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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Fisioterapia Bruna Fernanda de Moraes Leticia Aparecida Dias da Silva Rafaela Cardoso da Silva ANÁLISE COMPARATIVA DO RECRUTAMENTO ESTÁTICO E DINÂMICO DA MUSCULATURA ESTABILIZADORA DO TRONCO EM MULHERES SEDENTÁRIAS: ESTUDO RANDOMIZADO E CONTROLADO UniSALESIANO - Lins LINS – SP 2017

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Page 1: ANÁLISE COMPARATIVA DO RECRUTAMENTO ESTÁTICO E … · estiver está acompanhando tudo, todas as lutas e a minha vitória! Agradeço por ter feito parte da minha vida, obrigada por

UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Fisioterapia

Bruna Fernanda de Moraes

Leticia Aparecida Dias da Silva

Rafaela Cardoso da Silva

ANÁLISE COMPARATIVA DO

RECRUTAMENTO ESTÁTICO E DINÂMICO DA

MUSCULATURA ESTABILIZADORA

DO TRONCO EM MULHERES SEDENTÁRIAS:

ESTUDO RANDOMIZADO E CONTROLADO

UniSALESIANO - Lins

LINS – SP

2017

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BRUNA FERNANDA DE MORAES

LETICIA APARECIDA DIAS DA SILVA

RAFAELA CARDOSO DA SILVA

ANÁLISE COMPARATIVA DO

RECRUTAMENTO ESTÁTICO E DINÂMICO

DA MUSCULATURA ESTABILIZADORA DO

TRONCO EM MULHERES SEDENTÁRIAS:

ESTUDO RANDOMIZADO E CONTROLADO

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Banca Examinadora

do Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium, curso de

Fisioterapia, sob a orientação do

Prof. Me. Jonathan Daniel Telles e

orientação técnica da Profª Ma.

Jovira Maria Sarraceni

LINS – SP

2017

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Moraes, Bruna Fernanda; Silva, Leticia Aparecida Dias; Silva, Rafaela

Cardoso

Análise comparativa do recrutamento estático e dinâmico da musculatura estabilizadora de tronco em mulheres sedentárias: Estudo randomizado e controlado / Bruna Fernanda de Moraes; Leticia Aparecida Dias da Silva; Rafaela Cardoso da Silva. – – Lins, 2017.

80p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em

Fisioterapia, 2017.

Orientadores: Jonathan Daniel Telles; Jovira Maria Sarraceni

1.Estabilização Segmentar. 2. Estabilização Estática. 3.

Estabilização Dinâmica. I Título.

CDU 615.8

M818e

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BRUNA FERNANDA DE MORAES

LETICIA APARECIDA DIAS DA SILVA

RAFAELA CARDOSO DA SILVA

EFEITOS DO RECRUTAMENTO ESTÁTICO E DINÂMICO DA

MUSCULATURA ESTABILIZADORA DO TRONCO EM

MULHERES SEDENTÁRIAS.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia.

Aprovada em: __/__/___

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Jonathan Daniel Telles

Titulação: Especialista em Osteopatia pelo Colégio Brasileiro de Osteopatia,

Brasil.

Assinatura:

1º Prof.:

Titulação:

Assinatura: ___

2º Prof.:

Titulação:

Assinatura:

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Dedicamos esse trabalho as nossas famílias e a nossos amigos que ficaram

ao nosso lado durante toda a elaboração do projeto e nos ajudaram sempre que

precisamos e acreditaram no nosso sucesso.

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Agradecimentos

A Deus, o principal responsável por todo esse sonho que se realiza, o merecedor

de toda a glória e amor que existe. Deu-me força em vários momentos não me

deixando fraquejar e desistir mesmo sabendo de todos os meus motivos. Meu

agradecimento em especial a Ele é por sempre me amparar e me capacitar para

que chegasse onde estou hoje.

Ao meu anjo, que hoje se encontra somente em espírito e coração comigo,

sempre teve orgulho de mim e torceu demais para que tudo isso acontecesse.

Infelizmente ou não, os planos de Deus foram diferentes dos nossos para que

presenciasse esse momento tão especial, mas, sei que independente de onde

estiver está acompanhando tudo, todas as lutas e a minha vitória! Agradeço por

ter feito parte da minha vida, obrigada por tudo Eu te amarei eternamente, Vó

Pedrina! (há de haver uma ressurreição Atos 24:15 19/12/2014)

Aos meus pais, Maria Elizabete e José Filho, que estiveram sempre ao meu lado

tornando possível a realização desse sonho nessa caminhada de 05 anos, sempre

me amparando em todos os aspectos, principalmente financeiros. Vocês são meus

maiores exemplos, agradeço por nunca me deixarem desistir de NADA na minha

vida e mostrar que nem tudo nela será fácil, isso me tornou forte para superar

tudo que vier. Obrigada por todos os NÃO´s e pelos inúmeros puxões de orelhas

(sim, foram vários), eles foram cruciais para a formação da mulher que me tornei.

Não posso finalizar sem agradecer principalmente por aturarem o meu mau

humor diário, eu amo incondicionalmente vocês!

A minha princesa, Emanuelly que me faz cada dia mais querer ser alguém

melhor simplesmente pelo fato de saber que sou quem ela se espelha em ser no

futuro! MINHA MELHOR AMIGA

Ao meu irmão e cunhada, Bruno e Mara que acompanharam de perto toda

minha trajetória, sempre torcendo e acreditando em mim. Eu amo muito vocês!

Aos meus avós, Francisco e Aucina que sempre deixaram claro o orgulho que

sentem por mim e por minha escolha, estando presentes em todos os momentos

dessa caminhada. Amo vocês!

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Ao meu companheiro Cristian, que presenciou todos os meus momentos de luta

e sacrifícios permanecendo ao meu lado sempre fazendo com que nunca

desistisse. Agradeço a ele por todo o companheirismo!

Ás minhas parceiras Letícia e Rafaela que me acompanharam desde o início

dessa jornada e que em meio a tantas dificuldades permaneceram sempre ao meu

lado. Obrigada por aturarem os meus picos de humor e por abraçar sempre

minhas ideias mesmo estas sendo um tanto malucas, levarei vocês comigo para

sempre!

As participantes, que estiveram sempre disponíveis e muito animadas em

participar do nosso estudo, ajudando a concretizar esse sonho que de certa forma

acabou sendo um pouco de cada uma delas. Seremos eternamente gratas a todas

por tudo! Foi extremamente mágico conseguir agregar tudo isso ao início de

grandes amizades. Mulheres, muito obrigada!

Ao Jonathan Telles que aceitou ser nosso orientador, papel esse que foi

realizado com êxito graças a toda sua calma, compreensão e dedicação nos

deixando sempre seguras de que tudo daria certo e por estar sempre disponível

para novas ideias.

A nossa orientadora técnica Jovira, que sempre nos orientou e guiou pelo

melhor caminho com toda sua experiência e dedicação.

A todos os professores, que de alguma forma contribuíram para que esse sonho

se realizasse por meio de todo o conhecimento e apoio necessário que nos foram

dados.

Bruna Fernanda de Moraes

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, pois sem ele nada seria possível, ele quem

colocou em meu caminho essa grande oportunidade e esteve comigo todos os dias da

minha vida, não deixando desistir dos meus sonhos e objetivos e me dando força e

sustento para chegar até aqui, agradeço por me presentear com uma família

extraordinária, agradeço pelas pessoas que colocou no meu caminho nestes anos.

Agradeço, em especial, aos meus pais, Luiz e Luiza, meus maiores exemplos,

sempre que penso em vocês lembro-me das lutas que passaram, não mediram esforços

para que eu pudesse chegar até aqui, admiro vocês pela determinação e luta para minha

formação, vocês são as pessoas que mais admiro, se eu tiver que me espelhar em

alguém com certeza será em vocês, tenho muito orgulho e me sinto privilegiada por ser

filha de vocês, Deus não poderia ter me dado pais melhores e se eu cheguei até aqui foi

graças a vocês. amo vocês.

Agradeço a todos meus familiares, tios, tias primos e primas pelo apoio e

incentivo e pelo carinho, agradeço a minha vó Ilda mesmo não estando presente entre

nós pelo incentivo e força e atenção que me deu no inicio da faculdade e por todo

carinho e amor comigo.

A minhas companheiras de TCC, Bruna e Rafaela, em meios a tantos

desafios e lutas, momentos tristes e de alegria, se mantiveram sempre alegre, não

mediram esforço para realização deste trabalho, obrigada pelo conhecimento,

companheirismo e amizade. Parabéns para nós.

Agradeço aos professores que desempenharam com dedicação as aulas

ministradas. Agradeço aos meus colegas de classe, futuros e excelentes profissionais

Ao nosso orientador Jonathan e a nossa orientadora técnica Jovira, com toda

sabedoria, nos ajudaram por todo esse tempo.

Agradeço às pessoas que nos ajudaram na realização deste estudo com a melhor

intenção, colaborando para a realização e finalização deste trabalho, em especial as

nossas voluntarias que nos ajudaram participando do nosso experimento.

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Não podia deixar de agradecer aos meus amigos e companheiros de estágios do Centro

de reabilitação física de Guaiçara pelo companheirismo, amizade e conhecimento

partilhado.

Leticia Aparecida Dias da Silva

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Agradecimentos

A Deus, Ao único, que é digno de receber a honra e a glória, a força e o poder,

por estar sempre presente na minha vida, e tornar tudo possível, por ter me dado força

durante esses cinco anos de muita luta, ter iluminado meus passos em cada momento

vivido e cada obstáculo ultrapassado. Toda honra e glória são pra ti Senhor.

Aos meus pais Rosangela e Cardoso, que foram os primeiros a sonhar com este

momento, que às vezes renunciaram seus sonhos para realizar os meus, por não

medirem esforços para que eu pudesse levar meus estudos adiante. A vocês não basta

agradecer, amo vocês.

Aos meus avós Francisca e José Cardoso, exemplos de amor e honestidade,

figuras de grande importância em minha formação, sou grata por todo amor e por

todas as orações em meu favor, por fazerem dos meus sonhos os seus sonhos.

Ao meu companheiro de vida Marcos Felipe, obrigada por me acompanhar, pelo seu carinho, pela atenção, paciência e palavras de conforto nos momentos de insegurança, por sempre estar presente nos momentos de angústias e alegrias.

As minhas meninas, meu trio foram muitos os obstáculos, o que não nos fez

desistir, aprendi muito com as nossas diferenças, cada uma com seu jeito de ser, de

falar, de se expressar e de pensar, agradeço por todo carinho, compreensão e paciência.

Vocês eu vou levar pra vida!!!

Ao orientador Jonathan, por toda compreensão, paciência, incentivo e por nos

passar tranquilidade, segurança, e por nos fazer acreditar que seríamos capazes de

chegar até aqui.

A orientadora técnica Jovira, pela paciência e dedicação, não medindo esforços

para a conclusão deste trabalho.

Aos professores, pela dedicação nos dada por este caminho nos ajudando a

crescer não só como profissional, mas como pessoas.

As participantes, vocês não sabem como somos gratas a vocês, se não fosse

vocês, nada teria dado certo, agradecemos muito pelo empenho e compromisso,

agradecemos pelo companheirismo de cada uma e por mais difícil e cansativo que

tenha sido vocês não desistiram... Vocês farão parte da nossa conquista para a

realização do nosso sonho, que Deus abençoe a cada uma e fortaleça a caminhada de

vocês, logo seremos todas companheiras de profissão!!! #descesobeempinaerebola

#barriganegativa #quero1minuto #olhaessepé #seguraforça #vamosdobrarameta

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A minha turma TXXXIII, turma animada e comprometida, agradeço pelas

amizades feitas e por todo o tempo que estivemos juntos, em especial aos

companheiros de estágio pela união e reciprocidade. Agradecer as meninas queridas

Lara, Vanessa, Polianna, Gabriela, lindas e especiais, que Deus abençoe vocês

abundantemente.

Ao Núcleo de Apoio Integrado ao Atendimento Educacional Especializado, pela

oportunidade maravilhosa de ter feito parte desta família, em especial a coordenadora

amiga Jana, que se dedica a profissão que escolhi e a realiza muito bem, obrigada pelo

carinho, bom astral e por sempre compartilhar toda a sua competência, me orgulho em

ser sua pupila.

Em geral, a todos que de uma forma ou outra estiveram ao meu lado durante

estes 5 anos de caminhada, a vocês minha eterna gratidão.

Rafaela Cardoso da Silva

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“Quando você faz o que gosta com amor, o universo conspira e as portas se

abrem. Por isso não desista. Continue no caminho. A ventania é forte. Os pés

parecem que vão desgrudar do chão. Se permita voar quando for necessário. Se

desapegue do peso da dúvida. Tira o medo dos ombros. Vai pra lua. Descansa pra

sonhar e enxergar teu destino. Ai você volta e pisa firme no chão. Conquista e fixa

a tua bandeira deixando a tua marca naquilo que você sabe fazer de melhor. Foca.

Dê o pequeno passo na tua luta, mas o grande passo pra tua vitória.”

(Edgard Abbehusen)

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RESUMO

Recentemente a fisioterapia tem dado um enfoque para a estabilização segmentar que incide no treinamento específico da musculatura profunda do tronco, baseando-se no modelo de aprendizado motor, com início em nível consciente e voluntário, evoluindo para se tornar padrão motor habitual. Os exercícios vão recrutar a musculatura estabilizadora, promover o reaprendizado motor dos músculos inibidos e a conscientização do padrão motor. O objetivo do presente trabalho foi verificar e comparar a influência do treinamento de exercícios estáticos e dinâmicos no recrutamento da musculatura estabilizadora de tronco em mulheres sedentárias. A pesquisa foi realizada no período de setembro a outubro de 2017, com um total de 15 sessões, durante 5 semanas, sendo realizados com a frequência de 3 vezes por semana, com um intervalo de 1 dia para descanso. Participaram do estudo mulheres que se enquadraram nos critérios de inclusão ter idade entre dezoito a trinta anos e estarem sedentárias por, no mínimo, três meses antes do experimento, os critérios de exclusão foram gestantes, presença de qualquer lesão musculoesquelética que as impedisse de realizar a metodologia proposta ou que não aceitassem assinar o TCLE. Após o recrutamento as participantes foram submetidas a avaliação para mensuração de força da musculatura abdominal, através da mensuração de força pelo esfigmomanômetro, teste de estabilização estática realizado por tempo, avaliação da cadeia anterior do tronco, avaliação da cadeia posterior do tronco (teste de Sorensen), avaliação da cadeia lateral direita e esquerda do tronco. As participantes foram randomizadas em 3 grupos, aleatoriamente, por meio de sorteio. O Grupo controle (GC) não realizou nenhum tipo de treinamento. O Grupo estabilização estática (GEE) realizou treinamento somente com exercícios estáticos, os quais foram prancha ventral e prancha lateral. O Grupo estabilização dinâmica (GED) realizou treinamento através dos exercícios prancha ventral e prancha lateral, associados a movimentos rápidos e ao comando verbal das pesquisadoras de treinamento para musculatura estabilizadora da coluna lombar. Ambos os grupos GEE e GED realizaram o treinamento em 4 séries de 20 segundos, entre cada série foi respeitado um intervalo de 1 minuto, para se evitar a influência da fadiga. Ao término de todas as sessões, as participantes foram reavaliadas. O grupo controle passou pelo mesmo procedimento, exceto a intervenção de treinamento. Através dos resultados pode-se concluir que as participantes que realizaram os exercícios de forma estática e dinâmica obtiveram resultados superiores em relação ao grupo controle, e observou-se que o grupo dinâmico foi superior aos outros grupos. O estudo teve como limitações o número de participantes e o fato de não ter sido realizado o follow-up para verificar por quanto tempo essa melhora dos grupos estático e

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dinâmico, que foi observada em alguns desfechos se manteria, ficando assim, aberto a novas pesquisas.

Palavras-chave: Estabilização segmentar. Estabilização estática. Estabilização dinâmica.

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ABSTRACT

Recently, physiotherapy has given a focus to segmental stabilization that focuses on the specific training of the deep trunk musculature, based on the motor learning model, starting at a conscious and voluntary level, evolving to become habitual motor pattern. The exercises will recruit the stabilizing musculature, promote the relearning motor of the inhibited muscles and the awareness of the motor pattern. The objective of the present study was to verify and compare the influence of static and dynamic exercise training on the recruitment of trunk stabilizing muscles in sedentary women. The research was carried out in the period from September to October 2017, with a total of 15 sessions, during 5 weeks, being carried out with frequency of 3 times a week, with an interval of 1 day to rest. The study included women who met the criteria for inclusion between the ages of eighteen and thirty years and were sedentary for at least three months before the experiment, exclusion criteria were pregnant, presence of any musculoskeletal lesion that prevented them from performing the proposed methodology or that did not agree to sign the TCLE. After the recruitment, the participants were submitted to evaluation for strength measurement of the abdominal muscles, through force measurement by the sphygmomanometer, static stabilization test performed by time, evaluation of the anterior trunk chain, evaluation of the posterior trunk chain (Sorensen test ), evaluation of the right and left lateral chains of the trunk. Participants were randomized into 3 groups, randomly, by lot. The control group (CG) did not perform any type of training. The Static Stabilization Group (GEE) underwent training only with static exercises, which were the ventral board and the lateral board. The Dynamic Stabilization Group (GED) underwent training through the ventral and lateral plank exercises, associated with rapid movements and the verbal command of the training researchers for stabilizing muscles of the lumbar spine. Both GEE and GED groups performed the training in 4 sets of 20 seconds, between each series was observed an interval of 1 minute, to avoid the influence of fatigue. At the end of all sessions, participants were re-evaluated. The control group underwent the same procedure, except for the training intervention. Through the results it can be concluded that the participants who performed the exercises in a static and dynamic manner obtained superior results in relation to the control group, and it was observed that the dynamic group was superior to the other groups. The study had as limitations the number of participants and the fact that the follow-up was not performed to verify for how long this improvement of the static and dynamic groups, which was observed in some outcomes, would be maintained, thus being open to further research.

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Keywords: Segmental stabilization. Static Stabilization. Dynamic Stabilization.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Coluna vertebral ................................................................................... 24

Figura 2: Atlas (vista anterior) ............................................................................ 26

Figura 3: Atlas (Vista inferior) ............................................................................. 26

Figura 4: Áxis (Vista anterior) ............................................................................. 26

Figura 5: Áxis (Vista posterior) ........................................................................... 27

Figura 6: Vértebra cervical .................................................................................. 27

Figura 7: Vértebra torácica .................................................................................. 28

Figura 8: Sacro ................................................................................................... 30

Figura 9: Curvaturas da coluna vertebral ............................................................ 32

Figura 10: Disco intervertebral ............................................................................ 33

Figura 11: Músculos do abdômen (Vista anterior) .............................................. 37

Figura 12: Organograma metodológico .............................................................. 50

Figura 13: Avaliação a ativação da musculatura do tronco ................................. 51

Figura 14: Avaliação da cadeia anterior do tronco .............................................. 52

Figura 15: Avaliação da cadeia posterior do tronco ............................................ 53

Figura 16: Avaliação da cadeia lateral do tronco ................................................ 53

LISTAS DE TABELAS

Tabela 1: Resultados da média e desvio padrão pré e pós em

segundos (s) do teste de prancha ventral, diferença pós em relação

ao pré em segundos (s) e porcentagem de alteração (%) dos grupos

GC, GEE, GED, bem como valor p intragrupo .................................................... 55

Tabela 2: Resultados da média e desvio padrão pré e pós em

segundos (s) do teste de prancha lateral, realizado do lado direito;

diferença pós em relação ao pré em segundos (s) e porcentagem de

alteração (%) dos grupos GC, GEE, GED, bem como valor p

intragrupo ........................................................................................................... 56

Tabela 3: Resultados da média e desvio padrão pré e pós em

segundos (s) do teste de prancha lateral, realizado do lado esquerdo;

diferença pós em relação ao pré em segundos (s) e porcentagem de

alteração (%) dos grupos GC, GEE, GED, bem como valor p

intragrupo ............................................................................................................ 57

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Tabela 4: Resultados da média e desvio padrão pré e pós em

segundos (s) do teste de estabilidade da cadeia posterior; diferença

pós em relação ao pré em segundos (s) e porcentagem de alteração

(%) dos grupos GC, GEE, GED, bem como valor p intragrupo .......................... 57

Tabela 5: Resultados da média e desvio padrão pré e pós em

milímetros de mercúrio (mmHg) do teste de estabilidade, diferença

pós em relação ao pré em (mmHg) e porcentagem de alteração (%)

dos grupos GC, GEE, GED, bem como valor p intragrupo ................................. 58

LISTA DE SIGLAS

GC – Grupo controle

GED – Grupo estabilização dinâmica

GEE – Grupo estabilização estática

TRA – Transverso do abdômen

mmHg – Milímetros de mercúrio

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 21

1 CONCEITOS PRELIMINARES .............................................................. 24

1.1 Coluna vertebral ................................................................................. 24

1.1.1 Região cervical ................................................................................... 25

1.1.2 Região torácica ................................................................................... 28

1.1.3 Região lombar .................................................................................... 29

1.1.4 Região sacral ...................................................................................... 30

1.1.5 Região coccígea ................................................................................. 31

1.2 Curvatura da coluna ........................................................................... 31

1.3 Articulação da coluna ......................................................................... 32

1.4 Discos intervertebrais ......................................................................... 33

1.5 Nervos espinhais ................................................................................ 34

1.6 Anatomia da coluna lombar ................................................................ 34

1.6.1 Músculos estabilizadores da coluna lombar ....................................... 36

1.6.1.1 Obliquo interno ................................................................................... 38

1.6.1.2 Transverso do abdomen ..................................................................... 38

1.6.1.3 Multifídeos .......................................................................................... 39

1.6.1.4 Obliquo externo .................................................................................. 39

1.6.1.5 Reto abdominal .................................................................................. 39

1.6.1.6 Quadrado lombar ................................................................................ 40

1.6.1.7 Iliocostal .............................................................................................. 40

1.6.1.8 Diafragma ........................................................................................... 40

1.6.1.9 Eretor da espinha ............................................................................... 40

1.6.1.10 Glúteo máximo.................................................................................... 41

1.6.1.11 Psoas maior ........................................................................................ 41

1.7 Cinesiologia da coluna lombar ............................................................ 42

1.8 Estabilização segmentar lombar ......................................................... 44

1.8.1 Estabilização segmentar estática ....................................................... 46

1.8.2 Estabilização segmentar dinâmica ..................................................... 47

2 O EXPERIMENTO ..................................................................................... 47

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2.1 Casuística e Métodos ................................................................................ 48

2.2 Condições ambientes ................................................................................ 48

2.3 Sujeitos, critérios de inclusão e exclusão .................................................. 49

2.4 Materiais .................................................................................................... 49

2.5 Procedimentos metodológicos ................................................................... 49

2.6 Procedimentos ........................................................................................... 51

2.7 Descrição dos exercícios ........................................................................... 54

2.8 Análise estatística ...................................................................................... 55

2.9 Resultados ................................................................................................. 55

2.10 Discussão ................................................................................................. 58

2.11 Conclusão ................................................................................................. 62

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 63

APÊNDICES ..................................................................................................... 70

ANEXOS ........................................................................................................... 74

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21

INTRODUÇÃO

A musculatura do tronco pode ser dividida em músculos locais e globais.

No sistema muscular local, estão incluídos músculos profundos, capazes de

manter a relação intervertebral dos segmentos espinhais e a postura da coluna

lombar. O transverso abdominal, responsável pelo controle da pressão

intrabdominal, bem como os multifídios e o oblíquo interno fazem parte desse

sistema. O sistema muscular global compreende músculos maiores e de

caráter superficial, incluindo o reto abdominal, o oblíquo externo e o

longuíssimo do tórax. (ARAÚJO; SÁ, 2011)

É o local em que se situa o centro de gravidade, e têm início todos os

movimentos corporais, permitindo aceleração, desaceleração e estabilização

dinâmica durante movimentos funcionais. Nela ocorre controle dinâmico do

tronco e da pelve que permite produção, transferência e controle de forças e

movimento dos segmentos distais da cadeia cinética (SANTOS; FREITAS,

2010).

A coluna lombar oferece equilíbrio estático e dinâmico para a

musculatura do tronco e auxilia funcionalmente como suporte. As estruturas

que a compõem têm a capacidade de suportar uma pressão constante, a qual

é amortecida pelas forças gravitacionais que se formam nesse local, através do

centro de gravidade corporal. (PALASTANGA; FIEL; SOAMES, 2000; HORRE;

DALLEY, 1999)

Este estudo foi conduzido pelo seguinte problema: O recrutamento da

musculatura estabilizadora do tronco de forma estática ou dinâmica

proporcionam melhora da estabilidade muscular?

Recentemente, a fisioterapia tem dado um enfoque para a estabilização

muscular que incide no treinamento específico da musculatura profunda do

tronco, baseando-se no modelo de aprendizado motor, com início em nível

consciente e voluntário, evoluindo para se tornar padrão motor habitual.

(HIDES et. al., 1996 apud SALMELA; SAKAMOTO; SIQUEIRA, 2004)

O treinamento com estabilização segmentar, envolvendo a ação de

diversos grupos musculares simultaneamente, é relevante e bastante positivo

em um programa de exercício, pois a estabilidade e o movimento são

condicionados através de todos os músculos que cercam a coluna lombar,

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sendo que os do centro são essenciais à estabilização e desempenho de

afazeres motores simples e complexos. (AKUTHOTA apud NASCIMENTO,

2017, p. 3)

Os exercícios de estabilização segmentar têm por finalidades

aperfeiçoar o controle postural dinâmico, garantir controle muscular apropriado

do complexo lombopélvico, promover estabilidade proximal para movimentos

eficientes das extremidades, estabelecer programa de reabilitação abrangente

e funcional, empenhando-se em melhorar todos os componentes necessários

para possibilitar o retorno a atividades funcionais. (CLARK; CUMMINGS, 1992)

“Trata-se de um regime preventivo e terapêutico necessário para manter

a estabilidade funcional e diminuir o número de lesões e desconfortos no

complexo lombopélvico. ” (AKUTHOTA apud NASCIMENTO, 2017, p. 3)

Esses exercícios visam a recrutar a musculatura estabilizadora,

promover o reaprendizado motor dos músculos inibidos, a conscientização do

padrão motor e dão atenção especial à contração dos músculos multífidos e

transverso do abdômen. (SANTOS; FREITAS, 2010; AKUTHOTA; NADLER,

2004)

Podem ser divididos em estágios, que vão desde o isolamento da

contração até a incorporação da co-contração da unidade interna durante as

atividades de vida diárias. A progressão nos estágios depende da habilidade do

paciente em reproduzir tranquilamente a ação da musculatura estabilizadora.

(SANTOS; FREITAS, 2010)

O fortalecimento da musculatura abdominal através do sistema de

estabilização dinâmica é frequentemente utilizado como recurso para

prevenção, tratamento e reabilitação da coluna lombar. Esses exercícios visam

a promover a eficiência muscular necessária para estabilizar a coluna contra as

perturbações associadas ao movimento e atividades diárias, enfatizando a

adequada sequência de ativação muscular, posicionamento biomecânico

adequado, ativação sinérgica dos músculos, restauração da força e ajustes

para a estabilidade do tronco. (KISNER, 2009)

Com isso, o objetivo do presente estudo foi verificar a influência do

treinamento de exercícios estáticos e dinâmicos no recrutamento da

musculatura estabilizadora de tronco em mulheres sedentárias.

A apresentação deste estudo está organizada da seguinte forma:

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Nos conceitos preliminares, descreve-se a anatomia de toda coluna

vertebral, cinesiologia da coluna lombar e são apresentados os conceitos de

estabilização segmentar e seus benefícios.

No experimento aborda-se o recurso metodológico, a pesquisa

experimental, a abordagem quantitativa, os critérios de inclusão e exclusão.

Dentro do experimento descreve-se o local no qual foi realizado o

presente estudo, especificando a quantidade de sessões, os materiais

utilizados, os testes aplicados, além de informar o protocolo de treinamento

realizado.

Ao final são apresentados todos os resultados em forma de tabelas,

fazendo comparação antes e pós-intervenção de treinamento, seguida da

discussão baseada em conceitos teóricos comprovados, podendo assim

chegar a uma conclusão.

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1 CONCEITOS PRELIMINARES

1.1 Coluna vertebral

A coluna vertebral fornece eixo ósseo para o corpo, proporciona

flexibilidade para que ocorra o movimento do tronco, fornece apoio e

mobilidade à cabeça, dá a fixação aos músculos e promove sustentação para

cabeça e órgãos internos. Ela tem uma base instável para a fixação dos

ligamentos, ossos e músculos das extremidades, das costelas e pelve, o que

gera uma ligação entre as extremidades superiores e inferiores. Sua função é

proteger a medula espinhal e suportar o peso corporal, além de ser importante

para locomoção e manutenção da postura. (DANGELO; FATTINI, 2007)

Os ossos que formam a coluna vertebral são divididos em 5 regiões:

cervical, torácica, lombar, sacral e coccígea. Totalizam 33 ossos curtos e

irregulares, chamados de vértebras, sendo elas 7 cervicais, 12 torácicas, 5

lombares, 5 sacrais, as quais se fundem em um único osso, e 4 coccígeas,

também fundidas em um único osso. Entre as vértebras, estão os discos

intervertebrais; ao todo, a coluna possui 23 discos vertebrais. (SOUZA, 2001)

Figura 1: Coluna vertebral

Fonte: Netter, 2000 p. 142

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Cada vértebra possui uma forma anatômica exclusiva, que reflete em

sua função, contendo características osteológicas específicas de cada região

da coluna vertebral. (NEUMANN, 2006)

Uma vértebra típica consiste em um corpo, que se une com o arco

vertebral. Essa união é realizada pelos pedículos do arco, onde se encontram

as incisuras superior e inferior, formando, assim, os forames intervertebrais, por

onde surgem os nervos espinhais. No arco de cada vértebra existem quatro

processos articulares, sendo eles dois superiores, um do lado esquerdo e outro

do lado direito e dois inferiores, um processo espinhoso e dois processos

transversos. (SOUZA, 2001)

1.1.1 Região cervical

As vértebras cervicais são facilmente identificadas, pois em cada um dos

seus processos transversos podem-se observar os forames transversos, por

onde passam as artérias vertebrais. A sétima vértebra cervical possui um

processo espinhoso saliente. É a menor e mais móvel de todas as vértebras.

Seu alto grau de mobilidade é essencial para a grande amplitude de movimento

exigida pela cabeça. (NEUMANN, 2006)

A primeira vértebra é chamada de atlas ou C1, a qual não tem corpo,

possui dois arcos, um na parte anterior e outro na posterior, e dois tubérculos,

sendo que o anterior no arco C1 serve como uma ligação para o músculo longo

do pescoço, um flexor do mesmo. O arco posterior do atlas é uma lâmina

modificada que é sulcada na sua superfície superior para a passagem das

artérias vertebrais, à medida que elas entram no forame. Existem ainda duas

fóveas articulares, uma superior e outra inferior. (NEUMANN, 2006)

A segunda vértebra cervical, ou C2, conhecida também como áxis, tem o

corpo reduzido e faz articulação com o atlas; serve como suporte em torno do

qual a cabeça pode realizar rotação. O processo odontoide, ou dente do áxis,

eleva-se superiormente ao corpo vertebral e articula-se com uma face posterior

do arco anterior do atlas. O dente do áxis é mantido em posição pelo ligamento

transverso do atlas. Apresenta um processo espinhoso bífido palpável e que

serve como local de fixação para músculos que estendem e rodam a cabeça.

(KONIN, 2006; SOUZA, 2001)

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Figura 2: Atlas (Vista anterior)

Fonte: Netter, 2000 p.12

Figura 3: Atlas (Vista inferior)

Fonte: Netter, 2000 p.12

Figura 4: Áxis (Vista anterior)

Fonte: Netter, 2000 p. 12

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Figura 5: Áxis (Vista posterior)

Fonte: Netter, 2000 p. 12

Destacam-se, entre as vértebras cervicais, a 1ª, o atlas; a 2ª, o áxis e a

7ª, a vértebra proeminente. A 3ª, a 4ª, a 5ª e a 6ª vértebras cervicais

apresentam pouca diferença. O corpo vertebral localiza-se anteriormente ao

arco vertebral. O arco vertebral divide-se em uma parte anterior, o pedículo do

arco vertebral, e em uma parte posterior, a lâmina do arco vertebral.

(PLATZER, 2008)

Figura 6: Vértebra cervical

Fonte: Netter, 2000 p. 13

As outras vértebras cervicais vão de C3 a C7. As mesmas podem ser

diferenciadas de outras regiões da coluna vertebral pela presença de um

forame no processo transverso, tubérculos anterior e posterior, transformando

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o processo transverso em um recesso e em um processo espinhoso bífido.

Além disso, são características das vértebras cervicais as duas projeções

ósseas que surgem da face lateral da superfície superior do corpo vertebral.

(KONIN, 2006)

As vértebras cervicais apresentam amplos movimentos de flexão e

extensão, rotação e flexão lateral, envolvendo combinações de movimentos de

diferentes articulações da coluna cervical. Na função dinâmica, o movimento da

cabeça e, especialmente, a orientação do olhar são o ponto de partida de todos

os gestos. Um avanço da cabeça cria um desequilíbrio anterior e desencadeia

a marcha. Todos os movimentos cervicais originam ou acompanham

movimentos do tronco. (KONIN, 2006)

1.1.2 Região torácica

As vértebras torácicas diferem das vértebras de outras regiões da coluna

vertebral pela presença das fóveas costais ou facetas costais, que se articula

com a cabeça das costelas. (SOUZA, 2001)

O tamanho do corpo aumenta gradativamente nas últimas vértebras

torácicas. Da segunda à oitava vértebra torácica (T2 a T8), observam-se dois

pares de fóveas costais. O processo transverso de cada vértebra torácica

apresenta uma fóvea, a qual se articula com o tubérculo da costela

correspondente. Os processos espinhosos inclinam-se inferior e

posteriormente. (KONIN, 2006)

Figura 7: Vértebra torácica

Fonte: Netter, 2000 p. 143

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A porção superior da coluna torácica funciona de modo muito

semelhante à coluna cervical. Acima de T3, a sustentação de carga é

compartilhada pelos discos intervertebrais e as articulações dos processos

articulares, e as vértebras torácicas têm formato similar ao das cervicais.

Abaixo de T3, a sustentação de carga é desviada em sua maior parte para os

discos intervertebrais. (KONIN, 2006)

Os movimentos torácicos ativos consistem na análise de seis

movimentos. São eles: a inclinação para frente, inclinação para trás, inclinação

lateral para a esquerda e a direita e a rotação para a esquerda e a direita.

(MAKOFSKY, 2006)

A articulação da coluna torácica inclui o disco intervertebral, as

articulações pareadas dos processos articulares, as articulações

costovertebrais e costotransversais, que fixam as costelas à coluna torácica.

Na coluna torácica, a relação entre a altura do disco e a altura do corpo

vertebral é muito menor do que em outras regiões da coluna, o que limita a sua

mobilidade. (KONIN, 2006)

O movimento de extensão entre duas vértebras torácicas é

acompanhado de uma inclinação para trás do corpo vertebral da vértebra

superior. Simultaneamente, o disco intervertebral se estreita posteriormente e

aumenta anteriormente que, como no caso da coluna lombar, projeta o núcleo

pulposo para frente. Já o movimento de flexão entre duas vértebras é

acompanhado de uma abertura posterior do espaço intervertebral, com

deslocamento do núcleo para trás. (KAPANDJI, 2000)

Na inclinação de duas vértebras torácicas ocorre um deslizamento

diferente nas articulações interapofisárias: do lado da convexidade, há um

deslizamento de faces como na flexão, ou seja, para cima; do lado da

concavidade, as faces se deslizam como na extensão, ou seja, para baixo.

(KAPANDJI, 2000)

1.1.3 Região lombar

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A coluna lombar possui 5 vértebras, sua curvatura é nomeada de

lordose, possuindo discos intervertebrais. As vértebras lombares são as mais

volumosas, seu corpo é em forma de um rim; os seus processos espinhosos

são curtos e quadriláteros, as faces articulares estão localizadas em um plano

ântero-posterior, de modo que se articulam em plano sagital. (DANGELO;

FATTINI, 2007)

1.1.4 Região sacral

O sacro tem um formato triangular, com seu ápice voltado para baixo, as

cinco vértebras fundidas; apresenta face pélvica, onde são encontrados os

forames, que servem de saída para os nervos. A margem anterior superior do

corpo do sacro é saliente, o promontório, e na superfície lateral de cada asa

sua, há uma região rugosa conhecida como face articular, na qual ocorre a

conexão com o osso ilíaco. (SOUZA, 2001)

Figura 8: Sacro

Fonte: Netter, 2000 p.145

A articulação sacroilíaca é uma articulação sinovial formada pelas faces

articulares do ílio e do sacro. As superfícies articulares apresentam elevações e

depressões irregulares que se encaixam entre si. Essa configuração limita a

mobilidade e ajuda a estabilizar a articulação. Uma maior estabilidade é

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fornecida às articulações sacroilíacas por ligamentos fortes, incluindo o

ligamento sacroilíaco interósseo e os ligamentos sacroilíacos anterior e

posterior. Os ligamentos sacrotuberal e sacroespinhal unem o sacro e os

ísquios e ajudam a estabilizar ainda mais a articulação. (KONIN, 2006)

1.1.5 Região coccígea

O cóccix é um pequeno osso triangular, que consiste em quatro

vértebras fundidas. Sua base se une ao ápice do sacro na articulação

sacrococcígea. Essa articulação possui um disco fibrocartilaginoso que se

conserva unido por meio de diversos pequenos ligamentos, os quais se fundem

na fase adulta. Nos jovens persistem pequenas articulações intercoccígeas.

(NEUMANN, 2006)

1.2 Curvaturas da coluna vertebral

A coluna vertebral apresenta curvaturas regionais no plano sagital

projetado para absorver o impacto, reduzir a sua rigidez longitudinal, e

potencializar a função muscular. (HALL, 2000)

Ela apresenta quatro curvaturas, divididas em duas curvas primárias,

que são chamadas cifose, e duas curvas secundárias, denominadas lordose.

(SOUZA, 2001)

A curva secundária ocorre por meio da adaptação do esqueleto na

postura vertical. A superior, na região cervical, forma-se à medida que o bebê

começa a sustentar sua cabeça contra a gravidade. A inferior, localizada na

região lombar, é formada quando ele começa a andar e a manter o tronco

verticalmente. Essas curvas continuam seu desenvolvimento até que pare seu

crescimento. (DANGELO; FATTINI, 2007)

No adulto, apresenta quatro curvaturas sagitais: cervical, torácica, lombar e sacral. Destas curvaturas, duas são de concavidade anterior e denominada cifose torácica e cifose sacra. As outras duas apresentam concavidade posterior e são chamadas lordose cervical e lordose lombar (DALLALANA, 1978 p. 235.)

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A habilidade de permanecer na postura ortostática é extremamente

importante, não por si só, mas também, como pré-requisito na iniciação das

atividades de vida diária. O ser humano, para permanecer ereto, sentado ou

até mesmo deitado, necessita posicionar o seu corpo como um todo, ou seja,

adotar uma postura corporal. Portanto, postura é a posição assumida pelo

corpo, com a ação integrada de músculos ou durante a sua inatividade

(MERCADANTE; OKAI; DUARTE, 2005).

Figura 9: Curvaturas da coluna vertebral

Fonte: ADAM, 2011

1.3 Articulações da coluna vertebral

Existem três tipos de articulações da coluna vertebral: as cartilaginosas,

entre os corpos vertebrais e os discos interpostos, e as sinoviais, entre os

processos articulares superiores e uma vértebra e os processos articulares

inferiores de uma vértebra adjacente acima. Elas também estão presentes

onde a coluna vertebral se articula com as costelas e com o crânio, e as

articulações sacroilíacas, que são partes sinoviais e partes fibrosas,

encontradas onde as vértebras se articulam com a pelve. (SOUZA, 2001)

As articulações entre os corpos vertebrais são unidas por discos

fibrocartilaginosos, que atuam como amortecedores de forças e pressões,

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admitindo, assim, os movimentos; são, também, unidos pelo ligamento

espesso, longitudinal anterior e posterior. (SOUZA, 2001)

As articulações dos processos articulares, também conhecidas como

apofisárias ou zigoapofisárias são sinoviais planas, fazendo com que ocorra

durante o movimento o deslizamento entre si das facetas articulares dos

processos. As articulações dos processos espinhosos são classificadas como

fibrosas do tipo sindesmose. (SOUZA, 2001)

1.4 Discos intervertebrais

Os discos intervertebrais são desprezíveis, com capacidade de

concentrar os aumentos de pressão numa súbita sobrecarga da coluna e

conferir mobilidade entre as vértebras adjacentes. Encontram-se entre os

corpos das mesmas, promovendo união, alinhamento e mobilidade das

vértebras vizinhas. São fibrocartilagem, absorvendo as forças de tração

muscular, gravidade e carga. (DANGELO, 2007; FATTINI, 2007)

O disco é composto por partes funcionais: uma periférica, denominada

anel fibroso, e uma região central, sendo estão o núcleo pulposo. O anel

fibroso constitui-se de um anel externo espesso, formado por cartilagem

fibrosa, que circunda um material gelatinoso central, conhecido como núcleo

pulposo. (HALL, 2000)

Figura 10: Disco intervertebral

Fonte: Netter, 2000 p.145 e 146

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1.5 Nervos espinhais

Os nervos espinhais fazem a conexão com a medula espinhal, sendo

responsáveis pela inervação do tronco, membros superiores e inferiores e parte

da cabeça. O nosso corpo é formado por 31 pares de nervos espinhais, sendo

8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Eles são

formados a partir da união das raízes ventral e dorsal, que entram e saem da

medula espinhal. (SPENCE, 1991)

1.6 Anatomia da coluna lombar

A coluna lombar é formada por cinco vértebras lombares, numeradas de

L1 a L5, seguidas por cinco corpos sacrais que se fundem formando o sacro e

o cóccix. Seu alinhamento geralmente tem um contorno lordótico. (EVANS,

2003)

Caracterizada por corpos vertebrais volumosos, possui o disco lombar

um pouco mais espesso anteriormente, com as suas superfícies superiores e

inferiores paralelas, derivando daí sua curvatura lordótica. (TRIBASTONE, 2001)

O forame vertebral é formado pelo arco posterior da vértebra, possuindo

espaço maior em relação à região cervical e menor na torácica. Tem uma

forma triangular e é formado por lâminas amplas, processos espinhosos mais

curtos e facetas articulares perpendiculares. (VERDERI, 2006)

As vértebras lombares estão unidas umas às outras através das

articulações intervertebrais, sendo estas divididas em articulações dos corpos

vertebrais (discos intervertebrais, ligamento longitudinal anterior e ligamento

longitudinal posterior), articulações dos arcos vertebrais e articulação

lombossacral. (MIRANDA, 2001)

Entre as articulações dos corpos vertebrais encontram-se os discos

intervertebrais, que se interpõem entre os corpos vertebrais. (MIRANDA, 2001;

HALL, 2000)

O ligamento longitudinal anterior se apresenta sob a forma de uma

lâmina fibrosa. Está fixo, anteriormente, aos corpos vertebrais e aos discos

fibrocartilaginosos, superiormente ao tubérculo anterior do atlas e,

inferiormente, à base do sacro. É um estabilizador dos movimentos de

extensão. O ligamento posterior estende-se do occipital até o sacro; está

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aderido na face posterior dos corpos vertebrais e de seus discos e, ao contrário

do longitudinal anterior, é um estabilizador ligamentar para a flexão.

(MIRANDA, 2001)

Nas articulações dos arcos vertebrais, os mesmos se sobrepõem para

formar o canal vertebral. São constituídos e estabilizados por verdadeiras

articulações, a saber: (MIRANDA, 2001; HALL, 2000)

a) Das lâminas – ligadas pelo ligamento amarelo, que

apresentam bastante elasticidade. Alongam-se quando distendidas durante a

flexão vertebral e se encurtam durante a extensão vertebral;

b) Dos processos articulares – apresentam facetas articulares

superior e inferior, unidas pela cápsula articular e reforçadas pelos ligamentos

amarelos e longitudinal posterior. São classificadas como uma

articulação sinovial do tipo plana;

c) Processos transversais – se articulam entre si pelos

ligamentos intertransversários;

d) Processos espinhosos – são articulados pelos ligamentos

interespinhal e supraespinhal.

A articulação lombossacral é a união da quinta vértebra lombar com a

primeira vértebra sacral. (MIRANDA, 2001)

A primeira vértebra apresenta processos secundários distintos, processo

transverso menor e o pedículo mais estreito. Da segunda à quarta vértebra, os

pedículos são espessos, os processos mamilares pequenos, o corpo com

espessura aumentada e as facetas articulares tornam-se mais modificáveis. Já

a quinta vértebra, normalmente, é a maior, diferenciando-se por ter processos

transversos maciços e fortes e por se prender a todo pedículo adjacente do

corpo. O corpo anteriormente é mais espesso que posteriormente, estando

associado ao ângulo lombossacral. Os processos articulares inferiores estão

separados um do outro, as facetas estão voltadas anteriormente e

lateralmente. (GARDNER; GRAY; RAAHILLY, 1975).

Tipicamente, as vértebras lombares são mais altas em homens. Além

disso, a maior altura do disco é observada em L4-L5 e L5 - S1. (AMILL E

KNUTZEN 2012)

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As articulações na região lombar encontram- se no plano sagital, já que

as faces articulares se localizam em um ângulo reto com o plano transverso

compondo um ângulo de 45° no plano frontal. As faces superiores estão

voltadas para baixo e as inferiores para o lado. Isso altera a junção

lombossacral, na qual as articulações se movimentam no plano frontal e a face

inferior de L5 está voltada para frente. Essa modificação na disposição das

articulações impede o deslizamento da coluna vertebral para frente sobre o

sacro. A articulação lombossacral possui movimentação no meio das

articulações lombares, proporcionando, assim, os movimentos de flexão e

extensão desta região. (AMILL; KNUTZEN 2012)

A sustentação da coluna lombar é feita pelos ligamentos que estão por

toda parte da mesma, pelo ligamento ileolombar e pela aponeurose

toracolombar. A aponeurose toracolombar tem sua origem no sacro e na crista

ilíaca e se insere no tórax, proporcionando resistência e sustentação na flexão

do tronco e dando tensão elástica na sua extensão. (AMILL; KNUTZEN 2012)

Os ligamentos ileolombares são divididos em dois feixes superiores que

se originam no processo transverso da 4ª vértebra lombar e se inserem na

crista ilíaca. O inferior tem origem no processo transverso da 5ª vértebra

lombar e se insere na crista ilíaca e asa sacral. (PABST; PUTZ, 2006)

O ligamento longitudinal anterior encontra-se na convexidade da

curvatura lombar. Os ligamentos interespinhais são desenvolvidos na região

lombar; estão entre os processos adjacentes. Os ligamentos intertransversais

nessa região fazem a ligação entre os processos transversos adjacentes.

(GARDNER; GRAY; RAAHILLY, 1975).

1.6.1 Músculos estabilizadores da coluna lombar

Os músculos estabilizadores da coluna lombar são os que estão

localizados na região do abdome e da coluna lombar, tendo seu início no tórax

e terminando na região da pelve. (GOVEIA; GOVEIA, 2008)

Encontram-se divididos em dois grupos, sendo os músculos profundos,

que são os oblíquos internos, o transverso abdômen e multifídeos, e os

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músculos superficiais, que são os oblíquos externos, e o reto abdominal, como

é possível se ver nas figuras abaixo. (GOVEIA; GOVEIA, 2008).

Alguns músculos atuam no tronco e na coluna sem estarem ligados

diretamente. São eles: o reto do abdome, o oblíquo externo e a parte torácica

do iliocostal lombar; outros atuam diretamente nas vértebras, sendo

responsáveis pela sua estabilidade. São eles: os multifídeos lombares, o

transverso do abdome e as fibras posteriores do oblíquo interno. O quadrado

lombar também tem funções estabilizadoras. (BERGMARK, 1989)

Figura 11: Músculos do abdômen (Vista anterior)

Fonte: Netter, 2000 p.233

Muitos músculos superficiais do quadril e do tronco possuem benefício

para a estabilidade da coluna, no entanto, os seus músculos menores da não

devem ser desconsiderados. No plano sagital, temos como principais músculos

da estabilidade central o reto abdominal transverso do abdome, eretor da

espinha, multifídeos, e glúteo máximo. O psoas, quando inibido, afeta todo o

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sistema estabilizador, pois há uma inibição mútua do glúteo máximo, dos

multifídeos, do eretor da espinha, do oblíquo interno e do transverso do

abdome. (WILSON et al., 2005)

Hall (2000) comenta que a integração da musculatura das partes anterior

e posterior da coluna vertebral, da pelve e dos quadris resulta em uma boa

estabilização da região lombopélvica. Todas essas musculaturas contribuem

para dar estabilização à coluna vertebral e da pelve. (GOVEIA; GOVEIA, 2008)

1.6.1.1 Oblíquo interno

O músculo oblíquo interno do abdome está localizado na sua parte

profunda com origem na linha intermédia da crista ilíaca, na lâmina superficial

da aponeurose toracolombar do ligamento inguinal, com inserção na linha alba,

púbis e nas 10ª e 12ª costelas, e inervação nos nervos torácicos T7 a T12 e

nervo lombar L1. (SOUZA, 2001)

Ambos os lados realizam a rotação da pelve posterior e flexão da coluna

lombar. No lado direito ocorre a flexão lombar lateral e a rotação lombar para a

direita e a rotação da pelve para a esquerda. Ao lado esquerdo realiza-se a

rotação lombar, à esquerda, rotação lombar lateral e a da pelve lateral, à

direita. (FLOYF 2001)

1.6.1.2 Transverso do abdômen

O músculo transverso do abdome é encontrado mais profundamente,

comparado aos demais músculos abdominais. Localizado logo abaixo do

músculo oblíquo interno, sua origem se dá na 7 ª e 12ª cartilagem costal, fáscia

tóracolombar, crista ilíaca e terço lateral do ligamento inguinal. Insere-se na

linha alba e crista púbica, com inervação nos nervos torácicos de T7 a T12 e

nervo lombar L1. (SOUZA, 2001)

Possui a ação de estabilizar a coluna lombar, comprimir o abdome e

contribuir no momento da expiração. Por conta das suas características

anatômicas, sua localização profunda e sua possível atividade contra as forças

gravitacionais durante a postura estática e a marcha, é considerado o principal

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músculo estabilizador da coluna lombar. (FLOYF, 2001; GOVEIA e GOVEIA

2008)

1.6.1.3 Multifídeos

O músculo multifídeos insere-se ao lado dos processos espinhosos das

vértebras lombares e cervicais, com origem no sacro, em todos os processos

transversos. Ele é mais espesso na região lombar do que nas demais; formado

por muitos feixes musculares sem divisão, sendo descrito como um único

músculo. (AMILL E KNUTZEN, 2012)

Estabiliza as articulações intervertebrais, realiza extensão e rotação do

corpo vertebral. (LIMA; QUINTILIANO, 2005)

1.6.1.4 Oblíquos externo

O músculo oblíquo externo tem sua origem na face externa da 5 ª e 12ª

costelas, insere-se na linha alba, tubérculo púbico e crista ilíaca; inerva-se nos

nervos torácicos. (SOUZA, 2001)

Ambos os lados fazem flexão lombar e rotação pélvica posterior; o lado

direito realiza a flexão lombar lateral para a direita e a rotação lombar para a

esquerda e a pélvica lateral para a esquerda. O lado esquerdo realiza a flexão

lombar lateral para a esquerda e a rotação lombar para a direita e a rotação

pélvica lateral para a direita. (FLOYF, 2001)

1.6.1.5 Reto abdominal

O músculo reto abdominal tem origem na crista púbica e sínfise púbica,

com inserção nas 5ª e 7ª cartilagens costais e processo xifoide, inerva-se nos

nervos torácicos T7 a T12. (SOUZA, 2001)

Possui a ação de flexão lombar e rotação da pelve posterior em ambos

os lados, sendo que o direito realiza flexão lateral à direita e o esquerdo, à

esquerda. (FLOYF 2001)

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1.6.1.6 Quadrado lombar

O músculo quadrado lombar origina-se no lábio interno posterior da

crista ilíaca, está inserido na borda inferior da 12ª costela e nos processos

transversos das quatro vértebras lombares. Inerva-se no nervo intercostal com

a ação de flexão lateral, extensão da coluna lombar, rotação da pelve anterior e

rotação da pelve lateral para o lado contralateral. (FLOYF, 2001)

1.6.1.7 Iliocostal

O iliocostal tem origem no sacro, processos espinhosos das vértebras

lombares e torácicas, crista ilíaca e ângulos das costelas com inserção nas 5ª e

7ª costelas e margens inferiores, com inervação nos ramos dos nervos

espinhais. Realiza a extensão da coluna vertebral e a inclinação lateral

(SPENCE 1991).

1.6.1.8 Diafragma

O diafragma é o principal músculo responsável pela respiração. Origina-

se no processo xifoide, nas seis últimas costelas e vértebras lombares, insere-

se no centro tendíneo do diafragma e é inervado pelo nervo frênico. (SPENCE

1991)

1.6.1.9 Eretor da espinha

O músculo eretor da espinha é composto pelo eretor da espinha

iliocostal, eretor da espinha longuíssimo e eretor da espinha espinhal. (FLOYF,

2001)

O eretor da espinha iliocostal tem sua origem na face medial da crista

ilíaca, aponeurose toracolombar do sacro até as costelas posteriores. Insere-se

nas costelas posteriores da 1° a 12° e nos processos transversos cervicais C4

a C7. Inerva-se nos ramos posteriores dos nervos espinhais. Possui a ação de

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extensão da coluna, rotação da coluna, rotação lateral da pelve para o lado

contralateral e rotação epsilateral da coluna e da cabeça. (FLOYF, 2001)

O eretor da espinha longuíssimo tem sua origem na face medial da crista

ilíaca, aponeurose toracolombar, insere-se nos processos espinhais cervicais

2-6 processos transversos torácico 1-12, nove costelas inferiores e processo

mastoide. Inerva- se nos ramos posteriores dos nervos espinhais. Com a ação

de extensão da coluna e cabeça, rotação anterior da pelve, rotação lateral da

pelve para lado contralateral e rotação epsilateral da coluna e cabeça e flexão

lateral da coluna e cabeça. (FLOYF, 2001)

O eretor da espinha espinhal origina- se no ligamento nucal, 7° processo

espinhoso cervical, processos torácicos 11 e 12 e processos lombares 1 e 2.

Insere-se nos dois processos espinhosos torácicos 5 e 12, osso occipital. Tem

sua inervação nos ramos posteriores dos nervos espinhais, com a ação de

extensão da coluna e da cabeça, rotação anterior da pelve, rotação lateral da

pelve para lado contralateral e rotação epsilateral da coluna e cabeça e flexão

lateral da coluna e cabeça. (FLOYF, 2001)

1.6.1.10 Glúteo máximo

O músculo glúteo máximo origina-se no ílio, posteriormente, à linha

glútea posterior, face posterior do sacro e ligamento sacrotuberoso. Insere-se

na tuberosidade glútea do fêrmur e trato íliotibial; inerva-se no nervo glúteo

inferior, do plexo lombossacral. Sua ação é de extensão e rotação lateral da

coxa participando da extensão do tronco. (DANGELO; FATTINI, 2001)

1.6.1.11 Psoas maior e menor

O músculo psoas maior e menor tem origem nas bordas inferiores dos

processos transversos de L1 e L5, laterais do corpo da última vértebra torácica

e vértebras lombares, fibrocartilagens intervertebrais e base do sacro. Insere-

se no trocânter menor do fêmur e diáfise abaixo do psoas menor, linha

pectínea e eminência iliopúbica, com inervação nos nervos lombar e femoral.

Permite a ação de flexão do quadril, rotação anterior da pelve, flexão da parte

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lombar da coluna vertebral, rotação lateral do quadril, rotação transversal da

pelve, flexão lateral da parte lombar da coluna vertebral e rotação lateral da

pelve para lado contralateral. (FLOYF, 2001)

1.7 Cinesiologia da coluna lombar

Compreendendo a coluna vertebral em seu aspecto anatômico e

biomecânico, torna-se possível fazer uma análise distinta desta estrutura

complexa, também de função importante. Sendo a mesma a estrutura central

do corpo humano, se faz entender todas as suas funcionalidades. Apresenta

aspectos biomecânicos específicos de sua estrutura, de acordo com toda sua

complexidade e é de fundamental importância entender seu funcionamento

fisiológico. A cinemática fornece a amplitude e a direção predominante dos

movimentos nas diversas regiões da coluna vertebral. (NEUMANN, 2006)

A coluna é um complexo que apresenta seis graus de liberdade,

realizando os movimentos de: flexão, extensão, inclinação lateral direita e

esquerda, rotação direita e esquerda. (KAPANDJI, 2000)

De acordo com Kisner e Colby (2009), o movimento da coluna vertebral

é descrito tanto globalmente quanto em suas unidades funcionais ou

segmentos móveis. Segundo ele, a unidade funcional é composta por duas

vértebras e as articulações ficam entre elas. Em geral, o eixo de movimento de

cada unidade fica no núcleo pulposo do disco intervertebral. Como a coluna

pode se mover de baixo para cima e de cima para baixo, o movimento da

unidade funcional é definido com o que ocorre com a porção anterior do corpo

da vértebra superior.

Segundo Natour (2004), ocorrem movimentos nos três planos por meio

do início e controle muscular ativo; o plano sagital executa os movimentos de

flexão e extensão do tronco, o plano frontal executa os movimentos de flexão

lateral direita e esquerda, e o plano transversal, a rotação. A coluna lombar é

capaz de executar os movimentos nesses três planos, graças à junção de

pequenos movimentos que ocorrem entre as vértebras desta região. (HALL,

2000). Em sua amplitude de movimento normal realiza movimentos de flexão,

extensão, inclinação lateral à direita e esquerda. (HOPPENFELD, 2001)

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O movimento de flexão da coluna lombar ocorre no plano sagital. O

músculo reto abdominal é o flexor primário do tronco, auxiliado pelos músculos

oblíquos interno e externo do abdômen. As vértebras movem-se anteriormente,

e o núcleo pulposo se desloca posteriormente, criando uma carga progressiva

na porção anterior do disco e causando tensão nas fibras posteriores do anel

fibroso. (HOPPENFELD, 2001)

O movimento de extensão da coluna lombar ocorre no plano sagital. Os

extensores do tronco são os músculos eretores da espinha, que incluem o

iliocostal torácico, o longuíssimo dorsal, o espinhal torácico e o iliocostal

lombar. Na extensão, a vértebra superior desliza posteriormente e o núcleo

pulposo do disco intervertebral se desloca anteriormente, tensionando as fibras

anteriores do anel fibroso. Logo é gerada uma tensão no ligamento longitudinal

anterior, e o posterior é relaxado. As apófises articulares inferiores da vértebra

superior se inserem mais profundamente entre as apófises articulares

superiores da vértebra inferior. Deste modo, o movimento de extensão é

restrito, devido às saliências ósseas no nível do arco posterior e à tensão do

ligamento longitudinal anterior. (HOPPENFELD, 2001 e KAPANDJI, 2000)

No plano frontal ocorre o movimento de flexão lateral direita e esquerda

da coluna lombar. O corpo da vértebra suprajacente inclina-se para o lado da

concavidade da flexão, admitindo que o disco permaneça mais espesso do

lado da convexidade. O núcleo pulposo desloca-se levemente para o lado da

convexidade, e um estiramento no lado da concavidade. Na região posterior há

um deslizamento das apófises articulares. No local da convexidade, a apófise

articular da vértebra superior sobe e, na região da concavidade, ela desce.

Assim sendo, ocorre simultaneamente um estiramento dos ligamentos

amarelos e da cápsula articular zigoapofisária no lado da concavidade, e uma

tensão dos mesmos elementos no lado da convexidade. Os músculos

principais desse movimento são os oblíquos, interno e externo do abdome e o

quadrado lombar do lado do movimento. (HOPPENFELD, 2001 e KAPANDJI,

2000)

Na rotação, a vértebra superior roda sobre a inferior, permitindo o

deslizamento do corpo da vértebra superior em relação ao da subjacente.

Mediante a orientação das facetas articulares, a rotação axial na região lombar

é muito fraca. (KAPANDJI, 2000)

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Os movimentos de flexão e extensão acontecem principalmente nas

regiões cervical e lombar da coluna vertebral. A extensão é especialmente

maior entre as vértebras cervicais inferiores, entre a 11ª vértebra torácica e a 2ª

vértebra lombar e entre as vértebras lombares inferiores. (PLATZER, 2008)

Nas regiões cervical e lombar, a amplitude da inclinação lateral é mais

ou menos igual, sendo maior na região torácica. (PLATZER, 2008)

1.8 Estabilização Segmentar Lombar

A estabilização segmentar vertebral vem a constituir uma alternativa de

tratamento entre as técnicas utilizadas para melhorar a força e o trofismo dos

músculos do tronco, além de promover prevenção à instabilidade lombar.

(FURTADO, 2012).

Quanto à definição de estabilização, pode-se dizer que é um processo

dinâmico que inclui posições estáticas e movimento controlado, incluindo,

assim, um alinhamento em posições sustentadas e padrões de movimento que

possam vir a atuar na redução da tensão tecidual, evitando traumas para as

articulações ou tecidos moles, e fornecendo ação muscular de maneira

eficiente (FRANÇA, 2008).

A estabilização é o processo de diminuir movimentos anormais ou

excessivos potencialmente lesivos entre superfícies articulares e tem como

filosofia que para uma mobilidade distal eficaz há necessidade de garantir

estabilização proximal. (BRUMITT; MATHESON; MEIRA, 2013 apud MOURA et al.,

2005)

A estabilidade da cintura pélvica e da coluna lombar tem grande

importância no equilíbrio do corpo como um todo. A pelve é o berço do centro

de gravidade corporal e todo o peso dos membros superiores, tronco e cabeça

é transmitido para os segmentos inferiores por meio desta região. E, junto a

ela, a coluna lombar, que é a principal região do corpo responsável pela

sustentação das cargas ascendentes. Sendo assim, pode-se pensar que

sobrecargas impostas nessa região propiciam micro lesões e até mesmo

desgaste articular. (HALL et al., 2000)

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De acordo com Wilson et al. (2005), a estabilidade é definida como a

capacidade de uma estrutura se mover e manter a sua integridade ou, em

outras palavras, a capacidade de regressar ao equilíbrio após uma perturbação

do mesmo. A instabilidade segmentar sucede no momento em que há redução

na capacidade do sistema estabilizador da coluna vertebral em sustentar a

posição neutra dentro de limites fisiológicos. (SOUZA; MEJIA, 2011).

De acordo com Panjabi (1992), a estabilidade da coluna decorre da

interação de três sistemas: passivo, ativo e neural. O sistema passivo compõe-

se das vértebras, discos intervertebrais, articulações e ligamentos, que

fornecem a maior parte da estabilidade pela limitação passiva no final do

movimento. O ativo constitui-se dos músculos e tendões, que fornecem suporte

e rigidez no nível intervertebral, para sustentar forças exercidas no dia-a-dia. O

último sistema, o neural, é composto pelos sistemas nervosos centrais e

periféricos, que coordenam a atividade muscular em resposta a forças

esperadas ou não, fornecendo, assim, estabilidade dinâmica. Esse sistema

deve ativar os músculos corretos no tempo certo, para proteger a coluna de

lesões e permitir o movimento.

Bergmark (1989) propôs o conceito de vários músculos com diferentes

papéis na estabilidade dinâmica. A hipótese é que haja dois sistemas atuando

na estabilidade: global e local. O global consiste em grandes músculos

produtores de torque, atuando no tronco e na coluna sem serem diretamente

ligados a ela. São eles: o reto do abdome, o oblíquo externo e a parte torácica

do iliocostal lombar. Fornecem estabilidade ao tronco, não sendo capazes de

influenciar diretamente a coluna. O sistema local é formado por músculos

ligados diretamente à vértebra e responsáveis pela estabilidade e controle

segmentar. Tais músculos são os multífidos lombares, o transverso do abdome

e as fibras posteriores do oblíquo interno. O quadrado lombar também tem

funções estabilizadoras.

Um estudo desenvolvido por McGill, (2002) hipotetiza que a resistência

da musculatura tem mais importância do que a força para a estabilidade, sendo

que apenas 10% da contração muscular máxima é suficiente para manter a

estabilização.

Entre as técnicas utilizadas para correção dessas alterações, encontra-

se o conceito da estabilização segmentar lombar (ESL), que recebe várias

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definições na literatura, como: fortalecimento do core, estabilização dinâmica,

treinamento neuromuscular do tronco, entre outros. (AKUTHOTA, 2002)

Segundo Panjabi (1992), estudos comprovam que há efetividades da

técnica de estabilização sobre o equilíbrio muscular e, consequentemente,

diminuição das queixas de dor na região lombar da coluna vertebral,

melhorando a qualidade de vida, tornando desnecessário o uso adicional de

drogas ou terapias analgésicas.

Os exercícios são geralmente iniciados em plano reto e em posições

estáveis, tais como: deitado ou em 4 apoios, progredindo para planos

multidimensionais e posições mais funcionais, como sentado ou em

ortostatismo. (WILSON et. al, 2005)

Panjabi (1992) redefiniu instabilidade espinhal, chamada de “zona

neutra”, determinada pela região onde há pouca ou nenhuma resistência ao

movimento pelo sistema passivo, a qual normalmente se encontra no meio da

amplitude de movimento da articulação intervertebral. Mostra-se aumentada,

quando há injúria e degeneração do disco intervertebral, e diminuída, quando

há adição de forças musculares na movimentação espinal. Isso tem resultado

na maior compreensão sobre a estabilização em um processo dinâmico, que

incluem posições estáticas e controle do movimento.

1.8.1 Estabilização Segmentar Estática

O exercício isométrico estático é uma forma de exercício em que o

músculo se contrai e produz força, sem uma mudança apreciável no seu

comprimento e sem movimento articular visível. Embora não seja feito trabalho

mecânico (força x distância), uma quantidade mensurável de tensão e força é

produzida pelo músculo. As fontes de resistência para o exercício isométrico

incluem sustentar-se contra uma força aplicada manualmente, segurar um peso

em uma posição específica, manter uma posição contra a resistência do peso

corporal ou empurrar ou puxar um objeto imóvel. (KISNER e COLBY, 2009)

Diferentes formas de exercícios isométricos, que usam graus variados

de resistência e intensidade das contrações musculares, servem a diferentes

propósitos durante fases sucessivas da reabilitação. Todos os tipos, com

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exceção dos isométricos leves, incorporam alguma forma de resistência

significativa e, portanto, são usados para melhorar a força estática ou

desenvolver o controle muscular sustentado. Como nos exercícios isométricos

leves nenhuma resistência apreciável é aplicada, essa não é, tecnicamente,

uma forma de exercício resistido, porém, está incluída nesta discussão para

mostrar um continuum de exercícios isométricos que podem ser usados para

metas multifacetadas em um programa de reabilitação. (KISNER e COLBY,

2009)

1.8.2 Estabilização Segmentar Dinâmica

Uma contração muscular dinâmica causa movimento articular e a

excursão de um segmento do corpo; enquanto o músculo se contrai e encurta,

sendo definida como contração concêntrica ou, quando se alonga sob tensão,

contração excêntrica. O termo “exercício concêntrico” refere-se à forma

dinâmica de posicionamento de carga sobre um músculo onde a tensão se

desenvolve, e ocorre o encurtamento físico do músculo à medida que uma

força externa (resistência) é vencida, como levantar um peso. Em contraste, o

exercício excêntrico envolve uma carga dinâmica, além da capacidade do

músculo de produzir força, causando seu alongamento físico enquanto se tenta

controlar a carga, como abaixar um peso. (KISNER; COLBY, 2009)

Apesar dos elementos estáticos (ossos, articulações e ligamentos do

abdômen, coluna vertebral, bacia e ancas) contribuírem para a estabilidade

central, esta é, sobretudo, garantida pela função dinâmica dos elementos

musculares. Estes últimos são responsáveis pela criação e transferência de

forças entre os segmentos corporais, garantindo suporte para atividade física.

(KISNER; COLBY, 2009)

2 O EXPERIMENTO

Este capítulo apresenta os aspectos metodológicos do estudo, os quais

se referem respectivamente ao tipo de pesquisa, caracterização do sujeito da

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pesquisa, os instrumentos e procedimentos que foram utilizados na coleta de

dados e procedimento para análise e interpretação dos dados.

2.1 Casuística e Métodos

Trata-se de uma pesquisa experimental, que se determina um objeto de

estudo, selecionando as variáveis que serão devidamente influenciadas,

interferindo diretamente na realidade, pretende dizer de que modo ou por que

tal acontecimento é produzido, definindo formas de controle e observação dos

efeitos que a variável produz no produto (GIL, 2008).

A pesquisa quantitativa se centra na objetividade dos fatos. A utilização

conjunta da pesquisa qualitativa e quantitativa permite recolher mais

informações do que se poderia conseguir isoladamente (FONSECA, 2002).

Após submetido e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do

Unisalesiano, Parecer nº 2.279.059 em 15 de Setembro de 2017 (ANEXO A),

as participantes foram submetidas a uma avaliação para mensuração de força

da musculatura abdominal, através do esfigmomanômetro, teste de

estabilização estática realizado por tempo, avaliação da cadeia anterior e

posterior do tronco, teste de Sorensen, avaliação da cadeia lateral direita e

esquerda do tronco. O grupo controle não realizou nenhum tipo de treinamento.

O grupo estabilização estática realizou o treinamento estático através das

pranchas ventral e lateral. O grupo estabilização dinâmica realizou o

treinamento através dos exercícios das pranchas ventral e lateral associados a

movimentos rápidos. Todas as participantes foram reavaliadas ao final do

programa de treinamento.

O presente estudo foi realizado no período de setembro a outubro de

2017, com um total de 15 sessões, durante 5 semanas, sendo realizadas com

a frequência de três vezes por semana, com um intervalo de um dia para

descanso. Entre cada exercício foi respeitado um intervalo de dois minutos,

para se evitar a influência da fadiga no exercício seguinte.

2.2 Condições ambientes

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O estudo foi realizado no Centro de Reabilitação Física Dom Bosco do

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins – SP, ambiente de

fácil acesso às participantes, em um espaço amplo, com boa iluminação, com

disposição dos materiais para os testes e treinamento.

2.3 Sujeitos

A pesquisa foi realizada com indivíduos do gênero feminino que se

enquadraram nos pré-requisitos solicitados, sendo os critérios de inclusão: ter

idade entre dezoito a trinta anos e estarem sedentárias por, no mínimo, três

meses antes do experimento. Os critérios de exclusão foram: gestantes,

presença de qualquer lesão musculoesquelética que as impedisse de realizar a

metodologia proposta ou que não aceitassem assinar o TCLE. A seleção foi

realizada de forma aleatória, mediante a abordagem em sala de aula e após

concordarem com o objetivo da pesquisa.

2.4 Materiais

Para a realização do experimento foi necessária a utilização de:

a) celular: para o uso do cronômetro;

b) maca;

c) esfigmomanômetro: destinado a registrar e

mensurar a força da musculatura do tronco;

d) cadeira: para avaliação e treinamento;

e) papel e caneta: para as anotações e

observações.

2.5 Procedimento metodológico

A pesquisa foi realizada com quinze participantes que se enquadraram

nos pré-requisitos solicitados, as quais foram orientadas, cientes da leitura da

carta de informação ao participante e assinaram o TCLE e, então, foram

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submetidas aos testes iniciais, após os quais foi realizado o sorteio para a

divisão dos grupos.

As participantes foram divididas aleatoriamente, por meio de sorteio, em

três grupos (cinco em cada um). Grupo controle (GC): que não realizou

nenhum tipo de treinamento. Grupo estabilização estática (GEE): o qual

realizou treinamento somente com exercícios estáticos, prancha ventral e

prancha lateral. Grupo estabilização dinâmica (GED): que realizou o

treinamento através dos exercícios prancha ventral e

prancha lateral, associados a movimentos rápidos e ao comando verbal

das pesquisadoras.

Essas participantes realizaram quinze sessões de treinamento para

musculatura estabilizadora da coluna lombar e, ao término delas, foram

reavaliadas. O grupo controle passou pelo mesmo procedimento, exceto a

intervenção de treinamento.

Figura 12: Organograma metodológico

Fonte: autores, 2017

Avaliação inicial

Grupo Controle (GC)

5 participantes

Grupo Exercício Estático

(GEE)

5 participantes

Grupo Exercício Dinâmico

(GED)

5 participantes

Sessões de intervenção

Reavaliação

Sorteio aleatório

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2.6 Procedimentos

Para avaliar a ativação da musculatura do tronco, foi utilizado o

esfigmomanômetro, como unidade de biofeedback pressórico. As participantes

foram orientadas a ativarem a musculatura profunda abdominal com instruções

verbais, como “encolher o abdômen levando o umbigo em direção à coluna no

tempo expiratório”. O teste foi realizado em decúbito dorsal, a bolsa de pressão

foi posicionada debaixo da coluna lombar e o manômetro foi insuflado até a

linha de base de 30 mmHg. Elas foram orientadas a manterem a posição pelo

tempo máximo que conseguissem. A pressão deveria permanecer em 40

mmHg ou aumentar, para ser considerada como estável. Esses testes foram

realizados três vezes, com um intervalo de 60 segundos entre eles, sendo

considerado o de melhor desempenho.

Figura 13: Avaliação a ativação da musculatura do tronco

Fonte: autores, 2017

A avaliação da cadeia anterior do tronco, através da prancha ventral, foi

realizada em decúbito ventral, com o apoio dos cotovelos, antebraços e pontas

dos pés no tablado, de maneira que o corpo permanecesse alinhado e com

constante contração do abdômen, sempre com respiração fluida. O teste foi

iniciado sob a voz de comando com o concomitante acionamento do

cronômetro manual, e finalizado quando as participantes não conseguiram

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mais manter a execução correta ou desistiram, devido à exaustão. O tempo foi

registrado em segundos. Esses testes foram realizados três vezes com um

intervalo de 60 segundos entre eles, sendo considerado o de melhor

desempenho.

Schellenberg et al. (2007), no estudo sobre a avaliação da estabilização

da coluna lombar durante exercícios de prancha, sugerem que a prancha em

ventral provoca mudanças, preferencialmente, nos músculos flexores do

tronco, uma vez que a prancha dorsal recruta, em primeiro lugar, os músculos

extensores do tronco. Consideram, ainda, que prancha ventral recruta,

preferencialmente, os músculos anteriores do tronco, responsáveis pela

estabilização do core. Contudo, estes autores não aconselharam a realização

desses exercícios em sujeitos com dor ou patologia na coluna lombar.

Figura 14: Avaliação da cadeia anterior do tronco

Fonte: autores, 2017

Avaliação da cadeia posterior do tronco através do teste de Sorensen,

também cronometrado, no qual a participante permanece em decúbito ventral

com as cristas ilíacas ântero-superiores no final da maca de exame, com a

coxa e os tornozelos fixos e estabilizados. Ela é, então, orientada a sustentar o

tronco pelo maior tempo possível. Durante a execução, a participante precisou

manter o corpo alinhado e, na ocorrência de dor lombar e ou desalinhamento, o

teste seria interrompido. Esses testes foram realizados três vezes, com um

intervalo de 60 segundos entre eles, sendo considerado o de melhor

desempenho.

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Figura 15: Avaliação da cadeia posterior do tronco

Fonte: autores, 2017

Avaliação da cadeia lateral de ambos os lados do tronco, através de

prancha lateral, cronometrada por tempo. A participante permanece em

decúbito lateral, com o antebraço apoiado ao tablado, pernas estendidas e

sobrepostas com as laterais dos pés encostadas no chão. A mesma eleva o

tronco, de modo que subam os quadris, que estarão levemente rotacionados,

mantendo-se, assim, pelo maior tempo possível, sem nenhum tipo de

compensação. Esses testes foram realizados três vezes, com um intervalo de

60 segundos entre eles, sendo considerado o com melhor desempenho.

Figura 16: Avaliação da cadeia lateral de tronco de ambos os lados

Fonte: autores, 2017

Após a avaliação, foi iniciado o programa de treinamento para os

específicos grupos divididos aleatoriamente.

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2.7 Descrição dos exercícios

A. Prancha ventral estática

As participantes ficaram em decúbito ventral, com braços e antebraços

flexionados a 90º e cotovelos e antebraços apoiados sobre o tablado. Foram

instruídas a manterem o corpo elevado e alinhado durante o treinamento,

posicionamento esse mantido durante 4 séries de 20 segundos.

B. Prancha lateral estática

Posicionadas em decúbito lateral, com membro superior do lado a ser

testado abduzido a 90º, antebraço flexionado a 90º, cotovelo, antebraço e

membros inferiores apoiados no tablado, membro superior contra lateral ao

longo do corpo. Foram orientadas a manterem o corpo elevado e alinhado, o

posicionamento foi mantido durante 4 séries de 20 segundos.

C. Prancha ventral dinâmica

As participantes ficaram em decúbito ventral, com braços e antebraços

flexionados a 90º e cotovelos e antebraços apoiados sobre a maca. Foram

instruídas a manterem o corpo elevado e alinhado, utilizando as pontas dos

pés, cotovelos e antebraços como apoio. A prancha ventral dinâmica foi

realizada, associada a movimentos rápidos e ao comando de voz, incentivando

o início do movimento. Esse posicionamento foi realizado durante 4 séries de

20 segundos.

D. Prancha lateral dinâmica

Posicionadas em decúbito lateral, com membro superior do lado a ser

testado abduzido a 90º, antebraço flexionado a 90º, cotovelo, antebraço e

membros inferiores apoiados no tablado, membro superior contralateral ao

longo do corpo. Foram instruídas a manterem o corpo elevado e alinhado numa

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linha reta. Associada a movimentos rápidos e ao comando de voz, incentivando

o início do movimento, o posicionamento dinâmico mantido durante 4 séries de

20 segundos.

2.8 Análise estatística

Os dados foram apresentados em média e desvio padrão e por meio de

técnicas descritivas, tais como gráficos e tabelas. Foram analisados através do

teste T de Student intragrupo, considerando diferença significante (p<0,05) a

diferença do valor pós em relação ao valor pré e a porcentagem de alteração

realizada através do Microsoft Office Excel 2007.

2.9 Resultados

Na tabela 1, são apresentados os valores da média e desvio-padrão

(DP) dos resultados do teste de prancha ventral pré e pós-intervenção das

participantes do grupo controle (GC), grupo estabilização estático (GEE) e

dinâmico, bem como a diferença do valor pós em relação ao pré e a

porcentagem de alteração. Não foi observada diferença estatisticamente

significante (p ≤ 0,05) intragrupo do valor pós em relação ao pré, porém, nota-

se uma diferença em relação à porcentagem de alteração do GEE (18%) e do

GED (36%), quando observados em relação ao GC (1%).

Tabela 1: Resultados da média e desvio padrão pré e pós em segundos (s) do

teste de prancha ventral, diferença pós em relação ao pré em segundos (s) e

porcentagem de alteração (%) dos grupos GC, GEE, GED, bem como valor p

intragrupo.

Grupos Prancha ventral

pré

(s)

Prancha

ventral pós

(s)

Diferença

pós/pré

(s)

Porcentagem de

alteração

(%)

Valor p

GC

GEE

GED

39,2 ± 18,4

49,67 ± 14,8

51 ± 13,4

39,4 ± 18,1

58,4 ± 13,4

69,6 ± 18,5

0,2

8,8

18,6

1

18

36

0,981

0,295

0,097

Fonte: autores, 2017

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Na tabela 2, são apresentados os valores da média e desvio-padrão

(DP) dos resultados do teste de prancha lateral, realizado do lado direito pré e

pós-intervenção das participantes do GC, GEE e GED, bem como a diferença

do valor pós em relação ao pré e a porcentagem de alteração. Não foi

observada diferença estatisticamente significante (p ≤ 0,05) intragrupo no GC

(0,832). No GEE (0,030) e no GED (0,014) observou-se diferença

estatisticamente significante (p ≤ 0,05). Nota-se uma diferença em relação à

porcentagem de alteração do GEE (55%) e do GED (60%), quando observado

em relação ao GC (4%).

Tabela 2: Resultados da média e desvio padrão pré e pós em segundos (s) do

teste de prancha lateral, realizado do lado direito; diferença pós em relação ao

pré em segundos (s) e porcentagem de alteração (%) dos grupos GC, GEE,

GED, bem como valor p intragrupo.

Fonte: autores, 2017

Na tabela 3, são apresentados os valores da média e desvio-padrão

(DP) dos resultados do teste de prancha lateral, realizado do lado esquerdo pré

e pós-intervenção dos participantes do GC, GEE e GED, bem como a diferença

do valor pós em relação ao pré e a porcentagem de alteração. Não foi

observada diferença estatisticamente significante (p ≤ 0,05) intragrupo no GC

(0,437). No GEE (0,001) e no GED (0,0001) observou-se diferença

estatisticamente significante (p ≤ 0,05). Nota-se uma diferença em relação à

porcentagem de alteração do GEE (64%) e do GED (67%), quando observado

em relação ao GC (10%).

Tabela 3: Resultados da média e desvio padrão pré e pós em segundos

(s) do teste de prancha lateral, realizado do lado esquerdo; diferença pós

Grupos Prancha lateral

direita pré

(s)

Prancha lateral

direita pós

(s)

Diferença

pós/pré

(s)

Porcentagem

de alteração

(%)

Valor

p

GC

GEE

GED

30,4 ± 15,8

29,6 ± 9,8

32,2 ± 9,8

31,6 ± 22,2

46 ± 10,6

51,6 ± 16,2

1,2

16,4

19,4

4

55

60

0,832

0,030

0,014

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em relação ao pré em segundos (s) e porcentagem de alteração (%) dos

grupos GC, GEE, GED, bem como valor p intragrupo.

Fonte: autores, 2017

Na tabela 4, são apresentados os valores da média e desvio-padrão

(DP) dos resultados do teste de estabilidade da cadeia posterior pré e pós

intervenção dos participantes do GC, GEE e GED, bem como a diferença do

valor pós em relação ao pré e a porcentagem de alteração. Não foi observada

diferença estatisticamente significante (p ≤ 0,05) intragrupo no GC (0,177) e no

GEE (0,974). No GED (0,042) observou-se diferença estatisticamente

significante (p ≤ 0,05). Nota-se uma diferença em relação à porcentagem de

alteração do GED (51%), quando observado em relação ao GC (-2%) e ao

GEE (0%).

Tabela 4: Resultados da média e desvio padrão pré e pós em segundos (s) do

teste de estabilidade da cadeia posterior; diferença pós em relação ao pré em

segundos (s) e porcentagem de alteração (%) dos grupos GC, GEE, GED, bem

como valor p intragrupo.

Grupos Cadeia

posterior pré

(s)

Cadeia

posterior pós

(s)

Diferença

pós/pré

(s)

Porcentagem

de alteração

(%)

Valor

p

GC

GEE

GED

70,8 ± 36,5

90,4 ± 29,8

66,4 ± 13,7

69,3 ± 36,5

90,8 ± 4,7

100 ± 19,2

-1,2

0,4

33,6

-2

0

51

0,177

0,974

0,042

Fonte: autores, 2017

Na tabela 5, são apresentados os valores da média e desvio-padrão

(DP) dos resultados do teste de estabilidade utilizando o esfigmomanômetro

pré e pós-intervenção das participantes do grupo controle (GC), grupo exercício

estático (GEE) e estabilização dinâmico (GED), bem como a diferença do valor

Grupos Prancha lateral

esquerda pré

(s)

Prancha lateral

esquerda pós

(s)

Diferença

pós/pré (s)

Porcentagem de

alteração (%)

Valor p

GC

GEE

GED

30,8 ± 18,7

32,2 ± 9,9

33,8 ± 11,8

33,8 ± 21,5

52,8 ± 12

56,4 ± 14,2

3

20,6

22,6

10

64

67

0,437

0,001

0,0001

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pós em relação ao pré e a porcentagem de alteração. Não foi observada

diferença estatisticamente significante (p ≤ 0,05) intragrupo do valor pós em

relação ao valor pré em nenhum dos grupos.

Tabela 5: Resultados da média e desvio padrão pré e pós em milímetros de

mercúrio (mmHg) do teste de estabilidade, diferença pós em relação ao pré em

(mmHg) e porcentagem de alteração (%) dos grupos GC, GEE, GED, bem

como valor p intragrupo.

Grupos Estabilidade pré

(mmHg)

Estabilidade

pós

(mmHg)

Diferença

pós/pré

(mmHg)

Porcentagem

de alteração

(%)

Valor

p

GC

GEE

GED

40 ± 0

46 ± 8,9

63 ± 23,9

48 ± 17,9

54 ± 21,9

74 ± 19,5

8

8

11

20

17

17

0,374

0,338

0,365

Fonte: autores, 2017

2.10 Discussão

O presente estudo mostrou efeitos positivos na influência dos exercícios

estáticos e dinâmicos sobre a estabilidade da coluna vertebral em mulheres

sedentárias, com a obtenção de resultados superiores em todos os testes nos

grupos dinâmico e estático em comparação ao grupo controle, sendo que é

possível observar o destaque maior do grupo dinâmico.

Segundo estudos de Okada et al. (2011), o ganho de estabilidade da

coluna lombar é alcançado por meio do trabalho de estabilização do tronco, o

que contribui para uma ótima produção, transferência, controle de força e

movimento ou energia para os segmentos durante atividades em cadeia

cinética integrada, confirmando a teoria de contração antecipatória pré- citada,

na qual o controle e a estabilidade são desenvolvidos em uma sequência

proximal-distal e em uma progressão céfalo - caudal.

França et al. (2008) expõem que o mais seguro modelo de estabilização

lombar não seria o exercício de força, mas sim o de resistência, que manteria a

coluna em uma posição neutra, enquanto encorajaria o paciente a contrações

dos estabilizadores. A contração é um mecanismo que pode fornecer rigidez

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por meio de músculos antagonistas e, assim, manter a estabilidade na

presença de cargas externas e internas nas articulações.

Há alguns autores, como Arokoshi et al. (2001) e Stevens et al. (2006),

que, embasados em estudos biomecânicos, apontam uma falta de contribuição

ao associarem os músculos locais e globais no processo de estabilidade,

sendo este um fato a ser questionado, devido à comprovação na literatura de

que as cooperações de ambos sistemas podem proporcionar certa estabilidade

estrutural.

Reinehr et al. (2008) realizaram um estudo, com seis mulheres com

idade média de 23 anos com DLC, as quais foram submetidas a 20 sessões de

treinamento específico para estabilização central. Os resultados indicaram que,

após o período de tratamento, houve a ausência total ou decréscimo da dor na

região lombar em todas elas, além de se observar, também, o aumento da

força de estabilização do complexo lombo-pélvico.

O estudo de França (2009) teve como objetivo comparar a eficácia dos

exercícios de estabilização segmentar, alongamento lombar e fortalecimento da

musculatura abdominal e do tronco na dor, capacidade funcional e capacidade

de ativação do músculo transverso do abdômen (TRA) de indivíduos

lombálgicos crônicos. O estudo contou com a participação de 45 pacientes

randomizados em três grupos, que realizaram exercícios para músculos

específicos: Grupo Estabilização Segmentar (ES), Grupo Fortalecimento

Superficial (FS) e Grupo Alongamento (AL). Foram avaliados quanto à dor

(Escala Visual Analógica e Questionário McGill de Dor), capacidade funcional

(Índice de Incapacidade de Oswestry) e capacidade de recrutamento do

músculo TRA (Unidade de Biofeedback Pressórico - UBP). Os grupos foram

tratados em duas sessões semanais, com duração de 30 minutos, por seis

semanas. Cada paciente foi avaliado antes e após o tratamento. Na

comparação entre os grupos, o ES obteve os maiores ganhos em todas as

variáveis (p<0,001) e, na ativação do TRA, os ganhos relativos foram 48,32%,

6,56% e -5,11% nos grupos ES, AL e FS, respectivamente. Concluiu-se que os

três grupos apresentaram melhora na intensidade da dor e capacidade

funcional, com ganhos médios maiores para o grupo ES e superiores na

ativação do TrA; já nos grupos AL e FS, não foi observada melhora na

capacidade de ativação do músculo TrA.

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Um estudo realizado por Medeiros et al. (2012) teve como objetivo

analisar o efeito do fortalecimento muscular em portadores de lombalgia

crônica. Contou com a participação de 78 indivíduos, de ambos os gêneros,

sedentários, com idade entre 20 e 45 anos, que foram divididos em dois

grupos: controle (GC, n=39) e de fortalecimento muscular (GFOR, n=39). Os

participantes foram avaliados, antes e após a intervenção, através da escala

visual analógica da dor e do questionário de incapacidade de Rolland-Morris. O

estudo concluiu que o fortalecimento muscular em portadores de lombalgia

crônica, tal como é proposto nos exercícios de estabilização segmentar,

promoveu melhora significativa para os participantes do GFOR, no alívio da dor

e diminuição do índice de incapacidade funcional lombar.

Jarbas et al. (2013) realizaram um estudo para analisar e comparar o

comportamento da musculatura estabilizadora lombo pélvica em jovens com e

sem dor lombar. A pesquisa do tipo transversal quantitativa teve aplicação de

avaliações para a estabilidade lombo pélvica por meio dos testes: Resistência

Estática do Tronco, Resistência das Costas de Sorensen e Teste de

SideBridge (ponte lateral), questionário funcional lombar de Roland-Morris. A

escala de dor foi avaliada com uso da escala análoga visual da dor em adultos

jovens da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). O trabalho foi

feito com 108 indivíduos, 17 do gênero masculino e 91 do gênero feminino,

apresentando médias e desvios padrão respectivamente de: idade 19,44 ± 1,73

anos, estatura 167 ± 8cm, peso 60,48 ± 11 kg e índice de massa corpórea

(IMC) 21,70 ± 2,80 kg/m². Dos participantes, 20% apresentaram dor lombar. Na

comparação entre grupos de indivíduos com e sem dor, mediante testes de

estabilidade lombo pélvica, não se observou diferenças significativas, p > 0,05

para todos os testes, mesmo com divisão por gênero, em que o percentual dos

indivíduos com dor foi de 18,68% no grupo feminino e de 29,41% no masculino.

Constatou-se que os adultos jovens com dor lombar não se apresentaram com

a musculatura estabilizadora lombo pélvico significativamente diferente quando

comparados com os sem dor.

Moreira et al. (2005), em um estudo realizado com 10 pessoas do sexo

feminino com idade entre 23 e 30 anos, com os resultados obtidos e analisados

através da estatística descritiva e teste “t” para comparar o Estímulo e

Resposta, evidenciam existir uma diferença significativa ao nível de p< 0.001

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entre o pré e o pós teste caracterizando, assim, que a utilização de exercícios

isométricos na estimulação da musculatura transversal do abdômen, oblíquo

interno e multifídeos influencia na estabilidade da coluna lombar.

Moraes et al. (2017) compararam, entre ingressantes de um instituto de

treinamento, o padrão de movimento com a força e a resistência dinâmica do

core (musculatura profunda do tronco), por meio de testes funcionais. Foram

avaliados 1.761 alunos, em um instituto de treinamento personalizado, quanto

ao padrão de movimento e força e resistência do core. Foram avaliados em:

TESTE DE MACKENZIE (RESISTÊNCIA DO CORE), o qual consiste em

permanecer na posição de prancha ventral o maior tempo possível, sendo que

existem oito estágios para a sua conclusão; TESTE DE KENDALL (FORÇA DO

CORE), em que o avaliado deve permanecer deitado no chão, em decúbito

dorsal, pernas estendidas, inicialmente, e braços flexionados e cruzados sobre

o peito; entre outros testes de membros inferiores. Eles tiveram os seguintes

resultados: a idade mediana (intervalo interquartis) dos avaliados foi de 31 (22-

41), sendo que 58% corresponderam ao gênero feminino. As mulheres

apresentaram melhores índices de força, enquanto que os homens mostraram

melhor resistência na musculatura relacionada ao core. Os homens

apresentaram melhor desempenho no agachamento, enquanto que as

mulheres tiveram melhor desempenho no avanço (movimento mais específico

e complexo). Concluiu-se que o treinamento específico da musculatura do core

mantém íntima associação com as variáveis interdependentes que auxiliam sua

função, sobretudo, a resistência do core

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2.11 Conclusão

Através da análise final, pode-se concluir que os voluntários que

realizaram os exercícios de forma estática e dinâmica obtiveram resultados

superiores em relação ao grupo controle, e observou-se que o grupo dinâmico

foi superior aos outros. O estudo teve como limitações o número de

participantes e o fato de não ter sido realizado o follow-up para verificar por

quanto tempo essa melhora dos grupos estático e dinâmico, que foi observada

em alguns desfechos, se manteria, ficando, assim, aberto a novas pesquisas.

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APÊNDICE

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APÊNDICE A - Script do Experimento

Avaliação inicial

Boa tarde, meninas! Neste momento iremos realizar avaliações com

alguns testes específicos, para mensuração de força da musculatura, avaliação

da cadeia anterior do tronco, avaliação da cadeia posterior do tronco e

avaliação da cadeia lateral direita e esquerda do tronco.

- Para avaliarmos a mensuração de força da musculatura, iremos utilizar

este instrumento (esfigmomanômetro). Deite em decúbito dorsal com as pernas

esticadas e faça uma leve elevação do quadril, para que possamos colocar o

esfigmomanômetro na região lombar. Ao nosso comando, você deverá respirar

pelo nariz e soltar o ar pela boca e fazer uma contração do abdômen. Iremos

repetir esse teste 3 vezes, de acordo com as progressões e, caso o último valor

seja maior que os anteriores, repetiremos o teste mais uma vez.

- Para fazermos a avaliação da cadeia anterior do tronco, você irá se

posicionar em decúbito ventral no tablado, com antebraços apoiados no

tablado, pernas esticadas e ponta dos pés também apoiadas no tablado. Ao

nosso comando, você levantará o corpo, mantendo o abdômen contraído o

tempo todo no seu limite. Iremos realizar esse teste 3 vezes, de acordo com as

progressões. Se o último valor for maior que os anteriores, iremos repetir o

teste mais uma vez.

- Para realizarmos a avaliação da cadeia posterior do tronco, iremos

utilizar a maca e uma cadeia. Você deverá se deitar de barriga para baixo,

pernas apoiadas e tronco para fora e os braços apoiados em uma cadeira.

Após o nosso comando, vai levantar o tronco e se manter assim o máximo que

conseguir, sendo observada para que não haja compensação. Iremos realizar

esse teste 3 vezes, de acordo com as progressões. Caso o último valor seja

maior que os anteriores, iremos repeti-lo mais uma vez.

- Para a avaliação da cadeia lateral direita e esquerda do tronco, você irá

se deitar para o lado direito, com os cotovelos apoiados na maca, pernas juntas

esticadas e pés apoiados. Ao nosso comando, levantará o corpo, apoiando-se

com o cotovelo e a ponta dos pés, permanecendo nessa posição o máximo que

conseguir, sendo observada para que não haja compensação. Realizaremos

esse teste 3 vezes, de acordo com as progressões; se o último valor for maior

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que os anteriores, iremos repeti-lo mais uma vez. O mesmo procedimento será

feito para o lado esquerdo.

Sorteio

- Será realizado um sorteio com vocês, após o qual, serão divididas em

3 grupos: GC, GEE e GED. O grupo GC não realizará exercício nenhum. O

Grupo GEE realizará exercícios parados e o GED realizará os exercícios em

explosão ao nosso comando. Os exercícios serão prancha ventral e prancha

lateral direita e esquerda estático para o (GEE), e prancha ventral e prancha

lateral direita e esquerda com explosão para o (GED).

Exercícios estáticos

- Prancha ventral estática: Você irá se deitar em decúbito ventral,

antebraços apoiados no tablado, pernas esticadas e ponta dos pés também

apoiadas no tablado. Ao nosso comando, você levantará o corpo, com o

abdômen contraído o tempo todo, mantendo- se assim por 20 segundos com 4

repetições, com intervalo de 1 minuto entre séries.

- Prancha lateral direita e esquerda estática: Você se deitará de lado com

os cotovelos apoiados, pernas juntas e esticadas, com os pés apoiados,

levantando o corpo até que este fique numa posição reta, mantendo-se nessa

posição com abdômen contraído, por 20 segundos com 4 repetições, com

intervalo de 1 minuto entre séries. O exercício será realizado em ambos os

lados.

Exercícios dinâmicos - Prancha ventral dinâmica: Você irá se deitar, com antebraços apoiados

no tablado, pernas esticadas e ponta dos pés também apoiadas nele. Ao nosso

comando, levantará o corpo paralelamente à maca, mantendo o abdômen

contraído o tempo todo. Toda vez que houver o nosso comando, deverá subir

e descer.

- Prancha lateral direita e esquerda parada dinâmica: Você irá se deitar

de lado, com os cotovelos apoiados no tablado, pernas juntas esticadas, com

os pés apoiados, levantando o corpo para cima até que fique numa posição

reta, com abdômen contraído o tempo todo. A nosso comando, você irá subir e

descer.

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- Reavaliação

- Vamos realizar novamente os mesmos procedimentos da avaliação.

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ANEXOS

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ANEXO A – Parecer Consubstanciado do CEP

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ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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ANEXO C – Carta de informação ao participante

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