garantir
que o saldo do produto nunca vá abaixo do nível de segurança. Com isso sempre
haverá material em estoque e os serviços não atrasarão devido à sua falta.
O gerente de obras deve contar com os contratempos ao invés de esperá-los
acontecer para então entrar com uma medida de solução. Embora sejam muito mais
trabalhosos, os esforços preventivos são muito menores e demandam muito menos
tempo e disposição de recursos do que os de solução.
A pesquisa efetuada nesse trabalho também indicou que o cumprimento de um
planejamento logístico causa contentamento dos contribuintes, e como efeito acresce
a produtividade dos mesmos. Como lucro final, o empreendimento aumenta as
oportunidades de ser disponibilizado no prazo determinado, com a qualidade
almejada, originando satisfação e consentindo as cobranças do mercado imobiliário.
Por fim, o trabalho apresentou a importância do investimento no planejamento
e estudo anterior ao cumprimento da obra, já que é a maneira mais adequada de
diminuir resíduos, reduzir o tempo com mão de obra, ampliar a produtividade dos
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empregados, prevenir incidentes e acidentes, entre outros melhoramentos aludidos
no decorrer deste estudo.
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APÊNDICES
APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO
1 – Na obra em que você atuou houve um planejamento de layout do canteiro?
SIM NÃO
2 - Havia um planejamento de logística do canteiro?
SIM NÃO
3 – Os depósitos de materiais eram localizados longe do almoxarifado?
SIM NÃO
4 – O almoxarifado era disposto em local de difícil acesso?
SIM NÃO
5 – Havia gasto ou desperdício de materiais devido ao planejamento inadequado ou o não planejamento de layout?
SIM NÃO
6 - Haviam problemas na distribuição de materiais?
SIM NÃO
7 - Haviam problemas no armazenamento de materiais?
SIM NÃO
8 - Haviam problemas na movimentação de materiais e pessoas?
SIM NÃO
9 - Você acha importante o estudo e o planejamento do layout e logística no canteiro de obras?
SIM NÃO
10 - Você já trabalhou em alguma obra que tenha tido o planejamento tanto do layout quanto de logística no canteiro de obras?
SIM NÃO