anÁlise de resistÊncia a traÇÃo de pinos de fibra de vidro cimentados com diferentes cimentos de...

26
ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. PULL OUT. ACADÊMICO Luiz Carlos Nunes Martins ORIENTADOR Prof. Dr. Jefferson Ricardo Pereira 15 de Junho de 2010

Upload: emanuel-moreira

Post on 07-Apr-2016

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO

TESTE TESTE PULL OUT.PULL OUT.

ACADÊMICOLuiz Carlos Nunes Martins

ORIENTADORProf. Dr. Jefferson Ricardo Pereira

15 de Junho de 2010

Page 2: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

A restauração ideal de um órgão A restauração ideal de um órgão dentário deveria reabilitá-lo dentário deveria reabilitá-lo funcionalmente e esteticamente, funcionalmente e esteticamente, preservando ao máximo, numa preservando ao máximo, numa perspectiva mecânica e biológica, o perspectiva mecânica e biológica, o remanescente dentário sadio e os remanescente dentário sadio e os tecidos circundantes.tecidos circundantes.

Page 3: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Recentemente, a escolha dos materiais usados para a confecção dos núcleos intra-radiculares em dentes tratados endodonticamente tem mudado, do uso exclusivo de materiais muito rígidos para materiais que tenham características mecânicas mais próximas à dentina, reduzindo assim o risco de fratura radicular.

(Oliveira et al. 2008, Zogheib et al. 2008)

Page 4: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Os pinos pré- fabricados são feitos com diferentes materiais: aço inoxidável, fibra de quartzo, fibra de carbono, alheações de titânio e fibra de vidro. Os pinos de fibra de carbono, vidro e quartzo estão progressivamente substituindo os metais na odontologia restauradora.

(Al-harbi et al. 2003)

Page 5: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

O deslocamento do pino é reportado em vários trabalhos, como sendo a principal causa das falhas, e pode estar relacionada à deteriorização do cimento pelas cargas funcionais resultantes dos esforços mastigatórios e a alta solubilidade.

(Diaz-Arnold et al. 1999, Cury et al. 2006, Morgano et al. 2004)

Page 6: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Um agente cimentante ideal deve resistir aos esforços mastigatórios providos pelas cargas funcionais, que ocorrem ao longo da vida útil da restauração. A integridade dos cimentos deve ser mantida durante a transferência de estresse entre a restauração e a estrutura dentaria.

Page 7: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

O cimento de ionômero de vidro vem sendo utilizado com muita freqüência em cimentações de peças protéticas, principalmente coroas totais, em metalo-cerâmica, coroas em porcelana pura reforçadas e núcleos metálicos fundidos.

Page 8: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Propriedades o cimento de ionômero de vidro:

• Habilidade e de troca iônica com a superfície dental,• liberação de fluoretos por toda a vida da restauração • manutenção do selamento marginal,• resistência à compressão, • resistência à flexão, • resistência à tração,• resistência à fratura, • resistência a fadiga e• microdureza. (Morgano et al. 2004, Knobloch et al. 2000)

Page 9: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Com o advento dos cimentos de ionômero de vidro modificados por monômeros resinosos, conseguiu-se aumentar (controlar) o tempo de trabalho, melhorar a resistência e a estética.

(Goracci et al. 2005)

Page 10: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Contudo, este trabalho teve por objetivo através do teste de resistência a tração pull out analisar diferentes tipos de cimento de ionômero de vidro utilizados na cimentação de pinos intra radiculares de fibra de vidro.

OBJETIVOS

Page 11: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Para a realização deste trabalho foram selecionados 50 (cinquenta) caninos humanos hígidos, com anatomia e dimensões semelhantes, cujo comprimento radicular foi de 15 mm ou mais, sem curvaturas, trincas ou rachaduras.

MATERIAIS E MÉTODO

Page 12: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

As coroas dos dentes foram removidas, de modo que se obteve 15 mm de remanescente radicular, com disco de aço diamantado em baixa velocidade na máquina de corte sob refrigeração de água.

Page 13: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

O canal radicular de cada dente foi instrumentado de acordo com a técnica escalonada regressiva com lima 35 na constrição apical, com comprimento de trabalho 1mm aquém do ápice.

Page 14: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Ao término da instrumentação, os canais foram lavados com e solução de soro fisiológico e secos com pontas de papel absorvente. E então obturados cone de guta-percha principal número 35 e uma pasta obturadora a base de resina epóxica e hidróxido de cálcio (Sealer 26, Dentsply Maillefer, Petrópolis, RJ, Brasil).

Visualizado em http://www.dentalmuller.com.br/figuras/produtos/971/sealer26600.jpg

Page 15: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Após estes procedimentos a guta-pecha foi removida por meio de pontas Rhein aquecidas em lamparina e os condutos alargados com a broca correspondente ao pino numero 2 do Kit Reforpost com cursores graduados, em baixa rotação, a uma profundidade de 10 mm, mantendo-se no mínimo 4 a 5 mm de material obturador remanescente no ápice.

Page 16: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Previamente à cimentação, os pinos de fibra de vidro foram provados nos condutos já preparados, quando então tiveram suas porções coronárias cortadas com broca diamantada n° 3203 em alta rotação sob refrigeração de spray água/ar, até o limite de 4mm para fora da raiz.

Page 17: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Os dentes selecionados foram divididos aleatoriamente em 5 grupos (N=10) diferenciados pelo tipo de cimento: Grupo I – Ionoseal (VOCO), Grupo II – Fugi I (GC), Grupo III – Fugi II Improved (GC), Grupo IV – Rely X Luting 2 (3M ESPE), Grupo V – Ketac Cem (3M ESPE).

Page 18: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Para a cimentação os dentes foram fixados com godiva de baixa fusão em um recipiente metálico, onde foi preenchido com soro fisiológico deixando apenas 2 mm de dente sem contato com o soro.

Page 19: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO
Page 20: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Tabela 1- sistema de polimerização, média total e desvio padrão do teste de resistência a tração (MPa) dos cimentos testados.

Cimentos Sistema de polimerização

Média total Desvio padrão

Ionoseal Química22,6004 10,40479

Fuji I Química36,0473 8,611038

Fuji II Fotoativado26,6779 11,37819

Rely x luthing 2 Fotoativado25,6582 10,54442

Ketac cem Química28,275 6,400603

Page 21: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

DISCUSSÃO

Os pinos de fibra de vidro estão a cada dia substituindo os metais na odontologia restauradora.

(Valandro et al. 2007)

Page 22: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

No ano de 2005, Goracci realizou um estudo onde ele relatou que a resistência do pino de fibra de vidro ao deslocamento se dá pela fricção por deslizamento entre duas superfícies, ao invés de uma verdadeira adesão à dentina radicular.

Page 23: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Segundo Cury et al. 2006, por possuírem grupos metacrilato ou monômeros polimerizáveis a expansão do ionômero de vidro resino modificado não é tão significativa.

Page 24: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

Com a adição de grupos metacrilato ou monômeros polimerizáveis no cimento de ionômero de vidro convencional conseguiu-se em combinação com os benefícios da resina :

•adesão química ao tecido calcificado, •resistência compressiva melhorada, •resistência à fratura e ao desgaste. •resistente ao fluidos orais, •capacidade de adesão a materiais de

compósito.(Morgano et al. 2004, Knobloch et al. 2000)

Page 25: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

CONCLUSÕESCONCLUSÕES

Na análise de resistência a tração dos pinos de fibra de Na análise de resistência a tração dos pinos de fibra de vidro cimentados com diferentes cimentos de ionômero vidro cimentados com diferentes cimentos de ionômero

de vidro através do teste pull out, o cimento de ionômero de vidro através do teste pull out, o cimento de ionômero de vidro convencional Fuji I se mostrou superior aos de vidro convencional Fuji I se mostrou superior aos

outros cimentos.outros cimentos.

Page 26: ANÁLISE DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE VIDRO CIMENTADOS COM DIFERENTES CIMENTOS DE IONÔMERO DE VIDRO ATRAVÉS DO TESTE PULL OUT. ACADÊMICO

REFERÊNCIASREFERÊNCIASOliveira JA, Pereira JR, Valle AL, Zogheib LV. Fracture resistance of endodontically treated teeth with different heights of crown ferrule restored with prefabricated carbon fiber post and composite resin core by intermittent loading. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2008;106: 52-7.

Zogheib LV, Pereira JR, Valle AL, Oliveira JA, Pegoraro LF. Fracture Resistance of Weakened Roots Restored with Composite Resin and Glass Fiber Post. Braz Dent J 2008;19: 329:33

Al-harbi F, Nathanson D. In vitro assessment of retention of four esthetic dowels to resin core foundation and teeth. J Prosthet Dent. 2003; 90(6): 547-55.

Diaz-Arnold AM, Vargas MA, Haselton DR. Current status of luthing agents for fixed orosthodontics. J Prosthet Dent. 1999;81(2):135-41.

Cury AH, Goracci C, Lima Navarro MF, Carvalho RM, Sadek FT, Tay FR, et al. Effect of hygroscopic expansion on the push-out resistance of glass ionomer-based cements used for the luthing of glass fiber post. J Endod. 2006;32(6):537-40.

Morgano SM, Rodrigues AH, Sabrosa CE. Restoration of endodontically treated teeth. Dent Clin North Am 2004; 48(2):397-416.

Goracci C, Fabianelli A, Sadek FT, Papacchini F, Tay FR, Ferrari M. The contribuition of friction to the dislocation resistance of bonded fiber posts. J Endod. 2005; 31(8):608-12.

Tawil, RC. Avaliação longitudinal da resistência de união de pinos de fibra de vidro à dentina Cimentados com quatro agentes cimentantes por meio do teste push out.2008: 105.

Valandro LF, Baldissara P, Galhano GA, Melo RM, Mallmann A, Scotti R, et al. Effect of mechanical cycling on the push out bond strength of fiber posts adhesively bonded to human root dentn. Oper Dent. 2007; 32(6): 579-88.

Knobloch LA, Kerby RE, Seghi R, Berlin JS. Fracture toughness of resin-based luthing cements. J Prosthet Dent. 2000;83(2):204-9