uma casa na escuridão

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Literatura Portuguesa – PIL

Uma Casa na Escuridão

Nasceu em 1974 em Galveias, concelho de Ponte de Sor. Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas, foi professor do ensino secundário e é colaborador regular de vários jornais e revistas como o Diário de Notícias e o Jornal das Letras, entre outros. Em 2000, publicou a ficção Morreste-me e, logo a seguir, o romance Nenhum Olhar, que fez agitar o panorama literário português e foi finalista dos prémios da APE e do PEN Clube, acabando por ganhar o Prémio José Saramago.

Foram estes dois livros que, já traduzidos e publicados em quatro línguas e em negociação para várias outras, lhe garantiram o lugar que hoje ocupa como um dos jovens romancistas de maior destaque na Europa.

O livro de poesia A Criança em Ruínas, lançado em 2001 e com edições sucessivas, constitui um novo êxito de publicação e de crítica.

Tendo representado Portugal em diversos eventos literários internacionais (Paris, Madrid, Frankfurt, Zagreb, entre outros), foi em 2002 o primeiro autor português a ser convidado para a residência de escritores Ledig House em Nova Iorque, encontrando-se já a preparar o seu terceiro romance.

Editora: Temas e Debates

Autor: José Luís Peixoto

Título: Uma Casa na Escuridão

Nº de páginas: 251

Edição: 1ª edição – Outubro de 2002

Categoria: romance

Ilustração da capa: Gaspar Friedrich, Friedhofseingang, 1826

A casa vive um mês por ano na escuridão.

O escritor está fechado na casa, no seu mundo.

A escrita e a mulher amada brotam de um único lugar onírico, luminoso. Na casa vivem também uma mãe embrutecida pela dor, uma escrava silenciosa, uma multidão de gatos que se apropria do espaço e dos humanos que a habitam.

O mundo fora da casa é um país que vive na impassibilidade das regras

estabelecidas, arrastado pela inércia, depurado pelas prisões, embalado pela

leitura. Mas eis que chegam os invasores e, com eles, a escuridão absurda da

barbárie que aquela civilização já não sabe como encarar nem combater. A

casa transforma-se então num asilo de seres mutilados, violados, brutalizados

quotidianamente. Mas é também, ainda, um jardim: o jardim de infância dos filhos

dos invasores.

Amputado na sua capacidade de escrever, sonhar e amar, o escritor é salvo da

morte em vida apenas pela força amorosa das crianças, transportado para

o absoluto pelo manto unificador da podridão que se abate sobre todos os

humanos, invasores e invadidos.

Escritor; Mãe do escritor; Escrava; Príncipe de calicatri; Violinista; Visconde de dedodida; Ninguém; Gatos.

Pág.25 – “ O amor é o sangue do sol dentro do sol. A inocência repetida mil vezes na vontade sincera de desejar que o céu compreenda. Levantam-se tempestades frágeis e delicadas na respiração vegetal do amor. Como uma planta a crescer da terra. (…) O amor é feito de tantas coisas opostas e verdadeiras. Nascem lugares para o amor e, nesses jardins etéreos, a salvação é uma brisa que cai sobre o rosto suavemente.”

Pág.74 – “As nossas sombras caminhavam entre sombras. (…) Chegámos à sepultura dela. A partir daí, não foi preciso explicar nada ao senhor violonista para que ele percebesse. (…) O céu não tinha estrelas. O céu era toda a escuridão do cemitério, dos nossos olhares e de toda a escuridão que desenterrávamos do interior da terra. A minha força era do tamanho da minha esperança.”

Pág.175 – “Num desses dias, no instante em que o lugar do meu braço começou a tremer, levantei a voz para pedir ao príncipe de calicatri que me levasse ao quarto. Encostou o guiador da bicicleta ao muro do jardim, atravessou o pátio, subiu as escadas e levantou-me de encontro ao seu peito. (…) Deixou-me no quarto, e os seus passos nas escadas de madeira.”

Em simultâneo com Uma casa na Escuridão, José Luís Peixoto publica A Casa, a Escuridão, livro de poemas que relacionado com o universo e personagens deste romance.

Este livro tanto pode ser para quem precisa de uma coisa nova, revolucionária ou mesmo para quem se quer apenas debruçar sobre um livro realmente bom.

Este livro transporta-nos para lá da nossa imaginação, com uma imensidão de detalhes, conseguindo fazer com que “assistíssemos” igualmente a esses momentos ou cenas que de outra maneira não era possível visualizar tão detalhadamente.

Aconselho este livro!

Uma Casa na Escuridão, José Luís Peixoto, Temas e Debates, 2002

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http://letrasebaquetas.wordpress.com/2008/12/22/letrado-da-semana-jose-luis-peixoto/&usg=__yDCNV2KT6D-socJVT3iPzzHAoxY=&h=639&w=440&sz=162&hl=pt-PT&start=1&tbnid=ShqSX4Gne-UjBM:&tbnh=137&tbnw=94&prev=/images%3Fq%3Djos%25C3%25A9%2Bluis%2Bpeixoto%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-PT

Neuza CandeiasNº1210ºD

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