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ANÁLISE DE DROGAS

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Page 1: ANÁLISE DE DROGAS. Controle de qualidade: Conjunto de operações (programação, coordenação e execução) com o objetivo de verificar a conformidade das preparações

ANÁLISE DE DROGAS

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Controle de qualidade:

Conjunto de operações (programação, coordenação e execução) com o objetivo de verificar a conformidade das preparações com as especificações estabelecidas.

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Operações para análise:

1) Verificação da qualidade da droga

2) Tomada de ensaio ou amostragem

3) Identificação de drogas 4) Verificação da pureza da droga 5) Avaliação dos princípios ativos

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1) Verificação da qualidade da droga :

Apresentação – é importante quando se destina a elaboração de chás, os fragmentos devem ser de tamanhos semelhantes e coloração regular. A apresentação não é importante quando a droga se destina à indústria de extratos .

Estado geral de conservação, o teor de princípios ativos e a pureza sempre devem ser levados em consideração.

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2) Tomada de ensaio ou amostragem para a análise:

O êxito da análise está relacionado com a efetuação da coleta de amostra perfeita.

A amostra deve ser representativa da qualidade global da droga.

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2.1. Fatores que concorrem para variação na tomada de ensaio:

A) O tipo de droga = sementes ou frutos separam-se em camadas dentro da embalagem - no transporte, os fragmentos mais densos depositam-se no fundo - pode ocorrer substituição fraudulenta de parte da droga, colocando-se na parte inferior o material fraudado.

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• B) O estado de divisão da droga = fragmentos menores também separam-se em camadas, então a coleta da amostra deve ser em todos sentidos do fardo.

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• C) A quantidade das embalagens testadas = para ser representativo, deve ser 5% do total das embalagens.

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2.2. Homogeneização da droga:

Quando a droga é composta por folhas ou fragmentos pequenos, procede a distribuição da droga sobre uma área quadrada dividida em quatro partes iguais.

Com a mão faz-se movimento circulatório, rejeita-se as porções de drogas contidas em dois quadrados diagonais.

Calcula-se, aproximadamente, as porcentagens dos diferentes componentes da mistura.

Visa reduzir o volume e possibilitar o trabalho com pequena quantidade de amostra.

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3) Identificação de drogas: 3.1. Algumas considerações botânicas

A) Princípio: indivíduos da mesma espécie são semelhantes.

B) Fundamento: identificação de uma droga é feita comparando a planta toda ou um único órgão característico, com a droga padrão descrita nas farmacopéias ou literatura especializada.

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C) Cuidados com a identificação de drogas:

Nome popular igual para espécies diferentes. Ex. capim limão e erva cidreira. Os nomes populares variam de um local para outro. É comum designar para uma mesma planta nomes diversos. Ex.Cybopogon citratus é chamado de capim limão, erva-cidreira, citronela, capim cidrão e grama cidreira. A coleta de plantas nativas , com frequência é feita por pessoas possuidoras de poucos conhecimentos, ocorrendo erros. Além de desonestidade por parte de alguns.

Erva-cidreira (Lippia alba Mill.)= estomáquica, antiespasmódicae calmante

Capim-limão (Cybopogon citratus DCl.)= analgésico, antiespasmódico, flatulência e cólicas.

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3.2. Métodos de identificação: A) Processos diretos - A1)

Visão desarmada - A2) Características organolépticos

B) Processos indiretos - B1) Processos físicos * microscopia * cromatografia * densidade, viscosidade, índice de espuma - B2) Processos químicos * transformações químicas * reações características * incineração - B3) Processos biológicos

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A) Processos de Identificação Direta

A1) VISÃO DESARMADA Deve ser a primeira análise a ser realizada. Utiliza a vista desarmada ou com lupa de pequeno aumento para observar as característica morfológicas (folha, caule, raiz, flor, fruto ou semente) e comparar com a descrição da literatura. Quanto menor a dimensão da droga (Ex. pó), mais difícil é a identificação. Então será baseada em características organoléptica (cor, odor, sabor, textura).

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A cor, o tato, a consistência auxiliam na identificação. Ex. o caule e a raiz de jurubeba são bastante duros, os frutos da baunilha são relativamente moles, as folhas da beladona são amarrotadas quando enfardadas e os folíolos do sene são flexíveis. Com referência ao olfato, uma droga pode ser inodora ou apresentar odor agradável ou aromático; ou desagradável. Algumas vezes pode-se ser comparativo, ex. raízes de guiné tem odor aliáceo. O tamanho, a forma, a coloração, a fratura e a observação de particularidades são relevantes na diagnose. Ex. semente de mostarda é tão pequena, que dificilmente será confundida com outra semente.

A2) CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS:

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As faramacpéias e obras especializadas incluem os seguintes sabores, que auxiliam na identificação organolépticas : - adstringentes = sensação de aperto sobre a mucosa bucal, sensação semelhante ao da banana verde. Ex. drogas contendo tanino tem sabor adstringente. - oleosos = sensação de óleo na boca - mucilaginosos = sensação de aumento de volume e escorregar na boca, lembra a sensação do quiabo - acre = sensação picante - pungente = sensação dolorosa ou ardida.

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B) Processos de Identificação Indireta

B1) PROCESSOS FÍSICOS

Microscopia = é rápido, fácil e barato para identificação e verificação da pureza de drogas vegetais.

-Fluorescência = quando observada a luz ultravioleta. Ex. a raiz do falso ruibarbo tem fluorescência azul.-Luz polarizada = pode-se ver a cruz de malta nos grãos de inulina.

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Cromatografia = custo mais elevado, necessita de equipamentos e drogas padrão para efetuar a comparação.

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Densidade em água é possível identificar o Alcaçuz proveniente da Rússia, pois flutua. O proveniente da Espanha vai ao fundo. Viscosidade drogas contendo mucilagens, quando fervidas em água aumentam a viscosidade da água. Saponinas quando as drogas são fervidas, diminuem a tensão superficial da água, formando espuma abundante e persistente, quando agitado em tubo de ensaio.

Alcaçuz (Glycyrrhiza glabra L.)= expectorante, béquico, digestivo, antiespasmódico, depurativo, diurético, emoliente, refrescante e tônico.

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B2) PROCESSOS QUÍMICOS

Transformações químicas reações químicas nos tecidos vegetais ou em extratos provenientes dos vegetais, que evidencia uma droga . Ex. transformação de drogas caféicas em murexida (coloração vermelha).

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Reações características uso de reagentes para promover coloração ou precipitação. Ex. iodo para identificar o amido

Incineração (queima) forma resíduos (cinzas), que pesados devem ficar entre limites percentuais pré-estabelecidos. Ex. drogas adulteradas com areia.

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B3) PROCESSOS BIOLÓGICOS

Utilização de seres vivos para teste. Ex1. Vômito em pombos devido a drogas cardiotônicas Ex2. Hemólise ocasionada pela presença de droga saponínica Ex3. Morte de peixes em presença de droga saponínica (ictiotoxicidade) Ex4. Hemoaglutinação em presença de drogas contendo taninos

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4) Verificação da pureza da droga:

Objetivo: identificar modificação da droga em função de contaminação acidental ou fraude (adulteração intencional). Em ambos os casos há prejuízos.

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4.1. Classificação dos tipos de contaminantes:

Outros vegetais, ex. folha de estramônio contaminada por folhas de boldo

Diferentes órgãos do mesmo vegetal (algumas farmacopéias limitam em até 15%, desde que o contaminante não seja tóxico)

Material orgânico, ex. pós contaminado com amido ou açúcar

Inorgânico, ex. areia e pedras (identifica-se pela determinação de cinzas

Parasitas (admite-se até 2%, se não alterar o teor dos princípios ativos e nem produza princípios tóxicos).

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4.2. Misturas de drogas

É a análise de drogas que são constituídas por diferentes órgãos vegetais (não é fácil de realizar).

Deve-se analisar cada tipo de elemento integrante da mistura e a porcentagem de cada um deles.

Utiliza como superfície de separação a placa de petri ou placa dividida em quadrados, onde a mistura é distribuída.

Utiliza pinça para catar fragmento menores e lupa para visualizar.

Procede a pesagem ou a contagem dos diferentes componentes separados. Placa lisa

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5) Avaliação dos princípios ativos:

Verificação da atividade farmacodinâmica dos princípios ativos.

Verificação de ausência de grupo de substâncias químicas tóxicas.

Segundo a RDC n. 48/2004, capítulo II, ítem D, sub-ítem d.2.6.: O registro de medicamento fitoterápico deve conter análise qualitativa e quantitativa dos princípios ativos e/ou marcadores, quando conhecidos, ou classes de compostos químicos característicos da espécie.