anlise do comportamento de prismas grauteados

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Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50 th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society 22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE PRISMAS GRAUTEADOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL CERÂMICA J. M. D. Soares; L. Z. Grohmann; P. I. O. do Carmo Rua Honório Magno, 441 - Santa Maria - RS - CEP 97070-450 e-mail: [email protected] - fone 0**55-2208313 Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - CT - Santa Maria - RS RESUMO Com a finalidade de analisar a influência do graute na resistência à compressão de prismas de blocos cerâmicos, este trabalho aborda ensaios de resistência à compressão axial simples de prismas contrafiados com diferentes tipos de grautes, bem como diferentes porcentagens de grauteamento. Para tanto, foram realizados ensaios experimentais com quatro diferentes tipos de porcentagens de grauteamento (0%, 33%, 66% e 100% grauteado) combinados com três diferentes tipos de grautes (G1, G2 e G3). Com base nos dados experimentais foi realizada uma análise dos resultados obtidos e através da análise destes resultados pôde-se chegar a conclusões sobre o comportamento dos prismas, onde percebe-se um aumento não significativo de resistência dos prismas ao aumentar a resistência do graute e um ganho efetivo de resistência dos prismas somente ao terem a totalidade de suas células grauteadas. Palavras-chave: alvenaria estrutural, blocos cerâmicos e graute. INTRODUÇÂO Entre os métodos construtivos em alvenaria estrutural, é comumente usado o método da alvenaria grauteda, que consiste em preencher os vazios dos blocos das paredes para aumentar a resistência da mesma. Porém, poucos estudos foram realizados buscando descrever a influência do graute na alvenaria estrutural, entre as principais pesquisas realizadas destacam-se Hamid & Drysdale (1) , Kingsley, Tulin & Noland (2) , Colville & Wolde-Tinsae (3) , Hamid & Chandrakeerthy (4) e Gomes (5) . 1

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Page 1: ANLISE DO COMPORTAMENTO DE PRISMAS GRAUTEADOS

Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society

22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DE PRISMAS GRAUTEADOS

DE ALVENARIA ESTRUTURAL CERÂMICA

J. M. D. Soares; L. Z. Grohmann; P. I. O. do Carmo Rua Honório Magno, 441 - Santa Maria - RS - CEP 97070-450

e-mail: [email protected] - fone 0**55-2208313 Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - CT - Santa Maria - RS

RESUMO

Com a finalidade de analisar a influência do graute na resistência à compressão de

prismas de blocos cerâmicos, este trabalho aborda ensaios de resistência à

compressão axial simples de prismas contrafiados com diferentes tipos de grautes,

bem como diferentes porcentagens de grauteamento. Para tanto, foram realizados

ensaios experimentais com quatro diferentes tipos de porcentagens de

grauteamento (0%, 33%, 66% e 100% grauteado) combinados com três diferentes

tipos de grautes (G1, G2 e G3). Com base nos dados experimentais foi realizada

uma análise dos resultados obtidos e através da análise destes resultados pôde-se

chegar a conclusões sobre o comportamento dos prismas, onde percebe-se um

aumento não significativo de resistência dos prismas ao aumentar a resistência do

graute e um ganho efetivo de resistência dos prismas somente ao terem a totalidade

de suas células grauteadas.

Palavras-chave: alvenaria estrutural, blocos cerâmicos e graute.

INTRODUÇÂO

Entre os métodos construtivos em alvenaria estrutural, é comumente usado o

método da alvenaria grauteda, que consiste em preencher os vazios dos blocos das

paredes para aumentar a resistência da mesma.

Porém, poucos estudos foram realizados buscando descrever a influência do

graute na alvenaria estrutural, entre as principais pesquisas realizadas destacam-se

Hamid & Drysdale (1), Kingsley, Tulin & Noland (2), Colville & Wolde-Tinsae (3), Hamid

& Chandrakeerthy (4) e Gomes (5).

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Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society

22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC Existe, ainda, a necessidade de uma melhor compreensão da influência do uso

de diferentes tipos de graute e porcentagens de grauteamento na resistência à

compressão da alvenaria estrutural, com o objetivo de aprimorar os critérios de

dimensionamento e a técnica construtiva.

Através deste trabalho, foi feito um estudo avaliando o comportamento de

prismas grauteados, parcialmente grauteados e não-grauteados de blocos

cerâmicos. E, com isso, espera-se otimizar a utilização do graute, e contribuir para o

aprimoramento da alvenaria estrutural como sistema construtivo.

METOLOGIA

Na realização desta pesquisa, foram ensaiados, à compressão axial simples,

60 prismas de blocos cerâmicos, contrafiados, de três fiadas de altura, com

diferentes porcentagens de grauteamento e diferentes tipos de grautes. O Quadro 1

apresenta o número de prismas ensaiados por tipo de prisma e a Figura 1 mostra o

modelo dos prismas com suas diferentes porcentagens de grauteamento. Vale

lembrar que as porcentagens de grauteamento se referem as porcentagens de

células grauteáveis efetivamente grauteadas, em cada modelo de prismas .

Argamassa Sem graute Graute 33%

grauteado 66%

grauteado 100%

grauteado

G1 6 6 6

G2 6 6 6

A

6

G3 6 6 6

Quadro 1 – Número de prismas ensaiados (seis prismas por série).

Figura 1 – Modelos de prismas com diferentes porcentagens de grauteamento.

2

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Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society

22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC MATERIAIS, COMPONENTES E ELEMENTOS

Para a realização dos ensaios foi feita a caracterização dos materiais (areia,

pedrisco, cal e cimento), componentes (bloco argamassa e graute) e elemento

(prisma) utilizados na pesquisa, porém, são apresentados somente os resultados

mais relevantes.

Bloco estrutural

O bloco estrutural cerâmico utilizado na pesquisa, de dimensões nominais 19 x

14 x 29 cm (H x L x C) foi caracterizado conforme as normas da ABNT, onde foram

obtidas suas características físicas e mecânicas. A Tabela 1 apresenta os resultados

obtidos.

Tabela 1 – Caracterização do bloco estrutural.

Propriedades Valores

Dimensões média (H x L x C) (cm) 18,95 x 13,95 x 28,96

Resistência média à compressão (MPa) 13,25

IRA (sucção) (g/193,55.cm².min) 42,08

Área bruta (cm²) 403,99

Área líquida (cm²) 161,14

Argamassa

A argamassa utilizada nesta pesquisa é mista de cimento, cal e areia. Na

confecção da argamassa foi utilizado um traço pré-determinados em volume,

considerando a utilização de cimento comum. Para a utilização do cimento Portland

pozolânico CP-IV, cimento este utilizado nesta pesquisa, foi adotada a conversão de

traço baseada na diferença das massas unitárias dos cimentos, conforme proposto

por Pedroso (2003) (6). A Tabela 2 mostra a os valores dos traços e a resistência à

compressão da argamassa aos 28 dias.

Tabela 2 – Traços e resistências para argamassa.

Traço em volume cimento CP-I 32

Traço em massa cimento CP-IV 32

f,médio (MPa)

A 1:0,250:3,000 1:0,127:4,115 18,35

3

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Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society

22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC Grautes

O graute utilizado neste trabalho é misto, com cimento, cal, areia e pedrisco,

sem a utilização de qualquer tipo de aditivo. Foram adotados três tipos de grautes

com resistências à compressão distintas, para se verificar a influência desta variável

no comportamento dos prismas.

De forma análoga à argamassa, os traços dos grautes foram corrigidos para a

utilização do cimento Portland pozolânico CP-IV. A Tabela 3 apresenta os valores

obtidos na correção dos traços dos grautes e também os valores de resistência à

compressão, aos 28 dias, dos mesmos.

Tabela 3 – Traços e resistências para grautes.

Traço em volume cimento CP-I 32

Traço em massa cimento CP-IV 32

f,médio (MPa)

G1 1:0,05:3,250:3,500 1:0,025:4,458:3,695 7,98

G2 1:0,05:2,250:2,500 1:0,025:3,086:2,639 16,47

G3 1:0,05:1,250:1,750 1:0,025:1,714:1,847 24,38 RESULTADOS

O modelo de prisma adotado tem três fiadas de altura e um bloco e meio de

largura, apresentando dimensões médias de 44 cm de comprimento, 14 cm de

largura e 59 cm de altura. O assentamento dos blocos é contrafiado, portanto com

amarração, e com argamassamento total. As Figuras 2 e 3 apresentam a execução

dos prismas e a série de prismas após o grauteamento.

Figura 2 – Execução dos prismas.

Figura 3 – Prismas grauteados.

4

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Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society

22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC Os prismas foram moldados conforme orientação das normas da ABNT, suas

juntas de argamassas foram controladas para que sua espessura fosse de

aproximadamente 10 mm. O grauteamento ocorreu após a moldagem, sendo o

graute adensado em três camadas.

Os prismas foram ensaiados a resistência à compressão aos 28 dias em séries

de seis prismas para cada combinação graute/porcentagem de grauteamento. O

Quadro 2 apresenta os resultados médios da resistência à compressão axial dos

prismas estudados, em relação a sua área bruta, para as diversas situações de

grauteamento.

Oco 33% 66% 100%

G1 7,98

5,92 (22,06)

6,70 (8,22)

8,29 (13,13)

G2 16,47

7,23 (13,82)

7,15 (20,78)

8,25 (12,94)

G3 24,38

6,44 (11,76)

7,50 (16,30)

7,89 (17,20)

8,44 (18,37)

Observação: Os valores apresentados no quadro são as resistências médias (MPa) para a série de prismas e os valores entre parênteses são os coeficientes de variação (%).

Quadro 2 – Resultados de resistência à compressão dos prismas (área bruta). ANALISE DOS RESULTADOS

Comparação entre grautes

Mesmo com todo o acréscimo de resistência aplicado ao graute pode-se

considerar pequena a influência desta variável na resistência à compressão dos

prismas. Em média, considerando todos os tipos de prismas grauteados, o ganho de

resistência à compressão dos prismas, se compararmos o uso do graute G1 com o

graute G2 (que tem aproximadamente o dobro da resistência do graute G1), é de

8,23%. Fazendo a comparação da utilização do graute G2 com o graute G3 (que tem

uma vez e meia a resistência do graute G2) constata-se um ganho médio de

resistência de 8,18%. Já na comparação dos extremos, o graute G1 com o graute

G3, nota-se um aumento de resistência de 5,30%. As Figuras 4 e 5 mostram estas

variações de resistências.

5

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Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society

22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

0 5 10 15 20 25

Resistência do graute (MPa)

Res

istê

ncia

do

pris

ma

(MPa

)

Figura 4 – Resistência média dos prismas em função da resistência do graute.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

33% 66% 100%TIPOS DE PRISMAS

Res

istê

ncia

à c

ompr

essã

o (M

Pa)

G1G2G3

Figura 5 – Comparativo em relação ao tipo de graute utilizado.

Na análise dos prismas com a totalidade de células grauteadas, comparando a

utilização dos grautes G1 e G3, que têm uma diferença de resistência de 205,51%,

percebe-se um acréscimo de apenas 1,93% na resistência à compressão dos

prismas. Os resultados se aproximam aos resultados de Mendes (1998) (7) para a

utilização de argamassa com resistência semelhante, que concluiu que os prismas

que apresentam melhor desempenho são os com grautes com módulos de

deformação próximos aos dos prismas não-grauteados.

6

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Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society

22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC Comparação entre porcentagens de grauteamento

O aumento da porcentagem das células grauteadas apresenta também um

ganho pouco significativo de resistência à compressão nos prismas. Em média, o

ganho de resistência dos prismas com 1/3 de suas células grauteadas em relação

aos prismas ocos é de 6,89%, já dos prismas com 2/3 de suas células grauteadas é

de 12,53%. Analisando a série de prismas totalmente grauteados em relação os

prismas não grauteados nota-se um aumento médio da resistência de 29,24%. A

Figura 6 apresenta o ganho de resistência médio dos prismas em função da

porcentagem de células grauteadas.

6

7

7

8

8

9

OCO 33% 66% 100%

TIPO DE GRAUTE

Res

istê

ncia

à c

ompr

essã

o (M

Pa)

Figura 6 – Resistência média dos prismas em função do tipo de grauteamento.

De forma geral, quando comparados todos os prismas ensaiados em relação

ao aumento de resistência, percebe-se um ganho mais evidente de resistência à

compressão nos prismas totalmente grauteados. Existem alguns fatores que fazem

com que o grauteamento total possa ser realmente eficiente, como a utilização de

grautes e argamassas adequados às necessidades dos prismas. De forma similar a

Garcia (2000) (8) e Arantes (2003) (9), nota-se uma proporcionalidade no acréscimo

de resistência dos prismas parcialmente grauteados.

7

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Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society

22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC Fazendo uma análise geral dos tipos de grautes utilizados em relação à

porcentagem de grauteamento nota-se que não há uma variação significativa de

aumento de resistência ao compararmos a utilização de 100% das células

grauteadas com os prismas. A Figura 7 mostra estas variações de resistência.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

G1 G2 G3

TIPOS DE PRISMAS

Res

istê

ncia

à c

ompr

essã

o (M

Pa)

Oco 33%66% 100%

Figura 7 – Comparativo em relação ao tipo de grauteamento utilizado.

Formas de ruptura

De forma geral, em função da elevada resistência da argamassa, os prismas

têm uma ruptura explosiva, com os prismas fissurando e rompendo subitamente.

Conforme Cheema & Klingner (10), a argamassa tem a tendência de expandir

lateralmente e, como é ligada mecanicamente ao bloco, ela é restringida

lateralmente, surgindo tensões laterais de tração no bloco e de compressão na

argamassa. A argamassa pode tanto fendilhar o bloco, como em menor escala, ser

esmagada pelas tensões de compressão geradas.

A ruptura dos prismas grauteados ocorre devido à expansão do graute que,

ao atingir sua capacidade de resistência à compressão, deforma devido à

microfissuração interna. Segundo Hamid & Drysdale (1), o graute transmite tensões

aos demais componentes do prisma, bloco e junta de argamassa, que tendem a

confinar o graute. A ação do graute sobre o prisma gera tensões de tração na

interface bloco/argamassa, zona mais frágil do prisma, levando-o a ruína. Quando o

graute não atinge a sua capacidade resistiva antes do conjunto bloco/argamassa, as

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Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society

22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC faces do bloco são tracionadas ao restringirem as deformações da argamassa. O

bloco sempre romperá por tensões de tração geradas pela deformação dos demais

componentes. As Figuras 5 a 8 apresentam as formas de rupturas dos prismas e a

ação do graute sobre os prismas.

Figura 8 – Ruptura explosiva (prisma oco).

Figura 10 – Ação do graute no o prisma.

Figura 9 – Ruptura explosiva do prisma.

Figura 11 – Detalhe da ação do graute.

CONCLUSÕES

Na comparação entre os prismas grauteados com diferentes tipos de grautes,

conclui-se que o aumento de resistência dos grautes não gera um aumento

significativo na resistência dos prismas. De forma geral, há um pequeno aumento na

resistência dos prismas com o aumento da resistência dos grautes. Os prismas com

100% das células grauteadas sofrem maior influência das tensões geradas pelo

graute em função do estado de confinamento do mesmo.

Para prismas parcialmente grauteados o aumento da porcentagem das

células grauteadas gera um aumento proporcional, mas não significativo, na

resistência dos prismas. Os prismas totalmente grauteados fogem desta

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Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society

22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC proporcionalidade apresentada pelos prismas parcialmente grauteados e não

grauteados e, na sua maioria, têm um ganho significativo de resistência.

Conclui-se que a utilização do grauteamento parcial em painéis de alvenaria

pode ser eficiente desde que seja utilizado de forma adequada, com uma

compatibilização da dosagem de traços de grautes e argamassas com as

características mecânicas dos blocos utilizados.

Este estudo pode trazer subsídios para a utilização de grauteamento parcial

em projetos em alvenaria estrutural, colaborando para melhorar a resistência à

compressão das estruturas, garantido também, maior eficiência à mesma.

REFERÊNCIAS

1. HAMID, A. A.; CHANDRAKEERTHY,S. R. Compressive strength of partially grouted concrete masonry using samll scale wall elements. Drexel University, Philadelphia. 1992.

2. KINGSLEY, G. R.; TULIN, L.G.; NOLAND, J.L. Parameter influencing the properties of grout in hollow clay masonry. Colorado Masonry Institute, University of Colorado, Colorado, USA, 1984, 110 p.

3. COLVILLE, J.; WOLDE-TINSAE, A. M. Compressive strenght of a grouted concrete masonry. 9th International Brick/Block Masonry Conference. 1991 b. Berlin, Germany. Proceedings, v. 1, p. 149-156. 1991

4. HAMID, A. A.; DRYSDALE, R. G. Suggested failure vriteria for grouted masonry under axial compressive. American Concrete Institute Journal. 1979. p. 1047-1061.

5. GOMES, N.S. A resistência das paredes de alvenaria. 1983. 190p.. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo-SP.

6. PEDROSO, G. M. Estudo de resistência de aderência ao cisalhamento na alvenaria estrutural. 2001. 105p.. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFSM, Santa Maria-RS.

7. MENDES, R. J. K. Resistência à compressão de alvenaria de blocos cerâmicos estruturais. 1998. 185p.. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFSC, Florianópolis.

8. GARCIA, P.D. Contribuições ao estudo da resistência à compressão de paredes de alvenaria de blocos cerâmicos. 2000. 115p.. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Carlos-SP.

9. ARANTES, C. A. Influência do graute na alvenaria estrutural cerâmica. 2003. 175p.. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFSM, Santa Maria-RS.

10. CHEEMA, T.S.; KLINGNER, R. E. Compressive strength of a concrete masonry prism. American Concrete Institute Journal. January-February, 1986. p. 88-97.

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Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society

22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC

ANALYSIS OF THE BEHAVIOR OF GROUTED CLAY PRISMS FOR STRUCTURAL MASONRY

ABSTRACT

In order to study the influence of the grout in the compression strength of prisms made of ceramic blocks, this paper deals with compression testing done with different types of grout and grouting ratios. The testing was done in sets of prisms with three different types of grout (G1, G2 e G3) combined with four different ratios of grouted cavities (0%, 33%, 66% e 100% grouted). Based on experimental data an analysis of the results gathered was done and, through the comparison among the different variables, some conclusions regarding the mechanical behavior of the prisms were drawn, such as; there is a non-significant increase in the prisms’ strength when the grouts’ strength is increased and, only when 100 % of its cavities is grouted, there is a significant increase in the prisms’ strength. Key words: structural masonry, ceramic blocks and grout.

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