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EDIÇÃO Nº72 EDIÇÃO Nº72 Metodologia Metodologia © Artigo publicado em www.futbol-tactico.com 114 115 ANÁLISE DA EXIGÊNCIA EM CALENDÁRIOS DE COMPETIÇÃO NO FUTEBOL Neste estudo se pretendeu mostrar como comparar a exigência de diferentes calendários de competição no futebol. Para isso se analisaram os dados de todas as competições em que participaram os quatro primeiros classificados (4º -c) na temporada 2010-2011 de duas ligas profissionais (Liga BBVA Espanha (LPE) e Virsliga Letônia (LPL)) e os 4º-C. (LPA)). Autor: Alejandro Muñoz Lopez Fotos: Shutterstock

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  • Edio n72 Edio n72Metodologia Metodologia Artigo publicado em www.futbol-tactico.com 114 115

    ANLISE DA EXIGNCIA EM CALENDRIOS DE COMPETIO NO FUTEBOL

    Neste estudo se pretendeu mostrar como comparar a exigncia de diferentes calendrios de competio no futebol.

    Para isso se analisaram os dados de todas as competies em que participaram os quatro primeiros classificados (4 -c) na temporada 2010-2011 de duas ligas profissionais (Liga BBVA Espanha (LPE) e Virsliga Letnia (LPL)) e os 4-C. (LPA)).

    Autor: Alejandro Muoz LopezFotos: Shutterstock

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    Na temporada de cada calendrio se utilizaram diversos valores de densidade competitiva, tempo de recuperao entre cada partida oficial, longitude de competies e perodos (tais como pr-temporada e perodo competitivo) e se propuseram alguns rcios de relao.

    Ao comparar os trs calendrios se observaram diferenas significativas (IC-90%) em todas as variveis estudadas entre os trs calendrios, exceto nos meses totais de competio e a mdia de pontos conseguidos por partida.

    Quando se comparou cada calendrio entre outro no se observaram diferenas (IC-90%) entre LPE E LPL nos dias disponveis de treinamentos respeito ao nmero de partidas LPL e LAE nos dias de pr-temporada respeito ao nmero de partidas jogadas. Assim, o calendrio de LPE foi o mais exigente de todos seguido de LPL e por ltimo LPA. Os calendrios profissionais tiveram uma maior congesto de partidas e em menos dias disponveis de treinamento durante o perodo de competio que o calendrio amador. Ademais, se observou como a exigncia foi maior na segunda volta nos trs calendrios. Por ltimo, a mdia de pontos por partidas no se viu influenciada pela congesto de partidas e esta no influiu na posio conseguida na tabela. Isso pode ser devido aos sistemas de rotao de jogadores que realizam as equipes de futebol, apoiando ademais o utiliz-las.

    1. INTRODUO

    Usualmente no mundo do esporte a exigncia do mesmo vai depender diretamente da exigncia da competio na que o esportista se veja submetido. Nos ltimos anos temos visto claros em exemplos em esportes como o ciclismo onde para poder afrontar os duros campeonatos e, por assim, a exigncia da competio, os esportistas devem recorrer a certas tcnicas ou ajudas ergo gnicas para poder competir em um nvel muito alto de rendimento (chegando desgraadamente em alguns casos a situaes de doping). No futebol talvez no cheguem a estes extremos e possa parecer que isso est mais controlado enquanto a ajudas externas, mas que passa com as leses? Como afeta um calendrio com muitas partidas seguidas?

    So questes que atualmente na literatura cientifica no se encontram muitas respostas. A evidncia cientifica que se encontram nos comenta que a sobrecarga do calendrio de competies enquanto a como afeta ao rendimento de duas equipes no concluinte; alguns trabalhos apontam a uma relao entre o rendimento das equipes e o nmero de partidas disputadas, enquanto que outros sustem o contrrio [1].

    Dentro do regulamento que rege a competio oficial no futebol, cada federao nacional estabelece para cada uma de suas competies um calendrio de competio, na maioria dos casos, diferente. Desta forma, cada calendrio de competio fica composto pelas diferentes competies nas que cada equipe vai participar durante toda a temporada. Ademais disso, cada equipe, em funo da posio obtida na tabela na temporada passada, ter um nmero de competies diferentes, com o que lhe gerar um tipo de calendrio diferente e por tanto, como se comentava antes, exigncias diferentes.

    Ao longo da temporada os jogadores esto expostos a estados prolongados de estresse fisiolgico; se encontrou sinais de estresse tanto oxidativo como funcional, depresso do sistema imune e desequilbrios hormonais. Nestas situaes, o rendimento de um jogador no vai depender s do estado fsico que possua, seno tambm de seu estado de fadiga [2].

    Outro fator muito importante a ter em conta ao jogar muitas partidas a motivao, a qual pode ver-se diminuda. A concentrao pode ver-se deteriorada e afetar aos processos coordenativos e desta forma a um incremento do risco a sofrer leso.

    Talvez no seja tanto o estresse que suponha jogar 90 minutos uma partida de futebol como o que se padece pela preparao mental de preparao de uma partida, viagens, mudanas de horrios e clima etc.

    Por tanto, j seja dentro do mbito nacional (mesma federao nacional) ou

    do internacional (federao continental, como possa ser a UEFA na Europa), cada equipe vai participar em uma ou vrias competies que vo marcar a forma em que se vai preparar ao mesmo para afrontar ditas situaes, sendo assim a distribuio dos jogos ao longo da temporada um dos aspectos principais que os tcnicos tm em conta na hora de fazer as programaes.

    De feito, uma congesto de partidas (vrias partidas com pouco tempo de recuperao em um perodo de tempo determinado) pode chegar a diminuir o rendimento fsico de uma equipe: por exemplo, alguns autores. [3] demostram que se requer de 96 a 120 horas de descanso para

    lograr reestabelecer os valores de sprint em 20 metros, assim como normalizar os marcadores sanguneos de dano muscular (Creatin Kinasas) e inflamao (cido rico). este tempo de recuperao entre partida, mais que o nmero de partidas jogadas na semana, no que se deveria focalizar a ateno.

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    Estudos demostram como jogar 2 partidas de futebol com uma recuperao de entre 72 e 96 horas no tempo suficiente de recuperao para voltar aos nveis normais de fora mxima, sprint em 20 metros e saltou vertical (CMJ) [4].

    Outro dos fatores que se veem alterados quando tem congesto de partidas so as leses. Ekstrand, Waldon [5] comentam em seu estudo como existe um risco real jogando muitos jogos, incluso chegando a afetar a motivao, a fadiga mental e/ou a coordenao [6], o que pode afetar diretamente sobre as leses.

    De acordo a reviso de Junge e Dvorak [7], as leses no futebol predominam no tornozelo, os joelhos e os msculos da coxa e da perna. assim, que em Dupont, Nedelec [4] encontraram que o jogar partidas com entre 72 e 96 horas de recuperao a maioria das leses foram por sobre uso (76%) em ditas zonas.

    Dito isso, a pesar dos estudos comentados e outros encontrados, no existe evidencia cientifica suficiente enquanto a como afeta dita cogesto de partidas em rendimento real de partida, dizer, nos pontos conseguidos em cada encontro.

    O objetivo deste estudo foi aportar informao sobre como comparar a exigncia da competio em futebol, descrevendo e comparando diferentes competies profissionais e semiprofissional.

    METODOLOGIAMOSTRAAnalisaram-se os dados de todas as competies em que participaram os quatro primeiros classificados (4-C) na temporada 2010-2011 de duas ligas profissionais (Liga BBVA Espanha (LPE) e Virsliga Letnia (LPL)) e os 4-C na temporada 2011-2012 de uma liga semiprofissional (Terceira Diviso Espanha (LPA)). As competies profissionais analisadas foram Liga, Copa e Europa, enquanto que para os semiprofissionais foram Liga e Play-off de ascenso. Como dado descritivo para conhecer o nvel de cada uma das Ligas estudadas, LPE ocupa atualmente a primeira posio no ranking FIFA, enquanto que LPA ocupa a posio 104.

    VARIVEIS INDEPENDENTES E DEPENDENTES

    As variveis independentes deste estudo se podem observar na Tabela 1,enquanto que as variveis dependentes calculadas se apresentam na Tabela 2.

    Tabela 1. Variveis independentes do estudo

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    Tabela 2. Variveis dependentes do estudo Grfico 1. Rcios

    ESTADSTICA

    Utilizou-se o programa estadstico PAWS Statistics SPSS v.18 para a comparao de mdias entre os diferentes grupos estudados.

    Realizaram-se os testes de normalidade (Teste de Shapiro-Wilk) e o teste de estimao de potncia (Teste de Levenne), e em base aos resultados se realizou o contraste de hipteses ANOVA ou H de Kruskal Wallis. Tambm se realizaram correlaes entre si das variveis dependentes estudadas e entre algumas destas e a posio final na tabela no campeonato de Liga.

    HIPTESES

    Em base a reviso realizada de estudos prvios e as variveis dependentes utilizadas, se esperam que:

    LPE seja o calendrio mais exigente, seguido de LPA e por ltimo LAE

    Existam diferenas nas variveis dependentes estudadas entre as trs ligas

    RPP se veja influenciado pela densidade do calendrio

    A posio final na tabela no esteja influenciada pelo tipo de calendrio jogado

    RESULTADOS

    Os resultados obtidos mostram que ao comparar os trs calendrios existiram diferentes significativas (IC-90%) em todas as variveis estudadas exceto em MT (11.490.51) (Tabela 3) e RPP (1.980.19) (Grfico 1). Sem embargo, ao comparar um calendrio com outro, por emparelhamentos, no se observaram diferenas (IC-90%) entre LPL e LAE em R1 (LPE=1.890.28, LPL=0.900.20, LPA=0.770.09) (Grfico 1).

    * Diferenas significativas entre LPL e LPE ou LAE. ** Diferenas significativas entre LPL, LPE e LAE. Rcio tipo I: Dias pr-temporada / Partidas totais. Rcio Tipo II: Dias de pr-temporada / Dias de campeonato. Rcio pontos: pontos mdios por partida em todas as partidas jogador.

    No se encontrou nenhum tipo de correlao entre a posio final na competio de Liga ou RPP e os rcios ou densidades estudados (Grficos 2 e 3).

    Tabela 3. Variveis dependentes

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    DISCUSSO

    O objetivo deste estudo foi aportar informao sobre como comparar a exigncia da competio em futebol, descrevendo e comparando diferentes competies profissionais e semiprofissional.

    Os resultados mostraram como o calendrio da Liga que ocupava uma maior posio no ranking FIFA (LPE, 1 posio) foi o que apresentou uma maior exigncia (valores de densidades, Tabela 3).

    O calendrio que apresentou uma menor exigncia foi LAE, pelo que se pode dizer que durante a temporada 2011-2012, um calendrio profissional de uma liga estrangeira (LPL) foi mais exigente que uma liga semiprofissional de Espanha (LAE), mas menos que um profissional de Espanha (LPE).

    Sem embargo, a uma mesma longitude de perodo de competio, o calendrio LPL apresentou variveis comuns com ambos os calendrios, no encontrando diferenas em DE com o calendrio profissional espanhol nem diferenas em PTJ com o calendrio semiprofissional espanhol.

    Esta compensao que realizam em LPL vem determinada pela longitude do calendrio de competio com respeito ao calendrio de preparao, sendo quase o dobro de tempo de pr-temporada desta comparada com os demais, mas apresentando menos Sc (Tabela 3).

    Estes dados confirmam as duas primeiras hipteses, onde se esperava que a exigncia fosse LPE > LPL> LAE e que tivesse diferenas entre as variveis estudadas.

    Tabela 4. Variveis independentes

    A diferena do nmero de partidas entre os dois calendrios profissionais jogados parecem estar em relao com outros encontrados, pois est demostrado que existem diferenas considerveis entre o nmero de partidas jogadas por temporada nas diferentes ligas da Europa; as equipes inglesas e espanholas jogam mais partidas de liga (65-76) que as equipes italianas ou francesas (50) [6].

    Tambm concorda MT com os dados encontrados em outros estudos [2], onde se comenta que os jogadores devem estar capacitados para competir com xito de 10 a 11 meses.

    Sem embargo, aparece que PTJ est algo distanciado dos valores encontrados em algumas ligas europeias, onde as equipes podem chegar a participar em 70 partidas oficiais por temporada [5].

    Parece ser que uma congesto de partidas no afetou em nenhum dos casos estudados ao rcio de pontos conseguidos (Grfico 1), pelo que se poderia dizer que o rendimento no se viu afetado por isso, algo contrrio ao planteado na terceira hipteses deste estudo, onde se formulava que a densidade de calendrio afetaria a dito rcio.

    Isso ocorria tambm nos estudos, onde o rendimento fsico no jogo no se via deteriorado quando os jogadores jogavam 2 partidas por semana Dupont, Nedelec [4], podendo ser devido a que os jogadores da equipe em questo estavam acostumados a este tipo de calendrio.

    Sem embargo, no mesmo estudo confirmam que os jogadores que jogavam duas vezes por semana seu risco de leso era significativamente superior aos que jogavam s 1 partida, e, ademais, as semanas onde tem duas partidas oficiais tambm so percebidas com um maior esforo subjetivo (RPE) (50% maior comparadas com as semanas

    de 1 s partida, 25%) [8]

    Em outros estudos [2] observaram como no perodo onde teve um maior acumulo de partidas (a maioria das semanas, 2 partidas na semana), no teve diferenas entre antes e depois deste perodo no tempo em 5 m, em 30 m ou a altura no salto vertical (CMJ) (ainda que apreciaram um detrimento destes quando comparam metade de temporada (antes do perodo de congesto) e final de pr-temporada. Estes dados nos podem dar uma orientao acerca de uma acumulao de partidas no produz um detrimento fsico ao menos nas variveis estudadas.

    Respeito s leses, parece que tem controvrsia quanto a si o rendimento se v afetado pelo acumulo de partidas, e essa controvrsia segue em p que a se existe uma relao com o ndice lesivo ou no.

    Vrios estudos demostram que si se v afetado, [9, 10], ainda que parea que este ndice de leses no s est mediado pelo calendrio, seno tambm o tipo de atividade e competio. Assim, o risco de sofrer uma leso mais alto em uma partida oficial que em um treinamento [11].

    Ademais, investigaes em alto nvel comprovaram como existe um rango de incidncia lesiva desde o 24,6 por mil na Premier League Inglesa (mnimo) [11] at um 88,7 por mil em equipes que competiam em competies FIFA ou outros torneios internacionais. [12].

    Nesta linha, tampouco se deve deixar de lado que muitas das equipes que apresentam esta congesto de partidas tm muitos jogadores que jogam com suas selees nacionais. [10].

    Sem embargo, em um estudo longitudinal se observou como em uma equipe profissional de

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    alto nvel, atravs de 4 temporadas no encontram uma variao na incidncia ou severidade das leses produzidas partida oficial e que tampouco estavam influenciadas pelo tipo de competio; os rcios de leso no estavam associados tampouco ao tempo transcorrido entre partidas. Ademais, se defende nesse estudo como participar em uma competio Europeia Top no resulta em um risco maior de leso atravs das quatro temporadas estudadas, assim como no existem diferenas na incidncia de leso ou gravidade da mesma comparada com as partidas de Liga [11]. A possvel explicao

    que do os autores a isso o sistema de rotaes de jogadores que os treinadores levam a cabo nestas equipes que jogam muitas competies, apoiando com estes dados a necessidade de levar a cabo ditas estratgias.

    Quanto a si a posio final na tabela no campeonato de liga se veria afetada pela exigncia do calendrio, se confirmam a hipteses planteada, dizer, a densidade do calendrio no influiu na posio final obtida (Grfica 2 e 3). Isso pode ser explicado porque o rendimento em uma partida de futebol no vem exclusivamente determinado pelo rendimento fsico, se no por outros fatores como as capacidades cognoscitivas, o oponente, o jogar dentro ou fora de casa [1], a experincia etc.

    Para explicar o rendimento ou resultados obtidos nas partidas em diversas situaes, o estudo de Lago-Peas, Rey [1] muito ilustrativo. Se demostra neste como as equipes no alcanam piores resultados nas partidas de Liga (Espanhola), quando disputaram a continuao durante essa mesma semana uma partida de competio Europeia (Liga de Campees), e da mesma forma, o jogar uma partida de Liga de Campees durante a semana no teve influncia estatisticamente significativa sobre o resultado alcanado na partida da liga nessa mesma semana.

    Grfico 2. Densidade 5 e 6 segundo posio final no campeonato de Liga

    Grfico 3. Densidade 3 e 4 segundo posio final no campeonato de Liga

    CONCLUSES

    As novas tecnologias como os GPS ou o uso de sistemas computadorizados para o anlise do rendimento como o Prazone ou Amisco so instrumentos vlidos que podem ajudar a determinar se os sistemas de competio atuais influem no espetculo que oferece o futebol em si, dizer, o pblico paga pelo futebol como o torcedor ao teatro paga por uma obra. Nesta linha, o que existiam muitas competies no tem porque aumentar o interesse dos torcedores em ver o futebol, se isso implica que os melhores jogadores caiam lesionados ou que o rendimento fsico do jogo se veja deteriorado, e por assim, a qualidade do espetculo.

    Como se observou neste documento existe estudos que falam sobre como afeta no rendimento fsico jogar tanto uma partida de futebol na semana como vrias, assim como outros estudos que analisem a incidncia lesiva destas situaes. Sem embargo, so muito poucos os estudos que tenham analisado se o rendimento final dizer, o resultado obtido (ganha, empata ou perde) se v mermado ou no. E mais, tampouco existem muitos estudos que analisem como se v modificado o perfil de trabalho (nmero de sprints, carreiras a alta intensidade, rcios de trabalho etc.) com uma acumulao de partidas.

    Segundo a busca bibliogrfica realizada este o primeiro estudo que utiliza diferentes valores de densidades e rcios para estabelecer a exigncia de um calendrio de competio e tratar de observar se existe algum tipo de relao entre ditos valores e o rendimento da partida (RPP) ou a posio final na tabela.

    A mostra, tanto em equipes como em nmero de temporadas, muito baixa, pelo que no se pode concluir mais alm do que se mostrou foi o que passou em um nmero de equipes determinados, em uma temporada em concreto. Sem embargo, as variveis independentes deste estudo possam dar p a futuras investigaes utilizando estes valores aqui apresentados.

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    Destes valores apresentados, os que se propem como mais importantes so D1, D5 e D6. Com D1 possvel observar os dias disponveis de treinamento em funo do nmero total de partidas jogadas, dizer, quanto tempo real e prtico existe para poder preparar a sua equipe para a competio (ainda que no se inclusse o pr-jogo e o post-jogo, se entende neste caso que ditos dias so estratgias comuns em todas as equipes).

    Com D5 e D6 se observa realmente a congesto do calendrio, atribuindo a quanto menor seja o valor obtido, mais frequncia de partidas vou ter. Seria interessante a observao de ditos nmeros enquanto a % de tempo transcorrido no calendrio para justar os ciclos de treinamento segundo ditos nmeros obtidos, coisa que segundo o encontrado no se estudou at a data.

    No devemos esquecer tampouco dos rcios utilizados. Neste caso, no se recomenda descartar nenhum deles j que cada um poderia chegar a proporcionar informao valiosa. Com os dois primeiro rcios (R1 e R2) poderamos chegar a ter uma ajuda enquanto a poder decidir a durao da pr-temporada.

    Em R1 veramos quantos dias de pr-temporada estaramos dedicando por cada partida que se vaia jogar; verdade que a principio de pr-temporada no sabemos o nmero total de partidas nas que se vai participar, j que tem competies que no sabemos at onde poderemos chegar, mas sim sabemos o objetivo da equipe e podemos fazer um calculo aproximado.

    Com R2 passa algo parecido, s que neste caso a informao viria dada segundo o nmero de dias de competio em total.

    Como ocorria com o rcio anterior, devemos fazer uma estimao, mas necessrio usar ambos rcios j que nos daro uma ideia da congesto em nvel anual de nosso calendrio, e que possvel que exista uma reduo nos dias de competio, mas um aumento nas partidas totais jogadas.

    E por ltimo, RPP um indicador do xito e a regularidade que uma equipe

    fez ou est realizando. um valor que seria utilizado para anlise posterior, uma vez jogada a partida, mas que seria muito interessante ver sua evoluo ao longo dos meses o % de tempo de campeonato transcorrido, e sobre tudo, observar se existe algumperodo do campeonato que se repete ano trs ano onde se conseguem mais ou menos pontos, j seja segundo seus valores, como tcnico (por como treine) ou segundo o clube onde est.

    No devemos esquecer que de todas as formas, o RPP conseguido pode que no afete na posio final da tabela, como aparecia neste estudo.

    Este estudo d p ao uso de uma srie de indicadores que nos podem ajudar em um dos passos bsico e primeiros que se realizam na hora de fazer uma programao: o determinar como ser o calendrio de competio para o que tenho que preparar a equipe. Como se observou, tudo isso necessita muito mais estudo, refletido em alguns casos a realidade do nvel de cada Liga.

    BIBLIOGRAFA

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