ana claudia teixeira instituto pólis [email protected]
DESCRIPTION
Experiências de Orçamento Participativo (OP) no Brasil: democratização da gestão pública e controle social. Ana Claudia Teixeira Instituto Pólis [email protected]. O que é?. Um mecanismo (ou processo) pelo qual a população define o destino de todo ou parte dos recursos públicos. - PowerPoint PPT PresentationTRANSCRIPT
Experiências de Orçamento Participativo (OP) no Brasil: democratização da gestão
pública e controle social
Ana Claudia TeixeiraInstituto Pólis
2
O que é?
• Um mecanismo (ou processo) pelo qual a população define o destino de todo ou parte dos recursos públicos.
• Com o OP, o cidadão não participa somente elegendo o governante; também decide as prioridades de gastos e controla a gestão pública.
3
Histórico do OP• Movimentos sociais década de 70/80
demandam melhoria na qualidade de vida.• Combate à concentração de riqueza,
questionamento às políticas de redistribuição dos investimentos públicos
• Combate ao autoritarismo implantado em 64 pelo regime militar
• Em cidades como Vitória, Vila Velha e Porto Alegre, esses movimentos canalizam suas demandas para o Orçamento Municipal para disputar recursos para os setores populares.
4
Histórico
• Em 86, municípios como Vila Velha e Uberlândia iniciam experiências concretas de discussão do Orçamento Municipal com a população.
• Em Porto Alegre, a partir de 89, a experiência do Orçamento Participativo ganhou maior visibilidade, vindo a ser premiada nacional e internacionalmente.
5
O OP ao longo do tempo
• 86-88: Vila Velha e Uberlândia
• 89-92: 12 experiências
• 93-96: 36 experiências
• 97-00: cerca de 140 experiências
• 01-04: mais de 190 experiências
• 05-08: ?
6
Potencialidades do OP
• Busca de transparência na gestão pública
• Controle da gestão pública
• A inversão de prioridades: os mais pobres recebem mais.
• Mudanças no sistema de receitas que permitam mais recursos municipales
• Combate à corrupção e ao clientelismo
7
Potencialidades
• Aumento da legitimidade da Administração Municipal
• Compartilhar o poder entre a sociedade e o Estado
• Fortalecimento da cooperação e solidariedade
• Afirmação de uma cultura de diálogo entre governo e a população
• Educação para a cidadania.
8
O êxito das experiências depende de quê?
• Vontade política
• Organizações civis democráticas
• Recursos humanos e orçamentários
• Desenho metodológico (metodologia)
9
Metodologia de Funcionamento do OP (dados da pesquisa do Fórum de
Participação, 1997-2000)
Princípio básico: não há modelos
ESTRUTURA:
• A cidade é dividida em regiões (base territorial);
• São escolhidos temas (base temática):
• Construção coletiva de uma proposta de metodologia e regras de funcionamiento.
10
ETAPAS DO PROCESSO: ciclo de participação
1. Definição das regras do jogo
2. Divulgação e mobilização social
3.Plenárias regionais e temáticas para escolher as prioridades e os representantes
4. Negociação das prioridades da população e dos projetos do governo (caravana da cidadania)
5. Elaboração da proposta orçamentária e envio para a Câmara de Vereadores;
6. Acompanhamento da execução do orçamento e fiscalização das obras e programas aprovados.
11
Definição das Definição das Regras do Regras do
JogoJogo
Definição das Definição das Regras do Regras do
JogoJogo
Mobilização e divulgação
Mobilização e divulgação
Escolha das Escolha das prioridades e dos prioridades e dos representantesrepresentantes
Escolha das Escolha das prioridades e dos prioridades e dos representantesrepresentantesEnvio à Câmara Envio à Câmara
dos Vereadoresldos VereadoreslEnvio à Câmara Envio à Câmara dos Vereadoresldos Vereadoresl
Elaboração da Elaboração da proposta proposta
orçamentáriaorçamentária
Elaboração da Elaboração da proposta proposta
orçamentáriaorçamentária
NegociaçãoNegociaçãoNegociaçãoNegociação
Execução e Execução e fiscalizaçãofiscalizaçãoExecução e Execução e fiscalizaçãofiscalização
12
1. Definição das regras do jogo
• Elaborar uma metodologia , consultando a equipe de governo e setores da sociedade civil, que participa de outros espaços participativos.
• Desafio: levar em conta a “arquitetura da participação” existente
• 47% vinculam o OP ao Gabinete do Prefeito• 31% vinculam o OP à Secretaria de Planejamento• % de Orçamento Global do OP: de 1 a 10% en 34%
das experiências (37% não responderam)• % dos investimentos para o OP: 100% em 21% das
experiências; de 1 a 10% em 15% das experiências.
13
2. Divulgação (%) desafio de garantir o acesso universal
Imprensa local 75 Rádio 74 Carro de som 74 Cartas 67 Cartazes 58 Panfletos 28 Outdoors 22
14
3. Como são escolhidas as prioridades
• Nas reuniões territoriais e temáticas se levantam as prioridades e se escolhem os representantes
• Para favorecer o vínculo entre o OP e os Conselhos, algumas experiências chamam representantes dos conselhos para ajudar na organização das plenárias temáticas.
15
Escolha de prioridades
• Algumas experiências solicitam que as pessoas apontem prioridades regionais e também para a cidade.
• Nestas reuniões também se presta contas da situação financeira do município.
16
3. Eleição de representantes
• Nas cidades grandes se elegem “delegados(as)” e “conselheiros(as)”
• Os “delegados” são eleitos, em geral, de acordo com o número de participantes (ex. Um delegado para cada dez participantes)
• Os “conselheiros” são eleitos entre os delegados. Em algumas cidades há conselheiros do governo com voz e voto.
17
4. Negociação - critérios
Prioridades levantadas nas regiões 74
Carências (água,luz e pavimentação) 46
Participação dos representantes
33
Promessa dos anos anteriores 30
18
Negociação- Informações do governo para a
tomada de decisões
Identificação das necessidades de infraestrutura
64
Identificação de setores com dificuldades (educação, saúde)
50
Identificação de áreas mais carentes (renda, habitantes)
48
Impacto dos investimentos 13
19
Negociação das propostas do governo
• Negociação de propostas do gobierno frente as da população (76%)
• Investimentos de decisão exclusiva do prefeito (18%).
• Se destacam metodologias que permitem conhecer a cidade como um todo: caravana da cidadania.
20
5. Entrega à Câmara de Vereadores
• Os vereadores não alteram a proposta orçamentária na maioria das experiências (68%)
• Os vereadores participam das reuniões do OP em 77% das experiências
21
6. Execução e fiscalização
• Obras decididas e não realizadas são o principal problema para 55% das experiências; 45% dizem que têm problemas com a máquina administrativa;
• As principais mudanças foram: criação de novos instrumentos de gestão e planejamento, maior articulação entre as políticas setoriais, revisão das rotinas administrativas
• Em geral, a fiscalização é feita pelo Conselho Muncipal do OP, que acompanha as etapas das obras.
22
Limites e Desafios das Práticas de Orçamento Participativo
• O Orçamento Participativo é um potente instrumento, mas não pode ser o único espaço e mecanismo de participação cidadã.
• É importante olhar para a “arquitetura da participação”: observar e valorizar as diversas formas de participação; e estimular processos mais a longo prazo, de planejamento participativo (Congresso da Cidade, Cidade do Futuro, Cidade Constituinte).
23
• O cidadãos entram no processo com uma situação desigual em termos de conhecimento. Por isso, é necessário um forte investimento em informação e formação dos atores (69% das experiências capacitam delegados e conselheiros; 50% capacitam técnicos da prefeitura)
• A credibilidade do processo exige cumprimento das regras (regimento) e compromissos acordados.